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SUMÁRIO
ABERTURA .................................................................................................................................. 7
APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................................................................... 7
OBJETIVO E CONTEÚDO ......................................................................................................................................................... 7
BIBLIOGRAFIA OBRIGATÓRIA ................................................................................................................................................ 9
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR ......................................................................................................................................... 9
PROFESSOR-AUTOR ................................................................................................................................................................... 9
ABERTURA
APRESENTAÇÃO
A disciplina Administração Financeira de Curto Prazo contempla as principais necessidades
de um administrador nas questões relacionadas à administração de capital de giro e financiamento
de curto prazo.
Por isso, é necessário desenvolvermos habilidades para lidar com questões relevantes para o
desenvolvimento financeiro da empresa, como financiamento de capital de giro, fontes de
financiamento e mesmo a determinação do verdadeiro ponto de equilíbrio da empresa. Todos
esses temas são trabalhados nesta disciplina.
Devido ao enfoque do conteúdo aqui tratado, poderemos identificar vários pontos de aplicação
efetiva dos temas da disciplina na vida profissional, dado que os exemplos apresentados usam
métodos que podem ser replicados na maioria das empresas.
OBJETIVO E CONTEÚDO
A disciplina Administração Financeira de Curto Prazo tem como objetivo principal fazer com
que o aluno desenvolva habilidades que lhe permitam estabelecer relações entre o lado financeiro
e o lado operacional da empresa. Para tanto, são apresentados conceitos como ponto de equilíbrio
operacional e financeiro, e as principais fontes de financiamento da empresa. Ao final da disciplina,
o aluno deverá estar apto a aplicar seus conhecimentos em uma grande gama de situações
encontradas nas empresas modernas.
Para tanto, a disciplina Administração Financeira de Curto Prazo foi estruturada em cinco
módulos, nos quais foi inserido o seguinte conteúdo...
Dessa forma, mostraremos como utilizar o conceito de capital circulante líquido para
administrar as necessidades de caixa de uma empresa.
7
ABERTURA Administração Financeira de Curto Prazo
Compreenderemos ainda por que é necessário projetar cenários futuros – e como isso
pode ser feito.
Módulo 5 – Encerramento
Neste módulo, – além da avaliação deste trabalho –, haverá algumas divertidas opções
para testar seus conhecimentos sobre o conteúdo desenvolvido nos módulos anteriores:
caça-palavras, jogo da memória, jogo da caça e jogo do labirinto. Entre neles e bom
trabalho!
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Administração Financeira de Curto Prazo ABERTURA
BIBLIOGRAFIA OBRIGATÓRIA
BRAGA, R. Fundamentos e Técnicas de Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 1995.
O livro de Roberto Braga, Fundamentos e Técnicas de Administração Financeira, é um
livro essencial na área de Administração Financeira. O livro apresenta, com clareza,
conceitos sofisticados, como capital circulante líquido – CCL – e administração de capital
de giro. Embora não contenha muitos exemplos e exercícios, o livro é suporte
fundamental a vários módulos da disciplina.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
HOJI, M. Administração Financeira: Uma Abordagem Prática. São Paulo: Atlas, 1999.
O livro de Masazaku Hoji, Administração Financeira: Uma Abordagem Prática, é um
bom complemento ao livro de Braga – sugerido na bibliografia obrigatória –, por
contar com uma série de questões e exercícios que ajudam a levar as questões teóricas
à prática necessária a uma disciplina como esta. Além de apresentar questões práticas,
o livro de Hoji também aprofunda alguns temas teóricos complementares, que podem
ser de extrema utilidade ao aluno que procura conhecimentos extras.
PROFESSOR-AUTOR
Rodrigo Mariath Zeidan é doutor em Economia pela UFRJ.
Atualmente, é Professor de Economia e Finanças da Fundação Dom
Cabral e Visiting Professor da Nottingham University Business School
China e da Copenhagen Business School. Tem publicações em
periódicos internacionais de destaque, tais como Journal of Business
Ethics, Economic Letters, European Journal of Health Economics, Applied
Financial Economics e Review of Industrial Organization. Participa de
vários eventos nacionais e internacionais, tendo recebido convites
para keynote speaker na l Conference on Social Entrepreneurship,Systems Thinking, and Complexity,
em Nova Iorque, EUA. Recebeu vários prêmios como professor, destacando-se o Prêmio Academia
Itaú/IBGC (2011). Presta consultoria e ministra diversos cursos de educação para executivos em
empresas de médio e grande porte, com destaque para Johnson & Jonhson, Petrobras, Vale,
Grupo Queiroz Galvão, RCI Banque, Sesi/AM e Kraft Foods, além de instituições públicas como o
Sefaz/CE e TCE/MG. Seus projetos de pesquisa atuais relacionam gestão de risco, governança
corporativa e sustentabilidade.
9
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 1
APRESENTAÇÃO
Neste módulo, trataremos do conceito de capital de giro, ou seja, da capacidade de a empresa
honrar seus compromissos de curto prazo.
Dessa forma, mostraremos como utilizar o conceito de capital circulante líquido para administrar
as necessidades de caixa de uma empresa.
UNIDADE 1 – SOLVÊNCIA E C
SOLVÊNCIA APIT
CAPIT AL CIR
APITAL CUL
CIRCUL ANTE LÍQUIDO – OS INDIC
CULANTE ADORES
INDICADORES
TRADICIONAIS
1.1LIQUIDEZ
Dentro da Administração Financeira de Curto Prazo, um dos conceitos mais importantes para a
gerência de fluxo de caixa é o conceito de liquidez...
ativo total (AT) = ativo circulante (AC) + ativo realizável a longo prazo (RLP) + ativo
permanente (AP)
Sendo...
ativo circulante ou AC = parte líquida;
ativo realizável a longo prazo ou RLP = parte líquida, porém menos líquida que o
AC;
ativo permanente ou AP = imobilizado.
1.2.1LIQUIDEZ DO AT
11
MÓDULO 1 Administração Financeira de Curto Prazo
Em quaisquer dos casos, essas obrigações são pagas com o ativo e com as receitas por ele
geradas.
CCL = AC - PC
A diferença entre solvência e liquidez está no fato de, dentro da estrutura das contas de ativo
circulante e passivo circulante, existirem lançamentos com diferentes graus de liquidez.
Além disso, alguns são renovados nas operações da empresa – estoques, fornecedores,
clientes e salários – enquanto outros são contas que não estão relacionadas a operações
da empresa – caixa e disponível, empréstimos e financiamentos de curto prazo.
12
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 1
1.4.1 EXEMPLO
Suponhamos uma empresa com as seguintes contas...
Nesse caso...
Dessa forma, se a empresa for liquidada, haverá uma sobra de ativos de curto prazo de R$
400.000.
AT = PT + PL
Sendo...
AT = ativo total;
PT = passivo total;
PL = patrimônio líquido.
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MÓDULO 1 Administração Financeira de Curto Prazo
No lado do AC...
No lado do PC...
Uma empresa deve ser analisada não somente pelo indicador de CCL mas também pelas
composições de AC e PC.
Neste caso, o AC, além de apresentar baixa solvência – pois se concentra em estoques –, ainda
gera pouca remuneração para a empresa.
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Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 1
Se CCL > 0,
0 a empresa está tomando financiamento de longo prazo de terceiros ou usando seu
patrimônio líquido para fechar suas contas de curto prazo.
Ou seja...
Se o AC é maior que o PC – e daí o CCL positivo –, o resto do ativo total é menor que
o resto do passivo total somado ao patrimônio líquido.
Esse quadro decorre da equação do balanço patrimonial, em que o AT tem de ser igual
ao PT + PL.
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MÓDULO 1 Administração Financeira de Curto Prazo
CCL financiado por recursos de longo prazo ou próprios – ou seja, parte do PNC
e PL –, configurado da seguinte forma...
