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HISTÓRIA DE

RORAIMA EM
RESUMO

Prof. Wender S. Ciricio


TEMAS DE ESTUDO NESSE MATERIAL

- BRASIL COMO RESULTADO DA POLÍTICA ECOMONÔMICA MERCANTILISTA EUROPEIA

- EXPANSÃO TERRITORIAL BRASILEIRA

- EXPEDIÇÕES ESPANHOLAS E PORTUGUESAS NA REGIÃO NORTE

- O REGIMENTO DAS MISSÕES E O DIRETÓRIO DE POMBAL

- EXPEDIÇÕES NO VALE DO RIO BRANCO

- APRESAMENTO DE NATIVOS EM RORAIMA

- INVASÕES ESPANHOLAS

- CONSTRUÇÃO DO FORTE SÃO JOAQUIM E POVOAMENTOS

- CONFLITOS E REVOLTAS INDÍGENAS

- INTRODUÇÃO DO GADO E VIAGENS DE LOBO D´ALMADA

- A FAZENDA BOA VISTA E FREGUESIA NOSSA SENHORA DO CARMO

- O MUNICÍPIO DE BOA VISTA

- A QUESTÃO DO PIRARA

- A PECUÁRIA NO FINAL DO SÉCULO XIX

- AS QUESTÕES DE LIMITE COM VENEZUELA E GUIANA INGLESA

-EXPEDIÇÕES CIENTÍFICAS

- OS BENEDITINOS EM RORAIMA

- A ERA VARGAS E O TERRITÓRIO DE BOA VISTA

- DIVISÃO DE PRODUÇÃO, TERRAS E COLONIZAÇÃO – DPTC.

- DE RIO BRANCO PARA RORAIMA

- A DITADURA MILITAR E O ESTADO DE RORAIMA

- SERVIÇO DE PROTEÇÃO AO ÍNDIO E FUNAI

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- QUESTÃO RAPOSA SERRA DO SOL

- O GARIMPO EM RORAIMA

- TURISMO EM RORAIMA

OCUPAÇÃO HUMANA EM RORAIMA

INÍCIO DO PROCESSO

O início do processo de colonização do Estado de Roraima é tardio em relação ao mesmo que


aconteceu com o Brasil. Portugueses chegaram no Brasil em 1500, porém o olhar específico
que demandou políticas de assentamento em Roraima teve início somente em 1775.

Para melhor entender como tudo se desencadeou é necessário pensar Roraima dentro de um
contexto maior que tem início através de uma política mercantil colonialista, de iniciativa
europeia ao final do século XV e início do século XVI, que tem o minério como um de seus
principais pilares.

Na obsessão de se contemplar os anseios mercantilistas se embrenham no que foi


denominado de grandes navegações que consistia em explorar regiões onde houvesse o tão
desejado e sonhado minério. Vejamos um pouco dessa logística para, posteriormente,
notarmos como Roraima se vê inserida nesse contexto.

AS GRANDES NAVEGAÇÕES:

PORTUGAL E ESPANHA: OS DONOS DO MUNDO.

- O tratado de Tordesilhas (1494):

Este tratado consistiu na divisão do novo-mundo (a


américa) pelos reis de Portugal e da Espanha e a
cristianização dos seus habitantes (os índios). E
resultou numa divisão que dava aos portugueses um
Brasil com extensão territorial aquém do que é hoje.
Vejamos, então, o que fez o Brasil ter a extensão que
tem hoje.

FATORES QUE CONTRIBUÍRAM PARA EXPANSÃO TERRITORIAL DO BRASIL:

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1. A União Ibérica (1580-1640):

A União Ibérica foi um momento em que o rei espanhol, Felipe II, se valendo da
ausência de rei em Portugal passou a dominar este país.

O último rei português Dom Sebastião Avis , ainda novo, morre em uma batalha de
Portugueses contra Árabes na região de Marrocos. A consequência de sua morte gerou
um enorme problema aos portugueses, pois o rei era solteiro e tinha apenas um
herdeiro que além de idoso era padre e por isso não podia se casar e ter filhos para
conservar no trono a linhagem da família Avis.

Dom Felipe II, o rei Habsburgo da Espanha, aproveitando da situação domina Portugal
e a partir daí tudo que era de Portugal passou a pertencer a Espanha, inclusive a
colônia Brasil.

Com a união das duas coroas, os portugueses mesmo dominados pelos espanhóis, no
NOVO MUNDO, avançaram sobre as terras espanholas. Esse domínio subtendia o fim
das fronteiras.

2. Pecuária:

A pecuária foi importante no desbravamento do interior brasileiro, pois ocupou uma


extensa área necessária a criação de gado.

No trajeto percorrido pelas comitivas ou tropas de gado, ocorreu a formação de


diversos núcleos populacionais.

Foi responsável pela ocupação de grandes áreas do Sul, centro-oeste e do Norte, áreas
que antes pertenciam a Espanha.

3. Missões religiosas:

Também chamadas de reduções ou aldeamentos, foram importantes na expansão.

Na tarefa da Catequese, os Jesuítas fundaram aldeamentos onde os índios aprendiam


a cultivar Lavouras. Estes índios que já sabiam os valores
cristãos eram alvo preferido dos caçadores de escravos.

-Para fugir dos ataques, as missões foram deslocadas para


lugares distantes da ação das bandeiras.

-Essa estratégia levou os portugueses as regiões que


atualmente correspondem ao Rio Grande do Sul, Mato
Grosso do Sul e Amazônia.

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4. Bandeirismo:

Os bandeirantes eram habitantes da antiga capitania de São Vicente (atual São


Paulo). Grande parte dos colonos desta antiga Capitania, passaram a adentrar ao
sertão em busca de riquezas a serem exploradas.

Características das bandeiras:

- Formavam grupos e seguiam em caravanas pelas matas levando um mastro com uma
bandeira que os identificava.

- A maioria dos Bandeirantes eram índios (escravizados e aliados), caboclos e alguns


brancos capitães.

- Os caboclos (português-índio) eram a maioria no grupo, por conhecer as terras. Os


paulistas, devido à pobreza, não podiam adquirir escravos africanos e escravizavam os
indígenas.

- Além do português, os bandeirantes falavam tupi-guarani, dando nomes a lugares


por onde passavam.

Antônio Raposo Tavares (1598-1659) foi um dos principais bandeirantes. Veja um


pouco de sua missão:

-Nascido em São Miguel do Pinheiro, Portugal, em


1598, Antônio Raposo Tavares foi um bandeirante que
servia aos interesses da Coroa na expansão do território
brasileiro.

- Chega ao município de Guaíra, no Paraná, e expulsa os


jesuítas espanhóis para ampliar a demarcação territorial portuguesa.

- Sua comitiva contava com cerca de 2 mil índios e mais de 900 brancos e
mamelucos.

- Foi até as terras peruanas, desceu Rio Madeira, adentrou o Amazonas.

-Chegou em Belém do Pará em 1651.

5. DROGAS DO SERTÃO:

A principal base econômica da ocupação da Amazônia foi a coleta de recursos


florestais. As chamadas Drogas do Sertão - As "drogas" eram produtos nativos do

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Brasil, que não existiam na Europa e, por isso, atraíam o interesse dos europeus que as
consideravam como novas especiarias.

A Imagem abaixo nos dá uma noção clara sobre as drogas do sertão

1. E RORAIMA? Antes de chegarmos efetivamente em nossa história local


vejamos alguns detalhes sobre o nome Roraima

Roro-imã

-Em Macuxi = Monte Verde.

-Em Taurepang – mãe dos ventos.

-Nome escolhido devido ao MONTE RORAIMA (formação


da era pré-colombiana a 2.875 metros de altitude)

EXPEDIÇÕES NA REGIÃO NORTE – ESPANHÓIS E PORTUGUESES

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A região norte, antes pertencente aos espanhóis, tem seu reconhecimento inicial por
meio de expedições que tem como destaque as relacionadas abaixo:

1. FRANCISCO DE ORELLANA, O CONQUISTADOR


DO AMAZONA

-Partiu do Peru em 1539 a 1542.

-Francisco de Orellana foi convidado a se unir a uma


grande expedição comandada por Gonzalo Pizarro,
irmão do conquistador Francisco Pizarro.

-Atravessou todo o Rio Amazonas, dos Andes ao


Atlântico.

O OBJETIVO DA EXPEDIÇÃO:

- Encontrar El Dorado, o mítico ser que se vestia de ouro em pó e se banhava toda


noite na mesma lagoa.

- Se não fosse possível, havia a chance de


encontrarem a Terra da Canela, uma especiaria
cara que vinha da Ásia para a Europa. Na América
do Sul, canela era o nome dado pelos espanhóis ao
ishpingo, uma espécie de pimenta doce, usada com
fins medicinais.

- Apresamento dos índios.

2. EXPEDIÇÃO DE PEDRO URSUA E LOPE DEAGUIRRE (1560-61)

Coube a Pedro de Ursua, com o título de Conquistador do Amazonas, a direção da


empresa, recebendo para o seu custeio 15.000 pesos.

Entre os oficiais escolhidos estavam Lopo de Aguirre e Fernando de Gusman.

A frota de onze navios, dois bergantins e nove barcos, saiu de Topesana, no


Huallaga, em 27 de setembro de 1560, com destino a Paititi. Nela embarcaram
trezentos espanhóis, dois mil índios e quinhentos cavalos.

Não foi feliz Pedro de Ursua, vez que, rebelando-se os expedicionários,


assassinaram-no e proclamaram a Fernando de Gusman rei das possessões espanholas
na América.

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No entanto, pouco durou o seu poder, pois
foi morto a 22 de maio de 1561, tendo assumido
o comando dos rebeldes Lopo de Aguirre, o
verdadeiro iniciador da revolta.

Aguirre foi o mesmo que rebelou-se


mandando matar Ursua, antes de matar
Fernando Gusman.

Expedição de fuga- Aguirre foge em direção à


Margarita.

Quando chegou em Margarita foi contido


pelo vice-rei espanhol e acabou morto.

Após descerem o Amazonas, os revoltosos atacaram a ilha Margarita e, quando se


preparavam para conquistar outras ilhas antilhanas, foram presos e Aguirre,
enforcado.

3. EXPEDIÇÃO DE FRANCISCO CALDEIRA DE CASTELO BRANCO (1556-1619)

Foi Capitão-mor da Capitania do Rio Grande de 1612 a 1614 (atual estado


do Rio Grande do Norte) e da Capitania da Bahia de 1615 a 1618.

Quando servia na guarnição de Pernambuco, foi enviado como comandante de


uma expedição em socorro às tropas portuguesas que, sob o comando de Jerónimo de
Albuquerque, lutavam contra os franceses no Maranhão.

Em 1615, após a expulsão dos franceses, Gaspar de Souza, governador-


geral do Brasil, substituiu Jerônimo de Albuquerque por Alexandre de Moura que:
entre outras medidas, preparou uma expedição militar para expulsar estrangeiros
(franceses, holandeses, ingleses) que se tivessem estabelecido no Grão-Pará.

Em Relação à sua expedição na região norte:

1.Conquista do Grão-Pará (Belém)

2. Constrói o FORTE PRESÉPIO (Forte do Castelo do


Senhor Santo Cristo do Presépio) – primeiro Forte na
região norte

3. Fundador da cidade de Belém.

A construção do Forte Presépio foi uma das grandes


estratégias usadas pela coroa para delimitar território. Onde
existia Forte existia proprietário ou dono. Por isso vários fortes construídos.

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1. DELIMITANDO ESPAÇOS: Fortes construídos na região norte

-Fortaleza de São José do Rio Negro - (Manaus) -1669.

-Fortaleza de São José do Macapá – 1688.

-Forte de Santarém – 1697.

-Forte de são Gabriel da Cachoeira – 1761.

-Forte são Joaquim do Rio Branco – 1775.

1. PEDRO DE TEIXEIRA (1587-1641)

Após a expulsão dos franceses, em fins de 1615, a Coroa


Portuguesa determinou o envio de uma expedição à foz do rio Amazonas, com vistas a
consolidar a sua posse sobre a região.

Uma expedição de três embarcações, sob o comando de Francisco Caldeira


Castelo Branco, foi enviada, nela seguindo o então alferes Pedro Teixeira.

A entrada de Pedro Teixeira pelo rio Negro tinha o


propósito de:

- realizar “descimento” de indígenas locais.

- Venda de Índios como escravos na Capitania do Grão-


Pará e Maranhão.

- Fortificação tinha função de “habitar” resguardar esta


região do Brasil Colônia em nome da Coroa Portuguesa por isso a construção
do Forte São José do Rio Negro por Pedro Teixeira – 1669

- Primeiro a percorrer Rio Amazonas e Rio Negro.

- Mudou o nome do Rio Queceuene para Rio Branco.

- Nota-se possível presença europeia detectada pelos armamentos europeus


(holandeses) em mãos dos índios.

1. POR FALAR EM RIO BRANCO – RORAIMA – UM POUCO DE GEOGRAFIA

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-O Rio Branco é um rio brasileiro do estado de Roraima.

-É formado pelos rios Tacutu e Uraricoera, trinta quilômetros ao norte de Boa Vista,
capital do estado situada no vale do rio, e tem sua foz no rio Negro, no estado
do Amazonas.

-Sua bacia hidrográfica, sub-bacia do rio Negro, é a principal da região, predominando


sobre a mesma.

- É cortado por duas pontes, uma em Boa


Vista (ligando-a ao município de Cantá), a ponte
dos Macuxis, a norte, com cerca de 1.200
metros de extensão, e por outra em
Caracaraí, no centro do estado, com
aproximadamente 700 metros de
extensão.

E A IGREJA? Como a Igreja de comportava nesse ambiente.

1. Igreja estava ligada ao Estado colonial brasileiro e recebiam a CONGRUA que


era uma espécie de pagamento pelos serviços prestados.

2. Os objetivos eram muito próximo daquilo que religiosos faziam em todo Brasil:

- Econômicos e materiais.

- Converter os índios à religião.

- Explorar mão-de-obra indígena.

A igreja se pautava em leis. As leis criadas eram o que balizavam o procedimento da


mesma nessa região. Observe abaixo a principal legislação voltada para igreja. Essa lei
determinava o tratamento dispensado ao índio.

3. REGIMENTO DAS MISSÕES – 1689

- Regimento das Missões tinha como normas:

1. Exercício do controle espiritual sobre os índios.

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2. Exercício do controle administrativo sobre os índios.

3. Legalização da escravidão indígena – 1686-1757 (somados aos 70 anos anteriores


foram 140 anos de escravidão legalizada).

O histórico inicial se desencadeava:

- Carmelitas chegam na região norte em 1627.

Os carmelitas vivem o conflito com os colonos (de quem é o índio?).

- Jesuítas chegam na região norte em 1636.

-Para evitar problemas entre religiosos e colonos a coroa determinou áreas de


atuação para os religiosos.

- Aos Carmelitas coube margens dos rios Negro, Rio Branco e Rio Solimões.

4. MÃO-DE- OBRA (RECRUTAMENTO) – de que forma o índio era dominado

-Guerra Justa: Praticada contra índios hostis. Essa forma truculenta para com
índio se justificava quando o índio não admitia o domínio do “estanho”

-Descimentos: Expedições que tiravam os índios de seu habitat.

-Resgates: Resgate intertribal do índio e como gratidão -exercia uma servidão


“eterna”. Nas guerras entre tribos indígenas os perdedores eram capturados e
condenados à morte. Antes disso eram resgatados pelos colonos. O resgatado
se submetia à escravidão como agradecimento à quem o resgatou.

-Pacificação: Catequização dos índios.

CARACTERÍSTICAS DA COLONIZAÇÃO E DOS COLONIZADORES

1. Cruz e espada: Fortes militares e missões religiosas foram as formas que a


coroa portuguesa encontrou para o domínio da região e dos povos indígenas.

A coroa encontrou nos fortes a maneira de impedir invasões estrangeiras e de exercer


domínio bélico sobre o índios que, por sua vez, eram vítimas de doenças trazidas pelos
europeus

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2. Tipo de Sociedade:

1. Indígenas: (centenas de tribos).

2. Missionários: (Carmelitas, jesuítas, Capuchinhos e Franciscanos).

3. Colonos: (Camponeses portugueses sem-terra, soldados, marinheiros,


comerciantes e degredados).

- Funcionários da coroa portuguesa: A coroa necessitava de pessoas ligadas ao


Estado que garantissem com os serviços burocráticos normais em quaisquer
circunstâncias administrativas

O BRASIL NA ERA POMBALINA

Marquês de Pombal foi primeiro-ministro em Portugal ganhando plenos direitos de


governar Portugal bem como suas colônias.

No Brasil, Pombal, mudou a capital de Salvador para o Rio de Janeiro, expulsou os


jesuítas e estabeleceu novos princípios educacionais. Suas ações tem alcance em todo
o Brasil.

Veja abaixo suas ações na região norte:

1. POMBAL FUNDA A CAPITANIA DE SÃO JOSÉ DO RIO NEGRO

(DESMEMBRA DO GRÃO- PARÁ).

Seu irmão Francisco Xavier de Mendonça Furtado 1701-1769 torna-se


governador da Capitania.

2. POMBAL IMPLANTA O DIRETÓRIO:

Diretório dos Índios foi uma lei elaborada em 1755, e tornada pública em 1757,
por D. José I, rei de Portugal, através de seu ministro, o Marquês de Pombal, que
dispunha sobre os aldeamentos indígenas, elevando estes à condição de vilas ou
aldeias, administradas por um diretor.

Essa lei foi chamada de O Diretório dos Índios, extinguia o trabalho missionário
dos religiosos, especialmente jesuítas expulsos do Brasil por Pombal.

