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E-BOOK

Compras governamentais – agricultura familiar


Olá,

Você sabe que para gerir com sucesso uma empresa e enfrentar o mercado e os desafios do dia a dia em-
presarial é preciso se preparar e, para isso, o Sebrae disponibiliza diversos produtos, canais e serviços para
auxiliá-lo nessa jornada.

Em sua estratégia de Atendimento Remoto e com o objetivo de ampliar suas alternativas de acesso a con-
teúdos e soluções educacionais, o Sebrae produziu e disponibiliza este e-book, mais um produto no formato
de Educação a Distância (EAD).

A proposta de nossos e-books é apresentar os principais conteúdos sobre gestão de pequenas empresas
como cursos em formato de livros digitais, isto é, materiais educacionais organizados para capacitar quem
quer empreender e quem já possui empresa e deseja ampliar seus conhecimentos e melhorar sua prática à
frente de seus negócios.

Com as soluções de Educação a Distância do Sebrae você tem a oportunidade de estudar off-line ou em um
Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), disponível 24 horas por dia, que pode ser acessado a qualquer
momento e de qualquer lugar que tenha conexão com a internet, sem necessidade de deslocamento.

Aproveite esta oportunidade de ampliar seus conhecimentos e bons negócios!

Equipe de EAD do Sebrae-SP


Sumário

Carta do Sebrae.......................................................................................................................................2
Apresentação..........................................................................................................................................4
Introdução ao Programa Nacional de Alimentação Escolar.......................................................................5
Como aplicar os recursos – Passos 1 e 2................................................................................................. 14
Passo 1: Verificar o orçamento.............................................................................................................. 15
Passo 2: Articulação com os atores........................................................................................................ 16
Como aplicar os recursos – Passos 3 e 4................................................................................................. 18
Passo 3: Elaborar o cardápio.................................................................................................................. 18
Passo 4: Definir o preço de aquisição.................................................................................................... 20
Como aplicar os recursos – Passos 5 e 6................................................................................................. 23
Passo 5: Divulgar a chamada pública..................................................................................................... 23
Passo 6: Elaborar projeto de venda....................................................................................................... 25
Como aplicar os recursos – Passos 7 e 8................................................................................................. 29
Passo 7: Receber o projeto de venda.................................................................................................... 29
Passo 8: Selecionar o projeto de venda................................................................................................. 32
Documentos necessários para fornecedores individuais, detentores de DAP
Física, não organizados em grupo.....................................................................................33
Documentos necessários para grupos informais, detentores de DAP Física,
organizados em grupo.....................................................................................................33
Documentos necessários para grupos formais, detentores de DAP Jurídica......................34
Como aplicar os recursos – Passos 9 e 10............................................................................................... 36
Passo 9: Assinar o contrato.................................................................................................................... 36
Passo 10: Entregar os produtos............................................................................................................. 38
Encerramento........................................................................................................................................ 40
Glossário............................................................................................................................................... 48
Apresentação

Neste e-book, você vai ter a oportunidade de conhecer o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)
e o processo para a aquisição de alimentos oriundos de produtores rurais da agricultura familiar. Ao longo
dele, vai ser apresentado, portanto, ao significado e ao valor do PNAE, além de suas normas e diretrizes, en-
tre outros elementos que dizem respeito a ele.

Ainda, nas próximas páginas, serão apresentadas a Lei nº 11.947/09 e as resoluções do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE), que orientam as compras públicas institucionais no âmbito do PNAE.

Por fim, ao terminar seus estudos, você vai estar apto a reconhecer formas de implementar essa política pú-
blica, que visa garantir a segurança alimentar e nutricional e o desenvolvimento econômico local.

Preparado para começar?


Introdução ao Programa Nacional de Alimentação Escolar

Ao longo deste capítulo, você vai conhecer o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e entender
a importância da aquisição de alimentos produzidos localmente.

Você sabe como utilizar o Programa de Alimentação Escolar (PNAE) para o fortalecimento dos agricultores
familiares de seu município? O PNAE é uma ação do governo federal que garante a alimentação escolar a
todos os estudantes do ensino infantil, fundamental, médio e de jovens e adultos, das escolas da rede pública
federal, estadual, distrital e municipal.

Dica

Para obter mais informações sobre compras governamentais e a respeito de como fomentar a aquisição
de alimentos produzidos pelos agricultores familiares na alimentação escolar, o Sebrae-SP disponibiliza
outros produtos presenciais e gratuitos.

Procure o Escritório Regional mais próximo ou entre em contato por meio do 0800-570-0800 e saiba mais!

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O PNAE tem por objetivo contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial, a aprendiza-
gem, o rendimento escolar e a formação de hábitos alimentares saudáveis dos alunos, por meio de refeições
que supram suas necessidades nutricionais durante o período letivo.

O Fundo Nacional de Desenvolvimento para a Educação (FNDE) transfere anualmente recursos financeiros
que devem ser utilizados exclusivamente na aquisição de gêneros alimentícios por estados, Distrito Federal
e municípios.

Com o advento da Lei nº 11.947/09, determinou-se que, no mínimo, 30% dos recursos financeiros repassados
pelo FNDE aos estados e municípios para a compra de alimentos destinados ao PNAE devem ser utilizados
para a aquisição de gêneros alimentícios oriundos da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural
ou de suas organizações, priorizando-se os assentamentos da reforma agrária, as comunidades tradicionais
indígenas e as comunidades quilombolas.

E no seu município? Essa política pública está sendo executada corretamente?

Atenção

A execução do PNAE gera diversos benefícios! No decorrer deste e-book você vai conhecer alguns de-
les. Mas, antes de prosseguir, é fundamental conhecer a Lei nº 11.947/2009 (<http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11947.htm>) e as resoluções do CD/FNDE nº 26/2013 (<https://
www.fnde.gov.br/fndelegis/action/UrlPublicasAction.php?acao=getAtoPublico&sgl_tipo=RES&num_
ato=00000026&seq_ato=000&vlr_ano=2013&sgl_orgao=FNDE/MEC>) e CD/FNDE nº 04/2015 (<https://
www.fnde.gov.br/fndelegis/action/UrlPublicasAction.php?acao=abrirAtoPublico&sgl_tipo=RES&num_
ato=00000004&seq_ato=000&vlr_ano=2015&sgl_orgao=CD/FNDE/MEC>).

A alimentação é um direito social garantido pela Constituição Federal de 1988, que expressa, em seus incisos
IV e VII do Art. 208, o dever do Estado em garantir, além da educação, o atendimento ao educando por meio
de programas suplementares, como alimentação, transporte e assistência à saúde.

As ações em prol da alimentação escolar tiveram início por volta de 1940 e evoluíram até chegar ao PNAE. As
décadas de 1950 e 1960 representaram o marco inicial de um programa estruturado de alimentação escolar
em âmbito nacional e sob responsabilidade do governo federal. Após esse período, a merenda escolar pas-
sou por momentos de reorganização, até que em 1979 foi dada ao programa a denominação de Programa
Nacional de Alimentação Escolar.

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No entanto, somente a partir de 2009, com a sanção da Lei nº 11.947, de 16 de junho do mesmo ano, o
processo de compra com recurso do FNDE passou a determinar o encontro entre alimentação escolar e
agricultura familiar. Essa ação tem promovido uma importante transformação, ao permitir que alimentos
saudáveis e com vínculo regional, produzidos diretamente pela agricultura familiar, possam ser consumidos
diariamente pelos alunos da rede pública de todo o Brasil.

A obrigatoriedade de adquirir alimentos oriundos da agricultura familiar utilizando-se, no mínimo, 30% dos
recursos repassados pelo FNDE ficou regulamentada na Resolução CD/FNDE nº 26, de 17 de junho de 2013,
atualizada pela Resolução CD/FNDE nº 04, de 2 de abril de 2015, que dispõe sobre o atendimento da alimen-
tação escolar aos alunos da educação básica no âmbito do PNAE.

Atenção

Você pode consultar as leis pela internet:

• Lei nº 11.947
<https://www.fnde.gov.br/fndelegis/action/UrlPublicasAction.php?acao=abrirAtoPublico&sgl_
tipo=LEI&num_ato=00011947&seq_ato=000&vlr_ano=2009&sgl_orgao=NI>.

• Resolução CD/FNDE nº 26, de 17 de junho de 2013


<https://www.fnde.gov.br/fndelegis/action/UrlPublicasAction.php?acao=abrirAtoPublico&sgl_
tipo=RES&num_ato=00000026&seq_ato=000&vlr_ano=2013&sgl_orgao=FNDE/MEC>.