CCL’’ = - PNC + PL -
CCL"
ANC
origens não circulantes (PNC + PL) menos aplicações não
circulantes (ANC)
1.8 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
1.9 EXERCÍCIO
Acesse, no ambiente on-line, o exercício desta unidade.
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Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 1
UNIDADE 2 – RENTABILIDADE DE A
RENTABILIDADE TIV
ATIV
TIVOO
A empresa reduziria, por exemplo, sua dívida, pagando menos encargos futuros.
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MÓDULO 1 Administração Financeira de Curto Prazo
Em outras palavras, o que gera retorno – lucro – para as empresas são investimentos
bem realizados e financiamentos bem captados.
Os riscos inerentes à atividade capitalista fazem com que nem o ativo nem o passivo
circulante sejam completamente previsíveis.
Desse modo, nasce a necessidade de alguma folga de caixa para honrar, sem problemas,
os compromissos de curto prazo.
A folga de caixa também serve como sinalização aos credores de que a empresa
oferece baixo risco a seus financiadores.
Essa passa a ser a questão importante, cuja resposta mais simples é...
18
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 1
O fato de não existir um nível ótimo de CCL não significa que a empresa não deva administrá-lo...
Como não existe um nível ótimo de CCL para todas as empresas, cada uma deve procurar seu
nível ótimo.
O nível ótimo vai depender dos objetivos da empresa e dos riscos aos quais ela se
expõe.
Estratégias mais arriscadas levarão a folgas menores de caixa para aproveitar oportunidades de
investimento – CCL mais próximo de zero.
2.7 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
2.8 EXERCÍCIO
Acesse, no ambiente on-line, o exercício desta unidade.
UNIDADE 3 – ESTR
ESTRAATÉGIAS DE GERÊNCIA
19
MÓDULO 1 Administração Financeira de Curto Prazo
3.2 EXEMPLO
Consideremos uma empresa com a seguinte estrutura esperada de passivo e ativo circulantes
para os próximos seis meses...
*valores em R$ mil
Outra forma de obter essa visualização – mas não de forma tão simples como na tabela
apresentada – é seguir o Modelo Dinâmico de Gestão Empresarial, desenvolvido por
Michel Fleuriet na década de 70, no Brasil.
Contudo, existe sazonalidade nessas necessidades, com valores que vão de -R$ 50.000,00 a +R$
30.000,00.
20
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 1
Na verdade, a empresa vai manter um CCL próximo de zero com recursos temporários. O resultado
final seria de...
financiamento de longo prazo +20 +30 +50 +30 +20 -30 +20
novo CCL 0 0 0 0 0 0 0
*valores em R$ mil .
No 6o mês, a empresa amortizava parte dos financiamentos de longo prazo captados nos meses
anteriores.
...pode ser utilizado para diminuir o passivo circulante por meio do pagamento de
alguma conta, como despesas de juros.
3.3.1 RISCOS
Como qualquer estratégia dita agressiva, vários riscos estão envolvidos em sua execução...
...a projeção pode apresentar resultados diferentes da realidade, e a empresa pode ter
maiores necessidades de financiamento do que aquela projetada na tabela.
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MÓDULO 1 Administração Financeira de Curto Prazo
A empresa vai financiar o CCL com recursos que resolvam o máximo de suas
necessidades.
novo ativo circulante 130 140 150 120 110 160 135
Nesse caso – a não ser para o 3º mês –, a empresa apresenta um novo CCL sempre
positivo, indicando folga de caixa e liquidez de curto prazo.
Nesse ponto...
não há um risco muito grande de fluxo de caixa;
não é demandada uma desmobilização muito grande de ativos produtivos.
Em situações reais, muitas vezes, temos situações dinâmicas em que as estratégias mudam ao
longo do tempo.
Por exemplo, a Petrobras, em 2013, tinha mais de R$ 46 bilhões em caixa e disponíveis. Ainda
assim, vivia uma situação de falta de caixa, resolvida por empréstimos de curto e longo prazos. A
razão se deveu ao fato de a empresa, à época, estar fazendo projetos de investimento que
totalizavam quase R$ 100 bilhões...
...ou seja, a empresa, no final das contas, estava mantendo uma estratégia agressiva de
gestão do CCL – algo natural em empresas com altos investimentos – mesmo com R$
46 bilhões em caixa.
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Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 1
3.6 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
3.7 EXERCÍCIO
Acesse, no ambiente on-line, o exercício desta unidade.
Quais são as fontes de recursos que permitem à empresa financiar o CCL no curto
prazo?
Vamos conhecê-las?
O capital próprio pode ser uma fonte importante de recursos para gerenciar problemas
de liquidez de curto prazo.
Desvantagem...
A desvantagem do capital próprio é que sua utilização depende da disponibilidade e
da disposição dos sócios para integralizarem mais capital.
23
MÓDULO 1 Administração Financeira de Curto Prazo
Ademais, ele pode representar um custo de oportunidade perdido pelos sócios, que
deixariam de ser remunerados.
Por fim, a remuneração do capital próprio não é dedutível da base de cálculo do IR.
De fato, na vida real, o capital próprio tende a ser usado somente em último caso...
A princípio, não podemos contar com a disponibilidade do capital próprio para cobrir as
contas da empresa.
Um investimento só é atrativo se sua taxa interna de retorno for superior à taxa mínima
de retorno exigida pelo investidor!
Nesse primeiro caso, o CCL é negativo porque o passivo circulante é maior que o ativo circulante.
24
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 1
Existe falta de caixa para honrar compromissos de curto prazo no montante de R$ 200.000,00.
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MÓDULO 1 Administração Financeira de Curto Prazo
Nesse caso, a empresa estaria financiando o CCL por meio do passivo não circulante –
PNC.
4.1.2.1 EXEMPLO
A representação gráfica e numérica é semelhante a do caso de emprego de capital próprio...
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Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 1
Vejamos...
balanço patrimonial da
empresa Montresor – R$ mil
AC = 600 PC = 500
AP = 1000 PL = 700
AT = 2000 PT + PL = 2000
Nos dois casos, a empresa consegue retirar receitas do RLP e passá-las ao caixa para
fazer frente a compromissos de curto prazo.
Contudo, se a empresa deseja hoje ter o dinheiro referente a um recebimento futuro, esse valor
futuro deve ser trazido a valor presente por intermédio de uma taxa de juros.
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MÓDULO 1 Administração Financeira de Curto Prazo
Uma antecipação de receitas faz com que a empresa mude somente sua estrutura de ativos,
obtendo o seguinte resultado...
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Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 1
AC = 300 PC = 500
AP = 1.000 PL = 700
AT = 1.700 PT = 1.700
O CCL = AC - PC = - 200
200. Existe falta de caixa para honrar compromissos de curto prazo
no montante de R$ 200.000,00.
Imaginando que haja mercado e seja possível antecipar todo o RLP – para que o
exemplo continue simples, assumimos que a antecipação se dê pelo valor total, sem
nenhum tipo de desconto...
AC = 700 PC = 500
AP = 1.000 PL = 700
AT = 1.700 PT + PL = 1.700
O novo CCL = 700 - 500 = 200 ou R$ 200.000,00. Como é positivo, o novo CCL indica
solvência de curto prazo.
Desconto de duplicatas...
Permite à empresa receber, no momento presente, as vendas realizadas a prazo com
duplicatas.
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MÓDULO 1 Administração Financeira de Curto Prazo
Desconto de cheques...
A empresa pode solicitar a antecipação de recursos das vendas realizadas por meio de
cheques pré-datados. Para tanto, de modo geral, os cheques devem estar sob custódia
do banco ou da financeira que fará o desconto.
Cartão de crédito...
A empresa pode antecipar o recebimento das receitas de vendas com cartões de
crédito que, normalmente, levam quatro semanas para serem finalizadas pelas
administradoras de cartões de crédito.
4.2 BNDES
O BNDES – importante banco público – tem como sua principal especialidade o
financiamento de longo prazo.
No entanto, o BNDES também age na concessão de crédito de curto prazo para aquisição de
insumos, máquinas, equipamentos e outros bens de produção.
