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3.3.1.1 Aspectos macroscópicos da Química: Evidências das reações químicas. Compostos químicos,
suas misturas e a presença em materiais mais complexos. Alguns métodos de separação (filtração,
decantação, destilação, cristalização, cromatografia em papel). Reação química e sua representação
simbólica, equação química, reagentes e produtos. Leis Ponderais de Lavoisier e Proust. Equação geral
dos gases ideais....................................................................................................................................... 1
3.3.1.2 Estrutura da matéria e teoria atômica: Evolução dos modelos atômicos. Modelos atômicos de
Rutherford e de Bohr. Partículas elementares: próton, nêutron e elétron. Número atômico, número de
massa, elemento químico, isótopos, massa atômica e massa molecular. Configuração eletrônica dos
elementos. Níveis de energia e transições eletrônicas (segundo o modelo atômico de Bohr). Principais
transformações nucleares artificiais e naturais ....................................................................................... 32
3.3.1.3 Classificação periódica e propriedades dos elementos e seus compostos: Princípios de
ordenação e localização dos elementos. Períodos, grupos e subgrupos. Elementos representativos.
Configuração eletrônica do átomo e posição na classificação periódica. Características de metais,
semimetais e ametais. Propriedades periódicas e suas variações (raio atômico, raio iônico, energia de
ionização, afinidade eletrônica e eletronegatividade). Número de oxidação e carga formal. Cátions, ânions
e radicais ................................................................................................................................................ 47
3.3.1.4 Ligação química: Ligação iônica. Ligação covalente. Ligação em metais. Estruturas e fórmulas
de Lewis para a ligação covalente em compostos orgânicos e inorgânicos. Eletronegatividade; caráter
iônico, caráter covalente e polaridade das ligações químicas. Geometria molecular e polaridade de
moléculas ............................................................................................................................................... 66
3.3.1.5 Ácidos e bases: Teorias ácido-base de Arrhenius, Bronsted-Lowry e de Lewis. Reações de
neutralização. Caráter ácido e básico de compostos inorgânicos e orgânicos (acidez relativa de álcoois,
ácidos carboxílicos, fenóis e basicidade de aminas). Nomenclatura IUPAC e vulgar de ácidos, bases, sais
e óxidos mais comuns ............................................................................................................................ 83
3.3.1.6 Estequiometria química: Cálculos estequiométricos. Massa molar. Balanceamento de reações
químicas: por tentativa e íon elétron. Fórmula mínima e fórmula molecular. 3.3.1.7 Unidades e grandezas
em Química: Principais unidades e grandezas utilizadas na Química. Quantidade de matéria (mol) e
unidades de concentração. Sistema Internacional (SI) e conversão de unidades ................................. 106
3.3.1.8 Soluções, propriedades coligativas e forças intermoleculares: Solução, solvente, soluto, fase,
solução saturada e insaturada. Forças intermoleculares. Coloides. Efeito das forças intermoleculares nas
constantes físicas dos compostos orgânicos e inorgânicos (temperatura de fusão e de ebulição). O
processo de dissolução e a solubilidade dos compostos orgânicos e inorgânicos. Curvas de solubilidade.
Influência da cadeia carbônica na solubilidade dos compostos orgânicos e na temperatura de fusão e de
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Fenômenos são modificações que ocorrem na matéria. Assim, são exemplos de fenômenos: a
transformação da água em estados físicos diferentes, a queima de um papel, o amadurecimento de um
alimento, a demolição de um prédio, dentre outros. Os fenômenos podem ser de dois tipos:
Fenômenos Físicos
São aqueles que não alteram a estrutura ou a constituição da matéria. Por exemplo, se amassarmos
um papel, ele apenas mudará seu formato, no entanto, continuará sendo papel, isto é, tendo a mesma
composição química. O exemplo mais comum de fenômeno físico, é a mudança do estado físico da água.
-Fusão: Mudança do estado sólido para o estado líquido da água, provocada por aquecimento, por
exemplo, um gelo que derrete num dia de calor. Além disso, o denominado "Ponto de Fusão" (PF) é a
temperatura que a água passa do estado sólido para o líquido. No caso da água, o ponto de fusão é de
0ºC.
-Vaporização: Mudança do estado líquido para o estado gasoso por meio do aquecimento da água.
Assim, o "Ponto de Ebulição" (PE) de uma substância é a temperatura a que essa substância passa do
estado líquido para o estado gasoso e, no caso da água, é de 100ºC. Vale lembrar que a Ebulição e a
Evaporação são, na realidade, tipos de vaporização. A diferença de ambas reside na velocidade do
aquecimento, ou seja, se for realizado lentamente chama-se evaporação; entretanto, se for realizado com
aquecimento rápido chama-se ebulição.
-Solidificação: Mudança de estado líquido para o estado sólido provocado pelo arrefecimento ou
resfriamento. Além disso, o "Ponto de Solidificação" da água é de 0ºC. O exemplo mais visível são os
cubos de água que colocamos no refrigerador para fazer os cubos de gelo.
-Liquefação: Chamada também de Condensação, esse processo identifica a mudança do estado
gasoso para o estado líquido decorrente do resfriamento (arrefecimento). Como exemplo podemos citar:
a geada e o orvalho das plantas.
Fenômeno Químico
É aquele que altera a estrutura da matéria, ou seja, sua composição. No exemplo do papel, se o
queimarmos, ele terá sua estrutura química alterada. Um dos exemplos mais comuns é a combustão do
etanol. O etanol (álcool comum) reage com o oxigênio do ar, entrando em combustão. Essa é uma reação
química, que se for completa, origina gás carbônico e vapor de água. Sua equação é dada por:
Todo fenômeno químico ocorre acompanhado de uma variação de energia, ou melhor, a transformação
na composição da matéria implica necessariamente uma liberação ou absorção de energia.
Fenômenos químicos que ocorrem com liberação de energia são denominados exotérmicos e
fenômenos químicos que ocorrem com absorção de energia são denominados endotérmicos.
Obs.: O fogo é uma emissão simultânea de calor e luz, que acompanha determinadas transformações
químicas. Quando colocamos fogo em um papel, estamos fornecendo energia térmica e
luminosa(radiante). A energia liberada na combustão é muito maior do que a energia que foi absorvida
para desencadear a queima.
No entanto, o saldo de energia para o meio ambiente depois da combustão(queima) do papel é
positivo, ou seja, a combustão do papel é uma transformação em que a energia liberada no final é maior
que a energia absorvida para desencadear o fenômeno.
Dessa forma as cinzas sólidas e a matéria gasosa liberada na combustão completa do papel são mais
estáveis que o papel em si porque foram formadas por meio de um processo químico exotérmico.
Toda combustão é um fenômeno químico exotérmico, e a matéria produzida numa combustão é mais
estável do que a matéria que sofreu combustão para formá-la.
3 H2 + N2 → 2 NH3
As demais opções correspondem a transformações físicas, isto é, todos continuam sendo a mesma
substância, com a mesma composição, somente o estado de agregação de suas partículas é diferente.
Veja:
b) Obtenção de gelo a partir da água: mudança de estado físico do líquido para o sólido.
c) Obtenção do oxigênio líquido a partir do ar atmosférico: mudança de estado físico. O oxigênio estava
misturado a outros gases presentes no ar atmosférico e foi condensado, isto é, passou do estado gasoso
para o líquido.
d) Solidificação da parafina: mudança de estado físico do líquido para o sólido.
e) Sublimação da naftalina: mudança de estado físico diretamente do sólido para o gasoso.
Questões
Gabarito
01.A / 02.C
Matéria: tudo aquilo que tem massa e ocupa lugar no espaço e, desse modo, possui volume. Podemos
citar como exemplos de matéria a madeira, o ferro, a água, o ar e tudo o mais que imaginemos dentro da
definição acima. A ausência total de matéria é chamado de vácuo.
Substância: é uma composição de apenas um tipo de molécula ou átomo. A substância pode ser
simples ou composta.
Substância simples é aquela constituída por um único tipo de constituinte. Ex.: o ferro, contendo
somente átomo de ferro; o gás oxigênio (O2), contendo só átomos de oxigênio.
Substância composta é aquela constituída por mais de um tipo de constituinte. Ex.: a água pura
contendo somente H2O; o sal, contendo somente NaCl.
Mistura: consiste em duas ou mais substâncias misturadas. Ela pode ser identificada visualmente,
como por exemplo o granito onde se observa grãos de quartzo branco, mica preta e feldspato rosa e
outros minérios. Outras misturas como a água salgada, requer outros métodos de verificação para
sabermos se são substâncias ou misturas.
Corpo: é uma porção limitada da matéria. Por exemplo, conforme dito, uma árvore é uma matéria;
assim, quando cortamos toras de madeira, temos que essas toras podem ser designadas como corpos
ou como matéria também.
Propriedades da Matéria
Propriedades são uma série de características que, em conjunto, definem a espécie de matéria.
Podemos dividi-las em três grupos: gerais, funcionais e específicas.
Propriedades Gerais
São as propriedades inerentes a toda espécie de matéria.
Massa: é a grandeza que usamos como medida da quantidade de matéria de um corpo ou objeto.
Extensão: espaço que a matéria ocupa, seu volume.
Impenetrabilidade: é o fato de que duas porções de matéria não podem ocupar o mesmo espaço ao
mesmo tempo.
Divisibilidade: toda matéria pode ser dividida sem alterar a sua constituição (até um certo limite).
Compressibilidade: o volume ocupado por uma porção de matéria pode diminuir sob a ação de forças
externas.
Elasticidade: se a ação de uma força causar deformação na matéria, dentro de um certo limite, ela
poderá retornar à forma original.
Propriedades Específicas
São propriedades individuais de cada tipo particular de matéria.
Organolépticas: são aquelas capazes de impressionar os nossos sentidos, como a cor, que
impressiona a visão, o sabor e o odor, que impressionam o paladar e o olfato respectivamente, e a fase
de agregação da matéria, que pode ser sólida (pó, pasta), líquida ou gasosa e que impressiona o tato.
Químicas: são propriedades responsáveis pelos tipos de transformação que cada matéria é capaz de
sofrer. Por exemplo, o vinho pode se transformar em vinagre; o ferro pode se transformar em aço, mas o
vinho não pode se transformar em aço nem o ferro em vinagre.
Físicas: são certos valores constantes, encontrados experimentalmente, para o comportamento de
cada tipo de matéria, quando submetida a determinadas condições. Essas condições não alteram a
constituição da matéria, por mais adversas que sejam. Por exemplo: sob uma pressão de 1 atmosfera, a
água passa de líquida para gasosa à temperatura de 100°C, sempre.
As propriedades físicas também podem ser classificadas, de acordo com a quantidade da amostra,
em extensivas e intensivas.
Referem-se àquelas que, quando são coletadas e analisadas, alteram a composição química da
matéria, ou seja, referem-se a uma capacidade que uma substância tem de transformar-se em outra por
meio de reações químicas.
Essas transformações resultam na produção permanente e irreversível de um novo material (produto),
com características distintas do inicial (reagente), sendo desse modo classificadas como transformações
químicas ou reações químicas.
A transformação do oxigênio em ozônio acontece através da luz ultravioleta. Essa reação por ação da
luz também é de extrema importância, pois assim é formada a camada de ozônio que protege a Terra
dos raios ultravioletas.
Energia
Questões
03. Aço, gás ozônio e gás carbônico são respectivamente exemplos de:
(A) Mistura, substância simples e substância composta.
(B) Mistura, substância composta e substância composta.
(C) Substância simples, substância simples e substância composta.
(D) Substância composta, mistura e substância simples.
(E) Mistura, substância simples e mistura.
04. (Mackenzie/SP) Dentre as substâncias abaixo mencionadas, a única que é uma mistura é:
(A) o nitrato de prata.
(B) o ar atmosférico.
(C) a glicose.
(D) o iodo sólido
(E) o cloreto de sódio.
I. o sistema I contém duas fases, porque água é um composto inorgânico enquanto que álcool é um
composto orgânico;
II. o sistema II contém apenas uma fase, porque o óleo faz ligação do tipo ponte de hidrogênio com a
água;
III. o sistema IV conterá uma única fase em qualquer proporção soluto/solvente;
IV. nos sistemas III e IV observa-se o fenômeno de ionização e dissociação iônica, pois apresentam
como soluto um composto orgânico e outro inorgânico, respectivamente;
V. o sistema IV contém 3 fases, porque possui três elementos químicos diferentes.
06. Associe corretamente a coluna da direita, que contém exemplos de sistemas, de acordo com a da
esquerda, que apresenta a classificação dos mesmos.
1. elemento químico
( ) fluoreto de sódio
2. substância simples
( ) gás oxigênio
3. substância composta
( ) água do mar filtrada
4. mistura homogênea
( ) limonada com gelo
5. mistura heterogênea
A alternativa que contém a sequência correta dos números da coluna da direita, de cima para baixo,
é:
(A) 3 - 2 - 4 - 5
(B) 3 - 2 - 5 - 4
(C) 2 - 1 - 4 - 5
(D) 2 - 3 - 5 - 4
(E) 1 - 2 - 3 - 4
07. (UFMS) Escolher dentre os eventos abaixo qual(ais) representa(m) um fenômeno químico.
01. Quando o petróleo é fracionado, obtém-se óleo diesel, alcatrão, hidrocarbonetos, etc.
02. Quando o açúcar é aquecido, torna-se marrom (carameliza).
04. Um tablete de sal em água, sob agitação, tende a desaparecer.
08. Quando um pedaço de gelo é golpeado com um martelo, ele se quebra.
16. Alvejantes (agentes branqueadores) causam a perda da cor dos tecidos.
32. Quando se aquece o amálgama ouro-mercúrio (Au-Hg) no processo da mineração de ouro, tem-
se a liberação do mercúrio.
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.
(A) 18
(B) 24
(C) 48
(D) 03
(E) 63
08. (UESC/BA) Com base nos dados da tabela e nos conhecimentos sobre a matéria e suas
propriedades, pode-se afirmar:
Gabaritos
Comentários
01. Resposta: C
O estado sólido: Poucos movimentos vibratórios (quase nulo) e energia, maior organização das
partículas devido força de atração intensa entre elas.
02. Resposta: D
Como apresenta propriedades constantes, trata-se de uma substância pura, e é composta por ser
formada por dois elementos químicos diferentes.
03. Resposta: A
O aço é uma liga metálica composta por aproximadamente 98,5% de Fe (ferro), 0,5 a 1,7% de C
(carbono) e traços de Si (silício), S (enxofre) e P (fósforo), portanto trata-se de uma mistura, o ozônio (O3)
substancia simples porque é formada por um único elemento, e o gás carbônico (CO2) é composto
constituído pelos elementos C e O.
04. Resposta: D
O ar atmosférico é formado por vários gases, vapor d’água, micro-organismos e impurezas (poeira e
fuligem).
05. Resposta: B
Justificativa das alternativas erradas
I- Agua e álcool constituem apenas uma única fase.
II- Água e óleo, formam sistema bifásico
III- O sistema IV, pode variar de acordo com a quantidade de soluto, podendo formar duas fases
IV- O açúcar é um composto molecular e não sofre ionização
V- Sistema formado por água e cloreto de sódio, é monofásico, ou dependendo da quantidade
adicionada de soluto, pode ser no máximo bifásico.
06. Resposta: A
Não possui exemplos de elemento químico
07. Resposta: A
02 + 16 = 18
08. Resposta: D
O cobre apresenta o menor valor de calor específico.
09. Resposta: A
As substâncias a 25º C se encontram no estado líquido, (CS2, Br2).
As substâncias químicas correspondem as moléculas, que podem ser representadas por fórmulas,
como a água, H2O. Estas são formadas pela união dos átomos dos elementos químicos que são
encontrados na tabela periódica.
Essa combinação de átomos pode ocorrer de várias formas e pode chegar a formar inúmeros tipos de
substâncias por conta da grande variedade de elementos na tabela periódica (118), além das
características de união que os átomos possuem.
Substância Pura
Uma substância pura é exatamente o que o termo indica: uma única substância com composição
característica e definida e com um conjunto definido de propriedades, isto é, que possuem composição
fixa. Exemplos de substâncias puras são: a água, o sal, o ferro, o açúcar comestível e o oxigênio. Nas
substâncias puras o ponto de fusão e ebulição ocorrem em temperaturas constantes:
Substância Simples
As substâncias formadas por um ou mais átomos de um mesmo elemento químico é classificada como
substância pura simples ou, simplesmente, substância simples.
Substância Composta
Quando as moléculas de determinada substância são formadas por dois ou mais elementos químicos,
ela é classificada como substância pura composta ou, simplesmente, substância composta.
Símbolos e Fórmulas
Exemplos:
Misturas
Uma mistura é um sistema formado por duas ou mais substâncias puras, denominadas componentes.
Em uma mistura a fusão e/ou ebulição não ocorrem em temperaturas constantes. A temperatura varia
durante a fusão ou durante a ebulição, ou durante ambas. Estas não possuem ponto de fusão e ponto de
ebulição, e sim intervalo de fusão e intervalo de ebulição.
Existem misturas que, como exceção, comportam-se como se fossem substâncias puras durante a
fusão: são as chamadas Misturas Eutéticas.
Exemplo: algumas ligas metálicas, dentre elas a solda usada em eletrônica (37% de chumbo e 63%
de estanho).
Por outro lado, também existem misturas que, como exceção, comportam-se como se fossem
substâncias puras durante o processo de ebulição; são chamadas de Misturas Azeotrópicas.
Exemplo: água e álcool na proporção de 4% de água e 96% de álcool
Uma vez que as misturas apresentam composição variável, têm também propriedades — como ponto
de fusão, ponto de ebulição, densidade — diferentes daquelas apresentadas pelas substâncias quando
estudadas separadamente.
Tipos de Misturas
Misturas Homogêneas
Nesse tipo de mistura não há superfícies de separação visíveis entre seus componentes, mesmo que
a observação seja realizada a nível de um microscópio eletrônico. Exemplo: Solução de água e açúcar.
As misturas homogêneas são normalmente chamada de solução
Misturas Heterogêneas
São formadas por duas ou mais fases onde é visível a distinção de cada uma delas. As substâncias
podem ser diferenciadas a olho nu.
Exemplos:
- água + óleo
- granito
- água + enxofre
- água + areia + óleo
Sistema Homogêneo
Apresenta as mesmas propriedades em qualquer parte de sua extensão em que seja examinado. Pode
ser uma mistura (solução) ou uma substância pura.
Sistema Heterogêneo
É aquele que apresenta mais de uma fase, ou seja, não possui um aspecto uniforme, é descontínuo.
Os sistemas heterogêneos também podem ser constituídos de substâncias puras. Por exemplo, água
+ gelo: os componentes são os mesmos, mas, por estarem em estados físicos diferentes, apresentam
aspecto heterogêneo.
Fases
São diferentes porções homogêneas, limitadas por superfícies de separação visíveis (com ou sem
aparelhos de aumento), que constituem um sistema heterogêneo.
Um sistema homogêneo apresenta sempre uma única fase (monofásico). Entretanto, sistema
heterogêneo constitui sempre um sistema polifásico (muitas fases), que pode ser bifásico, trifásico,
tetrafásico etc.
Análise Imediata
Na natureza, raramente encontramos substâncias puras. Assim, para obtermos uma determinada
substância, é necessário usar métodos de separação. O conjunto de processos físicos que não alteram
Apostila gerada especialmente para: kauany souza 095.822.709-85 12
a natureza das substâncias é denominado análise imediata. Para cada tipo de mistura — heterogênea ou
homogênea — usamos métodos diferentes.
Decantação
Processo utilizado para separar dois tipos de misturas heterogêneas.
a) Líquido e sólido
A fase sólida (barro), por ser mais densa, sedimenta-se, ou seja, deposita-se no fundo do recipiente,
e a fase líquida pode ser transferida para outro frasco. A decantação é usada, por exemplo, nas estações
de tratamento de água.
b) Líquido e líquido
Separa líquidos imiscíveis (não se misturam, exemplo: água e óleo) com a utilização de um funil de
decantação também conhecido como funil de bromo. Após a decantação, abre-se a torneira, deixando
passar o líquido mais denso.
Centrifugação
É uma maneira de acelerar o processo de decantação envolvendo sólidos e líquidos realizada num
aparelho denominado centrífuga. Na centrífuga, devido ao movimento de rotação, as partículas de maior
densidade, por inércia, são arremessadas para o fundo do tubo.
Filtração
É utilizada para separar substâncias presentes em misturas heterogêneas envolvendo sólidos e
líquidos.
- Filtração simples: a fase sólida é retida no papel de filtro, e a fase líquida é recolhida em outro
frasco.
Destilação
É utilizada para separar cada uma das substâncias presentes em misturas homogêneas envolvendo
sólidos dissolvidos em líquidos e líquidos miscíveis entre si.
- Destilação Fracionada: são separados líquidos miscíveis cujas temperaturas de ebulição (TE) não
sejam muito próximas. Durante o aquecimento da mistura, é separado, inicialmente, o líquido de menor
TE; depois, o líquido com TE intermediária, e assim sucessivamente, até o líquido de maior TE. À
aparelhagem da destilação simples é acoplada uma coluna de fracionamento. Conhecendo-se a TE de
cada líquido, pode-se saber, pela temperatura indicada no termômetro, qual deles está sendo destilado.
Tamisação
Feita com uma peneira muito fina chamada tamise, separa sólidos maiores dos menores. Exemplo:
cascalhos e pequenas pedras preciosas.
Sublimação
As substâncias participantes desse processo podem ser separadas das impurezas através da
sublimação (passagem do estado gasoso para o sólido e vice-versa) e posterior cristalização.
Separação Magnética
É um método que utiliza a força de atração do ímã para separar materiais metálicos ferromagnéticos
dos demais. Uma mistura de limalha (pó) de ferro com outra substância, pó de enxofre, por exemplo, pode
ser separada com o emprego de um ímã. Aproximando o ímã da mistura, a limalha de ferro prende-se a
ele, separando-se do enxofre.
Liquefação Fracionada
Separa gases com pontos de fusão diferentes. Nesse processo um dos gases se liquefaz primeiro,
podendo assim ser separado do outro gás.
01. (UFAC) Com relação às substâncias O2, H2, H2O, Pb, CO2, O3, CaO e S8, podemos afirmar que:
(A) todas são substâncias simples.
(B) somente O2, H2 e O3 são substâncias simples.
(C) todas são substâncias compostas.
(D) somente CO2, CaO e S8 são substâncias compostas.
(E) as substâncias O2, H2, Pb, O3 e S8 são simples
02. (SEE/AC - Professor de Ciências da Natureza – FUNCAB) Como exemplo de substância pura
composta tem-se o(a):
(A) grafite
(B) acetona.
(C) oxigênio.
(D) aço
(E) bromo.
03. (UFTM - Tecnólogo – Licenciaturas) Uma amostra de uma substância pura, X, teve algumas de
suas propriedades determinadas. Todas as alternativas apresentam propriedades que são úteis para
identificar essa substância, EXCETO:
(A) Solubilidade em água
(B) Temperatura de ebulição
(C) Temperatura de fusão
(D) Massa da amostra
Gabarito
REAÇÕES QUÍMICAS
São transformações que envolvem alterações, quebra e/ou formação, nas ligações entre partículas
(átomos, moléculas ou íons) da matéria, resultando na formação de uma nova substância com
propriedades diferentes da anterior.
Algumas evidências da ocorrência de uma reação química são mudança de cor, evolução de calor ou
luz, formação de uma substância volátil, formação de um gás, entre outros.
No nosso cotidiano, há muitas reações químicas envolvidas, como por exemplo, no preparo de
alimentos, a própria digestão destes alimentos no nosso organismo, a combustão nos automóveis, o
aparecimento da ferrugem, a fabricação de remédios, etc.
Equações Químicas1
É a maneira de se escrever uma reação química que envolve reagentes e produtos. As substâncias
iniciais de uma reação química, as que reagem, são chamadas de reagentes, já as substâncias finais de
uma reação, as que se formam, são chamadas de produto.
Reagentes → Produto
Nas equações químicas são utilizados símbolos e números para descrever os nomes e as proporções
das diferentes substâncias que entram nessas reações. Os reagentes são mostrados no lado esquerdo
da equação e os produtos no lado direito.
Na reação a matéria não é criada e nem destruída, os átomos somente são reorganizados de forma
diferente, por isso uma equação química deve ser balanceada, ou seja, o número de átomos da esquerda
precisa ser igual o número de átomos da direita. Sendo assim, balancear uma equação é fazer com que
ela entre em equilíbrio.
1
Canto, E. L.; Peruzzo, F. M.; Química na abordagem do cotidiano – 4ª Edição, São Paulo. Editora Moderna. 2010.
A equação acima está desbalanceada, pois temos nos reagentes (H2 e Cl2) dois átomos de cada
elemento, e no produto (HCl) somente uma molécula.
H2 + Cl2 → 2 HCl
Agora, a equação representada acima está balanceada, uma vez que a adição do coeficiente 2 nos
produtos que indica a existência de duas moléculas de ácido clorídrico (HCl). Esse número que antecede
o elemento, no caso o número 2, é chamado de coeficiente estequiométrico. A função desse coeficiente
é indicar a quantidade de cada substância que participa da reação.
Podemos saber praticamente tudo sobre uma reação química através de sua equação, ela pode
oferecer, por exemplo, as seguintes informações através de símbolos tais como:
Reação reversível ↔
Presença de luz λ
Calor ou aquecimento ∆
Formação de um precipitado ↓
Formação de gás ↑
Reação em meio aquoso (aq.)
A Equação Química pode ainda demonstrar o estado físico do átomo participante da reação, através
das letras respectivas entre parênteses:
Gás (g) Vapor (v) Líquido (l) Sólido (s) Cristal (c)
Tipos de Reações2
OBS: Essa reação se faz presente em flashes fotográficos descartáveis e foguetes sinalizadores.
Exemplo 1: Ao se queimar uma fita de magnésio, o oxigênio presente no ar reage com o magnésio da
fita, originando o óxido de magnésio.
Exemplo 3: As soluções aquosas de ácido clorídrico e hidróxido de amônio, liberam dois gases: o HCl
e o NH3. Se colocarmos estes dois gases em contato, eles gerarão uma névoa que é o cloreto de amônio.
2
THEODORE L. Brown, H. EUGENE LeMay, BRUCE E. Bursten. Química: A ciência central, São Paulo – SP: Editora Prentice-Hall, 2005. 9ª Edição. 992 pág.
Exemplo: Ocorre na decomposição do NaCl em Sódio sólido e Cloro gasoso: como o NaCl é
extremamente estável, é necessário algum processo (geralmente eletroquímico) para que os átomos de
cada molécula-íon sejam separados.
Vários fatores podem causar a decomposição de um composto, entre eles, vamos destacar três:
Fotólise3: esse tipo de reação quando a luz causa a decomposição dos compostos.
Exemplo 1: A fotólise ocorre no processo fotossintético realizado pelos vegetais a fim de produzir
energia. A reação mais importante da fotossíntese é a fotólise da água, que ocorre na fase clara.
Exemplo 2: A água oxigenada (peróxido de hidrogênio), também está sujeita à fotólise, como
representada na equação química:
A + XY → AY + X
Exemplo: Quando uma lâmina de zinco é introduzida em uma solução aquosa de ácido clorídrico, vai
ocorrer a formação de cloreto de zinco e o gás hidrogênio vai ser liberado.
A reação é classificada como de deslocamento uma vez que o zinco “deslocou” o hidrogênio.
3
SOUZA, Líria Alves De. "Tipos de Reações Químicas"; Brasil Escola.
Exemplo: a reação entre o ácido sulfúrico com hidróxido de bário produz água e sulfato de bário.
Segundo Dalton os átomos normalmente se conservam nas transformações químicas, mas nem
sempre uma equação é indicada de forma que isso fique aparente. Isso porque é preciso fazer um
"acerto", o balanceamento químico do número de átomos que constituem os reagentes e os produtos.
Falaremos um pouco sobre um tipo bem específico de balanceamento, aquele que é feito logo no
início, quando não se tem muita prática. Para melhor entendimento, recomendamos o uso de "bolinhas"
ou os símbolos criados por Dalton. Além de ilustrarem melhor a operação, elas ajudam a fixar a ideia logo
no início.
Vamos balancear a equação da formação da água. Tendo como reagentes uma molécula de
Hidrogênio com dois átomos e uma molécula de gás oxigênio também com dois átomos, precisamos
chegar à fórmula H2O.
Repare que sobra um átomo de oxigênio e para que ocorra o balanceamento, não pode haver sobra.
Por isso é preciso acrescentar outra molécula de Hidrogênio com dois átomos. Assim ao invés de uma,
serão produzidas duas moléculas de água. A equação balanceada ficaria da seguinte forma:
Repare que a soma dos átomos dos reagentes é igual ao número de átomos do produto. É isso que
confirma que a equação foi balanceada.
Neste caso ao invés de sobrar, faltam átomos de Bário e Oxigênio. Para isso é preciso acrescentar
moléculas de BaO até que a necessidade seja suprida, tomando cuidado para que não haja sobra.
Acrescentando mais duas moléculas de BaO, tudo se resolve. Basta transcrever os coeficientes das
fórmulas químicas na equação e pronto. Repare mais uma vez que o número de átomos se conserva.
As ciências se comunicam por meio de códigos. A música, por exemplo, utiliza símbolos para representar
os variados sons, e desta forma, uma partitura musical será acessível a qualquer músico do mundo. A
Química também possui os seus códigos e, sem dúvida, os mais importantes são os símbolos dos elementos
químicos e as fórmulas das substâncias.
No caso da substância água, foi verificado experimentalmente que:
- A água era formada pelos elementos químicos hidrogênio e oxigênio.
- Em qualquer quantidade de água, os átomos de hidrogênio e oxigênio estavam combinados na
proporção de 2:1, respectivamente.
Em função destas observações, concluiu-se que a água passou a ser representada pela fórmula H2O.
H2O1 ou H2O
Como nas reações de oxirredução ocorre transferência de elétrons, para balanceá-las devemos igualar
o número de elétrons perdidos e recebidos. Para isso, devemos inicialmente determinar o número de
elétrons perdidos ou recebidos para cada espécie química, que corresponde à variação do Nox (ΔNox =
diferença do Nox inicial para o final).
Com base nesse conhecimento, vamos determinar a quantidade necessária de cada espécie para
obter a igualdade do número de elétrons.
1º) Determinar, na equação química, os valores de todos os Nox e verificar qual espécie se oxida e
qual se reduz, analisando os valores dos Nox dos elementos nos reagentes e nos produtos.
2º) Escolher entre as espécies que sofrem redução e oxidação uma delas para iniciar o balanceamento.
6º) Os coeficientes das demais substâncias são determinados por tentativas, baseando-se na
conservação dos átomos.
Exemplo1: Uma lâmina de alumínio (Al) foi mergulhada numa solução aquosa de sulfato de cobre
(CuSO4), ocorrendo a formação de cobre metálico (Cu) e de sulfato de alumínio [Al2(SO4)3].
Primeiramente, devemos determinar o Nox de cada espécie e suas variações da seguinte maneira:
Exemplo 2: Quando uma solução aquosa de permanganato de potássio (KMnO4), de cor violeta, é
tratada com ácido clorídrico (HCl), ela sofre uma descoloração, ou seja, torna-se incolor.
A reação pode ser esquematizada da seguinte maneira:
O cloro contido no HCl da origem ao KCl, MnCl2 e Cl2. Entretanto, apenas uma parte dos seus átomos
oxidou-se, originando o Cl2:
Associando o ΔNox com a quantidade de Cl2 formada, observamos que cada elemento cloro que forma
Cl2 perde 1 elétron; como são necessários 2 cloros para formar cada Cl2, nessa formação foram perdidos
2 elétrons. Assim, temos:
Agora iremos determinar os coeficientes para cada espécie em que houve variação do Nox, sabendo
que isso pode ser feito simplesmente atribuindo o ΔNox de uma espécie como coeficiente da outra
espécie. Assim, temos:
KMnO4 = ΔNox = 5 ⇒ 5 será o coeficiente do Cl2;
Cl2 = 2 ΔNox = 2 ⇒ 2 será o coeficiente do KMnO4.
Conhecendo os coeficientes do KMnO4 e do Cl2, podemos determinar os outros pelo método das
tentativas, e teremos a equação balanceada:
A velocidade das reações químicas é alterada principalmente por variações na superfície de contato,
na concentração dos reagentes, na temperatura e pelo uso de catalisadores. É uma área estudada pela
Cinética Química. Esse estudo é importante porque é possível encontrar meios de controlar o tempo de
desenvolvimento das reações, tornando-as mais lentas ou mais rápidas, conforme a necessidade.
Alguns dos fatores que interferem na velocidade das reações são:
- Temperatura: um aumento na temperatura provoca um aumento na velocidade das reações
químicas, sejam elas endotérmicas ou exotérmicas, pois isso faz com que se atinja mais rápido o
complexo ativado.
- Concentração: um aumento na concentração dos reagentes acelera a reação, pois haverá um maior
número de partículas dos reagentes por unidade de volume, aumentando a probabilidade de ocorrerem
colisões efetivas entre elas.
- Pressão: esse fator interfere unicamente em sistemas gasosos. O aumento da pressão aumenta
também a rapidez da reação, pois deixa as partículas dos reagentes em maior contato.
- Superfície de contato: quanto maior a superfície de contato, maior a velocidade com que a reação
se processa, pois, conforme explicado nos dois últimos itens, a reação depende do contato entre as
substâncias reagentes.
- Catalisador: o uso de catalisadores específicos para determinadas reações pode acelerá-las. Essas
substâncias não participam da reação em si, pois são totalmente regeneradas ao final dela.
Questões
2 AgBr →2 Ag + Br2
04. (Mackenzie/SP)
I. SO3 + H2O → H2SO4
II. H2 + 1/2 O2 → H2O
Das sínteses expressas pelas equações acima, realizadas em condições adequadas, é INCORRETO
afirmar que:
(A) na reação I tanto os reagentes como o produto são substâncias compostas.
(B) na síntese da água, o balanceamento da equação está incorreto.
(C) na reação I forma-se um ácido.
(D) a soma dos menores coeficientes inteiros do balanceamento na equação I é igual a 3.
(E) na reação II os reagentes são substâncias simples.
Mg + HCl → MgCl2 + H2
E admitindo-se, num balanceamento, o coeficiente 6 (seis) para cada produto, o coeficiente de cada
reagente será, respectivamente:
(A) 3 e 6
(B) 6 e 6
(C) 6 e 12
(D) 12 e 6
(E) 12 e 12
Gabarito
Comentários
01. Resposta: C
Como foi explicado, a fotólise é a decomposição dos compostos que é causada pela luz.
02. Resposta: D
A reações de decomposição causadas por calor, luz e corrente elétrica são respectivamente pirólise,
fotólise e eletrólise.
03. Resposta: B
Como dois reagentes formam dois produtos diferentes, essa equação é classificada como de dupla
troca.
04. Resposta: B
O balanceamento está feito de maneira correta, logo a afirmação que diz que o balanceamento está
incorreto, é a incorreta.
05. Resposta: E
(A) 2 Fe + O2 → Fe2O3
Nesse balanceamento, temos 2 átomos de oxigênio no primeiro membro e 3 no segundo membro.
(B) 2 Fe + 3O2 → 2 Fe2O3
Nesse balanceamento, temos 2 átomos de ferro no primeiro membro e 4 no segundo membro.
(C) 4 Fe + O2 → Fe2O3
Nesse balanceamento, temos 4 átomos de ferro no primeiro membro e 2 no segundo membro. Além
disso, temos 2 átomos de oxigênio no primeiro membro e 3 no segundo membro.
(D) Fe + 3 O2 → Fe2O3
Nesse balanceamento, temos 1 átomo de ferro no primeiro membro e 2 no segundo membro. Além
disso, temos 6 átomos de oxigênio no primeiro membro e 3 no segundo membro.
(E) 4 Fe + 3 O2 → 2 Fe2O3
Correto. Há 4 átomos de ferro e 6 átomos de oxigênio nos dois membros.
06. Resposta: C
Colocando o coeficiente 6 nos produtos, ficamos com:
Mg + HCl → 6 MgCl2 + 6 H2
Temos seis átomos de magnésio, então esse será seu coeficiente no reagente:
6 Mg + HCl → 6 MgCl2 + 6 H2
Temos doze átomos de cloro e doze átomos de hidrogênio nos produtos (multiplicamos o índice 2 pelo
coeficiente 6), então, o coeficiente de HCl no reagente será 12:
6 Mg + 12 HCl → 6 MgCl2 + 6 H2
07. Resposta: B
Sabemos que somente na equação II ocorre oxirredução porque somente nela há transferência de
elétrons. Isso é visto pelo Nox:
0 0 +1 -2
II.H2 + ½ O2 → H2O
Observe que o hidrogênio oxidou (perdeu elétrons, seu Nox diminuiu), pois ele transferiu elétrons para
o oxigênio, que reduziu.
+6-2 +1 -2 +1+6-2
III.SO3+ H2O → H2SO4 (Não houve alteração no Nox dos elementos, portanto, não houve oxirredução).
08. Resposta: B
Observe os Nox:
+2 -1 +1 -1 +1 -1 +4 -1 +1 -2
SnCℓ2 + 2 HCℓ + H2O2 →SnCℓ4 + 2 H2O
O Nox do Sn aumentou de +2 para +4, o que significa que ele sofreu oxidação. Já o Nox do O diminuiu
de -1 para -2, o que significa que ele sofreu redução.
O estudo do comportamento dos gases deve ser feito sempre a partir de suas três variáveis de estado:
pressão, temperatura e volume.
Todo gás é constituído de partículas (moléculas) que estão em contínuo movimento desordenado.
Esse movimento de um grande número de moléculas provoca colisões entre elas e, por isso, sua trajetória
não é retilínea num espaço apreciável, mas sim caminham em ziguezague. Essas colisões podem ser
consideradas perfeitamente elásticas. O estado em que se apresenta um gás, sob o ponto de vista
microscópico, é caracterizado por três variáveis: pressão, volume e temperatura. São denominadas
variáveis de estado.
