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OAB XX EXAME DE ORDEM – 2ª FASE

Recursos Constitucionais – Aula 01


Flavia Bahia
EXPRESSÕES:

 ―ERGA OMNES‖, ―EFEITOS VINCULANTES‖


 ―ANÁLISE EM ABSTRATO‖
 ―AÇÃO DO CONTROLE CONCENTRADO‖
 ―LEI EM TESE OU AUSÊNCIA DA LEI EM TESE‖
 ―EFEITOS PARA TODOS OS INDIVÍDUOS NO TERRITÓRIO BRASILEIRO‖
 ―AÇÃO CONTRA A LEI EM SI‖

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de cons-
titucionalidade de lei ou ato normativo federal;
1. Histórico
2. Base Legal: 102, I, a; 102, §2º e Lei nº 9868/99
3. Finalidade
4. Legitimidade Ativa. Art. 103, I a IX.
Especial – IV, V e IX
Universal – I a III e VI a VIII
5. Jurisprudência sobre legitimidade.
―O requisito da pertinência temática – que se traduz na relação de congruência que necessariamente deve existir
entre os objetivos estatutários ou as finalidades institucionais da entidade autora e o conteúdo material da norma
questionada em sede de controle abstrato – foi erigido à condição de pressuposto qualificador da própria legitimi-
dade ativa ad causam para efeito de (...)
instauração do processo objetivo de fiscalização concentrada de constitucionalidade." (ADI 1.157-MC, Rel. Min.
Celso de Mello, julgamento em 1º-12-1994, Plenário, DJ de 17-11-2006.)
"A representação partidária perante o STF, nas ações diretas, constitui prerrogativa jurídico-processual do Diretó-
rio Nacional do Partido Político, que é – ressalvada deliberação em contrário dos estatutos partidários – o órgão
de direção e de ação dessas entidades no plano nacional." (ADI 779-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento
em 8-10-1992, Plenário, DJ de 11-3-1994.)
―Partido político – Ação direta – Legitimidade ativa – Inexigibilidade do vínculo de pertinência temática. Os partidos
políticos, desde que possuam representação no Congresso Nacional, podem, em sede de controle abstrato, ar-
guir, perante o STF, a inconstitucionalidade de atos normativos federais, estaduais ou distritais, independentemen-
te de seu conteúdo material, eis que não incide sobre as agremiações partidárias a restrição jurisprudencial deri-
vada do vínculo de pertinência temática.‖ (ADI 1.407-MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 7-3-1996, Ple-
nário, DJ de 24-11-2000.)
―O STF, em inúmeros julgamentos, tem entendido que apenas as confederações sindicais têm legitimidade ativa
para requerer ação direta de inconstitucionalidade (CF, art. 103, IX), excluídas as federações sindicais e os sindi-
catos nacionais.‖ (ADI 1.599-MC, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 26-2-1998, Plenário, DJ de 18-5-
2001.)
6. Capacidade Postulatória
7. Objeto
8. Participação do PGR
9. Participação do AGU
10. Tutela de urgência?
11. Caso Concreto

ADI – Direito tributário

INFORMATIVO Nº 494, STF


Em conclusão de julgamento, o Tribunal, por maioria, julgou improcedente pedido formulado em ação direta pro-
posta pela Associação dos Notários e Registradores do Brasil - ANOREG/BR para declarar a (...)
inconstitucionalidade dos itens 21 e 21.01 da lista de serviços anexa à Lei Complementar federal 116/2003, que
autorizam os Municípios a instituírem o ISS sobre os serviços de registros públicos, cartorários e notariais — v.
Informativos 441 e 464.
Entendeu-se tratar-se, no caso, de atividade estatal delegada, tal como a exploração de serviços públicos essen-
ciais, mas que, enquanto exercida em caráter privado, seria serviço sobre o qual incidiria o ISS.

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Vencido o Min. Carlos Britto, relator, que, salientando que os serviços notariais e de registro seriam típicas ativida-
des estatais, mas não serviços públicos, propriamente, julgava o pedido procedente por entender que os atos
normativos hostilizados afrontariam o art. 150, VI, a, da CF, que veda que a União, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios instituam impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros. ADI 3089/DF, rel. orig.
Min. Carlos Britto, rel. p/ o acórdão Min. Joaquim Barbosa, 13.2.2008. (ADI-3089)

VII EXAME UNIFICADO – CONSTITUCIONAL

O Estado KWY editou norma determinando a gratuidade dos estacionamentos privados vinculados a esta-
belecimentos comerciais, como supermercados, hipermercados, shopping centers, determinando multas
pelo descumprimento, estabelecendo gradação nas punições administrativas e delegando ao PROCON
local a responsabilidade pela fiscalização dos estabelecimentos relacionados no instrumento normativo.
Tício, contratado como advogado Junior da Confederação Nacional do Comércio, é consultado sobre a
possibilidade de ajuizamento de medida judicial, apresentando seu parecer positivo quanto à matéria, pois
a referida lei afrontaria a CRFB. Em seguida, diante desse pronunciamento,
a Diretoria autoriza a propositura da ação judicial constante do parecer.
Na qualidade de advogado elabore a peça cabível, observando:
a) competência do Juízo;
b) legitimidade ativa e passiva;
c) fundamentos de mérito constitucionais e legais vinculados;
d) requisitos formais da peça;
e) tutela de urgência.