O cartão BNDES só pode ser utilizado para adquirir máquinas e alguns insumos
específicos de fornecedores cadastrados junto ao BNDES.
4.2.1 CARACTERÍSTICAS
As características principais do cartão BNDES são...
Clientes...
micro, pequena e média empresa;
limite de crédito – definido pelo banco emissor do cartão BNDES, até R$ 250 mil,
por cliente e por emissor.
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Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 1
Custo...
anuidade – a ser definida pelo banco emissor;
taxa de juros – definida em percentual ao mês, em função da taxa a termo divulgada
pela ANDIMA, calculada com base nas Letras do Tesouro Nacional.
Prazo...
amortização – 12, 18, 24 ou 36 prestações mensais, fixas e iguais;
sujeito à consulta junto ao banco emissor.
Garantias...
negociadas entre o banco emissor e o cliente na análise de crédito para concessão
do cartão.
Fornecedor...
empresas fabricantes de máquinas, equipamentos e outros bens de produção que
tenham fabricação total ou parcial no Brasil.
Emissor...
instituição financeira autorizada, pelo BACEN, a operar cartão de crédito – aprovada
pelo BNDES, e responsável pela emissão do cartão BNDES e pelo risco da operação.
Afiliadora...
empresa responsável pela afiliação de fornecedores e pela gestão de transações
comerciais por meio de cartões de crédito ou de outros meios de pagamento.
4.3 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
4.4 EXERCÍCIO
Acesse, no ambiente on-line, o exercício desta unidade.
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MÓDULO 1 Administração Financeira de Curto Prazo
AC...
PC...
PNC...
RLP...
PL e AP...
Para os próximos seis meses, assumem-se constantes os valores – em R$ mil – de PL
e AP, como...
PL = 1.000
AP = 5.000
Composição do AC...
Para os primeiros dois meses, a composição do ativo circulante é...
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Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 1
CCL = AC - PC
Dessa forma...
Do 4º mês em diante, o CCL é negativo, revelando que a empresa apresenta fragilidade financeira
de curto prazo nesse período.
Revendo o AC da empresa...
33
MÓDULO 1 Administração Financeira de Curto Prazo
Desse modo, embora o CCL se apresente positivo para esses meses, mesmo assim
podem existir problemas de curto prazo.
Vimos que o CCL da empresa Cardy para os seis meses analisados é...
Dessa forma, a partir do 4º mês, a empresa apresenta CCL negativo e pode não ter
como honrar os compromissos de curto prazo.
Estratégia agressiva...
Uma estratégia agressiva seria conseguir somente a quantidade necessária de recursos,
na exata medida das necessidades da empresa.
Para tanto, a empresa pode desmobilizar R$ 800.000,00 dos recursos no 6º mês, pois
a empresa necessita somente de R$ 200.000,00 nesse mês.
Estratégia conservadora...
Uma estratégia conservadora, por sua vez, seria aquela na qual a empresa levantaria os
recursos necessários relativos ao máximo de suas necessidades.
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Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 1
Como, nesse caso, a empresa utilizaria estratégia conservadora, haveria financiamento do máximo
dos recursos necessários do período, ou R$ 1.000.000,00.
Com financiamento de capital próprio, o patrimônio líquido da empresa aumentaria nesse valor,
com correspondente aumento no ativo circulante, sendo o novo BP...
35
MÓDULO 1 Administração Financeira de Curto Prazo
Como pode ser visto, o aumento do ativo circulante fez com que o CCL deixasse de ser negativo,
passando a ser positivo e deixando a empresa com folga financeira para sustentá-lo durante o
período.
No caso do 6º mês, essa folga financeira seria de R$ 800.000,00. Nesse caso, houve aumento do
ativo total, de R$ 8.000.000,00 para R$ 9.000.000,00, como consequência da integralização de
capital social no valor de R$ 1.000.000,00.
...incluir a diminuição do ativo não circulante – ANC – por meio do RLP e um aumento
do AC...
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Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 1
Para simplificar a demonstração, assumimos que a empresa consiga antecipar esses recebíveis
sem nenhum custo. O valor do CCL, nesse caso, é zero.
O CCL = 0 condiz com a estratégia agressiva, que visa acabar com qualquer necessidade
de financiamento de curto prazo, mas sem deixar folga que prejudique a utilização de
recursos para investimentos produtivos.
37
MÓDULO 1 Administração Financeira de Curto Prazo
Para a estratégia conservadora – de acordo com os dados que temos –, significa pegar
empréstimos de R$ 1.000.000,00. Partindo do balanço patrimonial original do 6º mês...
Para executar a estratégia conservadora, a empresa deve aumentar seu ELP em R$ 1.000.000,00
e usar esse valor como caixa para sustentar as necessidades de financiamento de curto prazo da
empresa.
38
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 1
Por isso, essa estratégia só faz sentido se a empresa espera lucrar mais no futuro do que os custos
de juros desse empréstimo.
Um investimento só é atrativo se o valor presente líquido – VPL – é positivo. Nesse caso, o VPL
pode ser entendido como a diferença entre o lucro e os custos de juros, trazidos para a data zero.
5.8 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
No entanto, no caso do orçamento de caixa, a análise do CCL é feita partindo das estimativas de
vendas e despesas da empresa até chegar às necessidades de curto prazo.
6.1.1 EXEMPLO
Para melhor visualizar a relação entre o orçamento de caixa e a análise do CCL, vejamos um
exemplo...
39
MÓDULO 1 Administração Financeira de Curto Prazo
Nesse exemplo, as fontes de receita da empresa são as vendas da empresa, outros recebimentos
e as rendas de ativos financeiros.
A tabela é construída tendo como base um saldo inicial do passado – de R$ 50 mil –, e cada saldo
inicial segue do trimestre passado.
A tabela foi construída para mostrar as saídas de caixa da empresa para os quatro trimestres do
ano a ser analisado.
Assumimos que a divisão das diversas saídas se deu em três categorias, que são custos diretos –
como matérias-primas – , salários e aluguéis, e outros custos e outras despesas.
40
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 1
O cálculo do CCL é feito, normalmente, para analisar o que acontece na empresa no momento
presente ou no passado.
O orçamento de caixa tenta estimar as necessidades de caixa por meio das entradas e
saídas.
As implicações dos resultados são as mesmas para as duas ferramentas. Por isso, a escolha entre
elas depende de como é estruturada a análise da empresa.
41
MÓDULO 1 Administração Financeira de Curto Prazo
Para os casos em que a empresa precisa de recursos, sabemos que é possível utilizar desde a
antecipação de receitas até os empréstimos bancários... mas e quando há excesso temporário de
caixa?
42
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 1
saldo de caixa
*em R$ mil .
1o 2o 3o 4o
trimestre trimestre trimestre trimestre
total dos
250 250 200 300
recebimentos
total dos
200 300 300 200
pagamentos
saldo final do
100 50 -50 50
período
Nesse caso, a empresa teria excesso de caixa em todos os trimestres que não o terceiro –
que deve ser financiado.
Desse modo, investir os recursos sobressalentes em ativos fixos não é uma solução,
pois investimentos são decididos por outras políticas da empresa – como o orçamento
de capital.
É importante para a empresa poder dispor dos recursos a qualquer momento, dada qualquer
eventualidade... Daí advém a procura por liquidez.
Ademais, a empresa já lida, comumente, com os riscos de seu negócio... Não é necessário
correr ainda mais riscos com seus recursos de caixa.
43
MÓDULO 1 Administração Financeira de Curto Prazo
6.6.1 SOLUÇÃO
A solução normal para qualquer eventual excesso de recursos é aplicar esse excesso em títulos
públicos.
Títulos públicos têm ampla liquidez no mercado aberto e são de baixo risco.
...a administração financeira do caixa de curto prazo tem de encontrar o balanço entre
o retorno de ativos financeiros pouco arriscados e de alta liquidez, e os custos de
transação envolvidos em manter recursos fora da conta corrente da empresa.