Características do Diretório

- Assegura a liberdade aos índios.

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- Uma escola, com um mestre para os meninos e outro para as meninas,

- Proibido o uso de outro idioma que não o português.

- Os indígenas deveriam ter sobrenome português.

- A nudez foi proibida, bem como as habitações coletivas, o uso da língua


brasileira (conhecida como tupi ou língua geral) e a punição de morte a
quem desacatasse.

- A mestiçagem foi estimulada.

A política do Marquês de Pombal buscava assim incorporar o índio à sociedade


dos brancos, transformá-lo em um trabalhador ativo, a fim de assegurar o povoamento
e a defesa do território colonial.

Em 1798 o diretório é revogado através da Carta Régia. Marques de Pombal já


não era mais o primeiro ministro português, e os objetivos principais ja tinham sido
alcançados: os índios de uma região pouquissimo explorada, agora trabalhavam
diretamente para a coroa e povoavam a região, garantindo a consolidação das
fronteiras conquistadas em acordos políticos.

RESUMÃO:

1. 1539- 1541 - Francisco Orellana – de Quito para o Pará.

2. 1560-61 - Pedro Ursua e Lope de Aguirre – Nova e sangrenta expedição


espanhola.

3. 1616 – Francisco Caldeira Castelo Branco – Forte Presépio (Belém).

4. 1637 – Pedro de Teixeira – de Cametá (Pará) a Quito (2000 pessoas, 1100 índios
remeiros (flecheiros).

5. 1639 – Pedro Teixeira – sobe o Rio Negro chegando próximo ao Rio Branco,
denominando-o.

6. 1669 – Francisco Mota Falcão – Forte de São José da Barra Rio Negro (Manaus).

7. 1686 – Regimento da Missões: Controle da mão-de-obra indígena. Era da Igreja


Católica.

8. 1750 – Tratado de Madri – Limites mais parecidos com os atuais (uti possidets).

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9. 1759 – Fim do domínio missionário – Pombal altera o controle da mão de obra
– diretório.

COLONIZAÇÃO DE RORAIMA

- Primeiro período – Políticas de assentamento- 1750 a 1800

- Segundo período – Fundação de Boa Vista e questão do Pirara- 1800 a 1890

- Terceiro período – Ordens religiosas e expedições científicas-1890 a 1943

- Quarto período – estruturação política, território e garimpo - 1943....

OS PRIMEIROS NÃO-ÍNDIOS A PISAREM EM RORAIMA

Alguns narradores que vivenciaram em períodos da colonização do Estado de Roraima


como o ouvidor da Capitania de São José do Rio Negro, Francisco Xavier Ribeiro
Sampaio, esclarece que o Rio Branco é alvo de alguns apresadores de índios desde o
século VXII entre os anos de 1639 a 1665.

Dentre esses pode-se citar o Tuxaua Ajuricaba, da tribo Manau, que ao navegar os rios
Branco e Tacutu capturava índios e vendia para holandeses e o padre Francisco
Gonçalves que navegou o rio Queceuene (Rio Branco), não se sabe até que altura, nos
anos de 1651 a 1665.

Em 1670 Guilherme Valente navegou o rio Branco até sua confluência entre os Rios
Tacutu e Uraricoera a fim de fazer uma análise do potencial econômico da região bem
como dos costumes e poderio bélico dos indígenas na região.

Já no século XVIII nota-se a presença dos seguintes navegadores:

1. CAPITÃO FRANCISCO FERREIRA e PADRE JERÔNIMO COELHO (1701):

Objetivos da expedição:

1. Aprisionar índios.

2. Recolher ovos de tartaruga.

3. Obter Drogas do Sertão e vender para europeus

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4. DIOGO RODRIGUES FERREIRA e FAUSTINO FERREIRA MENDES (1718/1719)

Objetivo:

1. Aprisionar índios capturados às margens do Rio Branco

2. LOURENÇO BELFORT e CRISTOVÃO AIRES BOTELHO (1740):

Objetivos:

1. Os primeiros a ultrapassar as cachoeiras do Bem Querer.

2. Aprisionar índios e vender em Belém e São Luiz.

3. Navegaram até as cordilheiras de Pacaraima

OBS: Essa ação consistiu, de forma privada, na maior expedição feita, por colonos,
nessa região. Belfort, ex senhor de engenho, ajudado por vários tuxauas
estabeleceu seu arraial na foz do rio Uraricoera.

4. HOLANDA: NICOLAU HORSTMAN (1741):

Objetivos:

1. Rio Negro até rio Branco em 1741 (atrás de Índios). O mesmo era especializado
em mineralogia

2. Navegou pelos rios Tacutu e Jauaperi.

3. Nesta viagem foi preso e interrogado pelas autoridades do governo provincial


do Amazonas. Este Holandês despertou nos portugueses sobre a presença
espanhola e holandesa em solo de Roraima.

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4. Segundo relatos foi Nicolau que elaborou um dos melhores mapas da região.

5. JOSÉ MIGUEL AYRES (1748):

Objetivo:

1. Apresamento de índios

Um surto epidêmico mortal de bexiga que se alastrou por todas aldeias da capitania do
Pará causando a morte de quase 20 mil pessoas levou ao fim as expedições de
apresamentos de índios.

OBS; em 6 de junho de 1755 foi criado a lei que proibia viagens de resgate. As
viagens seriam de reconhecimento e comercialização.

2. ESPANHÓIS:

Cabe especificar que espanhóis adentraram a região do vale do Rio Branco devido a
três motivo básicos:

1. Recapturar índios que viviam como escravos de espanhóis próximos do Rio


Orinoco. Como resistência à escravidão os mesmos fugiram para região do vale
do Rio Branco

2. Acreditando na utopia do lago de Manoa ou Eldorado onde, segundo espanhóis


havia uma plenamente cidade dourada nessa região.

3. Para os espanhóis era necessário chegar nessa região antes que portugueses,
ingleses e holandeses.

1. Do Rio Orinoco para o Rio Uraricoera (1771 e 1773):

1. Fundaram três povoados (Santa Rosa, Santa Bárbara e São João Batista).

2. Expulsos pelos portugueses. Essa expulsão contou com a ajuda de índios,


inclusive Saparás.

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3. FORTE SÃO JOÃO JOAQUIM – 1775- 1778

- Ergueu-se na margem esquerda da confluência


do alto rio Branco (atual rio Uraricoera) com o rio
Tacutu, onde se forma o rio Branco, a cerca de 32
quilômetros ao norte da atual capital, Boa Vista.

1. DETALHES SOBRE O FORTE:

Objetivos: - Expulsar espanhóis.

- Promover o aldeamento de indígenas na região.

Líder: -Capitão de Engenheiros Phillip Sturm.

Mão-de-obra: -Empregando a mão de obra de indígenas tomados aos


espanhóis como presa de guerra, aldeados para o serviço da fortaleza
(eram cinco as aldeias computadas em 1777), ela foi concluída em 1778.
Ficou guarnecido por 30 soldados e por milicianos indígenas.

1. ALGUNS DOS COMANDANTES DO FORTE

-Capitão Nicolau, de Sá Sarmento (1787).

-Capitão Inácio Magalhães (1830).

-Capitão Ambrósio Aires (1835).

-Capitão José Barros Leal (1839.) > Major Coelho (1842).

-Capitão Bento Brasil (1852).

-Cabo Pedro Rodrigues (1899).

O Forte São Joaquim, foi desativado em 1900, pelo exército brasileiro, foi
desmontado totalmente e as pedras foram usadas na construção da sede da Fazenda
São Marcos, que fica em frente, no outro lado do rio.

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AÇÕES ORGANIZADAS DO PODER COLONIAL

- Povoamento instalados no rio Branco: Santa


Bárbara, Santa Isabel e Nossa Senhora do Carmo.

- Povoamento instalado no Uraricoera: Nossa


Senhora da Conceição.

- Povoamento instalado no rio Tacutu: São


Felipe.

1. ATÉ MEADOS DE 1790:

-Os Índios funcionavam como mão-de-obra escrava e como mercadoria.

- Os povoados eram chamados de “diretórios de Índios”, estes só


conseguiram se consolidar a partir da construção do forte.

- Nos povoamentos haviam dois soldados, sendo um deles o diretor do


povoamento

- Produtos de exportação oriundo do extrativismo como drogas do sertão


constituía-se a base econômica até então.

2. EVANGELIZAÇÃO DOS ÍNDIOS EM RORAIMA

1. Realizada por:

- Padres carmelitas.

-Pároco da ordem dos capuchinos.

2. No meio das viagens executavam:

- Viagens de desobriga (celebrar missas e batizar)

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Um exemplo disso é o relatório do pároco José de Santo Antônio. Em 1780 batizaram
700 pessoas.

3. REBANHO BOVINO COMO FORMA DE FIXAÇÃO HUMANA

O rebanho bovino foi o viés econômico adotado no final do século XVIII pela coroa
portuguesa no alto do Rio branco.

Nesse processo vários foram os protagonistas. Lobo D´Almada, então governador


da capitania São José do Rio Negro incorpora a missão de reconhecer toda a
região e pronunciar sobre as possibilidades econômicas da região.

Em seguida temos a criação das fazendas nacionais bem como a chegada do gado
vindo de uma cidade chamada Tefé, onde haviam gados conquistados em batalhas
contra espanhóis. Observe os dados abaixo:

4. MANUEL DA GAMA LÔBO D'ALMADA

- Foi um militar e geógrafo português. Apesar


disso, desenvolveu seus marcos pessoais,
militares e políticos no Brasil.

- No posto de Sargento-mor comandou


a Fortaleza de São José de Macapá em dois
períodos de (1769-1771 e 1773-1784).

- No posto de Brigadeiro, foi o terceiro governador da Capitania de São José


do Rio Negro.

- Transferiu, em 1791, a sede da administração da capitania de Barcelos para a Barra


do Rio Negro, atual Manaus.

- Lobo D´Almada navegou pelos no Estado de Roraima e fez um minucioso trabalho


reconhecendo o potencial econômico da região bem como a hidrografia do Estado ao
navegar por vários rios do Estado.

- Foi o pioneiro na criação de gado bovino e equino no vale do rio Branco, atual estado
de Roraima.

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5. FAZENDAS INSTALADAS NA REGIÃO

--São Bento – 1787 - Margens do Rio Uraricoera – por Lobo D´Almada

São José- 1794 – instalada próximo a fortificação militar na parte leste do vale. – por
José Antônio Évora

-Fazenda São Marcos- 1799 – instalada ao norte, entre os rios


Uraricoera e Tacutu.- por Nicolau de Sá Sarmento.

-Fazendas eram centros de concentração da mão-de-obra


indígena.
Fazenda São Marcos

6. CRIAÇÃO DE GADOS:

- Não havia cercados, muros ou quaisquer outros meios de limitação


territorial nas áreas de criação de carne de corte, permitindo, assim, uma
dispersão dos animais pela região.

- Alguns comerciantes aproveitaram o gado perdido para roubá-los e


iniciarem fazendas próprias.

- Os índios tornaram-se ótimos vaqueiros, fama que os Macuxis mantêm


até hoje.

7. ALDEAMENTOS:

-Reunidos os próprios índios da região. Foram criados:

-Nossa Senhora da Conceição e Santo Antônio (no rio Uraricoera), São


Felipe (no rio Tacutu)

-Nossa Senhora do Carmo e Santa Bárbara (no rio Branco).

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8. POVOS INDIGENAS:

- Os índios Makuxi (Maioria), Taurepang, Ingarikó, Wai-wai, Patamona,


Wapixana, Waimiri-atroari e Yekuana (Mayongong).

- Destes povos, somente os Yekuana, vivem na terra indígena YANOMAMI.

- Os Makuxi, índios de origem Karib, vivem em várias partes do estado de


Roraima, têm aproximadamente 18 mil pessoas e lutam há mais de 20 anos
pela demarcação de suas terras.

- A maior luta deles foi a demarcação da área indígena Raposa/Serra do


Sol, que fica localizada a Nordeste do Estado de Roraima.

- Os Taurepang, vivem nas proximidades da fronteira com a Venezuela na T.


I. São Marcos, e têm aproximadamente mil pessoas. Eles mantêm contato
permanente com os índios Pemon da Venezuela, com
os quais possuem uma intensa relação comercial.

-Os Ingarikó, vivem no extremo norte de Roraima, nas


fronteiras com a Venezuela e Guiana, têm
aproximadamente mil pessoas e vivem em estado semi-isolado. Eles se auto
denominam KAPON “Gente do céu”.

-Wai-wai, vivem ao sul do estado de Roraima, divisa com o estado do Pará, têm
aproximadamente 500 pessoas e praticam o “matriarcado”, levando a crer na lenda
das antigas “Guerreiras Amazonas”.

-Wapixana, índios de origem Arawak, vivem a norte e leste de Roraima, divisa com
Guiana. Têm aproximadamente 8 mil pessoas, eles mantêm viva sua cultura através de
suas danças e suas comidas.

-Waimiri-atroari, vivem ao sul de Roraima divisa com o Amazonas. Têm


aproximadamente 830 pessoas, eles ficaram conhecidos internacionalmente pelos
conflitos na abertura da BR 174, que liga Manaus a Boa Vista.

-Yekuana ou Mayongong, vivem a noroeste de Roraima divisa com a Venezuela dentro


da área YANOMAMI. Têm aproximadamente 500 pessoas e são conhecidos pelo seu
belo artesanato.

[Data] 20
Além destas etnias, existem ainda os índios Patamonas e os Carafauianas que têm
pouco contato com os não índios “Brancos”. Eles vivem juntos com os índios Wai-
wai, no sul do estado de Roraima, e lutam pela demarcação de suas terras
“Trombetas/Mapuera”.

Não se pode negar a forte atuação dos Saparás que, inclusive, lutaram contra
espanhóis quando os mesmos invadiram Roraima.

REVOLTAS E CONFLITOS ENTRE A COROA E INDÍGENAS

De 1775 a 1790 ocorreram, no Vale do Rio Branco, várias revoltas de indígenas


contra os colonizadores ao lado do Forte de São Joaquim, entre nativos macuxi e
soldados instalados no Forte.

A tentativa portuguesa de aldear os indígenas em locais como Nossa Senhora do


Carmo, Nossa Senhora da Conceição, São Felipe, Santa Bárbara e Santa Isabel não foi
um processo tão calmo como esperavam os portugueses.

Em 1787 a população de indígena, segundo Lobo D´Almada, era de 931 índios e 42


militares distribuídos no forte e povoados.

Causas:

A tentativa portuguesa de aldear os indígenas em locais como Nossa Senhora do


Carmo, Nossa Senhora da Conceição, São Felipe, Santa Bárbara e Santa Isabel não foi
um processo tão calmo como esperavam os portugueses.

1. Pela insatisfação dos nativos com relação ao trabalho demasiado,

2. Formação multiétnica dos aldeamentos,

3. Falta de pagamento correto dos ganhos,

4. Quebra dos acordos por parte dos colonizadores e, principalmente, a falta de


alimento nos aldeamentos.

5. A fome e as doenças ainda marcavam os aldeamentos e o abuso de poder dos


soldados acabou por provocar a mais sangrenta das batalhas a Batalha da Praia
do Sangue, em 1790.

Destaque para algumas revoltas:

[Data] 21
1781 - REVOLTA GERAL DAS MISSÕES

- Roque, Macuxi, obrigado a abandonar a esposa. Preso, levado com dois


outros para Barcelos.

- Porém outros índios uma emboscada e matam dois soldados.

- João Pereira Caldas. Governador do Grão- Pará declara guerra aos


indígenas.

1. -PRAIA DO SANGUE

O CONFLITO:

2. Os soldados do Forte resolveram prender um chefe indígena (Principal)


chamado Parauijamari. Conduzido ao Forte de São Joaquim, o preso teria
reagido, matado o soldado que o conduzia, e retornado à sua aldeia, matando
também, o soldado diretor.

3. Revoltados e em apoio a Parauíjamari, os índios dessa localidade fugiram rumo


as serras, deixando o Forte sem mão de obra.

4. Expedição chefiada pelo tenente Leonardo José Ferreira confrontam com índios
Wapixana e Macuxis.

5. Uma represália que matou Parauijamari e esfacelou os aldeamentos.

6. Relatos antigos dizem que a carnificina foi tamanha que tingiu as águas do rio
Branco, maior rio da região, de vermelho.

TENTE RECORDAR:

1. 1755 capitania do Rio Negro é desmembrada do Estado do Grão-Pará e


Maranhão (Francisco Xavier de Mendonça Furtado)

[Data] 22
2. Joaquim de Melo e Povoas, João Pereira Caldas e Lobo D'Almada (1788) se
destacam como governadores da província, que começou com apenas 45
aldeias.

3. Introdução do gado — fazendas reais:

4. 1789 — Animais do Tefé são introduzidos na Fazenda São Bento em frente.


Forte. São Joaquim.

5. 1794 — Fazenda São José, Rio Tacutu. (José Antonio Evora, militar)

1. 1799 — Fazenda São Marcos. (Nicolau de Sá Sarmento, militar)

2. 1822 — Independência do Brasil: fazendas "nacionais".

3. +/- 1830 — Fundação da primeira fazenda privada: Fazenda Boa Vista: Inácio
Lopes de Magalhães — oficial do Forte.

4. 1843 — apenas duas Fazendas, com 5 ou 6 mil cabeças (relatórios oficiais da


Província.

ASCENDÊNCIA DO REBANHO BOVINO

A pecuária começou a surtir efeito em Roraima já no final do século XVIII. Lobo


D´Almada, depois de navegar por vários rios da bacia do vale do Rio Branco e sondar o
potencial do solo da região indicou e trouxe o gado como uma possibilidade de gerar
os ganhos econômicos esperados pela coroa portuguesa.