I. Volume
O volume de qualquer substância é o espaço ocupado por esta substância. No caso dos gases, o
volume de uma dada amostra é igual ao volume do recipiente que a contém. As unidades usuais de
volume são: litro (L), mililitro (ml), metro cúbico (m3), decímetro cúbico (dm3) e centímetro cúbico (cm3).
II. Temperatura
É a medida do grau de agitação térmica das partículas que constituem uma substância. No estudo dos
gases, é utilizada a escala absoluta ou Kelvin (K) e, no Brasil, a escala usual é a Celsius ou centígrado
(°C). Portanto, para transformar graus Celsius (t) em Kelvin, temos:
T = t (°C) + 273
III. Pressão
A pressão é definida como força por unidade de área. No estado gasoso, a pressão é o resultado do
choque de suas moléculas contra as paredes do recipiente que as contém. A medida da pressão de um
gás é feita através de um aparelho chamado manômetro. O manômetro é utilizado na medida da pressão
dos gases, dentro de recipientes fechados.
Uma dada massa de gás sofre uma transformação quando ocorrem variações nas suas variáveis de
estado. Começamos o estudo modificando-se apenas duas das grandezas e a outra se mantém
constante.
Lei de Boyle-Mariotte
“À temperatura constante, uma determinada massa de gás ocupa um volume inversamente proporcional
à pressão exercida sobre ele”.
A lei de Boyle-Mariotte pode ser representada por um gráfico pressão-volume. Neste gráfico, as
abscissas representam a pressão de um gás, e as ordenadas, o volume ocupado.
A curva obtida é uma hipérbole, cuja equação representativa é PV = constante. Portanto, podemos
representar:
Lei de Charles/Gay-Lussac
“À pressão constante, o volume ocupado por uma massa fixa de gás é diretamente proporcional à
temperatura absoluta."
Lei de Charles/Gay-Lussac
“A volume constante, a pressão exercida por uma determinada massa fixa de gás é diretamente
proporcional à temperatura absoluta.”
Esta transformação gasosa, onde o volume é mantido constante, é denominada de transformação
isocórica, isométrica ou isovolumétrica. As relações entre pressão e temperatura são representadas a
seguir:
Graficamente, encontramos:
Obedece rigorosamente às Leis Físicas dos Gases em quaisquer condições de temperatura e pressão.
São definidas como condições normais de temperatura e pressão quando o gás é submetido a uma
pressão de 1 atm e à temperatura de 0 °C. Portanto, podemos colocar:
P = 1 atm = 760 mmHg
T = 0 °C = 273 K
Lei de Avogadro
“Volumes iguais de gases quaisquer, à mesma temperatura e pressão, encerram o mesmo número de
moléculas”
Determinou-se experimentalmente o volume ocupado por 1 mol de qualquer gás nas CNTP e foi
encontrado o valor aproximadamente igual a 22,4 L. Portanto, podemos dizer que:
Equação de Clapeyron
As leis de Boyle e Charles/Gay-Lussac podem ser combinadas com a lei de Avogadro para relacionar
volume, pressão, temperatura e quantidade em mols de um gás. Tal relação é chamada de equação de
estado de um gás. Ela pode ser encontrada das seguintes formas:
Lei de Boyle-Mariotte
Lei de Charles/Gay-Lussac
V é proporcional a T onde P e n são constantes.
P é proporcional a T onde V e n são constantes.
Lei de Avogadro
V é proporcional a n quando T e P são constantes. Agrupando as quatro expressões encontramos:
V é proporcional a (1/P)· (T) · (n) ou V = R ·(1/P) · (T) · (n), onde R representa a constante de
proporcionalidade e é chamada de constante universal dos gases. A equação de estado pode então ser
representada por:
𝑷. 𝑽 = 𝒏. 𝑹. 𝑻
Esta equação também é denominada de equação de Clapeyron, em homenagem ao físico francês que
a determinou. A constante R pode assumir dois valores distintos, de acordo com a unidade de pressão
utilizada, dentre os quais temos:
Misturas Gasosas4
As misturas gasosas são muito comuns no cotidiano. É possível descobrir sua pressão e volume total
através das pressões e volumes parciais dos gases componentes da mistura.
Estamos cercados mais por misturas de gases do que por gases isolados. O ar que respiramos é um
exemplo de mistura de vários gases, sendo que os principais são o nitrogênio (N2), que corresponde a
cerca de 80% do ar; e o oxigênio (O2), que é quase 20%.
Visto que são tão presentes em nosso cotidiano, é necessário analisar duas grandezas importantes
quando se trata de misturas gasosas, que são: pressão parcial e volume parcial. A seguir, ambos serão
explicados:
4
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Pode-se também calcular cada pressão parcial por meio da equação de estado dos gases:
Equação de estado dos gases: PV = nRT
P. VN2= nN2 . RT
Também é possível calcular o volume parcial de cada gás componente da mistura por meio da fração
em quantidade de matéria.
São considerados primitivos os conceitos de sólido, liquido e gás. Assim, uma rocha é um solido, a
água que escorre da torneira é um liquido e o ar que respiramos é um gás.
Mas o fato dos gases apresentarem propriedades extremamente distintas dos sólidos e líquidos
chamou a atenção de inúmeros cientistas em meados do século XVIII, que passaram, então, a estudar
esse estado físico da matéria. Algumas das propriedades que esses cientistas estudaram são:
O volume de um gás corresponde ao volume do recipiente onde ele está inserido. Se colocarmos 1Kg
de ar em um recipiente de 100L, o volume será de 100L , mas se colocarmos 1Kg de ar em um volume
de 200L , o volume do gás será de 200L.
O gás assume a forma do recipiente onde está inserido. Nesse aspecto, os gases são semelhantes
aos líquidos, que também não apresentam forma própria. Entretanto, os sólidos independem da forma do
ambiente onde está inserido, isto é, os sólidos apresentam forma própria.
Assim, ao dobrarmos a pressão exercida sobre um gás, o seu volume diminui pela metade
(compressibilidade); por outro lado, ao reduzirmos a pressão exercida pela metade, seu volume tende a
dobrar (expansibilidade).
A expressão obtida mostra que a temperatura é proporcional à energia cinética média das moléculas
de um gás ideal. Assim, vemos que a temperatura é uma média do grau de agitação das moléculas de
um gás. Usando o número de mols, temos:
Questões
01. (F.M. Itajubá/MG) O comportamento de um gás real aproxima-se do de um gás ideal quando:
(A) submetido a baixas temperaturas.
(B) submetido a baixas temperaturas e baixas pressões.
(C) submetido a altas temperaturas e altas pressões.
(D) submetido a altas temperaturas e baixas pressões.
(E) submetido a baixas temperaturas e altas pressões.
02. (UF/AC). Qual deve ser a temperatura de certa quantidade de um gás ideal, inicialmente a 200 K,
para que tanto o volume quanto a pressão dupliquem?
(A) 1200 K
(B) 2400 K
(C) 400 K
(D) 800 K
(E) n.d.a
Gabarito
Comentários
01. Resposta: D.
Um gás real aproxima-se do ideal quanto mais alta for sua temperatura e menor sua pressão.
02. Resposta: D.
Dados:
T1= 200 K
V2= 2 V1
P2= 2P1
𝑃1. 𝑉1 𝑉2
= 𝑃2.
𝑇1 𝑇2
𝑃1. 𝑉1 2𝑃1. 2𝑉1
=
200 𝑇2
T2= 800 K
03. Resposta: E
1 mol de átomos de Mg ↔ 24 g/mol ↔ 6,0 . 1023 átomos/mol
x = 1 átomo . 24 g/mol
6,0 . 1023 átomos/mol
x = 4,0 . 10-23 g.
CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA
De acordo com esses filósofos tudo no meio em que vivemos seria formado pela combinação desses
quatro elementos em diferentes proporções. Entretanto em 400 a.C., os filósofos Leucipo e Demócrito
elaboraram uma teoria filosófica (não científica) segundo a qual toda matéria era formada devido a junção
de pequenas partículas indivisíveis denominadas átomos (que em grego significa indivisível). Para estes
filósofos, toda a natureza era formada por átomos e vácuo.
No final do século XVIII, Lavoisier e Proust realizaram experiências relacionando as massas dos
participantes das reações químicas, dando origem às Leis das combinações químicas (Leis ponderais).
O primeiro modelo atômico foi elaborado a partir do estudo das seguintes Leis Ponderais:
1. Lei de Lavoisier: A primeira delas, a Lei da Conservação de Massas, ou Lei de Lavoisier é uma lei
da química que muitos conhecem por uma célebre frase dita pelo cientista conhecido como o pai da
química moderna, Antoine Laurent de Lavoisier:
“Num sistema fechado, a massa total dos reagentes é igual à massa total dos produtos”
Então, em uma reação química não há alteração na quantidade de átomos, eles apenas se
recombinam. Logo como não existe destruição nem criação de matéria, a massa dos reagentes sempre
será igual a massa dos produtos. Ou seja:
2. Lei de Proust: O químico Joseph Louis Proust observou que em uma reação química a relação
entre as massas das substâncias participantes é sempre constante. A Lei de Proust ou a Lei das
proporções definidas diz que dois ou mais elementos ao se combinarem para formar substâncias,
conservam entre si proporções definidas.
Em resumo a lei de Proust pode ser escrita da seguinte maneira:
"Uma determinada substância composta é formada por substâncias mais simples, unidas sempre na
mesma proporção em massa".
Exemplificando: da análise do experimento II temos que se a massa de uma molécula de água é 18g,
é o resultado da soma das massas atômicas do hidrogênio e do oxigênio.
H – massa atômica = 1 → 2 x 1 = 2g (2 átomos de H)
O – massa atômica = 16 → 1 x 16 = 16g (1 átomo de O)
Então 18g de água tem sempre 16g de oxigênio e 2g de hidrogênio. A molécula água está na proporção
1:8 (para cada quantidade de H2 usa se oito vezes a quantidade de O2). Se 36g de água forem separados,
serão produzidos 4g de H2 e 32g de O2, e assim por diante.
Em 1808, John Dalton propôs uma teoria para explicar essas leis ponderais, denominada teoria
atômica, criando o primeiro modelo atômico científico, em que o átomo seria maciço e indivisível. A teoria
proposta por ele pode ser resumida da seguinte maneira:
- Tudo que existe na natureza é formado por pequenas partículas microscópicas denominadas átomos;
- Estas partículas, os átomos, são indivisíveis (não é possível seccionar um átomo) e indestrutíveis
(não se consegue destruir mecanicamente um átomo);
- É pequeno o número de tipos diferentes de átomos (respectivos a cada elemento);
- Átomos de elementos iguais sempre apresentam características iguais, bem como átomos de
elementos diferentes apresentam características diferentes. Sendo que, ao combiná-los, em proporções
definidas, compreenderemos toda a matéria existente no universo;
- Os átomos assemelham-se a esferas maciças que se dispõem através de empilhamento;
- Durante as reações químicas, os átomos permanecem inalterados. Apenas se combinam em outro
arranjo.
Ao mesmo tempo da publicação dos trabalhos de Dalton foi desenvolvido o estudo sobre a natureza
elétrica da matéria, feita no início do século XIX pelo físico italiano Volta, que criou a primeira pilha elétrica.
Isso permitiu a Humphry Davy descobrir dois novos elementos químicos: o potássio (K) e o sódio (Na). A
partir disso, os trabalhos a respeito da eletricidade foram intensificados.
Em meados de 1874, Stoney admitiu que a eletricidade estava intimamente associada aos átomos em
quantidades discretas e, em 1891, deu o nome de elétron para a unidade de carga elétrica negativa.
Descoberta do Elétron
Em meados do ano de 1854, Heinrich Geissler desenvolveu um tubo de descarga que era formado por
um vidro largo, fechado e que possuía eletrodos circulares em suas pontas. Ele notou que quando se
produzia uma descarga elétrica no interior do tubo de vidro, utilizando um gás que estivesse sob baixa
pressão, a descarga deixava de ser barulhenta, e no tubo uma cor aparecia que iria depender do gás, de
sua pressão e da voltagem a ele aplicada. Um exemplo dessa experiência são as lâmpadas de neon que
normalmente se usa em estabelecimentos como placa.
Já em 1875, William Crookes se utilizou de gases bastante rarefeitos, ou seja, que estavam em
pressões muito baixas, e os colocou em ampolas de vidro. Neles aplicou voltagens altíssimas e assim,
emissões denominadas raios catódicos surgiram. Isso porque esses raios sempre se desviam na direção
e sentido da placa positiva, quando são submetidos a um campo elétrico externo e uniforme, o que prova
que os raios catódicos são de natureza negativa.
Esse desvio ocorre sempre da mesma maneira, seja lá qual for o gás que se encontra no interior da
ampola. Isso fez os cientistas imaginarem que os raios catódicos seriam formados por minúsculas
partículas negativas, e que estas existem em toda e qualquer matéria. A tais partículas deu-se o nome de
elétrons. Assim, pela primeira vez na história, constatava-se a existência de uma partícula subatômica, o
elétron.
Descoberta do Próton
Em 1886, Goldstein, físico alemão, provocando descargas elétricas num tubo a pressão reduzida (10
mmHg) e usando um cátodo perfurado, observou a formação de um feixe luminoso (raios canais) no
sentido oposto aos raios catódicos e determinou que esses raios eram constituídos por partículas
positivas
Os raios canais variam em função do gás contido no tubo. Quando o gás era hidrogênio, obtinham-se
os raios com partículas de menor massa, as quais foram consideradas as partículas fundamentais, com
carga positiva, e denominadas próton pelo seu descobridor, Rutherford, em 1904.
Experiência de Rutherford
Wilhelm Conrad Röntgen foi um físico alemão que, em 8 de novembro de 1895, realizando
experimentos em que utilizava gases altamente rarefeitos em uma ampola de Crookes, descobriu
acidentalmente que, a partir da parte externa do tubo, eram emitidos raios que conseguiam sensibilizar
chapas fotográficas. Ele chamou esses raios de raios X.
Isso possibilitou que, em 1886, Becquerel descobrisse a radioatividade e a descoberta do primeiro
elemento capaz de emitir radiações semelhantes ao raio X: o urânio. Logo a seguir o casal Curie descobriu
dois outros elementos radioativos: o polônio e o rádio.
Com a finalidade de estudar as radiações emitidas pelos elementos radioativos, foram realizados
vários tipos de experimentos, dentre os quais o mais conhecido é o representado a seguir, em que as
radiações são submetidas a um campo eletromagnético externo.
Em meados do século de XX, dentre as inúmeras experiências realizadas por Ernest Rutherford e seus
colaboradores, uma ganhou destaque por mostrar que o modelo proposto por Thomson era incorreto.
A experiência consistiu em bombardear uma fina folha de ouro com partículas positivas e pesadas,
chamadas de α (alfa), emitidas por um elemento radioativo chamado polônio.
Modelo de Rutherford
A experiência da “folha de ouro” realizada foi o marco decisivo para o surgimento de um novo modelo
atômico, mais satisfatório, que explicava de forma mais clara uma série de eventos observados.
O átomo deve ser constituído por duas regiões:
I - Um núcleo, pequeno, positivo e possuidor de praticamente toda a massa do átomo;
II - Uma região negativa, praticamente sem massa, que envolveria o núcleo. A essa região se deu o
nome de eletrosfera.
Para que fique mais claro, vamos agora relacionar o modelo de Rutherford com as conclusões
encontrados em sua experiência.
Observações Conclusões
Boa parte do átomo é vazio. No espaço vazio
Grande parte das partículas alfa
(eletrosfera) provavelmente estão localizados os
atravessaram a lâmina sem desviar o curso.
elétrons.
Poucas partículas alfa (1 em 20.000) não Deve existir no átomo uma pequena região onde
atravessam a lâmina e voltavam. está concentrada sua massa (o núcleo).
Algumas partículas alfa sofriam desvios O núcleo do átomo deve ser positivo, o que provoca
de trajetória ao atravessar a lâmina. uma repulsão nas partículas alfa (positivas).
Átomo Moderno
Quando Rutherford realizou seu experimento com um feixe de partículas alfa, e propôs um novo
modelo para o átomo, houve algumas controvérsias. Entre elas era que o átomo teria um núcleo composto
Hoje, acreditamos que, com uma exceção, o núcleo de muitos átomos contém ambas as partículas:
prótons e nêutrons, chamados núcleons. (A exceção é o núcleo de muitos isótopos comuns de hidrogênio
que contém um próton e nenhum nêutron.) Como mencionamos, é geralmente conveniente designar
cargas e partículas em termos de carga em um elétron. De acordo com esta convenção, um próton tem
uma carga de +1, um elétron de -1, e um nêutron de 0.
Em resumo, podemos então descrever um átomo como um núcleo central, que é pequeníssimo, mas
que contém a maior parte da massa, e é circundado por uma enorme região extra nuclear contendo
elétrons (carga -). O núcleo contém prótons (carga +) e nêutrons (carga 0). O átomo como um todo não
tem carga devido ao número de prótons ser igual ao número de elétrons. A soma das massas dos elétrons
em um átomo é considerada desprezível em comparação com a massa dos prótons e nêutrons.
Modelo de Bohr
Apesar de o modelo proposto por Rutherford esclarecer muitas questões sobre a dispersão das
partículas alfa (prótons), ele tinha certas falhas na explicação de alguns outros fenômenos, como por
exemplo os espectros atômicos. Niels Bohr propôs então outro modelo mais completo, que melhor
representava e explicava o átomo e sua natureza.
Inicialmente para explicar seu modelo, Bohr agrupou uma certa quantidade de postulados e hipóteses
(afirmações aceitas como verdadeira, sem demonstrações), onde podem ser resumidas em cinco:
- Os elétrons circulam o núcleo do átomo fazendo círculos em “camadas” ou “níveis”;
- Cada nível tem um valor específico de energia;
- Um elétron não pode permanecer entre dois níveis, ou ele está em um ou em outro;
- Um elétron pode passar de um nível menos energético para um mais energético desde que absorva
energia externa;
- Quando o elétron retorna para seu nível de energia inicial ele libera a energia absorvida.
Um átomo individual (ou seu núcleo) é geralmente identificado especificando dois números: o número
atômico Z e o número de massa A.
O número atômico (Z) é o número de prótons no núcleo. Como um átomo é um sistema eletricamente
neutro, se conhecermos o seu número atômico, teremos então duas informações: o número de prótons e
o número de elétrons.
O número de massa (A) é o número total de núcleons (prótons mais nêutrons) no núcleo.
Indica um átomo do elemento X com o número atômico Z e número de massa A. Por exemplo:
Íons
Os átomos podem perder ou ganhar elétrons, originando novos sistemas, carregados eletricamente:
os íons.
Nos íons, o número de prótons é diferente do número de elétrons.
K (Z=19)
Número de prótons: 19 → carga = +19
Número de elétrons: 19 → carga = -19
Carga elétrica total: +19 – 19 = 0
S (Z=16)
Número de prótons: 16 → carga = +16
Número de elétrons: 16 → carga = -16
Carga elétrica total: +16 -16 =0
S2- (Z=16)
Número de prótons: 16 → carga = +16
Número de elétrons: 18 → carga = -18
Carga elétrica total: +16 -18 = -2
Elemento Químico
Um elemento químico é definido como sendo o conjunto formado por átomos de mesmo número
atômico (Z).
A cada elemento químico atribui-se um nome; a cada nome corresponde um símbolo e,
consequentemente, a cada símbolo corresponde um número atômico.
Elemento
Símbolo Número atômico
químico
Hidrogênio H 1
Oxigênio O 8
Cálcio Ca 20
Cobre Cu 29
Prata Ag 47
Platina Pt 78
Mercúrio Hg 80
Relações atômicas
Isótopos
Átomos de um dado elemento podem ter diferentes números de massa e, portanto, massas diferentes
porque eles podem ter diferentes números de nêutrons em seu núcleo. Como mencionado, tais átomos
são chamados isótopos.
Exemplo: considere os três isótopos de oxigênio de ocorrência natural: 16O8, 17O8 e 18O8. Cada um
destes tem 8 prótons no seu núcleo. (Isto é o que faz com que seja um átomo de oxigênio.).
Isóbaros
São átomos de diferentes números de próton, mas que possuem o mesmo número de massa (A).
Assim, são átomos de elementos químicos diferentes, mas que têm mesma massa, já que um maior
número de prótons será compensado por um menor número de nêutrons, e assim por diante. Desse
modo, terão propriedades físicas e químicas diferentes. Por exemplo 40K19 e 40Ca20, que tem a mesma
massa, 40.
Isótonos
São átomos de diferentes números de prótons e de massa, mas que possuem mesmo número de
nêutrons. Ou seja, também são elementos diferentes, com propriedades físicas e químicas diferentes.
Por exemplo 37Cl17 e o 40Ca20, que tem o mesmo número de nêutrons, 20.
Isoeletrônicos
São átomos e íons que possuem a mesma quantidade de elétrons. Por exemplo o átomo de neônio,
20
Ne10, e o cátion de sódio 23Na11+1. Ambos possuem 10 elétrons, logo são isoeletrônicos um do outro.
RADIOATIVIDADE
Rutherford concluiu que, como os raios alfa (α) e beta (β) sofrem desvio no campo magnético, logo
devem apresentar carga elétrica, ao passo que os raios gama (γ) não devem apresentar carga. Os raios
β são atraídos pela placa positiva; devem, portanto, ter carga negativa. Com o mesmo raciocínio pode-se
deduzir que os raios α têm carga positiva.
Os tipos de radiação que um elemento pode emanar são divididos, primeiramente, em duas formas:
partículas ou ondas. Partículas possuem massa e ondas são apenas energia. Isso é devido aos elementos
que compõem esses tipos de radiação. Na categoria das partículas, duas são as mais comuns: alfa e
beta.
As partículas alfa, como são formadas por um agrupamento de partículas, têm uma dimensão maior
impedindo que ela atravesse mesmo materiais finos. As partículas beta conseguem atravessar materiais
como o papel, mas são detidas pelo alumínio. E apenas as partículas gama conseguem atravessar boa
parte dos materiais, mas não aqueles muito densos como o chumbo, por exemplo.
Benefícios da radioatividade
A radioatividade tem vários benefícios para o ser humano. Entre eles é importante realçar a sua
utilização na produção de energia, na esterilização de materiais médicos, no diagnóstico de doenças e
no controle do câncer, através da radioterapia.
Leis da Radioatividade
Exemplo:
90Th
232
→+2α4+88Ra228
228 + 4 = 232
88 + 2 = 90
90Th
234
→ -1β0 + 91Pa234
Exemplo:
Dada a equação: 90X
204
→ xα + yβ + 92Y192
Determinar x e y
Resolução:
90X
204
→ x+2α4 + y-1β0 + 92Y192
90X
204
→ 3+2α4 + 8-1β0 + 92Y192
Isso acontece com todo elemento radioativo que emite uma partícula alfa, pois, conforme mostrado no
texto emissão alfa (α), essa partícula é constituída por dois prótons e dois nêutrons — de forma
semelhante ao que ocorre com o núcleo de um átomo de hélio — e é representada por 2α4.
Decaimento e Meia-Vida
Radioatividade – É a propriedade que os núcleos atômicos instáveis possuem de emitir partículas e
radiações eletromagnéticas para se transformarem em núcleos mais estáveis. Para este fenômeno,
damos o nome de reação de desintegração radioativa, reação de transmutação ou reação de decaimento.
A reação só acaba com a formação de átomos estáveis.
Meia vida é a estimativa de tempo em que metade da massa de um isótopo haverá decaído. Um
exemplo é a própria técnica de datação por Carbono 14. Reforce que a meia vida do isótopo radioativo
do Carbono, cuja massa é 14, é de cerca de 5700 anos. Isso quer dizer que a concentração de Carbono
14, após 5700 anos, cai pela metade. Se esperarmos mais 5700 anos, haverá apenas 1/4 de Carbono
14, e assim sucessivamente. O tempo de meia vida depende diretamente do quão instável é o elemento
e as variações são muito acentuadas, tendo elemento cuja meia vida pode ser de alguns minutos (isótopo
iodo-131) e elemento cuja meia vida pode ser de até milhões de anos (Urânio 238). É importante enfatizar
que meia vida não é a metade do tempo que o elemento radioativo leva para decair e desintegrar-se. O
nome deste fenômeno é vida-média, este sim determina o tempo necessário para a transmutação do
elemento radioativo.
Séries radioativas
A tabela a seguir indica a meia-vida de alguns isótopos radioativos
P ≅ 0,7 Vm
Fissão Nucelar
A descoberta da reação de fissão nuclear ocorreu devido aos trabalhos de Enrico Ferni, Otto Hahn e
Lise Meitner.
A fissão nuclear é uma reação que ocorre no núcleo de um átomo. Geralmente o núcleo pesado é
atingido por um nêutron, que, após a colisão, libera uma imensa quantidade de energia. No processo de
fissão de um átomo, a cada colisão são liberados novos nêutrons. Os novos nêutrons irão colidir com
novos núcleos, provocando a fissão sucessiva de outros núcleos e estabelecendo, então, uma reação
que denominamos reação em cadeia.
Um parâmetro importante para analisar a estabilidade de um núcleo é a razão entre o número de
prótons e o número de nêutrons. Por um lado, a falta de nêutrons pode tornar a distância entre prótons
tão pequena que a repulsão se torna inevitável, resultando na fissão do núcleo. Por outro lado, como a
força nuclear é de curto alcance, o excesso de nêutrons pode acarretar uma superfície de repulsão
eletromagnética insustentável, que também resultaria na fissão do núcleo. Assim, um dos principais
fatores para a estabilidade do núcleo é que tenhamos N = Z.
Quando o isótopo urânio-235 (235U) recebe um nêutron, ele passa para um estado excitado que
corresponde ao urânio-236 (236U). Pouco tempo depois esse novo núcleo excitado se rompe em dois
novos elementos. Esse rompimento, além de liberar novos nêutrons, libera uma grande quantidade de
energia.
Os nêutrons provenientes do rompimento do núcleo excitado vão encontrar novos núcleos, gerando,
portanto, uma reação em cadeia. A fim de que os novos nêutrons liberados encontrem novos núcleos,
para assim manter a reação em cadeia, após a fissão do núcleo de urânio, deve-se ter uma grande
quantidade de urânio-235. Como a concentração de urânio-235 no mineral urânio é pouca, obtém-se o
urânio 235 em grande escala através do processo de enriquecimento do urânio.
A fissão nuclear de um átomo de urânio libera grande quantidade de energia, cerca de 200 Mev. Se
for descontrolada, a reação será explosiva – é o que acontece com as bombas atômicas.
Fusão Nuclear
Praticamente toda energia que a Terra recebe diariamente é proveniente do Sol, que libera energia
por reações termonucleares.
As temperaturas elevadas no centro do Sol fornecem a energia necessária para que átomos de
hidrogênio (H) se unam, num processo chamado fusão nuclear.
01. (UNESP/SP) Numa viagem, um carro consome 10 kg de gasolina. Na combustão completa deste
combustível, na condição de temperatura do motor, formam-se apenas compostos gasosos.
Considerando-se o total de compostos formados, pode-se afirmar que os mesmos:
(A) não têm massa.
(B) pesam exatamente 10 kg.
(C) pesam mais que 10 kg.
(D) pesam menos que 10 kg.
(E) são constituídos por massas iguais de água e gás carbônico.
REAGENTES PRODUTOS
AgNO3 NaCl AgCl NaNO3
1,699g 0,585g X 0,850g
Considere que a reação foi completa e que não há reagentes em excesso. Assim sendo, é
CORRETO afirmar que X, ou seja, a massa de cloreto de prata produzida é:
(A) 0,585 g.
(B) 1,434 g.
(C) 1,699 g.
(D) 2,284 g.
(E) 2,866 g.
03. (FUVEST/SP) Quando 96g de ozônio se transformam completamente, a massa de oxigênio comum
produzida é igual a:
(A) 32g.
(B) 48g.
(C) 64g.
(D) 80g.
(E) 96g.
04. (ETFSP) No fim do século XIX começaram a aparecer evidências de que o átomo não era a menor
partícula constituinte da matéria. Em 1897 tornou-se pública a demonstração da existência de partículas
negativas, por um inglês de nome:
(A) Dalton;
(B) Rutherford;
(C) Bohr;
(D) Thomson;
(E) Proust.
06. (ESPM/SP) O átomo de Rutherford (1911) foi comparado ao sistema planetário (o núcleo atômico
representa o sol e a eletrosfera, os planetas): Eletrosfera é a região do átomo que:
(A) contém as partículas de carga elétrica negativa.
(B) contém as partículas de carga elétrica positiva.
(C) contém nêutrons.
(D) concentra praticamente toda a massa do átomo.
(E) contém prótons e nêutrons
08. (FUVEST/SP) O número de elétrons do cátion X2+ de um elemento X é igual ao número de elétrons
do átomo neutro de um gás nobre. Este átomo de gás nobre apresenta número atômico 10 e número de
massa 20. O número atômico do elemento X é:
(A) 8
(B) 10
(C) 12
(D) 18
(E) 20
09. (FEI/SP) Um cátion metálico trivalente tem 76 elétrons e 118 nêutrons. O átomo do elemento
químico, do qual se originou, tem número atômico e número de massa, respectivamente:
(A) 76 e 194
(B) 76 e 197
(C) 79 e 200
(D) 79 e 194
(E) 79 e 197
Gabarito
01. C / 02. B / 03. E / 04. D / 05. B / 06. A / 07. D / 08. C / 09. E / 10. E
Comentários
01. Resposta: C
Interpretação direta da Lei de conservação das massas de Lavoisier: Massa dos reagentes = massa
dos produtos;
02. Resposta: B
Primeiro se soma a massa dos reagentes para podermos determinar a massa total: 1,699g + 0,585g
= 2,284g.
Em seguida basta subtrair o a massa do NaNO3 desse valor: 2,284g – 0,850 = 1,434g.
Logo a massa de AgCl produzida é 1,434g.
Apostila gerada especialmente para: kauany souza 095.822.709-85 46
03. Resposta: E
Interpretação direta da Lei de conservação das massas de Lavoisier: Massa dos reagentes = massa
dos produtos;
04. Resposta: D
Thomson provou experimentalmente a existência de partículas negativas no átomo.
05. Resposta: B
Thomsom propôs que o átomo era formado por uma esfera maciça de carga positiva e que junta a ela
existiam pequenas partículas de carga negativa, esse modelo ficou famoso pelo nome de “pudim de
passas”.
06. Resposta: A
Segundo Rutherford, o no átomo seu núcleo representava praticamente toda a sua massa e era
composto por partículas de cargas positivas (prótons), e ao seu redor as partículas de cargas negativas
(elétrons) ficavam circundando o núcleo em uma região denominada eletrosfera.
07. Resposta: D
Seu número atômico (11) representa seu número de prótons, seu número de elétrons seria o mesmo
se ele não tivesse carga, mas como foi estudado o íon ²³Na11+ apresenta uma carga positiva, logo
sabemos que ele “perdeu” um elétron, ou seja, possui 10. E seu número de nêutrons é a diferença da
massa atômica menos o número de prótons: 23 – 11 = 12.
08. Resposta: C
Como sabemos que é um gás nobre ele não apresenta carga, logo seu número atômico é igual ao seu
número de prótons e a seu número de elétrons, ou seja, 10. O elemento X está com carga positiva de +2
e se atualmente ele tem o mesmo número de elétrons que o gás nobre basta somarmos os 2 elétrons
faltando com os que ele possui: 10 + 2 =12.
09. Resposta: E
O número atômico é o número de prótons que o átomo possui. No estado fundamental (sem carga),
os prótons são iguais aos elétrons. Visto que é um cátion trivalente, ou seja, possui a carga +3, ele perdeu
3 elétrons, ficando com 76, o que significa que antes ele tinha 79 elétrons e número atômico também igual
a 79.
Já o número de massa é a soma dos prótons com os nêutrons: 79 + 118 = 197.
10. Resposta: E
Seu número atômico (12) representa seu número de prótons, como apresenta carga positiva, para
achar o número de basta diminuir o valor da carga do número atômico:
12 – 2 = 10
TABELA PERIÓDICA
Um dos esforços mais antigos, no sentido de se encontrar uma relação no comportamento dos
elementos com propriedades similares, foi o método de separar os elemento em grupos de três
denominados tríades. Nessas tríades, a massa atômica de um elemento era aproximadamente a média
aritmética dos pesos atômicos dos outros dois. Isto foi proposto pelo químico alemão J.W. Dobereiner,
em 1829.
Em 1866, John A. R. Newlands desenvolveu um rearranjo dos elementos químicos denominado Lei
das Oitavas. Essa forma de classificação consistia em colocar os elementos agrupados de sete em sete,
em ordem crescente de massa atômica.
A partir dessa classificação Newlands observou que o primeiro elemento tinha propriedades
semelhantes ao oitavo, e assim por diante. Diante disso, ele chamou esta descoberta de Lei das oitavas
uma vez que as características se repetiam de sete em sete, como as notas musicais.
Nesta tabela é possível observar que existe espaços vazios e asteriscos. Estes espaços representam
elementos não conhecidos e os asteriscos os elementos que foram previstos por Mendeleev.
Esta classificação proposta por Mendeleev foi utilizada até 1913, quando Mosely verificou que as
propriedades dos elementos eram dadas pela sua carga nuclear (número atômico-Z). Sabendo-se que
em um átomo o número de prótons é igual ao número de elétrons, ao fazermos suas distribuições
eletrônicas, verificamos que a semelhança de suas propriedades químicas está relacionada com o
número de elétrons de sua camada de valência, ou seja, pertencem à mesma família.
Com base nessa constatação, foi proposta a tabela periódica atual, na qual os elementos químicos:
- Estão dispostos em ordem crescente de número atômico (Z);
- Originam os períodos na horizontal (em linhas);
- Originam as famílias ou os grupos na vertical (em colunas).
5
Usberco, J.; Salvador, E. 2002. Química. Editora Saraiva.
Fonte: www.omundodaquimica.com.br
Distribuição Eletrônica6
6
Sardella, A.; Química – São Paulo, 2003. Editora Ática.
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f14 5d10 6p6 7s2 5f14 6d10
- O número de elétrons a ser distribuído deve ser correspondente ao do átomo, estando ele no estado
fundamental ou em forma de íon;
- A última camada não deve ultrapassar 8 elétrons;
- A penúltima camada não deve ultrapassar 18 elétrons;
- A última camada que contém elétrons é chamada de camada de valência.
Número de
Elemento Distribuição Eletrônica
elétrons
1s2
He (Hélio) 2
K=2
1s2 2s2 2p6 3s2 3p5
Cl (Cloro) 17
K = 2, L = 8, M = 7
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d2
Zr (Zircônio) 40
K = 2, L = 8, M = 18, N = 10, O =2
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s1 4f14 5d9
Pt (Platina) 78
K = 2, L = 8, M = 18, N = 32, O = 17, P = 1
1s 2s 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s1 4f14 5d7
2 2
Pt2+ (Cátion) 76
K = 2, L = 8, M = 18, N = 32, O = 17, P = 1
Números Quânticos7
O Princípio da Incerteza de Werner Heisenberg (1901-1976), criado em 1926, estabeleceu que não
é possível calcular a posição e a velocidade de um elétron em um mesmo instante, ou seja, quanto maior
for a precisão da determinação da medida da posição do elétron, menor será a precisão da medida de
sua velocidade e vice-versa.
Por isso, os cientistas passaram a adotar o conceito de “orbital”, que se refere à região no espaço ao
redor do núcleo do átomo onde é maior a probabilidade de se encontrar determinado elétron. No modelo
de orbitais, o elétron tem característica dual, isto é, como onda-partícula que se desloca no espaço, mas
que está dentro de uma região (orbital) ao redor do núcleo, como uma nuvem eletrônica.
Esse movimento do elétron passou a ser descrito por Erwin Schrödinger por meio de uma equação
matemática que associava a natureza corpuscular do elétron, ou seja, sua natureza como partícula, sua
energia, carga e massa.
7
https://manualdaquimica.uol.com.br/quimica-geral/numeros-quanticos.htm
O conjunto de números quânticos nunca se repete para dois elétrons em um átomo. Portanto, esse
conjunto de números quânticos serve para identificar cada elétron na eletrosfera de um átomo. Então,
vejamos como determinar cada um:
Número quântico principal (n): Refere-se ao nível de energia do elétron. Segundo o modelo atômico
de Rutherford-Bohr, os elétrons movimentam-se ao redor do núcleo em órbitas circulares com
quantidades de energia bem definidas e características, sendo, portanto, chamadas de níveis de energia
ou camadas eletrônicas.
Para os elementos conhecidos até o momento, a quantidade máxima de níveis de energia são sete,
sendo representados pelas letras K, L, M, N, O, P e Q, indo da camada mais próxima ao núcleo para a
mais distante. Essas camadas correspondem respectivamente aos números 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.
Assim, os valores de n variam de 1 a 7, de acordo com o nível de energia do elétron. Quanto maior o
número quântico principal, maior é a energia do elétron.
Número quântico magnético (m ou ml): Refere-se à orientação dos orbitais no espaço. O orbital do
tipo s possui forma esférica e, portanto, só há uma orientação possível para ele. Desse modo, só haverá
um valor possível para o número quântico magnético, que será igual a 0:
Representação do orbital s
Já o subnível d possui cinco orientações espaciais possíveis, sendo que o número magnético pode
apresentar os seguintes valores: -2, -1, 0, +1, +2:
Por fim, o subnível f possui sete orientações espaciais possíveis, sendo que o número magnético pode
apresentar os seguintes valores: -3, -2, -1, 0, +1, +2, +3:
Esses orbitais costumam ser representados de acordo com um diagrama energético, como o mostrado
a seguir, em que cada “escada” corresponde ao nível e cada “degrau” corresponde ao subnível.
Cada quadro da tabela fornece os dados referentes ao elemento químico: símbolo, massa atômica,
número atômico, nome do elemento, elétrons nas camadas e se o elemento é radioativo.
As colunas verticais constituem as famílias ou grupos, nas quais os elementos estão reunidos
segundo suas propriedades químicas.
