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INICIANDO O ESTUDO DO CLARINETE

Na boa intenção de auxiliar nossos caros instrutores elaboramos esta apostila sobre
como iniciar o ensino do clarinete. Acreditamos que uma construção deve ser erguida
sobre um alicerce bem feito.

Lembramos que desde o princípio deve-se apresentar ao candidato o metrônomo e o


afinador.

O instrutor de clarinete antes de tudo, deve apresentar o instrumento, falando sobre


suas partes, sobre os sistemas existentes e os diferentes materiais com os quais os
clarinetes são construídos.

Após a apresentação do instrumento, é hora de soprar o clarinete.

Inicialmente demostre ao candidato como ele deve montar o instrumento, logo após
retire o barrilete com a boquilha colocando a abraçadeira, neste momento chame a
atenção do candidato sobre o cuidado de sempre colocar a abraçadeira antes da
palheta, colocar a palheta e depois abraçadeira pode danificar a palheta. Mostre como
a palheta é sensível e requer bastante cuidado.

Feito isso é hora de falar da respiração.

• Respiração:

Define-se como respiração, a entrada e a saída livre do ar nos pulmões. A ação de


respirar consiste em duas fases: INSPIRAÇÃO: dilatação da caixa torácica para a
entrada de ar nos pulmões.

EXPIRAÇÃO: ato dos pulmões expelir, com a intervenção do diafragma, o ar inspirado.

Não há nenhuma dúvida que a potência do som depende da quantidade de ar e da


velocidade como saem dos pulmões. A respiração diafragmática é o tipo de respiração
que o professor deve recomendar, pois é a mais benéfica e correta.

Neste momento é aconselhável ensinar ao candidato os exercícios de respiração da


apostila sobre respiração elaborada pelo professor Amarildo Nascimento que vai em
anexo.

Logo em seguida é hora de falar da embocadura.

• Embocadura

Há várias maneiras de se colocar a boquilha na boca. Essa maneira específica é por nós
chamada de embocadura, em outras palavras a embocadura é a posição dos lábios e da
musculatura facial correta para se obter o som do instrumento. A embocadura é a conexão
mais importante com o nosso instrumento.
Existem vários tipos de embocaduras, como também há diferentes boquilhas e
palhetas. Temos que formar um conjunto equilibrado e único para nosso próprio uso.
O mesmo conjunto (embocadura, boquilha e palheta) pode não funcionar bem com
outro clarinetista e vice-versa, justamente pela diversificação de lábios, arcadas
dentárias e cavidade bucal.

Como deve ser a embocadura?

O uso do lábio superior apoiando a boquilha, é aconselhável somente para quem não
tem os dentes superiores ou possui algum tipo de ponte móvel ou algum outro
problema com a raiz do dente. Consulte um dentista e mostre o seu problema em
relação à boquilha. Se necessário peça ao seu professor para conversar com o dentista
para expor como é feito esse apoio dos dentes na boquilha ou mostre esta matéria
com os desenhos das embocaduras, pois isto pode ajudá-lo a encontrar uma solução
para seu problema. Não é necessário morder a boquilha e, mesmo que você use uma
dentadura, ponte móvel ou dente postiço, isso não é impedimento para o uso da
embocadura de apoio com os dentes. Esse apoio só deverá ser evitado caso venha
trazer algum dano à sua saúde. Sem esses sintomas, você deve usar o apoio dos dentes
superiores na boquilha.

Aconselha-se utilização de um protetor de boquilha, conforme figura da próxima


página, este protetor dará uma maior apoio aos dentes e simultaneamente irá diminuir
o impacto da vibração nos dentes.

Posição da boquilha na boca importante)

Quando somente usamos os lábios para segurar a boquilha em nossa boca, sem o uso
do apoio dos dentes superiores, a afinação fica seriamente comprometida em
passagens rápidas ou de intervalos distantes, e o músico não tem domínio dos graves e
tampouco dos agudos, pois não trabalha os harmônicos, que necessitam da precisão
de abertura feita com o apoio dos dentes (tanto para os graves como para os agudos).
Desse modo, a sonoridade é pequena e a resistência superbaixa. Se, ainda assim, o
músico conseguir um som bonito, não se engane! O efeito dura pouco, pois o lábio não
tem resistência para manter o som ou manter a afinação.

Observe as próximas imagens:


Chame a atenção para o queixo, mostre na figura o correto e o incorreto.
A emissão do som no clarinete

O som no Clarinete é produzido devido à vibração da palheta que é presa por uma
abraçadeira junto à boquilha. Com a pressão dos lábios e a passagem da coluna de ar
pelo tubo do instrumento produz o som. Aconselhamos o aluno como forma de
adaptação à boquilha, iniciar o estudo do sopro primeiramente só com a boquilha e o
barrilhete, isso para que o aluno possa se familiarizar com a forma de soprar o
instrumento, posteriormente é que se sopra com o instrumento completamente
montado.