Como você viu, a agricultura familiar e os objetivos do PNAE estão diretamente relacionados. A agricultura
familiar pode oferecer para as escolas alimentos frescos e produzidos localmente, garantindo a apresentação
de uma alimentação saudável aos alunos, uma das diretrizes do PNAE.

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Além disso, a agricultura familiar também incentiva a aquisição de gêneros alimentícios produzidos em âm-
bito local.

O resultado dessa política tem apresentado impacto efetivo na melhoria da educação e benefícios para todos
os atores envolvidos no processo!

Para os municípios, isso significa apoio ao desenvolvimento local e agilidade na compra de produtos para a
merenda escolar. Já para os agricultores, representa um importante canal de comercialização e geração de
renda, resultando em maior inclusão produtiva e geração de emprego e renda no campo.

Os efeitos da execução correta do PNAE se expandiram para outras áreas e outros impactos positivos ocor-
reram, como:

• o surgimento de organização e associação das famílias agricultoras e comunidades.

• a dinamização das economias locais.

• a redução da pobreza e da insegurança alimentar no campo.

• a ampliação da oferta de alimentos de qualidade.

• a valorização da produção familiar.

Mas como funciona o PNAE? Os recursos são transferidos automaticamente do FNDE para os estados, mu-
nicípios e Distrito Federal. Veja, a seguir, o fluxo de distribuição dos recursos financeiros consignados no
orçamento da União para a execução do PNAE.

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1. FNDE − as transferências são realizadas em 10 parcelas, pagas de março a dezembro de cada ano. 

2. Entidades Executoras (EEx) − estado, município e Distrito Federal recebem o recurso e são responsá-
veis por utilizá-lo e por prestar contas para o FNDE ao término do ano fiscal.

3. Delegação da Rede − as Entidades Executoras não recebem recursos diretamente do FNDE, mas atuam
quando a Entidade Executora opta por descentralizar a gestão dos recursos da alimentação escolar.

Os dados do FNDE apontam um significativo aumento no valor do repasse e da abrangência de atendimento.


Em 1995, o valor era de R$ 590 mil, chegando a R$ 3 bilhões em 2016.

Outro dado importante é que no ano de 2016 foram investidos R$ 720 milhões somente no estado de São
Paulo. No entanto, muitas prefeituras não conseguiram cumprir com a obrigatoriedade de utilizar 30% dos
recursos repassados para a aquisição de produtos de agricultores familiares. Isso representa cerca de R$ 215
milhões que se deixou de investir diretamente nas economias locais, por meio dos produtores rurais.

Atenção

Fica a critério de cada município definir o valor máximo a ser transferido para a aquisição de produtos de
agricultores familiares, podendo chegar a até 100% do repasse.

Atenção

Os procedimentos para a aquisição de alimentos definidos na Lei 11.947 são frequentemente atualizados
pelas resoluções do Ministério da Educação.

Portanto, é importante que essas resoluções sejam atualizadas com a gestão pública municipal e, pos-
teriormente, incorporadas em novos procedimentos operacionais capazes de promover a inclusão da
agricultura familiar na merenda escolar.

O Programa Nacional de Alimentação Escolar possibilita o encontro da agricultura familiar com a alimentação
escolar e representa uma importante conquista no que se refere às iniciativas de compras públicas sustentá-
veis articuladas ao fortalecimento da agricultura familiar.

Essa ação cria mecanismos de gestão para a compra direta do agricultor familiar, democratizando e criando
mercados para pequenos produtores.

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Comprar da agricultura familiar é parte de um processo que reconhece a necessidade de se pensar em uma
forma de produção de alimentos que atenda às demandas nutricionais da população e garanta a evolução
social e econômica dos produtores rurais, a partir de novos mercados de comercialização.

Além disso, cria uma cadeia curta de produção e distribuição, que aproxima agricultores e consumidores, for-
talece as relações sociais, valoriza a diversidade produtiva e atende às necessidades das instituições públicas.

A conexão entre a agricultura familiar e a alimentação escolar fundamenta-se nas diretrizes estabelecidas
pelo PNAE, como mostra a imagem a seguir.

1. Alimentação saudável e adequada − oferecer alimentos variados, de grande valor nutricional, que
respeitem a cultura, as tradições locais e a faixa etária dos alunos.

2. Educação alimentar e nutricional − desenvolver, por meio de ações educativas, práticas de vida saudá-
veis em termos alimentares, de higiene, atividade física, entre outros.

3. Universalidade de atendimento − respeitar a obrigatoriedade do atendimento de todos os alunos da


rede pública de educação básica.

4. Participação da população no controle social e ações dos estados, Distrito Federal e municípios −
conforme Art. 10 da Lei 11.947/2009, qualquer pessoa, física ou jurídica, pode denunciar irregularida-
des ao FNDE, ao Tribunal de Contas da União, ao Ministério Público e ao CAE, eventualmente identifi-
cadas na aplicação dos recursos destinados à execução do PNAE.

5. Apoio ao desenvolvimento sustentável − incentivar a aquisição de gêneros alimentícios diversificados,


produzidos em âmbito local e preferencialmente pela agricultura familiar e pelos empreendedores fa-
miliares rurais, priorizando as comunidades indígenas e de remanescentes de quilombos.

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6. Direito à alimentação escolar − garantir a segurança alimentar e nutricional dos alunos, de maneira
igualitária, respeitando as diferenças biológicas entre as idades, as condições de saúde, dando atenção
especial aos alunos em vulnerabilidade social.

Você deve ter notado que a conexão entre a agricultura familiar e a alimentação oferece benefícios impor-
tantes se bem aplicada. Veja!

• Para o município − significa o apoio ao desenvolvimento local, na medida em que ocorre a priorização
da compra de produtos diversificados, orgânicos ou agroecológicos, e que sejam produzidos no próprio
município onde está localizada a escola, resultando na geração de emprego e renda, no fortalecimento e
na diversificação da economia local, valorizando-se as tradições e os hábitos alimentares.

• Para o agricultor familiar − representa um canal importante de comercialização e geração de renda com
regularidade, contribuindo para a inclusão produtiva, a geração de emprego no meio rural e o estímulo ao
cooperativismo e ao associativismo, bem como a fixação do homem no campo.

• Para os estudantes − garante o consumo de produtos com mais qualidade, o que contribui para o maior
rendimento e aprendizado do aluno, além da formação de hábitos alimentares saudáveis e respeito à cul-
tura e às práticas alimentares regionais.

Vale alertar que cabe aos municípios e estados, cada um em sua esfera de competência, a mudança dos seus
procedimentos relativos à aquisição de produtos da alimentação escolar, desde o planejamento do cardápio
até a assinatura dos contratos.

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Para a utilização desse recurso, a licitação é dispensável, sendo permitida a realização de chamada pública,
na qual a seleção não será feita pelo menor preço, como é usual nos procedimentos tradicionais de licitação,
uma vez que a prioridade é seguir critérios territoriais, utilizando o preço de referência local, entre outros
diferenciais.

Por outro lado, os produtores rurais também precisarão se adaptar para o atendimento das novas demandas
dos entes públicos, oferecendo produtos de qualidade, que garantam uma alimentação equilibrada e den-
tro dos padrões nutricionais desejados. Também precisarão se organizar para manter em dia a Declaração
de Aptidão ao Pronaf-DAP, cumprindo todos os critérios previstos na lei, sem os quais não estão aptos ao
fornecimento ao setor público, tampouco conseguem se organizar em grupos formais como cooperativas e
associações ou então em grupos informais de agricultores.

Espera-se, portanto, que, com a aplicação dessa política, seja garantida uma alimentação saudável para os
alunos, além do desenvolvimento econômico local a partir da inclusão do produtor rural local nas compras
públicas de alimentos de acordo com o cardápio regional.

Os resultados em alguns entes federados têm sido extremamente positivos, tornando-se exemplo de boas
práticas, que podem ser replicados nos outros municípios.

Ter no cardápio da escola alimentos produzidos localmente promove a discussão das formas alternativas e
mais saudáveis de produção e o consumo dos alimentos e da importância da agricultura familiar local para o
desenvolvimento econômico e social associado à proteção ambiental.