As filas horizontais são denominadas períodos. Neles os elementos químicos estão dispostos na
ordem crescente de seus números atômicos. O número da ordem do período indica o número de níveis
energéticos ou camadas eletrônicas do elemento.
Famílias ou Grupos
As Famílias da Tabela Periódica são distribuídas de forma vertical, em 18 colunas. Os elementos
químicos que estão localizados na mesma coluna da Tabela Periódica são considerados da mesma
família pois possuem propriedades semelhantes. Esses elementos fazem parte de um mesmo grupo
porque apresentam a mesma configuração de elétrons na última camada.
A tabela periódica atual é constituída por 18 famílias, a nomenclatura pode ser feita de duas maneiras.
A primeira é dividir as famílias em A (de IA até VIIIA) e B (que pode ser considerada uma pequena
bagunça, já que segue a ordem: 3B-4B-5B-6B-7B-8B-8B-8B-1B-2B), onde “A” relaciona os metais
alcalinos e alcalinos terrosos, gases nobres, halogênios, semi-metais, e ametais. E “B” é formada pelos
metais de transição. A segunda maneira e mais recente adotada é bem mais simples, pois ela nomeia as
famílias de 1 a 18.
- Famílias A
Os elementos que constituem essas famílias são denominados elementos representativos, e seus
elétrons mais energéticos estão situados em subníveis s ou p. Nas famílias A, o número da família indica
a quantidade de elétrons na camada de valência. Elas recebem ainda nomes característicos.
- Famílias B
Os elementos dessas famílias são denominados genericamente elementos de transição. Uma parte
deles ocupa o bloco central da tabela periódica, de IIIB até IIB (10 colunas), e apresenta seu elétron mais
energético em subníveis d.
A outra parte deles está deslocada do corpo central, constituindo as séries dos lantanídeos e dos
actinídeos. Essas séries apresentam 14 colunas. O elétron mais energético está contido em subnível f (f1
a f14).
O esquema a seguir mostra o subnível ocupado pelo elétron mais energético dos elementos da tabela
periódica.
- Lantanídeos e Actinídeos
As séries dos lantanídeos e dos actinídeos correspondem, respectivamente, aos apêndices embaixo
da tabela. Esses elementos todos pertencem a família IIIB ou 3.
Importante:
- Lantânio (La) e Actíneo (Ac) não pertencem às séries;
- Essas séries são chamadas Elementos de Transição Interna;
- Os lantanídeos também são chamados lantanoides ou terras-raras;
- Os actinídeos também são chamados actinoides;
Uma outra maneira de classificar os elementos pode ser feita relacionando o subnível energético de
cada um. Assim temos:
Subnível mais
Elementos Localização
energético
Representativos s ou p Grupos A e gases nobres
De transição d Grupos B
De transição interna f Lantanídeos e Actinídeos
Outra maneira de classificar os elementos é agrupá-los, segundo suas propriedades físicas e químicas,
em: metais, ametais, semi-metais, gases nobres e hidrogênio.
Importante: a linha vermelha, de acordo com sugestão da Sociedade Brasileira de Química, separa
os metais dos ametais. Os elementos próximos à linha são conhecidos por semi-metais.
Metais
São os mais numerosos elementos conhecidos. Eles estão situados do centro para a esquerda da
Tabela Periódica. Características gerais:
- Apresentam brilho metálico.
- Conduzem corrente elétrica e calor.
- São maleáveis (maleabilidade).
- Podem ser reduzidos a fios (ductilidade).
- Apresentam, via de regra, poucos elétrons (menos de 4) na última camada;
- Tendem a perder elétrons;
- São sólidos a temperatura ambiente (25°C), com exceção do mercúrio (líquido).
Semi-Metais
São poucos (7) e estão situados na Tabela Periódica entre os metais e os não metais. Características
gerais:
- Apresentam brilho metálico;
- Têm pequena condutibilidade elétrica;
- Fragmentam-se, isto é, apresentam propriedades intermediárias às apontadas anteriormente.
Hidrogênio
É um elemento atípico, pois possui a propriedade de se combinar com metais, ametais e semi-metais.
Nas condições ambientes, é um gás extremamente inflamável.
Gases Nobres
Como o próprio nome sugere, nas condições ambientes apresentam-se no estado gasoso e sua
principal característica química é a grande estabilidade, ou seja, possuem pequena capacidade de se
combinar com outros elementos.
Elementos Cisurânicos
São todos os elementos cujo número atômico é inferior ao 92, ou seja, as que antecedem o urânio.
Sendo todos elementos naturais, encontrados na superfície terrestre, com exceção dos quatros seguintes,
que são artificiais:
- Tecnécio (43)
- Promécio (61)
- Astato (85)
- Frâncio (87)
Elementos Radioativos
Os elementos radioativos são aqueles cujos isótopos mais abundante encontram-se, na tabela, do
polônio em diante.
A tabela periódica pode ser utilizada para relacionar as propriedades dos elementos com suas
estruturas atômicas. Essas propriedades podem ser de dois tipos: aperiódicas e periódicas.
Propriedades Aperiódicas
São aquelas cujos valores variam (crescem ou decrescem) à medida que o número atômico aumenta
e que não se repetem em períodos determinados ou regulares. Exemplos: a massa atômica de um
elemento sempre aumenta de acordo com o número atômico desse elemento, o calor específico, a
dureza, o índice de refração etc.
- Massa atômica: é a unidade de peso de átomos feita por comparação com uma grandeza padrão
(1/12 da massa de um átomo isótopo do carbono-12). Esta propriedade sempre aumenta de acordo com
o aumento do número atômico, sem fazer referência à localização do elemento na tabela periódica.
- Dureza: é uma propriedade mecânica característica de materiais sólidos que representa a resistência
destes materiais ao risco ou à penetração quando pressionados. Esta propriedade muito depende do
estado em que se encontra o material, bem como das forças de ligação entre os seus átomos, moléculas
ou íons.
- Índice de refração: é uma propriedade física descrita como sendo a razão entre a velocidade da luz
em dois meios diferentes (no ar e num corpo transparente mais denso). Tal propriedade também aumenta
com o aumento do número atômico.
Propriedades Periódicas
São aquelas que, à medida que o número atômico aumenta, assumem valores crescentes ou
decrescentes em cada período, ou seja, repetem-se periodicamente. Exemplo: o número de elétrons na
camada de valência.
Vamos agora detalhar algumas propriedades periódicas da Tabela:
- Raio atômico: é uma propriedade periódica difícil de ser medida. Pode-se considerar que
corresponde à metade da distância (d) entre dois núcleos vizinhos de átomos do mesmo elemento
químico ligados entre si.
Em uma família (grupo) tende a aumentar de cima para baixo (sentido em que aumenta também o
número de camadas preenchidas pela eletrosfera de um átomo.
Em um período, o raio atômico tende a aumentar da direita para a esquerda. Isso ocorre porque o
número de prótons e elétrons aumenta para a direita. Logo, no lado direito do período, os átomos têm o
mesmo número de camadas, maior números de prótons e elétrons e, portanto, a força de atração entre
eles é maior. Isso provoca uma contração da eletrosfera e a consequente diminuição do raio atômico.
Resumindo: nas famílias o raio atômico tende a aumentar com o aumento do número. Nos períodos,
ele tende a aumentar com a diminuição do número atômico.
- Raio Iônico: Quando um átomo ganha ou perde elétrons, transforma-se em íon. Nessa
transformação, há aumento ou diminuição das dimensões do tamanho do átomo inicial.
- Raio de Cátion: Quando um átomo perde elétron, a repulsão da nuvem eletrônica diminui, diminuindo
o seu tamanho. Inclusive pode ocorrer perda do último nível de energia e quanto menor a quantidade de
níveis, menor o raio.
- Raio do Ânion: quando um átomo ganha elétron, aumenta a repulsão da nuvem eletrônica,
aumentando o seu tamanho.
Exemplo:
- Energia de Ionização (EI): a maior ou menor facilidade com que o átomo de um elemento perde
elétrons é importante para a determinação do seu comportamento. Um átomo (ou íon) em fase gasosa
perde elétron(s) quando recebe energia suficiente. Essa energia é chamada de energia (ou potencial)
de ionização.
Quanto maior o raio atômico, menor será a atração exercida pelo núcleo sobre o elétron mais afastado;
portanto, menor será a energia necessária para remover esse elétron.8
Generalizando: quanto maior o tamanho do átomo, menor será a primeira energia de ionização (E.I.).
- Numa mesma família: a EI aumenta de baixo para cima;
- Num mesmo período: a EI aumenta da esquerda para a direita.
Ao retirarmos o primeiro elétron de um átomo, ocorre uma diminuição do raio. Por esse motivo, a
energia necessária para retirar o segundo elétron é maior. Assim, para um mesmo átomo, temos:
1ª E.I. < 2ª E.I. < 3ª E.I.
Esse fato fica evidenciado pela analogia a seguir, referente ao átomo de magnésio (Z = 12):
1s2 2s2 2p6 3s2.
8
Usberco, J.; Salvador, E. 2002. Química. Editora Saraiva.
Numa família ou num período, quanto menor o raio, maior a afinidade eletrônica.
A VII
Li F
60 kJ 328 kJ
K Br
48 kJ 325 kJ
Resumindo: a variação da afinidade eletrônica na tabela periódica aumenta de baixo para cima e
da esquerda para a direita.
- Eletronegatividade e Eletropositividade
Eletropositividade: tendência que um átomo tem de perder elétrons. É muito característico dos
metais. Pode ser também chamado de caráter metálico. É o inverso da eletronegatividade.
A eletropositividade aumenta conforme o raio atômico aumenta. Quanto maior o raio atômico, menor
será a atração do núcleo pelo elétron mais afastado, maior a facilidade do átomo em doar elétrons, então,
maior será a eletropositividade.
Os gases nobres também não são considerados, por conta da sua estabilidade.
A eletropositividade aumenta nas famílias, de cima para baixo, e nos períodos, da direita para a
esquerda. O elemento mais eletropositivo é o frâncio (Fr), que possui eletronegatividade 0,70.
Assim, os elementos de maior densidade estão situados na parte central e inferior da tabela periódica,
sendo o ósmio (Os) o elemento mais denso (22,5 g/cm3).
Assim, a variação das TF e TE na tabela periódica é similar com a densidade, tendo como exceção as
famílias IA e IIA.
- Volume atômico: essa expressão é usada para designar (para qualquer elemento) o volume
ocupado por uma quantidade fixa de número de átomos.
O volume atômico sempre se refere ao volume ocupado por 6,02 x 1023 átomos (número de Avogadro),
e pode ser calculado relacionando-se a massa desse número de átomos com a sua densidade.
Assim, temos:
De maneira geral, a variação do volume atômico pode ser representada pelo seguinte esquema:
Questões
01. (PUC/MG) Considerando os elementos da coluna VA, na ordem crescente de números atômicos,
é CORRETO afirmar que:
(A) o ponto de fusão aumenta.
(B) o caráter metálico diminui.
(C) a eletronegatividade aumenta.
(D) o raio atômico diminui.
(E) o potencial de ionização aumenta
02. (Cesgranrio/RJ) Na Tabela Periódica, os elementos estão organizados em ordem crescente de:
(A) Número de massa
(B) Massa atômica
(C) Número atômico
(D) Raio atômico
(E) Eletronegatividade
03. (UFPA) Um átomo, cujo número atômico é 18, está classificado na Tabela Periódica como:
(A) metal alcalino
(B) metal alcalino terroso
(C) metal terroso
(D) ametal
(E) gás nobre
04. (Ufac) O número atômico do elemento que se encontra no período III, família 3A é:
(A) 10
(B) 12
(C) 23
(D) 13
(E) 31
05. (UFRJ) Um dos elementos químicos que tem se mostrado muito eficiente no combate ao câncer
de próstata é o Selênio (Se). Com base na Tabela de Classificação Periódica dos Elementos, os símbolos
de elementos com propriedades químicas semelhantes ao Selênio são:
(A) Cl, Br, I
(B) Te, S, Po
(C) P, As, Sb
(D) As, Br, Kr
06. (Cesgranrio/RJ) O elemento manganês não ocorre livre na natureza e, combinado, encontra-se
na forma de uma variedade de minerais, como pirolusita (MnO2), manganita (MnO3.H2O), ausmanita
(Mn3O4) e outros. Extraído dos seus minerais, pode ser empregado em ligas de aço (britadores, agulhas
07. (UCDB/MT) Os elementos xA, x+1B e x+2C pertencem a um mesmo período da tabela periódica. Se
B é um halogênio, pode-se afirmar que:
(A) A tem 5 elétrons no último nível e B tem 6 elétrons no último nível.
(B) A tem 6 elétrons no último nível e C tem 2 elétrons no último nível.
(C) A é um calcogênio e C é um gás nobre.
(D) A é um metal alcalino e C é um gás nobre.
(E) A é um metal e C é um não metal.
08. (UFPA) Um átomo, cujo número atômico é 18, está classificado na Tabela Periódica como:
(A) metal alcalino
(B) metal alcalino terroso
(C) metal terroso
(D) ametal
(E) gás nobre
09. (Unaerp) O fenômeno da supercondução de eletricidade, descoberto em 1911, voltou a ser objeto
da atenção do mundo científico com a constatação de Bednorz e Müller de que materiais cerâmicos
podem exibir esse tipo de comportamento, valendo um prêmio Nobel a esses dois físicos em 1987. Um
dos elementos químicos mais importantes na formulação da cerâmica supercondutora é o ítrio:
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d1
O número de camadas e o número de elétrons mais energéticos para o ítrio, serão, respectivamente:
(A) 4 e 1
(B) 5 e 1
(C) 4 e 2
(D) 5 e 3
(E) 4 e 3
Gabarito
Comentários
01. Alternativa A
Uma vez que o número atômico aumenta, aumenta também o ponto de fusão.
02. Alternativa C
Na tabela periódica atual (moderna) os elementos são classificados de acordo com a ordem crescente
de seu número atômico (Z).
03. Alternativa E
De acordo com a distribuição eletrônica no diagrama de Pauling de 18 elétrons é:
05. Alternativa B
Observando a tabela periódica nota-se que os elementos Te (Telúrios), S (Enxofre) e Po (Polônio)
estão localizados na mesma família (16 ou 6 A) que o Se (Selênio).
06. Alternativa E
Por meio da distribuição eletrônica desse elemento, descobrimos sua localização na Tabela e
conseguimos solucionar a questão. Veja:
a) O manganês é sólido em temperatura ambiente, porque como mostra o próximo item, ele é um
metal.
b) Ele é um metal da família 7 ou VII B, pois a soma dos elétrons mais energéticos com os mais
externos é: 4s2 3d5.).
c) O manganês é um elemento de transição externa, porque ele possui o orbital d incompleto.
d) O átomo de manganês possui 5 elétrons no subnível de maior energia: 3d5.
e) Correta. Os seus átomos possuem dois elétrons na camada de valência, que é a camada mais
externa: 4s2.
07. Alternativa C
Se B é um halogênio (família 17 ou VII-A), então A está uma “casa” atrás e C está uma “casa” à frente
dele na Tabela periódica, sendo assim, A é um calcogênio (família 16 ou VI-A) e C é um gás nobre (família
18 ou VIII-A).
08. Alternativa E
A distribuição eletrônica no diagrama de Pauling de 18 elétrons é dada por:
A distribuição em camadas é: 2 – 8 – 8.
Observe que esse elemento possui 8 elétrons na última camada, então ele é da família 8 A ou 18, que
é a dos gases nobres.
Ao olhar na Tabela Periódica, vemos que se trata do gás argônio (Ar).
09. Alternativa B
Pela distribuição eletrônica mostrada no enunciado (1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s23d10 4p6 5s2 4d1), vemos
que os elétrons foram distribuídos até a camada 5 (5s2). Visto que essa distribuição já está na ordem
energética crescente, o subnível mais energético é o 4d que possui 1 elétron.
Teoria do octeto: um grande número de átomos adquire estabilidade eletrônica quando apresenta
oito elétrons na sua camada mais externa.
Essa teoria é aplicada principalmente para os elementos representativos da (família A), sendo que os
elementos de transição da (família B) não seguem obrigatoriamente esse modelo. Embora existam muitas
exceções a essa regra, ela continua sendo utilizada por se prestar muito bem como introdução ao conceito
de ligação química e por explicar a formação da maioria das substâncias encontradas na natureza.
De todos os elementos químicos conhecidos, apenas 6, os gases nobres ou raros, são encontrados
na natureza na forma de átomos isolados. Os demais se encontram sempre ligados uns aos outros, de
diversas maneiras, nas mais diversas combinações. Eles são encontrados na natureza na forma de
átomos isolados porque têm a última camada da eletrosfera completa, ou seja, 8 elétrons. Mesmo o hélio,
com 2 elétrons, está completo porque o nível K só permite, no máximo, 2 elétrons.
Regra do Octeto – Os elementos químicos devem sempre conter 8 elétrons na última camada
eletrônica ou camada de valência. Na camada K pode haver no máximo 2 elétrons. Desta forma os átomos
ficam estáveis, com a configuração idêntica à dos gases nobres.
Essa estabilidade deve-se ao fato de que possuem a última camada completa, ou seja, com o número
máximo de elétrons que essa camada pode conter. Os átomos dos demais elementos químicos, para
ficarem estáveis, devem adquirir, através das ligações químicas, eletrosferas iguais às dos gases nobres.
As ligações entre átomos são feitas de várias formas, mas sempre envolvendo a camada mais externa
(camada de valência). Isso indica que são os elétrons do último nível que participam das ligações.
Estudaremos os seguintes tipos:
- Ligações iônicas;
- Ligações covalente;
- Ligação covalente dativa (também conhecida por ligação coordenada);
- Ligação metálica.
Ligação Iônica
Em uma ligação iônica (também conhecida como ligação eletrovalente) ocorre transferência definitiva
de elétrons, o que acarreta a formação de íons positivos (cátions) ou negativos (ânions), os quais originam
compostos iônicos. Como todos os íons apresentam excesso de cargas elétricas positivas ou negativas,
eles sempre terão polos.
Podemos visualizar a formação de uma ligação iônica típica entre dois átomos hipotéticos, M (um
metal) e X (um não-metal), da seguinte maneira: como M é um metal, sua energia de ionização é baixa,
isto é, é necessária pouca energia para remover um elétron do átomo. A perda de um elétron por um
átomo isolado (gasoso) M leva à formação de um íon positivo ou cátion.
Metais – 1 a 3 elétrons na última camada; tendência a perder elétrons e formar cátions. Elementos
mais eletropositivos ou menos eletronegativos.
Não-Metais – 5 a 7 elétrons na última camada; tendência a ganhar elétrons e formar ânions.
Elementos mais eletronegativos ou menos eletropositivos.
Por outro lado, como X é um átomo de um não-metal, o valor de sua afinidade eletrônica é negativo,
portanto, possui uma grande tendência em ganhar elétrons e formar um ânion.
9
Usberco, J.; Salvador, E. 2002. Química. Editora Saraiva.
Substâncias Iônicas
São aquelas que apresentam pelo menos uma ligação iônica entre seus componentes. Entre estes
compostos temos, por exemplo os cloretos (Ex.: NaCl - sal de cozinha), nitratos (NaNO3), sulfatos
(Na2SO4), carbonatos (CaCO3), etc.
10
Cloretos: por conta de sua distribuição eletrônica (1s22s22p63s23p5), o Cloro está classificado como
um membro da família 7A da tabela periódica, ou seja, ele possui 7 elétrons na camada de valência, logo
ele é da família dos halogênios. Seguindo a regra do octeto o Cloro precisa de mais um elétron para poder
atingir a estabilidade de um gás nobre, portanto ele tem uma necessidade de se ligar a outro átomo para
poder atingir essa estabilidade.
Para essa necessidade que ele tem de se ligar a outro elemento damos o nome de NOX, que é um
valor que expressa a tendência de um átomo de fazer uma ligação química. O NOX do cloro é -1, que
representa que ele precisa “ganhar” um elétron para se estabilizar. O íon de cloro é representado por Cl-
, e o seu nome é Cloreto, onde ele é um ânion que participa da formação de muitos sais.
De modo que um sal inorgânico se forme, é necessário que o cloreto se ligue a um cátion metálico.
Para isso ocorrer o número de cargas positivas deverá ser exatamente o mesmo do que o de cargas
negativas, ou seja, o NOX desse cátion deve ser igual a quantidade de cloretos da molécula desse sal.
Um exemplo clássico é o Cloreto de Sódio (Sal de Cozinha), sua fórmula molecular é NaCl, repare que
essa molécula não possui carga, logo, ela está estável, pois o NOX do Sódio é +1 e o do Cloreto é -1,
suas cargas se anulam estabelecendo uma ligação iônica.
Outro exemplo é o Cloreto de Cálcio, que possui fórmula molecular CaCl2, onde podemos observar
que o cálcio possui o NOX de +2, logo a necessidade de dois cloretos para estabilizar essa molécula.
Essa relação entre esses cátions e o cloreto também pode ser relacionada com a tabela periódica, onde
os elementos da família do sódio (1A), tem todos NOX +1, e da família do cálcio (2A) tem NOX +2, ou
seja eles se ligariam na mesma proporção.
Nitratos: são compostos inorgânicos que contêm o ânion NO3-. O nitrogênio pertence à família 15 (5A)
e o oxigênio pertence à família 16 (6A), e assim como o resto dos elementos de cada um desses grupos
eles possuem 5 e 6 elétrons na camada de valência, respectivamente. Portanto o Nitrogênio necessita de
três ligações para se estabilizar e cada átomo de oxigênio precisa de duas.
Assim, no ânion nitrato, o nitrogênio é o elemento central, que realiza uma ligação dupla com um dos
oxigênios, que fica estável, e mais duas ligações simples com os outros dois oxigênios. Isso significa que
esses dois oxigênios não ficam estáveis, precisando ainda receberem mais 1 elétron cada, dando um
total de carga igual a -2.
Porém, visto que o nitrogênio faz uma ligação a mais do que poderia fazer, ele doa um de seus elétrons,
ficando com carga igual a +1. Assim, no total, o ânion fica monovalente (- 2 + 1 = -1). Veja abaixo a
estrutura desse ânion:
11
Sulfatos: trata-se de um átomo de enxofre central ligado a quatro átomos de oxigênio por meio de
ligações covalentes (será explicado mais adiante) e tem a fórmula molecular SO42-. A substância iônica
mais famosa que o íon sulfato faz parte é, provavelmente, o H2SO4 (ácido sulfúrico), ele tem importância
laboratorial, industrial e chega a ser importante até para os seres vivos.
Apesar de existirem ligações covalentes no íon sulfato, abaixo pode ser compreendido pelo conceito
da dissociação, como compostos com sulfato podem ser iônicos. No qual é apresentada a molécula de
sulfato de sódio, se dissociando em água e formando íons.
10
http://www.infoescola.com/
11
BARBOSA, Addson; Dicionário de Química, 2° Ed.; AB – Editora, Goiânia, 2000.
Carbonatos: são sais inorgânicos formados pelo ânion CO32-. A principal característica desse grupo
de compostos é a insolubilidade em água: todos são insolúveis, com exceção do carbonato de amônio
(NH4)2CO3 e dos metais alcalinos (Li, Na, K, Rb, Cs e Fr). Podem ser formados a partir da reação de ácido
carbônico (H2CO3) com óxidos básicos.
A reação de carbonatos com ácidos tem como produto o dióxido de carbono (CO2). Isso ocorre porque
o contato com o íon H+ torna o carbonato mais instável e sujeito à decomposição, que produz o CO2. Esse
processo consiste numa efervescência, que acontece, por exemplo, no estômago quando um antiácido é
ingerido.
Ligação Covalente12
Diferente da ligação iônica, a ligação covalente é estabelecida pela capacidade dos átomos de
compartilhar elétrons e não uma transferência definitiva dos mesmos. Ao observar a configuração
eletrônica do átomo de cloro por exemplo, ele possui número atômico igual a 17 e sua distribuição
eletrônica por camadas é K=2, L=8, M=7.
Como sabemos ele precisa de mais um elétron para se tornar estável, entretanto existe um composto
formado por dois átomos de Cloro, o Cl2, como é possível que este composto seja estável se os dois
átomos de cloro “querem” receber elétrons? Nesse caso a estabilidade dessa molécula não é atingida
pela transferência de elétrons, mas sim pelo compartilhamento como já foi citado.
As substâncias formadas através das ligações covalentes apresentam-se como unidades de grandeza
limitada, denominadas moléculas; por isso a ligação covalente é também denominada de ligação
molecular. A ligação covalente pode ocorrer através de um ou mais pares de elétrons. Cada par
eletrônico compartilhado entre dois átomos pode ser representado, nas fórmulas estruturais, por um traço
(-). Assim, podemos ter:
12
Sardella, A.; Química – São Paulo, 2003. Editora Ática.
Família VIA (família dos Calcogênios): apresentam 6e- na sua camada de valência. Diante disso, eles
devem adquirir dois pares eletrônicos para alcançar a estabilidade, sendo denominados bivalentes.
Exemplo: Ligação entre dois átomos de oxigênio (O2).
Família VA: apresentam 5e- na sua camada de valência, assim devem adquirir a estabilidade ao
compartilharem três partes eletrônicos (trivalentes). Exemplo: Ligação entre dois átomos de Nitrogênio
(N2).
Família IVA: apresentam 4e- na camada de valência, eles alcançarão a estabilidade quando
compartilharem quatro pares eletrônicos (tetravalentes). Exemplo: gás metano (CH4)
Hidrogênio
O hidrogênio (1s1) para adquirir sua configuração eletrônica estável, deve ganhar um elétron e
compartilhar um par eletrônico (Monovalente). Exemplo: Ligação entre dois átomos de Hidrogênio (H2).
Substâncias moleculares
Moléculas são a menor combinação de átomos que mantém a composição da matéria inalterada. As
substâncias moleculares são substâncias formadas por moléculas, ou seja, elas não apresentam cargas
livres e por isso não conduzem bem calor e corrente elétrica.
Propriedades das substâncias moleculares:
- Podem ser sólidas (pouco duras e muito quebradiças), líquidas ou gasosas à temperatura ambiente;
- Forças de coesão das moléculas fracas e por isso, pontos de fusão e de ebulição baixos;
- Em geral são más condutoras elétricas e térmicas porque as moléculas são partículas neutras.
Exemplos:
Hidrogênio (H2): é um gás inflamável, não tóxico, incolor, inodoro e insípido. Sendo o gás de
densidade mais baixa conhecida, normalmente é transportado em cilindros de aço a pressões entre 150
e 200 bar. O H2 pode ser obtido industrialmente por alguns métodos como:
Por eletrólise
2H2O → 2H2 + O2
2NaCI + 2H2O → 2NaOH + H2 + CI2
Oxigênio (O2): é um gás incolor, inodoro e, no estado líquido, é azul pálido. É o elemento mais
abundante na Terra, tanto em porcentagem de átomos, como em massa. Está na atmosfera, combinado
com hidrogênio na hidrosfera e combinado como silício, ferro, alumínio e outros elementos na crosta
terrestre (litosfera). É o comburente das combustões, portanto sem ele não há fogo. É obtido
industrialmente por liquefação e posterior destilação fracionada do ar atmosférico, e igual ao H2 pode ser
obtido pela eletrólise da água: 2H2O → 2H2 + O2
Nitrogênio (N2): é um gás, incolor, inodoro, insípido e inerte. Ocorre na Terra como o principal
constituinte do ar atmosférico onde se encontra livre (N2). É difícil encontrar compostos inorgânicos do
nitrogênio como minerais, pois a maioria é solúvel em água. O nitrogênio é encontrado em compostos
orgânicos em todos os seres vivos, animais e plantas.
Certas bactérias no solo e raízes de algumas plantas, especialmente os legumes, convertem o nitrogênio
atmosférico em nitrogênio orgânico, que é, então, transformado por outras bactérias em nitrato, a forma de
nitrogênio mais usada pelas plantas na síntese de proteínas.
Assim como o O2, o nitrogênio pode ser obtido industrialmente por liquefação e posterior destilação
fracionada do ar atmosférico, e em laboratório é obtido pela decomposição do nitrito de amônio (NH4NO2):
Gás cloro (Cl2): é comumente encontrado em alguns produtos domésticos. O gás de cloro pode ser
pressurizado e/ou aquecido para transformar-se num líquido, de modo que ele possa ser transportado e
armazenado. Quando o cloro líquido é liberado, ele rapidamente se transforma em um gás que fica perto
do chão e se espalha rapidamente.
O gás de cloro pode ser reconhecido pelo seu odor picante, irritante, que é como o odor de alvejante.
O cheiro forte pode fornecer um sinal adequado para as pessoas que foram expostas. O gás de cloro
parece ser amarelo esverdeado na cor. O cloro em si não é inflamável, mas pode reagir explosivamente
ou formar compostos explosivos com outros produtos químicos, tais como terebintina e amoníaco.
Gás Amoníaco ou Amônia (NH3): é um composto formado por um átomo de nitrogênio ligado à três
de hidrogênio. É um gás incolor, com odor característico, sufocante, e sua inalação, em altas
concentrações, causa problemas respiratórios.
Este composto é obtido por um processo famoso chamado Haber-Bosch que consiste em reagir
nitrogênio e hidrogênio em quantidades estequiométricas sob elevada temperatura e pressão. É a
maneira de obtenção de amônia mais utilizada hoje em dia. Esse processo leva o nome de seus
desenvolvedores Fritz Haber e Carl Bosch.
Ácido Clorídrico (HCl): é formado pelo gás cloreto de hidrogênio (HCl) dissolvido em água, numa
proporção de cerca de 37% do gás. É um ácido inorgânico forte, levemente amarelado, em que seus
cátions H+ são facilmente ionizáveis. A 18ºC o grau de ionização do ácido clorídrico, isto é, a porcentagem
de hidrogênios que efetivamente sofrem ionização é de 92,5%.
Este ácido é muito usado na limpeza e galvanização de metais, no curtimento de couros, na obtenção
de vários produtos, como na produção de tintas, de corantes, na formação de haletos orgânicos, é usado
também na hidrólise de amidos e proteínas pelas indústrias alimentícias e na extração do petróleo,
dissolvendo as rochas e facilitando o seu fluxo até a superfície. Ele pode ser encontrado também no suco
gástrico do estômago, cuja ação é ajudar na digestão dos alimentos.
Fórmulas Químicas
A representação do número e dos tipos de átomos que formam uma molécula é feita por uma fórmula
química. Existem diferentes tipos de fórmulas: a molecular, a eletrônica e a estrutural plana.
Molecular: é a representação mais simples e indica apenas quantos átomos de cada elemento
químico formam a molécula.
Eletrônica: também conhecida como fórmula de Lewis, esse tipo de fórmula mostra, além dos
elementos e do número de átomos envolvidos, os elétrons da camada de valência de cada átomo e a
formação dos pares eletrônicos.
Estrutural Plana: também conhecida como fórmula estrutural, ela mostra as ligações entre os
elementos, sendo cada par de elétrons entre dois átomos representado por um traço.
Perceba que mais de um par de elétrons pode ser compartilhado, formando-se, então, ligações
simples, duplas e triplas. Veja as fórmulas de algumas moléculas simples:
Vários compostos estáveis não apresentam oito elétrons em torno de um átomo da molécula. Veja
alguns elementos que não seguem a regra do octeto:
Alumínio (Al): como seus elétrons de valência apresentam elevadas energias de ionização, o alumínio
forma, em alguns casos, três ligações simples. Assim, estabiliza-se com seis elétrons na camada de
valência.
As explicações anteriores baseiam-se em fatos experimentais. Compostos como BF3, BeF2 e AlCl3
apresentam TF e TE baixas, quando comparados com compostos iônicos, o que evidencia que eles são
moleculares.
Resumindo:
A ligação covalente ocorre entre:
Hidrogênio – Hidrogênio
Hidrogênio – Não metal
Não metal – Não metal
Obs.: Os semi-metais também podem ser incluídos.
Exemplo: Oxigênio (O) - forma duas variedades alotrópicas, uma delas, mais abundante na atmosfera,
é o gás oxigênio (O2) e a outra, o ozônio (O3).
O2: Cada molécula é formada por 2 átomos dando origem ao gás oxigênio.
O3: Cada molécula é formada por 3 átomos dando origem ao gás ozônio.
Obs.: A transformação de O2(g) em O3(g) pode ser feita utilizando descargas elétricas.
Exemplo: Carbono (C) - O diamante, o fulereno e a grafita, são as formas alotrópicas do elemento
químico carbono. Estas substâncias diferem entre si pela estrutura cristalina, isto é, pela forma de seus
cristais.
A maneira dos átomos de carbono se unirem é diferente em todos estes três compostos, ou seja, se
diferem no retículo cristalino. Essas variedades alotrópicas apresentam propriedades físicas diferentes e
suas propriedades químicas, na maioria das vezes, são semelhantes.
Grafita: é formada por uma estrutura composta de anéis hexagonais contidos num mesmo plano.
Como os anéis estão em um mesmo plano, esse conjunto forma lâminas. Assim, a grafita é constituída
por um grande número dessas lâminas sobrepostas, permitindo o deslizamento de um sobre a outra.
Fulereno: são uma forma alotrópica do Carbono, a terceira mais estável após o diamante e o grafite.
Tornaram-se populares entre os químicos, tanto pela sua beleza estrutural quanto pela sua versatilidade
para a síntese de novos compostos químicos.
Ligação Metálica
É o tipo de ligação que ocorre entre os átomos de metais. Quando muitos destes átomos estão juntos
num cristal metálico, estes perdem seus elétrons da última camada. Forma-se, então, uma rede ordenada
de íons positivos mergulhada num mar de elétrons em movimento aleatório. Se aplicarmos um campo
elétrico a um metal, orientamos o movimento dos elétrons numa direção preferencial, ou seja, geramos
uma corrente elétrica.
As ligas metálicas
São uniões de dois ou mais metais, podendo ainda incluir semimetais ou não metais, mas sempre com
predominância dos elementos metálicos. Apesar da grande variedade de metais existentes, a maioria não
é empregada em estado puro, mas em ligas com propriedades alteradas em relação ao material inicial, o
que visa, entre outras coisas, a reduzir os custos de produção.
Podemos dizer que as ligas metálicas têm maiores aplicações práticas que os próprios metais puros:
Aço: Formado pela mistura de aproximadamente 98,5% de ferro, 0,5 a 1,7% de carbono e traços de
silício, enxofre e oxigênio. É usado em peças metálicas que sofrem elevada tração, pois é mais resistente
à tração do que o ferro puro. O aço é uma liga usada para produzir outras ligas metálicas.
Aço Inox: Formado por 74% de aço, 18% de cromo e 8% de níquel. Por ser praticamente inoxidável,
é usado em talheres, peças de carro, brocas, utensílios de cozinha e decoração.
Ouro 18 quilates: Liga formada por 75% de ouro, 13% de prata e 12% de cobre. Sua vantagem em
relação ao ouro puro é que esse metal é macio e pode ser facilmente riscado. Além disso, a liga mantém
as propriedades desejadas do ouro, como brilho, dureza adequada para a joia e durabilidade.
Bronze: Formado por 67% de cobre e 33% de estanho. Sua principal propriedade é resistência ao
desgaste, sendo muito usado para produzir sinos, medalhas, moedas e estátuas.
Latão: Mistura de 95 a 55% de cobre e de 5 a 45% de zinco. Devido a sua alta flexibilidade, ele é
usado para produzir instrumentos musicais de sopro, como trompete, flauta, saxofone etc., além de
também ser aplicado em peças de máquinas, produção de tubos, armas e torneiras.
Amálgama: Muito usada em obturações nos dentes, a amalgama é formada pela mistura de 70% de
prata, 18% de estanho, 10% de cobre e 2% de mercúrio. Ela é bastante resistente à oxidação (corrosão)
e é bem maleável, podendo ser moldada no dente do paciente.
Solda: Formada por 67% de chumbo e 33% de estanho, ela é usada em solda de contatos elétricos
porque possui baixo ponto de fusão.
Questões
01. O elemento “A” possui número atômico igual a 6, enquanto o elemento “B” possui número atômico
igual a 8. A molécula que representa corretamente o composto formado por esses dois elementos é:
(A) AB
(B) BA
02. Sabe-se que a interação entre átomos que se ligam, na formação de novas substâncias, é feita
através de seus elétrons mais externos. Uma combinação possível entre o elemento A com a configuração
eletrônica 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 e outro B (Z = 17) terá fórmula e ligação, respectivamente:
(A) AB e ligação iônica.
(B) A2B e ligação iônica.
(C) A2B3 e ligação covalente.
(D) AB2 e ligação iônica.
(E) A2B e ligação covalente.
03. (UFU-MG) O fosgênio (COCl2), um gás, é preparado industrialmente por meio da reação entre o
monóxido de carbono e o cloro. A fórmula estrutural da molécula do fosgênio apresenta:
(A) uma ligação dupla e duas ligações simples.
(B) uma ligação dupla e três ligações simples.
(C) duas ligações duplas e duas ligações simples.
(D) uma ligação tripla e duas ligações simples.
(E) duas ligações duplas e uma ligação simples.
04. Os átomos pertencentes à família dos metais alcalinos terrosos e dos halogênios adquirem
configuração eletrônica de gases nobres quando, respectivamente, formam íons com números de carga:
(A) + 1 e – 1.
(B) – 1 e + 2.
(C) + 2 e – 1.
(D) – 2 e – 2.
(E) + 1 e – 2
Gabarito
Comentários
01. Resposta: D
Pela da distribuição eletrônica de cada elemento, descobrimos a que família pertencem, quantos
elétrons eles possuem na sua última camada (camada de valência) e, também, quantas ligações
covalentes cada um realiza:
6A: 2 – 4
8B: 2 – 6
Assim, o elemento A é da família 14, possuindo 4 elétrons na camada de valência e precisando receber
mais 4 elétrons para ficar estável. O elemento B da família 16 possui 6 elétrons na camada de valência e
precisa realizar duas ligações para ficar estável. Diante disso, temos:
Portanto, a fórmula molecular nesse caso é: AB2. Visto que o A é o átomo central ele vem primeiro.