Faça o candidato soprar percebendo a passagem de ar na boquilha aumentando a


pressão do sopro até ocorrer a emissão do som. Cuidado para que o ar não se espalhe
na boca fazendo bochecha, o ar deve ser direcionado para a boquilha.

Desde cedo ensine ao candidato que ele deve soprar com a garganta aberta, uma das
formas de mostrar isso é fechando todo o clarinete e soprando na frente de um
espelho, o ar quente fará o espelho embaçar, sinal de que a garganta está aberta.

Sugira exercícios para coluna de ar como soprar uma folha de papel amassado contra a
parede, fazendo-o ficar o maior tempo possível na parede, soprar uma vela sem apagá-
la, etc...

Produzido os primeiros sons faça o candidato manter o sopro equilibrado, sem


desafinar, faça-o soprar mantendo o sopro por 4 a 8 tempos. Depois de o candidato ter
se habituado à embocadura, é hora de falar da postura correta para se tocar clarinete,
tanto de pé quanto sentado.

Obs. Depois de demonstrar ao candidato os procedimentos acima, dê a boquilha com


o barrilhete ao candidato e mande-o soprar, possivelmente haverá um bom resultado
naturalmente.

É aconselhável o instrutor demonstrar com seu instrumento desde a montagem até a


execução dos exercícios. Será também estimulante para o candidato se o instrutor
tocar algumas lições junto do aluno em dueto ou não. Lembre-se: “A melhor forma de
ensinar é demonstrar.”
POSTURA CORRETA DO CLARINETISTA

O candidato deve estar relaxado, os pés devem estar confortavelmente separados,


com a cabeça acima e os ombros para baixo. Este procedimento ajuda na respiração.
Faça o candidato ficar em pé com os braços para baixo e mãos relaxadas, mande-o
levar os braços para a posição como se fosse segurar o clarinete, as mãos devem
manter a forma arredondada. Os braços devem estar pouco para fora do corpo, com o
clarinete em um ângulo de mais ou menos 45 graus do seu corpo. Os movimentos dos
dedos devem ser discretos, sem digitar com muita força (digitação suave),os orifícios
devem ser fechados com a falange dos dedos. Se o aluno estiver movendo seus dedos
descontroladamente isto irá dificultar a execução no instrumento. Só lembrando que o
aluno sentado deverá manter a mesma postura.

Cuidado com movimentação excessiva durante a execução do instrumento, há


candidatos que se balançam ou balançam o clarinete ou até mesmo batem o pé para
marcar o tempo, isso não deve acontecer. O candidato deve se acostumar a usar o
metrônomo desde o principio do aprendizado.

Ver figura na próxima página:


Digitação do clarinete

Primeiramente mostre a digitação da mão esquerda fazendo-o tocar exercícios que


fixem na memória do aluno essa digitação.
Começando pela mão esquerda:
Depois da digitação da mão esquerda estar bem fixada é hora de passar para a mão
direita.
Depois de fixar a digitação das duas mãos (utilizando todos os dedos com exceção dos
dedos mínimos) pode-se começar a ensinar o uso das chaves que tocam notas naturais
com os dedos indicadores e mínimos.
OBS.” Atenção para a necessidade de ensinar o uso dos recursos, o candidato deve
aprender a tocar os recursos existentes no clarinete nas duas mãos. Tocar uma vez
usando o dedo mínimo da mão esquerda depois da mão direita.”

Usando o registro

Depois de as notas tocadas na região médias grave estarem bem fixadas é hora de
aprender a usar o registro.

Mostre ao candidato que ao utilizarmos o registro teremos um intervalo de 12 ª.


Depois de fixar bem o uso do registro é hora da “PASSAGEM DO LÁ DO 2º ESPAÇO
PARA O SI DA 3ª LINHA”.

É considerada uma das passagens mais difíceis, pois o clarinete está todo aberto na
nota lá e deve ser totalmente fechado deixando somente o registro aberto na nota si,
realmente é muito difícil para o principiante por isso deve ser estudado com bastante
calma. Podemos usar um recurso para que essa execução seja bem feita, de agora em
diante convêm ensinar o candidato tocar a nota lá usando o dedo indicador para
apertar a chave 10, o anular, o médio e o mínimo para apertar a chave 1 (mão
esquerda) e o dedo indicador, o médio, e o mínimo para apertar a chave 3.

Observe a próxima imagem.


Quando a passagem do lá para o si estiver bem treinada pode-se passar para a escala
cromática.
É importante praticar bastante os exercícios de escala cromática contidos nos
métodos. Lembre-se que uma casa bem alicerçada dificilmente poderá ruir, o instrutor
deverá ser exigente evitando assim que o candidatos desenvolva maus costumes no
tocar que poderão prejudicar sua atuação durante os cultos.

Este singelo trabalho tem a intenção de auxiliar os caros irmãos instrutores de


clarinete no ensino deste maravilhoso e difícil instrumento.

“ADeus seja dada toda honra e louvor pelos séculos dos


séculos.”

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