Agora que você já entendeu o funcionamento do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), conhe-
ça as etapas sugeridas pelo FNDE para garantir o alcance das diretrizes do Programa, que dizem respeito à
concretização das compras da agricultura familiar. Antes, no entanto, faça uma atividade sobre os conteúdos
apresentados neste capítulo.

Atividade 1.1

Considerando o que você viu neste capítulo, marque as afirmações como verdadeiras (V) ou falsas (F).

( ) O Programa Nacional de Alimentação Escolar é uma ação do governo federal que garante a alimentação
escolar a todos os estudantes dos ensinos infantil, fundamental, médio e de jovens e adultos das escolas
públicas federal, distrital e municipal.

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( ) Os recursos do FNDE são transferidos para estados, municípios e Distrito Federal e são destinados à aqui-
sição de gêneros alimentícios, materiais escolares e uniformes.

( ) A agricultura familiar atende a um dos principais objetivos do PNAE, uma vez que garante aos alunos
atendidos alimentação saudável e variada.

( ) Fica a critério de cada município definir o valor a ser transferido para a aquisição de produtos de agricul-
tores familiares, podendo chegar a 80% do repasse.

RESPOSTA:

São verdadeiras a primeira alternativa (“O Programa Nacional de Alimentação Escolar é uma ação do gover-
no federal que garante a alimentação escolar a todos os estudantes dos ensinos infantil, fundamental, médio
e de jovens e adultos das escolas públicas federal, distrital e municipal.”) e a terceira (“A agricultura familiar
atende a um dos principais objetivos do PNAE, uma vez que garante aos alunos atendidos alimentação sau-
dável e variada.”).

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Como aplicar os recursos – Passos 1 e 2

Ao longo deste capítulo, você vai conhecer os passos 1 e 2 da aplicação do Programa Nacional de Alimenta-
ção Escolar, com base nas normas e procedimentos que o regulamentam.

Conforme apresentado no capítulo anterior, a Lei nº 11.947, de 2009, e a Resolução CD/FNDE nº 26, de 17 de
junho de 2013, atualizada pela Resolução CD/FNDE nº 04, de 2 de abril de 2015, determinam e regulamen-
tam o atendimento da alimentação escolar aos alunos da educação básica no âmbito do PNAE. Com base
nessas normas e resoluções, o FNDE definiu etapas e procedimentos para orientar o processo de aquisição
de alimentos oriundos da agricultura familiar.

A seguir, serão apresentados dez passos para que você analise e entenda a realidade da agricultura familiar
local. Essa análise deverá ser feita com base no conteúdo oferecido neste e-book, mas, também, por meio de
diálogos com profissionais de diversos setores envolvidos na execução do PNAE em seu município.

Dessa forma, as etapas serão cuidadosamente planejadas por você, garantindo o alcance das diretrizes do
programa, em especial, na concretização das aquisições da agricultura familiar para a alimentação escolar.

Vamos em frente?

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Passo 1: Verificar o orçamento

No primeiro passo, a Entidade Executora verifica o valor a ser repassado pelo FNDE e define a quantidade
que será investida na aquisição de produtos diretamente da agricultura familiar, considerando, no mínimo,
30% do repasse.

Com o total em mãos, é possível planejar o cardápio escolar. Para calcular o orçamento, basta aplicar a fór-
mula:

Total de alunos × dias letivos × valor per capita

Esse cálculo considera:

• a quantidade de alunos atendidos, definida pelo Ministério da Educação, de acordo com o Censo Escolar
do ano anterior.

• o número de dias letivos, cujo padrão é de 200 dias.

• os valores per capita:

̵̵ R$ 0,36 para o ensino fundamental e médio.

̵̵ R$ 0,32 para a educação de jovens e adultos.

̵̵ R$ 0,53 para a pré-escola.

̵̵ R$ 0,64 para o indígena e o quilombola.

̵̵ R$ 1,07 para a creche.

̵̵ R$ 1,07 para a escola integral, considerando o período de 7 horas.

Dica

Como alternativa, é possível consultar a liberação das parcelas dos recursos no site do FNDE (<http://
www.fnde.gov.br>), verificar o orçamento que as Entidades Executoras receberam e os dados estatísticos
da aquisição da agricultura familiar.

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Passo 2: Articulação com os atores

Após verificar o orçamento, a Entidade Executora, por meio da Secretaria da Educação, deve identificar os
atores envolvidos no processo, inclusive os agricultores, e iniciar um diálogo com as instituições locais:

• Secretaria da Agricultura.

• Entidades de assistência técnica e extensão rural, como Ater (Assistência Técnica e Extensão Rural), Cati (Co-
ordenadoria de Assistência Técnica Integral) e Itesp (Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo).

• Sindicato de trabalhadores rurais.

Essa articulação é fundamental para a boa execução do programa!

Por meio das articulações, a Secretaria da Educação tem condições de conhecer a produção local, a capacida-
de logística dos produtores, bem como de suas associações e cooperativas, e, por fim, o calendário agrícola.

A partir dessas informações, é possível elaborar um mapeamento agrícola, que se consolida como uma ferra-
menta importante para direcionar o profissional de nutrição na elaboração do cardápio escolar.

O mapeamento de vocação agrícola é fundamental para que o profissional de nutrição possa garantir um
cardápio que:

• respeite as referências nutricionais e os hábitos alimentares locais.

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• reflitam a cultura e a vocação agrícola local, considerando a sazonalidade e a quantidade produzida na
região.

A relação de parceria entre o profissional de nutrição e os produtores rurais locais garante maior eficiência
na execução dessa política pública.

O nutricionista passa a compreender como os agricultores estão organizados, que infraestrutura dispõem
para manusear, acondicionar e transportar os alimentos, bem como pode ser consultado acerca dos alimen-
tos de interesse para a composição do cardápio escolar.

Atenção

As Secretarias da Agricultura, com as representações da agricultura familiar, podem auxiliar na elabora-


ção do mapeamento dos produtos de agricultura familiar local, além de contribuir para a boa execução
do programa.

O mapeamento deve conter, no mínimo, a discriminação dos produtos locais, a quantidade de produção e a
época de colheita.

Agora que você já sabe como iniciar o processo de compra em seu município, é hora de avançar para os pas-
sos 3 e 4! Mas, antes, faça uma atividade sobre os conceitos apresentados neste capítulo.

Atividade 2.1

Complete as lacunas.

A articulação com os atores é importante para identificar a __________ e a quantidade dos gêneros alimen-
tícios ofertados pela ______________ que poderão ser utilizados no cardápio. As Secretarias de Educação e
de Agricultura, ou equivalentes, a Entidade Executora, os órgãos de extensão rural e os sindicatos de produ-
tores rurais podem auxiliar na elaboração do ______________ dos produtos da região.

RESPOSTA:

A articulação com os atores é importante para identificar a diversidade e a quantidade dos gêneros alimen-
tícios ofertados pela agricultura familiar que poderão ser utilizados no cardápio. As Secretarias de Educação
e de Agricultura, ou equivalentes, a Entidade Executora, os órgãos de extensão rural e os sindicatos de pro-
dutores rurais podem auxiliar na elaboração do mapeamento dos produtos da região.

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Como aplicar os recursos – Passos 3 e 4

Ao longo deste capítulo, você vai conhecer as premissas para a elaboração de cardápios da alimentação es-
colar e entender os aspectos que regulamentam a definição dos preços de aquisição de produtos.

Para concretizar as compras da agricultura familiar e garantir o alcance das diretrizes do PNAE, é necessário
seguir os 10 passos orientadores para aplicar os recursos destinados à sua região.

Você já compreendeu como calcular o orçamento e a necessidade e a importância de realizar articulações


com os atores envolvidos.

Aqui, você vai entender como realizar a elaboração do cardápio e como definir o preço de aquisição dos
alimentos.

Passo 3: Elaborar o cardápio

É responsabilidade da Entidade Executora planejar o cardápio da alimentação escolar, com base no mapea-
mento e na sazonalidade da produção agrícola local.

Conforme o Art. 12 da Lei nº 11.947/09, o cardápio precisa ser elaborado pelo profissional de nutrição, que
deve considerar os gêneros alimentícios básicos, as referências nutricionais, os hábitos alimentares e a cultura

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e a tradição alimentar da localidade, além do mapeamento e da sazonalidade da produção agrícola local. Isso
tudo pautado na sustentabilidade e diversificação agrícola da região, para proporcionar uma alimentação sau-
dável e adequada.