Com Seca no Nordeste e o “boom da borracha” na Amazônia, a partir de 1877,


Roraima ganha na exportação da carne bovina para essa região.

Os Índios, mesmo nesse contexto, continuavam sendo figuras importantes no processo


de ocupação do vale do rio Branco. Tornaram-se, inclusive, exímios vaqueiros.

FREGUESIA NOSSA SENHORA DO CARMO – O INÍCIO DE BOA VISTA

-Foi fundada no século XIX, em 1830 a fazenda Boa Vista, pelo capitão Inácio Lopes de
Magalhães, comandante do Forte São Joaquim.

[Data] 23
-Estabelecida na tentativa de se obter maior controle administrativo a fazenda torna-
se Freguesia Nossa Senhora do Carmo 1858.

- Neste período registra-se uma população


de aproximadamente 1000 indivíduos,
compondo-se basicamente de brancos,
Índios, mamelucos e dois europeus.

- Nesta fase as ações políticas para o rio


Branco estavam voltadas para demarcação
das áreas fronteiriças.

DE FREGUESIA NOSSA SENHORA DO CARMO PARA BOA VISTA

Em 09 de julho de 1890, o governador do Amazonas, Augusto Ximeno de Ville Roy


assinou o Decreto estadual de nº 49 que criou o Município de Boa Vista.

CAPITÃO Fábio Barreto Leite – 1890 dá posse às primeiras autoridades:

- Primeiro prefeito: João Capristano da Silva Mota – 25/07/1890

- Primeiros vereadores de Boa Vista: José Francisco Coelho e José Joaquim de Souza
Filho – 25/07/1890

RIO BRANCO A PARTIR DA PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA.

1. Município de Boa Vista do rio Branco –


1890.

1. Declínio da borracha no início do século


XX.

2. Caracaraí servia de posto de pousada


aos batelões fluviais de gado e mantimentos.

3. Boa Vista permaneceu por longo período como um povoado de pouca


expressividade no cenário regional.

[Data] 24
4. Essa realidade começou a mudar somente no final do século XIX, quando o Rio
Branco ganhou importância estratégica por causa do porto fluvial que
impulsionava as atividades econômicas locais.

OS PRIMEIROS PREFEITOS DE BOA VISTA

1. João Capistrano da Silva Mota, nasceu em 1837 na cidade de Capim no Estado


do Pará.

2. Integrando uma Comissão da Delegacia Fiscal do


Amazonas, encarregada de averiguar questões ligadas à
Fazenda São Marcos, às margens do rio Uraricoera, aportou
nesta terra em 1865, o sargento da Guarda Nacional João
Capistrano da Silva Mota.

3. No dia 09 de julho de 1890, João Capistrano da Silva Mota recebeu das mãos do
capitão Fábio Barreto Leite – emissário do Governador do Amazonas Augusto
Ximeno de Villeroy – o título de “Superintendente” -, tornando-se o primeiro
prefeito de Boa Vista

4. Aqui casou-se em segunda núpcias, com Josefa de Pinho Mota. Desse


casamento nasceram 12 filhos, entre eles: Rogério da Silva Mota, Manoel Mota
de Souza Cruz e Vitória Mota Cruz – hoje nome de uma escola no Bairro
Paraviana.

5. Ainda como militar, fundou a primeira escola e se constituiu seu primeiro


professor.

6. Ele ocupou todas as funções públicas a que um homem, à época, podia almejar:
de professor a promotor. De Juiz a Prefeito (quatro vezes).

7. Em todas essas funções desempenhou papel importante para a consolidação


política-administrativa da cidade de Boa Vista.

8. Alfredo Venâncio de Souza Cruz casou-se com com Francisca


Magalhães (filha de Inácio Lopes de Magalhães, ex-
comandante do Forte São Joaquim e fundador da Fazenda Boa
Vista.

O casal teve os filhos:

[Data] 25
1- Alfredo (casado com Isaura Magalhães);

2. Homero Cruz (casada com Áurea Mota de Oliveira);

3 - Salomão Matroniano de Souza Cruz (pai do Jacir Cruz, que é pai do Getúlio
Cruz, Salomão e Jacir Cruz);
4 - Moisés (casado com Djanira Brandão);
5 - Davi (casado com Maria Pereira-Doninha);
6 - Jesus Nazareno (casado com Dila Mota e, depois com a senhora Líris Mota-
dona Lili);
7 - e as filhas: Iaiá, Nila e Ruth de Souza Cruz Pinheiro (casada com Antonio
Pinheiro).

LISTA DE PREFEITOS DE BOA VISTA – 1890 A 1944

De 1890 a 1944 a cidade pertence ao Estado do Amazonas

11 de janeiro de
1 João Capistrano da Silva Mota 8 de abril de 1895
1890

12 de Fevereiro de
2 Alfredo Venâncio de Sousa Cruz 8 de abril de 1895
1899

12 de Fevereiro de 2 de agosto de
3 José Maria Medeiros
1899 1902

2 de agosto de
4 Joaquim Rodrigues Araújo 23 de julho de 1904
1902

5 Raimundo Nava Rodrigues 23 de julho de 1904 23 de julho de 1908

1° de janeiro de
6 Antônio Gomes Pereira Batista 23 de julho de 1908
1913

1° de janeiro de 1° de janeiro de
7 Raimundo Ferreira Catanhede
1913 1917

8
Bento Ferreira Marques 1° de janeiro de 1° de janeiro de

[Data] 26
Brasil, (Bento Brasil) 1917 1921

1° de janeiro de 11 de fevereiro de
9 João Capistrano da Silva Mota
1921 1922

11 de fevereiro de 17 de setembro de
10 José Joaquim de Sousa Júnior
1922 1924

17 de setembro de 30 de outubro de
11 Manuel Lopes de Magalhães
1924 1924

30 de outubro de 2 de dezembro de
12 Arthur José Araújo
1924 1924

2 de dezembro de 1° de janeiro de
13 Luís Gomes do Vale Quadros
1924 1926

1° de janeiro de 20 de outubro de
14 Vítor da Silva Mota
1926 1930

20 de outubro de 15 de novembro de
15 João Capistrano da Silva Mota
1930 1935

15 de novembro de 19 de Fevereiro de
16 João Santos
1935 1937

19 de Fevereiro de 22 de março de
17 Jaime Brasil
1937 1939

22 de março de 16 de dezembro de
18 Ataliba Barroso
1939 1941

16 de dezembro de 31 de janeiro de
19 João Alves de Sousa
1941 1942

31 de janeiro de
20 Sérgio Pessoa 26 de abril de 1942
1942

[Data] 27
6 de agosto de
21 João Capistrano da Silva Mota 26 de abril de 1942
1942

6 de agosto de 9 de setembro de
22 Manoel Correia
1942 1942

9 de setembro de 1° de janeiro de
23 Edson Marques de Araújo
1942 1943

1° de janeiro de 7 de setembro de
24 Aloísio Brasil
1943 1943

7 de setembro de 1° de janeiro de
25 Adolfo Brasil
1943 1944

1° de janeiro de 16 de março de
26 Júlio Bezerra
1944 1944

16 de março de 20 de junho de
27 Temístocles Henrique Trigueiro
1944 1944

FATORES DE CRESCIMENTO DA REGIÃO

PECUÁRIA:

Os latifúndios e a pecuária da região, dominados por poucos, contribuíram


para um estilo político muito semelhante ao que vimos na Idade Média, ou
seja, um mandonismo que gerava um estrato social em que o senhor do
latifúndio dominava a região bem como seus empregados. Observando o que
vem abaixo entenderemos melhor esse contexto.

FAZENDEIROS – TERRAS – ÍNDIOS

1. LEI DE TERRAS – 1850.

[Data] 28
Criada para legalizar a terra e retomar, por parte do governo imperial, as terras
devolutas (pertencentes ao Estado).

Dentro de um contexto nacional essa lei restringia o acesso do negro e o imigrante à


terra.

2. TERRAS DEVOLUTAS (PARA ESTADO). O RESULTADO É QUE:

Fazendeiros em Roraima consideravam as terras como desocupadas e não devolutas


mas desabitadas e por isso se apossavam das mesmas.

Índios perdiam suas terras para e se afastavam para lugares distantes ou para Guiana
Inglesa. Enquanto isso fazendeiros se apropriavam da terra e as transformavam em
fazendas, vilas e comunidades.

3. GADO EXIGINDO ESPAÇO. Observe o progresso:

- Final século XIX: 20 mil cabeças de gado e 4 mil cavalos.

- 1944: 140 mil cabeças de gado e 1000 fazendas.

DADOS ESTATÍSTICOS.

1. POPULAÇÃO DE BOA VISTA

Em 1917, conforme dados de Luciano Pereira, Boa Vista conta com uma população de
8 a 10 mil índios e 3 a 4 mil não-índios, sendo que na sede municipal contava com 500
habitantes. Estimava-se 250 mil cabeças de gado nesse período.

QUESTÃO DO PIRARA

1. O que foi a questão do Pirara:

[Data] 29
Foi um conflito diplomático entre Portugal (depois o Brasil) e Inglaterra iniciado no
início do século XIX e terminado em 1904, com cessão pelo Brasil de parte do território
disputado entre os dois países.

Envolvia a posse de territórios que hoje se situam entre o estado de Roraima e


a República Cooperativa da Guiana.

A questão foi além de combates e das invasões, envolveu a diplomacia


internacional, a advocacia e vários anos sem uma definição final.

Em 1904 foi concluída, que por parte dos ingleses, o roubo de uma importante
região brasileira: o Pirara.

O Brasil foi vítima da estratégia dos britânicos. Antes, usando a questão indígena
como desculpa para as ações militares contra a soberania territorial brasileira,
roubando 19.630 km² de estratégia território.

Pirara foi de todos os contenciosos fronteiriços em que o Brasil se envolveu o único


em que o país saiu em desvantagem.

Com a perda da área, o Brasil não só deixou de ter acesso à bacia do Essequibo,
através do Rupununi, como deu à então Guiana Inglesa (atual República Cooperativa
da Guiana) acesso à bacia Amazônica através dos seus afluentes Tacutu e Maú.

1. Como tudo começou?

INGLATERRA E FAMÍLIA REAL.

Em 1810 os ingleses subiram pela primeira vez o Essequibo. O Capitão D. P. Simon,


chefe da expedição, estava encarregado de pacificar tribos indígenas que estavam em
guerra.

1. O naturalista inglês John Hancock


e o Tenente-Coronel D. Van Sirtema,
acompanhavam Simon. Desejosos de
visitar o Forte de São Joquim,
endereçaram ao comandante uma carta
solicitando permissão, em 22 de janeiro de
1811, para a visita.

[Data] 30
2. Nomes importantes no PIRARA

3. Em junho de 1838, um missionário anglicano de nome Thomas Youd chegou


até a aldeia brasileira no Pirara e instalou-se um pouco mais acima, criando
uma missão religiosa entre os rios Pirara e Moneca, à margem esquerda do
Guatatá.

Atraiu para o local alguns ingleses, que se misturaram com os índios e com brancos
que ali já estavam instalados. Esse conglomerado recebeu o nome de Forte de Nova
Guiné.

Foi necessário que o Comandante do Forte São Joaquim, Capitão Ambrósio Aires,
acompanhado pelo Frei José dos Santos Inocente, cumprindo ordens do Presidente da
Província do Pará, General Soares de Andréia, fossem até a presença do audacioso
missionário e exigisse o mesmo deixar o território onde estava instalado, pois ali era
território brasileiro.

Youd deixou a região, mas levou consigo os índios já catequizados.

4. Robert Schomburgk – 1838 – 1839 – limites entre Guiana e Brasil

Em 1840, foi publicada em Londres a obra “Uma descrição da Guiana Britânica”, que
modificava a fronteira em prejuízo do Brasil.

Em 1842, uma expedição militar liderada por Schomburgk colocou marcos fronteiriços,
demarcando a fronteira sem a anuência do governo brasileiro.

O Mesmo escreve para Inglaterra com acusação de extermínio de índios pelos


brasileiros. Esse relatório ficou denominado como a “linha de Schomburgk”.

Na época, as relações diplomáticas entre o Brasil e a Inglaterra eram frágeis. –


TARIFA ALVES BRANCO ( essa tarifa tirava privilégios fiscais da Inglaterra no Brasil).

Em seguida, os ingleses fizeram nova investida, desta vez de fixação na Ilha Camaçari,
junto ao Pirara.

5. Reação do Brasil:

[Data] 31
6. O governo brasileiro protestou e a região foi, de comum acordo, declarada sub
nullius jurisdiccionis (sob jurisdição nula).

Sob o argumento britânico de o território ser ocupado por tribos independentes que
reclamavam a proteção inglesa,

O Brasil reconheceu provisoriamente a neutralidade da área em litígio e retirou seus


funcionários e o destacamento militar, com a condição de que as tribos continuassem
independentes.

7. Resultado da questão:

Sobre a questão do Pirara é registrado que


Joaquim Nabuco advogando a favor do
Brasil apresentou provas incontestáveis
que evidenciava o domínio brasileiro sobre
a região em disputa. Porém o Rei Vítor
Emannuel III deu causa favorável à
Inglaterra, sendo que o mesmo,
posteriormente, recebera da Inglaterra
terras na África.

A questão se prolongou até 1904 (Isso quer dizer que tudo isso já aconteceu
um pouco antes de 1904), quando, por fim, o Brasil aceitou o laudo arbitral do
rei Vitor Emanuel III, da Itália, que deu ganho de causa aos britânicos, perdendo
o Brasil. A Inglaterra recebe uma área de 19.630 km² e o Brasil 13.570 km².
Com a conquista, a Inglaterra obteve acesso às águas do Rio Amazonas pelos rios Ireng
e Tacutu.

8. Entretanto:

A questão do Pirara não sugere que através dessa questão tenha se definido toda a
fronteira que divide Brasil e Guiana Inglesa. Essa questão foi resolvida A
demarcação só foi realizada durante o governo de Getúlio Vargas, entre 1930 e
1938 por uma Comissão Mista Remarcadora de Limites, que de acordo com o
Tratado e Comissões assinados em Londres, em 22 de abril de 1926, foram iniciados
os trabalhos na confluência do rio Maú com o Tacutu.

Em 19 de janeiro de 1939 chegaram ao fim os trabalhos dessa Comissão que


construiu 132 marcos fronteiriços numa extensão de linha divisória de 964 km com
a Guyana.

[Data] 32
E AS QUESTÕES DE FRONTEIRA COM A VENEZUELA?

9. Barão de Parima (o demarcador de


fronteira).

1872 – Delinear a partir de Cerro Cupi,


serras Imeri, Tapirapecó, Pacaraima até
Monte Roraima

Êxito na missão – Xavier Lopes de Araújo (Barão de Parima).

1882 – Demarcando sozinho Parima estabeleceu os marcos divisórios partindo da serra


do Imerí (fronteira com Estado do Amazonas).

Notas diplomáticas favorável ao Brasil.

Já em 23 de agosto de 1973, em Caracas, ao ser assinada, a Ata da Quadragésima


Primeira Conferência da Comissão Mista Brasileiro-Venezuelana Demarcadora de
Limites mencionava que a linha divisória entre os dois países podia ser declarada como
legitimamente assinalada no terreno, representada em mapas e materializada ao longo
de seu desenvolvimento geral, percorrendo uma extensão de aproximadamente 2.199
quilômetros, orientada por 291 marcos.

[Data] 33
EXPEDIÇÕES CIENTÍFICAS - RECONHECIMENTO DO TERRITÓRIO

As expedições científicas tiveram como objetivo o reconhecimento do território. Para


isso várias instituições estiveram envolvidas e ativas nessa tarefa. Abaixo selecionamos
alguns desses personagens bem como os objetivos que os trouxeram à essa região.

- Gustav Wallis (1863) naturalista alemão que visitou a Serra Pacaraima e os rios
Branco, Tacutu e Parima.

Estava interessado principalmente na botânica e nos aspectos geográficos da região.

Entretanto, em uma carta enviada à Domingos Ferreira Penna, seu amigo de Belém,
ele também relatava algumas características básicas da economia regional e como os
índios estavam inseridos nela.

Textualmente, exaltava a exuberância dos campos naturais que guardavam numerosos


exemplares de animais bovinos.

- (1865/66) Expedição científica chefiada pelo naturalista Jean Louis Rodolphe Agassiz
(suiço naturalizado americano) e financiada por Nathaniel Thayer da Universidade de
Harvard (Estados Unidos).

Nos dois anos em que a expedição percorreu o Brasil, e em especial a Amazônia, um


pequeno grupo integrado por Newton Dexter (ornitólogo) e Talisman, foi designado a
realizar alguns levantamentos no rio Negro e no rio Branco. O material coletado foi
depositado no "Museum of Comparative Zoology" (Cambridge).

- João Barbosa Rodrigues (1871/74) naturalista brasileiro interessado em botânica,


etnografia e zoologia, foi incumbido pelo Governo Imperial de explorar várias bacias
hidrográficas secundárias das Províncias do Amazonas e do Pará.

Em uma destas excursões, Barbosa Rodrigues percorreu o rio Jatapu (na divisa de
Roraima com o Amazonas) identificando uma série de espécies vegetais, com especial
interesse por orquídeas e palmeiras.

- Ermano Stradelli (1888): Conde italiano que percorreu todo o rio Branco. Fez um
relato histórico, geográfico e socioeconômico da região e da situação em que ela se
encontrava naquele momento.