6.8 INDICADORES
Os indicadores funcionam como forma mais direta de transferir informações sobre a
situação da empresa.
Desse modo, os índices servem para transferir informações, de forma concisa e direta,
para usuários internos ou externos da empresa.
Os índices são uma síntese das análises, como a análise de CCL, por exemplo.
44
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 1
6.9 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
6.10 EXERCÍCIO
Acesse, no ambiente on-line, o exercício desta unidade.
Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, acesse os
cenários culturais no ambiente on-line.
45
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 2
APRESENTAÇÃO
Neste módulo, apresentaremos os diferentes conceitos de ponto de equilíbrio.
O conceito de ponto mínimo de produção objetiva responder a uma das mais importantes questões
de uma organização...
Qual é o nível de vendas que faz com que a empresa não tenha prejuízo?
Todo empreendedor tenta, mesmo que intuitivamente, ter noção dessa resposta!
Os bons empresários conseguem uma estimativa efetiva do nível de vendas da empresa que
elimina os prejuízos.
Como a ideia é comparar o preço de mercado ao custo de produção da empresa, são necessários...
o conceito de custo médio;
os conceitos de custos fixos e variáveis;
as noções sobre o comportamento do preço de mercado.
47
MÓDULO 2 Administração Financeira de Curto Prazo
Custo médio...
O custo médio da empresa pode ser simplificado como a relação entre o custo total e
a quantidade produzida...
CMe = CT
Q
Dessa forma, para calcular o custo médio, basta dividir todo o custo da empresa pela
quantidade vendida – por simplicidade, estamos assumindo que tudo que seja
produzido será vendido. O resultado é o custo, para a empresa, de cada unidade vendida.
Em que...
CF = custo fixo;
CVT = custo variável total;
Q = quantidade produzida e vendida.
CV = CVT
Q
48
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 2
O custo variável unitário pode ser definido como o custo de fatores variáveis para
produzir uma unidade do produto. Dessa forma, o custo médio de produção pode ser
reescrito como...
1.2.1 EXEMPLO
Dados da empresa...
A empresa Quarles produz botões de camisa, com vendas médias mensais de 10.000
lotes de 100 botões. É uma empresa pequena, com a estrutura dividida em...
1 gerente, com salário mensal de R$ 1200,00;
4 empregados, com salários mensais de R$ 700,00 cada;
aluguel do imóvel de R$ 1000,00;
impostos – incluindo direitos trabalhistas – de R$ 2000,00;
aluguel de máquinas de R$ 400,00;
contas diversas no valor de R$ 800,00.
O custo variável por lote de cem unidades é de R$ 1,00, dado que o plástico é o único
custo variável neste exemplo. A quantidade que a empresa vende, em média, por mês
é 10.000 lotes.
49
MÓDULO 2 Administração Financeira de Curto Prazo
Vale observar que consideramos os gastos com salários dos empregados, integralmente, como
custos fixos.
Custo médio...
O custo médio da empresa é...
Desse modo, cada lote de 100 botões apresenta o custo de produção de R$ 1,82.
No caso dessa empresa, R$ 1,00 do custo médio é representado pelo custo variável de
produção, enquanto R$ 0,82 representam o pagamento pelos custos fixos de produção
da empresa.
No entanto, existem hipóteses implícitas para a construção do exemplo que nem sempre se
verificam na prática...
Para uma pequena empresa, essa hipótese é razoável. Contudo, dificilmente, os custos
fixos são constantes e previsíveis em uma empresa de maior porte.
Na vida real, essa precisão não acontece. Essa é a principal razão pela qual o equilíbrio
econômico é diferente do financeiro. Como, na vida real, fluxos de pagamentos e
recebimentos têm prazos diferentes, devem todos ser trazidos a um só período para
comparação.
50
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 2
Outras empresas, por sua vez, apresentam estruturas de custo voltadas para custo
fixo.
Uma empresa siderúrgica, por exemplo, gasta milhões de reais por mês para manter sua estrutura
e pagar salários.
É simples raciocinar que, se uma empresa produz mais, seu custo médio diminui.
CMe = CF/Q + CV
Os resultados da tabela mostram como se comporta o custo médio da empresa com o aumento
da escala de produção se os custos fixos da empresa são significativos.
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MÓDULO 2 Administração Financeira de Curto Prazo
No exemplo, quando a quantidade produzida aumenta de 1.000 para 2.000 unidades, o custo
médio diminui de R$ 5.100,00 para R$ 2.600,00.
Quando a produção passa de 5000 para 10.000 unidades, o custo médio cai de R$ 1.100,00 para
R$ 600,00.
Quando a quantidade aumenta para 2.000 unidades, o custo cai para R$ 2.600,00, e
assim por diante.
Sendo o custo variável unitário constante, o custo médio é decrescente. O decréscimo depende
da relação entre custos fixos e variáveis.
52
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 2
Lucro total...
A maximização de lucros econômica é...
LT = RT - CT
Sendo...
LT = lucro total;
RT = receita total;
CT = custo total.
Receita total...
Se a empresa produz somente um produto, podemos visualizar sua receita como...
RT = P.Q
Sendo...
RT = receita total;
P = preço do produto dado pelo mercado;
Q = quantidade vendida pela empresa.
Custo total...
O custo total, por sua vez, pode ser definido como...
CT = CMe.Q
Sendo...
CT = custo total;
CMe = custo médio de produção da empresa;
Q = quantidade vendida pela empresa.
LT = (P-CMe)*Q
LT = lucro total;
CMe = custo médio de produção da empresa;
Q = quantidade vendida pela empresa.
53
MÓDULO 2 Administração Financeira de Curto Prazo
O lucro econômico aqui é definido como uma margem de lucro P-CMe multiplicada
pela quantidade vendida – assumindo que não haja estoques.
Se o custo médio da empresa – que contempla todos os custos – for maior que o
preço...
...a empresa tem prejuízo, pois P - CMe é negativo... Portanto, o lucro total – LT – da
empresa também é negativo.
O preço de venda do produto não é suficiente para cobrir todos os custos – fixos e
variáveis – de produção.
CMe = P...
Nesse caso, a empresa obtém lucro zero, já que P - CMe = 0. Portanto, o lucro total é
zero.
54
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 2
LT (q)
LT
CT
Aqui vemos como se comporta o lucro da empresa à medida que a quantidade vendida
aumenta.
No entanto, à medida que a empresa aumenta sua produção e suas vendas, passa a
pagar o custo fixo até o ponto Q*, em que seu lucro é zero. Esse ponto é o ponto de
equilíbrio da empresa.
55
MÓDULO 2 Administração Financeira de Curto Prazo
CMe
Q* Q
56
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 2
Condições de prejuízo...
Se as vendas da empresa forem menores que a escala mínima Q** , a empresa
apresentará prejuízo, como no gráfico...
Se a empresa vender Qv, uma quantidade menor que a escala mínima de produção Q*,
o custo médio associado será CMev.
Como CMev é maior que o preço do produto P, a empresa estará vendendo cada
unidade do produto por um preço que não cobre seus custos – apresentando, portanto,
prejuízo.
Condições de lucro...
Se a empresa consegue vender uma quantidade Qv maior que a escala mínima de
vendas Q*, o custo médio CMev diminui e, com isso, a empresa passa a ter lucro.
57
MÓDULO 2 Administração Financeira de Curto Prazo
...a quantidade mínima de vendas que faz com que a empresa pare de ter prejuízos.
...a quantidade mínima de vendas a partir da qual a empresa passa a ter lucro.
1.7.2 EXEMPLO
Vejamos, novamente, a empresa Quarles...
P = CMe = CF/Q + CV
P = CF/Q + CV
CF
Q* =
P - CV
58
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 2
Considerando...
CF = R$ 8.200,00;
CV = R$ 1,00;
P = R$ 2,00;
Q* = 8.200/(2 - 1) = 8.200 lotes/mês.