Dica

Para consultar o Art. 12 da Lei nº 11.947/09, acesse o link:

<https://www.fnde.gov.br/fndelegis/action/UrlPublicasAction.php?acao=getAtoPublico&sgl_tipo
=LEI&num_ato=00011947&seq_ato=000&vlr_ano=2009&sgl_orgao=NI>.

Importante

Ao finalizar a elaboração dos cardápios, é necessário compartilhá-los com o Conselho de Alimentação


Escolar (CAE) e disponibilizá-los nas Secretarias de Educação e nas escolas, sempre em locais visíveis e de
fácil acesso.

Quais são as responsabilidades do CAE e a relação deste conselho com o PNAE?

O Conselho de Alimentação Escolar é um órgão colegiado, de caráter fiscalizador, permanente, deliberativo e


de assessoramento, que acompanha e fiscaliza o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

É ele que valida a regularidade da execução do PNAE, por meio de análise e emissão de parecer sobre a pres-
tação de contas da Entidade Executora, por meio do Sistema de Gestão de Conselhos (Sigecon), para o FNDE.

O Conselho é instituído no âmbito dos estados, do Distrito Federal e dos municípios e é composto por, no
mínimo, sete membros titulares e os respectivos suplentes. É importante destacar que o repasse de recursos
só é realizado depois que o CAE estiver definido e nomeado em Portaria ou Decreto.

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O Conselho de Alimentação Escolar é responsável por:

• monitorar e fiscalizar a aplicação dos recursos.

• analisar o relatório de acompanhamento da gestão do PNAE, emitido pela EEx.

• analisar a prestação de contas do gestor e emitir parecer conclusivo acerca da execução do recurso.

• comunicar ao FNDE, aos Tribunais de Contas, à Controladoria Geral da União, ao Ministério Público e aos
demais órgãos de controle qualquer irregularidade identificada na execução do PNAE.

• fornecer informações e apresentar relatórios acerca do acompanhamento da execução do PNAE, sempre


que solicitado.

• realizar reunião específica para apreciar prestação de contas.

• elaborar o regimento interno.

• elaborar o plano de ação.

Atenção

O Conselho de Alimentação Escolar do seu município é atuante? Saiba que essa parceria é essencial para
o sucesso do PNAE.

Passo 4: Definir o preço de aquisição

Após a elaboração do cardápio, é hora de definir preço!

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De acordo com o Art. 29 da Resolução nº 4/2015 do FNDE, os preços dos produtos a serem adquiridos da
agricultura familiar deverão ser previamente estabelecidos pela Entidade Executora e publicados no edital
da chamada pública. Esses serão os preços pagos ao agricultor familiar ou suas organizações pela venda do
gênero alimentício, ou seja, o preço não é critério de classificação. Nesse sentido, os projetos de venda que
vamos estudar em seguida devem conter os mesmos preços apresentados no edital.

Os preços dos produtos contratados no âmbito da chamada pública devem obrigatoriamente refletir os pre-
ços de mercado, sendo previamente definidos por pesquisa realizada pela Entidade Executora. Assim, as
aquisições de gêneros alimentícios da agricultura familiar permanecem em estreita conciliação com os prin-
cípios jurídicos que regem as aquisições feitas pela Administração Pública.

Dica

Para consultar o Art. 29 da Resolução nº 4/2015, acesse o link:

<http://www.mda.gov.br/sitemda/sites/sitemda/files/user_arquivos_383/https___mail.mda_.gov_.pdf>.

O preço de aquisição de cada produto será o preço médio pesquisado por, no mínimo, três mercados em
âmbito local, acrescidos dos insumos exigidos no edital de chamada pública, como despesa de frete, emba-
lagem, encargos e quaisquer outros itens necessários para o fornecimento do produto.

É importante destacar que a pesquisa de preços deverá dar preferência à feira do produtor da agricultura
familiar, quando houver.

Atenção

Existe alguma feira de agricultura familiar no seu município? Caso não tenha, quais os fatores que impe-
dem que a feira aconteça? Você imagina alguma solução para que essa situação seja revertida?

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Como a intenção do Programa é garantir a aquisição de produtos da agricultura familiar local, a pesquisa de
preço deve ser feita inicialmente em mercado de âmbito local. Caso haja alguma impossibilidade, a pesquisa
deverá ser realizada ou complementada em âmbito territorial, estadual ou nacional, nessa ordem.

Atenção

No caso de aquisição de produtos orgânicos ou agroecológicos, a Entidade Executora poderá realizar pes-
quisa de preços específica para alimentos com essa característica. No entanto, caso a chamada pública
não seja específica para produtos orgânicos ou agroecológicos, o gestor tem a possibilidade de acrescer
em até 30% do valor dos produtos convencionais, sempre considerando a pesquisa prévia de preços.

Realize, a seguir, uma atividade sobre o conteúdo do capítulo.

Atividade 3.1

Complete as lacunas com as expressões “agricultura familiar”, “três” e “chamada pública”.

A definição do preço dos produtos deverá ser realizada por meio de pesquisa de preço em, no mí-
nimo, ______________ mercados em âmbito local, acrescidos dos insumos exigidos no edital de
_________________________, como despesa de frete, embalagem, encargos e quaisquer outros itens ne-
cessários para o fornecimento do produto. A pesquisa de preços deverá dar preferência à feira do produtor
da ______________, quando houver.

RESPOSTA:

A definição do preço dos produtos deverá ser realizada por meio de pesquisa de preço em, no mínimo, três
mercados em âmbito local, acrescidos dos insumos exigidos no edital de chamada pública, como despesa de
frete, embalagem, encargos e quaisquer outros itens necessários para o fornecimento do produto. A pesqui-
sa de preços deverá dar preferência à feira do produtor da agricultura familiar, quando houver.

22
Como aplicar os recursos – Passos 5 e 6

Ao longo deste capítulo, você vai conhecer as orientações previstas para a chamada pública e entender como
se elabora um projeto de venda.

Você conheceu os passos que orientam a elaboração do cardápio e a definição do preço de aquisição dos
produtos da agricultura familiar. Agora, vai entender como elaborar a chamada pública e os requisitos para a
compra de alimentos da agricultura familiar.

Passo 5: Divulgar a chamada pública

Conforme os termos do Art. 14 da Lei nº 11.947/2009, a aquisição de alimentos da agricultura familiar para
a alimentação escolar, no âmbito do PNAE, pode ser realizada sem processo licitatório, desde que:

• os preços sejam compatíveis com os vigentes no mercado local.

• os princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência sejam garantidos.

• os alimentos atendam às exigências do controle de qualidade estabelecidas pelas normas que regulamen-
tam a matéria.

23
Dica

Para consultar o Art. 14 da Lei 11.947/09, acesse os links:

• <https://www.fnde.gov.br/fndelegis/action/UrlPublicasAction.php?acao=getAtoPublico&sgl_
tipo=LEI&num_ato=00011947&seq_ato=000&vlr_ano=2009&sgl_orgao=NI>.

• <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11947.htm>.

Geralmente, o procedimento realizado para a aquisição de alimentos da agricultura familiar são as chamadas
públicas.

Esse procedimento é considerado adequado pelo PNAE, porque respeita a lógica de produção local e contri-
bui para o cumprimento das diretrizes do programa, no que se refere a aspectos fundamentais na garantia
da segurança alimentar e nutricional.

As chamadas públicas também contemplam os princípios da Constituição Federal de legalidade, legitimidade


e economicidade, tanto no que diz respeito às questões jurídicas quanto na economicidade de recursos na-
turais e nos caracteres econômicos e sociais.

Quanto ao princípio de economicidade, a relação custo-benefício no setor público refere-se não apenas à
seleção da proposta mais vantajosa para a administração pública, mas também à promoção do desenvolvi-
mento nacional sustentável, conforme o Art. 3º da Lei nº 8.666/1993.

Dica

O procedimento da chamada pública poderá ser ampliado até a totalidade dos recursos da alimentação
escolar repassados pelo FNDE, no âmbito do PNAE, desde que voltados para a aquisição de produtos da
agricultura familiar.

A Entidade Executora é responsável por tornar pública a intenção de realizar compras de gêneros ali-
mentícios da agricultura familiar para a alimentação escolar. Portanto, o edital de chamada pública deve
conter informações suficientes para que os fornecedores elaborem corretamente os projetos de venda,
como vigência, quantidade de cada item, cronograma de entrega, endereço de entrega e obrigações
das partes.