- Sebastião Diniz (1893): Fazendeiro do rio Branco e morador de Manaus, Diniz foi
incumbido pelo governo do Amazonas de fazer uma estrada ligando Manaus à Boa
Vista. A ligação terrestre serviria para abastecer de carne bovina a capital manauara.

[Data] 34
Mesmo completando a tarefa em 1895, Diniz remeteu uma carta ao governador do
estado (Amazonas), fazendo sérias críticas aos vultuosos gastos com tal obra que, no
final, não passava de uma trilha no meio da floresta sem nenhuma estrutura para
abrigar o gado ao longo do percurso.

Com razão, a estrada caiu no esquecimento 10 e os 816 marcos (1 por km)


desapareceram com o tempo.

-O. Thomas (1901) Zoólogo interessado em quirópteros (morcegos). Em expedição


pelo interior da Amazônia, percorreu os rios Branco e Mucajaí, apontando estas
localidades também como áreas de ocorrência de três novas espécies destes
mamíferos voadores na América do Sul.

- Ernest Ule, 1908/1909. Cientista alemão, Diretor do Jardim Botânico de Berlim, fizera
pesquisas nas serras Grandes, Mucajaí e Murupú, na região montanhosa circunjacente
ao monte Roraima, tendo coletado material para estudo botânico.

- M. P. Anderson (1912) Ornitólogo americano fez observações nos arredores de Boa


Vista, percorrendo também localidades próximas como as serras da Lua e Grande.
Além disto, visitou parte das regiões de montanhas, destacando-se a Serra do Sol.
Estava à serviço do Museu de Filadélfia.

- Carlos Chagas (1913). Fez parte da equipe de Oswaldo Cruz. Integrou a Comissão que
avaliou as condições médico-sanitárias das bacias dos rios Negro e Branco,
percorrendo este último até a altura de Vista Alegre, próximo de Caracaraí.
Constataram enorme incidência de doenças parasitárias, mas, a que chamou mais a
atenção foi a malária.

- Koch-Grunberg. Cientista alemão, realizou quatro explorações no rio Branco e na


bacia do Orinoco. Em princípios de 1911, viajou o rio Branco acima e penetrou o
Uraricoera. Em 1912, atingiu a embocadura do Aracasa. Subiu depois este rio,
seguindo a mesma rota de Schomburgk, 73 anos antes. Veio a falecer na expedição de
Rice em 1924, vitimado pela malária na região de Caracaraí.

- Wiilliam Curtis Farabee, em julho de 1913, deslocou-se do rio Branco acima até
alcançar Boa Vista, de onde partiu para vária explorações, dentre elas foi um a
tentativa de ultrapassar o limite sul do rio Uraricoera, ou seja, o Furo de Maracá,
tentativa essa da qual desistiu, devido às enormes dificuldades de navegação.

- Hamilton Rice, de agosto de 1924 a junho de 1925, geógrafo, promoveu sob seu
comando uma ampla expedição de caráter geográfico, antropológico, etnológico e
geológico, considerada a mais importante das realizadas na bacia do rio Branco, pelos
seus métodos e pelos resultados. Foi o primeiro a usar o avião nessa região, sobrevoar
e fotografar Boa Vista.

[Data] 35
A IGREJA E OS ÍNDIOS – IGREJA CATÓLICA

A Igreja Católica exerceu um papel fundamental na formação do Estado de


Roraima. Fundou escolas, promoveu a ação social, investiu na formação religiosas de
índios e não-índios. No início do século XX a Igreja se introduz na região enfrentando
uma estrutura política montada conforme os interesses dos coronéis locais.

As aldeias formadas tinham vários objetivos, todas, entretanto, eram para


facilitar a pregação do Evangelho.

ALDEIAS PARA FACILITAR A PREGAÇÃO DO EVANGELHO.

1. ALDEIA DE SERVIÇO REAL – SERVIÇO PARA O ESTADO.

2. ALDEIA DE REPARTIÇÃO – PARA “NÃO ÍNDIOS”.

3. ALDEIA PARA CATEQUISAR ÍNDIOS

CHOQUE CULTURAL

Não resta dúvida que a Igreja teria pela frente o desafio de lidar com hábitos e cultura
religiosa diferente daquela trazida da Europa. Como o exemplo abaixo:

EUROCENTRISMO (EUROPA COM SEUS PRINCÍPIOS SE POSTANDO COMO CENTO DO


MUNDO) X POLIGAMIA (prática comum entre índios).

Em 1907 o papa pio x separou a diocese do amazonas e entregou aos ordem


beneditina brasileira. Inicialmente aos cuidados do bispo dom geraldo van caloen).

1. BENEDITINOS E O MANDONISMO EM RR

Viram-se de pronto coagidos pelo grupo dominante, encabeçado pelo coronel Bento
Brasil, a abandonar a vila buscaram refúgio na Fazenda Capella, de propriedade do coronel
Paulo Saldanha, um expoente do grupo rival, junto à confluência dos rios Uraricoera e Tacutu,
na área em que planejavam instalar a missão.

Motivos da intriga:
Iº - devido à criação da nova prelazia do Rio Branco, em que se fizeram os beneditinos,
proprietários de uma fazenda de gado, até então pertencente ao patrimônio da Capela
de Nossa Senhora do Carmo e administrada pelo Coronel Bento Brasil.

IIº - esteve ligado a não realização de um batismo, cujos padrinhos pertenciam à


maçonaria local, membros da família de Bento Brasil.

IIIº - Bento Brasil fundou uma loja maçônica, intitulada “Paz e Progresso”.

A situação se resolve:

[Data] 36
Alojados assim, provisoriamente na Fazenda Capella, os beneditinos puderam valer-se, além
da acolhida, da vizinhança com a Fazenda Nacional São Marcos, o administrador, José Ricardo
Franco das Neves, aliado político do coronel Saldanha, lhes propiciaria também os primeiros

contatos com a população indígena .


Quem foi Bento Brasil, e por que não aceitava os beneditinos?

O Coronel Bento Brasil era filho de um Capitão que comandou o Forte São Joaquim em
1855.
Tornou-se, um dos maiores proprietários de terras no Vale do Rio Branco, como
também um rico comerciante.
Foi eleito como Deputado Estadual do Amazonas por quatro legislaturas,
representando o Município de Boa Vista, sua grande base eleitoral.
Bento Brasil, um dos grandes proprietários de terra do Rio Branco. Seus
Domínios compreendem a maior parte dos terrenos da Margem esquerda do Branco e
do Uraricoera, desde Boa Vista até a embocadura do rio Majarí.

2. BENEDITINOS E SUAS AÇÕES EM RORAIMA

DOM GERARDO VAN CALOEN, MONGE BENEDITINO.

1. Morou em Boa Vista do Rio Branco de 1914 a 1918.

2. Iniciou as obras de reconstrução da Igreja Matriz do Carmo.

3. Instalou a missão no meio dos Povos Indígenas no Surumú, a linha de telegrafo.

4. Fundou a Sociedade de melhoramentos do Rio Branco no Rio de Janeiro.

DOM PEDRO EGGERATH, MONGE BENEDITINO

1. Construiu a sede Prelazia, o hospital Nossa Senhora de Fátima

2. A Escola São José,

3. O mosteiro e o internato para jovens no Calungá,

4. A residência das Irmãs Beneditinas, hoje Casa João XXIII.

5. Também construiu a estrada Boa Vista – Caracaraí.

6. Trouxe para Boa Vista a primeira fábrica de carne enlatada e a energia elétrica.

[Data] 37
DOM LOURENÇO ZELLER, MONGE BENEDITINO

1. Mandou que os monges Beneditinos colhessem todo material etnográfico,


antropológico da vida dos índios do rio Branco.

- Em maio de 1948 os heróicos Monges Beneditinos entregaram a Prelazia aos


Missionários da Consolata de Turim.

ORDEM CONSOLATA

DOM JOSÉ NEPOTE FUS, MISSIONÁRIO DA CONSOLATA

1. Reabriu a missão do Surumú.

2. Construiu as igrejas de São Francisco, São Vicente, o novo Colégio São José, o
ginásio Euclides da Cunha, a oficina do Calungá e o novo hospital Nossa
Senhora de Fátima.

DOM SERVILIO CONTI, MISSIONÁRIO DA CONSOLATA

1. No seu ministério os missionários passaram a residir também em meio


aos Povos Indígenas, surgindo às missões de Normandia, Taiano, Serra
da Lua e Maturuca.
2. Iniciou a missão junto aos povos Yanomami em 1965.
3. No dia 01 de novembro de 1968 aconteceu o martírio do Pe João Calleri.
4. A Catedral Cristo Redentor foi inaugurada em 1972.

PE. JOÃO CALLERI, MISSIONÁRIO DA CONSOLATA

Foi morto no dia 1º de novembro de 1968, junto com outros oito companheiros,
duas mulheres e seis homens, durante uma missão de paz na terra dos índios Waimiri-
Atroari, na defesa de suas terras por ocasião da abertura da rodovia Transamazônica.

Seus restos mortais foram encontrados somente no dia 30 de novembro.

Durante muito tempo, os próprios nativos foram considerados como


responsáveis pela tragédia homicida.

Depois de 30 anos, o trabalho incansável de um irmão de congregação, Padre


Silvio Sabatini, demonstrou a verdade:

[Data] 38
O massacre tinha sido realizado não pelos nativos e sim pelos “brancos”
enviados dos poderosos locais e estrangeiros, exploradores das riquezas
minerais do solo amazônico.

Marco Bello reconstruiu a história em um artigo na revista Missões Consolata


de setembro de 2008.

FORMAÇÃO DO ESTADO DE RORAIMA

A história das instituições de Roraima começa pela Constituição de 1937 do


governo do presidente Getúlio Vargas. Ali já estava contida a perspectiva da criação
dos Territórios Federais (SILVA, 2007). A Contextualização política da época refletia,
entre os diversos problemas, a II Guerra Mundial e o Estado Novo.

- Melhores planos para as áreas fronteiriças da Amazônia.

- Esta perspectiva desenvolvimentista trazia no seu bojo o desejo da integração


nacional que compreendia o desafio da ocupação da Amazônia.

- O contexto da região revelava a falta de colonização, saneamento, crédito,


transporte e organização do trabalho.

- A solução encontrada pelo governo Vargas foi promover o desenvolvimento e


a integração nacional por meio da institucionalização dos Territórios Federais

- Assim e ainda sob os efeitos da Constituição de 1937, o Território Federal do


Rio Branco foi criado por meio do Decreto Presidencial nº 5.812 de 1943.

O primeiro governador do Território Federal do Rio Branco, Capitão Ene Garcez,


realizou uma concorrência de projetos para a implantação do Plano Urbanístico para
Boa Vista.

A licitação foi vencida pela empresa “Riobras Industrial Ltda”, em 21 de setembro


de 1944.

O plano urbanístico de Boa Vista tinha um significado para o Brasil. Não se tratava
apenas de uma obra de urbanismo, mas de um projeto construído no fim de uma
guerra mundial.

O engenheiro Darcy Aleixo Derenusson explicou o que significava as vias radiais se


entrecruzando com longas e largas avenidas circunscritas de inspiração francesa.

[Data] 39
Boa Vista, foi a primeira capital do embrião do Estado. A capital do Território
Federal do Rio Branco foi desmembrada do município de Moura do vizinho estado do
Amazonas

Na esteira do processo histórico das instituições de Roraima, a segunda instituição


a ser constituída foi a criação do município de Caracaraí em 1955.

A “cidade porto” como ficou conhecida era o entreposto das embarcações que
vinham de Manaus para Boa Vista do Rio Branco.

As características sociais, econômicos e políticas do local eram seminais.

Do ponto de vista da população, o que predominava eram índios e poucos não-


índios, entre estes haviam fazendeiros, poucos comerciantes e trabalhadores da igreja
católica.

Politicamente não havia qualquer vestígio de organização a não ser pela figura do
governador, nomeado poder central.

O presidente da república do Brasil era quem nomeava os governadores do


Território

A população local tinha o direito de eleger, pelo voto direto, um deputado federal
que iria representar os interesses do Território na Câmara Federal.

Os territórios recém-criados pelo governo central eram de responsabilidade das


forças armadas

No caso do Território Federal do Rio Branco era de responsabilidade da


Aeronáutica. Oliveira (2003) afirma que a criação do Território Federal do Rio Branco
foi o passo inicial no estabelecimento do poder central em cristalizar a mentalidade de
embranquecer o índio e ocupar os espaços

E, em 1946, o Território Federal elegeu o seu primeiro deputado federal o


comerciante Antonio Augusto Martins

De 1943 a 1964, Roraima teve 15 governadores titulares, entre militares, que eram
a maioria, e civis. Vitorino Freire, senador do Maranhão, indicou indiretamente 10
desses governadores. Cada governador, no entanto ficou pouco tempo (em média,
dezesseis meses). Assim sendo, de 1943 a 1964, o Território Federal de Roraima não
alcançou o desenvolvimento esperado pelo governo federal. De 1964 a 1985, durante
a Ditadura Militar do Brasil, em um período de vinte e um anos, Roraima teve 8
governadores que administraram com poderes militares. De 1985 a 1990, após o
Governo Militar, a redemocratização do Brasil e a eleição direta de Tancredo
Neves para a Presidência da República, o Território Federal de Roraima possuiu
novamente governadores indicados por outros políticos e influentes

[Data] 40
DETALHE DURANTE GOVERNO JANGO (1961-1964)

A mudança do nome Território Federal “do Rio Branco” para Território Federal “de
Roraima”, ocorreu por meio da Lei Federal nº 4.182, de 13 de dezembro de 1962, de
autoria do deputado federal Valério Caldas de Magalhães. O nome Rio Branco era
também o da capital do Território Federal do Acre, o que trazia além de confusões, o
extravio das correspondências.

GOVERNO GETÚLIO VARGAS NOVAMENTE

3. Uma das estratégias utilizadas pelo governo central para o desenvolvimento da


Amazônia foi a promulgação da lei Complementar no 1.806 de 1953.

4. Esta Lei consistiu em a instituição da Superintendência Executiva do Plano de


Valorização da Amazônia (SPVEA).

5. O projeto de destaque da SPVEA foi a rodovia Belém-Brasília em 1960 que


ligava a Amazônia ao centro do país.

PLANO QUINQUENAL DE TRABALHO PARA O TERRITÓRIO

Aprovado pelo governo federal em 24 de julho de 1945 com o nome: DIVISÃO DE


PRODUÇÃO, TERRAS E COLONIZAÇÃO – DPTC.

OBJETIVOS DO DPTC

1. Realizar pesquisas e levantamento sobre os recursos do território.

2. Orientar e fomentar as atividades produtivas do território sob qualquer de suas


formas pelo auxílio técnico e material às iniciativas privadas.

3. Promover o aproveitamento industrial das matérias primas locais com objetivo


de atender o consumo dos manufaturados no território.

1. Realizar estudos e cadastrar as terras do território e examinar questões


relativas à posse, concessão, arrendamento e aforamento das terras;

[Data] 41
2. Promover a colonização de território organizando e mantendo núcleos
coloniais e colônias agrícolas

3. Executar outras medidas que tenham por objetivo o aproveitamento racional


dos recursos animais, vegetais e minerais existentes

4. Melhor utilização das terras disponíveis através de uma política de colonização


adequada.

RESULTADOS DA POLÍTICA IMPLANTADA

1. Início da montagem de um parque aviário.

2. Serviço de combate à saúva.

3. Assistência técnica aos agricultores.

4. Instalação de uma máquina de beneficiamento de arroz.

5. Cooperação com a carteira de crédito agrícola e industrial do Banco do Brasil.

PRIMEIROS GOVERNADORES DO TERRITÓRIO (GOVERNOS BIÔNICOS)

Início do Fim do
Nº Nome Imagem Observações
mandato mandato

22 de Governador nomeado pelo


Ene Garcez dos 17 de abril
1 fevereiro de Presidente da República
Reis de 1944
1946 (Governador Biônico).

Governador nomeado pelo


22 de
Félix Valois de 28 de maio Presidente da
2 fevereiro de
Araújo de 1947 República (Governador
1946
Biônico).'

Clóvis Nova da 28 de maio 3 de março Governador nomeado pelo


3
Costa de 1947 de 1949 Presidente da
República (Governador

[Data] 42
Biônico).'

Governador nomeado pelo


23 de
Miguel Ximenes 3 de março Presidente da
4 fevereiro de
de Melo de 1949 República (Governador
1951
Biônico).'

Governador nomeado pelo


23 de
6 de outubro Presidente da
5 Jerocílio Gueiros fevereiro de
de 1951 República (Governador
1951
Biônico).'

Governador nomeado pelo


Belarmino Neves 6 de outubro 16 de junho Presidente da
6
Galvão de 1951 de 1952 República (Governador
Biônico).'

Governador nomeado pelo


Aquilino Mota 16 de junho 15 de julho Presidente da
7
Duarte de 1952 de 1953 República (Governador
Biônico).'

Governador nomeado pelo


26 de
José Luís de 15 de julho Presidente da
8 janeiro de
Araújo Neto de 1953 República (Governador
1955
Biônico).'

Governador nomeado pelo


26 de
Auriz Coelho e 13 de junho Presidente da
9 janeiro de
Silva de 1955 República (Governador
1955
Biônico).'

Governador nomeado pelo


23 de
Adelmar Soares 13 de junho Presidente da
10 novembro
da Rocha de 1955 República (Governador
de 1955
Biônico).'

23 de 29 de
José Maria Governador nomeado pelo
11 novembro janeiro de
Barbosa Presidente da
de 1955 1959
República (Governador

[Data] 43
Biônico).'

Governador nomeado pelo


29 de
Hélio Magalhães 2 de março Presidente da
12 janeiro de
de Araújo de 1961 República (Governador
1959
Biônico).'