Se olharmos na Tabela Periódica, veremos que o elemento A é o carbono e o elemento B é o oxigênio.
Então, a fórmula é: CO2.
02. Resposta: D
A ⇒ 2 elétrons na camada de valência
Tendência a doar 2 e– ⇒ A2+
B ⇒ 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5
7 elétrons na camada de valência
Tendência a receber 1 e– ⇒ B1–
03. Resposta: A
Como se pode ver na sua fórmula abaixo, o fosfagênio apresenta uma ligação dupla e duas ligações
simples:
04. Resposta: C
Para adquirir a mesma configuração eletrônica de um gás nobre um elemento deve apresentar oito
elétrons na última camada. Para tal, um elemento classificado como metal alcalino terroso deve doar
dois elétrons e um halogênio receber um.
O acúmulo de cargas elétricas em determinada região de uma molécula é denominado polo, que pode
ser classificado como dois tipos:
Ligações Iônicas13
Nesse tipo de ligação ocorre transferência definitiva de elétrons, o que acarreta a formação de íons
positivos (cátions) ou negativos (ânions), os quais originam compostos iônicos. Como todos os íons
apresentam excesso de cargas elétricas positivas ou negativas, eles sempre terão polos.
Portanto toda ligação iônica é uma ligação polar, pois haverá polos positivos e negativos. As ligações
iônicas apresentam máxima polarização.
Ligações Covalentes
13
Usberco, J.; Salvador, E. 2002. Química. Editora Saraiva.
A polaridade de uma ligação é caracterizada por uma grandeza denominada momento dipolar (μ), ou
dipolo elétrico, que normalmente é representada por um vetor orientado no sentido do elemento menos
eletronegativo para o elemento mais eletronegativo. Assim, o vetor é orientado do polo positivo para o
polo negativo.
Exemplo:
Polaridade de Moléculas
Como vimos então, as moléculas podem ser classificadas quanto à sua polaridade em dois grupos:
polares ou apolares. Experimentalmente, uma molécula é considerada polar quando se orienta na
presença de um campo elétrico externo, e apolar quando não se orienta. O polo negativo da molécula é
atraído pela placa positiva do campo elétrico externo e vice-versa.
Teoricamente, pode-se determinar a polaridade de uma molécula pelo vetor momento dipolar
resultante (μr), isto é, pela soma dos vetores de cada ligação polar da molécula.
Uma outra forma de determinar a polaridade da maioria das moléculas é estabelecendo uma relação
entre o número de nuvens eletrônicas ao redor do átomo central A e o número de átomos iguais ligados
a ele.
Geometria Molecular
As moléculas são formadas por átomos unidos por ligações covalentes e podem apresentar, na sua
constituição, de dois a milhares de átomos. A disposição espacial dos núcleos desses átomos irá
determinar diferentes formas geométricas para as moléculas. Portanto, toda molécula formada por dois
átomos (diatômicas) será sempre linear, pois seus núcleos estarão obrigatoriamente alinhados, como em:
H2: H---H
HCl: H---Cl
Para prever a geometria das moléculas que apresentam mais de dois átomos utiliza-se a teoria da
repulsão dos pares eletrônicos da camada de valência. Essa teoria está apoiada na ideia de que os
pares eletrônicos ao redor de um átomo central, quer estejam ou não participando das ligações,
comportam-se como nuvens eletrônicas que se repelem, de forma a ficarem orientadas no espaço com a
maior distância angular possível.
Para você visualizar melhor essa teoria, representaremos cada par eletrônico (2 elétrons de valência)
ao redor de um átomo central como uma nuvem eletrônica de formato ovalado.
Nessa teoria, é importante destacar que uma nuvem eletrônica pode corresponder a:
- Uma ligação covalente simples: — ou →
- Uma ligação covalente dupla: =
- Uma ligação covalente tripla: ≡
- Um par de elétrons não ligantes: xx
Assim, a orientação espacial dessas nuvens dependerá do número total de pares eletrônicos ao redor
de um átomo central A.
Em contrapartida, a geometria das moléculas será determinada pela posição dos núcleos dos átomos
ligados ao átomo central A. Considerando a orientação das nuvens e o número de átomos ligados ao
Interações Intermoleculares14
Quando a matéria se aproxima, os átomos ou íons nela presentes podem interagir ou reagir. Para a
reação ocorrer é necessário que ligações entre os átomos sejam desfeitas e refeitas em diferentes
combinações ou proporções.
Já uma interação é identificada quando uma molécula é atraída ou repelida por outra, sem que haja o
rompimento ou surgimento de novas ligações interatômicas.
Dipolo-Dipolo
Também conhecidas como dipolo permanente-dipolo permanente, são formadas pela diferença de
eletronegatividade dentro das moléculas, o que torna as moléculas polares (possuem carga).
Como por exemplo a molécula de HCl é polar devido a diferença de eletronegatividade entre o H e o
Cl, sua extremidade negativa (Cloro) atrai a extremidade positiva (Hidrogênio) de outra molécula e vice e
versa. Essa interação é chamada de dipolo-dipolo e ocorre em todas as substâncias polares
Forças de London
Em uma molécula apolar, a sua nuvem eletrônica está distribuída uniformemente e está em constante
movimento, se por uma pequena fração de segundo essa nuvem eletrônica se deslocar mais para uma
das extremidades da molécula pode-se dizer que foi criado um dipolo-instantâneo, que significa que por
um instante aparecem dois polos na molécula mesmo ela sendo apolar.
14
Rocha, R. W.; Interações Intermoleculares – Química Nova Escola, 2001.
Ligações de Hidrogênio
Os elementos F (Flúor), O (Oxigênio) e N (Nitrogênio) são muito eletronegativos e possuem um raio
atômico pequeno. Quando esses elementos estão ligados a um átomo de hidrogênio eles provocam uma
grande polarização dessa ligação, ou seja, o polo positivo que é formado no átomo de hidrogênio possui
grande intensidade.
Por conta dessa intensidade o hidrogênio interage com o par de elétrons de moléculas vizinhas.
Atualmente esse tipo de interação entre moléculas recebe o nome de ligação de hidrogênio porém é muito
conhecida como Ponte de Hidrogênio. É a interação intermolecular mais forte conhecida.
15
http://alunosonline.uol.com.br/quimica/ponto-fusao-ebulicao-dos-compostos-organicos.html
A seguir, temos uma tabela comparando os pontos de fusão e ebulição destas substâncias:
Quando comparamos os pontos de fusão e de ebulição entre compostos orgânicos, vemos que três
coisas afetam estas propriedades: as interações intermoleculares, a polaridade e a massa molecular.
Questões
01. (UFPR) Assinale a alternativa que associa corretamente a coluna de compostos químicos com a
coluna de estruturas geométricas.
I. NH3 A. Linear
II. HF B. Angular
III. SO2 C. Piramidal
IV. CH4 D. Tetraédrica
03. (UPF/RS) Sejam os seguintes compostos: fluoreto de potássio (KF), dióxido de enxofre (SO2), iodo
(I2) e iodeto de hidrogênio (HI). As ligações químicas existentes nestes compostos são, respectivamente:
(A) Iônica, covalente polar, iônica, covalente polar.
(B) Iônica, covalente polar, covalente apolar, covalente polar.
(C) Covalente apolar, iônica, covalente polar, covalente polar.
(D) Iônica, covalente apolar, covalente polar, iônica.
(E) Covalente polar, covalente polar, covalente apolar, covalente polar.
Gabarito
Comentários
01. Resposta C
A amônia é piramidal, o fluoreto de hidrogênio é linear, o dióxido de enxofre é angular, e o metano é
tetraédrico.
03. Alternativa B
KF = metal + não metal = ligação iônica;
SO2 = ligação covalente entre átomos de diferentes espécies = covalente polar;
I2 = ligação covalente formada por átomos iguais = covalente apolar;
HI = ligação covalente entre átomos de diferentes espécies = covalente polar.
ÁCIDO – é uma espécie química (molécula ou íon) que doa próton (H+ ) em uma reação. BASE - é
uma espécie química (molécula ou íon) que recebe próton (H+ ) em uma reação. Resumindo: “Ácido é
definido como um doador de próton e base como um receptor de próton”
Exemplo 1: Observe a reação: HCl + H2O ↔ H3O + Há transferência de próton (H+ ) do HCl para o H
As estruturas formadas H3O + e Cl
Também reagem com transferência de próton (H+), regenerando as estruturas iniciais: Assim, temos
um processo reversível, onde cada espécie funciona como ácido ou base:
A partir deste conceito de ácido e base de Bronsted-Lowry é muito importante considerar os pares
conjugados.
Ou seja: PAR CONJUGADO ácido-base é aquele par formado por duas espécies químicas que diferem
entre si por um H+ .
Assim, temos um processo reversível, onde cada espécie funciona como ácido ou base:
PAR CONJUGADO ácido-base é aquele par formado por duas espécies químicas que diferem entre
si por um H+. No exemplo anterior, temos os seguintes pares conjugados ácido-base:
HCl – Cl- / H3O + – H2O: o ácido difere da base pela ausência de um H+.
Obs: Quanto mais forte o ácido, mais fraca é sua base conjugada; e quanto mais forte uma base, mais
fraco é o seu ácido conjugado. Veja alguns exemplos: HCl é um hidrácido forte (HCl base Cl- é fraca.
HCN é um hidrácido fraco (HCN sua base conjugada é forte.
OBSERVAÇÃO: o mais importante na teoria de Lewis é identificar a base e o ácido. A reação química
é dada nas questões e deve-se dá atenção máxima aos REAGENTES (lado esquerdo da equação), pois
o ácido e base estarão lá sempre!
Resumindo os três conceitos, temos:
Ácido Base
Em meio aquoso produz como cátion Em meio aquosos libera como
Arrhenius
exclusivamente de H3O+ ânion exclusivamente OH-
Bronsted-
Doador de prótons Receptor de prótons
Lowry
Lewis Receptor de par eletrônico Doador de par eletrônico
Questões
01. A amônia é um composto muito versátil, pois seu comportamento químico possibilita seu emprego
em várias reações químicas em diversos mecanismos reacionais, como em
I- HBr(g) + NH3(aq) → NH4+(aq) + Br–(aq)
II- NH3(g) + CH3–(g) → CH4(g) + NH2–(g)
02.Uma maneira de extração do petróleo atualmente é através do pré-sal, mesmo sendo um método
que produz grande poluição devido aos seus muitos derivados, como, por exemplo, o enxofre, o dióxido
de carbono e outros gases poluentes. Acredita-se que esses fatores devem ser considerados na decisão
de exploração desse tipo de petróleo, pois os benefícios podem significar a contramão do processo de
evolução do homem. Outro fator importante é que os oceanos, além das plantas, atuam na retirada do
excesso de dióxido de carbono da atmosfera em aproximadamente 30% do que é emitido no mundo
anualmente, e podendo interferir na formação de corais, conchas, podendo comprometer a cadeia
alimentar dos animais marinhos. O gás carbônico, quando reage com a água, pode formar os seguintes
equilíbrios químicos:
Gabarito
Ácidos
Antes da teoria de Arrhenius, os ácidos eram conceituados por uma série de propriedades comuns,
como: apresentar sabor azedo, tornar róseo o papel de tornassol azul, produzir efervescência liberando
gás carbônico, quando adicionados a mármores e a outros carbonatos.
Entretanto, depois de Arrhenius, pôde-se entender que essas propriedades comuns são consequência
do fato de todos os ácidos apresentarem o mesmo íon positivo, H+. Porém, antes de se dissolverem em
água os ácidos são compostos moleculares, porque para que ocorra a liberação de íons H+, eles precisam
estar em meio aquoso.
Exemplo: HCl, HNO3 e H2SO4 puros (na ausência de água) não formam íons. A ionização ocorre
quando são dissolvidos em água. Assim, verifica-se que todos os ácidos conduzem corrente elétrica.
Resumindo: Ácido é toda substância que, em solução aquosa, libera como íons positivos somente
H+.
Assim, teremos:
Alguns ácidos de um mesmo elemento têm os prefixos de seus nomes atribuídos em função de seu
grau de hidratação (quantidade de H2O):
- Quanto ao número de hidrogênios ionizáveis: é aquele que está ligado a um átomo da molécula
com eletronegatividade significativamente maior que a sua, formando, assim, um polo positivo e um
negativo dentro da molécula.
Ao serem adicionados na água, sofrerão força eletrostática pelos respectivos polos negativos e
positivos da água, sendo, então, separados por ela. Com isso, há a formação de cátions H+, ou seja,
houve a ionização de hidrogênios.
Exemplos:
- Monoácido: apresenta apenas um hidrogênio ionizável;
- Diácido: apresenta dois hidrogênios ionizáveis;
- Triácido: apresenta três hidrogênios ionizáveis;
- Tetrácido: apresenta quatro hidrogênios ionizáveis.
Importante: Nos hidrácidos todos os hidrogênios são ionizáveis, já nos oxiácidos, apenas aqueles que
estão ligados a átomos de oxigênio é que serão ionizáveis, por exemplo:
-Hidrácidos:
-Oxiácidos:
Assim, em soluções aquosas, os ácidos podem liberar um ou mais íons H+ para cada molécula de
ácido ionizado, e cada íon H+ liberado corresponde a uma etapa de ionização.
- Grau de ionização: O Grau de ionização de um ácido (α) consiste na relação entre o número de
moléculas ionizadas e o número total de moléculas dissolvidas. Para realizar o cálculo dessa relação,
usamos a seguinte equação:
92
α=
100
O sabor azedo é uma das características mais comuns nos ácidos e assim juntos as substâncias
azedas, estimulam a salivação.
Vamos abordar agora outras propriedades apresentadas por eles e o que nos permitem identificá-los:
a) Causam mudanças de cor nos corantes vegetais (por exemplo: alteram a cor da tintura do azul de
tornassol, para vermelho).
b) Reagem com certos metais (como o zinco, o magnésio e o ferro) produzindo hidrogénio gasoso.
c) Reagem com carbonatos e bicarbonatos, para produzir dióxido de carbono gasoso.
d) As suas soluções aquosas conduzem a eletricidade.
Bases
Antes da teoria de Arrhenius, as bases eram determinadas por uma série de propriedades comuns,
como:
-Sabor adstringente, isto é, “se amarras na boca”16;
-Tornar a pele lisa e escorregadia;
-Tornar azul o papel de tornassol róseo;
-Conduzir corrente elétrica.
Após as contribuições de Arrhenius, foi possível entender que essas propriedades comuns se devem
ao íon negativo OH- (hidroxila ou hidróxido), presente em todas as bases.
Os hidróxidos metálicos são compostos iônicos, e por isso, quando se dissolvem em água, há
dissociação iônica. Na época de Arrhenius acreditava-se que esses hidróxidos eram formados por
moléculas e que a água separava-se em íons. Por ser iônica, essa dissociação pode ser esquematizada
como:
Resumindo: Segundo Arrhenius, base é toda substância que, em solução aquosa, sofre dissociação,
liberando como único tipo de ânion o OH–.
Exemplos:
-NaOH
Cátion: Na+ (sódio)
Ânion: OH- (hidróxido)
16
Como por exemplo a sensação de comer uma banana verde.
-Ca (OH)2
Cátion: Ca2+ (cálcio)
Ânion: OH- (hidróxido)
Nomenclatura: Hidróxido de cálcio
-Al (OH)3
Cátion: Al3+ (alumínio)
Ânion: OH- (hidróxido)
Nomenclatura: Hidróxido de alumínio
Importante: Quando um mesmo elemento forma cátions com diferentes eletrovalências (cargas),
acrescenta-se ao final do nome, em algarismos romanos, o número da carga do íon. Outra maneira de
dar nome é acrescentar o sufixo -OSO ao íon de menor carga, e -ICO ao íon de maior carga.
Ou
Exemplos:
-Ferro:
Fe2+ Fe(OH)2 = Hidróxido de ferro (II) ou hidróxido ferroso.
Fe3+: Fe(OH)3 = Hidróxido de ferro (III) ou hidróxido férrico.
-Cobre:
Cu (OH): Hidróxido de cobre (I)
Cu (OH)2: Hidróxido de cobre (II)
Assim, se misturarmos um ácido e uma base, os íons H+ e OH– interagem, produzindo água (H2O).
Essa reação é denominada neutralização. O cátion da base e o ânion do ácido darão origem a um sal,
num processo chamado salificação.
Assim, não existe uma substância hidróxido de amônio, mas sim soluções aquosas de amônia
interagindo com a água, originando os íons amônio (NH4+) e hidróxido (OH-).
Foi proposta de forma independente por G. Lewis, por T. Lowry e por J. Brønsted. Mas foi Brønsted
um dos que mais contribuiu para o seu desenvolvimento.
Essa teoria é chamada de teoria protônica porque se baseia na transferência de prótons, iguais ao íon
H+, o núcleo do hidrogênio, mas que ao ser chamado de próton, ajuda a diferenciar da teoria de Arrhenius.
Além disso, nessa teoria não há necessidade da presença de água.
Segundo esses cientistas:
“Ácido é toda espécie química, íon ou molécula capaz de doar um próton, enquanto a base é capaz
de receber um próton”
Observe que a amônia (NH3) é base porque ela recebe um próton (H+) do ácido clorídrico (HCℓ).
Nessa teoria, a reação de neutralização seria uma transferência de prótons entre um ácido e uma
base, como a reação explica acima.
Apesar de ser uma teoria que também permitiu o estudo e desenvolvimento de várias áreas e de ser
uma definição bastante utilizada e atual, ela também tinha uma limitação: não permitia prever o caráter
ácido ou o caráter básico de espécies químicas sem a presença de hidrogênio.
Indicadores Ácido-Base
Existe uma escala da medida da acidez e basicidade das substâncias, denominada escala de pH, que
é numerada do 0 ao 14. Quanto menor o valor do pH, mais ácida é a substância. Quando maior for o pH,
mais básica é a substância. O valor 7, exatamente na metade da escala, indica as substâncias neutras
ou seja, nem ácidas nem básicas.
Algumas substâncias naturais ou sintéticas que adquirem coloração diferente em solução ácida e em
solução básica. São os indicadores ácido-base, utilizados para reconhecer o caráter de uma solução.
Como exemplo de indicadores sintéticos, temos:
Fenolftaleína: é um indicador líquido que fica incolor em meio ácido e rosa escuro em meio básico:
Alaranjado de metila: O alaranjado de metila fica vermelho em contato com ácido, amarelo-laranja
em base e quando neutro.
Azul de bromotimol: O azul de bromotimol fica amarelo em ácido (1), e azul em base (2) e quando
neutro verde (3).
Alguns indicadores naturais também podem ser utilizados, como o repolho roxo e a flor hortência e o
hibisco.
Repolho roxo: O repolho roxo, meio aquoso, fica vermelho em contato com ácido, verde em contato
com base e vermelho quando neutro.
Flor Hortência: Uma hortênsia azul com o tempo pode se tornar rosa e vice-versa. Isso ocorre em
razão do pH do solo. Em solo ácido a hortênsia produz flores azuis, já em solos básicos, suas flores são
cor-de-rosa. A intensidade dessas cores depende do teor de acidez ou alcalinidade do solo; quanto mais
ácido, mais azul-escuro ficará; e quanto mais básico, mais claro será.
Quando esse indicador genérico entra em contato com um meio ácido, segundo o Princípio de Le
Chatelier, o equilíbrio é deslocado no sentido de formação do ácido fraco, ficando com a cor A. Por outro
lado, se o indicador entrar em contato com um meio básico, os íons OH- da solução básica irão reagir
com os íons H3O+ do indicador. Desse modo, o equilíbrio será deslocado no sentido de repor os íons
H3O+, ou seja, para a direita, que é também o sentido de formação da base conjugada, e o sistema adquire
a cor B.
Sais
Sal é um composto resultante da reação de neutralização mutua entre um ácido e uma base. Assim,
o cátion da base e o ânion do ácido formam o sal.
Conceito teórico segundo Arrhenius: É todo o composto iônico que possui, pelo menos, um cátion
diferente do H+ e um ânion diferente do OH-.
Formulação de um Sal
Os sais são substâncias neutras formadas a partir da ligação entre o ânion de um ácido e o cátion de
uma base. Assim, para que ocorra a igualdade de cargas positivas e negativas, basta inverter as cargas
dos íons pelos seus índices no sal. O índice é, na fórmula unitária, o número que vem subscrito (no canto
inferior direito) do elemento ou do grupo de elementos, conforme mostrado na fórmula a seguir:
Observe que o valor da carga do cátion torna-se o índice do ânion, enquanto a carga do ânion torna-
se o índice do cátion. Observe também que é somente o valor da carga que é invertido, os sinais negativos
e positivos não vão para o índice.
Exemplos:
-Nitrato de potássio: K+ + NO3-: KNO3 (Observe que tanto o índice quanto a carga são iguais a “1”, logo,
não precisam ser escritos);
-Perclorato de potássio:K1+ + ClO41-: KClO4;
-Sulfato de cálcio: Ca2+ + SO42-: CaSO4 (veja que, quando as cargas são iguais, podemos simplificar
os índices. É por isso que a fórmula não é escrita assim: Ca2(SO4)2.
-Dicromato de alumínio: Al3+ + Cr2O72-: Al2(Cr2O7)3;
-Fosfato de bário: Ba2+ + PO43-: Ba3(PO4)2;
-Nitrito de ferro III: Fe3+ + NO2-: Fe(NO2)3.
Também é possível obter a fórmula de um sal sabendo seu nome. Para se determinar a fórmula do sal
desse modo, segue-se os seguintes passos:
Fe3+
SO42-
4º Passo: inverter as cargas dos íons para que a soma das cargas se anule.
Fe2(SO4)3
Reações de Neutralização
Quando misturamos um ácido e uma base, ocorrem as reações de neutralização. Elas ocorrem de
modo que o pH do meio é neutralizado e se produz água e um sal. Nessa reação o ácido libera cátions
H+ que se juntam aos ânions OH- liberados pela base e, assim, formam-se as moléculas de água. O sal
é então formado pela união do ânion do ácido com o cátion da base.
Assim, temos:
HA + BOH → H2O + BA
Ácido Base Água Sal
Neutralização Total
Ocorre quando a quantidade de cátions H+ provenientes do ácido é igual à quantidade de ânions OH-
provenientes da base. Nesse tipo de reação são sempre formados sais neutros. Dessa forma, a reação
ocorre entre ácidos e bases em que ambos são fracos ou, então, ambos são fortes.
Exemplos:
Observe que cada molécula do ácido produziu 1 íon H+ e cada molécula da base produziu também
apenas 1 íon OH-.
Cada molécula do ácido produziu 3 íons H+ e cada molécula da base produziu também apenas 3 íons
OH-.
Cada molécula do ácido produziu 2 íons H+ e cada molécula da base produziu também apenas 2 íons
OH-.
HCN + NH4OH → NH4CN + H2O
Observe que cada molécula do ácido produziu 1 íon H+ e cada molécula da base produziu também
apenas 1 íon OH-.17
17
http://manualdaquimica.uol.com.br/
Exemplos:
No exemplo acima, o ácido libera apenas um cátion H+ e a base libera dois ânions OH-. Assim, os
ânions OH- não são neutralizados totalmente e é formado um sal básico, que também é chamado de
hidróxissal.
Nesse exemplo, o ácido liberou mais íons (3) que a base (1). Portanto, os cátions H+ não foram
totalmente neutralizados e um sal ácido foi originado, que também é denominado de hidrogenossal.
Os sais ácidos também podem ser formados através de reações de neutralização entre um ácido forte
(HCl, HNO3, HClO4 etc.) e uma base fraca (NH3, C6H5NH2, anilina etc.). Por outro lado, os sais básicos
podem ser formados em reações de neutralização entre um ácido fraco (CH3COOH, HF, HCN etc.) e uma
base forte (NaOH, LiOH, KOH etc.).
Uma outra forma de dar nomes aos sais é consultando as tabelas de cátions e ânions. Nas tabelas a
seguir, apresentamos alguns deles:
Ânions
Acetato: H3CCOO- Bicarbonato: HCO3- Bissulfato: HSO4-
Brometo: Br- Carbonato: CO32- Cianeto: CN-
- -
Cloreto: Cl Floreto: F Fosfato: PO43-
- -
Hipocloreto: ClO Iodeto: I Nitratp: NO3-
Nitrito: NO2- Permanganato: MnO4 Pirofosfato: P2O74-
-
Exemplos:
NaCl: cátion → Na+ (vem do hidróxido de sódio, NaOH, uma base forte); ânion → Cl- (vem do ácido
clorídrico, HCl, um ácido forte).
Na2SO4: cátion → Na+ (vem do hidróxido de sódio, NaOH, uma base forte); ânion → SO 42- (vem do
ácido sulfúrico, H2SO4, um ácido forte).
NH4CN: cátion → NH42+ (vem do hidróxido de amônio, NH4OH, uma base fraca); ânion → CO3-2 (vem
do ácido cianídrico, HCN, um ácido fraco).
Esses sais são considerados neutros porque, quando eles são adicionados à água, o pH do meio não
sofre nenhuma alteração. Além disso, eles não liberam em solução aquosa cátion H+, que indica acidez,
e nem ânion OH-, que indica basicidade.
Exemplos:
NH4Cl(s): cátion → NH42+ (vem do hidróxido de amônio, NH4OH, uma base fraca); ânion → Cl- (vem do
ácido clorídrico, HCl, um ácido forte).
Al2(SO4)3: cátion → Al3+ (vem do hidróxido de alumínio, Al(OH)3, uma base fraca); ânion → SO42- (vem
do ácido sulfúrico, H2SO4, um ácido forte).
NH4NO3: cátion → NH42+ (vem do hidróxido de amônio, NH4OH, uma base fraca); ânion → NO3- (vem
do ácido nítrico, HNO3, um ácido forte).
Apostila gerada especialmente para: kauany souza 095.822.709-85 98
- Hidróxissal (Sal básico)
É o sal cujo ânion não apresenta H ionizável e no qual, além desse ânion há o OH-. Resulta da
neutralização parcial da base.
Exemplo:
NaOOCCH3:
Cátion → Na+ (vem do hidróxido de sódio, NaOH, uma base forte);
Ânion → CH3COO– (vem do ácido etanoico, CH3COOH, H2CO3, um ácido fraco).
No exemplo acima, o ânion acetato (CH3COO–) hidrolisa-se em meio aquoso e forma o ácido acético
e íons hidroxila (OH–), o que torna a solução básica.
Para determinar a solubilidade dos sais em água, basta conhecer o ânion presente no sal. Veja as
regras que se dirigem aos tipos de ânions:
-Nitrato (NO3-) e Nitrito (NO2-): todo sal que apresenta esses ânions são solúveis;
-Carbonato (CO3-2), Fosfato (PO4-3) e Sulfeto (S-2): solúvel apenas com elementos da família IA e
com o NH4+;
-Halogenetos (F-, Cl-, Br-, I-): com os cátions Ag+ Cu+, Hg2+2 e Pb+2 são insolúveis;
-Acetato (H3C2O2-): com os cátions Ag+ e Hg2+2 são insolúveis;
-Sulfato (SO4-2): com os cátions Ag+, metais alcalino terrosos (IIA, com exceção do magnésio), Hg2+2
e Pb+2 são insolúveis;
-Qualquer outro ânion: solúvel apenas com elementos da família IA e com o NH4-.
Ele também é muito usado como fermento de bolos, pães e biscoitos, pois sua decomposição libera o
CO2 que faz a massa crescer. Além disso, é usado em extintores de incêndios, em cremes dentais para
clareamento dos dentes, em balas e gomas de mascar que “explodem” na boca e em talcos e
desodorantes.
Outras aplicações desse sal são: na produção de corantes, no tratamento de piscinas, na produção de
sabão e detergentes, de papel e celulose, nas indústrias têxteis e siderúrgicas.
Óxidos
Os óxidos são substâncias presentes no nosso dia-a-dia. Um bom exemplo de óxido é o gás carbônico,
expelido na respiração, e é também o principal responsável pelo efeito estufa.
Definição: Óxido é todo composto binário que contém oxigênio e no qual ele é o elemento mais
eletronegativo.
Exemplos:
Cl2O, SO2, CO2, NO, P2O, K2O, CaO, Fe2O3
O único elemento mais eletronegativo que o oxigênio é o flúor; por isso o OF2, não é um óxido, mas
sim, um fluoreto de oxigênio
Nomenclatura
Regra geral:
Os prefixos mono, di, tri, etc. Indicam os valores de x e y na fórmula do óxido. O prefixo mono diante
do nome E é comumente omitido.
Exemplo:
Na2O → óxido de sódio
Al2O3 → óxido de alumínio
Para montar a fórmula do óxido a partir do nome, é só lembrar a carga do metal, a carga do oxigênio
-2 e fazer com que a soma das cargas se anule. Exemplos:
Óxido de lítio → Li1+O2- invertendo as cargas: Li2O
Óxido de prata → Ag1+O2-, invertendo as cargas: Ag2O
3) Para óxidos do tipo: EXOY, onde o elemento E é um metal com a carga variável.
Ou
Exemplos:
Au2O3 → óxido de ouro-III ou áurico
Cu2O → óxido de cobre-I ou cuproso
PbO2 → óxido de chumbo-IV ou plúmbico
Óxidos Básicos
São óxidos com caráter básico. São iônicos e o ânion é O2-. As reações dos óxidos básicos com água
e ácidos podem ser esquematizados da seguinte maneira:
Exemplo 1:
Óxidos Ácidos
Apresentam caráter covalente e geralmente são formados por ametais. Estes óxidos também
chamados de anidridos e reagem com a água formando um ácido ou reagem com uma base e dando
origem a água e sal.
Exemplo1:
Exemplo 2:
Óxidos Neutros
São óxidos que não reagem com água, base ou ácido.
São basicamente três óxidos: CO, NO, N2O.
Óxidos Anfóteros
São óxidos que podem se comportar tanto como óxido básico quanto como óxido ácido.
Exemplos:
ZnO, Al2O3, SnO, SnO2, PbO e PbO2.
ZnO + 2 HCl → ZnCl2 + H2O
ZnO + 2 NaOH → Na2ZnO2 + H2O
Peróxidos
Os peróxidos apresentam em sua estrutura o grupo (O2)2–.
Os peróxidos mais comuns são formados por hidrogênio, metais alcalinos e metais alcalino-terrosos.
Exemplo:
-Peróxido de hidrogênio: H2O2
É líquido e molecular. Quando dissolvido em água, origina uma solução conhecida como água
oxigenada, muito comum em nosso cotidiano.
A cal virgem é obtida pelo aquecimento do CaCO3, que é encontrado na natureza como constituinte
do mármore, do calcário e da calcita:
Onde o solo é ácido, a cal viva é empregada para diminuir sua acidez.
Hidretos18
Hidretos Iônicos
Os hidretos iônicos são formados pelo hidrogênio ligado a metais alcalinos e alcalinos terrosos
(famílias 1A e 2A da tabela periódica, respectivamente). São compostos sólidos, cristalinos, de altos
pontos de fusão, elevadas entalpias de formação, reagem com água produzindo bases, insolúveis em
solventes orgânicos, são agentes redutores fortes, principalmente em altas temperaturas.
Exemplos:
-Hidreto de sódio (NaH): muito utilizado como agente redutor em sínteses orgânicas e inorgânicas.
-Hidreto de cálcio (CaH2): reage fortemente com água liberando o gás hidrogênio. Amplamente usado
como dessecante para alguns tipos de solventes.
Hidretos Covalentes
Os hidretos covalentes (ou moleculares) são constituídos pela junção do hidrogênio aos elementos
dos grupos 3A (13), 4A (14), 5A (15), 6A (16) e 7A (17) e o berílio (Be). Suas moléculas são covalentes,
unidas entre si por ligações do tipo Van Der Waals, voláteis e de baixos pontos de fusão e ebulição.
Exemplos:
-Hidreto de berílio (BeH2): substância muito empregada com combustível de foguetes, pode ser obtido
a partir da pirólise (reação de decomposição que ocorre a altíssimas temperaturas).
18
http://www.infoescola.com/
Hidretos Metálicos
O hidrogênio combinado com elementos do bloco d e f da tabela periódica, lantanídeos e actinídeos
forma hidretos. As propriedades físicas e químicas desses compostos são, comumente, próximas às dos
metais que os constituem: podem apresentar brilho metálico, alta dureza e boa condutividade elétrica.
Reagem violentamente com água, produzido hidrogênio e uma base metal.
Exemplo:
-Hidreto de antimônio (SbH3): gás altamente instável e tóxico, usado para endurecer ligas metálicas.
Nomenclatura
A nomenclatura oficial dos hidretos é dada acrescendo o nome do cátion da fórmula ao termo hidreto.
Exemplo:
NaH – hidreto de sódio
Existem alguns hidretos constituídos por não-metais que, em água, formam soluções bastante ácidas
e, devido a isso, recebem outros nomes, como é o caso do ácido clorídrico (HCl). Outros, ainda, são
conhecidos por nomes não metódicos, como, por exemplo, a água (hidreto de oxigênio), boranos (hidretos
de boro) e silanos (hidretos de silício).
Questões
01. (UFPB) Os ácidos são substâncias químicas sempre presentes no cotidiano do homem. Por
exemplo, durante a amamentação, era comum usar-se água boricada (solução aquosa que contém ácido
bórico) para fazer a assepsia do seio da mãe; para limpezas mais fortes da casa, emprega-se ácido
muriático (solução aquosa de ácido clorídrico); nos refrigerantes, encontra-se o ácido carbônico; e, no
ovo podre, o mau cheiro é devido à presença do ácido sulfídrico.
Esses ácidos podem ser representados, respectivamente, pelas seguintes fórmulas moleculares:
(A) H3BO3, HCl, H2CO2 e H2SO4
(B) H2BO3, HCl, H2CO3 e H2S
(C) H3BO3, HClO3, H2SO3 e H2CO2
(D) H2BO3, HClO4, H2S e H2CO3
(E) H3BO3, HCl, H2CO3 e H2S
02. (Mack/SP) Certo informe publicitário alerta para o fato de que, se o indivíduo tem azia ou pirose
com grande frequência, deve procurar um médico, pois pode estar ocorrendo refluxo gastroesofágico, isto
é, o retorno do conteúdo ácido do estômago. A fórmula e o nome do ácido que, nesse caso, provoca
queimação no estômago, a rouquidão e mesmo dor toráxica são:
(A) HCl e ácido clórico.
(B) HClO2 e ácido cloroso.
(C) HClO3 e ácido clórico.
(D) HClO3 e ácido clorídrico.
(E) HCl e ácido clorídrico
03. Dentre os óxidos abaixo, qual deles reage com ácido formando sal e água, ou seja, que pode ser
classificado como óxido básico?
(A) N2O
(B) CaO
(C) CO2
(D) SO2
(E) N2O5
(A) I e IV.
(B) I, III e V.
(C) I, II e V.
(D) II e III
(E) IV e V
Gabarito
Comentários
01. Resposta: E
H3BO3: ácido bórico;
HCl: ácido clorídrico;
H2CO3: ácido carbônico;
H2S: ácido sulfídrico.
02. Resposta: E
03. Resposta: B
Veja como esse óxido reage com ácido formando sal e água: CaO + 2HCl → CaCl2 + H2O (devem ser
óxidos de metais alcalinos e alcalinos terrosos).
04. Resposta: E
Nos hidretos, o hidrogênio, que caracteriza o grupo, que apresenta apenas um eletron, é o elemento
mais eletronegativo e, por isso, apresenta um nox igual a -1. Um metal alcalinoterroso sempre forma o
cátion +2 (M+2) pelo fato de ser um metal e ter dois elétrons na camada de valência. Para montar a
fórmula, o metal sempre é escrito antes do outro elemento e as cargas devem ser cruzadas, ou seja, a
carga do H será a quantidade do metal e a carga do metal será a quantidade do H. Assim: MH2.
05. Resposta: D
Os itens incorretos são o II e III. O II está incorreto porque os hidretos iônicos apresentam uma elevada
reatividade. O item III está incorreto porque nos hidretos o Hidrogênio é o elemento mais eletronegativo,
e não o mais eletropositivo.
ESTEQUIOMETRIA
Assim, na massa molecular igual a 16, o carbono participa com 12 e o hidrogênio com 4.
Exemplo: Uma amostra apresenta 2,4g de carbono e 0,6g de hidrogênio (Dados: massas atômicas: C
= 12, H = 1). Para determinar a fórmula mínima do composto, devemos inicialmente calcular o número de
mol (n) de átomos de cada elemento.
Para determinarmos a fórmula molecular de qualquer composto é necessário sabermos primeiro a sua
massa molecular. Com esse dado podemos calcular a fórmula molecular de várias maneiras. Vejamos
algumas delas:
1. Por meio da fórmula mínima;
2. Por meio da fórmula percentual;
3. Relacionando a porcentagem em massa com a massa molecular.
Para que os valores encontrados sejam inteiros, deve-se multiplicá-los por um mesmo número que
permita obter a menor proporção de números inteiros. Nesse exemplo, o número adequado é 3. Assim:
Agora iremos relacionar as porcentagens em massa com as massas atômicas e a massa molecular:
A relação entre a fórmula mínima e a molecular pode ser feita da seguinte maneira:
Para a prática das atividades laboratoriais e industriais é necessário que seja realizado um cálculo
prévio das quantidades de reagentes que devemos usar para obter a quantidade desejada de produtos.
Entretanto, a previsão das quantidades só é possível através de cálculos das massas e dos volumes
das substâncias envolvidas nas reações químicas. Assim, muitas vezes é necessário determinar também
o número de átomos ou de moléculas das substâncias que reagem ou são produzidas. Para tal é preciso
conhecer a massa dos átomos.
Uma vez que os átomos ou moléculas são muito pequenos para serem “pesados” isoladamente, foi
estabelecido um padrão para comparar suas massas.
A massa atômica é a massa de um átomo medida em unidade de massa atômica, sendo simbolizada
por “u”. 1 u equivale a um doze avos (1/12) da massa de um átomo de carbono-12 (isótopo natural do
carbono mais abundante que possui seis prótons e seis nêutrons, ou seja, um total de número de massa
igual a 12). Sabe-se que 1 u é igual a 1,66054x10-24 g.