24
Além disso, deve publicar os editais em jornais, locais públicos, internet, rádios comunitárias e também nas
organizações locais da agricultura familiar, como sindicatos rurais, cooperativas, associações, movimentos
sociais e entidades de assistência técnica e extensão rural do município ou do estado.

Os editais devem permanecer abertos para recebimento dos projetos de venda por um período mínimo de
20 dias!

Atenção

Os gêneros alimentícios a serem entregues serão os definidos na chamada pública de compra, podendo
ser substituídos, desde que constem da mesma chamada pública e sejam correlatos nutricionalmente.

Passo 6: Elaborar projeto de venda

O projeto de venda é o documento que formaliza o interesse dos agricultores familiares em vender sua pro-
dução para a alimentação escolar e deve ser elaborado com base nas orientações apresentadas na chamada
pública, considerando uma proposta de fornecimento de gêneros alimentícios, conforme a possibilidade de
atendimento de cada fornecedor. Portanto, a elaboração e a entrega do projeto de venda é de responsabili-
dade dos agricultores ou de suas associações e cooperativas.

Os projetos de venda podem ser apresentados em três formatos. Conheça-os a seguir.

25
Os agricultores precisam da Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura
Familiar – Pronaf (DAP).

A DAP é o documento que identifica e reconhece o agricultor familiar e suas organizações, utilizado para o
acesso às políticas públicas direcionadas às compras individuais.

Existem dois tipos de Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP):

• DAP Física – destinada a identificar o produtor individual.

• DAP Jurídica – destinada a identificar as formas associativas dos produtores.

A DAP é obrigatória para a formalização da contratação com a Entidade Executora.

Atenção

Em casos de repasses do FNDE acima de R$ 700 mil, a Entidade Executora poderá optar por aceitar pro-
postas apenas de organizações com DAP jurídica, desde que previsto na chamada pública.

Mas quem é o agricultor familiar? Segundo a Lei nº 11.326/06, o agricultor familiar ou empreendedor rural
é quem pratica atividades no meio rural, atendendo, simultaneamente, aos requisitos:

I. não detenha área maior do que quatro módulos fiscais.

II. utilize mão de obra da própria família nas atividades econômicas do seu estabelecimento ou empreen-
dimento.

III. tenha percentual mínimo de renda familiar originada de atividades econômicas do seu estabelecimen-
to ou empreendimento, de forma definida pelo Poder Executivo.

IV. dirija seu estabelecimento ou empreendimento com sua família.

26
Atenção

Módulo fiscal é uma unidade de medida, em hectares, cujo valor é fixado pelo Instituto Nacional de Co-
lonização e Reforma Agrária (Incra) para cada município. Você sabe quantos hectares equivalem a um
módulo fiscal no seu município?

Os dados podem ser acessados no site do Incra: <http://www.incra.gov.br/tabela-modulo-fiscal>.

Atenção

Na documentação entregue no momento de habilitação dos projetos de venda, os produtores rurais indi-
viduais, ou associados em grupos formais, e ou, informais, deverão apresentar declaração comprovando
que todos os alimentos comercializados para a alimentação escolar são produção própria, com suas res-
pectivas DAPs, físicas ou jurídicas.

Chegamos ao final do capítulo 4, que apresentou as orientações previstas para a chamada pública e os re-
quisitos básicos para elaborar um projeto de venda. Mas, antes de avançarmos para os passos 7 e 8, faça a
atividade sobre os assuntos tratados aqui.

27
Atividade 4.1

Complete as lacunas com os termos “Chamada pública”, “Declaração de Aptidão ao PRONAF (DAP)”, “Projeto
de venda” e “Entidade Executora”, de acordo com as definições a seguir:

Responsável em tornar pública a intenção de realizar compras de gêneros alimentícios


_______________ da agricultura familiar para a alimentação escolar.
Ferramenta adequada para a aquisição de produtos da agricultura familiar para o
_______________ PNAE.
Documento que formaliza o interesse dos agricultores familiares em vender sua
produção para a alimentação escolar e deve ser elaborado a partir das orientações
______________ apresentadas na chamada pública.
Documento que identifica e reconhece o agricultor familiar e suas organizações,
______________ utilizado para o acesso às políticas públicas direcionadas às compras individuais.

RESPOSTA:

Responsável em tornar pública a intenção de realizar compras de gêneros


Entidade Executora
alimentícios da agricultura familiar para a alimentação escolar.
Ferramenta adequada para a aquisição de produtos da agricultura familiar para o
Chamada pública
PNAE.
Documento que formaliza o interesse dos agricultores familiares em vender sua
Projeto de venda produção para a alimentação escolar e deve ser elaborado a partir das orientações
apresentadas na chamada pública.
Declaração de
Documento que identifica e reconhece o agricultor familiar e suas organizações,
Aptidão ao PRONAF
utilizado para o acesso às políticas públicas direcionadas às compras individuais.
(DAP)

28
Como aplicar os recursos – Passos 7 e 8

Ao longo deste capítulo, você vai conhecer o processo de recebimento do projeto de venda e entender os
aspectos considerados na seleção do projeto de venda.

Você conheceu os passos de divulgação da chamada pública e elaboração do projeto de venda. Agora, vai
entender o processo de recebimento e os critérios de seleção do projeto de venda.

Passo 7: Receber o projeto de venda

Uma vez elaborado, o projeto de venda é entregue à Entidade Executora, que é responsável por receber,
habilitar e analisar a documentação em consonância com o que está previsto na chamada pública. De posse
dos projetos, habilitam-se os agricultores familiares e faz-se a seleção dos fornecedores que estão aptos,
conforme critérios definidos na legislação do PNAE.

Importante

Uma vez que não há disputa de preços, os critérios para a execução do Programa devem ser extrema-
mente bem elaborados. Para isso, a Entidade Executora deve separar os projetos de venda habilitados em
duas etapas, que serão apresentadas a seguir.

29
Na primeira etapa, os projetos de venda deverão ser organizados de acordo com sua localidade. É importan-
te destacar que, nessa etapa, os projetos de venda só serão divididos dessa forma caso a Entidade Executora
que lançou a chamada pública esteja contida em um território rural. Caso não haja tal definição, os projetos
de venda devem ser separados pulando-se essa classificação, portanto:

1. Grupo de Projetos de Fornecedores do Território Rural.

2. Grupo de Projetos de Fornecedores do Estado.

3. Grupo de Projetos de Fornecedores do País.

A seguir, você vai ver no mapa a distribuição dos territórios rurais do estado de São Paulo, bem como os
municípios que os compõem. Veja se o seu município encontra-se classificado em um dos cinco territórios
rurais do estado de São Paulo!

Na etapa de separação dos projetos de venda, o critério “Grupo de Projetos de Fornecedores de Território
Rural” apresenta dois cenários possíveis, sendo:

• Cenário A – Entidade Executora situada em territórios rurais.

Os projetos de venda apresentados e habilitados deverão ser separados em quatro grupos:

̵̵ Projetos de Fornecedores Locais.

30
̵̵ Projetos de Fornecedores do Território Rural.

̵̵ Projetos de Fornecedores do Estado.

̵̵ Projetos de Fornecedores do País.

• Cenário B – Entidade Executora não situada em territórios rurais.

Os projetos de venda apresentados e habilitados deverão ser separados em três grupos:

̵̵ Projetos de Fornecedores Locais.

̵̵ Projetos de Fornecedores do Estado.

̵̵ Projetos de Fornecedores do País.

Após a classificação dos projetos de venda, conforme sua localização, a Entidade Executora deve apli-
car um novo critério para diferenciar fornecedores que se encontram em igual condição geográfica. Nesse
exemplo, a Entidade Executora analisa, a princípio, apenas os projetos do Grupo 1 – Grupo de Projetos de
Fornecedores Locais, priorizando:

• assentamentos de reforma agrária, comunidades indígenas e quilombolas − voltado para a promoção


do desenvolvimento sustentável local e da inclusão social e produtiva rural, o PNAE prioriza a seleção de
projetos de venda oriundos de assentamentos da reforma agrária, comunidades indígenas e quilombolas.
No caso de empate, priorizam-se as organizações produtivas com maior porcentagem de assentados, qui-
lombolas ou indígenas.

• fornecedores de alimentos orgânicos ou agroecológicos − alimentos orgânicos ou agroecológicos estão


diretamente relacionados à alimentação segura e saudável, por isso, o PNAE os prioriza como segundo
critério na seleção de projetos da agricultura familiar. Neste caso, serão observadas as condições de certi-
ficação e garantia da agricultura orgânica e agroecológica.