Governador nomeado pelo


2 de
Djacir Cavalcanti 2 de março Presidente da
13 setembro de
de Arruda de 1961 República (Governador
1961
Biônico).'

Governador nomeado pelo


2 de 30 de
Clóvis Nova da Presidente da
14 setembro de janeiro de
Costa República (Governador
1961 1963
Biônico).'

Francisco de Governador nomeado pelo


30 de
Assis 13 de junho Presidente da
15 janeiro de
Albuquerque de 1964 República (Governador
1963
Peixoto Biônico).'

Governador nomeado pelo


Dilermano da 13 de junho 10 de abril Presidente da
16
Cunha Rocha de 1964 de 1967 República (Governador
Biônico).'

Governador nomeado pelo


Hélio da Costa 10 de abril 28 de março Presidente da
17
Campos de 1967 de 1969 República (Governador
Biônico).'

Governador nomeado pelo


Walmor Leal 28 de março 12 de março Presidente da
18
Dalcin de 1969 de 1970 República (Governador
Biônico).'

Hélio da Costa 12 de março 3 de abril de Governador nomeado pelo


19
Campos de 1970 1974 Presidente da
República (Governador

[Data] 44
Biônico).'

Governador nomeado pelo


Fernando Ramos 3 de abril de 2 de abril de Presidente da
20
Pereira 1974 1979 República (Governador
Biônico).

Governador nomeado pelo


Ottomar de 2 de abril de 7 de abril de Presidente da
21 ARENA
Sousa Pinto 1979 1983 República (Governador
Biônico).

Governador nomeado pelo


Vicente de 19 de
7 de abril de Presidente da
22 Magalhães PDS dezembro
1983 República (Governador
Morais de 1983
Biônico).'

Governador nomeado pelo


19 de
Arídio Martins de 26 de junho Presidente da
23 PDS dezembro
Magalhães de 1985 República (Governador
de 1983
Biônico).'

Governador nomeado pelo


14 de
Getúlio Alberto 26 de junho Presidente da
24 PMDB outubro de
de Sousa Cruz de 1985 República (Governador
1987
Biônico).

Governador nomeado pelo


14 de 15 de
Roberto Pinheiro Presidente da
25 PMDB outubro de setembro de
Klein República (Governador
1987 1988
Biônico).

AÇÕES GOVERNAMENTAIS EM DESTAQUE

1. Capitão Ene Garcez

Ao chegar a Boa Vista, o capitão Ene Garcez se instalou na Prelazia35 , o único prédio
da cidade capaz de sediar o governo naquele período, devido a um pedido dos
coronéis, Adolfo Brasil e Homero Cruz, figuras influentes da época, e politicamente em

[Data] 45
lados opostos. Mas que neste momento se uniram com esse intuito, considerando este
ser o único local possível na época para abrigar o governo .

Logo em seguida, o então Governador Ene Garcez, busca organizar


administrativamente o seu governo através do Decreto de nº 1, de 21 de novembro de
1944. (Diário Oficial, Novembro de 1944). Nesse Decreto foram instituídos os seguintes
Departamentos:

I- Departamento do Serviço Público (DSP)

II- Divisão de Saúde

III- Divisão de Instrução

IV- Divisão de Assistência e Proteção a Infância e Juventude – DAPIJ

V- Divisão de Produção – DP

VI- Divisão de Obras e Serviços Industriais – DOSI

VII- Divisão de Segurança e Guarda Territorial – DSGT37 .

A criação do Território Federal do Rio Branco (1943), depois mudado o nome para
Roraima (1962), fomentou o processo de migração, pois era necessário “ocupar” as
novas áreas com projetos de assentamentos e colonização, dentre projeto do
engenheiro agrônomo Valério Magalhães, roraimense, formado na Escola de
Agronomia de Manaus, que ao assumir a Divisão de Produção Terras e Colonização
(DPTC), e depois a Secretaria Geral do Território, iniciou o maior programa de
colonização até então conhecido na região. Este programa, executado entre 1951 e
1952, servia de diretriz para as políticas de migrações formadoras das primeiras
colônias agrícolas no então Território Federal do Rio Branco como ressalta Barbosa
(1958), “As colônias agrícolas de Fernando Costa, Braz de Aguiar e Coronel Mota,
abrigam atualmente, 219 famílias, com população de 1.258 habitantes, apresentando
neste exercício, considerável rendimento de trabalho, que em alguns gêneros,
ultrapassou de cem por cento a produção de 1957, além das novas lavouras surgidas”

1. Clóvis Nova da Costa – 1947 a 1949-LEGIÃO AZUL – desmatamento e


construção da estrada Boa Vista a Caracarai -Grave acidente no dia da
inauguração.

Belarmino Neves Galvão – 1951 a 1952- Para a Secretaria Geral do território assumiu
Valério Magalhães que estabeleceu um programa de colonização voltado para o
Estado do Maranhão.

Concedia os seguintes direitos:

[Data] 46
1. Passagem do Maranhão à Boa Vista

2. Hospedagem em Boa Vista (período de adaptação)

3. 25 hectares de terras para os colonos

4. Ferramentas agrícolas (facão, foice etc)

5. Mosquiteiros e utensílios domésticos

6. Remédios e enfermeiro próximo

7. Assistência de agrônomos e veterinários

8. Assistência médica quinzenal

9. Mudas e transporte para produção

ASSENTAMENTO HUMANO ORGANIZADO

Criação de Colônias agrícolas:

1. Fernando Costa (1947-1949) – Mucajai;


2. Brás de Aguiar (1950) – Cantá;
3. Coronel Mota (1950) – Taiano, foi uma tentativa de assentamento de migrantes
Japoneses, nos moldes de Tomé-Açu no Pará;
4. Santa Maria do Boiaçu (1955) – Por falta de infraestrutura esta iniciativa não
deu certo.

GOVERNO MILITAR – 1964 – 1985

Em 1964, os militares assumem o governo brasileiro por meio de um golpe,


após a deposição do presidente João Goulart, o Jango. Essa troca de comando trouxe
mudanças significativas para o então Território Federal de Roraima, que recebeu essa
nova nomenclatura em 1962, devido a um problema de correspondências que ocorria
pela duplicidade de nomes do Território Federal do Rio Branco, com a capital do Acre.
autor do projeto que mudava o nome do Estado foi o deputado federal Valério Caldas
de Magalhães.. Com o governo militar, o Ministério do Interior ficou responsável pela
nomeação dos Governadores dos territórios. Sendo que, no Território Federal de
Roraima a força militar vai ser representada pela aeronáutica através de seus coronéis,
majores e brigadeiros.

Constavam nos propósitos dessas políticas a criação de órgãos públicos como o


Cidade Universitária da Universidade Federal do Maranhão.

1. INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária –

[Data] 47
2. SUDAM Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia conforme Lei
5.173 de 1966, em substituição a SPVEA,

3. Banco da Amazônia.

4. Zona Franca de Manaus em 1967.

5. Por outro lado, assim como foram criados órgãos, também foram extintos
outros como o Serviço de Proteção ao Índio – SPI em 1968.

6. Governado por militares (principalmente da aeronáutica).

7. Construção da BR-174 (concluída em 1998 no governo FHC) e 401 e parte da BR


210.

8. Contribui para o surgimento de vários núcleos agrícolas – surgimento de


estradas vicinais.

9. Em 05 de outubro de 1988, foi criado o Estado de Roraima, com a promulgação


da Constituição Federal.

10. O artigo 14 do Ato das Disposições Transitórias da Constituição Brasileira


determinou que o antigo Território Federal de Roraima tornasse Estado.

PRIMEIROS DADOS OFICIAIS DA POLÍTICA DE OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO

1. 1950 – 18116 hab e 1960 28.304 hab;


2. Crescimento médio anual 5,49% e 4,65%.
3. Para o decênio de 1940/50 e 1950/60, os números obtidos para toda
região Norte foram 139,7% e 39,2% respectivamente.
4. O responsável por esse significativo número de migrantes para essa
direção foi a pressão fundiária no Nordeste e a facilidade de obtenção
de terras por incentivo do governo local.
5. Segundo Imbrózio “O incremento no tráfego fluvial e os primeiros
deslocamentos aéreos nesta região também permitiram que o vale do
rio Branco começasse a sair gradualmente de seu isolamento diante do
restante do Brasil”.

A SITUAÇÃO INDÍGENA NO SÉCULO XX

1. Índio X Gado (final séc. XIX).

2. Terra com gado tem dono.

[Data] 48
3. Terra sem gado sem dono (desconsidera a presença indígena).

4. Desencanto com índio se repete em políticas públicas e garimpo.

Como se deu a relação de fazendeiros e índios (início do século XX)?

1. Violência e extermínio de etnias.

2. Clientelismo.

3. Compadrio e alianças (casamento de não-índios com índias).

4. Crianças indígenas foram criadas nas fazendas.

O Serviço de Proteção ao Índio (SPI) se instala no Rio Branco em 1915.

1. Atividades exercidas diretamente em favor dos povos indígenas da região:

2. Escolas, criadas com a função de alfabetizar as crianças indígenas e de ministrar


cursos de seleiro, ferreiro, carpinteiro e marceneiro, sendo a primeira escola
fundada em 1919.

3. Esta era considerada, pelos agentes do órgão, como muito importante para
adaptar os indígenas aos costumes dos civilizados

4. Tinham por finalidade disseminar a instrução entre as inúmeras tribos


semicivilizadas que povoam o interior para torná-los úteis ao engrandecimento
da Pátria e ao bem da família. (CIDR - Centro de Informação Diocese de
Roraima).

Quanto à clientela dos cursos, diz o relatório do SPI de 1923:

São frequentados com grande proveito pelos filhos de índios, que constituem a massa
de trabalhadores e de campeiros de gado de toda a região de Alto Rio Branco.

Em essência, podemos dizer que ambas as agências indigenistas visavam a


um mesmo objetivo:

[Data] 49
Transformar os indígenas em homens “civilizados”, o que implicava distanciá-los de
sua cultura de origem, para que, desta forma, pudessem ser úteis à sociedade que
deveriam integrar.

ÍNDIO NA DÉCADA DE 1970

No Jornal Boa Vista, propriedade do Governo do Território Federal de Roraima,


semanário praticamente exclusivo da década de 1970, percebemos um silêncio quase
total quanto à presença dos povos indígenas nesse período.

Configuração socioeconômica que começou a se desenhar na ocupação efetiva de


Roraima era de uma sociedade caracterizada pela grande propriedade.

1. Voltada quase exclusivamente para a pecuária, tendo como principal grupo


social formador os nordestinos e seus descendentes.

2. Sendo os índios tidos como preguiçosos e primitivos sua utilidade na


conjuntura econômica torna-se desprestigiada.

Estatuto do Índio

1. O Estatuto do Índio é o nome pelo qual ficou conhecida a lei brasileira de


número 6 001, que dispõe sobre as relações do estado e da sociedade com
os povos indígenas.

2. Essa lei entrou em vigor em 1973. O Estatuto do Índio segue o mesmo conceito
do Código Civil Brasileiro de 1916 e considera os povos indígenas como
"relativamente capazes", sendo tutelados por um órgão estatal. Atualmente,
cabe à Fundação Nacional do Índio a tutela estatal.

3. Em seu primeiro artigo, a lei estabelece que seu objetivo é "integrar os índios à
sociedade brasileira, assimilando-os de forma harmoniosa e progressiva".

MEDIDAS TOMADAS EM RELAÇÃO AO ESTATUTO

[Data] 50
1. Ainda em 1973, uma nota falava do desejo da Fundação Nacional do Índio -
FUNAI em instalar agrovilas para grupos tribais que já se encontravam,
conforme a nota, integrados à sociedade nacional.

2. De acordo com o projeto, cada família receberia um lote de 50 hectares,


chegando a prever o General Oscar Jerônimo Bandeira de Mello, presidente do
órgão, que, se houvesse sucesso, a experiência seria estendida a outras partes
do país. (JORNAL BOA VISTA, 27/10/1973, 8).

Há algum mal nessa política?

1. A cultura indígena sofre alterações. A estrutura coletiva passa a ser um bem


privado.

2. O “forasteiro” se apossa da terra determinando a forma em que o antigo dono


deve viver.

3. O “forasteiro” estabelece projetos alheios à vontade e cultura do índio.

EXEMPLO:

Macuxi e os Wapixana, a cultura desses dois povos:

1. Houve mudança no formato de suas habitações;

2. Incorporou-se o uso de roupas não indígenas;

3. A língua materna em grande escala foi esquecida;

4. Passou-se a consumir produtos que lhes eram estranhos levando-os a


participar, de alguma forma, do mercado local.

DETALHES ENTRE IGREJA E ÍNDIOS

[Data] 51
Apoiando as populações indígenas e rompendo com as elites locais na década
de 1970, surgiu uma nova base missionária, na Diocese de Roraima passou a
interessar-se pelos problemas enfrentados pela população indígena, especialmente,
pela demarcação das suas terras, acenando com projetos econômicos e políticos de
auto sustentação para esses povos. (Prof. Jaci Guilherme Vieira).

A DEMARCAÇÃO DA TERRA INDÍGENA RAPOSA-SERRA DO SOL

Embora administrativamente concluída desde 2005, com a edição do decreto


presidencial pertinente, uma operação policial para a retirada de arrozeiros ocupantes
de parte da área foi objeto de reação violenta e acabou suspensa por decisão liminar
do STF, em abril de 2008.

Manifestações favoráveis e contrárias à demarcação se sucederam, com farta


cobertura da imprensa.

A área Raposa Serra do Sol foi formalmente identificada pela Funai em 1993,
com a publicação no Diário Oficial da União (DOU) do seu memorial descritivo com as
coordenadas geográficas do perímetro proposto para demarcação, que privilegiou
limites naturais e excluiu a cidade de Normandia e as terras no seu entorno.

Foi demarcada pelo Ministério da Justiça, através da Portaria Nº 820/98,


posteriormente modificada pela Portaria 534/2005. A demarcação foi homologada por
decreto de 15 de abril de 2005, da Presidência da República.

Em junho de 2007, o Supremo Tribunal Federal determinou a desocupação da


reserva. Em março de 2008, o Procurador Geral da República Antonio Fernando Souza
recomendou ao presidente e ao ministro da Justiça a desintrusão das terras. Ao final
daquele mês, a Polícia Federal iniciou a chamada Operação Upatakon III.

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) vem


indenizando e reassentando a população não indígena desde então.

O problema são aqueles fazendeiros que ocupam áreas da TIRSS com base em
títulos de propriedade reconhecidos pelo Estado Brasileiro e aqueles que passaram a
ocupar a área de má-fé, na década de 1990.

ATIVIDADE MINERADOURA (GARIMPO)

[Data] 52
1. De 1987 a 1991 foram cento e oito pistas clandestinas construídas na região
dos Ianomâmi, por este motivo Roraima possui as águas poluídas.

2. O garimpo foi, para a região, provavelmente, o mais poderoso atrativo


populacional e econômico de sua história, ao passo que foi, sem sombra de
dúvidas, o mais destrutivo e nocivo ao meio-ambiente entre todos os demais.

Regiões de exploração:

1. Serra do Tepequém.

2. Serra do Maturuca.

3. Serra Verde.

4. Vale do rio Cotingo.

5. Vale do rio Quinô.

6. Igarapé do Suapi.

7. Igarapé do Sapão.

8. Vale do rio Mau.

9. Água Fria.

ALGUNS NOMES:

SEVERINO MINEIRO (Severino Pereira da Silva)

1. Local: Cotingo e Maú.

2. Década de 1930.

3. Explorou ouro em galerias.

4. Responsável pela integridade da fronteira com Guiana Inglesa.

5. Casou-se com índia Macuxi e teve doze filhos.

ADOLPHO BRASIL E ALOÍSIO BRASIL

LOCAL: Tepequém.

[Data] 53
- Explorou diamante a partir de 1937.

- A exploração mineral em Tepequém contribuiu para expansão da pecuária em


Roraima e crescimento do comércio em Boa Vista.

OUTROS DESTAQUES:

Local e nome envolvidos:

1. Suapí (serras de Pacaraima) – João da Costa Padilha que vendeu para Levindo
Oliveira.

2. Capim (margens dos rios Maú e Cotingo) – Luís Oliveira.

3. Criou-se em função disso uma função empresarial O DIAMANTÁRIO (José


ferreira e Monchâo).

4. E foi em meados de 1980 que este mais foi explorado — de forma


descontrolada e não-sustentável.

5. Trazendo aos estados dezenas de milhares de imigrantes vindos sobretudo do


Nordeste brasileiro, mas também de estados vizinhos, do Sul e de outros
países.

6. O garimpo era feito com máquinas, o que agilizava o trabalho — e a destruição.

7. Um exemplo do poder destrutivo da garimpagem feita com máquinas é a serra


do Tepequém — no município de Amajari, onde há um espaço num rio
denominado "funil" por ser este o seu formato, adquirido como conseqüência
das explosões realizadas pelos garimpeiros em busca de ouro, diamante e
outras pedras preciosas.

Para Diniz e Santos:

A descoberta de ouro e diamantes na porção setentrional de Roraima, em


meados dos anos 1980, trouxe milhares de garimpeiros ao Estado.

Estima-se que mais de 40.000 indivíduos estiveram envolvidos diretamente


nesta empreitada, entre 1987 e 1991, sem contar aqueles que se envolveram
indiretamente com o garimpo, trabalhando em atividades de apoio.

[Data] 54
Devido à intensa atividade mineira, a população de Roraima cresceu a uma
média de 10,64% ao ano na década de 1980, praticamente triplicando as suas
cifras.