Graficamente...
Para o preço de R$ 2,00, a escala mínima de vendas é de 8.200 lotes por mês.
Como a empresa vende hoje, em média, 10.000 lotes por mês, há lucro atualmente.
1.8 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
1.9 EXERCÍCIO
Acesse, no ambiente on-line, o exercício desta unidade.
2.1 EQUILÍBRIO
Além do desenvolvimento do conceito de ponto de equilíbrio que envolve a comparação do
preço de mercado com o custo médio de produção, existem diferentes formas de medir o custo
médio.
59
MÓDULO 2 Administração Financeira de Curto Prazo
A forma de medição do custo médio depende dos custos a serem incluídos no cálculo.
2.1.1 TIPOS
Equilíbrio operacional...
O cálculo de equilíbrio operacional envolve o LAJI da empresa. Falamos do ponto de
equilíbrio operacional.
Nesse caso, os custos fixos e variáveis necessários para o cálculo se referem aos custos
da empresa – sem levar em conta os custos financeiros nem o imposto de renda.
LAJI = RT - CT
Como o ponto de equilíbrio se dá quando o lucro é zero, nesse caso, LAJI é zero.
Equilíbrio contábil...
O cálculo do equilíbrio contábil envolve todo o custo da empresa, inclusive, o
financeiro...
Nesse caso...
60
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 2
O LL igual a zero para o cálculo do equilíbrio representa o ponto no qual a empresa terá
lucro real igual a zero, ou seja, o ponto de vendas em que a empresa paga todos seus
custos, inclusive os financeiros.
Equilíbrio financeiro...
O ponto de equilíbrio financeiro é o volume de vendas em que o fluxo de caixa líquido
gerado é zero.
Equilíbrio econômico...
O equilíbrio econômico relaciona-se ao custo de oportunidade – CO – do dinheiro da
empresa.
Embora pareça que, a partir desse nível de vendas, passa a existir ganho para o
proprietário, na verdade, não é assim.
2.1.1.1 EXEMPLO
Se o equilíbrio operacional da empresa Laplace for de 800 unidades por mês e o equilíbrio
contábil de 1.000 unidades por mês, a diferença – 200 unidades – é o que a empresa tem de
vender para atender às demandas financeiras.
Se as necessidades de vendas para amortizar as dívidas e pagar dividendos forem de 100 unidades,
o equilíbrio financeiro é concretizado com vendas de 900 unidades – já que o equilíbrio
operacional é de 800 unidades.
A empresa tem um patrimônio líquido de R$ 100.000,00. A taxa de juros oferecida pelo sistema
financeiro é de 1% ao mês. Só há resultado econômico positivo se existir uma rentabilidade acima
de 1% ao mês – R$ 1.000,00.
61
MÓDULO 2 Administração Financeira de Curto Prazo
2.1.2 RELEVÂNCIA
Cada ponto de equilíbrio revela uma informação sobre o funcionamento da empresa...
equilíbrio operacional – as vendas pagam todos os custos operacionais da empresa
– lucro operacional igual a zero;
equilíbrio contábil – as vendas também pagam os custos financeiros – lucro líquido
igual a zero;
equilíbrio financeiro – são considerados somente os ingressos de caixa e os
desembolsos efetivos – fluxo de caixa igual a zero;
equilíbrio econômico – as vendas pagam, além do equilíbrio contábil, também o
custo de oportunidade dos recursos próprios – lucro líquido igual à remuneração
mínima exigida pelo proprietário.
62
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 2
Com algumas modificações – em relação às fórmulas utilizadas no cálculo para empresas que
vendem apenas um produto e não possuem estoques –, é válido analisar o ponto de equilíbrio
para empresas multiprodutos.
Vale lembrar que, no caso de um único produto, o ponto de equilíbrio é calculado por meio das
fórmulas...
P = CMe
P = CF/Q* + CV
Q* = CF/(P - CV)
Variáveis...
No caso de uma empresa e dois produtos – chamados de produto 1 e produto 2, temos
as variáveis...
Q1 = quantidade a ser vendida do produto 1;
Q2 = quantidade a ser vendida do produto 2;
CV1 = custo variável unitário do produto 1;
CV2 = custo variável unitário do produto 2;
CF = custos fixos comuns aos dois produtos;
CF1 = custo fixo associado somente à produção de 1;
CF2 = custo fixo associado somente à produção de 2;
P1 = preço do produto 1;
P2 = preço do produto 2.
Custos fixos...
As variáveis CF1 e CF2 representam os custos fixos associados à produção de cada
produto. Desse modo, temos três custos fixos...
CF é o custo fixo comum aos dois produtos – por exemplo, a estrutura
administrativa comum;
CF1 é o custo fixo específico do produto 1 – por exemplo, uma máquina
específica à produção desse produto;
CF2 é o custo fixo específico do produto 2 – por exemplo, o salário de
funcionários que trabalham especificamente junto à produção de 2.
63
MÓDULO 2 Administração Financeira de Curto Prazo
ou
A equação de custos totais para uma empresa que produz um único produto é CT = CF + CV.Q.
Desse modo, para uma empresa multiproduto, temos...
Cada termo entre parênteses da equação é virtualmente idêntico à equação de custos totais para
a empresa que produz somente um produto. O termo excedente, CF, deve ser distribuído aos
termos em parênteses, de forma a fazer com que o custo total da empresa multiproduto seja o
custo do produto 1 mais o custo do produto 2.
Também podemos visualizar a situação pela fórmula de custo médio para a empresa multiproduto,
CMe = CFT/Q + CV. Como CFT = CF + CF1 + CF2...
CMe = (CF + CF1 + CF2) / (Q1 + Q2) +(CV1 unitário x Q1) / (Q1 + Q2) + (CV2 unitário x Q2) / (Q1 + Q2)
64
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 2
Essa fórmula não tem muita racionalidade econômica, dado que não há lógica em determinar um
custo médio composto.
A saída é separar o custo fixo comum para cada produto e analisar o ponto de equilíbrio de cada
produto, por meio de...
utilização de dados históricos;
estabelecimento de metas de planejamento.
Podemos fazer uma média aritmética simples das contribuições e usar esse dado para
planejar o ponto de equilíbrio atual.
Por exemplo, vejamos os dados históricos de vendas da empresa Acktual. Sua linha de produtos é
composta de óleos lubrificantes e óleos resinóides.
Ao longo dos anos, a média das contribuições para as vendas da empresa é de 60% para óleos
lubrificantes e 40% para óleos resinóides.
Desse modo, os custos fixos comuns seriam distribuídos como 60% para o primeiro e 40% para o
segundo.
O custo fixo comum está em R$ 50.000,00, o custo fixo para a produção de óleos lubrificantes, em
R$ 30.000,00 e para a produção de óleos resinóides, R$ 20.000,00.
65
MÓDULO 2 Administração Financeira de Curto Prazo
O preço do litro de óleo lubrificante para a revenda é de R$ 8,00 e o custo variável unitário,
R$ 3,00, enquanto o litro de óleo resinóide tem o preço médio de mercado de R$ 4,00 e custo
variável unitário de R$ 1,50.
Para o óleo resinóide, admitindo o custo específico à produção de óleo resinóide de R$ 30.000,00,
mais R$ 20.000,00, 40% do custo fixo conjunto de R$ 50.000,00, totalizando R$ 50.000,00.
Para não apurar prejuízo, a empresa deve vender 14.000 litros de óleos lubrificantes e
20.000 litros de óleos resinóides.
66
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 2
A empresa passa a ter um ponto de equilíbrio para cada produto, com as mesmas propriedades do
caso de uma empresa com um produto.
67
MÓDULO 2 Administração Financeira de Curto Prazo
Nesse caso, a empresa não estaria analisando o ponto de equilíbrio somente como ferramenta de
análise operacional...
Uma vez compreendida a extensão do problema para uma empresa que produz dois ou mais
produtos, é natural a extensão para uma empresa que produz n produtos.