• grupos formais sobre os grupos informais e estes sobre os fornecedores individuais − os agricultores fa-
miliares podem participar da seleção na condição de fornecedores individuais ou organizados em grupos
informais ou formais (associações e cooperativas com DAP Jurídica). No entanto, os grupos formais têm
prioridade sobre os demais, e os grupos informais sobre os fornecedores individuais. Havendo empate

31
nesse critério por grupos formais, serão selecionadas as organizações com maior porcentagem de agricul-
tores familiares no seu quadro de sócios, conforme extrato da DAP Jurídica, que contém a composição do
seu quadro.

O intuito dessa política pública é promover o desenvolvimento local, porém, caso a quantidade de produtos
em âmbito local não seja suficiente, a Entidade Executora pode complementar com projetos de venda de
outros locais, na seguinte ordem:

• Grupo 2: Projetos do Território Rural, se houver.

• Grupo 3: Projetos do Estado.

• Grupo 4: Projetos do País.

Dentro de cada um desses grupos, serão aplicados os mesmos critérios de seleção:

1. assentados da reforma agrária, comunidades indígenas e quilombolas.

2. fornecedores de gêneros orgânicos.

3. grupos formais, sobre grupos informais e estes sobre produtores individuais.

Atenção

Em caso de empate após a classificação final dos projetos de venda, será realizado sorteio ou, em concor-
dância entre as partes, poderá optar-se pela divisão no fornecimento dos produtos a serem adquiridos
entre as organizações finalistas.

Passo 8: Selecionar o projeto de venda

Os documentos necessários para a seleção dos projetos de venda devem ser apresentados em sessão públi-
ca, registrada em ata, ao término do prazo de apresentação. Para a habilitação, serão exigidos documentos
específicos para cada fornecedor: individuais, grupos informais e grupos formais.

32
Documentos necessários para fornecedores individuais, detentores de DAP Física, não organiza-
dos em grupo

I. A prova de inscrição no Cadastro de Pessoa Física – CPF.

II. O extrato da DAP Física do agricultor familiar participante, emitido nos últimos 60 dias.

III. O Projeto de Venda de Gêneros Alimentícios da Agricultura Familiar e/ou Empreendedor Familiar Rural
para Alimentação Escolar com assinatura do agricultor participante (Anexo IV).

IV. A prova de atendimento de requisitos previstos em lei específica, quando for o caso.

V. A declaração de que os gêneros alimentícios a serem entregues são oriundos de produção própria, re-
lacionada no projeto de venda.

Documentos necessários para grupos informais, detentores de DAP Física, organizados em grupo

I. A prova de inscrição no Cadastro de Pessoa Física – CPF.

II. O extrato da DAP Física de cada agricultor familiar participante, emitido nos últimos 60 dias.

33
III. O Projeto de Venda de Gêneros Alimentícios da Agricultura Familiar e/ou Empreendedor Familiar Rural
para Alimentação Escolar com assinatura de todos os agricultores participantes.

IV. A prova de atendimento de requisitos previstos em lei específica, quando for o caso.

V. A declaração de que os gêneros alimentícios a serem entregues são produzidos pelos agricultores fami-
liares relacionados no projeto de venda.

Documentos necessários para grupos formais, detentores de DAP Jurídica

I. A prova de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ.

II. O extrato da DAP Jurídica para associações e cooperativas, emitido nos últimos 60 dias.

III. A prova de regularidade com a Fazenda Federal, relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia
por Tempo de Serviço (FGTS).

IV. As cópias do estatuto e a ata de posse da atual diretoria.

V. O Projeto de Venda de Gêneros Alimentícios da Agricultura Familiar.

VI. A declaração de que os gêneros alimentícios são produzidos.

VII. A declaração de responsabilidade pelo controle do atendimento do limite individual de venda.

VIII. A prova de atendimento de requisitos previstos em lei específica, quando for o caso.

Atenção

Na ausência ou desconformidade de qualquer desses documentos, fica facultada à Entidade Executora a


abertura de prazo para a regularização da documentação.

Chegamos ao final do capítulo 5, que apresentou o processo de recebimento e seleção do projeto de venda.
Mas, antes de avançar, faça a atividade sobre os assuntos tratados aqui.

34
Atividade 5.1

Considerando o que você viu neste capítulo, marque as afirmações como verdadeiras (V) ou falsas (F).

( ) Na ausência ou desconformidade de qualquer desses documentos, o projeto de venda é automaticamen-


te cancelado.

( ) Em caso de empate após a classificação final dos projetos de venda, será realizado sorteio ou, em concor-
dância entre as partes, poderá optar-se pela divisão no fornecimento dos produtos.

( ) Na ausência ou desconformidade de qualquer desses documentos, a Entidade Executora fica responsável


pela abertura de prazo para a regularização da documentação.

RESPOSTA:

Apenas a primeira alternativa é falsa.

35
Como aplicar os recursos – Passos 9 e 10

Ao longo deste capítulo, você vai conhecer as etapas de assinatura e de entrega dos produtos.

Após as fases de recebimento e seleção dos projetos de venda, serão celebrados os contratos com os forne-
cedores. Aqui, você vai conhecer as etapas de assinatura e entrega dos produtos, que finalizam o processo
de compra.

Passo 9: Assinar o contrato

A assinatura do contrato de compra, penúltima fase do processo, é a formalização legal do compromisso as-
sumido pela Entidade Executora e pelos fornecedores para a entrega dos gêneros alimentícios da agricultura
familiar para a alimentação escolar.

Essa formalização tem como base as regras do edital da chamada pública e dos compromissos assumidos
pelos agricultores familiares na apresentação dos projetos de venda selecionados, conforme Art. 25 da Reso-
lução CD/FNDE nº 26/2013 (atualizada pela Resolução CD/FNDE nº 04/2015).

36
Dica

Para consultar a Resolução CD/FNDE nº 26/2013, acesse o link: <http://www.fnde.gov.br/acesso-a-infor


macao/institucional/legislacao/item/6341-resolu%C3%A7%C3%A3o-cd-fnde-mec-n%C2%BA-4,-de-3-de
-abril-de-2015>.

As regras para os contratos administrativos são determinadas pelo edital publicado, como o cronograma de
entrega dos alimentos, com datas, locais, produtos e qualidades, e as datas de pagamento dos agricultores
familiares, além das demais cláusulas de compra e venda.

Questões complementares seguem as regras estabelecidas no capítulo III da Lei nº 8.666/93, que define as
orientações gerais dos contratos administrativos. É importante destacar que o PNAE orienta que os editais
apresentem as regras dos contratos definidas.

Dica

Para consultar a Lei nº 8.666/93, acesse o link: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8666cons.htm>.

A Resolução CD/FNDE nº 04/2015 estabelece um limite individual de venda do agricultor familiar para a ali-
mentação escolar, que é de R$ 20 mil por DAP/ano/Entidade Executora.

Para grupos formais, o montante máximo será o resultado do número de agricultores familiares inscritos na
DAP Jurídica multiplicado pelo limite individual de comercialização, utilizando a fórmula: 

Número de agricultores familiares inscritos na DAP Jurídica


×
R$ 20.000,00/ano/Entidade Executora

Atenção

No caso de celebração de contratos com grupos formais, caberá à Entidade Executora controlar o limite
máximo a ser adquirido de cada cooperativa ou associação. Caberá à cooperativa ou associação controlar
o limite individual de venda de cada agricultor associado. Na contratação de grupos informais ou fornece-
dores individuais, cabe à Entidade Executora controlar o limite individual de venda.

37
Passo 10: Entregar os produtos

A entrega de produtos é a conclusão do processo de compra da agricultura familiar para o PNAE. Essa etapa
é formalizada entre fornecedores e Entidade Executora e/ou unidade executora em caso de aquisição direta
pelas escolas, e consiste na entrega dos produtos conforme cronograma previsto no edital da chamada pú-
blica e no contrato de compra.

No momento de entrega dos produtos, deve ser assinado o termo de recebimento pelo representante da
Entidade Executora e também pelo grupo formal ou fornecedor individual e efetuado procedimento de pa-
gamento ao fornecedor.

Esse termo é o instrumento que atesta que os produtos entregues estão de acordo com o cronograma pre-
visto no contrato e dentro dos padrões de qualidade exigidos. 

Importante

Com a assinatura do termo de recebimento, é obrigatória a emissão do documento fiscal: nota do produ-
tor rural, nota avulsa (vendida na prefeitura) ou nota fiscal (grupo formal).