Este maior crescimento teve como principal contribuinte os fluxos migratórios


destinados a ambientes rurais, o que proporcionou uma taxa de crescimento
de 9,7%, em contraposição ao ínfimo valor. (2006, p. 2).

(...) apesar da natureza rural dos atrativos populacionais do Estado (garimpo e


assentamentos agrícolas), Roraima é um Estado eminentemente urbano.

A sua urbanização, que vem acontecendo desde 1940, intensificou-se nas


últimas décadas, culminando com 76,15% da população vivendo em ambientes
urbanos no ano de 2000. (2006, p. 3).

Levando em consideração esses dados, no momento em que o garimpo foi


proibido no estado, a população (trabalhadores) que em sua maioria eram
jovens entre 24 e 35 anos, se deslocaram para as áreas urbanas do estado ou
foram em busca de outras áreas fora de Roraima.

Muitos hoje são taxistas, servidores públicos e/ou empresários na capital, onde
tiveram que se adaptar sem poder mais realizar a extração mineral (DINIZ;
SILVA. 2006).

Em 1980 a população de Boa Vista possuía aproximadamente 44 mil


habitantes. No final de 1991, como capital do novo Estado, o número
aproximado de habitantes passou para 123 mil. Esse salto de 300% mostra a
explosão populacional.

Na Boa Vista atual, o traçado previsto no plano urbanístico representa cerca de


10% da extensão total da cidade. A cidade cresceu sem respeitar o plano
urbanístico, principalmente na zona Oeste, onde se encontram os bairros mais
afastados do Centro, onde está a área planejada. Mas isso não tirou a beleza da
cidade, que é arborizada, com ruas e avenidas largas, além de meio-fios com
serviço de jardinagem.

OBSERVE A LISTA DE PREFEITOS DE BOA VISTA A PARTIR DE 1944

[Data] 55
De 1944 a 1988 a cidade pertence aos extintos Território Federal do Rio Branco

Mário Homem de 20 de junho 17 de março


28
Mello de 1944 de 1945

22 de
Cândido Pena da 17 de março
29 fevereiro de
Rocha de 1945
1946

22 de
Pandiá Batista 28 de maio
30 fevereiro de
Pires de 1947
1946

Antônio Augusto 28 de maio 3 de março


31
Martins de 1947 de 1949

23 de
Joaquim Pinto 3 de março
32 fevereiro de
Souto Maior de 1949
1951

23 de
6 de outubro
33 Mozart Cavalcanti fevereiro de
de 1951
1951

Aristóteles de 6 de outubro 16 de junho


34
Lima Carneiro de 1951 de 1952

Estácio Pereira de 16 de junho 15 de junho


35
Melo de 1952 de 1953

15 de junho 26 de janeiro
36 Carlos Palma Lima
de 1953 de 1955

24 de
Orlando Mota de 26 de janeiro
37 novembro de
Oliveira de 1955
1955

Aquilino da Mota 28 de janeiro


38 24 de
Duarte de 1959
novembro de

[Data] 56
1955

28 de janeiro 2 de março
39 Newton Tavares
de 1959 de 1961

2 de
Bernardino Dias 2 de março
40 setembro de
de Sousa Cruz de 1961
1961

2 de
Francisco de Assis 30 de janeiro
41 setembro de
Andrade de 1963
1961

Raimundo 30 de janeiro 13 de junho


42
Marques de 1963 de 1964

13 de junho 10 de abril de
43 Olavo Brasil
de 1964 1967

10 de abril de 28 de março
44 Armênio Santos ARENA
1967 de 1969

28 de março 3 de abril de
45 Mozart Cavalcanti ARENA
de 1969 1972

18 de
Antônio Maciel da 3 de abril de
46 ARENA setembro de
Silveira 1972
1972

18 de
Francisco 1° de janeiro
47 ARENA setembro de
Zangerolame de 1973
1972

Aristóteles de 1° de janeiro 15 de março


48 ARENA
Lima Carneiro de 1973 de 1973

João de Assis 15 de março 28 de julho


49 ARENA
Aragão de 1973 de 1973

[Data] 57
10 de
João Danilo Souto 28 de julho
50 ARENA outubro de
Maior Nogueira de 1973
1973

10 de
Major Rufino 3 de abril de
51 ARENA outubro de
Carneiro 1974
1973

3 de abril de 15 de março
52 Júlio Martins ARENA
1974 de 1978

Luís Aimberê 15 de março 2 de abril de


53 ARENA
Soares de Freitas de 1978 1979

João Danilo Souto 2 de abril de 14 de maio


54 PDS
Maior Nogueira 1979 de 1981

Coronel Rodolfo 14 de maio 15 de março


55 PDS
Hissa Abrahim de 1981 de 1982

Major Alcides
15 de março 15 de março
56 Rodrigues dos PDS
de 1982 de 1983
Santos

Brigadeiro Miguel 15 de março 30 de abril de


57 PDS
Guerra Balvé de 1983 1983

João Danilo Souto 30 de abril de 16 de maio


58 PDS
Maior Nogueira 1983 de 1983

José Hamilton 16 de maio 10 de julho


59 PDS
Gondim de 1983 de 1983

Luís Renato 10 de julho 11 de agosto


60 PDS
Maciel de Melo de 1983 de 1984

11 de agosto 1º de janeiro
61 Almir Queirós PMDB
de 1984 de 1986

[Data] 58
Prefeito eleito
Sílvio de Castro 1º de janeiro 9 de outubro
62 PMDB assassinado durante o
Leite de 1986 de 1987
mandato

10 de 15 de
Vice-prefeito eleito no
63 Robério Araújo PFL outubro de setembro de
cargo de prefeito
1987 1988

15 de Presidente da Câmara
José Maria Gomes 1° de janeiro
63 PFL setembro de Municipal no cargo de
Carneiro de 1989
1988 prefeito

A partir de 1988 a cidade é a capital do Estado do Roraima, criado pela Constituição


Federal de 1988

31 de
1° de janeiro
64 Barac Bento PFL dezembro de Prefeito eleito
de 1989
1992

31 de
1º de janeiro
65 Teresa Surita PSDB dezembro de Prefeita eleita
de 1993
1996

31 de
1º de janeiro
66 Ottomar Pinto PTB dezembro de Prefeito eleito
de 1997
2000

31 de
1º de janeiro
PSDB dezembro de Prefeita eleita
de 2001
2004
67 Teresa Surita

1º de janeiro 31 de março Prefeita reeleita


PPS
de 2005 de 2006 renunciou o cargo

31 de
1º de abril de Vice-prefeito eleito no
dezembro de
2006 cargo de prefeito
2008
68 Iradilson Sampaio PSB
31 de
1º de janeiro
dezembro de Prefeito reeleito
de 2009
2012

[Data] 59
31 de
1º de janeiro
dezembro de Prefeita eleita
de 2013
2016
69 Teresa Surita [3] PMDB

1º de janeiro
Atual Prefeita reeleita
de 2017

O ESTADO DE RORAIMA

Elevação a Estado

Com a Constituição Promulgada em 5 de outubro de 1988, o Território Federal de


Roraima deixou o estatuto de Território Federal e transformou-se em estado-membro
da Federação. A posse do primeiro governador ocorreu em 1 de janeiro de 1991. O
primeiro Governador, eleito, do Estado de Roraima foi Ottomar de Souza Pinto,
governando de 1º de janeiro de 1991 a 31 de dezembro de 1994.

LISTA DE GOVERNADORES

Governa Início Fim


dor Vice-
Elei do do Partido Cargo público
№ (Nascimento Retrato governa

to mand mand político anterior
dor
Falecimento) ato ato

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Movimen
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2 Ruben — vago
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[Data] 60
(1942–) 3]
de 1991 to
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Brasileiro
(PMDB)

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2007) 1991 1995
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(1931– de de Brasileiro
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(1953–) 2015 (PP)

TURISMO EM RORAIMA

Roraima é de uma riqueza turística imensa. No extremo norte do Brasil,


banhado pelas águas do Rio Branco, a capital do estado de Roraima é a porta de
entrada dos viajantes ávidos por natureza, pelo belo e inexplorado. Os turistas
estrangeiros já descobriram a riqueza da região e lotam os hotéis, dos mais simples aos
mais luxuosos da selva amazônica. Na rota 174, que atravessa Boa Vista e todo o
território de Roraima, é possível viajar de norte ao sul do estado, alcançando seus
principais vizinhos: o caribe venezuelano e guianês, além do estado do Amazonas.
Importantes atrações e pontos turísticos também estão pelo caminho.
O Parque Nacional do Viruá, a Serra do Tepequém e a pesca esportiva no baixo
Rio Branco são somente alguns exemplos. Fora da rota 174, o principal destaque fica
para o majestoso enigmático Monte Roraima, berço e altar de Macunaíma. Sem
esquecer do Caburaí, o ponto Extremo Setentrional do Brasil.

[Data] 62
A FANTÁSTICA SERRA DO TEPEQUÉM

É um dos pontos turísticos mais procurados de Roraima. Distante 210 km de Boa Vista,
a atração chama atenção por suas cachoeiras e pelo clima agradável das serras.
Caminhadas, trilhas de bicicletas, motos e jipes também animam o local, que oferece
diversas opções de pousadas e restaurantes. Conversar com os moradores locais, a
maioria composta por ex-garimpeiros, é uma boa forma de saber um pouco mais sobre
a história da região.

COMUNIDADES INDÍGENAS E TURISMO

Roraima é o segundo estado com a maior população indígena do Brasil.


Distribuídos em 32 terras indígenas, esses grupos possuem grande parte dos seus
costumes preservados. Algumas comunidades só possuem acesso por avião. Em
outras, é possível chegar em uma curta viagem de carro.
Apostando em roteiros turísticos que valorizam as beleza naturais e chamam
atenção para a diversidade cultural, comunidades indígenas da Reserva de São Marcos
lucram com a visitação turística. De acordo com o presidente da Associação dos Povos
Indígenas de São Marcos, turismo tem sido uma alternativa para diversificar e
fortalecer a economia das comunidades. Localizada a 140 km de Boa Vista, a reserva
indígena, que abrange o município de Pacaraíma, possui um total de 42 comunidades.
Dessas, apenas as de Bananal, Nova Esperança, Maruwai, Manalai, Guariba, Carauparu
e Sabiá oferecem pacotes turísticos que incluem trilhas, visita a sítios arqueológicos e
passeios em geral.
O turismo se tornou uma opção para sobrevivência dos povos indígenas.
Antigamente, a agricultura era a única atividade que movimentava a economia, mas
hoje a visitação turística também ajuda as famílias e beneficia todas as comunidades
que apostam na iniciativa. Para potencializar os lucros dos indígenas e oferecer viagens
diferenciadas, o proprietário de uma empresa que organiza visitas às para os índios.
Divide-se os lucros com os indígenas a partir de três maneiras: estimula-se que os
turistas consumam alimentos oferecidos nas comunidades, contrata-se condutores
locais para acompanhar os visitantes e também é recolhida uma taxa pela visitação.

[Data] 63
As visitas são autorizadas pela Fundação Nacional do Índio (Funai). Existem
regras específicas para a visitação de áreas indígenas, qualquer turista pode visitar a
região desde que tenha essa autorização. A Instrução Normativa nº 03/2015 de 11 de
junho de 2015, estabelece as regras e diretrizes a serem seguidas para visitação de
terras indígenas. A demanda por turismo indígena é muito alta, muito pouco é de
público nacional, mas a maioria pelo público europeu e asiático.

LISTA DE EXERCÍCIOS - UM

1. Em 1750 Portugal e Espanha sentaram-se à mesa estabelecendo um novo tratado


de limites denominado Tratado de Madri. Este tratado:
I. aumentou a extensão territorial brasileira
II. Colocou a região norte, incluindo Roraima, sob domínio Português
III. Pôs fim ao Tratado de Tordesilhas

[Data] 64
IV. Impediu que a Espanha invadisse qualquer espaço que envolvesse esse novo limite
Corretas:
a. I, II e IV b. I, II e III c. II, III e IV d. Todas estão corretas

2. _____________navegador indo do Pará à Quito no Peru, passando pelo Rio Negro


ao avistar um dos afluentes desse rio o batizou como Rio Branco que antes se
chamava ____________:
a. Francisco de Orelana e rio Madeira
b. Francisco Caldeira e rio Cingaripó
c. Francisco Ferreira e rio Cingaripó
d. Pedo Teixeira e rio Queceune

3. Os espanhóis, por sua vez, foram responsáveis por um ato tido como utópico pelos
portugueses, quando, entre os anos de 1771 e 1773:
a. Invadiram o Estado do Amazonas e desenvolveu o cultivo da borracha
b. invadiram o rio Uraricoera vindos do rio Orinoco, após atravessarem a cordilheira
de Pacaraima
c. Negociaram sua presença em solo brasileiro com colonos portugueses residentes no
vale do Rio Branco, hoje Roraima, que estavam insatisfeitos com a falta de apoio do rei
português
d. Unidos com ingleses, holandeses e franceses invadiram o Uraricoera e depois ao
chegar no alto Rio Branco estabeleceram povoados

4. Os espanhóis, em 1777, reconheceram definitivamente a região norte, incluindo


Roraima, conforme o:
a. Tratado de Madri
b. Tratado de El Pardo
c. Tratado de Santo Ildefonso
d. Tratado de Tordesilhas

5. O vale do Rio Branco, que desde 1988 tornou-se Estado de Roraima, esteve no
século XVIII e XIX vinculado respectivamente a:
a. Maranhão e capitania do Amazonas
b. Grão- Pará e capitania São José do Rio Negro
c. Capitania São José do rio Negro e capitania do Maranhão
d. Capitania do Rio Grande do Norte e Capitania São José do Rio Negro

6. Fazem parte de um contexto geral que posteriormente culmina com a colonização


de Roraima. Marque V para verdadeiro e F para falso:
( ) Francisco Caldeira constrói o Forte Presépio situando-se onde hoje é a cidade de
Belém
( ) Pedro Teixeira navegou todo rio Amazonas e seus afluentes Madeira e Rio Branco
( ) Portugueses e espanhóis invadem a América com o objetivo de consolidar a política
mercantilista europeia
( ) O maior ganho de portugueses e espanhóis, na região norte, é encontrar o
Eldorado
( ) Grande motivador de expedições na região norte era o apresamento de índios

[Data] 1
a. V, V, V, F, F b. F, F, F, V, V c. V, F, V, F, V
d. F, V, F, V, F

7. Quais as estratégias usadas por portugueses para delimitar territórios na região


norte?
a. Construção dos fortes e povoamentos
b. Povoamentos e facilitação para chegada de nordestinos
c. Construção de fortes e domínio de estrangeiros
d. Negociação com holandeses e ataques aos ingleses

8. - Regimento das Missões tinha como normas:


I. Exercício do controle espiritual sobre os índios.
II. Exercício do controle administrativo sobre os índios.
III. oferecer suporte financeiro aos índios
IV. Expulsar apresadores de índios

a. I e II b. II e III c. III e IV d. IV

9. Cruz e espada: Fortes militares e missões religiosas foram as formas que a coroa
portuguesa encontrou para o domínio da região e dos povos indígenas. A coroa
encontrou nos fortes a maneira de impedir invasões estrangeiras e de exercer
domínio bélico sobre os índios que, por sua vez, eram vítimas de doenças trazidas
pelos europeus.