Como, para cada produto, o preço e o custo variável unitário são conhecidos, resta
determinar a contribuição de cada produto para cobrir os custos fixos da empresa.
Ao ser feita para os outros produtos, a análise do ponto de equilíbrio serve para mostrar
os patamares mínimos de vendas de cada produto para que a empresa não tenha
prejuízo e como eles se comportam dados os atuais níveis de vendas.
2.4.1 EXEMPLO
Vamos imaginar uma empresa que fabrique 5 diferentes produtos e incorra em custos fixos
comuns a esses produtos no montante de R$ 40.000,00. Sabendo-se os seguintes preços e custos
variáveis...
produto P CV
A 10,00 8,00
B 20,00 10,00
C 15,00 11,00
D 14,00 9,00
E 18,00 10,00
68
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 2
Se os custos fixos são de R$ 40.000,00 e são distribuídos, igualmente, para cada produto – ou seja,
cada produto contribui com R$ 8.000,00 para cobrir os custos fixos da empresa –, o cálculo do
ponto de equilíbrio de cada produto é...
A...
Q = CF / (P - CV) = 8.000/(10-8) = 8.000/2 = 4.000
B...
Q = CF / (P - CV) = 8.000/(20-10) = 8.000/10 = 800
C...
Q = CF / (P - CV) = 8.000/(15-11) = 8.000/4 = 2.000
D...
Q = CF / (P - CV) = 8.000/(14-9) = 8.000/5 = 1.600
E...
Q = CF / (P - CV) = 8.000/(18-10) = 8.000/8 = 1.000
Para os produtos A, B,C, D e E, os respectivos pontos de equilíbrio seriam de 4.000, 800, 2.000,
1.600 e 1.000 unidades, respectivamente.
Essa informação é útil para a empresa estabelecer metas de vendas para cada produto
e acompanhar o desempenho de cada produto em relação à participação de suas
vendas no lucro da empresa.
69
MÓDULO 2 Administração Financeira de Curto Prazo
As vendas desse produto servem para cobrir sua parcela dos custos fixos e ainda apresentam
lucro operacional para a empresa.
2.5 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
2.6 EXERCÍCIO
Acesse, no ambiente on-line, o exercício desta unidade.
...a empresa produz e vende uma quantidade bem acima do ponto de equilíbrio, é
lucrativa e possui boa margem de segurança contra eventuais problemas.
Uma pequena margem de segurança denota que a empresa possui pequena folga contra eventuais
problemas.
Nesse caso, a empresa pode apresentar perdas se o mercado lhe for desfavorável por
alguma razão – aumento de custos, menor preço de mercado...
70
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 2
Se a margem for negativa, a empresa está vendendo abaixo do ponto de equilíbrio e tem prejuízo.
MS = (Qv - Qpe)
Qv
...qual é o risco para a empresa caso alguma mudança se reflita sobre os custos, as
vendas ou o preço de mercado...
71
MÓDULO 2 Administração Financeira de Curto Prazo
Se considerarmos que a empresa vende toda a sua produção no mesmo período que a gera –
estoque final de produtos em processo igual a zero –, ou seja, que a demanda é maior que a
oferta...
...quanto maior é a margem de segurança, melhor para a empresa, pois menor é o risco
de a empresa apurar prejuízo.
3.3.1 EXEMPLO
O ponto de equilíbrio econômico de uma empresa é de 1.800 unidades.
A empresa produz, atualmente, 4.500 unidades, ou seja, muito acima do ponto de equilíbrio – se
as vendas caíssem 60%, chegariam a 1800.
Aplicando a fórmula...
MS = (Qv - Qpe)/Qv
MS = (4.500 - 1.800)/4.500 = 2.700/4.500 = 0,6 ou 60%
72
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 2
73
MÓDULO 2 Administração Financeira de Curto Prazo
Quando as vendas estão pouco acima do ponto de equilíbrio, o LAJI é pequeno. Como as receitas
crescem linearmente, o GAO será muito grande.
3.5.2 EXEMPLO
Se o ponto de equilíbrio da empresa é de 1.200 unidades, o preço é de R$ 100,00, o
custo fixo de R$ 60.000,00 e o custo variável unitário de R$ 50,00, qual é o GAO para
vendas de 1.320 unidades?
74
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 2
LT = RT - CT
Esse pequeno lucro era esperado, dado que a empresa vende uma quantidade pouco acima do
ponto de equilíbrio.
3.5.3 EXEMPLO 2
O que acontece se a empresa passar a vender 3.000 unidades? Esse nível de vendas
representa 150% de margem de segurança. Tudo o mais permanecendo constante...
75
MÓDULO 2 Administração Financeira de Curto Prazo
Como a quantidade vendida é bem maior, obtemos um lucro 15 vezes maior, já que 90.000 é 15
vezes maior que 6.000.
3.6 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
3.7 EXERCÍCIOS
Acesse, no ambiente on-line, o exercício desta unidade.
A empresa não tem custos fixos com a criação do material. Seus custos são aqueles voltados para
a editoração e impressão.
76
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 2
diretor/presidente 12.000
diagramadores 4.000
secretárias 4.000
outros 18.000
total 50.000
custo de papel/livro 3
Todas as despesas com pessoal são fixas assim como custos de aluguéis e outros
impostos.
77
MÓDULO 2 Administração Financeira de Curto Prazo
Os gastos variáveis são relacionados à produção física dos livros – ou seja, papel,
impressão e capa –, além dos impostos que variam com a quantidade vendida – como
ISS e PIS & COFINS.
Dessa forma, o custo fixo da empresa é de R$ 75.000,00 por mês, enquanto o custo
variável unitário é de R$ 5,00 por livro.
4.2.1 CÁLCULO
Para uma quantidade de 7.500 livros por mês, o custo médio é...
78
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 2
Como a variável a ser calculada é a quantidade, podemos reescrever essa equação em função de
Q para...
Para apresentar lucro contábil operacional – LAJI –, a empresa precisa vender mais do
que 5.000 exemplares.
Nesse caso, a fórmula para o cálculo é a mesma, mas o custo fixo sobe para R$ 90.000,00...
Dessa forma, com 5.000 exemplares, o LAJI da empresa é zero, mas a empresa
apresentaria LAIR negativo – prejuízo.
79
MÓDULO 2 Administração Financeira de Curto Prazo
Com essa remuneração esperada do capital – lucro líquido – de R$ 12.000,00, é possível calcular
o equilíbrio econômico. O equilíbrio econômico é calculado quando o lucro líquido é igual à
remuneração líquida esperada pelo capital investido na empresa.
Se a alíquota do imposto for de 20% e a remuneração líquida esperada, de 12.000, o LAIR é de...
(1-IR)
Para calcular o equilíbrio econômico, basta acrescentar o valor de R$ 15.000,00 ao custo fixo.
Agora o custo fixo é de R$ 105.000,00.
80
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 2
Para vendas de 6.250, 8.000 e 10.000 exemplares, as margens são 1.250, 3.000 e
5.000 exemplares.
Em termos percentuais...
MS = (Qv - Qpe)/Qv
Sendo...
Qv = quantidade vendida atualmente pela empresa;
Qpe = quantidade associada ao ponto de equilíbrio.
Para diferentes Qv, 6.250, 8.000 e 10.000, sendo Qpe = 5.000, temos...
81
MÓDULO 2 Administração Financeira de Curto Prazo
4.6.1 GRÁFICO
Quanto mais exemplares vendidos, maior é a margem. Vejamos...
A receita total é dada por preço vezes quantidade, ou seja, P*Q. Desse modo...
O LAJI é...
LAJI = RT - CT
CT = CF + CV.Q
82
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 2
Como o custo fixo é de 75.000 e o CV é de 5 por livro, o CT para cada situação é...
4.7.1 FÓRMULA
A alavancagem operacional é...
Como podemos perceber, à medida que as vendas aumentam, o grau de alavancagem operacional
diminui.
