ANTICRESE

Jhessica Vieira

Segundo Carlos Roberto Gonçalves (2012) a anticrese é a retirada do devedor

a posse e gozo de imóvel, transferindo-os para o credor, que por sua conta
colhe os frutos, abatendo o valor da dívida do devedor.

A anticrese é um direito real que se encontra regulamentada nos artigos 1.506

a 1.510 do Código Civil, esta é constituída por dupla função, pois serve tanto
como garantia de pagamento, quanto como meio de execução da dívida, pois o
credor anticrético tem o direito de retenção como também o de receber os
frutos provenientes dele.

Sendo este um instituto que visa favorecer o credor até que a divida seja
sanada, através dela poderá o credor anticrético receber os frutos e
rendimentos contabilizando-os a dívida principal. Tendo o devedor à
possibilidade de, mesmo com a anticrese, hipotecar o imóvel ao credor ou a
terceiros, podendo o credor anticrético usufruir de ambas as garantias,
anticrética e hipotecária, simultaneamente, visto que o diploma legal permite a
coexistência das espécies de direito real e de garantia.

A anticrese difere-se da hipoteca e do penhor, pois nesta o devedor perderá a

posse direta do bem imóvel para o credor, não havendo também o direito de
preferência ao credor em caso de inadimplência da dívida, tendo o credor
anticrético a obrigação de preservar o bem imóvel devendo prestar contas a
administração.

A anticrese se extinguirá somente pela execução ou venda do bem, quando o

credor anticrético não opuser seu direito de retenção ( art. 1.509); pelo
pagamento da dívida (art. 1.510); pelo termino do prazo legal de 15 anos(art.
1.423); e conforme o artigo 1.425 do CC nos casos de perecimento do bem; de
desapropriação do bem anticrético; de falência por parte do devedor e nos de
renúncia do anticresista.