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Compactação dos solos

 Capitulo 4 – Carlos Sousa Pinto


 Introdução: Objetivo e utilização
 Curva de compactação
 Valores típicos
 Influência da energia de compactação
 Estrutura dos solos compactados
 Ensaio Normal de Compactação
 Aterros experimentais
 Compactação no campo

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Prof. Vinicius Kühn
Compactação dos solos

 É a sua densificação do solo por meio de equipamento mecânico (Ex. Rolo


compactador ou soquetes manuais)
 Solo escavado é fofo e heterogêneo, pouco resistente e muito deformável
 A compactação pode ser realizada em laboratório ou campo
 Objetivos
 Aumentar contato entre grãos;
Reduzir volume de vazios;
Gerar material mais homogêneo;
Aumentar a resistência;
Reduzir a permeabilidade, a compressibilidade e a absorção d’água.

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Compactação dos solos
 Utilização
 Estabilização de maciços terrosos
 Pavimentação
 Barragens de terra
 Aterros
 Preenchimento entre o maciço e
estrutura de arrimo
 Reenchimento de cavas de fundações e
de tubulações enterradas
 Fatores que interferem
 Energia
 Umidade
Proctor (1933)
 Estabeleceu os princípios básicos da
técnica de controle de compactação
A densidade que um solo atinge quando
compactado sob uma dada energia de compactação
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depende da umidade do solo no momento da 3
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compactação
Curva de compactação
 Curva de compactação
 Para baixos teores de umidade (w < wot): forças capilares elevadas →
grumos
 Para elevados teores de umidade (w > wot): forças capilares baixas
 Excesso de água: água absorve os impactos →má compactação.


d 
(1  w)

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Valores típicos

 Solos argiloso : wot = 25 a 30% γd =


14 a 15 kN/m³

 Areias c/ pedreg. bem graduadas:


wot = 9 a 10% γd = 20 a 21 kN/m³

 Areias finas argilosas lateríticas: 12


a 14% γd max= 19 kN/m³

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Figura 1: Curvas de compactação de diversos solos brasileiros
Influência da energia de compactação

 Os valores de peso específico seco máximo


e umidade ótima dependem da energia
aplicada
 Ensaio Proctor modificado – tomado como
referência para a compactação de camadas
mais importantes de pavimentação
 Ensaio intermediário – para camadas
intermediárias de pavimentos
 Deslocamento da curva para esquerda e
para o alto, diminui a umidade ótima e
aumenta a densidade seca
 Quanto o solo se encontra com umidade
abaixo da ótima, a aplicação de maior energia
de compactação provoca um aumento da
densidade seca, mas quando a umidade é
maior que a ótima, mais esforço de
compactação pouco ou nada provoca de
aumento de densidade

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Figura 2: Curvas de compactação de um solo com
Prof. Vinicius Kühn diferentes energias
Influência da energia de compactação

 Energia de compactação

M .H .Ng .Nc
EC 
V

Figura 2: Curvas
de compactação
de um solo com
diferentes
energias

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Estrutura dos solos compactados

 Ramo seco (baixa umidade): a atração face-aresta das partículas não é


vencida pela energia de compactação – estrutura floculada
 Ramo úmido (próximo à saturação): a repulsão entre partículas aumenta
e a compactação orienta as partículas – estrutura dispersa
 Para a mesma umidade – maior a dispersão quanto maior a energia de
compactação

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Figura 3: Estrutura de solos compactados
Estrutura dos solos compactados

 Ramo seco (baixa umidade): – estrutura


floculada – maior permeabilidade

 Ramo úmido (próximo à saturação): –


estrutura dispersa – menor permeabilidade

 Para um mesmo peso especifico seco,


mas compactado com umidade diferentes,
obtém-se permeabilidade maiores no ramo
seco

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Figura 4: Variação da permeabilidade com a umidade de
compactação (Lambe e Whitman, 1969)
Estrutura dos solos compactados

 Solos do ramo seco: comportamento frágil

 Solos do ramo úmido: comportamento “plástico”

Mecânica dos solos I Figura 5: Resistência ao cisalhamento em função da umidade de compactação(Lambe e 10


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Whitman, 1969)
Estrutura dos solos compactados

Núcleo: deve garantir a estanqueidade – umidade de compactação um


pouco acima da ótima
Trechos de montante e jusante: garantir a estabilidade da barragem, com
alta resistência – umidade abaixo da ótima
 Para se evitar a erosão proteger a superfície do aterro com: Vegetação
(gramíneas ou leguminosas), geossintéticos, drenagem, solo-cimento, ...