A sociedade da região norte, incluindo Roraima, era formada por?


a. indígenas, colonos e missionários católicos
b. Indígenas, africanos e nordestinos
c. Bandeirantes, espanhóis e missionários
d. Portugueses, negros e paulistas

10. Marquês de Pombal foi primeiro-ministro em Portugal ganhando plenos direitos


de governar Portugal bem como suas colônias. No Brasil, Pombal, mudou a capital de
Salvador para o Rio de Janeiro, expulsou os jesuítas e estabeleceu novos princípios
educacionais. Suas ações tem alcance em todo o Brasil.
Em relação Pombal ciou o diretório que tinha como norma:
a. catequisar índios Macuxis e Taurepang
b. Mandar para Portugal índios para aprender a cultura europeia a fim de voltar e
aliciar índios a favor da coroa portuguesa
c. A nudez foi proibida, bem como as habitações coletivas, o uso da língua brasileira
(conhecida como tupi ou língua geral) e a punição de morte a quem desacatasse
d. Estabelecer o valores dos índios adquiridos no mercado de Belém

LISTA DE EXERCÍCIOS – DOIS

[Data] 2
1. A história da descoberta, ocupação e colonização da região que hoje forma o estado
de Roraima está diretamente ligada a estratégia e interesse da coroa portuguesa em
expandir seu território na América. Foi critério de demarcação territorial em Roraima:
a) Apresamento de índios, busca pelo minério e desmatamento para colher madeiras
nobres
b) mineração e instalação de engenhos para a cana-de-açúcar
c) construção de um Forte, povoamento e gado
d) gado, presença dos jesuítas e chegada dos fazendeiros

2. O diretório, lei criada por Marquês de Pombal que estabelecia a forma de


tratamento dado aos índios, contribuiu para que os índios usassem dos critérios desse
diretório para reivindicar e esclarecer suas revoltas nos povoamentos de Roraima que
culminou com a Revolta da Praia de Sangue. Dentre as reivindicações pode-se
destacar:
a) índios não aceitavam enfrentar espanhóis a favor da coroa portuguesa
b) o governo brasileiro, ao fazer acordo com holandeses, facilitou a captura de índios
que eram levados para Maranhão
c) grande parte dos índios eram levados para Portugal e tirados de suas áreas étnicas
d) falta de alimentação, trabalho exaustivo e desrespeito étnico

3. Grande feito do comandante do Forte São Joaquim Lobo D´Almada:


a) introdução do gado em Roraima e criação de fazendas estatais
b) expulsão dos espanhóis e construção do forte São Joaquim
c) demarcação das fronteiras do Estado
d) combate e expulsão dos holandeses que tentavam invadir Roraima

4. A história de Roraima é muito recente, apesar do Rio Branco ter sido conhecido e
batizado em 1639 por Pedro Teixeira, foi somente em 1775, quase três séculos após a
descoberta do Brasil, é que:
a) foi construído o FORTE SÃO JOAQUIM, marco consolidador da presença portuguesa
na região.
b) introduziram o gado como delimitador territorial de Roraima
c) expulsaram ingleses que desejavam possuir a bacia do Rio Essequíbio
d) dominaram índios e invasores que estavam na região

5. A ocupação deste território deu-se a partir de aldeamentos indígenas entre 1775 e


1777, neste período foram estabelecidas cinco comunidades nos Rios Uraricoera,
Branco e Tacutu, entretanto, nos anos de 1780 e 1781 os mesmos foram abandonados
pelos índios, que não aceitavam as condições impostas pelos portugueses. Sobre isso
anote as alternativas corretas:
I. Os índios montaram seus próprios povoamentos conservando seus traços culturais

[Data] 3
II. Em 1784, houve nova tentativa de colonização por meio de aldeamento, quando os
portugueses fundaram quatro novas aldeias
III.1790 foi marcado com a grande revolta dos indígenas conhecida como “Revolta da
Praia de Sangue”.
IV. O maior povoamento indígena se deu próximo à Caracaraí, chamada cidade do
porto

a) I, II e III b) II e III c) III e IV d) I, II e IV

6. A coroa portuguesa, diante da resistência indígena, mediante nova estratégia,


decide efetivar a colonização do Rio Branco, com a introdução do gado nas margens do
Rio Uraricoera e Rio Branco em franco processo de expansão e colonização.
A) A primeira fazenda foi montada no Rio Uraricoera e tinha o nome de:
a) São Nicolau
b) São Marcos
c) São José
d) São Bento

B) Fazenda criada às margens do rio Tacutu?


a) São Jerônimo
b) São Marcos
c) São José
d) São Bento

7. Em 1830 — Fundação da primeira fazenda privada: Fazenda Boa Vista, fundada por:
a) Lourenço Belfort
b) Padre Jerônimo Coelho
c) Inácio Lopes Magalhães
d) Lobo D´Almada

8. A fundação do município de Boa Vista do Rio Branco, em 1890, pertencente à


província de São José do Rio Negro, hoje o Amazonas, aconteceu no governo de:
a) Augusto Ximeno Ville Roy
b) Inácio Lopes de Magalhães
c) Capistrano da Silva Mota
d) José dos Inocentes

9. após um longo período de abandono a região desperta novamente o interesse do


governo da província sob o comando de Eduardo Ribeiro, que contratou o senhor
Sebastião Diniz para
a) abrir uma picada na selva no percurso entre Manaus e Boa Vista
b)reforçar o gado na região

[Data] 4
c) explorar o minério
d) introduzir a indústria têxtil em Roraima

10. No dia 09 de julho de 1890, João Capistrano da Silva Mota recebeu das mãos do
capitão Fábio Barreto Leite – emissário do Governador do Amazonas Augusto Ximeno
de Villeroy:
a) o título de governador de Roraima
b) o título de “Superintendente” -, tornando-se o primeiro prefeito de Boa Vista
c) o papel de exterminar índios rebeldes e resistentes à escravidão
d) explorar a raposa Serra do Sol e expulsar fazendeiros da região

11. O capitão Francisco Ferreira e o padre carmelita Jerônimo Coelho foram os


primeiros colonizadores a chegar ao rio Branco. Seus objetivos eram:
a) aprisionar índios e recolher ovos de tartaruga para a produção de manteiga.
b) Explorar as riquezas minerais
c) Abrir rota para o mar do Caribe
d) Explorar a fauna e etnografia local

12. Outro comerciante escravista foi o holandês Nicolau Horstman que, saído de
Paramaribo (capital da colônia holandesa sul-americana), atingiu o rio Branco em 1741
e fomentou:
a) a venda de gado para essa região
b) a vinda de nordestinos para o trabalho agrícola em Roraima
c) as invasões holandesas em Roraima
d) o comércio de escravos pelos rios Jauaperí e Tacutu àquela colônia

LISTA DE EXERCÍCIOS – TRÊS

1. Em meio às expedições científicas Gustav Wallis (1863) naturalista alemão que visitou a
Serra Pacaraima e os rios Branco, Tacutu e Parima. Sobre o mesmo pode-se afirmar que:

a) Sobrevoou o Rio Tocantins para relatar sobre a fauna do mesmo


b) Estava interessado principalmente na botânica e nos aspectos geográficos da região.
c) Deu notícias aos portugueses sobre a presença espanhola na região do Pirara
d) Investiu boa parte de seus recursos na criação de tambaqui

2. Em “índios de Roraima”, trabalho publicado pelo Centro de Informação Diocese de Roraima


- CIDR em 1989 cita-se: “Índios e brancos já não se relacionam diretamente, mas através de
mediações produzidas e impostas pela invasão pecuarista. O gado passa a ser índice de
propriedade da terra. Assim, uma terra sem gado é uma terra livre, não ocupada por ninguém.
Uma terra com gado é uma terra que tem dono. Conseqüentemente, as terras ocupadas por
indígenas, sem gado, são ocupáveis, porque livres.” Isso evidencia:
I. os povos indígenas do Rio Branco saíram do centro das atenções dos idealizadores do
processo de colonização da região, como fora nos povoamentos do período colonial.

[Data] 5
II. Podemos imaginar que, de acordo com a ideia empregada pelos autores acima, eles são
compreendidos, a partir de então, apenas enquanto grupos remanescentes com quem os
colonizadores iam ter que conviver.
III. Os índios, apesar de não terem o respaldo de possuírem a terra, se satisfazem com a nova
política adotada, pois somente assim se libertam da escravidão
IV. Sendo o gado a referência que identifica uma terra como tendo ou não proprietário o índio
fica restringido quanto à posse e uso da terra.

Estão corretas:
a) I, II e III b) II, III e IV c) I, II e IV d) I, III e IV e) todas estão corretas

3. Padre Beneditino que construiu a sede da prelazia, escola São José, mosteiro e internato
para jovens no Calungá:
a) Padre Ivo Bento
b) Cardeal Robert Shouberg
c) Dom Pedro Eggerath
d) Dom Evaristo Arns

4. LOURENÇO BELFORT e CRISTOVÃO AIRES BOTELHO foram os primeiros a:


a) ultrapassar as cachoeiras do Bem-Querer
b) Instalar o gado em Roraima
c) aprisionar e vender índios em Belém
d) Catequisar os índios Macuxis

5. Relacionado à demanda diplomática e defesa brasileira na questão do Pirara


assegura-se que:
a) O governo brasileiro, devido ao processo de se proclamar a República em 1889,
deixou a Inglaterra livre para ocupar a região do Pirara.
b) Joaquim Nabuco, político e advogado brasileiro, dedicou-se com afinco à causa,
estudando-a e mostrando com bons argumentos a na região
c) O debate sobre a região envolver representantes indígenas que, apesar de
habitarem em região brasileira, se pronunciam a favor da Inglaterra
d) A Inglaterra abandona a demanda ao reconhecer que a região efetivamente
pertence ao Brasil

6. (UFRR) “No Rio Branco sou vida, sou aruanã, sou canaimé, mapinguari, yakoana,
Pajé waymiri. No meu sangue ogosto de açaí” (“Sou”, Zeca Preto). Esses primeiros
habitantes do Brasil sofreram com a chegada dos europeus. De acordo com os
registros deixados por viajantes e missionários, a partir de meados do século XVI,
ocorreu uma dizimação da população indígena, que se agravou nos séculos seguintes.
Os fatores que mais contribuíram para essa redução populacional indígena foram:

A) a prisão e a venda do índio para trabalhar nas minas de prata na Serra do Salitre;

[Data] 6
B) as doenças trazidas pelos europeus, os maus tratos e o trabalho escravo que os
índios foram submetidos;
C) os conflitos permanentes entre as tribos indígenas, afastou definitivamente grupos
nativos que seguiram
para outros continentes;
D) a guerra entre os grupos canibais, os ritos comandados por pajés e xamãns e a
crueldade incentivada, inclusive, pelas mulheres mais velhas da tribo;
E) a exploração do trabalho indígena ocorreu de maneira pouco intensa, com incentivo
dos dominantes e a reprovação dos padres jesuítas.

7. O Palácio Senador Hélio Campos representava não somente o nascimento do


Executivo, mas também a independência do Palácio Rio Negro, em Manaus.Em 1943 o
então presidente da República Getúlio Vargas criou cinco novos territórios federais
(dos quais dois foram renomeados (Guaporé tornou-se Rondônia), dois foram extintos
em 1946 - Território de Ponta Porã e Território do Iguaçu, e um em 1988) Fernando de
Noronha, que se somaram ao único até então existente, o Acre. O atual estado de
Roraima denominava-se "Território Federal do Rio Branco". Criou-se então:
a) A Intendência que atendia à nova burocracia administrativa na capital Boa Vista,
bem como uma forte participação da guarda nacional fundada no período regencial
brasileiro.
b) O colégio Lobo D`almada para atender aos novos imigrantes que chegavam de
Portugal e Espanha.
c) Divisão de Produção, Terra e Colonização (DPTC), que realizava pesquisas quanto
aos recursos naturais do território, cadastrava terras e organizava colônias agrícolas,
entre outras funções.
d) A estrada que liga o Brasil a Venezuela com todos cuidados ambientais para, assim,
preservar a fauna do Estado.

8. O Território Federal do Rio Branco foi oficialmente implantado em 13 de setembro


de 1943 de acordo com o Decreto-Lei N° 5812, mas seu governador só se apresentou
em junho de 1944, durante a Segunda Guerra Mundial. Nesse caso:

a) O território recebe produtores de soja oriundos do Japão


b) O governo Vargas reconhece a Raposa Serra do Sol como propriedade indígena.
c) Os governadores tinham a incumbência de aprisionar e vender índios
d) Os governadores dos territórios federais eram nomeados pelo presidente da
República.

9. Na última década de território federal, foram abertas pelo Governo Federal duas
estradas federais, a BR-174 e a BR-210.
a) Ao longo destas foram implantados projetos de colonização às dezenas.
b) Essas estradas favoreceram a instalação de hortaliças em suas margens
c) Foram construídas por empreiteiras cuja licitações ficaram abaixo do preço de
mercado
d) Favoreceram o transporte de combustível da Venezuela para o Brasil

[Data] 7
10. Em 9 de julho de 1890 o governador amazonense Augusto Ximeno de Ville Roy
criou o município de Boa Vista do Rio Branco (hoje simplesmente "Boa Vista");
Acreditava-se assim:
a) no crescimento da região do vale do Rio Branco
b) no fim da mão-de-obra indígena
c) na chegada do trabalho escravo africano
d) na possibilidade de atrair multinacionais nessa região

11; Assinale a alternativa correta observando as afirmações que diz respeito a


população de migrantes em Roraima:
I- Podem ser encontradas em Roraima uma pluralidade de origens, gaúchos,
pernambucanos, cearense, maranhenses e de diversas partes do país.
II- O período de migração na região de Roraima só ocorreu com grandes levas
migratórias a partir da década de 1970.
III- A população e formada em sua maioria por indígenas que crescerem
demograficamente como indicado no último CENSO em 2010
IV- Valério de Magalhães foi responsável pelo incentivo de migração na região,
marcada pela compra de passagens para pessoas do Maranhão e hospedagem para
adaptação dos mesmos em Roraima.
1. i, II e III corretas
2. II, III e IV corretas
3. I e II corretas
D) I, II e IV corretas

E) II e IV corretas.

12. Primeiro a sobrevoar Boa Vista e fazer uma fotografia aéria:


a) Hamilton Rice
b) Jacobede Romã
c) Pedro Teixeira
D) Thomas Youd

13. Em 13 de setembro de 1962, na Câmara Federal, o projeto nº 1433, de 18 de


janeiro de 1960, do deputado Valério Caldas de Magalhães, que previa a mudança de
nome do então Território Federal do Rio Branco para Território Federal de Roraima,
transformou-se em Lei. Essa medida foi tomada:
a) Devido ao município de Barcelos não administrar o Estado
b) favorecer a economia local
c) atrair imigrantes para nossa Estado ao invés do Acre
d) A justificativa para o projeto era a coincidência com o nome da capital acreana, o
que sempre gerava transtornos

[Data] 8
LISTA DE EXERCÍCIOS - QUATRO

1-(UFRR-2016) O processo de demarcação de terras indígenas no Estado brasileiro é


marcado por lutas, conflitos e mortes. Nos territórios indígenas, a compreensão sobre
a utilização dos recursos da terra, para os diversos povos indígenas, inclusive, em
Roraima, não é a mesma, que predomina no sistema capitalista atual. Isso se
comprova na fala do líder Xucuru, assassinado em 1998, no agreste pernambucano.

"A gente tem a terra como nossa mãe. Então, se ela é nossa mãe, é ela quem nos dá
todo fruto de sobrevivência, e deve ser zelada e preservada, a partir das pedras, das
águas e das matas”.

Fonte: (CIMI, Revista Coleção Fraternidade viva N.° 08. São Paulo, 2001. Pág. 21. In.:
VIEIRA, J. G. Missionários, fazendeiros e índios em Roraima: a disputa pela terra – 1777
a 1980. Boa Vista: Editora UFRR, 2007).

Com base nessas informações, assinale a alternativa INCORRETA, a partir do que se


depreende do texto:

(A) Para os povos indígenas, a terra é seu território, espaço necessário e essencial à
vida. Ou seja, isso significa que a terra vai além da própria vida, a memória dos seus
antepassados, como também o futuro da sua gente;

(B) Ao afirmar que a “terra é nossa mãe”, o líder Xucuru entende que a terra é uma
fonte de vida e não de capital financeiro;

(C) Se a terra, para o Líder Xucuru, “é sua mãe”, então, ela deve ser preservada como
fonte de vida para as diversas populações indígenas que se utilizarão delas
futuramente;

(D) O líder Xucuru atribui valor de preservação para as pedras, águas, matas, que estão
em sua terra, entretanto, o que preocupa e interessa ao indígena, é o valor monetário
da terra para sua comunidade;

(E) O índio Xurucu, ao explicar o significado do uso da terra, este demonstra que a
sobrevivência do seu povo, depende, exclusivamente, da mãe terra.

2-(UFRR-2016) Sobre a Demarcação da Terra Indígena denominada Raposa Serra do


Sol, que durou 30 anos, houve a participação de diversos povos indígenas, tais como:
Macuxi, Ingarikó, Patamona, Taurepang e Wapichana, entre essas lideranças indígenas,
temos a fala da advogada Joênia Batista de Carvalho, no Supremo Tribunal Federal –

[Data] 9
STF, feita em 27/08/2008 sobre a defesa de regularização fundiária da terra indígena,
na qual diz:

“Em 1977, quando se iniciou o procedimento de demarcação da Terra indígena,


vivía
comunidades indígenas que ali viviam foram expulsas [...] causando impacto à nossa
cultura, à nossa sociedade e acabando com nossa terra” (Edição Especial TI.
Julgamento da Demarcação TI Raposa Serra do Sol. Comitê Nacional em Defesa da TI
Raposa Serra do Sol. 2009, p. 4).

Deste modo, dos conflitos vivenciados pelos indígenas na demarcação da Terra Raposa
Serra do Sol, a advogada Joênia Batista apresenta a situação do conflito ocasionado
pelas invasões dos não índios. Portanto, de acordo com o texto, é correto afirmar que:

(A) A advogada Wapixana Joênia, denuncia diante do STF, que os indígenas que
ocupavam aquelas terras, foram expulsos a partir da violência dos não índios;

(B) A terra indígena Raposa Serra do Sol é um território que não pertencem aos índios,
antes, os não índios que a invadiram e preservaram é que tem o direito sobre o uso da
terra;

(C) As invasões dos não índios se justificam pela forma que os indígenas utilizavam a
terra, sem uma produção em larga escala econômica, o que não gerava renda para o
estado de Roraima;

(D) O fato da advogada, em defesa dos índios, no STF, afirmar que aquela terra é mal
utilizada pelos não índios, ocorre por não compreender o manejo correto dos recursos
da terra pelos não índios;

(E) Quando, no texto, aparece que a terra representa a cultura dos indígenas, a
Advogada Jôenia, coloca em segundo plano o interesse de ocupar a terra, antes,
acredita que estes possuindo terras em qualquer região, poderão desenvolver suas
culturas.

3-(UFRR-2016) Sobre a possível exploração de energia por meio de hidrelétricas no rio


Cotingo, podemos afirmar que seu início ocorreu a partir do primeiro inventário
elaborado em 1973, a pedido da Eletronorte, a qual, contratou duas empresas para
fazerem o detalhado inventário sobre rio.

