Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Imagem I Imagem II
“La Gran Tenochtitlán”. Mural pintado por Diego Rivera em 1945, no Palacio Nacional de México.
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:La_Gran_Tenochtitlan.JPG
Texto I
“Tem quatro entradas, rodas de calçada feita a mão, tão larga como
duas lanças curtas. É tão grande a cidade como Sevilha e Córdoba. São
suas ruas, digo as principais, muito largas e muito direitas [...]. Tem esta
cidade muitas praças, onde há contínuo mercado e comércio de compra e
venda. Há também muitos templos ou casas de seus ídolos de construções
muito bonitas, [...] e entre estes templos há um que é o principal, que não
há língua humana que saiba explicar a grandeza e singularidade dele.”
CORTEZ, Hernán. Cartas de relácion. 3. ed. México: Porrua, 1967. p. 51-54. In: BELLOTTO,
Manoel Lelo; CORRÊA, Anna Maria Martínez. A América Latina de colonização espanhola:
antologia de textos históricos.São Paulo: Hucitec/Edusp, 1979. p. 87-90 (adaptado)
Imagem IV
Imagem V
https://suramericaencleta.files.wordpress.
com/2009/10/terrazasagricolas.jpg
Imagem V
Respostas da Atividade 1
Texto I
“A rainha Isabel, que não perdia de vista o objetivo primordial da
descoberta das Índias, sua evangelização, admitiu que era necessário se
esforçar para reunir seus ‘súditos livres’ com fim de que a doutrina cristã
lhes fosse ensinada. Para isso ela permitiu em 1503 o estabelecimento do
regime de encomienda, instituição específica da reconquista castelhana, em
que os cavaleiros recebiam direito de suserania sobre os territórios
retomados do Islã. Encomendar significa ‘recomendar’, no sentido de
‘confiar’. No Novo Mundo, ‘confiou-se’ portanto aos colonos espanhóis
aldeias inteiras de índios dirigidas por seus chefes naturais, os caciques;
eles dispunham da mão de obra assim encomendada, utilizada nos
trabalhos agrícolas e na coleta e extração de ouro. Naturalmente, os
espanhóis, decepcionados em sua esperança de enriquecimento rápido,
puseram-se a pressionar os índios ao máximo, deles exigindo trabalhos
acima de suas forças.”
Texto II
“Em Potosí, o recrutamento dos trabalhadores foi feito de acordo com
o sistema da mita, inspirado nos incas (uma mita era uma corveia de
trabalho, distribuída por turnos entre as aldeias tributárias). Portanto, a
cada sete anos, os mitayos designados pela sua comunidade de origem
percorriam as estradas dos Andes, às vezes por centenas de quilômetros,
acompanhados de suas mulheres e filhos e encarregados de seu
reabastecimento. Cumprido seu turno de trabalho em Potosí, muitos
permaneciam no local por temerem o cansaço da volta. As condições de
trabalho eram terríveis acrescidas dos rigores do clima e da obrigação dos
operários de conseguirem sozinhos sua comida”.
Texto III
“As controvérsias sobre a atuação da Espanha no Novo Mundo
duraram toda a primeira metade do século XVI, até que, em 1550, o
imperador Carlos V convocou o frei Bartolomeu de Las Casas e o doutor
Juan Ginés de Sepúlveda para discutir a legalidade e a legitimidade de suas
conquistas, pois ambos tinham pensamentos diferentes e opostos sobre
esse tema. Em Valladolid, cidade espanhola a noroeste da Península Ibérica,
Las Casas enfrentou Sepúlveda, em debate público, perante um júri
composto por figuras de destaque do pensamento espanhol. Esse debate é
conhecido como Controvérsia de Valladolid, em homenagem à cidade
espanhola onde foi realizado.
A principal tese de Sepúlveda era que a guerra contra os indígenas
era justa porque, de acordo com a Política, os indígenas eram bárbaros e
escravos por natureza. Para afirmar isso, Sepúlveda usou não somente
Aristóteles, mas também a Bíblia, a escolástica, os Padres da Igreja e a Lei
Natural. O que Sepúlveda se propunha era demonstrar que as guerras
empreendidas pela Espanha contra os indígenas eram justas, legítimas e
feitas com correta intenção e maneiras. Nos seus escritos não deixa dúvidas
de que ele pensava que os indígenas pertenciam à camada inferior e os
espanhóis, à superior. Os indígenas deviam servir e os espanhóis, mandar.
Ele encontrou em Bartolomeu de Las Casas um adversário. Para Las
Casas, os indígenas eram seres livres, com direitos naturais, que a Espanha
era obrigada a reconhecer e respeitar. Por isso, a Espanha estava obrigada
a justificar a invasão de seus territórios. E, considerando que os indígenas
eram seres inteligentes, razoáveis e idênticos em humanidade aos
espanhóis, a sua escravidão era contrária ao direito natural e ao direito
civil. A evangelização, portanto, devia ser feita sem violência e usando
unicamente o convencimento como método. A relação da Espanha com as
nações indígenas devia ser a que há entre povos soberanos, na qual cada
um reconhece os direitos do outro.”
Adaptado de: Gutiérrez, Jorge Luis. “Aristóteles em Valladolid”. Revista de Filosofia. S.d. In:
http://portalcienciaevida.uol.com.br/esfi/Edicoes/22/artigo87340-1.asp
Respostas da Atividade 2