Mecânica dos solos I Figura 6: Otimização de secção de barragem 11


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Ensaio de compactação, NBR 7182
• ENERGIAS DE COMPACTAÇÃO
– Normal, Intermediária, Modificada
– Função da: a) quantidade de golpes por camada; b) altura de queda do
soquete; c) peso do soquete e d) volume de cada camada

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Ensaio de compactação, NBR 7182

• Curva de compactação:

d Curva de
d max saturação

wot
w
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Compactação de solos em campo

 Os ensaios de compactação em laboratório não são aplicáveis diretamente à


compactação no campo: Energia de compactação diferente e Aplicação diferente
 Entretanto, as massas específicas aparentes secas máximas do laboratório são
adequadas para a faixa produzida pelo equipamento de compactação no campo
 Escolha da área de empréstimo:
 É função da distância de transporte, volume do material disponível e tipos de
solos e seus teores de umidade
 Evitar solos orgânicos (Sempre)
 Escavação
 Remoção da camada superficial: estocar o solo orgânico para posterior
recomposição vegetal
 Destocamento
 Verificação de olhos ou minas d’água
 Drenagem

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Compactação de solos em campo

 Transporte e espalhamento do material


 Espalhar o material em espessura compatível com o equipamento
compactador
 Acerto da umidade e homogeneização:
 Irrigação ou aeração (envolve o destorroamento)
 Compactação propriamente dita
 Equipamentos devem ser escolhidos de acordo com o tipo de solo (prox.
Slide)
 Controle de compactação:
 Desvio da umidade em relação a wot: Ex. -1% e +1%
 Densidade seca em relação a γd máx: Ex. grau de compactação no mín 95%

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Compactação de solos em campo

 Rolo liso: indicado para solos granulares


 Rolo Pé de carneiro: solos argilosos ou granulares com mais de 20% de finos
 Placas vibratórias: maioria dos tipos de solos
 Soquetes (sapos) mecânicos: compactação de pequenas áreas

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Compactação de solos em campo

 Soquetes (“sapos”) e Placas vibratórias


 Classificação: pressões de contato placa-solo (10 a 15 kPa)
 Eficiência: trabalhos de compactação em áreas localizadas
 Podem ser utilizados em quaisquer solos
 Aplicações mais comuns: compactação de valas, trincheiras, etc.

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Compactação de solos em campo

 Soquete mecânico (“sapo” ou “pula-pula”)

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Compactação de solos em campo

 Placa vibratória

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Compactação de solos em campo

 Rolo pé de carneiro

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Compactação de solos em campo

 Rolo pé de carneiro
 Classificação: pressões de contato (1400 a 7000 kPa)
 Eficiência: para evitar as superfícies de laminação nas camadas compactadas
 Solos mais indicados (solos menos indicados): solos argilosos ou granulares
com mais de 20% de finos (solos muito granulares)
 Aplicações mais comuns: aterros, barragens de terra

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Compactação de solos em campo

 Rolo pneumático
 Classificação: pressão de compactação
(função do peso do rolo e da pressão de ar nos
pneus)
 Eficiência: compactação mais rápida e
econômica em relação à compactação com os
rolos pé de carneiro
 Solos mais indicados (solos menos
indicados): solos granulares, solos finos (solos
coesivos, principalmente solos de elevada
plasticidade)
 Aplicações mais comuns: obras rodoviárias,
aterros, barragens de terra.

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Compactação de solos em campo

 Rolo liso
 Classificação: peso total por unidade de comprimento do rolo (30 a 110
kgf/cm)
 Eficiência: reduzida para compactação em profundidade (limitados a camadas
de espessuras finais de até 15 cm)
 Solos mais indicados (solos menos indicados): solos granulares,
enrocamentos (solos coesivos, principalmente solos de elevada plasticidade)
 Aplicações mais comuns: obras rodoviárias (bases, subleitos e capas de
rolamento).