Portanto, a partir destes dados, sobre o interesse do governo brasileiro na exploração


de energia por meio de uma hidrelétrica no rio Cotingo, localizado na terra indígena
Raposa Serra do Sol no extremo norte de Roraima, podemos afirmar que:

[Data] 10
(A) A produção de energia, nessa região, beneficiaria as comunidades indígenas que
vivem as margens daquele rio;

(B) O impacto na cultura local e as mudanças que ocorreriam com a implantação da


hidrelétrica sobre o rio Cotingo afetariam o modo de vida das populações indígenas;

(C) Os impactos ambientais sobre as populações indígenas não ocorreriam devido ao


planejamento ambiental executado pela empresa no projeto para produção
energética;

(D) O interesse do estado de Roraima, sobre a produção de energia, nessa região,


levaria em conta as diversas comunidades indígenas, sendo que, a parte que mais
interessaria os indígenas, seria a construção da barragem sobre o rio;

(E) A proposta do estado de Roraima em implantar naquela região uma hidrelétrica,


estava relacionada com a preocupação de resolver o problema energético do estado, e
assim, trazer a indústria para esta região beneficiando as diversas etnias indígenas.

1) Os Missionários de três ordens religiosas, carmelitas, capuchinhos e jesuítas, eram


funcionários da coroa Portuguesa que lhes pagavam a Côngrua, uma espécie de
salario pelos serviços prestados. Indique qual a principal função desses missionários
na época da colonização de Roraima.

A) Aprender junto com a cultura e costumes indígenas, e reportar para a Coroa como
forma de conhecimento dos novos povos.
B) Explorar de forma bruta a mão-de-obra indígena como meio de castigo para o
paganismo dos mesmos.
C) Além de interesses econômicos, possuíam fascinação pela religião indígena.
D) Para que aceitassem as novas condições de trabalho os indígenas eram convertidos
espiritualmente a religião cristã, pelos missionários.
E) A catequização dos índios e a escravização para exploração da borracha dos
seringais.

2). Qual a lei que vigorou de 1686 a 1757, responsável e justificativa para o uso e
escravidão da mão-de-obra indígena, que perdurou por volta de 70 anos na região do
Amazonas?

A) Regimento das Missões


B) Tratado de Madrid
C) Indian Laborem
D) Diretórios dos Índios.
E) Encomienda

3) Associe as colunas a seguir diante dos métodos de recrutamento da mão-de-obra


indígena:

[Data] 11
1)Descimentos. ( )Praticada apenas com índios inimigos “hostis”.
2)Resgates. ( ) Função dos missionários católicos, ensinar a língua e catequizar
os índios.
3)Guerra Justa. ( ) Expedições que traziam o índio de seu habitat natural.
4)Pacificação. ( ) Índios que eram “salvos” de outras tribos, e daí em diante
devia servidão eterna.

A) 3,4,2,1
B) 4,2,3,1
C) 3,4,1,2
D) 2,3,1,4
E) 3,2,4,1

4) Acerca dos seus conhecimentos sobre o Forte São Joaquim, jugue as afirmativas a
seguir como verdadeiras (V), ou falsas (F):

( ). Em 1778 se deu início a construção, sob orientação do Capitão Felipe S’Turn a


serviço de Portugal, no extremo norte da colônia.
( ) juntamente com a chegada da família real ao RJ em 1908, o Forte São Joaquim foi
de destacado pela grande importância, assim como a criação da Casa da Moeda,
Biblioteca Nacional, Teatro Real e Escola de Medicina.
( ). Sua construção impôs por força de necessidade para guarnecer uma localidade
importante e rica, cercada pelos rios Uraricoera, Rio Branco, Tacutú etc.
( ) A Fortaleza impediu que a região caísse nas mãos de holandeses, espanhóis,
ingleses que queriam ficar com o melhor pedaço da terra

A) F, V, V, V B) F, F, V, V C) V, V, F, F D) F, V, F, V E) V, F, V, V

5). Indique a afirmativa incorreta sobre a questão dos Aldeamentos, diante das
condições que não eram aceitas pelos indígenas, impostas pelos portugueses:

A) Conflitos gerados pela fome que se alastrou devido a insuficiência das roças.
B) Epidemias de doenças causadas pelo contato ao homem branco.
C) O fato de não se adaptarem a farinha que lhes eram enviadas.
D) A exploração do Ouro e Diamante, oriundo as terras de moradia dos indígenas.
E) O peso da sedentarizarão.

6). Assinale a alternativa que contém os fatos, causas e caracterizas da revolta


conhecida como, Revolta da praia de sangue que ocorreu em 1790 na região de
Roraima.

[Data] 12
A). Os portugueses não aceitaram a perda do controle administrativo de Roraima e,
sob a chefia de Bernardo Vieira de Melo, invadiram a cidade, colocando abaixo as
tribos. Os índios se organizaram e partiram para a reação.
B). No início do século XVII as condições econômicas da região de São Vicente eram
precárias, sustentando-se basicamente no apresamento de índios. Os Jesuítas
reagiram contra a escravidão indígena efetuada pelos bandeirantes, exigindo que a
Metrópole a proibisse.
C). Para resolver o problema de mão-de-obra, a Coroa criou a Companhia Geral de
Comércio, que monopolizaria o comércio da região, tendo, entre outras obrigações, de
fornecer 500 escravos negros por ano, durante 20 anos. O rei pretendia, através dessa
companhia, solucionar o problema da mão-de-obra e, ainda, agradar os jesuítas,
proibindo a escravização de nativos.
D) Fuga de são Martinho. Lobo D’Almada promove represaria violenta contra os índios,
o número de mortos foi tanto que tingiu as aguas do Rio Branco de Sangue.
E) A lei das casas de fundição de fundição desencadeou uma forte onda de protestos.
Um grupo de rebeldes liderados pelo minerador Felipe dos Santos saiu as ruas
promovendo manifestações contra a decisão metropolitana.

7. “Napë (homem branco) não quer preservar a natureza, cuidar da terra. Só quer
destruir, tirar riqueza da floresta, negociar madeira pra país onde não tem. E ainda tem
problema de biopirataria e garimpeiro(...) Mataram meu povo por conta de ouro e
diamante. Querem fazer brinco de pedra pras mulheres deles ficarem bonitas e
enfeitar a casa, enfeitar loja, enfeitar tudo...”
Davi Kopenawa Yanomami, liderança indígena internacionalmente conhecida por lutar
pelos
direitos do povo Yanomami, que habita a região entre os Estados de Roraima,
Amazonas e a
fronteira com a Venezuela.
Revista Trip, Ano 26, julho 2012, n. 212.
O trecho acima pode ser utilizado para compreender a exploração sofrida pelos
povos
indígenas desde o período pré-colonial até o momento presente. Sobre esse período
da
História do Brasil, é correto afirmar que:
( a ) entre as características do período pré-colonial, destaca-se a montagem de
estabelecimentos provisórios em diferentes lugares da costa do país, onde eram
amontoadas as toras de pau-brasil, para serem exportadas para a Europa;
( b ) a primeira forma de exploração econômica exercida pelos colonizadores e a
dominação cultural e religiosa difundida pelo território brasileiro são,
respectivamente, a atividade agrícola e a submissão dos índios por meio da
catequização;
( c ) o contato amistoso entre não-índios e índios foi preservado pela Igreja, que
sempre respeitou a cultura indígena por meio da catequese e pelos colonos, que
escravizaram somente o africano na atividade produtiva de exportação;

[Data] 13
( d ) os portugueses chegaram ao território, depois denominado Brasil, em 1500, mas a
administração da terra somente foi organizada em 1549. Isso ocorreu porque os
franceses, aliados aos espanhóis, controlavam os diferentes povos indígenas ao longo
do litoral bem como as feitorias da costa sulatlântica;
( e ) a expedição de Pedro Álvares Cabral, em 1500, expressou a subordinação da
Coroa portuguesa à Igreja Católica, já evidenciada quando o Papa estabeleceu a
partilha do Mundo Novo, em 1494, através do tratado de Tordesilhas.

8. “A partir de 1657, com a fundação da missão dos jesuítas no rio Negro, a ocupação
lusitana, baseada no trabalho das ordens religiosas, teve início efetivo. O trabalho
segue intenso até 1750, culminando com a assinatura do tratado de Madrid e a
ascensão ao poder do Marquês de Pombal.”
SOUZA, Marcio. História da Amazônia.
Manaus: Valer, 2009. p. 115.
De acordo com o período abordado, é incorreto afirmar que:

( a ) para obter maior conhecimento sobre o norte do Brasil, os portugueses enviaram


expedições exploratórias para a Amazônia, no século XVIII, chefiadas por Alexandre
Rodrigues Ferreira e por Koch-Grunberg;
( b ) Marquês de Pombal, ao assumir o poder em Portugal, expulsou os jesuítas, passou
a administrar como déspota esclarecido e incentivou o comércio na região amazônica;
( c ) os portugueses, interessados na posse e controle da região amazônica, assinaram
o
Tratado de Madrid e mandaram construir o forte São Joaquim do Rio Branco, para
assegurar a posse local;
( d ) a catequese foi importante meio de manter o controle na região amazônica em
vista dos crescentes interesses franceses, holandeses e
espanhóis;
( e ) os portugueses, interessados em aumentar o comércio das drogas do sertão,
intensificaram a navegação fluvial entre Mato Grosso e Pará e criaram a Companhia
Geral de Comércio do Grão-Pará e do Maranhão.

9. “Quando eu era criança a vida era cheia de vida. Aí apareceu o karaíva com
espingardas de um cano e de dois canos. E pum! Mandava tiro nos bichos. Matava por
matar, para acertar pontaria. E as caças foram sumindo sem deixar rastros. E sem dizer
uma palavra ao índio, amigo da bicharada. E vieram outros brancos. E derrubaram
manadas de árvores e tocaram fogo nelas. Destruíram as fruteiras da criação do Paaba.
E caça ficou com fome, peixes com fome, pássaros com fome, a terra com fome. E toda
ecologia começou a morrer de fome. Doença botou tristeza nas costas dos índios e
barriga do nosso povo morreu, cabeça de índio ficou variada e índio começou a morrer
de fome. E de doença. E de tiro. E de desgosto” (MONTANA, Vilela. Os bravos de Oixi:
índios em luta pela vida. Petrópolis: Vozes, 1994. p. 16).

A fala acima, do pajé Moriá, expressa a visão do índio que habita a região da Terra
Indígena Raposa-Serra do Sol no que se refere à chegada do “homem branco”
(karaíva).

[Data] 14
Sobre o processo de colonização e ocupação de Roraima é INCORRETO afirmar:

A) com a chegada do homem branco, as sociedades indígenas que, aqui, viviam


passaram a ter contato com novos equipamentos, como a arma de fogo, que afetou as
condições de vida dos indígenas quando geraram impactos sobre a fauna; outra
modificação foi uma nova relação, como empregados nas fazendas de gado, como
vaqueiros, porém, nem sempre recebiam pagamentos pelo trabalho, situação que
gerou vários conflitos;
B) o sistema de aldeamentos funcionou no primeiro período da colonização do vale do
rio Branco, onde as regras impostas aos colonizados – os índios – eram duras e
injustas, gerando revoltas, como a Revolta da praia do Sangue, que teve como líder um
macuxi;
C) já no século XX, o governo local passa a promover a colonização do Território
Federal de Roraima, com a organização de colônias agrícolas e núcleos coloniais,
incentivando o movimento migratório, principalmente, de nordestinos;
D) os territórios tradicionais dos índios no vale do rio Branco foram ocupados por
fazendeiros que criavam gado, originando a afirmação: a ocupação pela pata do boi. O
gado produzido na região era comercializado com Manaus em troca de gêneros de
primeira necessidade;
E) a construção de fortes e fortalezas foi a primeira forma de ocupar o território e
marcar a presença portuguesa na região que, preocupados com as fronteiras com a
Espanha, construíram o forte São Joaquim, o segundo da Amazônia, logo após a
construção do Forte Presépio.

11) Indique quais os principais ciclos econômicos de exploração da região de Roraima,


de acordo com sua ordem cronológica:

A) Mão-de-obra indígena, pecuária, exploração de minérios, turismo.


B) Exploração de minérios, turismo, pecuária, produção de soja.
C) Cana-de-açúcar, exploração do ouro, cultivo de, pecuária.
D) Mão-de-obra indígena, pecuária, exploração de minérios, produção de soja.
E) Exploração de minérios, pecuária, turismo, mão-de-obra indígena.

12) Observe as afirmações a seguir que dizem respeito ao período de exploração de


minérios na região de Roraima, desde o final do século XIX, indique a alternativa
correta:

I- O garimpo de Tepequem tornou-se um dos principais pontos de extração


diamantífera por várias décadas em Roraima.
II- Logo no começo da exploração, órgãos federais foram responsáveis pelo
fechamento de diversos pontos de garimpo na região.
III- Entre os não índios, em decorrência do fenômeno da garimpagem, ocorreu uma
intensa migração de nordestino para região, ajudando na formação do estado.

[Data] 15
IV- A segunda metade da década de 1990 ficou conhecida pelo termo “corrida do
ouro”.

1. I, II e III corretas
2. II, III e IV corretas
3. I, III e IV corretas
4. I, II e IV corretas
5. I, II, III e IV corretas

13) Sobre a questão das consequências causadas pela exploração do ouro na região de
Roraima, julgue as alternativas a seguir e some as corretas:

01) Acumulação de capital por pessoas e empresas locais


02) Grande impacto ambiental nas regiões exploradas.
04) Conflitos entre garimpeiros e nativos.
08) A atividade causou uma dinamização da economia interna.
16) Os pontos de garimpo foram fechados em 1991 por decreto do então presidente
Fernando Collor de Mello.

SOMA: 2+4+16= 22

14) No dia 13 de setembro de 1943, no Palácio do Catete o presidente acaba de


assinar decretos criando cinco territórios federais, Amapá, Guaporé ( atual
Rondônia), Ponta Porá, Iguaçu e Rio Branco ( atual Roraima), que foi elevada a
condição de município com Boa Vista pertencendo ao estado do Amazonas. Qual o
presidente responsável por assinar os decretos de criação dos territórios federais?

A) João Goulart.
B) Getúlio Vargas.
C) Eurico Gaspar Dutra.
D) Castelo Branco
E) Juscelino Kubitschek.

15) Associe as colunas a seguir caracterizando os programas criados pelo governo


militar, de 1964 a 1990:

(. ) SUDAM
(. ) PROTERRA
(. ) FIDAM
(. ) Zona Franca de Manaus
1. Encarregada de coordenar a ação federal para desenvolver a região norte.

[Data] 16
2. Área com política de incentivos fiscais e modernização da economia na região.
3. Programa voltado para ocupação e aproveitamento da Amazônia.
4. Aproveitamento econômico por meio da concessão de incentivos fiscais,
promoção de projetos e programas de desenvolvimento.

A)1,4,3,2 B)2,4,3,1 C)1,3,2,4 D)2,4,1,3 E)1,3,4,2

GABARITO

LISTA UM

1. B 2. D 3. B 4. C 5. B 6. C 7. A 8. A 9. A 10. C

LISTA DOIS

1. C 2.D 3. A 4. A 5. B 6a. D 6b. C 7. C 8. A 9.A 10. B 11. A 12. D

LISTA TRÊS

1. B 2. C 3. C 4. A 5. B 6. B 7. C 8. D 9. A 10. A 11. D 12. A 13. D

LISTA QUATRO

QUESTÕES DE VESTIBULAR:

1. D 2.A 3. B

EXERCÍCIOS ELABORADOS

1. D 2. A 3. C 4. B 5. D 6. D 7. B 8. A 9. E 11. A 12. A 14.B

BIBLIOGRAFIA

[Data] 17
DINIZ, Edson Soares. Os índios macuxi de Roraima: sua instalação na sociedade
nacional. Marilia/SP., Ed. Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras de Marília, 1972.

FARAGE, Nadia. As muralhas dos sertões, os povos indígenas no rio Branco e a


colonização. São Paulo: Paz e Terra, 1991.

Freitas, Aimberê (1998). Estudos Sociais- RORAIMA. Geografia e História 1 ed. São
Paulo Corprint Gráfica e Editora Ltda. 83 páginas

SANTILLI, Paulo (2001). Pemongon Patá. Território Macuxi, rotas de conflito 1 ed. São
Paulo: UNESP

SOUSA, Antônio Ferreira de (1959), Noções de Geografia e História de Roraima.


Manaus: Gráfica Palácio Real

Vieira, Jaci. MISSIONÁRIOS, FAZENDEIROS E INDIOS EM RORAIMA: A DISPUTA PELA


TERRA- 1777 A 1980. Universidade Federal de Pernambuco. Recife. 2003

Artigo: ENTRE A MALOCA E A CIVILIZAÇÃO: OS INDIGENAS NO PROCESSO DE


COLONIZAÇÃO DE RORAIMA NO SECULO XX- Raimundo Nonato Gomes do Santos.

Macuxi, Eli. Apostila “Alguns aspectos da História de Roraima”. 2015

JORNAL BOA VISTA, 27/10/1973.

JORNAL BOA VISTA, 13/11/1973.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_prefeitos_de_Boa_Vista_(Roraima)

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_governadores_de_Roraima

http://roraimadefato.com/main/historico-de-roraima/

DADOS SOBRE O AUTOR DA APOSTILA

- Licenciatura Plena em História – UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA –


UFRR. Conclusão 2005.1
- Bacharel em Teologia – SEMINÁRIO BÍBLICO PALAVRA DA VIDA EM
ATIBAIA/SP. 1983 a 1987
- Curso de Atualização de Conhecimento e Redução da Demanda de Drogas –
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – 26 de maio a 26 de agosto de
2004.
- Curso de Dinâmica e Administração de Empresas – INSTITUTO BRASILEIRO DE
DESENVOLVIMENTO PESSOAL – 1988
- Curso de English Beginners Modulo I. SENAC BOA VISTA – 2005
- Curso Intensivo em Aconselhamento Bíblico e Discipulado em Profundidade –
BIBLICAL COUSELING FOUDATION – 1995
- Especializado em Psicopedagogia – Pela faculdade Uninter

[Data] 1
[Data] 2

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