Como as associações da agricultura não têm fins lucrativos, alguns estados e municípios permitem a comer-
cialização de compras institucionais entre elas e o PNAE. Nesse caso, o contrato pode ser celebrado direta-
mente entre a Entidade Executora e a associação, visto que a associação está autorizada a emitir nota fiscal
e possui DAP Jurídica. 

38
Quando as associações não puderem emitir nota fiscal, apenas representar seus associados na venda, os
contratos são celebrados diretamente com cada agricultor familiar constante no projeto de venda, assim
como os pagamentos, que deverão ser feitos diretamente a cada agricultor que emite a nota fiscal.

Dica

Para saber mais sobre o processo, assista a um exemplo prático sobre aquisição no vídeo “O PNAE e a
agricultura familiar”. Nele você encontra informações sobre a aquisição de gêneros alimentícios da agri-
cultura familiar, desde a publicação da chamada pública até a seleção do projeto de venda.

Finalizamos as etapas de aquisição de gêneros alimentícios da agricultura familiar. Antes de avançar, faça a
atividade proposta.

Atividade 6.1

Complete as colunas com os termos “Assinar contratos”, “Entrega de produtos”, “Prestação de contas” e
“Termo de recebimento”, de acordo com as definições a seguir:

Verifica a execução do Programa e garante a continuidade do recebimento de recursos


_______________
financeiros.
_______________ Descreve os tipos de produtos entregues, as quantidades e valores.
______________ É a conclusão do processo de compras da agricultura familiar para o PNAE.
Formalização legal do compromisso assumido pela Entidade Executora e pelos
______________
fornecedores para a entrega dos gêneros alimentícios.

RESPOSTA:

Prestação de Verifica a execução do Programa e garante a continuidade do recebimento de


contas recursos financeiros.
Termo de Descreve os tipos de produtos entregues, as quantidades e valores.
recebimento
Entrega de É a conclusão do processo de compras da agricultura familiar para o PNAE.
produtos
Formalização legal do compromisso assumido pela Entidade Executora e pelos
Assinar contratos
fornecedores para a entrega dos gêneros alimentícios.

39
Encerramento

Ao longo deste e-book, você viu:

• o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

• as normas que orientam as compras públicas institucionais no âmbito do PNAE.

• a importância da aquisição de alimentos da agricultura familiar na garantia da segurança alimentar.

• o passo a passo sugerido pelo FNDE para garantir que as compras da agricultura familiar atendam às dire-
trizes do PNAE.

No capítulo anterior, foram finalizadas as etapas do processo de aquisição de gêneros alimentícios da agri-
cultura familiar. Porém, é importante ressaltar a importância da prestação de contas do recurso repassado
pelo FNDE.

A prestação de contas é de suma importância para a verificação da execução do Programa e para garantir a
continuidade do recebimento de recursos financeiros.

40
A partir de 2011, o site do FNDE liberou uma ferramenta (<http://www.fnde.gov.br/fnde_sistemas/sigpc-
contas-online>) para que a prestação de contas seja realizada virtualmente no Sistema de Gestão de Presta-
ção de Contas (SIGPC).

Além da Entidade Executora que deve prestar contas do recurso, o Conselho de Alimentação Escolar
(CAE) deve validar a regularidade da execução do PNAE (<http://www.fnde.gov.br/programas/pnae?view=
default>) por meio do Sigecon (<https://www.fnde.gov.br/sigecon/login.xhtml;jsessionid=n11jkigf8n2ovi
mo6crcy5264nl.n1>).

Atenção

É fundamental que a Entidade Executora mantenha todos os documentos relativos organizados e arqui-
vados.

Com base no Art. 20 da Lei nº 11.947/09, o FNDE autoriza a suspensão dos repasses dos recursos do PNAE
quando os estados, o Distrito Federal ou os municípios:

I. Não constituírem o CAE.

II. Não apresentarem a prestação de contas.

III. Cometerem irregularidades na execução do PNAE.

A seguir, conheça o fluxo do processo de aquisição de gêneros alimentícios da agricultura familiar.

Dica

Para consultar o Art. 20 da Lei nº 11.947/09, acesse o link:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11947.htm>.

41
Para conhecer outras ferramentas de trabalho para a execução do PNAE, acesse:

1. Coordenadoria de Desenvolvimento dos Agronegócios – nesta página são divulgadas as chamadas pú-
blicas do PNAE e PPAIS, além de serem disponibilizadas ferramentas para elaboração de edital e preço
médio de produtos por município, região e estado.

2. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – o site do FNDE possui as regras do Programa,


notícias atualizadas, resoluções, liberações de recurso e dados estatísticos de aquisição da agricultura
familiar nos últimos anos.

Dica

Para consultar a Coordenadoria de Desenvolvimento dos Agronegócios, acesse o link: <http://www.


codeagro.sp.gov.br/ica/compras-publicas>.

Já para o Fundo Nacional de Desenvolvimento, o link é: <http://www.fnde.gov.br/>.

O curso Compras governamentais – agricultura familiar foi concebido para lhe fornecer um conjunto de
informações e conhecimentos que auxiliem sua atuação profissional.

42
É importante que você, comprometido como esteve com o curso, também possa levar esse conhecimento
para a aplicação prática, transformando a realidade no seu município.

Para finalizar, faça a seguir atividades que contemplam o conteúdo de todo o curso.

Atividade 7.1

A compra institucional da agricultura familiar para a alimentação escolar significa:

( ) Responsabilidade pelo cálculo dos valores financeiros a serem repassados aos estados, municípios e Dis-
trito Federal, e pelo estabelecimento de normas no âmbito do PNAE.

( ) Inserção, na alimentação escolar, de gêneros alimentícios saudáveis produzidos por agricultores da pró-
pria região. Essa ação, entre outros benefícios, favorece o agricultor familiar no que diz respeito às formas
alternativas de produção e comercialização de alimentos.

( ) Incentivo à expansão de empresas fornecedoras de alimentos industrializados para a alimentação escolar.

( ) Responsabilidade pela fiscalização do exercício do profissional de nutrição e pela aplicação dos recursos
transferidos aos estados.

RESPOSTA:

A alternativa correta é a segunda (“Inserção, na alimentação escolar, de gêneros alimentícios saudáveis pro-
duzidos por agricultores da própria região. Essa ação, entre outros benefícios, favorece o agricultor familiar
no que diz respeito às formas alternativas de produção e comercialização de alimentos”).

Atividade 7.2

Podemos afirmar que a agricultura familiar na alimentação escolar favorece:

( ) A criação das cadeias curtas de produção e comercialização fortalece as relações sociais, valoriza a diver-
sidade produtiva e atende às necessidades das instituições públicas, possibilitando o acesso a alimentos sau-
dáveis e de qualidade para a população, na perspectiva da promoção da segurança alimentar e nutricional.

( ) A aquisição de gêneros alimentícios produzidos fora do âmbito local, desconsiderando a inclusão social
dos agricultores locais.

43
( ) O acompanhamento das ações realizadas pelos estados e o monitoramento e fiscalização na prestação
de contas do PNAE.

( ) A expansão de empresas fornecedoras de alimentos industrializados.

RESPOSTA:

A alternativa correta é a primeira (“A criação das cadeias curtas de produção e comercialização fortalece as
relações sociais, valoriza a diversidade produtiva e atende às necessidades das instituições públicas, possi-
bilitando o acesso a alimentos saudáveis e de qualidade para a população, na perspectiva da promoção da
segurança alimentar e nutricional”).

Atividade 7.3

Conforme dispõe a Lei nº 11.326/2006, é considerado agricultor familiar e empreendedor familiar rural:

( ) Aquele que pratica atividades no meio rural, possui área menor a 6 módulos fiscais, mão de obra da pró-
pria família, renda familiar vinculada ao próprio estabelecimento e gerenciamento do estabelecimento ou
empreendimento pela própria família.

( ) Uma sociedade de pessoas com fins lucrativos, com especificidades de atuação no agronegócio, em que
todos se empenham em mútua colaboração e responsabilidade.

( ) Aquele que pratica atividades no meio rural, possui área menor a 4 módulos fiscais, mão de obra da pró-
pria família, renda familiar vinculada ao próprio estabelecimento e gerenciamento do estabelecimento ou
empreendimento pela própria família.

( ) A instituição responsável pela aquisição de produtos da agricultura familiar.