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Compactação de solos em campo

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Compactação de solos em campo

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Controle de compactação em campo

1. Determinar o γ nat (peso especifico natural): Ex. grau de compactação no mín 95%
2. Determinar o w campo (teor de umidade no campo): desvio de umidade em relação a
wot - Ex. -1% e +1%

d
GC 
 max
 dcampo

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Controle de compactação em campo

 Determinar γd em campo: Frasco de areia (DNER ME 092/94)

Peso do solo seco retirado do furo


d 
Volume do furo

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Controle de compactação em campo

 Determinar umidade em campo

 Normalmente muito simples, mas demora, no mínimo 24


horas – método da estufa
 Na obra não é possível esperar
 Métodos mais rápidos: “speed” explicado em aulas
“frigideira” anteriores
“densimetro nuclear”

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Controle de compactação em campo

 Densímetro Nuclear
 Fornece densidade e umidade
em poucos segundos
 Pouco utilizado no Brasil
 Necessita de calibrações
continuas

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Aterros experimentais

 Pergunta qual o numero de passadas ideal do equipamento compactador,


visando a compactação definida e o mínimo custo?
 Quando se executam obras de grande porte, justifica-se a construção de
aterros experimentais
 Exemplo: um pequeno trecho de aterro, subdividido em 4 a 6 subtrechos
com umidade diferentes, é compactado com o equipamento previsto
 Depois de um certo numero de passadas do equipamento, determina-se a
umidade de cada subtrecho e a densidade seca atingida.
 Repetindo o procedimento para diversos números de passadas do
equipamento ou para equipamentos diferentes
 Varias curvas podem ser obtidas ou a eficácia do equipamento pode ser
estabelecida

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Aterros experimentais

 Figura Exemplo: graus de compactação de três solos com o mesmo


equipamento em função do numero de passadas do rolo compactador
 Para a argila plástica foi necessária apenas uma passada para obtenção
de 99% da densidade máxima
 Para a argila siltosa foram necessários 4 passadas para se obter 97%

Figura 6: Resultado de
aterro experimental da
barragem Euclides da
cunha

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Aplicação
1) Executar os cálculos e Volume do Massa de Teor de
apresentar os resultados do molde (cm3) solo úmido umidade (%)
ensaio de compactação ao lado. no molde
Pede-se: (kg)
1) Gráfico de compactação + linha
de saturação 943,3 1,47 10,0
2) Umidade ótima e peso
específico seco máximo
3) Qual faixa de umidade de 943,3 1,83 12,5
compactação garante um
mínimo de 95% de grau de
compactação? 943,3 2,02 15,0
4) Qual o índice de vazios e grau
de saturação para a umidade
ótima? (Dr = 2,65) 943,3 1,95 17,5
2) Como calcular a massa de água
a ser adicionada, Dmw, a uma
amostra de solo de massa inicial 943,3 1,73 20,0
mi e umidade inicial, wi, para
que se consiga chegar a uma
umidade final wf? 943,3 1,69 22,5
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Bibliografia

 SOUSA PINTO, C. Curso Básico de Mecânica dos Solos. Oficina de textos, São
Paulo. 3 ed, 2006. 267p.

 MASSAD, F. Obras de Terra: Curso Básico de Geotecnia. Oficina de textos, São


Paulo. 2 ed. 2010. 216p.

 GOMES, R. C. Barragens de Terra e de enrocamento – Aula 4. Departamento de


engenharia civil. Universidade Federal de Ouro Preto.

 JESUS, S. C. Mecânica dos Solos I – Aula de Compactação, Universidade Federal da


Bahia, 2010.

 GITIRNA, Jr. G. F. N. Laboratório de Solos 1 – Aulas 13 e 14, compactação.


Universidade Federal de Goias.

 REZENDE, L. R. Laboratório de Geotecnia, aula teórica 2, Universidade Federal de


Goiás. Programa de Pós-graduação em geotecnia, estruturas e construção civil

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