A massa atômica de um átomo é sua massa determinada em u, ou seja, é a massa comparada com
1/12 da massa do 12C.
As massas atômicas dos diferentes átomos podem ser determinadas experimentalmente com grande
precisão, usando um aparelho denominado espectrômetro de massa.
Para facilitar os cálculos não é necessário utilizar os valores exatos, assim faremos um
“arredondamento” para o número inteiro mais próximo:
Exemplos:
Massa atômica do 42He 4,0030u → 4u
Massa atômica do 199F 18,9984u → 19u
Massa atômica do 27
13A𝑙 26,9815u → 27u
MA do elemento Cl = 35,453
Como a massa atômica de um isótopo é aproximadamente igual ao seu número de massa, a massa
atômica de um elemento é aproximadamente igual à média ponderada dos números de massa de seus
isótopos constituintes. Assim, a massa atômica aproximada do cloro será:
MA do elemento Cl:
Sabendo que a massa atômica do elemento cloro é igual a 35,5u podemos afirmar que:
- Massa média do átomo de Cl = 35,5u
- Massa média do átomo de Cl = 35,5 x massa de 1/12 do átomo de 12C.
- Massa média do átomo de Cl = (35,5/ 12) x massa do átomo de 12C,
Observe que não existe átomo de Cl com massa igual a 35,5 u; esse é o valor médio da massa do
átomo de 12C.
A maioria dos elementos é formada por mistura de diferentes isótopos, em proporção constante. Essa
proporção varia de um elemento para outro, mas para um mesmo elemento é constante. Dessa maneira,
a massa atômica dos elementos é também constante.
Nos elementos formados por um único isótopo, a massa atômica do seu único isótopo será também a
massa atômica do elemento.
Exemplo: Elemento químico flúor
19
F⇒ MA=19u
A massa molecular de uma substância é a massa da molécula dessa substância expressa em unidades
de massa atômica (u).
Numericamente, a massa molecular é igual à soma das massas atômicas de todos os átomos
constituintes da molécula.
Exemplos:
- H2 ⇒ H = 1u, como são dois hidrogênios = 2u
- O = 16u
- H2O = 2u (H2) + 16u (O) = 18u
Exemplos:
- Um mol de átomos são 6,02x1023 átomos.
- Um mol de moléculas são 6,02x1023 moléculas.
- Um mol de elétrons são 6,02x1023 elétrons.
- Um mol de prótons são 6,02x1023 prótons.
- Um mol de íons são 6,02x1023 íons.
- Um mol de fórmulas são 6,02x1023 fórmulas.
- Um mol de oxigênio (O) significa um mol de átomos de O, isto é, 6,02x1023 átomos de C.
- Um mol de cloro (Cl2) significa um mol de moléculas de Cl2, isto é, 6,02x1023 moléculas de Cl2.
Número de Loschimdt19
Quando os átomos e as moléculas eram ainda completamente hipotéticos, Loschmidt usou a teoria
cinética para realizar a primeira estimativa razoável do tamanho molecular.
Josef Loschmidt foi um pioneiro da física e da química do século 19. Nasceu em 15 de março de 1821
em Pocerny (Putschirn), uma vila pequena onde hoje é a atual Áustria, filho de um fazendeiro pobre. Em
sua vida, Loschmidt foi afortunado em encontrar pessoas que reconheciam sua inteligência. O primeiro
foi Adalbert, um pároco theco que persuadiu seus pais a enviarem o jovem Josef à universidade no
monastério de Piarist em Schlackenwerth, em 1837 às classes avançadas da Universidade de Praga, e
seguido por dois anos de filosofia e matemática na Charles University, também em Praga.
Na universidade, Loschmidt encontrou-se com seu segundo mentor importante, o professor de filosofia
Franz Exner, que por estar com problemas de visão pediu a Loschmidt para ser o seu leitor particular.
Exner foi conhecido por suas reformas inovadoras nesta escola, que incluíram a promoção do ensino de
matemática e de ciências a assuntos importantes. Exner chegou a sugerir a Loschmidt, que passou a ser
um bom amigo pessoal, para tentar aplicar a matemática aos fenômenos psicológicos. Como seria
esperado, Loschmidt falha na tarefa. Mas neste processo transformou-se em um matemático muito capaz.
Mudando-se para Viena aos 20 anos, Loschmidt foi atraído pelas leituras de química e de física no instituto
politécnico e na universidade, conseguindo sobreviver dando aulas particulares.
19
http://bit.ly/2XUVSs4
A massa molar de um elemento é a massa de um mol de átomos, ou seja, 6,02x1023 átomos desse
elemento. A unidade mais usada para a massa molar é g.mol-1.
Numericamente, a massa molar de um elemento é igual à sua massa atômica.
Exemplos:
1) Massa atômica do Cl=35,453u.
Massa molar do Cl= 35,453 g.mol-1.
Interpretação: Um mol de átomos do elemento Cl (mistura dos isótopos 35Cl e 37Cl), ou seja, 6,02x1023
átomos do elemento Cl pesam 35,453 gramas.
Importante:
MM = massa molecular (unidades u)
M = Massa molar (g/mol)
Volume Molar
Conforme o próprio nome indica, o volume molar corresponde ao volume ocupado por um mol da
espécie química.
Exemplo:
Água no estado líquido (d=g/ml) a 25°C.
Massa molar=18g/mol.
1,0 mL---------1g
V=18mL
Cálculos Estequiométricos
O cálculo das quantidades das substâncias envolvidas numa reação química é chamado de cálculo
estequiométrico - palavra derivada do grego stoicheia = partes mais simples e metreim = medida. São
cálculos que envolvem proporções de átomos em uma sustância ou que relacionam-se com proporções
de coeficientes de uma equação química.
As bases para o estudo da estequiometria das reações químicas foram lançadas por cientistas que
conseguiram expressar matematicamente as regularidades que ocorrem nas reações químicas, através
das Leis das Combinações Químicas.
Essas leis foram divididas em dois grupos:
- Leis ponderais: relacionam as massas dos participantes de uma reação.
- Lei volumétrica: relaciona os volumes dos participantes de uma reação.
Lei Volumétrica
O físico e químico Gay-Lussac, teve suas contribuições na química, e uma delas é a lei da combinação
de volumes, que é também conhecida como lei volumétrica, que define o princípio de que nas mesmas
condições de temperatura e pressão, os volumes dos gases participantes de uma reação têm entre si
uma relação de números inteiros e pequenos.
Lei de Gay-Lussac:
Nas mesmas condições de pressão e temperatura, os volumes dos gases participantes de uma
reação química têm entre si uma relação de números inteiros e pequenos.
Conduta de Resolução
Conforme observado nos itens acima, na estequiometria, os cálculos serão estabelecidos em função
da lei de Proust e Gay-Lussac, neste caso para reações envolvendo gases e desde que estejam todos
nas mesmas condições de pressão e temperatura.
Assim, devemos tomar os coeficientes da reação devidamente balanceados, e, a partir deles,
estabelecer a proporção em mols dos elementos ou substâncias da reação.
Exemplo: reação de combustão do álcool etílico:
Importante:
- Uma equação química só estará corretamente escrita após o acerto dos coeficientes, sendo que,
após o acerto, ela apresenta significado quantitativo;
- Relacionar os coeficientes com mols. Teremos assim uma proporção inicial em mols;
Em Relação entre a Massa e o Volume: caso o sistema não se encontre nas CNTP, deve-se
calcular a quantidade em mols do gás e, a seguir, através da equação de estado, determinar o volume
correspondente.
A resolução de problemas que envolvem a estequiometria será facilitada se obedecer, inicialmente
à seguinte sequência:
1º) Escreva a equação envolvida;
2º) Acerte os coeficientes da equação (ou equações). Lembre-se: equação balanceada: coeficiente
= número de mols;
3º) Destaque, na equação química, a(s) substância(s) envolvida(s) nos dados e a(s) pergunta(s) do
problema;
4º) Abaixo das fórmulas, escreva a relação molar e transforme-a segundo os dados do exercício
(mol, gramas, número de átomos ou moléculas, volume molar).
Relação em Massa
Os dados do problema e as quantidades de incógnitas pedidas são expressos em termos de massa.
Exemplo:
Na reação N2(g) + 3H2(g) → 2NH3(g) qual a massa de NH3 obtida quando se reagem totalmente 3g de
H2?
Resolução:
b) Regra de três
3 . 2g de H2 –––––––– 2 . 17g de NH3
3g de H2 –––––––– x
x = 102/6 = 17g de NH3
Resolução:
a) Proporção em mol
1mol de N2 –––––––– 3mols de H2
b) Regra de três
22,4L de N2 –––––––– 3 . 2g de H2
x –––––––– 3 de H2
x = 22,4/2 = 11,2L
Apostila gerada especialmente para: kauany souza 095.822.709-85 113
Relação Massa - Nº Moléculas
Na reação gasosa N2 + H2 --------- NH3, qual o número de moléculas de NH3 obtido, quando se reagem
totalmente 18g de H2?
Acerte os coeficientes da equação: 1N2 +3H2 --------2NH3.
Veja os dados informados (18g de H2) e o que está sendo solicitado (número de moléculas de NH3) e
estabeleça uma regra de três.
Quando o enunciado do exercício fornecer quantidades de dois reagentes, precisamos verificar qual
deles estará em excesso, após terminada a reação. As quantidades de substâncias que participam da
reação química são sempre proporcionais aos coeficientes da equação. Se a quantidade de reagente
estiver fora da proporção indicada pelos coeficientes da equação, reagirá somente a parte que se
encontra de acordo com a proporção. A parte que estiver a mais não reage e é considerada excesso.
Por outro lado, o reagente que for totalmente consumido (o que não estiver em excesso) pode ser
denominado de reagente limitante porque ele determina o final da reação química no momento em que
for totalmente consumido.
Resolução:
A reação balanceada é dada por:
A massa em excesso é a diferença da massa que foi colocada para reagir e a que efetivamente reagiu:
320g - 288g = 32 g
O reagente que é totalmente consumido é chamado reagente limitante. Assim que ele é consumido,
não se forma mais produto, ou seja, a reação termina. Os demais reagentes são chamados reagentes
em excesso. Após o término da reação, sobra uma certa quantidade dos reagentes em excesso: é a
quantidade inicial menos a quantidade que reagiu.
Apostila gerada especialmente para: kauany souza 095.822.709-85 114
Para descobrir qual é o reagente limitante, imagine a reação hipotética a seguir: A + B → produtos,
onde A e B são os reagentes.
Se a questão fornece quantidades de A e B usadas na reação, como descobrir qual deles é totalmente
consumido?
- escolher um dos reagentes (A, por exemplo) e supor que ele é o limitante;
- calcular, usando regra de três, a quantidade de B necessária para consumir completamente o
reagente A;
- se essa quantidade encontrada de B for suficiente (menor do que a quantidade de B dada no
enunciado), então o reagente A é o limitante. Caso contrário, a suposição inicial estava errada e o outro
reagente (B) é o limitante.
Veja a resolução do exercício de revisão para ficar mais claro. Assim que for encontrado qual é o
reagente limitante, os cálculos estequiométricos devem ser feitos usando apenas a quantidade do
limitante, pois é ele que é totalmente consumido.
Além disso, problemas de reagente limitante são mais fáceis de se resolver com as quantidades em
mol, em vez de massa ou volume gasoso. Na dúvida, passe as quantidades para mol e trabalhe com elas.
Exemplos:
1) Zinco e enxofre reagem para formar sulfeto de zinco de acordo com a seguinte reação:
Pode ser feita uma regra de três para verificar qual regente está em excesso:
Então 1mol de Zn precisa de 1mol de S para reagir. Se temos 0,46mol de Zn, precisamos de 0,46mol
de S, mas temos 1,12mol de S. Concluímos que o S está em excesso e, portanto o Zn é o regente
limitante.
2) Quantos gramas de ZnS será formado a partir dos dados da equação acima?
x = 44,68g de ZnS
Cálculo de Rendimento
É comum, nas reações químicas, a quantidade de produto ser inferior ao valor esperado. Neste caso,
o rendimento não foi total. Isto pode acontecer por várias razões, como por exemplo, má qualidade dos
aparelhos ou dos reagentes, falta de preparo do operador, etc.
O cálculo de rendimento de uma reação química é feito a partir da quantidade obtida de produto e a
quantidade teórica (que deveria ser obtida).
Quando não houver referência ao rendimento de reação envolvida, supõe-se que ele tenha sido de
100%.
Exemplo:
Num processo de obtenção de ferro a partir do minério hematita (Fe2O3), considere a equação química
não balanceada:
x = 336g de Fe
Cálculo de Rendimento:
Com frequência as substâncias envolvidas no processo químico não são puras. Assim, podemos
esquematicamente dividir uma amostra em duas partes: a parte útil e as impurezas.
Diante disso, é importante calcularmos a massa referente à parte pura, supondo que as impurezas não
participam da reação. Grau de pureza (p) é o quociente entre a massa da substância pura e a massa total
da amostra (substância impura).
Exemplo:
Considerando a reação balanceada
Qual a massa de cloreto ferroso obtida quando 1100g de sulfeto ferroso, com 80% de pureza, reagem
com excesso de ácido clorídrico? (Fe = 56u; S = 32u; H = 1u; Cl = 35,5u).
A informação sobre o ácido clorídrico é desnecessária, pois não vamos utilizá-lo em nossos cálculos,
já que temos apenas a massa de sulfeto ferroso posta para reagir. Por outro lado, sabemos que o sulfeto
ferroso está com impurezas. Vamos então calcular qual a massa deste reagente puro.
Agora sim podemos utilizar as proporções molares para encontrar a massa de cloreto ferroso formada na
reação.
1 mol de FeS _______ 1 mol de FeCl2
88g de FeS ____________ 127g de FeCl2
880g de FeS _______________ y
y = 111760/88
y = 1270g de FeCl2
Mediante aos exemplos acima, foi possível observar que os procedimentos para resolver exercícios
de Cálculo Estequiométrico, devem seguir os seguintes passos:
A) Escrever a equação da reação química;
Questões
01. Nos garimpos, utiliza-se o mercúrio para separar o ouro das impurezas. Quando o mercúrio entra
em contato com a água dos rios, causa uma séria contaminação: é absorvido por micro-organismos, que
são ingeridos pelos peixes pequenos, os quais são devorados pelos peixes grandes usados na
alimentação humana. Uma das formas de medir o grau de intoxicação por mercúrio nos seres humanos
é a determinação da sua presença nos cabelos. A OMS (Organização Mundial da Saúde) estabeleceu
que o nível máximo permissível, sem risco para a saúde, é de 50 x l0–6 g de mercúrio, por grama de
cabelo. Nesse sentido, pode-se afirmar que essa quantidade de mercúrio corresponde a: (Massa atômica:
Hg = 200) (nº de Avogadro = 6,0 x l0–23)
(A) 1,5 x 1017 átomos de Hg
(B) 1,5 x 1023 átomos de Hg
(C) 2,5 x 106 átomos de Hg
(D) 150 bilhões de átomos de Hg
(E) 200 milhões de átomos de Hg
02. (UF/MG) A nitroglicerina é uma substância explosiva, sendo a reação química que representa sua
explosão dada a seguir.
Dados:
• Volume molar: 22,4 L/mol
• Massa molar: C3H5(NO3)3 = 227 g/mol; N2 = 28 g/mol
03. (UFF/RJ) Alguns óxidos de nitrogênio, dentre os quais N2O, NO, NO2, N2O3 e N2O5, podem ser
detectados na emissão de gases produzidos por veículos e, também, por alguns processos para
fabricação de fertilizantes. Tais óxidos contribuem para tornar o ar muito mais poluído nos grandes
centros, tornando-o nocivo à saúde. Dentre os óxidos citados, o que apresenta maior percentual de N é:
(A) NO
(B) NO2
(C) N2O
(D) N2O3
(E) N2O5
Gabarito
Comentários
01. Resposta: A
200 g------------------6,0 x1023-átomos de Hg
50.10-6 g----------------x
X=1,5 x 1017 átomos de Hg
02. Resposta: D
C3H5(NO3)3(L) → 3\2 N2(g) + 3CO2(g) + 5\2 H2O(g) + 1\4 O2(g)
1mol ----------------------------------------------------------- 1/4 mol
2mol ------------------------------------------------------------x
03. Resposta: C
Massas molares NO=30g
NO2=46g
N2O=44g
N2O3=76g
N2O5=108g
Porcentagem de N
NO
30g-------100%
14g--------x
x=46.6%
NO2
46g--------100%
14g----------x
x=30.4%
N2O
44g---------100%
28g-----------x
x=63.6%
N2O3
76g---------100%
28g-----------x
x=36.8%
N2O5
108g-------100%
28g-----------x
x=25.9%
Logo o óxido que possui mais N é o N2O
SOLUÇÕES
É uma mistura homogênea constituída por duas ou mais substâncias numa só fase. As soluções são
formadas por um solvente (geralmente o componente em maior quantidade) e um ou mais solutos
(geralmente componente em menor quantidade).
Suas propriedades físicas e químicas podem não estar relacionadas com aquelas das substâncias
originais, diferentemente das propriedades de misturas heterogêneas que são combinações das
propriedades das substâncias individuais. As soluções incluem diversas combinações em que um sólido,
um líquido ou um gás atua como dissolvente (solvente) ou soluto.
Solvente: substância presente em maior quantidade em uma solução, por meio da qual as partículas
do(s) soluto(s) são preferencialmente dispersas. É muito comum a utilização da água como solvente,
originando soluções aquosas.
Soluto: substância(s) presente(s) em menor quantidade em uma solução. Por exemplo, ao se preparar
uma xícara de café solúvel, temos como soluto o café e o açúcar e como solvente a água quente.
Exemplos:
- Ao misturarmos 1g de cloreto de sódio (NaCl) em 1 litro de H2O, teremos uma solução, na qual o
NaCl é o soluto e a água é o solvente.
- O álcool comercial comprado em supermercados trata-se de uma mistura homogênea entre álcool e
água, geralmente constituída de 92% de álcool e 8% de água. Nesse caso, o álcool é o solvente e a água
é o soluto.
As soluções podem ser formadas por qualquer combinação envolvendo os três estados físicos da
matéria: sólido, líquido e gasoso.
Exemplos de soluções no nosso dia a dia:
- álcool hidratado
- acetona
- água minera
- soro fisiológico
Coeficiente de Solubilidade
Ao adicionar sal a um copo com água, dependendo da quantidade colocada neste copo, o sal se
dissolverá ou não. O mesmo acontece quando colocamos muito açúcar no café preto. Nem todo o açúcar
se dissolverá no café. A quantidade que não se dissolver ficará depositada no fundo.
O Coeficiente de Solubilidade é a quantidade necessária de uma substância para saturar uma
quantidade padrão de solvente, em determinada temperatura e pressão. Assim, a solubilidade é definida
como a concentração de uma substância em solução, que está em equilíbrio com o soluto puro a uma
dada temperatura.
Exemplos:
AgNO3 – 330g/100mL de H2O a 25°C
NaCl – 357g/L de H2O a 0°C
AgCl – 0,00035g/100mL de H2O a 25°C
Veja que o AgCl é muito insolúvel. Quando o coeficiente de solubilidade é quase nulo, a substância é
insolúvel naquele solvente.
Quando dois líquidos não se misturam chamamos de líquidos imiscíveis (água e óleo, por exemplo).
Quando dois líquidos se misturam em qualquer proporção, ou seja, o coeficiente de solubilidade é infinito,
os líquidos são miscíveis (água e álcool, por exemplo).
Uma solução pode ser classificada a partir de várias de suas propriedades, sendo estas:
- Soluções Gasosas: são aquelas constituídas apenas por gases, sendo que toda mistura entre gases
apresenta uma única fase, sendo, portanto, uma solução. Por exemplo, o ar atmosférico é uma mistura
constituída por 78% de gás nitrogênio (N2), 21% gás oxigênio e 1% de outros gases.
- Soluções Moleculares: são aquelas formadas por moléculas dissolvidas. São também chamadas
de não eletrolíticas, pois não conduzem corrente elétrica. Por exemplo, ao repetirmos o procedimento
anterior, mas desta vez utilizando o açúcar (C12H22O11) ao invés do sal, perceberemos (de acordo com a
equação abaixo) que não há separação do soluto, portanto, trata-se de uma solução constituída por
moléculas dissolvidas, molecular.
- Solução Diluída: Pouco soluto dissolvido em relação ao solvente. Exemplo: Suco de uva
- Solução Insaturada: é aquela que tem uma concentração de soluto menor do que a de uma solução
saturada, podendo ainda dissolver soluto adicional até se tornar uma solução saturada. Exemplo: uma
solução formada por 1g de NaCl para 100g de água.
- Solução Saturada: é aquela que, ao se ir adicionando um soluto sólido a um solvente, atinge o ponto
de equilíbrio quando não há mais condições de dissolução desse soluto. Exemplo: uma solução
constituída por 37g de NaCl em 100g H2O.
20
PERUZZO, Francisco Miragaia (Tito); CANTO, Eduardo Leite; Química na Abordagem do Cotidiano, Ed. Moderna, vol.1, São Paulo/SP- 1998.
MAHAN, Bruce M.; MYERS, Rollie J.; Química: um curso universitário, Ed. Edgard Blucher LTDA, São Paulo/SP – 2002.
Normalmente, os gases são pouco solúveis nos líquidos. Dois fatores alteram consideravelmente a
solubilidade:
- Temperatura: todo aumento de temperatura diminui a solubilidade do gás no líquido. Por exemplo,
para eliminar gases dissolvidos na água, é feito o aquecimento por um certo período de tempo. Sendo
assim, a diminuição da temperatura facilita a solubilidade de um gás num líquido.
- Pressão: quando não ocorre reação do gás com o líquido, a influência da pressão é estabelecida
pela lei de Henry: "Em temperatura constante, a solubilidade de um gás num líquido é diretamente
proporcional à pressão". Exemplo: os refrigerantes apresentam grande quantidade de CO2 dissolvido sob
pressão. Quando o refrigerante é aberto, a pressão diminui, fazendo com que o excesso de CO2 dissolvido
no refrigerante escape.
Curvas de Solubilidade
São diagramas que mostram a variação dos coeficientes de solubilidade das substâncias em função
da temperatura. Analisando o gráfico, observamos que regiões abaixo da curva representam solução não
saturada, sobre a curva, região saturada e acima da curva, desde que as quantidades permaneçam
em solução, região supersaturada. O gráfico abaixo representa a solubilidade de várias substâncias em
função da temperatura.
Exemplo:
Interpretando o gráfico:
- na temperatura de 50°C, a quantidade máxima de KNO3 que se dissolve em 100g de água são 80g.
A solução em questão é saturada;
- para obtermos uma solução saturada KNO3 a 40°C, basta dissolver 60g de KNO3 em 100g de água;
- se resfriarmos uma solução saturada de 50°C para 40°C, teremos um corpo de fundo igual a 20g de
KNO3;
- 200g de água a 40°C dissolvem no máximo 120g de KNO3.
Dispersões
São sistemas em que o soluto sólido está espalhado uniformemente em toda a mistura. Uma dispersão
é formada por pelo menos um disperso (soluto) e um dispergente (solvente).
A classificação das dispersões é feita de acordo com o tamanho das partículas (dimensões) das
partículas dispersas (soluto). Observe o resumo abaixo:
Dispersões Coloidais
As dispersões são misturas em que as partículas dispersas têm um diâmetro compreendido entre 1
nanômetro e 1 micrometro, partículas estas que podem ser átomos, íons ou moléculas. Nesse sistema,
as partículas dispersas são significativamente menores do que aquelas que podem ser percebidas a olho
Tipos de Dispersões
- Sol: é uma dispersão coloidal na qual o dispersante é o líquido e o disperso é o sólido (um pouco de
amido de milho com água).
- Gel: é uma dispersão coloidal na qual o dispersante é o sólido e o disperso é o líquido (gelatina pronta
e geleia).
- Emulsão: é uma dispersão coloidal no qual o dispersante é o líquido e o disperso é o líquido (cremes
hidratantes a base de óleo e água – onde para facilitar a interação, são usados emulsificantes (que
funcionam como um "sabão" unindo água e óleo).
- Espuma líquida: é a dispersão coloidal na qual o dispersante é o líquido e o disperso é gasoso,
como por exemplo espuma de sabão e creme chantilly.
- Espuma sólida: é a dispersão coloidal na qual o dispersante é o sólido e o disperso é gasoso, como
a pedra-pomes (usadas nos salões de beleza).
- Aerossol sólido: é a dispersão coloidal na qual o dispersante é gasoso e o disperso é sólido
(fumaça).
- Aerossol líquido: é a dispersão coloidal na qual o dispersante é o gasoso e o disperso é o líquido
(neblina).
- Sol sólido: é a dispersão coloidal na qual o dispersante é sólido e o disperso é sólido (o rubi e a
safira).
Suspensões ou Agregados
É um caso de disperso onde as partículas apresentam diâmetro superior a 10nm. Neste caso as
partículas já podem ser vistas a olho nu ou em microscópio óptico. Exemplos:
- H2O mais areia é uma suspensão.
- Terra suspensa em água.
- Alguns antibióticos são exemplos de suspensões.
- O granito é um material heterogêneo, sendo visível a existência de partículas disseminadas na rocha.
Concentração de Soluções
É o termo que utilizamos para fazer a relação entre a quantidade de soluto e a quantidade de solvente
em uma solução. As concentrações podem ser:
- Concentração Comum
- Molaridade
- Título
- Fração Molar
- Normalidade
Concentração Comum (C): é a relação entre a massa do soluto em gramas e o volume da solução
em litros.
Onde:
C = concentração comum (g/L)
m1= massa do soluto(g)
V = volume da solução (L)
Exemplo: Qual a concentração comum em g/L de uma solução de 3L com 60g de NaCl?
Concentração comum é diferente de densidade, apesar da fórmula ser parecida. Veja a diferença:
A densidade é sempre da solução, então:
Onde,
- msolução = msoluto + msolvente
- V = volume da solução
Exemplo: Se uma solução apresenta d = 1,2g/mL, isso significa que em cada mililitro da solução existe
uma massa total de 1,2 g.
Importante: A relação massa da solução/volume da solução poderá ser expressa em: g/L; g/mL; g/cm³
e etc.
Onde:
M = molaridade (mol/L)
n1= número de mols do soluto (mol)
V = volume da solução (L)
O cálculo da molaridade é feito através da fórmula acima ou por regra de três. Outra fórmula que
utilizamos é para achar o número de mols de um soluto:
Onde:
n = número de mols (mol)
m1 = massa do soluto (g)
MM = massa molar (g/mol)
Onde:
M = molaridade (mol/L)
m1 = massa do soluto (g)
MM1= massa molar do soluto (g/mol)
V = volume da solução (L)
Título em porcentagem de uma solução é a relação entre as massas de soluto e da solução dada em
porcentagem:
Título em volume de uma solução é a relação entre o volume de soluto e da solução, pode ser dada
em porcentagem:
→ Título em volume.
V1 → volume do soluto.
V → volume total da solução ou seja volume do soluto mais volume do solvente V= V1+V2.
Fração Molar
É a relação entre o número de mols do soluto (ou do solvente) pelo número de mols da solução:
Exemplo: Adicionando-se 52,0g de sacarose, C12H22O11 a 48,0g de água para formar uma solução,
calcule para a fração molar da sacarose nesta solução:
C = d. = M. M1
M1 → massa molar do soluto.
Exemplo:
No rótulo de um frasco de HCl há a seguinte informação:
Título: percentual em massa = 36,5%
Densidade = 1,18g/mL
Exemplo: Determinar a normalidade da solução que contém 98g de H2SO4 dissolvidos em 1 litro da
solução.
Massa Molar do H2SO4 = 98g/mol
Equivalente-grama do H2SO4 = 49g/eq. g
Diluição
Consiste em adicionar mais solvente puro a uma determinada solução. A massa de uma solução após
ser diluída permanece a mesma, não é alterada, porém a sua concentração e o volume se alteram.
Enquanto o volume aumenta, a concentração diminui. Quando adiciona-se água numa solução. Usamos
a seguinte fórmula:
M1.V1 = M2.V2
Dica: no lado esquerdo da fórmula, colocamos os dados da solução inicial, mais concentrada e no lado
direito colocamos a solução que foi adicionada água, a mais diluída.
Exemplo: A concentração inicial possui concentração maior (196g/L) do que a solução de que o
químico precisa (98g/L). Dessa forma, ele precisa pegar um determinado volume da solução inicial e diluir
até atingir a concentração desejada. Mas que volume seria esse?
Para descobrir basta usar a expressão:
Ci . Vi = Cf . Vf.
Vi = 196 g
196 g/L
Vi = 1 L
Portanto, é preciso pegar 1L da solução inicial e diluí-lo até completar dois litros, obtendo-se, dessa
forma, uma solução a 98g/L.
Se forma 0,12mol de ácido e também de base e a proporção estequiométrica é 1:1, então a molaridade
final de ácido e de base é zero porque reagiu todo o soluto.
Questões
01. Uma solução foi preparada dissolvendo-se 4,0g de cloreto de sódio (NaCl) em 2,0 litros de água.
Considerando que o volume da solução permaneceu 2,0L, qual é a concentração da solução final?
(A) 2g/L
(B) 4g/L
(C) 6 g/L
(D) 8 g/L
(E) 10 g/L
02. (UFMS) Um único cristal de um sólido é adicionado a um béquer contendo uma solução daquele
mesmo sólido. Considerando as situações abaixo, é correto afirmar que:
Massa molar (g/mol): CaSO4 = 136; solubilidade do CaSO4 = 5.10–3 mol/L de água
Gabarito
Comentários
01. Resposta A.
C = m1 →C = 4,0 g →C = 2,0 g/L
V 2,0 L
02. Resposta
01 + 04 + 08 = 13
03. Resposta A.
Inicialmente calcula-se a massa de CaSO4 dissolvida em 1 L = 1000 mL de água:
136 g ------------- 1 mol
m ------------------ 5.10-3 mol
m = 0,68 g de CaSO4 em 1000 mL de água
Como foram adicionados 1,360 g de CaSO4 e só dissolveram-se 0,136 g desse sal, então o sólido não
dissolvido é:
M = 1,360 - 0,136
M = 1,224 g de CaSO4
3.3.1.9 Termoquímica
TERMOQUÍMICA
A termoquímica é uma parte da termodinâmica que estuda as trocas de calor desenvolvidas durante
uma reação química entre o sistema e o meio ambiente, além do possível aproveitamento desse calor na
realização de trabalho.
Vamos agora definir alguns conceitos importantes na termoquímica:
Calor: é a energia que se transfere entre dois corpos com diferentes temperaturas.
Temperatura: é uma grandeza do calor. você não tira a temperatura corporal, você verifica. Se tirar a
temperatura do seu corpo, morre.
Calor de reação: representa à variação de entalpia (calor absorvido) observada em uma reação, e
sua classificação depende do tipo de reação decorrente. Esse calor de reação recebe, conforme a reação,
as seguintes denominações: calor de formação, calor de combustão, calor de neutralização etc.
Interpretação: para formar um mol de água líquida, a partir de substâncias simples, H2(g) e O2(g), no
estado padrão (25 °C, e 1 atm, estado físico e alotrópico mais estável) há a liberação de 68,4 kcal. Os
valores das entalpias de formação são muito importantes, pois representam a própria entalpia de 1 mol
da substância que está sendo formada, já que, nas reações de formação, Hi é sempre zero.
Calor de Combustão: A reação entre uma substância e o oxigênio chama-se reação de combustão.
A energia liberada na combustão completa de 1 mol de uma substância no estado padrão é chamada de
entalpia de combustão. É a variação de entalpia (ΔH) na combustão de 1 mol de uma substância a 25°C
e 1 atm.
Exemplo:
Entalpia (ΔH)
Entalpia é o conteúdo de calor de um sistema, à pressão constante. Não é possível fazer a medida
absoluta da entalpia de um sistema, mas podemos medir (com calorímetros), a variação de entalpia, ΔH,
que ocorre numa reação. Esta variação é entendida como a diferença entre a entalpia final (dos produtos
da reação) e a entalpia inicial (dos reagentes da reação), conforme observado abaixo:
H1 → H2
∆H = H2 – H1
Ou
∆H = HP – HR
Tipos de Entalpia
a) Entalpia de Formação
É a quantidade de energia absorvida ou liberada quando um mol de substâncias simples reage e o
produto final é uma única substância composta.
Exemplo:
H2 + 1/2 O2 → H2O
c) Entalpia de neutralização
É a quantidade de energia liberada ou absorvida quando um mol de hidrônio (H+) reage com um mol
de hidróxido (OH-), estando ambos presentes em soluções diluídas. De uma forma geral, teremos uma
entalpia de neutralização sempre que uma solução ácida for misturada com uma solução básica.
Exemplo:
d) Entalpia de decomposição
É a quantidade de energia absorvida ou liberada quando um mol de uma substância composta
decompõe-se e o produto final são várias substâncias simples.
Tipos de Reações
Vamos estudar as trocas de energia, na forma de calor, envolvidas nas reações químicas e nas
mudanças de estado físico das substâncias. Esse estudo é denominado termoquímica. São dois os
processos em que há troca de energia na forma de calor: o reações exotérmicas e o endotérmicas.
Reações Exotérmicas
É aquele que ocorre com liberação de calor ambiente e sua entalpia diminui. Essas reações possuem
um balanço negativo de energia quando se compara a entalpia total dos reagentes com a dos produtos.
Assim, a variação na entalpia final é negativa (produtos menos energéticos do que os reagentes) e indica
que houve mais liberação de energia, na forma de calor, para o meio externo que absorção – também
sob forma de calor.
Diagrama de Entalpia
No diagrama de entalpia, relacionamos num eixo vertical os valores de Hp e Hr e podemos, portanto,
calcular o valor de ΔH.
Diagrama de Entalpia
Equações Termoquímicas
As equações termoquímicas servem para representar as reações ou processos que envolvem trocas
de calor, cujo valor é mostrado na variação da entalpia simbolizada pelo ΔH. Nessas equações aparecem
os mesmos símbolos (como as fórmulas e os estados físicos das substâncias) e números (como índices
e coeficientes) que aparecem em uma equação química normal.
Interpretação: 1 mol de carbono grafite (gr) reage com 2 mols de enxofre rômbico ocorrendo a absorção
de 18 kcal para formar 1 mol de dissulfeto de carbono líquido.
Lei de Hess
Germain Herman Hess, ao estudar os calores de reação, constatou que: "A variação de entalpia (ΔH)
de uma reação química depende apenas dos estados final e inicial, não importando o caminho da reação".
Esta importante lei experimental foi chamada de lei dos estados final ou inicial, lei de adição de calores
ou Lei de Hess.
Seja uma reação genérica A → B da qual se quer determinar o ΔH. Esta reação pode ser realizada
por diversos caminhos, onde, para cada um deles, os estados inicial e final são os mesmos.
Diante disso, não importa o número de etapas que o processo apresenta, o ΔH da reação total será a
soma dos ΔH das diversas etapas, e em consequência a equação termoquímica pode ser tratada como
uma equação matemática. Assim, quando usamos a Lei de Hess no cálculo do ΔH de uma reação,
devemos arrumar as equações fornecidas de modo que a soma delas seja a equação cujo ΔH estamos
procurando. Para isso, usamos os seguintes procedimentos:
- Somando várias equações, somamos também os respectivos ΔH;
- Invertendo a equação, invertemos também o sinal do ΔH;
- Multiplicando uma equação por um número qualquer (diferente de zero), multiplicamos também o ΔH,
pelo mesmo número.
Através da lei de Hess, as equações termoquímicas podem ser somadas como se fossem equações
matemáticas ou algébricas.
Entropia
Entropia é uma grandeza termodinâmica relacionada com o grau de desordem dos sistemas (aumenta
com a temperatura).
Uma reação espontânea é a que tende a ser a mais exotérmica (entalpia mínima ou menor valor de
∆H) e, ao mesmo tempo, a que tende a uma maior distribuição de matéria e energia (entropia máxima ou
maior valor de ∆S). Energia Livre de Gibbs: A energia livre liberada numa reação é a energia máxima que
Equação de Gibbs
Uma vez que ∆H e ∆S variam muito pouco com a temperatura, temos que:
Questões
Exclusivamente sob o ponto de vista energético, das reações acima, a que você escolheria como fonte
de energia é:
(A)I
(B)II
(C) III
(D) IV
(E) V
02. (U. Católica/DF) Numa sauna a vapor, o calor envolvido na condensação do vapor d’água é, em
parte, responsável pelo aquecimento da superfície da pele das pessoas que estão em seu interior, de
acordo com o diagrama abaixo:
Gabarito
01. C / 02. A
Comentários
01. Resposta: C
Todas as reações são exotérmicas, liberando calor, pois os valores de ∆H são todos negativos. Mas o
que libera mais energia é a reação III.
02. Resposta: A
Como podemos ver pelas informações no gráfico, a diferença de -241,8 kJ para -285,8 kJ é de 44 kJ.
Pelo sinal negativo sabemos que é uma liberação de calor.
EQUILÍBRIO QUÍMICO21
Algumas reações ocorrem somente enquanto existe reagente reagentes. Digamos que você acenda
um palito de fósforo, ele começa a reagir com o ar proporcionando a queima total do mesmo. Sabemos
também que essa reação irá cessar depois que todo o regente for consumido (o palito). Outro ponto é
que não conseguimos regenerar o fósforo queimado. Portanto, esse tipo de reação é chamada de
irreversível. Consideremos uma reação representada pela equação geral:
21
Usberco, J.; Salvador, E. Química. Editora Saraiva. 2002.
O Equilíbrio Químico é uma reação reversível que atingiu o ponto em que as reações direta e inversa
ocorrem com a mesma velocidade.
Um exemplo de processo reversível é o que ocorre com a água líquida contida num frasco fechado.
Nesse sistema, temos moléculas de água passando continuamente do estado líquido para o de vapor e
do de vapor para o líquido.
O fato de as duas velocidades serem iguais na situação de equilíbrio gera uma consequência que é a
constância nas quantidades dos participantes, embora não sejam obrigatoriamente iguais.