Identificação e elaboração da peça

5 Passos:

Passo 1 – Resumo do caso


Passo 2 – Legitimidade ativa
Passo 3 – Legitimidade passiva
Passo 4 – Escolha da ação
Passo 5 – Órgão competente

EXMº. SR. MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.

(5 linhas)

Confederação Nacional do Comércio, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº..., com sede
em...,
por seu advogado infra-assinado conforme procuração anexa, com escritório..., endereço que indica para os fins
do art. 77, V, do CPC, vem propor a presente AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE, com fundamento
no art. 102, I, ―a‖, da CRFB/88 e da Lei nº 9.868/99, em face da norma do Estado KWY, conforme especificará ao
longo desta petição, nos termos e motivos que passa a expor.

I- DO OBJETO DA AÇÃO
De acordo com o art. 102, I, a da CRFB/88 caberá ADI em face de lei ou ato normativo federal ou estadual que
viole a Constituição Federal.
A lei estadual, como se demonstrará ao longo da presente ação, viola a Lei Maior sob os aspectos formais e mate-
riais e por isso deverá ser declarada inconstitucional.
II - DA LEGITIMIDADE ATIVA ESPECIAL DA CONFEDERAÇÃO
A Confederação Nacional do Comércio é legitimada ativa para a propositura da ADI, de acordo com o art. 103, IX,
da CRFB/88.
Ademais, a Autora possui representantes em pelo menos nove Estados da Federação, como determina o art. 8º
da Lei 9096/95 e os interesses dos seus membros são homogêneos.
A pertinência temática também é comprovada pela relação harmoniosa entre o objeto da ação – uma lei que afeta
os interesses do Comércio – e os membros que compõem a referida organização coletiva.
III - DA TUTELA DE URGÊNCIA
A possibilidade de concessão de medida de urgência em sede de ADI se encontra nos arts. 10 a 12 da Lei n°
9868/99 e possui natureza cautelar.
IV- DOS FUNDAMENTOS

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Art. 102, I, “a”, CRFB/88
Art. 102, §2º, CRFB/88
Lei nº 9.868/99
Art. 1º, IV, CRFB/88 – vício material
Art. 5º, XXII,CRFB/88 – vício material
Art. 22, I, CRFB/88 – vício formal subjetivo
V- DOS PEDIDOS
Em face do exposto, a Confederação requer:
a) a concessão da medida cautelar para suspender a norma impugnada e que ao final seja julgado procedente o
pedido e declarada a sua inconstitucionalidade;
b) a juntada dos documentos em anexo;
c) que sejam solicitadas informações ao Governador do Estado e à Assembleia Legislativa estadual;
d) a citação do Advogado Geral da União;
e) a oitiva do Procurador-Geral da República.
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais) para fins procedimentais.

Termos em que,
pede deferimento.
Local... e data...
Advogado...
OAB n.º...

RECLAMAÇÃO

Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para:


I - preservar a competência do tribunal;
II - garantir a autoridade das decisões do tribunal;
III – garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal em
controle concentrado de constitucionalidade; (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)
IV – garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas repetiti-
vas ou de incidente de assunção de competência; (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)
§ 1º A reclamação pode ser proposta perante qualquer tribunal, e seu julgamento compete ao órgão jurisdicional
cuja competência se busca preservar ou cuja autoridade se pretenda garantir.
§ 2º A reclamação deverá ser instruída com prova documental e dirigida ao presidente do tribunal.
§ 3º Assim que recebida, a reclamação será autuada e distribuída ao relator do processo principal, sempre que
possível.
§ 4º As hipóteses dos incisos III e IV compreendem a aplicação indevida da tese jurídica e sua não aplicação aos
casos que a ela correspondam.
§ 5º É inadmissível a reclamação: (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)
I – proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada;
(Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)
II – proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida
ou de acórdão proferido em julgamento de recursos extraordinário ou especial repetitivos, quando não esgotadas
as instâncias ordinárias.
(Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)
§ 6º A inadmissibilidade ou o julgamento do recurso interposto contra a decisão proferida pelo órgão reclamado
não prejudica a reclamação.
Art. 989. Ao despachar a reclamação, o relator:
I - requisitará informações da autoridade a quem for imputada a prática do ato impugnado, que as prestará no
prazo de 10 (dez) dias;
II - se necessário, ordenará a suspensão do processo ou do ato impugnado para evitar dano irreparável;
III - determinará a citação do beneficiário da decisão impugnada, que terá prazo de 15 (quinze) dias para apresen-
tar a sua contestação.
Art. 990. Qualquer interessado poderá impugnar o pedido do reclamante.
Art. 991. Na reclamação que não houver formulado, o Ministério Público terá vista do processo por 5 (cinco) dias,
após o decurso do prazo para informações e para o oferecimento da contestação pelo beneficiário do ato impug-
nado.

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Art. 992. Julgando procedente a reclamação, o tribunal cassará a decisão exorbitante de seu julgado ou determi-
nará medida adequada à solução da controvérsia.
Art. 993. O presidente do tribunal determinará o imediato cumprimento da decisão, lavrando-se o acórdão poste-
riormente.

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