Uma diminuição do preço de venda resulta em um aumento na necessidade das vendas para
manter o equilíbrio operacional da empresa.
CF = 75.000;
CV = 5.
83
MÓDULO 2 Administração Financeira de Curto Prazo
O ponto de equilíbrio passou de 5.000 para 7.500 exemplares, aumentando – como era de se
esperar.
4.9 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, acesse os
cenários culturais no ambiente on-line.
84
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 3
APRESENTAÇÃO
Neste módulo, aprofundaremos a relação entre a parte operacional e a parte financeira da empresa,
apresentando e examinando o conceito de modelo de lote econômico de compras.
Vamos ver as situações nas quais podemos considerar uma empresa frágil do
ponto de vista financeiro.
A grande pergunta a que o modelo de lote econômico de compra visa responder com eficiência
é...
...comprar o máximo possível para ganhar escala e, com isso, obter descontos e um
custo variável unitário menor.
Com isso, pode ser mais interessante comprar insumos aos poucos do que tudo de
uma vez.
85
MÓDULO 3 Administração Financeira de Curto Prazo
Segundo Braga, para determinar o processamento dos pedidos de compra, são três as variáveis
importantes...
Custo da produção...
Diz respeito aos custos diretos de produção.
Quanto maior é a economia de custos pela compra em escala, maiores devem ser as
compras e a produção. Portanto, maiores serão os estoques de matéria-prima e produto
final, e vice-versa.
Fazer pedidos de compra pode tomar muito tempo e muita negociação, além de haver
incerteza quanto à disponibilidade imediata e constante para compra. Em ambos os
casos, há custos adicionais e altos custos de processamento dos pedidos.
Custo de estocagem...
Relação inversamente proporcional.
1.2.1 JUST-IN-TIME
Considerando o processo just-in-time japonês...
86
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 3
Esses pilares visam garantir menores custos de processamento de pedidos com a menor
quantidade possível de estoques.
O conjunto desses fatores faz com que seja impossível determinar, com precisão, o
prazo entre o pedido e a chegada da matéria-prima para o processamento.
Como o custo de estocagem é baixo para essa empresa, passa a ser interessante trabalhar com
poucos grandes pedidos e alto volume de estoques.
Desse modo, a empresa pode aproveitar condições favoráveis para estocar mais
produção, comprando grandes lotes, e, em condições desfavoráveis, utilizar o estoque.
87
MÓDULO 3 Administração Financeira de Curto Prazo
Para respondermos a essa questão, duas situações devem ser analisadas. À medida que o tamanho
do pedido aumenta...
88
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 3
...o ponto que minimiza os custos e determina o lote econômico de compra – LEC –
é...
O lote econômico de compra – LEC – é definido – como visto no gráfico – pela interseção de
curvas de custo de estocagem e custo de processamento dos pedidos de compra.
O gráfico da soma dos custos mostra que o ponto de mínimo coincide com o ponto ótimo – como
era de se esperar.
89
MÓDULO 3 Administração Financeira de Curto Prazo
90
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 3
Se o custo de estocagem for pouco importante, o lote econômico de compra padrão será muito
grande.
Sendo...
LEC = lote econômico de compra;
CTR = custo de processamento por pedido;
D = demanda por período;
CE = custo unitário de estocagem por período.
O lote econômico de compra representa quanto deve ser comprado em cada lote.
O importante da fórmula é estabelecer as relações entre as variáveis e a quantidade por lote que
a empresa deve comprar.
Se qualquer um dos dois custos aumentar, a quantidade por lote que a empresa compra
também aumenta.
O custo de estocagem unitário por período indica quanto custa estocar uma
unidade de matéria-prima pelo período padrão.
91
MÓDULO 3 Administração Financeira de Curto Prazo
1.7.1 EXEMPLO
A empresa X apresenta...
necessidade de 1.000 unidades de matéria-prima por semana;
custo de R$ 810,00 por processamento de pedido;
custo de estocagem unitário de R$ 2,00
2,00.
Qual é o LEC?
Sendo...
CTR = 810;
D = 1.000;
CE = 2.
1.8 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
1.9 EXERCÍCIO
Acesse, no ambiente on-line, o exercício desta unidade.
92
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 3
UNIDADE 2 – AL
ALAAVANC
ANCAAGEM FINANCEIR
FINANCEIRAA
...as despesas financeiras são muito grandes em relação aos resultados das operações
produtivas da empresa.
A empresa está tão estrangulada por despesas financeiras que o resultado operacional
positivo fica comprometido.
93
MÓDULO 3 Administração Financeira de Curto Prazo
Por sua vez, se as despesas financeiras forem elevadas, o GAF será grande.
2.3.1 EXEMPLO
Consideremos o exemplo da empresa Bohr...
Dessa forma...
94
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 3
2.3.2 EXEMPLO 2
Vejamos como o GAF aumenta com o aumento das despesas financeiras...
Um aumento de despesas de R$ 15.000,00 para R$ 25.000,00 faz com que o GAF aumente de 2
para 6!
Quanto mais alavancada a empresa – maior GAF –, em pior situação ela está, pois as
despesas financeiras tornam o lucro da empresa cada vez menor.
...se o GAF se apresenta dentro de limites aceitáveis para a empresa, devemos tentar
mantê-lo no mesmo nível...
95
MÓDULO 3 Administração Financeira de Curto Prazo
2.6 PLANEJAMENTO
A empresa deve...
...tentar estimar quais são os níveis esperados de lucro para os próximos períodos...
2.6.1 EXEMPLO
Na tentativa de administrar o GAF, por exemplo...
Uma empresa pressionada por despesas financeiras pode utilizar fontes de recursos
não onerosas, como desmobilização de ativos ou aumento de capital, para amortizar
empréstimos e limitar as despesas financeiras.
2.7 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
2.8 EXERCÍCIO
Acesse, no ambiente on-line, o exercício desta unidade.
96
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 3
A empresa Galilei, de porte médio, produz livros clássicos cujos direitos autorais já expiraram.
Desse modo, a empresa não tem custos fixos com a criação do material.
São custos fixos todas as despesas com pessoal, os custos de aluguéis e os outros
impostos.
97
MÓDULO 3 Administração Financeira de Curto Prazo
São custos variáveis aqueles que se relacionam com a produção física dos livros – ou
seja, papel, impressão e capa –, além dos impostos que variam com a quantidade
vendida – como ISS e PIS & COFINS.
Dessa forma, o custo fixo da empresa é de R$ 75.000,00 por mês, enquanto o custo
variável unitário é de R$ 5,00 por livro.
Receita total...
A receita total é dada pelo preço multiplicado pela quantidade...
RT = P*Q
Sendo...
P = preço de venda = = preço de venda = R$ 20,00
20,00;
Q = quantidade vendida.
Dessa forma...
98
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 3
Custo total...
O custo total, por sua vez, é...
CT = CF + CV.Q
Sendo...
CF = custos fixos = R$ 75.000,00
75.000,00;
CV = custos variáveis = R$ 5,00
5,00;
Q = quantidade vendida.
3.2.3 LAJI
De posse dos valores relativos a custos totais e receitas totais para cada volume de vendas,
podemos calcular o LAJI...
LAJI = RT - CT
99
MÓDULO 3 Administração Financeira de Curto Prazo
3.2.4 LAIR
Para calcular o LAIR, temos a fórmula LAIR = LAJI - despesas financeiras
financeiras.
Sabemos que as despesas financeiras são fixas em R$ 15.000,00. Já temos também os valores de
LAJI...
LAJI5.500 = 7.500;
LAJI7.500 = 37.500;
LAJI10.000 = 75.000.
Desse modo...
100
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 3
3.4 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, acesse os
cenários culturais no ambiente on-line.
101
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 4
APRESENTAÇÃO
Neste módulo, aprenderemos sobre os diferentes mecanismos de controle e planejamento
financeiro.