Nas reações reversíveis, a velocidade inicial (t = 0) da reação direta é máxima, pois a concentração
em mol/L do reagente também é máxima. Com o decorrer do tempo, a velocidade da reação direta diminui
ao passo que a velocidade da inversa aumenta. Ao atingir o equilíbrio, essas velocidades se igualam.
Tipos de Equilíbrio
Equilíbrio Homogêneo
É aqueles em que todos os participantes da reação (reagentes e produtos) encontram-se em um
mesmo estado físico e, dessa forma, o sistema fica com uma única fase.
Exemplo:
Ou
Ou
No equilíbrio: v1 = v2
K1 · [A]a · [B]b = K2 · [C]c · [D]d
A constante de equilíbrio Kc é, portanto, a razão das concentrações dos produtos da reação e das
concentrações dos reagentes da reação, todas elevadas a expoentes que correspondem aos coeficientes
da reação.
Importante:
a) A constante de equilíbrio Kc varia com a temperatura
b) Quanto maior o valor de Kc , maior o rendimento da reação, uma vez que no numerador temos os
produtos e no denominador os reagentes. Portanto, comparando valores de Kc em duas temperaturas
diferentes, podemos saber em qual destas a reação direta apresenta maior rendimento;
c) O valor numérico de Kc depende de como é escrita a equação química. Diante disso, devemos
escrever sempre a equação química junto com o valor de Kc.
Resumindo:
Princípio de Le Chatelier: “Quando se aplica uma força em um sistema em equilíbrio, ele tende a
se reajustar no sentido de diminuir os efeitos dessa força”.
Os fatores que podem modificar a condição de equilíbrio de um sistema são: concentração, pressão,
temperatura.
O Princípio de Le Chatelier é fácil de ser entendido quando se considera que a constante de equilíbrio
depende somente da temperatura.
Agora vamos analisar cada um dos fatores que podem afetar o equilíbrio.
Concentração
Considere o seguinte equilíbrio:
Pressão
Ao aumentar a pressão sobre um equilíbrio gasoso, à temperatura constante, ele se desloca no sentido
da reação capaz de diminuir esse aumento da pressão e vice-versa. Para averiguar os efeitos da variação
de pressão em um equilíbrio, vamos avaliar o equilíbrio seguinte, a uma temperatura constante:
Temperatura
A temperatura, além de provocar deslocamento do equilíbrio, é o único fator responsável por alterações
na constante de equilíbrio (Kc). Num sistema em equilíbrio, sempre temos duas reações: a endotérmica,
que absorve calor, e a exotérmica, que libera calor. Quando aumentamos a temperatura, favorecemos a
reação que absorve calor. Por outro lado, quando há diminuição da temperatura, favorecemos a reação
que libera calor.
Exemplo:
Kc diminui
Lei de Van’t Hoof: “A cada aumento de 10°C na temperatura de uma reação química, a velocidade
da reação duplica ou até mesmo triplica.”
Observação: Van’t Hoof não considerou que cada reação tem um ótimo de temperatura para ocorrer
(temperatura ideal) e após atingido esse ótimo, o aumento da temperatura pode não mais influenciar a
velocidade da reação ou até mesmo prejudicá-la. Exemplo: Reações Enzimáticas.
Concentração do Equilíbrio
Para equilíbrio em sistema heterogêneo, a adição de sólido (C(s)) não altera o estado de equilíbrio, pois
a concentração do sólido é constante e não depende da quantidade.
Observações:
- Aumento na pressão parcial de H2 ou I2, o equilíbrio desloca-se para a direita.
- Diminuindo a pressão parcial de H2 ou I2, o equilíbrio desloca-se para a esquerda.
Importante:
1. Substância sólida não desloca um equilíbrio químico, pois a concentração de um sólido em termos
de velocidade é considerada constante, porque a reação se dá na superfície do sólido.
2. Alterando-se a concentração de uma substância presente no equilíbrio, o equilíbrio se desloca,
porém, sua constante de equilíbrio permanece inalterada (a constante permanece sem ter seu valor
modificado porque a temperatura não variou).
Grau de Equilíbrio
Grau de equilíbrio (α) representa a relação entre o número de mols consumidos de um reagente e o
número de mols inicial desse reagente.
n° de mols consumidos de um reagente
𝐠𝐫𝐚𝐮 𝐝𝐞 𝐞𝐪𝐮𝐢𝐥í𝐛𝐫𝐢𝐨 =
n° de mols inicial desse reagente
O grau de dissociação é um número puro, sem unidade, e sempre menor que 1 (α<1). É comumente
expresso em %.
É importante que não haja confusão entre grau de equilíbrio e constante de equilíbrio. O grau de
equilíbrio varia com a temperatura e com as concentrações das substâncias participantes. No caso de
um equilíbrio do qual participam gases, o grau de equilíbrio varia também com a pressão.
As concentrações de íons H+ e OH– presentes no equilíbrio variam com a temperatura, mas serão
sempre iguais entre si:
Água pura ⇒ [H+] = [OH–]
A 25 ºC, as concentrações em mol/L de H+ e OH– na água pura são iguais entre si e apresentam o
valor 10–7 mol L–1.
Escala de pH
O termo pH (potencial hidrogeniônico) foi introduzido, em 1909, pelo bioquímico dinamarquês Soren
Peter Lauritz Sorensen (1868-1939), com o objetivo de facilitar seus trabalhos no controle de qualidade
de cervejas. O cálculo do pH pode ser feito por meio das expressões:
1
pH = colog [H+] ou pH = – log [H+] ou pH = log
H+
Exemplos:
A escala de pH normalmente apresenta valores que variam de zero a 14. O esquema a seguir mostra
uma relação ente os valores de pH e as concentrações de H+ e OH–em água, a 25 ºC.
nsoluto M mol
Concentração em mol/L = = = M mol/L
Vssolução 1L
nesoluto
Normalidade: N = = K. M
Vsolução
Exemplo: Vamos calcular a constante de ionização do ácido cianídrico, tendo conhecimento de que o
pH de uma solução 0,04M de HCN é 5. Nesse caso, temos: pH = 5 ⇒ [H+] = 1 . 10-5 mol/L
Analisemos atentamente o equilíbrio:
-Quando adicionado a uma base (BOH), um sal com o mesmo cátion (B+) produz:
Diminuição do grau de ionização de BOH ou enfraquecimento de BOH;
Diminuição da [OH-], portanto diminuição do pH da solução. O íon comum não altera a constante de
ionização da base.
Para simplificar a análise dos fenômenos da hidrólise salina, os sais são divididos em 4 tipos, a saber:
1) Sal de ácido forte e base fraca;
2) Sal de ácido fraco e base forte;
3) Sal de ácido fraco e base fraca;
4) Sal de ácido forte e base forte.
Podemos então observar que quem sofre a hidrólise não é o sal, mas sim o íon NH 4+ (da base fraca),
liberando íons H+, que conferem à solução caráter ácido com pH menor que 7.
Observamos, então, que quem sofre a hidrólise, neste caso, é o íon CN– (do ácido fraco), liberando
íons OH– que conferem à solução caráter básico com pH maior que 7.
Como tanto o ácido quanto a base são fracos, ocorre realmente a hidrólise do sal e não apenas de um
dos íons (como nos dois casos anteriores). Podemos concluir que quem sofre hidrólise são os íons
correspondentes ao ácido e/ou base fracos. Neste caso, o meio pode ficar ácido, básico ou neutro.
- O meio será ligeiramente ácido se a ionização do ácido for maior que a da base (Ka > Kb);
- O meio será ligeiramente básico se a ionização do ácido for menor que a da base (Ka < Kb).
- O meio será neutro se a ionização do ácido apresentar mesma intensidade que a da base (Ka Kb).
Sendo o NaOH uma base forte, os íons Na+ não captam os íons OH– da água. Do mesmo modo, sendo
o HBr um ácido forte, os íons Br– não captam os íons H+ da água. Portanto, neste caso, não há hidrólise.
A solução terá caráter neutro, com pH igual a 7. Concluímos que, na solução salina, predomina sempre
o caráter do mais forte. Quando o sal é formado por ácido/base de mesma força (2 fortes), a solução final
é neutra.
A variação de αh é:
0 < αh < 1 ou 0% < αh < 100%
Constante de Hidrólise (Kh) - Para os equilíbrios químicos das reações de hidrólise, define-se uma
constante de equilíbrio chamada constante de hidrólise (Kh). Dado o equilíbrio de hidrólise:
Observação: A água não entra na expressão porque é o solvente e sua concentração molar é
praticamente constante.
Assim:
Lembre-se: a água não entra na expressão e a Kh é obtida sempre a partir da equação iônica de
hidrólise.
Equilíbrios Heterogêneos
Como a concentração de um sólido tem valor constante, o produto Ki . [A2B3] da fórmula acima também
é constante e é chamado de produto de solubilidade.
Portanto, o produto de solubilidade (Kps ou PS) é o produto das concentrações molares dos íons
existentes em uma solução saturada, onde cada concentração é elevada a um expoente igual ao
respectivo coeficiente do íon na correspondente equação de dissociação.
Exemplos:
A expressão do Kps é utilizada somente para soluções saturadas de eletrólitos considerados insolúveis,
porque a concentração de íons em solução é pequena, resultando soluções diluídas. O Kps é uma
grandeza que só depende da temperatura. Quanto mais solúvel o eletrólito, maior a concentração de íons
em solução, maior o valor de Kps; quanto menos solúvel o eletrólito, menor a concentração de íons em
solução, menor o valor de Kps, desde que as substâncias comparadas apresentem a mesma proporção
entre os íons.
Exemplo:
Avaliando a solubilidade do Ag2CrO4, portanto, em 1 L de solução é possível dissolver até 10–4 mol de
Ag2CrO4.
KPS=[Ba2+].[SO42-]
10-10=(Y).(Y)
Y=1,0.10-5 mol/L
A solubilidade do BaSO4 portanto, em 1 L de solução: é possível dissolver até 10–5 mol de BaSO4. Com
isso concluímos que Ag2CrO4 é mais solúvel que o BaSO4.
Observação:
- Os valores do Kps permanecem constantes somente em soluções saturadas de eletrólitos pouco
solúveis.
- Se a dissociação iônica for endotérmica, e se aumentarmos a temperatura, este aumento acarretará
em um aumento de solubilidade, portanto, o valor do Kps aumentará. Se a dissolução for exotérmica
acontecerá o contrário do citado anteriormente. Podemos então concluir que a temperatura altera o valor
do Kps.
Solução Tampão
Observação: Note que o íon B+ é comum à base e ao sal. Ao juntarmos a esta solução uma base
forte, esta irá liberar íons OH-, que serão consumidos pelo equilíbrio:
Como consequência, este equilíbrio desloca-se para a esquerda, e com isso a basicidade da solução
não aumenta e o pH não sofre variação significativa. Perceba que não irá faltar o íon B + para que o
equilíbrio acima se desloque para a esquerda, uma vez que a dissociação do sal BA → B+ + A- fornece
uma boa reserva deste íon.
Se juntarmos à solução tampão um ácido qualquer, este irá se ionizar colocando íons H+ em solução.
Estes íons H+ serão consumidos pelos íons OH- resultantes da dissociação da base e, desta forma, a
acidez não aumenta e o pH praticamente não varia.
H+ + OH- → H2O
Perceba que não irão faltar íons OH- para reagir com o H+ do ácido, pois a base BOH é fraca, e o
estoque de fórmulas BOH que continuará se dissociando e fornecendo OH- é muito grande. Desta forma,
conseguimos compreender que a solução tampão só resistirá às variações de pH até que toda base BOH
Como o ácido é fraco, a sua concentração praticamente não varia durante a ionização, e a quantidade
de íon A- produzida é muito pequena. Por outro lado, o sal se dissocia totalmente, produzindo quase todo
íon A-, presente na solução. Portanto, a expressão da constante de equilíbrio ficará:
Hidrólise salina
Soluções ácidas ou básicas podem ser obtidas pela dissolução de sais em água. Nesses sistemas, os
sais estão dissociados em cátions e ânions, que podem interagir com a água por meio de um processo
denominado hidrólise salina, produzindo soluções com diferentes valores de pH.
A reação de hidrólise de um cátion genérico (C+) com a água pode ser representada pela equação a
seguir:
Note que ocorreu a formação de íons H+, o que caracteriza as soluções ácidas.
A reação de hidrólise de um ânion genérico (A–) com a água pode ser representada pela equação a
seguir:
Questões
01. (Innova - Técnico Químico Júnior – CESGRANRIO/2012) O ferro presente em 0,200 g de uma
amostra de hematita foi totalmente reduzido a Fe 2+ e, a seguir, titulado com exatamente 25,00 mL de
uma solução 0,014 mol/L de dicromato, em meio ácido, segundo a equação abaixo:
02. (Petrobras - Técnico de Operação Júnior – CESGRANRIO/2012) Um copo Becher contém 0,34
g de nitrato de prata dissolvido em água, e um outro copo Becher contém 0,34 g de iodeto de potássio
dissolvido em água. Ao se misturarem os conteúdos dos dois copos, ocorre a seguinte reação:
Comentários
01. Alternativa: D
Faz-se o cálculo por partes:
nº de mols de AgNO3
n1 = m1 / MM1
n1 = 0,34 / 170
n1 = 0,002 mols
nº de mols de KI
n2 = m2 / MM2
n2 = 0,34 / 166
n2 = 0,00204 mols
Veja que a proporção estequiométrica da reação é de 1:1. No entanto, tem-se disponível 0,002 mols
de AgNO3 e 0,00204 mols de KI, logo o KI está em excesso, e o reagente em menor quantidade, que
reage completamente é o AgNO3 (nitrato de prata).
03. Alternativa: D
No ponto de equivalência, temos a seguinte relação: m'v'=m''v'' em que m= concentração molar e v=
volume em litros dessa forma:
CINÉTICA QUÍMICA22
O conhecimento e o estudo da velocidade das reações, além de ser muito importante em termos
industriais, também está relacionado ao nosso dia-a-dia, por exemplo, quando guardamos alimentos na
geladeira para retardar sua decomposição ou usamos panela de pressão para aumentar a velocidade de
cozimento dos alimentos.
O estudo da velocidade das reações químicas e dos fatores que podem acelerá-la ou retardá-la
constitui a chamada cinética química. Este estudo é sem dúvida de grande importância na nossa vida
cotidiana, já que muitas reações químicas de interesse industrial podem ser aceleradas, gastando menos
tempo para ocorrerem e, portanto, tornando o processo mais econômico.
∆𝑆 [𝑆 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙]−[𝑆 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙]
𝑉𝑚=∆𝑆 = =
∆𝑡
∆𝑡 𝑡 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙−𝑡 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
Para calcular o Δ [reagentes], é necessário observar que ele apresenta um valor menor do que zero,
ou seja, um valor negativo, pois a concentração final é menor do que a inicial. Para não trabalhar com
valores negativos, usamos –Δ [reagentes] na expressão da velocidade média dos reagentes. Assim, a
velocidade média é expressa por:
𝑉 −∆[𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 ] 𝑜𝑢 = 𝑉 ∆[𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 ]
𝑚= 𝑚=
∆𝑡 ∆𝑡
Quando analisarmos os valores das velocidades médias de consumo do H2O2, notamos que eles não
são constantes e que o valor máximo é encontrado no início da reação. Diante disso, concluímos que a
velocidade média diminui de acordo com a diminuição da concentração.
Com base nos dados do gráfico e conhecendo a estequiometria da reação, em que a decomposição
de 2 mol de H2O2 produz 2 mol de H2O e 1 mol de O2, podemos construir um novo gráfico, que indique a
concentração em mol/L dos produtos.
22
Usberco, J.; Salvador, E. 2002. Química. Editora Saraiva.
Assim, concluímos que os valores das velocidades médias obedecem à proporção estequiométrica da
reação: 2: 2: 1.
Se dividirmos os valores das velocidades médias pelos respectivos coeficientes estequiométricos,
encontraremos um mesmo valor, que será considerado o valor da velocidade média da reação.
𝑉𝑚 𝐻2𝑂2 𝑉𝑚 𝐻2𝑂 𝑉𝑚 𝑂2
𝑉𝑚 𝑟𝑒𝑎çã𝑜 = = = = 0,015 mol.L-1 min -1
2 2 2
𝑉𝑚𝐴 𝑉𝑚 𝐵 𝑉𝑚 𝐶
𝑉𝑚 𝑟𝑒𝑎çã𝑜 = = =
𝑎 𝑏 𝑐
Para que uma reação química ocorra, devem ser satisfeitas determinadas condições. São elas:
Afinidade Química - É a tendência intrínseca de cada substância de entrar em reação com uma outra
substância. Por exemplo: ácidos têm afinidades por bases, não-metais têm afinidades por metais,
reagentes nucleófilos têm afinidade por reagentes eletrófilos.
Contato entre as Moléculas dos Reagentes: As reações químicas ocorrem como resultado de
choques entre as moléculas dos reagentes que se encontram em movimento desordenado e contínuo.
Exemplo: A2 + B2 → 2AB
AB + XY → AX + YB
Note que quando ocorre o choque eficaz, forma-se momentaneamente o complexo ativado, no qual as
ligações entre os átomos AB e XY estão se rompendo e as ligações que unirão os átomos nas moléculas
AX e YB estão se formando.
Observe no diagrama que se não for atingida a energia de ativação, não é possível formar o complexo
ativado, pois ela serve como uma barreira energética a ser ultrapassada para que a reação química
ocorra.
Superfície de contato
Quando um reagente está no estado sólido, a reação ocorrerá na sua superfície. Assim, quanto mais
fragmentado (disperso) for esse reagente, maior será o número de choques, e maior será a velocidade
da reação.
Essa relação demonstra que o número de colisões e, consequentemente, a velocidade da reação são
proporcionais ao produto das concentrações.
Temperatura
Todo aumento de temperatura provoca o aumento da energia cinética média das moléculas, fazendo
com que aumente o número de moléculas em condições de atingir o estado correspondente ao complexo
ativado, aumentando o número de colisões eficazes ou efetivas e, portanto, provocando aumento na
velocidade da reação. Podemos representar graficamente a relação entre o número de moléculas de um
sistema em função da cinética destas moléculas (curva de Maxwell-Boltzmann).
Pressão
A pressão só apresenta influência apreciável na velocidade de reações em que pelo menos um dos
reagentes é gasoso. O aumento da pressão causa diminuição de volume acarretando aumento no número
de choques, o que favorece a reação e, portanto, aumenta a sua velocidade.
Exemplo:
Zn(s) + 2 HCl(aq) → ZnCl2(aq) + H2(g)
Catalisador
Catalisador é a substância que aumenta a velocidade de uma reação, sem sofrer qualquer
transformação em sua estrutura. O aumento da velocidade é conhecido como catálise. O catalisador
acelera a velocidade, alterando o mecanismo da reação, o que provoca a formação de um complexo
ativado de energia mais baixa. São características dos catalisadores:
A) o catalisador não fornece energia à reação;
B) o catalisador participa da reação formando um complexo ativado de menor energia:
C) o catalisador não altera o ∆h da reação;
D) o catalisador pode participar das etapas da reação, mas não é consumido pela mesma.
Exemplos:
Catálise homogênea
Catálise heterogênea
Observação:
Existem casos de autocatálise, no qual o catalisador é um dos produtos da própria reação. Estas
reações iniciam lentamente e à medida que o catalisador vai se formando, a velocidade da reação vai
aumentando. Encontramos substâncias que atuam no catalisador, aumentando sua atividade catalítica:
são chamadas de ativadores de catalisador ou promotores. Outras diminuem ou mesmo destroem a ação
do catalisador: são chamadas venenos de catalisador.
Inibidor
O inibidor busca atuar de uma forma oposta às de atuação dos catalisadores. Portanto, entenda
catalisador e entenderá, por oposição, inibidor.
Cinética Enzimática23
A velocidade de uma reação enzimática é, em geral, obtida pela medida da quantidade de produto
formado por unidade de tempo.
Onde:
S = Substrato;
E= Enzima;
P = Produto.
23
https://bit.ly/2KAibaI
Questões
01. (PUC/RS) Relacione os fenômenos descritos na coluna I com os fatores que influenciam sua
velocidade mencionados na coluna II.
Coluna I
1 - Queimadas alastrando-se rapidamente quando está ventando;
2 - Conservação dos alimentos no refrigerador;
3 - Efervescência da água oxigenada na higiene de ferimentos;
4 - Lascas de madeiras queimando mais rapidamente que uma tora de madeira.
Coluna II
A - superfície de contato
B - catalisador
C - concentração
D - temperatura
02. Indique a alternativa que apresenta condições que tendem a aumentar a velocidade de uma
reação:
(A) Frio, maior superfície de contato, inibidor
(B) Alta concentração dos reagentes, ausência de catalisador, obscuridade
(C) Obscuridade e frio
(D) Calor, maior superfície de contato, catalisador
(E) Inibidor e menor superfície de contato
03. Num balão de vidro (1,00 L) a 25ºC hermeticamente fechado e pressão de 1 atm, foram adicionadas
quantidades equimolares de hidrogênio gasoso e de vapor de iodo. Para esse sistema, a equação da
velocidade (v) da reação elementar de formação do iodeto de hidrogênio deve ser escrita da seguinte
forma:
(A) (k1/k2) x [H2] x ([I2]/[HI]2) mol/L.s
(B) k1 [H2] x [I2] mol/L.s
(C) k [HI]2 / ([H2] [I2]) mol/L.s
(D) k1 [H2]2 x [I2]0 mol/L.s
(E) [HI]2 / ([H2] [I2]) mol/L.s
Gabarito
Comentários
01. Resposta: A
1 – O vento aumenta a concentração de oxigênio, que atua como comburente da queimada;
2 – A diminuição da temperatura diminui a velocidade das reações, pois diminui o movimento das
partículas reagentes e a probabilidade de choques efetivos que resultem em reação.
3 – A decomposição da água oxigenada é acelerada por uma enzima presente no sangue que atua
como catalisadora dessa reação.
02. Resposta: D
As reações podem ter suas velocidades aumentadas amentando-se a superfície de contato,
aumentando a temperatura, luz, reagentes mais concentrados e catalisador.
OBS: O termo “obscuridade” é desconhecido em cinética química.
03. Resolução: B
A equação citada é: H2 (g) + I2 (g) 2HI (g)
Assim, a velocidade de formação do HI é a reação direta. Só levamos em consideração quem são os
reagentes. No caso: H2 e I2.
V = k1 [H2]x[I2]
3.3.1.12 Eletroquímica
ELETROQUÍMICA
Pilhas são dispositivos nos quais uma reação espontânea de óxido-redução produz corrente
elétrica.
Eletrólise é o processo no qual uma corrente elétrica produz uma reação de óxido-redução.
Número de Oxidação
Número de oxidação é uma carga formal que pode ser tanto real quanto imaginária. Devemos entendê-
la como a carga que um átomo teria se tivesse participando de uma ligação iônica.
Exemplos:
1) NaCl:
[Na+] [Cl-]
Assim, encontramos:
Nox de Na+= +1
Nox de Cl-= -1
2) H2SO4
Assim encontramos:
Nox de H= +1 (cada átomo de hidrogênio)
Nox de S= +6
Nox de O= -2 (cada átomo de oxigênio).
Regras Práticas
Para saber qual é o NOX de um átomo dentro de uma molécula, devemos seguir 4 regras:
Exemplos:
1) NaCl:
O sódio tem Nox = +1
O cloro tem Nox = -1
2) Ca(OH)2
O cálcio tem Nox = +2.
O hidrogênio tem Nox = +1.
O oxigênio tem Nox = -2.
3) H2S
O hidrogênio tem Nox = +1.
O enxofre tem Nox = -2.
Exceções importantes
- Nos hidretos metálicos o “hidrogênio” possui Nox igual a -1.
- Nos peróxidos o “oxigênio” possui Nox igual a -1.
3ª regra: A soma algébrica dos Nox de todos os átomos em uma espécie química neutra é igual a
zero.
Exemplo:
1) NaOH
O Nox do sódio é +1.
O Nox do oxigênio é -2.
O Nox do hidrogênio é +1.
Calculando a soma algébrica, teremos:
(+1) + (-2) + (+1) = 0
Esta regra permite realizar o cálculo do Nox de um elemento químico que não possui Nox constante.
Exemplo:
CO2
O Nox do carbono é desconhecido (x).
O Nox de cada átomo de oxigênio é -2.
Assim,
x + 2 . (-2) = 0
x–4=0
x=+4
Portanto o Nox do átomo de carbono neste composto é igual a +4.
4ª regra: A soma algébrica dos Nox de todos os átomos em um íon é igual à carga do íon. Exemplo:
NH4+1
O átomo de nitrogênio não tem Nox constante (x).
Oxirredução24
Uma reação de oxirredução é aquela em que há transferência de elétrons (oxidação e redução); com
isso uma espécie química ganha elétrons e simultaneamente outra espécie química perde elétrons.
Oxidação: ocorre quando o número de oxidação de um átomo aumenta. E para que ocorra um
aumento no número de oxidação, o átomo precisa perder elétrons.
Redução: ocorre quando o número de oxidação diminui. Para que ocorra essa diminuição, o átomo
precisa receber elétrons.
Exemplo:
24
Química Nova Escola, Nº11 – Pilhas e Baterias. Maio, 2000.
Pilhas25
Pilha de Daniel
Pilhas ou célula voltaicas são dispositivos que transformam energia química em energia elétrica por
meio de um sistema apropriado e montado para aproveitar o fluxo de elétrons provenientes de uma reação
química de oxirredução. A pilha de Daniel é um exemplo deste sistema.
É formado por uma placa de zinco mergulhada em uma solução de sulfato de zinco, e uma placa de
cobre imersa em uma solução de sulfato de cobre. As duas placas (eletrodos) são conectadas por um fio
metálico, que permite a passagem de elétrons de um eletrodo ao outro. As duas soluções são interligadas
por uma ponte salina, um tubo de vidro recurvado que contém uma solução de um sal (sulfato de sódio,
neste caso) e possui pedaços umedecidos de algodão nas extremidades.
25
Sardella, A. Química – 5ª edição, Editora Ática. São Paulo, 2003.
Somando as semi-reações acima, obtemos a reação de oxirredução ocorrida entre a barra de zinco e
a solução de Cu2+.
Polos da pilha
- Polo positivo – o de menor potencial de oxidação – Cu.
- Polo negativo – o de maior potencial de oxidação – Zn.
Cátodo e Ânodo
- Cátodo – placa de menor potencial de oxidação – Cu. Onde ocorre redução.
- Ânodo – placa de maior potencial de oxidação – Zn. Onde ocorre oxidação.
Para realizar qualquer medida deve-se estabelecer um padrão. Para a medida do potencial dos
eletrodos foi determinado que o eletrodo padrão é o de hidrogênio, e a unidade de medida é o volt (V).
Ao eletrodo de hidrogênio foi atribuído o valor nulo, assim as medições são feitas com referência a este
eletrodo.
Ao instalar um voltímetro em uma pilha, pode-se medir apenas a diferença de potencial que existe
entre seus eletrodos. Entretanto, é impossível medir o potencial de cada eletrodo. Por outro lado, é
importante que cada eletrodo apresente um valor numérico correspondente ao seu potencial. Por isso,
escolhe-se um eletrodo de referência, em função do qual são medidos os potenciais dos demais eletrodos.
O eletrodo de referência
Um eletrodo de referência, ou eletrodo-padrão, apresenta as seguintes condições:
- 25°C
- 1 atm
- soluções com concentração um molar
Adotou-se, o eletrodo de gás hidrogênio com o eletrodo de referência. Nele, encontramos um fio de
platina que serve como suporte para o H2. A platina, nesse caso, é um eletrodo inerte, já que não participa
da reação.
De acordo com o sentido dos elétrons, fica claro que teremos as seguintes semi-reações:
- Eletrodo de hidrogênio: 2H+ + 2e- -→ H2 (redução)
- Eletrodo de zinco: Zn0 → Zn2+ + 2e- (oxidação)
Assim, concluídos que o eletrodo de hidrogênio possui maior capacidade de sofrer redução que o
eletrodo de zinco. Em outros termos, o eletrodo de hidrogênio apresenta maior potencial de redução do
que o de zinco.
A diferença de potencial da pilha (ΔE0) sempre será dada pela diferença entre o potencial maior e
menor.
ΔE= E0red (maior) - E0red (menor)
Assim, teremos:
Exemplo:
Para confirmar se uma reação de oxi-red ocorre ou não espontaneamente, é necessário observar os
potenciais de redução de cada semi-reação.
Zn2+ +2e- ↔ Zn0 E0red=-0,76V
Cu2+ 2e ↔Cu
- 2+ 0
E red=+0,34V
Exemplo:
Para que a reação se torne espontânea é necessário inverter a semi-reação da prata e multiplicá-la
por dois:
Ni0 → Ni2+ + 2e- (mantida)
2Ag+ + 2e- → 2Ag0 (reação invertida)
----------------------------------------------------------
Ni0 + 2Ag+ → Ni2+ + 2Ag0 (processo espontâneo)
Calculo do ΔE:
ΔE= E0maior - E0menor
ΔE= (+0,23) – (-0,80)= 1,03V
OBS.: Embora a semi-reação da prata tenha sido multiplicada por dois, o valor não se alterou.
Eletrólise
Esquema da Eletrólise
Os íons negativos são atraídos pelo polo positivo (+, ânodo), onde irão perder elétrons (oxidação). Os
elétrons cedidos ao polo (+) migram através do circuito externo até o polo (-, cátodo). Lá, estes serão
"ganhos" pelos íons positivos (redução).
IMPORTANTE: A eletrólise é basicamente o inverso da reação de uma pilha. Assim, para que ocorra
uma hidrólise, é necessário que o gerador forneça uma ddp superior à reação da pilha. Se isso não
ocorrer, não temos a ocorrência da eletrólise.
Eletrólise Ígnea27:
Esse tipo de eletrólise ocorre quando a passagem de corrente elétrica se dá em uma substância iônica
liquefeita, isto é, fundida. Daí a origem do nome “ígnea”, uma palavra que vem do latim, ígneus, que
significa inflamado, ardente.
Esse tipo de reação é muito utilizado na indústria, principalmente para a produção de metais. Veja o
exemplo de eletrólise do NaCl (cloreto de sódio – sal de cozinha), com produção do sódio metálico e do
gás cloro:
Semi-reação no cátodo: Na+ + e- → Na (2)
Semi-reação no ânodo: 2 Cl- → Cl2 + 2e-
Reação global: 2 Na+ + 2 Cl- → 2 Na + Cl2
Eletrólise Aquosa:
Na eletrólise aquosa faz parte os íons da substância dissolvida (soluto) e da água. Na eletrólise do
cloreto de sódio em meio aquoso são produzidos a soda cáustica (NaOH), o gás hidrogênio (H2) e o gás
cloro (Cl2). Note como se dá:
Dissociação do NaCl: 2NaCl- → 2Na+ + 2Cl-
Auto ionização da água: 2H2O → 2 H+ + 2OH-
Semi-reação no cátodo: 2H+ + 2e- → H2
Semi-reação no ânodo: 2Cl- → Cl2 + 2e-
Reação global: 2 NaCl- + 2H2O → 2 Na+ + 2OH- + H2 + Cl2
Observe que foram formados dois cátions (Na+ e H+) e dois ânions (Cl- e OH-). Porém, apenas um
cátion (H+) e um ânion (Cl-) sofreram as descargas do eletrodo, os outros íons foram apenas espectadores
nessa eletrólise.
27
Sardella, A. Química – 5ª edição, Editora Ática. São Paulo, 2003.
Estequiometria da Eletrólise
Quando realizamos a eletrólise da água, o volume que obtemos de H2 (g) no cátodo é o dobro do volume
que obtemos de O2 (g) no ânodo. Agora vamos aprender a calcular a quantidade de substância liberada
num eletrodo. Sendo:
i – intensidade de corrente.
Q – quantidade de carga elétrica.
t –tempo de passagem da corrente pelo eletrólito.
Temos: Q = i.t
m = k2.(M/k)
Cubas em série
Lembrando que 1F eletrolisa 1E, se o circuito ocorrer em série, concluímos que, como a carga que
circulará em cada eletrodo será a mesma, o número de equivalente formado também será o mesmo para
todos os eletrodos. Sabendo que a carga que passa nos eletrodos é a mesma:
Esta aplicação pode ser feita para as pilhas. O número de equivalentes que aparece no cátodo é igual
ao que desaparece no ânodo.
Equação de Nernst
A Equação de Nernst é a relação quantitativa que permite calcular a força eletromotriz de uma pilha,
para concentrações de íons diferentes de uma unidade. Também usado para cálculos em titulação de
oxidação-redução. A variação de energia livre, ΔG, de qualquer reação e variação de energia livre padrão,
ΔG°, estão relacionadas por meio da seguinte reação:
Onde Q é a expressão da lei de ação das massas da reação. Para uma reação de oxido-redução,
temos que:
ou
Sendo:
R = 8,315 J K-1 mol-1;
T = 298,2 K (25°C);
F = 96485 C mol-1
De forma alternativa, esta equação pode ser escrita em termos de logaritmo decimal:
Ou
Ou
Metal de sacrifício28
O Metal de Sacrifício (Ânodos de sacrifício) pode ser definido como qualquer metal utilizado em
estruturas submetidas a ambientes oxidantes (um agente ou substância responsável por causar
oxidação), com o objetivo de ser oxidado em seu lugar, isto é, sacrificado em seu lugar. Esse metal
deve obrigatoriamente possuir menor poder de redução do que o material utilizado na estrutura, para
que possa ser "sacrificado" e de desse modo protegê-la. Existem distintos metais que podem ser
utilizado com essa finalidade, e dois bons exemplos desses são o zinco e magnésio.
O ferro, metal utilizado em cascos de navio, quando colocado em contato com a água do mar, se
oxidaria com maior facilidade caso não houvesse um metal de sacrifício. Cascos de navio são protegidos
da corrosão mediante a colocação de placas de zinco, que se oxida mais facilmente que o ferro. A técnica
é denominada “proteção catódica”, pois o ferro é protegido justamente por se tornar o cátodo c zinco e
ferro. E o zinco é denominado “metal de sacrifício” ou “ânodo de sacrifício”, pois, atuando como o ânodo
da cela, oxida-se, preservando, assim, o ferro. A proteção é eficiente desde que o metal de sacrifício seja
reposto à medida que vai sendo consumido.
O metal utilizado em grande escala como ânodo de sacrifício é o zinco. Este além de ser relativamente
barato, apresenta potencial de redução menor que a maioria dos metais.
Questões
02. Qual é a quantidade de eletricidade obtida em uma pilha de Daniel pela oxidação de 0,2612g de
zinco? Qual a intensidade da corrente produzida, sabendo-se que a pilha funcionou durante 25 minutos
e 44 segundos? Dado= Zn=65,3u
(A) 2,4A
(B) 3A
(C) 0A
(D) 0,5A
(E) 1Ag
03. Numa pilha de flash antiga, o eletrólito está contido numa lata de zinco que funciona como um dos
eletrodos. Que massa de zinco é oxidada a Zn+2 durante a descarga desse tipo de pilha, por um período
de 30 minutos, envolvendo uma corrente de 5,36x10-1 A?
(A) 0,528g
(B) 0,82g
(C) 0,325g
(D) 0,9g
(E) 0,286g
28
PERUZZO, Francisco Miragaia (Tito); Canto, Eduardo leite do. Química na abordagem do cotidiano. São Paulo: Moderna, 2006
Gabarito
Comentários
01. Alternativa: B
02. Alternativa: D
03. Alternativa: C
04. Alternativa: E.
(A) No ânodo ocorre uma oxidação.
(B) A movimentação de elétrons ocorre nos eletrodos.
(C) A passagem de elétrons é do ânodo para o cátodo.
(D) A reação que ocorre é de oxirredução e não de neutralização (esta é um tipo de reação que ocorre
entre ácidos e bases).
(E) Correta.
05. Alternativa: E.
(A) O zinco metálico é o ânodo, ele perde elétrons: Zn(s) → Zn2+(aq) + 2e-.
(B) O íon cobre sofre redução, ele ganha elétrons: Cu2+(aq) + 2 e-→ Cu(s).
(C) O zinco metálico é o ânodo que é corroído, porque ele sofre oxidação e, com isso, a massa da
barra diminui.
(D) O cobre é o agente oxidante, pois ele causou a oxidação do zinco.
(E) Correta.
QUÍMICA ORGÂNICA
É a parte da Química que estuda os compostos que contém carbono. Porém nem toda substância que
contém carbono é parte da Química Orgânica. Há algumas exceções, porque apesar de conter carbono,
tem comportamento de uma substância inorgânica. São eles: C(grafite), C(diamante), CO, CO2, HCN,
H2CO3, Na2CO3.
Os compostos orgânicos são, na sua maioria, formados por C, H, O e N. Entretanto em 1828, Wohler
obteve o primeiro composto orgânico em laboratório. Este composto recebeu o nome de ureia, e a partir
deste, surgiram outras sínteses de compostos orgânicos realizados em laboratório.
Em 1858, KeKulé e Couper enunciaram a teoria estrutural da Química orgânica através de três
postulados:
1) O Carbono é tetravalente
2) As quatro valências são equivalentes
3) O carbono forma cadeias carbônicas
Os átomos de carbono agrupam-se entre si, formando estruturas de carbono, ou cadeias carbônicas.
Átomo de Carbono
O átomo de carbono possui massa atômica (A) igual a 12,01u e número atômico (Z) igual a 6.
Veja a sua configuração eletrônica:
A propriedade mais importante do elemento carbono é a capacidade de unir seus átomos, formando
cadeias carbônicas. Veja a seguir um exemplo de cadeia carbônica:
Tipos de Carbono
Os átomo de carbono que fazem parte de uma cadeia carbônica podem ser classificados devido ao
número de átomos de carbono ligados diretamente ao átomo de carbono que se deseja classificar.
Diante disso, podemos ter em uma cadeia os seguintes tipos de átomos de carbono:
-Carbono primário: Liga-se diretamente, no máximo, a outro átomo de carbono.