RESPOSTA:

A alternativa correta é a terceira (“Aquele que pratica atividades no meio rural, possui área menor a 4 módu-
los fiscais, mão de obra da própria família, renda familiar vinculada ao próprio estabelecimento e gerencia-
mento do estabelecimento ou empreendimento pela própria família”).

44
Atividade 7.4

Em relação à chamada pública, podemos afirmar que:

I. É o procedimento administrativo voltado à seleção de proposta específica para a aquisição de gêne-


ros alimentícios provenientes da agricultura familiar e/ou empreendedores familiares rurais ou suas
organizações.

II. É um instrumento do âmbito das compras públicas sustentáveis, que assegura o cumprimento dos prin-
cípios da legalidade e da eficiência. Possibilita a veiculação de diretrizes governamentais, relacionadas
ao desenvolvimento sustentável, ao apoio à inclusão social e produtiva e à promoção da segurança
alimentar e nutricional.

III. Visa à aplicação total dos recursos financeiros, repassados pelo FND, na aquisição de produtos da agri-
cultura familiar.

IV. Garante segurança para o gestor e para o agricultor para aquisição da produção rural de modo que não
haja disputa de preços entre organizações da agricultura familiar.

( ) I, II e III são afirmações corretas.

( ) I, II e IV são afirmações corretas.

RESPOSTA:

A alternativa correta é a segunda (“I, II e IV são afirmações corretas”).

Atividade 7.5

Assinale as alternativas corretas em relação à afirmação a seguir.

O FNDE fica autorizado a suspender os repasses dos recursos do PNAE, quando os estados, o Distrito Federal
ou os municípios:

I. Não constituírem o Conselho de Alimentação Escolar (CAE) ou deixarem de efetuar os ajustes necessá-
rios, visando ao seu pleno funcionamento.

45
II. Não apresentarem a prestação de contas dos recursos anteriormente recebidos para execução do
PNAE, na forma e nos prazos estabelecidos pelo Conselho Deliberativo do FNDE.

III. Cometerem irregularidades na execução do PNAE, na forma estabelecida pelo Conselho Deliberativo
do FNDE.

( ) I e II.

( ) II e III.

( ) I e III.

( ) I, II e III.

RESPOSTA:

A alternativa correta é a quarta (“I, II e III são corretas”).

Atividade 7.6

Assinale se o trecho a seguir é verdadeiro ou falso.

Visa à aplicação total dos recursos financeiros, repassados pelo FNDE, na aquisição de produtos da agricul-
tura familiar.

( ) Verdadeiro.

( ) Falso.

RESPOSTA:

A afirmação é falsa.

Agora que você concluiu o curso, você conquistou os seguintes objetivos de aprendizagem:

• Entender o percurso histórico do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

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• Compreender a importância da agricultura familiar no contexto de segurança alimentar e nutricional e no
fomento ao desenvolvimento econômico local.

• Entender o processo de compras públicas, no âmbito do PNAE.

• Entender cada uma das etapas do ciclo de aquisição da agricultura familiar.

• Identificar os elementos necessários para efetivar a compra da agricultura familiar para a alimentação
escolar.

Esperamos que você esteja satisfeito com o conteúdo apresentado, e que a teoria seja útil em seu desempe-
nho profissional.

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que existe de melhor para seu negócio.

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Glossário

Chamada pública: procedimento administrativo voltado à seleção de proposta específica para a aquisição
de gêneros alimentícios provenientes da agricultura familiar e/ou empreendedores familiares rurais ou suas
organizações. É um instrumento firmado no âmbito das estratégias de compras públicas sustentáveis, que
assegura o cumprimento dos princípios constitucionais da administração pública, ao passo que permite a vei-
culação de diretrizes governamentais importantes, relacionadas ao desenvolvimento sustentável, ao apoio à
inclusão social e produtiva local e à promoção da segurança alimentar e nutricional. Assim, apresenta maior
possibilidade de atender às especificidades necessárias à aquisição da agricultura familiar, desde que respei-
tadas as normas do Programa.

Fundo Nacional de Desenvolvimento para a Educação: é uma autarquia do Ministério da Educação (MEC)
e, além de ser responsável por efetuar os repasses dos recursos financeiros, também responde pelo esta-
belecimento de normas, acompanhamento, monitoramento, fiscalização e avaliação da execução do PNAE.

Locais: aqueles oriundos de agricultores familiares ou de suas organizações com sede no próprio município
onde se localizam as escolas. As compras de gêneros alimentícios devem ser feitas, sempre que possível, no
mesmo município em que se localizam as escolas.

Mercado de âmbito local: comercialização realizada no próprio município onde se localizam as escolas.

Mercado territorial, estadual e nacional: a comercialização realizada no âmbito dos municípios que com-
põem o território rural (nos casos em que os municípios componham algum território rural, como definido
pelo MDA), no âmbito do estado e do país.

Proposta de fornecimento de gêneros alimentícios: trata da variedade, da quantidade e do cronograma de


entrega.

Termo de recebimento: descreve os tipos de produtos entregues, as quantidades e os valores. Após preen-
chido, deve ser assinado pelo fornecedor e pelo representante da Entidade Executora, impresso em duas vias
e entregue a cada uma das partes.

Território rural: Conjunto de municípios unidos pelo mesmo perfil econômico e ambiental, com identidade
e coesão social e cultural.

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2017 © Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo – SEBRAE-SP

Conselho Deliberativo FECOMERCIO – Federação do Comércio Diretor Técnico


Presidente do Estado de São Paulo Ivan Hussni
Paulo Skaf (FIESP) FIESP – Federação das Indústrias do Diretor Administrativo e Financeiro
Estado de São Paulo Pedro Rubez Jehá
ACSP – Associação Comercial de São Paulo IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas Unidade Atendimento Remoto
ANPEI – Associação Nacional de Pesquisa, ParqTec – Fundação Parque Alta Gerente: Ivan Teodoro
Desenvolvimento e Engenharia das Tecnologia de São Carlos Equipe técnica:
Empresas Inovadoras SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Adriano Augusto Campos
BB – Superintendência Estadual do Banco Micro e Pequenas Empresas Carolina Germano Nascimento
do Brasil SDECTI – Secretaria de Desenvolvimento Claudia Aparecida Gonçalves Brum
CEF – Superintendência Estadual da Caixa Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação Unidade Políticas Públicas:
Econômica Federal do Estado de São Paulo Daniel Glaessel Ramalho
DESENVOLVE-SP – Agência de SINDIBANCOS – Sindicato dos Bancos do Equipe técnica:
Desenvolvimento Paulista Estado de São Paulo Lilian Ribeiro Lima
FAESP – Federação da Agricultura do Diretor – Superintendente
Estado de São Paulo Bruno Caetano

Produção Técnica e Operacional Fundação Carlos Alberto Vanzolini

Presidente da Diretoria Executiva Designer Instrucional Consultora de Comunicação


João Amato Neto David Melo da Luz, Natália de Mesquita Sonia Scapucin
Diretor Administrativo e Financeiro Matheus, Tauana Grasso Chixaro e Thais Editora
Luís Fernando Pinto de Abreu Cattucci Dantas Elisabete Portugal
Diretor de Operações Consultora Pedagógica Diretora de Vídeo
Roberto Marx Mainã Greeb Vicente Ane do Valle
Diretor da Área de Gestão de Revisão de Texto Roteirista
Tecnologias em Educação
Priscila Risso e Tatiana F. Souza Patricia Roman
Guilherme Ary Plonski
Iconografia e Audiodescrição Repórter
Coordenadoras Executivas
Priscila Garofalo e Rita De Luca Viviane Thomaz
Angela Sprenger e Beatriz Scavazza
Consultora de Acessibilidade Narradores
Gerente da Unidade de Gestão de
Karina Zonzini Michelle Dufour e Nelson Gomes
Projetos
Luis Marcio Barbosa Consultor de Tecnologia Diretor de Arte
Gestoras do Projeto Wilder Oliveira Michelangelo Russo
Sônia Akimoto e Denise Blanes Programador de Front-end Designer Gráfico
Assistentes de Gestão Edson Ramos Eduardo de Camargo Neto
Valéria Aranha e Vanessa Leite Rios Web Designer Imagens
Designer Instrucional Master Bruno Gomes de Souza e Fernando Cedidas pelo Sebrae-SP, pela GTE/FCAV ou
Heloisa Collins Oliveira Martins usadas sob licença da Shutterstock.com

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