UNIDADE 1 – APLICAÇÃO
1.1 UTILIZAÇÃO
1.2 META
Todos os indicadores – como GAO, GAF, os diferentes pontos de equilíbrio, por exemplo – são
úteis para permitir uma eficiente administração financeira dos recursos da empresa.
103
MÓDULO 4 Administração Financeira de Curto Prazo
Um sistema de informação contábil – como o que vemos – deve permitir ao analista ter uma
visualização completa dos fluxos da empresa.
Relatórios derivados das operações da empresa servem para mostrar os indicadores principais de
administração financeira...
104
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 4
Se a empresa conhece sua escala mínima de produção e vendas, seus graus de alavancagem e
suas necessidades de financiamento de CCL, pode visualizar suas necessidades financeiras.
Com isso, a empresa é capaz de impedir restrições futuras que inviabilizem seu
funcionamento.
1.5 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
1.6 EXERCÍCIO
Acesse, no ambiente on-line, o exercício desta unidade.
2.1 CARACTERIZAÇÃO
A construção e a utilização de demonstrações financeiras projetadas – DFP – são exemplos das
mudanças resultantes da adoção de sistemas de controle e planejamento.
O uso das DFP visa permitir ao administrador a visualização da evolução dos indicadores financeiros
da empresa.
Quando o administrador analisa uma projeção de demonstração financeira, ele está tentando
visualizar...
...quais problemas podem surgir e, portanto, requerem atenção por parte do gestor.
As receitas da empresa são extremamente importantes e, das variáveis projetadas, são as mais
incertas.
105
MÓDULO 4 Administração Financeira de Curto Prazo
Por exemplo, são fatores que podem alterar as vendas da empresa e o preço dos produtos...
a entrada de novos concorrentes;
as mudanças nos gostos do consumidor;
as alterações na renda dos indivíduos...
Por exemplo, uma empresa que espera crescer 5% ao ano nos próximos 15 anos pode estimar
que as vendas do ano seguinte crescerão esses mesmos 5% ao ano.
2.4 USOS
Existem vários tipos de DFP...
2.5 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
2.6 EXERCÍCIO
Acesse, no ambiente on-line, o exercício desta unidade.
106
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 4
3.1 CARACTERIZAÇÃO
Além das projeções de necessidades de caixa – que vemos na administração de capital de giro –, a
projeção mais comum que utilizamos é a demonstração de resultados do exercício – DRE.
Mais ainda...
Projetar a DRE significa que é possível visualizar cada fluxo dada sua origem – seja produtiva ou
financeira, por exemplo.
3.2 PROJEÇÃO
Normalmente, projetamos o DRE começando pela previsão de vendas. Tomemos a seguinte
representação da DRE de uma empresa...
Temos um problema!
107
MÓDULO 4 Administração Financeira de Curto Prazo
...a receita cresceu cerca de 15% de 2003 para 2004, e os custos cresceram somente
9%, havendo um aumento no resultado bruto de 19%.
...na composição das despesas operacionais, as despesas com vendas cresceram 19,5%,
e as despesas financeiras apresentaram um decréscimo de 92%!
Qualquer criação de DFP deve passar por uma análise criteriosa sobre as perspectivas
de crescimento que compõem a DRE.
Para uma projeção, mesmo assumindo um crescimento linear nas principais variáveis, podemos
traçar...
um cenário pessimista;
um cenário neutro;
um cenário otimista.
Caso a empresa conclua que a probabilidade de esse cenário se realizar é significativa, podem ser
tomadas decisões para que ela se proteja...
Por exemplo, a empresa pode buscar uma renegociação da dívida que alongue o
prazo de pagamento.
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Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 4
Mesmo com o cenário pessimista no curto prazo, se a empresa mantivesse indicadores sólidos de
liquidez de curto prazo e de rentabilidade, poderia continuar a planejar seu crescimento.
Caso a probabilidade do cenário seja alta, a ideia é verificar que estratégias podem ser tomadas
para melhorar a situação da empresa, assumindo que o mercado continue estável.
Por exemplo, a empresa pode alcançar mais vendas ao diferenciar um produto para
lançar nova versão no mercado.
Nesse caso, a empresa estaria alcançando um novo nicho de mercado, em uma situação
de estabilidade que lhe permitisse antecipar quaisquer eventualidades.
109
MÓDULO 4 Administração Financeira de Curto Prazo
Um cenário otimista serve para preparar o administrador para tomar decisões sobre o que fazer
com possíveis resultados extraordinários que a empresa venha a obter.
3.4 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
3.5 EXERCÍCIO
Acesse, no ambiente on-line, o exercício desta unidade.
4.1 DRE
A partir dos dados da DRE, construiremos uma simulação dos possíveis cenários – pessimista,
estável e otimista – para a empresa fictícia Colan.
110
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 4
Como nada foi dito sobre despesas com vendas, gerais e administrativas, os valores foram mantidos.
Com isso, o resultado operacional caiu para R$ 30.000 e, com a provisão para o IR de 10%, o lucro
do exercício apresenta-se em R$ 27.000,00.
Nesse cenário, os resultados da empresa foram muito inferiores aos do ano anterior, com o lucro
do exercício caindo de R$ 180.000,00 para R$ 27.000,00.
Por isso, a empresa está preparada para enfrentar o cenário sem maiores sobressaltos, a não ser a
menor lucratividade.
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MÓDULO 4 Administração Financeira de Curto Prazo
Caso haja um planejamento de longo prazo com perspectivas de crescimento de 5%, podemos
utilizar esse valor para prever o crescimento de todas as contas da DRE – exceto o IR, que continua
sendo 10% do resultado operacional no exemplo.
Custos e despesas gerais, administrativas, financeiras e com vendas também aumentaram 5%.
O resultado operacional aumentou para R$ 210.000,00 e, com a provisão para o IR de 10%, o lucro
do exercício se apresenta em R$ 189.000,00 – valores próximos dos antigos, de R$ 200.000,00 e
R$ 180.000,00, respectivamente.
112
Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 4
No exemplo, estimamos um crescimento nas vendas de 15%, com aumento menor nos custos,
de 8%.
As despesas vão aumentar, mas somente 5%. O IR continua sendo 10% do resultado operacional
no exemplo.
O resultado operacional aumentou para R$ 380.000,00 e, com a provisão para o IR de 10%, o lucro
do exercício apresenta-se em R$ 342.000,00 – um valor significativamente superior aos R$
180.000,00 originais.
Nesse cenário, os resultados da empresa foram significativamente superiores aos do ano anterior.
113
MÓDULO 4 Administração Financeira de Curto Prazo
Outras DFP passíveis de serem construídas são os fluxos de caixa, além de balanços
patrimoniais, demonstrações financeiras...
4.6 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, acesse os
cenários culturais no ambiente on-line.
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Administração Financeira de Curto Prazo MÓDULO 5
MÓDULO 5 – ENCERRAMENTO
APRESENTAÇÃO
Na unidade 1 deste módulo, você encontrará algumas divertidas opções para testar seus
conhecimentos sobre o conteúdo desenvolvido em toda a disciplina, a fim de se preparar para
seu exame final. São elas...
caça-palavras;
palavras cruzadas;
forca;
criptograma.
A estrutura desses jogos é bem conhecida por todos.Você poderá escolher o jogo de sua preferência
ou jogar todos eles... a opção é sua! Em cada um deles, você encontrará perguntas – acompanhadas
de gabaritos e comentários – por meio das quais você poderá se autoavaliar.
Já na unidade 2, é hora de falarmos sério! Sabemos que o novo – e a disciplina que você terminou
de cursar enquadra-se em uma modalidade de ensino muito nova para todos nós, brasileiros –
tem de estar sujeito a críticas... sugestões... redefinições. Por estarmos cientes desse processo,
contamos com cada um de vocês para nos ajudar a avaliar nosso trabalho.
Finalmente, como é indicado ao final deste módulo, este é o momento de nos prepararmos para
a avaliação final da disciplina, que será feita presencialmente.
Então? Preparado?
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