-Carbono secundário: Liga-se diretamente, diretamente a dois átomos de carbono.
-Carbono secundário: Liga-se diretamente, diretamente a três átomos de carbono.
-Carbono quaternário: Liga-se diretamente, diretamente a quatro átomos de carbono.
As cadeias carbônicas podem ser classificadas de três tipos de acordo com a disposição dos átomos
de carbono:
Exemplos:
3) Cadeia Mista
Possui pelo menos um ciclo (anel) e uma extremidade.
Exemplos:
Quanto à disposição dos átomos de carbono, as cabeias abertas podem ser classificadas como retas
ou normais e ramificadas.
A) Retas ou Normais
Esse tipo de cadeia ocorre quando só existem carbonos primários e secundários na cadeia. Estando
em uma única sequência, geram apenas duas extremidades ou pontas.
B) Ramificadas
São aquelas cadeias que possuem três ou mais extremidades, com carbonos terciários ou
quaternários.
Exemplo:
Quanto ao tipo de ligação entre os átomos de carbono, as cadeias são classificadas em saturadas e
insaturadas.
A) Cadeia Saturada
Essa classificação é utilizada para as cadeias que possuem somente ligações simples entre os
carbonos.
Exemplos:
B) Cadeia Insaturada
Nesse tipo de cadeia existe pelo menos uma instauração (dupla ou tripla ligação) entre os átomos de
carbono.
Exemplos:
A) Cadeia Homogênea
Esse tipo de cadeia não possui nenhum heteroátomo entre os carbonos, ou seja, essas cadeias são
constituídas somente por carbonos.
Exemplos:
A) Aromáticas
São consideradas cadeias aromáticas aquelas que possuem em sua estrutura pelo menos um núcleo
benzênico, também denominado anel aromático (C6H6).
Exemplos:
Quantidade de Ciclos
Um outro critério que pode ser utilizado para classificar as cadeias cíclicas está relacionado com a
quantidade de ciclos (anéis ou núcleo). Assim temos:
Resumo
Hibridização
Hibridação de orbitais é uma interpenetração (mistura) que dá origem a novos orbitais, em igual
número, denominados orbitais híbridos.
Veja o tipo de hibridização para diferentes tipos de ligações entre carbonos:
- sp3
Toda molécula que possuir ligações simples, a sua hibridização será sp3.
- sp2
Nesta molécula, eteno, temos uma ligação dupla, então a hibridização nesta ligação será sp2
(ligação sigma) e p (ligação pi). As demais ligações são todas sp2.
- sp
H–C ≡ C–H
Neste caso, o etino possui uma ligação tripla, sendo uma hibridização sp (ligação sigma) e duas p
(ligação pi). A ligação entre carbonos e hidrogênios é sp.
Todas as ligações π são p puro.
Veja esta molécula:
=C=
Nesta molécula, há um ângulo de 180° entre as ligações duplas. A hibridização será sp e p para
cada ligação dupla.
Uma ligação entre H – C será s – sp.
Exemplo:
Seja a seguinte molécula de etano, analise as suas ligações σ e π e o tipo de hibridização de cada
ligação:
Carbono 1:
H – C [σ: s – sp3]
C – C [σ: sp3 – sp3]
Carbono 2:
C – C [σ: sp3 – sp3]
H – C [σ: s – sp3]
A química orgânica exerce grande participação no nosso cotidiano. Grande parte dos compostos
produzidos em nosso corpo são orgânicos por exemplo a ureia e a glicose. Não apenas em nós, como
também em todos os seres vivos, sejam eles vegetais ou animais.
Também a encontramos como combustível, na produção de tinta e sabões, até mesmo na criação de
um novo composto que pode ser usado para salvar vidas.
Produtos essenciais para a vida são orgânicos, por isso existem tantos diferentes compostos além do
ar que respiramos (O2) e da água que constitui 80% do nosso corpo, há um átomo que é fundamental: o
Carbono.
Questões
Fórmula da caprolactana
Esse composto
I. possui anel aromático.
II. apresenta a função fenol.
III. forma ligações de hidrogênio com a água.
03. (UFAM/PSC) O pau-rosa, típico da região amazônica, é uma rica fonte natural do óleo essencial
conhecido por linalol, o qual também pode ser isolado do óleo de alfazema. Esse óleo apresenta a
seguinte fórmula estrutural:
05. (PUC/RS) O ácido etilenodiaminotetracético, conhecido como EDTA, utilizado como antioxidante
em margarinas, de fórmula
Gabarito
Comentários
01.Resposta: C
Considera-se uma fechada porque seus átomos de carbono formam um ciclo;
É alicíclica porque não possui um anel aromático;
Denominada saturada, pois, só há ligações simples entre os carbonos. Considerada heterogênea
porque possui o nitrogênio entre carbonos; É mononuclear porque possui somente um ciclo (núcleo).
02.Resposta: E
De acordo com as afirmações segue as explicações abaixo:
I- trata-se de um anel aromático, porque existem 3 duplas alternadas, o que caracteriza a
aromaticidade.
II- a função fenol é caracterizada por apresentar um OH ligado ao anel aromático.
III-devido a presença de OH, ocorre as ligações de hidrogênio na presença de água.
03.Resposta: D
A cadeia apresentada pode ser classificada como:
Acíclica, ou seja, possui cadeia aberta, com extremidades livres, sem nenhum ciclo;
Ramificada, pois, possui duas ramificações, os grupos metil;
É insaturada, pois, possui duas ligações duplas entre carbonos;
É homogênea porque não possui nenhum heteroátomo entre os átomos de carbono.
04.Resposta: D
A cadeia I, é classificada como aromática, por apresentar uma anel aromático em sua estrutura, já a
cadeia II, é denominada instaura por apresentar ligações duplas entre carbonos
05.Resposta: D
A cadeia representada é classificada como aberta, pois não há obtenção de um ciclo, saturada, pois,
as duplas ligações não são entre os carbonos, e heterogênea porque há a presença de um
heteroátomo(N), entre os carbonos.
07.Resposta: E
De acordo com a estrutura apresentada, existem 5 carbonos primários (que são aqueles que se ligam
a apenas 1 carbono), 1 secundário, (ligam-se a 2 carbonos) e 3 terciários ligados a 3 carbonos.
08.Resposta: A
A denominação acíclica significa aberta, tendo em vista que não temos um ciclo a estrutura, é
classificada como saturada pois, a dupla que há na molécula, não se encontra entre carbonos.
FUNÇÕES ORGÂNICAS
As funções orgânicas são grupos em que os compostos orgânicos são divididos de acordo com o seu
comportamento químico e presença de certos agrupamentos de átomos em suas estruturas.
Os compostos orgânicos recebem nomes oficiais que levam em consideração o número de carbonos,
os tipos de ligações entre eles e a função que as substâncias pertencem.
O esquema apresentado no quadro abaixo mostra, as partes básicas da nomenclatura de um
composto orgânico.
Hidrocarbonetos
São compostos formados apenas por carbono (C) e hidrogênio (H). Os hidrocarbonetos podem ser
subdivididos em várias classes em função do tipo de ligação que apresenta entre os carbonos. Sua
fórmula geral é dada por CXHY.
Os hidrocarbonetos se dividem de acordo com a sua estrutura e tipo de ligações entre carbonos. São
tipos de hidrocarbonetos:
-alcanos
-alcenos
-alcinos
-alcadienos
-cicloalcanos
Apostila gerada especialmente para: kauany souza 095.822.709-85 184
-cicloalcenos
-aromáticos
Alcanos
Definição: são hidrocarbonetos de cadeia aberta saturados, ou seja, possuem somente ligações
simples entre os carbonos.
Fórmula Geral: CnH2n + 2(em que n = qualquer número inteiro).
Exemplos:
CH4:metano
H3C — CH3: etano
Alcenos
Definição: são hidrocarbonetos de cadeia aberta que possuem somente uma ligação dupla entre
carbonos.
Fórmula Geral: CnH2n
Exemplos:
Alcinos
Definição: são hidrocarbonetos de cadeia aberta que possuem tripla ligação entre carbonos.
O infixo “in” identifica a ligação tripla dos alcinos.
Fórmula Geral: CnH2n-2 (em que n = qualquer número inteiro).
Exemplos:
Alcadienos ou dienos:
Definição: são hidrocarbonetos de cadeia aberta que possuem duas duplas ligações entre carbonos.
O infixo “dien" identifica as duas duplas ligações dos alcadienos.
Fórmula Geral: CnH2n-2 (em que n = qualquer número inteiro).
Exemplos:
Hidrocarbonetos cíclicos:
Definição: são hidrocarbonetos de cadeia fechada. Podem ser cicloalcanos (só possuem ligações
simples), cicloalcenos (possuem dupla ligação entre carbonos) e cicloalcinos (com tripla ligação entre
carbonos).
Fórmula Geral:
- Cicloalcanos: CnH2n
- Cicloalcenos: CnH2n-2
Hidrocarbonetos aromáticos:
Definição: são hidrocarbonetos que possuem um ou mais anéis benzênicos (núcleos aromáticos), que
são representados conforme a figura abaixo:
Exemplo:
Álcoois
Álcool é toda substância orgânica que contém um ou mais grupos oxidrila ou hidroxila (OH) ligado
diretamente à átomos de carbono saturados.
Grupo funcional:
Classificação
Os álcoois podem ser classificados de duas maneiras:
- de acordo com a posição da hidroxila
- de acordo com o número de hidroxila
Posição da Hidroxila
Álcool Primário – tem a hidroxila ligada a carbono primário.
Número de Hidroxila
- Monoálcool – álcool que contém uma hidroxila.
Fenol
Fenol é todo composto orgânico que contém uma ou mais hidroxilas (OH) ligadas diretamente a um
anel aromático.
Exemplos:
Quando um álcool alifático apresentar mais de dois átomos de carbono, devemos indicar a posição do
OH numerando a cadeia a partir da extremidade mais próxima do carbono que contém a hidroxila.
Exemplos:
1-butanol
2-butanol
Aldeídos
Os aldeídos contêm o grupo carbonila em carbono primário (extremidade da cadeia).
Grupo funcional:
Exemplos:
Nomenclatura IUPAC
- A terminação do nome oficial é AL.
- A cadeia principal deve ser a mais longa possível que apresentar o grupo funcional.
- Para cadeias ramificadas ou insaturadas, devemos numerar pela extremidade que contenha o grupo
funcional. Este será sempre posição 1. E não precisa ser mencionado no nome.
Exemplos:
Nomenclatura usual
Os quatro primeiros aldeídos têm nomes usuais, tais como:
As cetonas também apresentam o grupo carbonila, sendo que o carbono do grupo deve ser
secundário.
Grupo funcional:
Exemplos:
Nomenclatura IUPAC
De acordo com a nomenclatura da IUPAC a terminação das cetonas é ONA.
A cadeia principal é a mais longa que possui a carbonila e a numeração é feita a partir da extremidade
mais próxima da carbonila.
Exemplos:
Quando a numeração for necessária, ela deve ser iniciada da extremidade mais próxima da carbonila.
Ácido Carboxílico
Exemplos:
Nomenclatura IUPAC
Inicia-se com a palavra ácido e a terminação utilizada é óico. A cadeia principal é a mais longa e que
possua a carboxila. Para cadeias ramificadas, devemos numerar a partir do carbono da carboxila (e não
precisa mencionar a posição 1).
Exemplos:
Ésteres
Ésteres são compostos orgânicos produzidos através da reação química denominada de esterificação:
ácido carboxílico e álcool reagem entre si e os produtos da reação são éster e água. Os ésteres são
encontrados em muitos alimentos, perfumes, objetos e fármacos que temos em casa.
Grupo funcional:
Os ésteres possuem aroma bastante agradável. São usados como essência de frutas e aromatizantes
nas indústrias alimentícia, farmacêutica e cosmética. Constituem também óleos vegetais e animais, ceras
e gordura.
Nomenclatura IUPAC
Colocando-se o grupo funcional como referencial, podemos dividir o nome em duas partes:
Exemplos:
Éteres
Éter é todo composto orgânico onde a cadeia carbônica apresenta – O – entre dois carbonos. O
oxigênio deve estar ligado diretamente a dois radicais orgânicos (alquila ou arila). A fórmula genérica do
éter é R – O – R, onde “R” é o radical e “O” é o oxigênio.
Nomenclatura oficial
A nomenclatura oficial pode ser obtida da seguinte maneira:
Ou
Exemplos:
Aminas
As aminas são consideradas as bases orgânicas e são obtidas a partir da substituição de um ou mais
hidrogênios da amônia (NH3) por radicais.
Nomenclatura da IUPAC
Na sua nomenclatura, basta indicar (o)s radical (is) ligados ao nitrogênio acrescido da palavra amina.
As aminas aromáticas nas quais o nitrogênio se liga diretamente ao anel benzênico Ar–NH2 são,
geralmente, nomeadas como se fossem derivadas da amina aromática mais simples: a fenilamina
(Anilina)
Amidas
Nomenclatura da IUPAC
O nome das amidas, de acordo com a IUPAC é dado da seguinte maneira:
Exemplo:
Haletos Orgânicos
Questões
04. “A cafeína é um dos alcaloides mais utilizados pelas pessoas. Está presente nas sementes do café,
nas folhas de alguns tipos de ervas usadas na preparação de chás, no cacau e na fruta do guaraná.”
(Cafeína, texto 8, Química, Ensino Médio). Assinale as funções presentes na cafeína:
05. Alcano é um tipo de hidrocarboneto que apresenta cadeia aberta e saturada, além de possuir
apenas ligações simples. Qual a fórmula molecular de um alcano com 12 átomos de carbono?
(A) C12H8
(B) C12H36
(C) C12H26
(D) C12H24
(E) C12H12
06. (MACK-SP) Sobre o etanol, cuja fórmula estrutural é H3C ─ CH2 ─ OH, identifique a alternativa
incorreta:
(A) Apresenta cadeia carbônica saturada.
(B) É uma base inorgânica.
(C) É solúvel em água.
(D) É um monoálcool.
(E) Apresenta cadeia carbônica homogênea.
07. (U. Católica de Salvador – BA) A cetona é um composto carbonílico com 3 átomos de carbono e
cadeia saturada. Sua fórmula molecular é:
(A) C3H6O
(B) C3H7O
(C) C3H8O
(D) C3H8O2
(E) C3H8
Gabarito
Comentários
01. Resposta C.
De acordo com a regra da nomenclatura, inicia-se a numeração mais próxima a função, nesse caso
OH (álcool) portanto: (3,4-dimetil-ciclo-hexanol.)
02. Resposta: C
Tem-se a função álcool (OH ligado no anel não aromático) amina (presença de NH), amida (C=O e
NH), ácido carboxílico(COOH) e éster (R-COO-R’)
04. Resposta C.
Basta identificar as funções. Uma dica para diferenciar amida e amina que dou é que amiDa (tem D
de dupla, no caso dupla com oxigênio no carbono imediatamente vizinho do Nitrogênio). A amida aparece
duas vezes
05. Resposta C.
A fórmula geral de alcanos é CnH2n + 2; Substituindo n=12, teremos 2.12 + 2 = 26. Logo, a fórmula
será C12H26
06. Resposta: B.
O etanol não é uma base inorgânica, mas pertence à função orgânica dos álcoois.
07. Resposta A.
A cetona, também conhecida como propanona possui fórmula molecular C3H6O.
REAÇÕES ORGÂNICAS
O conhecimento das reações orgânicas e das características das diferentes funções orgânicas é de
fundamental importância para entendermos não só os processos orgânicos, mas também a bioquímica,
ou seja, os processos metabólicos que ocorrem nos seres vivos. Em todo o mundo, muitos químicos estão
envolvidos na obtenção de compostos orgânicos em laboratórios de escolas, institutos de pesquisa e
indústrias.
As reações orgânicas podem ser classificadas de várias maneiras. Alguns dos tipos mais comuns são:
substituição, adição e eliminação.
Substituição
Nesse tipo de reação, ocorre a substituição de pelo menos um átomo de hidrogênio da molécula de
um hidrocarboneto por outro átomo ou grupo de átomos. Essas reações podem ser representadas
genericamente da seguinte maneira:
A notação R-H representa um hidrocarboneto que pode pertencer a uma das seguintes classes:
alcanos, aromáticos e ciclanos com 5 ou mais carbonos. As principais reações de substituição são:
halogenação, nitração, sulfonação, alquilação e acilação.
b) Monobromação do metilbutano
Vários fatores influam na porcentagem dos produtos obtidos nesse tipo de reação, mas pode-se fazer
uma previsão de qual produto será formado em maior quantidade, por meio de uma regra de uso comum,
que indica a ordem de facilidade com que um hidrogênio "sai" do hidrocarboneto:
Dirigência em Aromáticos
Monobromação do fenol
Os meta-dirigentes são grupos de átomos em cuja estrutura existe pelo menos uma ligação dupla,
tripla ou dativa.
Os grupos orto-para dirigentes permitem no máximo três substituições no núcleo benzênico: duas em
orto e uma em para.
O trinitritolueno (TNT) é uma substância que pode ser obtida pela nitração total do tolueno.
O TNT é um dos mais importantes explosivos de uso militar, sendo ativado pela explosão de uma
espoleta.
Observação: Os ciclanos de três ou quatro carbonos, como apresentam anéis instáveis, também
sofrem esse tipo de reação devido à quebra de uma ligação sigma (σ) entre carbonos do anel, originando
compostos de cadeia aberta.
Hidrogenação catalítica
Essas reações ocorrem com o gás hidrogênio (H2) e são catalisadas por metais, como: Ni, Pt, Pd.
Halogenação
Essa reação envolve os halogênios, sendo o cloro (Cl2) e o bromo (Br2) os mais utilizados.
Essa reação, nessas condições, não irá ocorrer com cadeias saturadas.
Adição de HX
Nesse tipo de reação, os reagentes mais comuns são o cloreto e o brometo de hidrogênio (HCl e HBr).
A adição do hidrogênio (H) e do halogênio (X) aos carbonos da insaturação obedece a uma regra
experimental descoberta em 1868 pelo químico russo Markovnikov.
Essas reações consistem na adição de água (H2O ou HOH), na presença de catalisadores e em meio
ácido, aos hidrocarbonetos alquenos e alquinos, e também obedecem à regra de Markovnikov, ou seja,
o H se liga ao carbono mais hidrogenado da insaturação.
Adição em aromáticos
Os aromáticos, devido à ressonância, normalmente sofrem reações de substituição; porém, em
condições enérgicas ou em condições especiais, podem sofrer reações de adição. Veja os exemplos:
A oxidação branda ocorre com hidrocarbonetos insaturados; o elemento oxigênio geralmente é obtido
a partir do permanganato de potássio (KMnO4) em meio neutro ou ligeiramente básico, diluído e a frio.
Nessas condições, o KMnO4 é o agente oxidante, denominado reativo de Baeyer, o qual apresenta
coloração violeta.
A principal aplicação dessa reação consiste na diferenciação de alquenos e cicloalcanos, que são
isômeros de cadeia, pois apenas os alquenos sofrerão esse tipo de reação, por apresentarem ligação π
em sua estrutura.
Ozonólise
A ozonólise utiliza ozônio (O3) na presença de água (H2O) e zinco (Zn). Os átomos de oxigênio do
ozônio ligam-se aos carbonos da dupla ligação do alqueno, originando um composto intermediário
instável, denominado ozoneto ou ozonida, o qual, por sua vez, se hidrolisa, originando aldeídos e/ou
cetonas. Como exemplo, tome-se um alqueno genérico:
Observação: A finalidade da utilização do zinco é evitar que o oxigênio, que pode ser produzido pela
decomposição da água oxigenada, oxide o aldeído a ácido carboxílico.
Oxidação enérgica
Os dois agentes oxidantes mais utilizados na reação de oxidação enérgica de alquenos são o
permanganato de potássio (KMnO4) e o dicromato de potássio (K2Cr2O7) concentrados, em meio ácido, a
quente. Neste tipo de oxidação, ocorre a quebra da dupla ligação e a formação de ácidos carboxílicos
e/ou cetonas. Os átomos de hidrogênio (H) ligados ao carbono da dupla ligação se transformam em
hidroxila (OH). Genericamente, essa reação pode ser representada por:
Se, no carbono da dupla ligação, existirem dois átomos de hidrogênio (=CH2), ambos serão
transformados em hidroxilas (=C(OH)2), originando o ácido carbônico (H2CO3), que se decompõe,
produzindo CO2(g) e H2O(l). Veja um exemplo:
Combustão
A mais completa das oxidações é a combustão. A equação que representa a combustão completa de
um álcool alifático saturado pode ser dada por:
Os dois álcoois comumente utilizados como combustíveis são o metanol e o etanol. O metanol é
considerado um bom substituto da gasolina, particularmente em áreas urbanas em que os níveis de
poluição produzidos por veículos automotivos são muito altos. Isso se deve ao fato de sua queima ser
mais completa do que a da gasolina, o que diminui a poluição atmosférica, além de não produzir óxidos
de enxofre. É utilizado diretamente ou misturado à gasolina nos Estados Unidos desde 1980.
No Brasil, o álcool utilizado como combustível é o etanol hidratado, nos carros movidos a álcool, ou o
anidro, misturado à gasolina, nos carros movidos a gasolina. Sua combustão completa pode ser assim
representada:
Outras oxidações
Em laboratório, os agentes oxidantes mais utilizados são o KMnO4 ou o K2Cr2O7 (concentrados, em
meio ácido, a quente), que produzem oxigênio nascente [O]. Esses oxigênios atacam os hidrogênios (H)
pertencentes ao carbono do grupo OH.
Desidratação
Observação: Como, nessas reações, o produto orgânico obtido é proveniente de uma simples
retirada de átomos do reagente, elas podem ser classificadas como reações de eliminação.
Esterificação
Essa reação ocorre quando um ácido reage com um álcool, produzindo éster e água; a reação inversa
é denominada reação de hidrólise.
Observação: Caso se utilizem ácidos inorgânicos ou álcoois secundários ou terciários, a água será
formada pelo OH do álcool e pelo hidrogênio do grupo OH do ácido. Um exemplo desse fato pode ser
verificado na reação a seguir:
A nitroglicerina é um poderoso explosivo e muito sensível a choques. Em 1866, Alfred Nobel descobriu
que ela poderia se tornar mais estável e de mais fácil manuseio quando absorvida por um material inerte
e poroso, como a serragem ou a terra infusória (esqueletos calcários de diatomáceas). Esse produto é
comercializado com o nome de dinamite.
Hidratação de alquenos
Redução
A redução é a reação inversa à oxidação e é realizada com o gás hidrogênio (H2). Dessa maneira, os
produtos obtidos na oxidação dos álcoois podem ser usados, numa reação de redução, para regenerar o
álcool.
Haletos orgânicos
Outra maneira de obter álcoois em laboratório consiste em fazer a reação entre um haleto orgânico (R
— X) e o hidróxido de potássio em solução aquosa [KOH(aq)].
Aldeídos e Cetonas
Genericamente, temos:
Reação de redução
Nesse tipo de reação, utiliza-se gás hidrogênio (H2) ou hidrogênio nascente [H], que pode ser obtido a
partir da reação entre zinco e ácido clorídrico.
Genericamente, temos:
Em laboratório, para diferenciar aldeídos de cetonas através de reações de oxidação, são usadas
algumas misturas oxidantes:
-reativo de Tollens — solução aquosa amoniacal de nitrato de prata.
-reativo de Fehling — solução aquosa de sulfato de cobre em meio básico e tartarato duplo de sódio e
potássio.
-reativo de Benedict — solução aquosa de sulfato de cobre em meio básico e citrato de sódio.
Ácidos carboxílicos
Apesar de os ácidos carboxílicos mais conhecidos serem o ácido fórmico e o ácido acético, outros
ácidos carboxílicos também fazem parte do nosso cotidiano.
Ácido butanoico
Também conhecido por ácido butírico (do latim butyrum = manteiga), é o responsável pelo odor
característico de manteiga rançosa.
Ácido hexanóico
Ácido etanodióico
Seu nome usual é ácido oxálico, sendo encontrado no tomate, nas folhas de ruibarbo e de espinafre.
É um dos ácidos presentes em maior quantidade na natureza. Um sal desse ácido, o oxalato de cálcio, é
um dos principais componentes dos cálculos renais.
Existe, também, uma categoria especial de ácidos, denominados ácidos graxos, que são constituintes
de óleos e gorduras.
Ácidos graxos: são ácidos carboxílicos com 12 ou mais átomos de carbono, geralmente em número
par, e de cadeia alifática normal; podem ser saturados ou insaturados
Caráter ácido
Os ácidos carboxílicos, quando em solução aquosa, se ionizam, originando íons H+ ou H3O+; portanto,
são considerados ácidos de acordo com a definição de Arrhenius. Genericamente e de maneira
simplificada, temos:
Embora todos os ácidos carboxílicos sofram ionização, ela não ocorre na mesma intensidade em todos
os compostos. Essa ionização está relacionada aos grupos ligados à carboxila.
Além dos ácidos carboxílicos, na Química Orgânica existem outros compostos que se ionizam,
liberando H+:
A análise das constantes de ionização permite estabelecer uma comparação entre o caráter ácido das
funções e a água:
Com base nos valores das constantes de ionização, consegue-se entender melhor por que somente
os fenóis e os ácidos carboxílicos reagem com uma base inorgânica:
Esterificação
Os ácidos carboxílicos reagem com os álcoois, produzindo éster e água. Veja:
Desidratação intermolecular
Nesse tipo de reação ocorre a eliminação de uma molécula de água a partir de duas moléculas de
ácido carboxílico, originando um anidrido:
Os ácidos carboxílicos também podem ser obtidos pela hidrólise de haleto ácido.
Observe:
Ácidos Carboxílicos são os ácidos orgânicos mais conhecidos; e esta classe de compostos possui o
grupo funcional –COOH.
As estruturas de ressonância acima explicam a maior acidez de um carboxilato comparado com uma
hidroxila: Apesar de que é possível escrever duas estruturas de ressonância para o ácido não dissociado,
a segunda estrutura tem menos importância ("contribui muito menos" para a estrutura "verdadeira") do
que a primeira, devido à separação de cargas nesta estrutura. Com isso, a estabilização por ressonância
no caso do ácido é muito baixa. Já no carboxilato (base conjugada), as duas estruturas de ressonância
são idênticas; com isso, a estabilização por ressonância é máxima. O exposto acima significa que, por
causa da estabilização por ressonância do carboxilato, a energia da base conjugada (carboxilato) é mais
baixa do que a do ácido. Isto resulta no aumento da constante de equilíbrio.
Álcoois (pKa ~ 16) são muito menos ácidos do que ácidos carboxílicos (pKa ~ 4), um fato que pode
ser explicado facilmente pela ausência de uma estabilização por ressonância da base conjugada de
álcoois (íon alcoxi). Tente escrever estruturas de ressonância de um íon alcoxi.
Fenóis (pKa ~ 10) são mais ácidos de que álcoois devido às estruturas de ressonância mostradas a
seguir:
O pKb e pKa das Bases é análogo ao pKa de ácidos pode-se definir a constante de associação de
uma base com um próton, o pKb. Porém a maioria dos livros apresenta os valores de dissociação dos
ácidos correspondentes das bases, pKa (pKa de uma base significa pKa do ácido correspondente da
base, ou seja, pKBH+), ao invés dos valores de pKb.
A basicidade das aminas, heterocíclicas, aromáticas com anéis de 6 e 5 membros, piridina e o pirrol,
é indicada abaixo em comparação com a trietilamina, a pirrolidina e a dietilamina:
Ambos os compostos heterocíclicos são menos básicos do que as aminas alifáticas; sendo que o pirrol
pode ser considerado não básico. Explicação:
(i) pirrol: A baixa basicidade não pode ser causada pelo anel de 5, porque o composto análogo não
aromático, a pirrolidina, possui um pKa parecido com o da dietilamina. Porém, o par de elétrons do
nitrogênio no pirrol é deslocalizado no anel aromático fazendo parte do sistema aromático (aromático: 6
elétrons; 4 elétrons das duas C=C + 2 elétrons do par de elétrons do nitrogênio). Com isso, o par de
elétrons não é disponível.
(ii) piridina: O par de elétrons não participa do sistema aromático (6 elétrons das três C=C). A
basicidade reduzida da piridina é devido à hibridização sp2 do nitrogênio:
Hibridização do nitrogênio:
Exemplos: alquilamina (pKa = 10); piridina (pKa = 5.21); acetonitrila; (pKa = - 4.3) A basicidade diminui
com o aumento do caráter, já que o par de elétrons em sp está mais atraído pelo núcleo e, portanto, está
menos disponível.
No ânion alcóxido de um álcool não existe deslocalização da carga negativa da base conjugada:
Obs: Ácidos carboxílicos podem ser neutralizados por bases fortes, moderadas, fracas e sais de
caráter básico como o NaHCO3.
Fenóis são neutralizados somente por bases fortes.
Questões
01. (U. F. Santa Maria/RS) Observe, a seguir, a reação realizada para produzir um sal de amônio
quaternário, sabendo que esse sal é um detergente catiônico com ação germicida.
03. (FGV - Técnico em Saúde Pública – Química – FIOCRUZ) Considere a sequência de reações
descrita no esquema a seguir:
1) HNO3/H2SO4
2)Fe/HCl
3) NaNO2/HCl
4) CuBr
5) CH3COCl/AlCl3
6) LiAlH4/H+
Quando dois ou mais compostos apresentam a mesma fórmula molecular, porém com diferentes
fórmulas estruturais, cada um desses compostos é chamado de isômero (iso=igual; mero=parte).
Isomeria é justamente a coexistência dos isômeros.
Exemplos:
A-Isomeria plana
-Isomeria de função
A isomeria de função, como o próprio nome diz, ocorre quando a diferença entre os isômeros está no
grupo funcional a que eles pertencem.
Existem quatro casos mais comuns e mais importantes de isomerias de função, que são:
2) Isomeria éter-álcool: a seguir vemos o caso de compostos que apresentam a mesma fórmula
molecular (C2H6O).
4) Isomeria fenol-álcool aromático- éter aromático: nesse caso, um isômero é fenol com um substituinte
alquila, enquanto que os outros isômeros são um álcool aromático e um éter aromático.
-Isomeria de cadeia
C4H10:
C3H6:
-Isomeria de posição
Os isômeros pertencem à mesma função, apresentam o mesmo tipo de cadeia, e a diferença reside
na posição do grupo funcional ou de uma instauração.
Exemplos:
C6H14:
C3H8O
Os isômeros pertencem à mesma função, apresentam o mesmo tipo de cadeia, e a diferença está na
posição de um heteroátomo (O, S, N etc.), isto é, apresentam cadeia heterogênea.
Exemplos:
C4H10O:
C5H12N:
Exemplos:
Aldeído e enol:
B-Isomeria espacial
A isomeria espacial faz uma análise espacial da molécula, ela é dividida em: isomeria geométrica e
isomeria óptica.
Condições:
1) Ter dupla ligação entre carbonos.
2) Ter ligantes diferentes nos carbonos da dupla ligação
A dupla ligação impede a rotação entre os carbonos da dupla. Os ligantes diferentes irão originar
compostos diferentes.
Exemplo: fórmula molecular C2H2Cl2 pode representar duas moléculas com fórmulas estruturais
diferentes:
Isomeria CIS
Representa átomos iguais de um mesmo lado em relação aos carbonos da dupla.
Para que ocorra a isomeria geométrica em compostos cíclicos, é necessário apenas que, pelo menos,
dois átomos de carbono que compõem o ciclo apresentem dois grupos diferentes ligados a eles, conforme
o esquema a seguir mostra:
-Isomeria Óptica
A isomeria óptica estuda o comportamento das substâncias quando submetidas a um feixe de luz
polarizada, que pode ser obtida a partir da luz natural (não polarizada).
Assim como em todo tipo de isomeria, os isômeros ópticos possuem a mesma fórmula molecular, mas
são diferenciados por sua atividade óptica.
Exemplo: Observe a molécula de ácido lático abaixo. Visto que ela não é simétrica, ela pode dar origem
a dois tipos de ácidos láticos:
Quando ambas as moléculas são submetidas a um feixe de luz polarizada, observa-se que uma delas
desvia o feixe de luz polarizada para a direita, sendo denominada de dextrogiro (ácido d-lático); e a outra
para a esquerda, denominada de levogiro (ácido ℓ-lático). O ácido lático dextrogiro é obtido pela ação de
bactérias no extrato de carne, e o ácido lático levogiro a partir da fermentação da sacarose pelo Bacillus
acidi levolactiti. Portanto, esses dois compostos são isômeros ópticos.
Questões
02. (Unicamp-SP) Ainda hoje persiste a dúvida de como surgiu a vida na Terra. Na década de 50,
realizou-se um experimento simulando as possíveis condições da atmosfera primitiva (prebiótica), isto é,
a atmosfera existente antes de originar vida na Terra. A ideia era verificar como se comportariam
quimicamente os gases hidrogênio, metano, amônia e o vapor d’água na presença de faíscas elétricas,
em tal ambiente. Após a realização do experimento, verificou-se que se havia formado um grande número
de substâncias. Dentre estas, detectou-se a presença do mais simples aminoácido que existe.
A) Sabendo-se que este aminoácido possui dois átomos de carbono, escreva sua fórmula estrutural.
B) Este aminoácido poderia desviar o plano da luz polarizada? Justifique.
C) Escreva a fórmula estrutural da espécie química formada quando este aminoácido é colocado em
meio aquoso muito ácido.
03. Relacione as duas colunas abaixo, indicando o tipo de isomeria plana que ocorre entre os pares
de compostos orgânicos mencionados na segunda coluna:
1ª Coluna: 2ª Coluna:
I. Isomeria de função a) dimetilamina e etilamina.
II. Isomeria de posição b) etoxietano e metoxipropano.
III. Isomeria de cadeia c) 1-propen-2-ol e propanona.
IV. Metameria d) metanoato de metila e ácido etanoico.
V. Tautomeria e) but-1-eno e but-2-eno.
05. (UFRS) Com a fórmula molecular C4H11N, são representados os seguintes pares compostos:
06. (EsPCEx-SP) O brometo de benzila, princípio ativo do gás lacrimogêneo, tem fórmula molecular
C7H7Br. A fórmula desse composto admite a seguinte quantidade de isômeros:
(A) 2
(B) 4
(C) 5
(D) 6
(E) 8
07. (UEGO) Uma das etapas da economia colonial do Brasil, foi em relação aos produtos extraídos na
floresta amazônica que ficaram conhecidos pelo nome genérico de “drogas do sertão”. A colonização teve
como base econômica a extração do cravo, da canela, do cacau, da madeira e outros produtos. Em
relação a esses produtos, podemos citar alguns compostos orgânicos que os caracterizam:
Respostas
01 Resposta
F-V-V-F-V
c)
03. Resposta
I. D
II. E
III.A
IV.B
V.C
04. Resposta: C
São isômeros de posição, porque eles se diferenciam pela diferença de posição das insaturações.
05. Resposta: A.
I.
Isômeros de posição: a posição do grupo funcional é diferente.
II.
Metâmeros: a posição do heteroátomo (N) é diferente.
III.
Isômeros de cadeia: o primeiro possui cadeia ramificada e o segundo possui cadeia normal.
06. Resposta: B.
O brometo de benzila é isômero do o-bromometilbenzeno, m-bromometilbenzeno e p-
bromometilbenzeno:
07. Resposta:
V-F-F-V-F
As macromoléculas naturais são biomoléculas fundamentais para todos os seres vivos, que são os
glicídios, os lipídios e as proteínas. As macromoléculas também podem ser chamadas de polímeros. Elas
dividem-se em macromoléculas naturais e sintéticas.
Alguns tipos de moléculas pequenas, chamadas de monômeros, podem ligar-se entre si, dando
origem a macromoléculas, denominadas polímeros, por meio de uma reação denominada polimerização.
Carboidratos
Classificação
Costuma-se representar as fórmulas das aldoses e cetoses na vertical. Nestas fórmulas, um círculo
representa o grupo aldeído, o sinal representa o grupo cetona e um traço, o grupo hidroxila.
Monossacarídeos
Por convenção, o estudo das estruturas das oses é feito a partir da aldose mais simples, que é o
aldeído glicérico (aldotriose).
O aldeído glicérico apresenta 1 átomo de C quiral e, como tal, pode ser representado por dois
antípodas ópticos: o dextrogiro (ald. dglicérico) e o levogiro (ald. lglicérico).
As oses têm suas estruturas convencionadas a partir dos aldeídos glicéricos. A cadeia carbônica
poderá ser aumentada a partir do grupo aldeídico. Assim, obteremos, a partir do aldeído d glicérico, uma
aldotetrose em que a base (os últimos carbonos) da cadeia será idêntica à da aldotriose inicial.
As duas aldotetroses levarão a letra d em sua nomenclatura, pois são provenientes do aldeído d
glicérico. Da mesma forma, as aldotetroses, provenientes do ald. l glicérico, levarão a letra l em sua
nomenclatura oficial.
Seguindo o mesmo raciocínio, poderemos obter aldopentose a partir do aldotetrose, ou ainda,
aldohexose a partir de aldopentose, e assim sucessivamente.
Portanto, uma ose levará a letra d ou l em seu nome, de acordo com a origem, isto é, se pertencer à
série do aldeído d ou l glicérico, respectivamente. Reconhecemos pela estrutura a série a que pertence
uma ose pela posição da penúltima oxidrila: se estiver à direita da cadeia, convencionamos pertencer à
série d e levará tal letra em sua nomenclatura e, se estiver à esquerda da cadeia, a ose levará a letra l e
pertencerá, portanto, à série l.
Os glicídios apresentam propriedades físicas comuns. As oses são compostos cristalinos, incolores,
solúveis na água e pouco solúveis em solventes orgânicos e apresentam sabor adocicado. Os
dissacarídeos apresentam propriedades semelhantes. Os polissacarídeos são amorfos insolúveis em
água sem sabor.
-Glicose - C6H12O6 → glucose dextrogira, açúcar da uva. Ocorre no mel e frutos doces; é obtida pela
hidrólise do amido em meio ácido. Sua aplicação é na fabricação de álcool etílico, alimentação de
crianças, de atletas (após as competições).
-Frutose - C6H12O6 → levulose (ocorre no mel, nos frutos doces, sempre na forma d -).
-Sacarose - C12H22O11→ açúcar de cana, açúcar comum: ocorre em plantas, principalmente, a cana-
de-açúcar e a beterraba. Sua aplicação é na alimentação e na fabricação de álcool etílico. Sua obtenção
obedece à sequência:
a) Obtenção da garapa;
b) Precipitação das proteínas e ácidos livres, por tratamento com hidróxido de cálcio;
c) Eliminação do excesso de Ca(OH)2 borbulhando CO2 (precipita CaCO3);
d) Filtração e cristalização por centrifugação, separando-se o melaço do açúcar.
-Amido - (C6H10O5)n → ocorre nas reservas dos vegetais, sua aplicação é na alimentação e na
fabricação de cola.
Os monossacarídeos recebem o sufixo –ose, precedida pelo número de carbonos que contém em sua
fórmula, então:
Pentose Função
Ribose Participa da produção do ácido ribonucleico (RNA) atuando como matéria-prima.
Participa da produção do ácido desoxirribonucleico (DNA) atuando como matéria-
Desoxirribose
prima.
Hexose Função
É a principal fonte de energia para os seres vivos, mais usada na obtenção de
Glicose energia. É fabricada pelos vegetais na fotossíntese e utilizada por todos os outros seres
vivos na alimentação.
Frutose Possui função energética
Possui função energética. Participa da composição de dissacarídeos da lactose, junto
Galactose
com a glicose.
Dissacarídeos
Os dissacarídeos são o resultado da ligação entre dois monossacarídeos. Na reação de formação de
um dissacarídeo há formação de uma molécula de água, portanto se trata de uma síntese por
Monossacarídeos
Dissacarídeo Função
constituintes
Apresenta função energética. Está presente nos
Sacarose Glicose +frutose
vegetais, principalmente na cana-de-açúcar.
Apresenta função energética e é o açúcar presente
Lactose Glicose + galactose
no leite.
Apresenta função energética e é encontrado em
Maltose Glicose + glicose
vegetais.
Polissacarídeos
Os polissacarídeos são moléculas (polímeros) formadas através da união de vários monossacarídeos.
São constituídos por cadeias longas, geralmente insolúveis. Constituem uma forma de armazenamento
e quando hidrolisados produzem monossacarídeos. Os principais polissacarídeos são:
3) A quantidade de carboidratos da dieta determina como as gorduras serão utilizadas para suprir uma
fonte de energia imediata. Se não houver glicose disponível para a utilização das células (jejum ou dietas
restritivas), os lipídios serão oxidados, formando uma quantidade excessiva de cetonas que poderão
causar uma acidose metabólica, podendo levar ao coma e a morte.
Lipídios
São ésteres elaborados pelos organismos vivos que, por hidrólise, fornecem ácidos graxos ao lado de
outros compostos. As características dos lípides são: brancos ou levemente amarelados, untuosos ao
tato, pouco consistentes, sendo alguns líquidos, e deixam sobre o papel uma mancha translúcida que não
desaparece com aquecimento, são insolúveis na água.
Classificação
Céridos - são ésteres formados a partir de um ácido graxo e um álcool superior. São conhecidos como
ceras e podem ser de origem animal ou vegetal. São usados na fabricação de ceras de assoalhos, graxa
de sapato, cosméticos, velas, etc.
Glicéridos - São ésteres de glicerol com ácidos graxos. Os óleos e gorduras animais e vegetais são
misturas de glicérides.
O glicérido formado pode ser um óleo ou uma gordura, será um óleo se for derivado
predominantemente de ácidos graxos insaturados. Será uma gordura se for derivado predominantemente
de ácidos graxos saturados. Já que a única diferença química entre um óleo e uma gordura está na
presença ou ausência de insaturações, podemos compreender facilmente como a indústria transforma
óleos em gordura pela simples adição de H2.
A hidrogenação modifica não só as propriedades físicas como também as propriedades químicas. As
gorduras hidrogenadas tornam-se rançosas com menos facilidade do que as não hidrogenadas. A
rancidez deve-se à presença de ácidos e aldeídos voláteis, de mau odor, obtidos através da reação do
oxigênio do ar com carbonos próximos das duplas ligações, na cadeia carbônica. A hidrogenação reduz
o número de insaturações na cadeia carbônica, o que retarda o desenvolvimento do ranço. Fisicamente,
os óleos se apresentam no estado líquido à temperatura e pressão ambientes (25°C e 1 atm) enquanto
as gorduras se apresentam no estado sólido. Gorduras e óleos podem derivar tanto de animais como de
vegetais.
Os esteroides são lipídios de cadeia complexa. Como exemplo pode-se citar o colesterol e alguns
hormônios: estrógenos, testosterona.
Esta característica comum confere aos aminoácidos a capacidade de formar longas cadeias de
poliamida que constituem as proteínas. Uma molécula formada a partir de dois ou mais aminoácidos é
chamada de peptídio e a ligação entre eles é denominada de ligação peptídica. Cada aminoácido presente
em um peptídio é chamado de resíduo. Conforme o número de resíduos, as peptidas recebem o nome
de dipeptidas, tripeptidas, etc. Para as proteínas (cadeia polipeptídica), encontramos mais de cem
resíduos unidos por ligações peptídicas. As ligações peptídicas podem ser representadas da seguinte
forma:
Aminoácidos
Cada aminoácido é diferente de outro. No entanto, todos possuem alguns componentes comuns. Todo
aminoácido possui um átomo de carbono, ao qual estão ligados uma carboxila, uma amina e um
hidrogênio. A quarta ligação é a porção variável, representada por R, e pode ser ocupada por um
hidrogênio, ou por um metil ou por outro radical.
Estrutura da Proteína
Uma molécula de proteína tem, a grosso modo, formato de um colar de contas. O fio fundamental da
proteína, formado como uma sequência de aminoácidos (cuja sequência é determinada geneticamente),
constitui a chamada estrutura primária da proteína.
Ocorre, porém, que o papel biológico da maioria das proteínas depende de uma forma espacial muito
mais elaborada. Assim, o fio fundamental é capaz de se enrolar sobre si mesmo, resultando um filamento
espiralado que conduz à estrutura secundária, mantida estável por ligações que surgem entre os
aminoácidos. Novos dobramentos da espiral conduzem a uma nova forma, globosa, mantida estável
graças a novas ligações que ocorrem entre os aminoácidos. Essa forma globosa representa a estrutura
terciária. Em certas proteínas, cadeias polipeptídicas em estruturas terciárias globosa unem-se,
originando uma forma espacial muito complexa, determinante do papel bioquímico da proteína. Essa nova
forma constitui a estrutura quaternária dessas proteínas.
A figura abaixo mostra as quatro estruturas da hemoglobina juntas. A hemoglobina está presente
dentro os glóbulos vermelhos do sangue e seu papel biológico é ligar-se a moléculas de oxigênio,
transportando-as a nossos tecidos.
Estrutura Proteica
O aquecimento de uma proteína a determinadas temperaturas promove a ruptura das ligações internas
entre os aminoácidos, responsáveis pela manutenção das estruturas secundária e terciária. Os
aminoácidos não se separam, não se rompem as ligações peptídicas, porém a proteína fica
“desmantelada”, perde a sua estrutura original. Dizemos que ocorreu uma desnaturação proteica, com
perda da sua forma original. Dessa maneira a função biológica da proteína é prejudicada.
Nota: Nem sempre, porém, é a temperatura ou a alteração da acidez do meio que provoca a mudança
da forma da proteína. Muitas vezes, a substituição de um simples aminoácido pode provocar alteração
da forma da proteína.
Enzimas
A vida depende da realização de inúmeras reações químicas que ocorrem no interior das células e
também fora delas (em cavidades de órgãos, por exemplo). Por outro lado, todas essas reações
dependem, para a sua realização, da existência de uma determinada enzima. As enzimas são
substâncias do grupo das proteínas e atuam como catalisadores de reações químicas. Muitas enzimas
possuem, além da porção proteica propriamente dita, constituída por uma sequência de aminoácidos,
uma porção não proteica.
Nota: Catalisador é uma substância que acelera a velocidade de ocorrência de certa reação química.
A parte proteica é a apoenzima e a não proteica é o cofator. Quando o cofator é uma molécula orgânica,
é chamado de coenzima. O mecanismo de atuação da enzima se inicia quando ela se liga ao reagente,
mais propriamente conhecido como substrato. É formado um complexo enzima-substrato, instável, que
logo se desfaz, liberando os produtos da reação a enzima, que permanece intacta embora tenha
participado da reação. Mas para que ocorra uma reação química entre duas substâncias orgânicas que
estão na mesma solução é preciso fornecer certa quantidade de energia, geralmente, na forma de calor,
Esses locais de encaixe são chamados de sítio ativos e ficam na superfície da enzima. Ao se
encaixarem nos sítios ativos, os substratos ficam próximos um do outro e podem reagir mais facilmente.
Assim que ocorre a reação química com os substratos, desfaz-se o complexo enzima-substrato. Liberam-
se os produtos e a enzima volta a atrair novos substratos para a formação de outros complexos.
Temperatura
A temperatura é um fator importante na atividade das enzimas. Dentro de certos limites, a velocidade
de uma reação enzimática aumenta com o aumento da temperatura. Entretanto, a partir de uma
determinada temperatura, a velocidade da reação diminui bruscamente. O aumento de temperatura
provoca maior agitação das moléculas e, portanto, maiores possibilidades de elas se chocarem para
reagir. Porém, se for ultrapassada certa temperatura, a agitação das moléculas se torna tão intensa que
as ligações que estabilizam a estrutura espacial da enzima se rompem e ela se desnatura.
Para cada tipo de enzima existe uma temperatura ótima, na qual a velocidade da reação é máxima,
permitindo o maior número possível de colisões moleculares sem desnaturar a enzima. A maioria das
enzimas humanas, têm sua temperatura ótima entre 35 e 40ºC, a faixa de temperatura normal do nosso
corpo. Já bactérias que vivem em fontes de água quente têm enzimas cuja temperatura ótima fica ao
redor de 70ºC.
Os ácidos nucleicos
Os ácidos nucleicos são macromoléculas encontradas em todas as células vivas, que constituem os
genes, responsáveis pelo armazenamento, transmissão e tradução das informações genéticas. Tais
moléculas recebem esse nome devido ao seu caráter ácido e também por terem sido descobertos no
núcleo celular, em meados do século XIX.
Existem dois tipos de ácidos nucleicos: o ácido desoxirribonucleico, mais conhecido pela sigla DNA e
o ácido ribonucleico, conhecido como RNA.
Proteínas na Alimentação
As proteínas são nutrientes orgânicos nitrogenados presentes em todas as células vivas, portanto são
essenciais à vida de todo animal. Todos os animais necessitam receber uma quantidade de proteína e,
além disso, para o homem, suínos, aves, cães entre outros, a quantidade e tão importante quanto a
qualidade. O mesmo não acontece com os bovinos, ovinos e equinos. A proteína forma o principal
constituinte do organismo do animal, sendo, pois, indispensável para o crescimento, a reprodução e a
produção.
As melhores fontes de proteínas são os alimentos de origem animal, estando também presentes em
quantidades significativas em alimentos de origem vegetal, salientando-se as leguminosas verdes e secas
(feijão, grão-de-bico, soja, favas, ervilhas, lentilhas).
-Alimentos de origem animal: lacticínios, carnes, pescado e ovos.
-Alimentos de origem vegetal: leguminosas verdes e secas, cereais e derivados, tubérculos, hortaliças
e legumes.
Questões
Assinale:
(A) se somente I estiver correta.
(B) se somente II estiver correta.
(C) se somente III estiver correta.
(D) se I e II estiverem corretas.
(E) se todas estiverem corretas
03. (Mackenzie/SP) - São substâncias químicas constituídas por aminoácidos, unidas por sucessivas
ligações peptídicas, e importante como nutrientes e com outras funções no nosso organismo. Referimo-
nos aos(às):
(A) carboidratos.
(B) proteínas.
(C) lipídios.
(D) vitaminas.
(E) sais minerais.
Gabarito
01. Resposta: C
Os dissacarídeos são constituídos pela união de dois monossacarídeos, e seus representantes mais
conhecidos são a sacarose (glicose + frutose), lactose (glicose + galactose) e maltose (glicose + glicose).
02. Resposta: E
03. Resposta: B
04. Resposta: D
Afirmativa a: está correta, os carotenoides são pigmentos com cores entre amarelo, laranja e vermelho,
podendo captar a energia solar.
Afirmativa b: está correta, os esteroides atuam como reguladores de atividades biológicas.
Afirmativa c: está correta, os triglicerídeos ficam armazenados nos adipócitos, formando uma reserva
energética e também servindo como isolantes térmicos.
Afirmativa d: está errada, o nosso organismo não utiliza o colesterol como fonte de energia.
Polietileno - O polietileno (ou polieteno) tem fórmula geral (CH2-CH2)n, é um polímero de alta produção
mundial e economicamente viável, daí o porquê de seu uso em larga escala. É formado pela união
sucessiva de milhares de monômeros, que nesse caso são moléculas do etileno(eteno).
O polietileno é insolúvel, isolante elétrico e inatacável por ácido ou base. É usado no recobrimento de
cabos para velas de ignição, em fios telefônicos, na fabricação de tubos plásticos, recipientes domésticos
etc.
Poliestireno (PS)29
O poliestireno é um termoplástico duro, amorfo e transparente polimerizado a partir do monômero de
estireno e possuíndo arranjo isotático (iPS), sindiotático (sPS) ou atático (o mais comum e que está sendo
apresentado aqui). Possui cadeia semelhante à do polietileno, exceto por um dos hidrogênios do mero,
que é substituído por um grupo fenila. Durante a polimerização, a forma espacial em que o monômero se
apresenta, e é adicionado à frente de crescimento da cadeia radical, definirá sua configuração. Iniciando-
se pelo tipo de encadeamento, podemos verificar que o naturalmente favorecido é o cabeça-cauda devido
ao efeito estérico apresentado pelo grupo lateral volumoso estireno. A disposição espacial deste mesmo
grupo, ou sua taticidade, dependerá do uso ou não de catalizadores estereoespecíficos.
29
https://bit.ly/2FwjOWt
O teflon é um polímero de adição conhecido especialmente por ser usado como revestimento de
utensílios domésticos, tais como panelas e, principalmente, frigideiras antiaderentes. Ele é usado com
essa finalidade, pois possui alta resistência ao calor e baixa aderência, assim há menos riscos de o
alimento ficar grudado na panela.
PVC - O cloreto de vinila é um gás que polimeriza rapidamente em presença de peróxido, resultando
em uma resina chamada cloreto de polivinila (PVC).
É usado em toalhas de mesa, garrafas d’água, cortina para banheiros, tubos, couro artificial para
estofamento etc.
Copolímeros
É o polímero formado por mais de um tipo de monômero, possuindo estrutura variada.
Buna-s - É obtido pela copolimerização do butadieno 1,3 com o vinil benzeno, sendo o sódio metálico
usado como catalisador.
Poliéster- Polímero que contém o grupo funcional éster na sua cadeia principal. Apesar de existirem
muitos poliésteres, o substantivo masculino "poliéster" como material específico refere-se ao polietileno
tereftalato (PET). Os poliésteres incluem produtos químicos que ocorrem naturalmente, tais como a cutina
presente na cutícula das plantas, e produtos químicos sintéticos obtidos por policondensação tais como
o policarbonato e polibutirato. Os poliésteres naturais e alguns sintéticos são biodegradáveis, mas a
maioria dos últimos não.
Dependendo da sua estrutura química, o poliéster pode ser termoplástico ou termoendurecido, no
entanto a maioria dos poliésteres comuns são termoplásticos.
Tecidos e malhas feitos com fios de fibras de poliéster são usados extensivamente em confecções e
têxteis-lar30, de camisas e calças a casacos, chapéus, lençóis, cortinados e móveis estofados. Fibras fios
e cordas de poliéster são usados em reforços para pneus, tecidos para correias transportadoras, cintos
de segurança. Fibras de poliéster são usadas como material isolante e enchimento de almofadas,
edredons e estofos.
Cauchu - É obtido na Amazônia, a partir da Hevea brasiliensis, conhecida como seringueira. São feitas
incisões oblíquas no caule da seringueira de onde escorre o látex que é coloidal (emulsão de borracha
em água). Na extração do látex procede-se à coagulação do coloide. Para isso, seca-se o látex, isto é,
evapora-se a água, deixando finas camadas de látex em tanques abertos. Para facilitar a coagulação,
adiciona-se ácido acético. No Brasil usa-se a defumação para coagular o látex e, exposto à fumaça, vai
perdendo água e ao mesmo tempo coagula pela ação do ácido acético proveniente da madeira verde
queimada. A borracha obtida é impura e chamada de borracha bruta.
Vulcanização - A borracha bruta, mesmo depois de purificada, apresenta certos inconvenientes. Sob
temperaturas um pouco mais altas (verão) torna-se pegajosa e, em temperaturas mais baixas, (inverno),
quebradiça e pouco resistente à tração e ao desgaste (abrasão). Em 1838, Hanconck e Goodyear
30
Cama, mesa e banho.
A Química presente nos alimentos que nós consumimos e ingerimos todos os dias, é composta por
átomos, moléculas e íons. Sejam eles naturais ou artificiais, estão compreendidos no conceito “química
alimentar”.
É um campo do conhecimento no qual é estudada química do processamento de alimentos e as
interações de todos os componentes químicos e não químicos destes. Ela se baseia nos princípios da
físico-química, química orgânica, química analítica e bioquímica, enfatizando os conceitos químicos
necessários para estabelecer as relações entre composição química e as propriedades funcionais,
nutricionais e organolépticas de um alimento.
Os alimentos que ingerimos habitualmente contêm componentes que os seres vivos utilizam para
realizarem as funções vitais, como os nutrientes. O nutriente é, portanto, uma substância ou constituinte
alimentar que é absorvido e utilizado pelo organismo para manutenção da vida. A química está presente
em nossa alimentação e por essa razão se torna importante o estudo das substâncias que ingerimos
diariamente.
Além disso, os alimentos que fazem bem à saúde, como frutas, legumes e verduras, possuem
compostos químicos naturais que auxiliam no funcionamento do organismo em diversos aspectos.
Assim, conhecer a Química dos alimentos pode nos ajudar a adquirir uma dieta mais saudável, a ser
mais seletivos com os alimentos que ingerimos e evitar riscos à nossa saúde e à de nossa família.
Carboidratos, proteínas, óleos, gorduras, são os nossos macronutrientes, o nosso e são necessários
para mantermos a energia que necessitamos no nosso dia-a-dia. Mas nossas necessidades diárias
dependem de outras coisas também, as vitaminas e os minerais, um conjunto que podemos chamar de
micronutrientes: necessitamos só de um pouquinho – 1 g de vitamina C por dia, por exemplo – para
mantermos o corpo saudável.
Hoje a população consome mais alimentos industrializados e poucos legumes e verduras. Muitos
destes produtos industrializados contêm baixíssimo valor nutritivo e podem até, a longo prazo, trazer
sérios prejuízos à saúde.
Por esses e por outros motivos é importante conhecer o processo de industrialização por trás da
produção desses alimentos. Isso envolve conhecer seus componentes químicos sintetizados em
laboratório e o efeito destes para o organismo.
Há necessidade comercial de se adicionar corantes que devolvam a cor ou confiram ao produto o
colorido esperado. Para o consumidor, a ausência de cor está associado a deterioração ou má qualidade,
embora isso nem sempre seja verdade. Entre os naturais inclui-se o açafrão, a beterraba e a páprica,
utilizados em balas, gelatinas e etc. Entre os artificiais estão os sintéticos à base de anilinas,
provavelmente os mais usados na indústria de alimentos.
Existem ainda, os aditivos, que são substâncias adicionadas aos alimentos para torna-los mais
aprazíveis, palatáveis, ou mais nutritivos, ou ainda, pela facilidade de fabricação e longevidade da
estocagem. Segue abaixo, alguns tipos de aditivos e suas aplicações:
Com o desenvolvimento da tecnologia e a necessidade cada vez maior das pessoas trabalharem fora
de casa, a rotina doméstica precisou ser adequada as necessidades. E com isso, os alimentos
industrializados começaram a ser consumidos cada vez mais, tornando-se necessário uma modificação
na sua composição, porém quando consumidos em grandes quantidades podem ocasionar doenças.
A farmacologia, ramo da ciência que estuda medicamentos e drogas, assim como seus efeitos sobre
o organismo, define:
Drogas: são substâncias capazes de modificar o funcionamento dos organismos vivos resultando em
mudanças fisiológicas ou de comportamento.
Medicamentos: são drogas utilizadas com finalidade terapêutica.
Drogas Psicotrópicas: são substâncias que atuam sobre o sistema nervoso central (SNC),
modificando o comportamento do usuário.
Para classificar as drogas deve-se considerar os grupos químicos presentes na estrutura molecular
das substâncias. Nesse sentido, as drogas, em sua maioria, são alcaloides – bases orgânicas
nitrogenadas também conhecidas como aminas.
Já o álcool etílico e a maconha são álcoois, substâncias que tem um grupo hidroxila (-OH) ligada a
cadeias carbônicas. Todas as drogas são, portanto, substâncias orgânicas, ou seja, possuem cadeias
carbônicas
O efeito biológico de alguns medicamentos sobre o organismo humano depende unicamente das
propriedades físicas e químicas das substâncias neles presentes. Esses tipos de drogas e medicamentos
são classificados como fármacos estruturalmente inespecíficos (depende das interações que essas
substâncias estabelecem com substâncias presentes no organismo humano).
Já para outras drogas e medicamentos, o efeito biológico depende do arranjo espacial dos grupos
funcionais e das propriedades de superfície da molécula do fármaco que devem ser complementares ao
sítio receptor localizado na biomacromolécula que interage com a droga ou medicamento.
Essas biomacromoléculas são chamadas de fármacos estruturalmente específicos (depende, além
das interações intermoleculares e ligações químicas entre o fármaco e o biorreceptor, de uma
complementaridade entre as estruturas da molécula do princípio ativo presente no medicamento e a
biomolécula receptora presente no organismo).
O consumo de qualquer medicamento em uma dosagem acima da que o metabolismo humano suporta
é prejudicial à saúde. Além do cigarro e do álcool, alguns medicamentos são frequentemente utilizados
de maneira abusiva, causando problemas de saúde e até mesmo dependência. São eles:
Anabolizantes (bombas): medicamentos com alta dose de hormônios concentrados, utilizados com
o objetivo de aumentar a massa muscular. Pode causar alterações no metabolismo do corpo e até
impotência sexual.
Descongestionantes Nasais: remédios utilizados apenas com o fim de desobstruir o nariz,
aparentemente não oferecem nenhum risco, mas podem causar dependência e crises de abstinência
caso não sejam utilizados.
Benzodiazepínicos: são medicamentos tranquilizantes, utilizados para induzir ao sono ou para reduzir
a ansiedade, nervosismo, etc.
Xaropes: medicamentos utilizados para controlar a tosse ou dificuldade de respiração, mas que podem
conter substâncias semelhantes às do ópio, causando dependência.
Anorexígenos: medicamentos utilizados para reduzir o apetite, controlando, assim, o peso.
Como os medicamentos causam reações químicas, podemos perceber uma variação das mesmas
devido às substâncias que o medicamento pode encontrar no corpo. Ao ingerirmos determinada
substância o nosso metabolismo interrompe a produção da mesma, já que a quantidade existente no
corpo é suficiente.
Biotecnologia
Desta forma, temos que a inovação e o desenvolvimento de novos produtos é uma constante e está
presente em nosso dia a dia sem que percebamos. Assim, a biotecnologia busca, através de sua ação,
formas que possam contribuir para amenizar ou até mesmo resolver problemas causados pela ação
destruidora humana. Assim, há o desenvolvimento em relação à questão ambiental de micro-organismos
modificados para tratamento de águas contaminadas por esgoto, outros poluentes e, até mesmo,
petróleo. Em relação à agricultura, temos o desenvolvimento de plantas transgênicas que podem ser mais
nutritivas, que necessitem de menos agrotóxicos e que sejam mais resistentes às pragas, reduzindo o
uso de inseticidas.
Quanto à pecuária, temos a formação de embriões, o desenvolvimento de animais transgênicos e o
aprimoramento de vacinas e medicamentos de uso veterinário. Em relação à saúde humana, a aplicação
da biotecnologia é utilizada no desenvolvimento de novas vacinas, hormônios, medicamentos e
antibióticos. A biotecnologia é um assunto que atrai a atenção de simpatizantes e opositores em todo o
mundo, sendo que muitas vezes o enfrentamento entre grupos divergentes é inevitável. Devemos sempre
ter a consciência de que não é o instrumento em si que é negativo ou prejudicial e sim o uso ou destino
que damos a ele. A Biotecnologia está presente em várias áreas como agricultura, agroenergia, saúde,
indústria e em outras áreas.
Agricultura
A agricultura e a biotecnologia se aliaram para tornar o cultivo de plantas mais eficiente. Pragas,
doenças e problemas climáticos, por exemplo, sempre foram obstáculos à produção de alimentos. Porém,
a engenharia genética permitiu a criação de tecnologias que reduzem as perdas e aumentam a
produtividade das lavouras. Esta associação já permitiu o desenvolvimento de espécies vegetais
resistentes a insetos e tolerantes a herbicidas. As variedades geneticamente modificadas (GM) ou
transgênicas proporcionam melhoria das práticas de cultivo e incremento na quantidade e na qualidade
dos produtos agrícolas, reforçando a renda dos produtores e favorecendo o crescimento econômico.
No caso das plantas transgênicas tolerantes a herbicidas ou resistentes a insetos, a vantagem é a
facilitação do manejo de plantas e insetos invasores, o que resulta na redução da quantidade de
aplicações de defensivos químicos. Já existem vegetais que apresentam estas duas características
reunidas e que representam uma alternativa eficiente para os agricultores. Além das vantagens
agronômicas, essas variedades favorecem a preservação da biodiversidade e diminuem a necessidade
de ampliação da área plantada, com diminuição nas perdas no campo.
Alimentação
Estima-se que quase 100% de todos os alimentos processados contenham pelo menos um ingrediente
derivado de soja ou milho, duas das culturas para quais foram desenvolvidas mais variedades
transgênicas. Segundo o relatório do Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em
Agrobiotecnologia (ISAAA), em 2013 foram plantados 175,3 milhões de hectares com GMs
(transgênicos). No Brasil, que ocupa o segundo lugar em área plantada com sementes provenientes da
biotecnologia, com 40,3 milhões de hectares, a taxa de adoção da soja e milho GM é de 92% e 90%
respectivamente. Há mais de 25 anos, bactérias, leveduras e fungos GM atuam diretamente nos
processos de fermentação, preservação e formação de sabor e aromas de muitas bebidas e alimentos
do dia-a-dia, a exemplo de queijos, carnes embutidas, picles, pães, massas, cerveja, vinho, sucos e
adoçantes.
À medida que os cientistas fazem novas descobertas, outras características e variedades estão sendo
incluídas na lista de alimentos transgênicos. O Brasil, por exemplo, se destaca no cenário internacional
por ter aprovado a primeira variedade GM de feijão do mundo, desenvolvida inteiramente em uma
instituição pública de pesquisa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). Esse feijão
é resistente ao vírus do mosaico dourado, causador de uma doença que prejudica seriamente a
produtividade das plantações dessa leguminosa.
Ao redor do mundo, há pesquisas com arroz, banana, beterraba, cana-de-açúcar, laranja, mamão,
mandioca e muitas outras plantas. O objetivo é expressar nessas espécies as mais diferentes
características a exemplo de outras resistências a insetos, fungos e vírus, tolerância a outros princípios
ativos e à seca, além de melhorias em suas composições nutricionais.
Transgênicos
Todo alimento geneticamente modificado só é liberado para consumo depois de passar por uma série
de testes que avaliam sua segurança para o meio ambiente e para a saúde humana e animal
Diversas organizações internacionais de renome apoiam a biotecnologia e os produtos derivados do
uso dessa técnica. Entre elas estão a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura
(FAO/ONU), a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Academia de Ciências do Vaticano, a Agência
de Biotecnologia da Austrália e a Agência de Controle de Alimentos do Canadá. Cientistas de instituições
de pesquisa nacionais e internacionais já divulgaram relatórios técnicos apoiando a adoção de plantas
transgênicas na agricultura como uma forma de contribuir para o aumento sustentável da produção de
alimentos. Esses pareceres científicos separam o que é mito ideológico do que é verdade científica.
Agroenergia
A capacidade das reservas mundiais de petróleo em atender ao atual ritmo de crescimento e consumo
dos países desenvolvidos e em desenvolvimento é reduzida. Estima-se que em até 50 anos essas
reservas terão sido completamente exploradas. Esta é uma das razões que justificam a pesquisa na área
da produção de combustíveis originários de fontes renováveis de energia. Outra, não menos significativa,
é a preocupação mundial com a produção e o consumo sustentável de energia, em consonância com a
preservação da biodiversidade do planeta cientistas de todo o mundo estão buscando na biotecnologia
as alternativas para produzir óleos vegetais que substituam os combustíveis fósseis nos usos industriais,
na farmacologia e etc.
Nessa busca, o primeiro desafio com o qual os pesquisadores se deparam é entender por que
determinadas plantas produzem óleos que não são encontrados em outras espécies vegetais. Decifrar
este mistério, escondido no código genético, permitirá que os genes que expressam essa capacidade
sejam inseridos, por meio da engenharia genética, em outras plantas. Uma vez entendidos os pormenores
do mecanismo, estará aberto o caminho não apenas para a produção de óleos em plantas de fácil cultivo
– como a soja – mas também para o uso da mesma técnica focada no aumento da produção, por meio
de micro-organismos transgênicos, por exemplo. Logo, há um grande potencial para os óleos vegetais,
que são quimicamente semelhantes ao petróleo cru, tornarem-se matéria-prima para tintas,
revestimentos, plásticos, fármacos ou combustíveis.
Etanol
O etanol pode ser obtido a partir de diversas matérias-primas, sendo a cana-de-açúcar a mais eficiente.
Do total de energia contida nos açúcares na planta, aproximadamente um terço está no caldo e o restante
encontra-se dividido em partes quase iguais entre o bagaço e a palha. Este combustível também pode
ser conseguido por meio de plantas como o milho, o trigo, o sorgo e a mandioca, mas, para tanto, é
preciso que o amido resultante do processamento de tais matérias-primas seja “cozido” para que se
transforme em açúcares aproveitáveis por leveduras. Isso faz com que o processo seja mais longo, caro
e menos produtivo que o da cana.
Embora a soja, o girassol e a canola também sejam usados para essa finalidade, o rendimento é
menor. Vale destacar que apenas 2 por cento da área agrícola do Brasil são destinados à cultura da cana-
de-açúcar para a produção de etanol, ou seja, não há conflito com a área agricultável para a produção de
alimentos.
A biotecnologia pode contribuir com o desenvolvimento de plantas de maior teor de biomassa em
detrimento do açúcar, o que aumenta a produtividade de etanol por área colhida. Desta maneira, a
modificação genética pode aumentar a eficiência da produção de etanol por meio da criação de
variedades de cana-de-açúcar transgênicas e também de leveduras geneticamente modificadas.
Outros Combustíveis
Plantas como soja, milho, algodão e cana-de-açúcar podem ser usadas para a produção de etanol e
outros combustíveis. O butanol, por exemplo, é um álcool produzido com base na fermentação
desencadeada pela bactéria Clostridium acetobutylicum. O butanol apresenta vantagens e desvantagens
em relação ao etanol. Embora contenha mais energia por unidade de volume, sua octanagem
(capacidade do combustível em resistir a altas temperaturas sem sofrer detonação) é menor do que a do
etanol, o que reduz seu desempenho em motores à gasolina. O etanol, apesar de ser um bom substituto
para a gasolina, tem limitações no que se refere ao uso em veículos pesados. A alternativa entre os
biocombustíveis, para este caso, é o biodiesel, produzido com base em óleo e gorduras, em um processo
denominado transesterificação. O biodiesel não tem as mesmas características do combustível derivado
de petróleo. Contudo, já existe um método que produz um diesel renovável com características muito
similares ao de origem fóssil feito por meio da fermentação de açúcares, a exemplo do etanol.
Saúde
Os avanços científicos na área da biotecnologia estão ocorrendo não apenas na agropecuária, mas
também na medicina. Alguns desses progressos já estão incorporados ao cotidiano da maioria dos
brasileiros sem que ninguém se dê conta. Uma das primeiras aplicações comerciais da biotecnologia na
saúde é também uma das mais úteis: a produção da insulina humana por micro-organismos transgênicos
para o uso de diabéticos. Até a década de 80, esse hormônio era extraído de bois e porcos, e,
frequentemente, causava alergias. De lá pra cá, pessoas do mundo inteiro se beneficiam dessa
tecnologia, que tornou a insulina mais segura e aumentou a eficiência dos tratamentos. O hormônio do
crescimento e a vitamina C também são outros bons exemplos das inúmeras aplicações da transgenia
na saúde.
Indústria
Os micro-organismos têm sido melhorados geneticamente não apenas para a produção de alimentos
e remédios, como também para favorecer as indústrias de papel, têxtil, química, petrolífera, ambiental e
de mineração. No nosso dia-a-dia, convivemos com inúmeros produtos industriais fabricados por meio da
aplicação de micro-organismos transgênicos, como roupas e produtos de limpeza. No sabão em pó, por
exemplo, enzimas – produzidas por bactérias geneticamente modificadas – são usadas para degradar a
gordura dos tecidos e resistir às condições do processo de lavagem. Há alguns anos, era comum colocar
a calça jeans nova com pedras e ácido em máquinas para obter um efeito “desbotado” e aumentar a
maciez do tecido, num processo conhecido como stonewashing. Graças à biotecnologia, foram
desenvolvidos micro-organismos transgênicos capazes de dar ao jeans as mesmas características,
eliminando-se, assim, um processo altamente poluidor do meio ambiente.
Questões
01. (UFSCAR). A borracha natural é um elastômero (polímero elástico), que é obtida do látex
coagulado da Hevea brasiliensis. Suas propriedades elásticas melhoram quando aquecida com enxofre,
processo inventado por Charles Goodyear, que recebe o nome de:
(A) ustulação
(B) vulcanização
(C) destilação
(D) sintetização
(E) galvanização
02. (UFU/MG). Polímeros são macromoléculas orgânicas construídas a partir de muitas unidades
pequenas que se repetem, chamadas monômeros. Indique a alternativa que apresenta somente
polímeros naturais.
(A) Celulose, plástico, poliestireno.
(B) Amido, proteína, celulose.
(C) Amido, náilon, polietileno.
(D) Plástico, PVC, teflon
03. As proteínas são essenciais para todos os seres vivos, uma vez que desempenham funções
extremamente importantes. Marque a alternativa que não indica uma função das proteínas:
(A) Armazenam as informações genéticas.
(B) Atuam como única substância de reserva energética.
(C) Participam na composição do exoesqueleto de artrópodes.
(D) Fazem parte da estrutura de todas as membranas celulares.
04. As proteínas são substâncias formadas pela união de uma grande quantidade de moléculas
denominadas:
(A) nucleotídeos.
(B) base nitrogenada.
(C) aminoácidos.
(D) glicídios.
06. Plantas terrestres que ainda estão em fase de crescimento fixam grandes quantidades de CO2,
utilizando-o para formar novas moléculas orgânicas, e liberam grande quantidade de O2. No entanto, em
florestas maduras, cujas árvores já atingiram o equilíbrio, o consumo de O2 pela respiração tende a igualar
sua produção pela fotossíntese. A morte natural de árvores nessas florestas afeta temporariamente a
concentração de O2 e de CO2 próximo à superfície do solo onde elas caíram. A concentração de O2
próximo ao solo, no local da queda, será:
(A) menor, pois haverá consumo de O2 durante a decomposição dessas árvores.
(B) maior, pois haverá economia de O2 pela ausência das árvores mortas.
(C) maior, pois haverá liberação de O2 durante a fotossíntese das árvores jovens.
(D) igual, pois haverá consumo e produção de O2 pelas árvores maduras restantes.
(E) menor, pois haverá redução de O2 pela falta da fotossíntese realizada pelas árvores mortas.
07. A formação frequente de grandes volumes de pirita (FeS2) em uma variedade de depósitos
minerais favorece a formação de soluções ácidas ferruginosas, conhecidas como “drenagem ácida de
minas”. Esse fenômeno tem sido bastante pesquisado pelos cientistas e representa uma grande
preocupação entre os impactos da mineração no ambiente. Em contato com oxigênio, a 25°C, a pirita
sofre reação, de acordo com a equação química:
Para corrigir os problemas ambientais causados por essa drenagem, a substância mais recomendada
a ser adicionada ao meio é o sulfeto de sódio
(A) Cloreto de amônio.
(B) Dióxido de enxofre.
(C) Dióxido de carbono.
(D) Carbonato de cálcio.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: B
Na vulcanização a borracha é aquecida na presença de enxofre e agentes aceleradores e ativadores
02. Resposta: B
Todos estes podem ser encontrados em nossa alimentação.
03. Resposta: A
As proteínas não podem ser consideradas boas reservas energéticas. Essa atividade é atribuída
principalmente aos glicídios e lipídios.
04. Resposta: C
As proteínas são formadas por uma sequência de aminoácidos unidos por ligações peptídicas.
06. Resposta: A
Com a queda da árvore, na região próxima ao vegetal ocorrerá decomposição aeróbica, explicando o
fato da diminuição de O2 próximo ao solo.
07. Resposta: E
Os problemas ambientais são causados pelo H2SO4. Para corrigir este problema é recomendada a
utilização de um produto com características básicas. Reação de neutralização.
A substância mais indicada para este tratamento é o carbonato de cálcio, este composto não é uma
base e sim um sal, mas possui a propriedade de neutralização de acidez, como acontece nos solos ácidos
já que o produto também é utilizado para esta finalidade, o famoso calcário.
Reação: