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COLÉGIO ESTADUAL ARY SILVA

COMPONENTE CURRICULAR: REDAÇÃON TURNO: NOTURNO


PROFESSORA: RAFAELA LOPES

REDAÇÃO - I UNIDADE

Você sabe o que é uma redação? Outra pergunta: será que você sabe o que
significa a palavra “redação”? Pois bem, vamos às respostas. O vocábulo tem
origem no latim redactio, -onis, que é proveniente do latim redigo, -ere. A redação
nada mais é do que o ato de redigir, isto é, escrever. Escrever é produzir e emitir
ideias por meio do código, no nosso caso, a língua portuguesa, representada pela
modalidade escrita. Quando escrevemos, elaboramos uma mensagem utilizando
canais de comunicação que têm como objetivo facilitar o entendimento do receptor.

“Facilitar o entendimento do receptor”. Essa certamente é a questão-chave do


assunto. O que é preciso saber para elaborar uma mensagem que seja inteligível?
Quais são os recursos que devemos empregar para construir um texto que seja
coerente e acessível? É indispensável que, durante a escrita de um texto, o autor
lembre-se de que a comunicação é a função primordial da linguagem. Se essa
finalidade não foi alcançada, então podemos afirmar que houve uma grave falha na
elaboração da mensagem e que, portanto, a comunicação não foi estabelecida.

São muitos os desafios a serem vencidos por aqueles que desejam escrever bem,
principalmente em uma língua que tem a fama de ser difícil. Embora sejamos
falantes habilidosos da língua portuguesa, infelizmente essa fluência nem sempre se
manifesta nos textos escritos, dificuldade que costuma acontecer quando o emissor
desconhece elementos básicos que facilitam sua elaboração. É preciso conhecer a
língua e seus diferentes registros, quando e como utilizar cada um deles – norma-
padrão e linguagem coloquial –, as regras gramaticais que garantem a escrita
correta dos vocábulos e outras questões fundamentais relacionadas com a sintaxe e
com a semântica, áreas da linguística que precisam ser estudadas quando a
intenção é tornar-se proficiente na modalidade escrita.

Além disso, é indispensável que você tenha domínio das técnicas de elaboração
textual, bem como é preciso conhecer as diferenças entre os tipos textuais e as
características discursivas dos variados gêneros. São muitos os fatores que
precisam ser levados em consideração no momento de transmitir para o papel as
ideias que surgem na cabeça. É um longo caminho, nós sabemos, mas que pode
ser percorrido sem maiores sobressaltos quando há dedicação e comprometimento
por parte de quem estuda. Para ajudar nesse percurso, o Mundo Educação criou
uma seção sobre Redação, onde você encontrará vários artigos que têm como
objetivo intermediar e facilitar o processo de aprendizado .

Redação é o processo de escrever um texto, ou seja, de estruturar um discurso


escrito. Para que ela consiga passar a mensagem que deseja, precisa ter elementos
suficientes para construir um sentido. Isso inclui colocar em prática as normas
gramaticais da língua e usar os conectivos certos para garantir que exista coesão
entre as ideias apresentadas.

A argumentação da redação também tem que ser consistente. Mesmo sendo uma
narrativa ou descrição, as ideias que você apresentar precisam estar de acordo
umas com as outras, para que o texto faça sentido para quem lê.

E se você veio até aqui buscando saber como fazer uma redação para Enem,
precisamos começar nossa conversa falando sobre os diferentes tipos de redação,
pois cada um deles é composto de elementos distintos e pede algumas técnicas de
redação diferentes.

Tipos de redação

Como falamos no começo deste guia, a dissertação é um dos tipos de redação mais
comuns em provas e concursos. Mas isso não é necessariamente uma regra, ok?
Portanto, é preciso conhecer todos os tipos para não ser pego desprevenido na hora
da prova.

Cada tipo segue um modelo de redação, por assim dizer. Você não constrói uma
narração da mesma forma que uma dissertação. Portanto, precisa conhecer cada
um e entender a diferença entre eles para saber por qual caminho precisa seguir
para chegar à redação perfeita.

Vamos falar sobre eles?

Redação dissertativa

A dissertação é uma redação argumentativa. Ela procura apresentar uma linha de


raciocínio e defender uma ideia, um ponto de vista ou, ainda, questionar uma
realidade estabelecida para propor uma linha de pensamento diferente.

Para que seja forte, sua argumentação tem que ser baseada em argumentos
sólidos, usando dados de conhecimento público ou estatísticas e estudos. Ela não
conta nenhuma história e você, quando escreve, também não pode ter uma posição
neutra.

Dissertar é defender um ponto. Você pode até apresentar um lado positivo e outro
negativo daquilo que está dizendo ser a solução, mas tem que se posicionar e
explicar por que acredita que, apesar de tudo, essa é a melhor opção.
Mas ainda que você esteja defendendo seu ponto de vista, não pode falar na
primeira pessoa, porque sua dissertação precisa ser impessoal. Então, não cabe
usar expressões como “eu acho que...”, “na minha opinião…”, “de acordo com meus
conhecimentos…”. Ao fazer isso, você estaria escrevendo uma dissertação
subjetiva, que não é bem-aceita na redação do Enem. Seu texto precisa ser
dissertativo objetivo, ou seja, imparcial.

A estrutura da dissertação é a seguinte:

● introdução — apresenta a tese do texto, ou seja, expõe a ideia central que


será defendida;
● desenvolvimento — explica a ideia apresentada, defendendo uma posição;
para isso, você insere informações atuais e cita eventos que apoiem seu
ponto de vista;
● conclusão — fecha a ideia, oferecendo soluções.

Esse modelo é o mais utilizado como estrutura da redação Enem, já que ela é
dissertativa-argumentativa.

Quer saber como fazer uma redação dissertativa argumentativa perfeita para tirar
nota 1000 no Enem? Continue lendo e, em breve, nós vamos conversar sobre isso
também!

Redação narrativa

A redação narrativa é aquela que se baseia em uma sequência de fatos nos quais
um ou mais personagens estão envolvidos. Ela pode, inclusive, descrever o espaço
e o tempo em que os eventos que foram descritos acontecem. Todos esses pontos
são chamados elementos da narrativa.

Quem conta a história é chamado narrador. Ele pode ser um personagem e, nesse
caso, a narrativa é feita na primeira pessoa (eu ou nós). Também é possível que o
narrador seja um observador, ficando fora dos eventos e fazendo a narrativa em
terceira pessoa. Por último, também é possível que o narrador seja onisciente,
sabendo de tudo que acontece (no passado, presente e futuro) e conhecendo até os
pensamentos dos personagens.

Os textos narrativos podem ser:

● contos — histórias curtas que narram acontecimentos específicos;


● crônicas — textos narrativos informais que falam sobre o cotidiano;
● fábulas — quando há uma “moral da história”;
● novelas — narrações longas que falam sobre um personagem (ou grupo de
personagens) principal;
● romances — narração longa com várias histórias acontecendo em paralelo.

Uma narração também tem uma estrutura a ser seguida. Veja:

● apresentação — fase em que o contexto é explicado, com apresentação dos


personagens e contextualização do lugar e do tempo, se isso for necessário;
● desenvolvimento — momento em que os acontecimentos são contados;
● clímax — ponto de maior emoção, com ocorrência de um fato central ou uma
revelação;
● desfecho — conclusão da história.

Redação descritiva

Uma redação descritiva, também chamada simplesmente de descrição, é o que o


próprio nome sugere: uma apresentação de algo, que pode ser uma pessoa, um
lugar ou um objeto, por exemplo. Seu objetivo principal é informar sobre
características, qualidades e defeitos do que está sendo descrito.

Em outras palavras, é como uma fotografia, mas em forma de palavras. E quanto


mais detalhada for (inserindo elementos como cor, tamanho, localização etc.),
melhor. Por isso mesmo dizemos que a descrição é um retrato verbal.

Assim, um texto descritivo não tem ação, nem relação temporal entre as frases
(antes e depois). Ele usa predominantemente substantivos e adjetivos e pode
enumerar características e fazer comparações.

Além disso, a descrição também tem uma estrutura, composta por:

● introdução: apresentando o que vai ser descrito;


● desenvolvimento: fazendo as caracterizações;
● conclusão: finalizando o processo descritivo.

Artigo de opinião

Além dos modelos anteriores que são mais tradicionais, você também precisa
conhecer um outro gênero de redação, que é o artigo de opinião. Ele é semelhante a
uma dissertação argumentativa.
Nesse tipo de texto, você vai apresentar seu ponto de vista sobre um tema
específico, como se faz em um texto jornalístico, com a intenção de informar e
convencer o leitor da sua visão sobre o assunto.

O artigo de opinião geralmente fala sobre acontecimentos da atualidade e é muito


pedido nas provas e vestibulares. Sua estrutura também é a mesma de um texto
dissertativo-argumentativo: introdução, desenvolvimento e conclusão.

São algumas das características desse gênero textual:

● usa muita argumentação e persuasão;


● é escrito normalmente em primeira ou terceira pessoa;
● é muitas vezes assinado pelo autor;
● tem linguagem simples e objetiva;
● trata de temas atuais;
● usa títulos polêmicos e provocativos;
● utiliza verbos no presente e no imperativo.

De forma resumida e bem objetiva, a redação deve ter três partes:

1. Introdução

2. Desenvolvimento

3. Conclusão

Mas como se dá cada uma delas? O que é necessário que elas tenham?

Vejamos, separadamente:

1. Introdução

O que é introdução, senão o ato de introduzir? Então, vejamos: introduzir é fazer


entrar, fixar-se.

Não é por menos que o início do texto tem essa denominação, uma vez que é
responsável por fazer com que o leitor queira adentrar, fixar os olhos e ler o restante
do texto.

A introdução deve apresentar a ideia principal (tópico frasal) que será discutida não
só no primeiro parágrafo, mas ao longo do texto!

Por ser o primeiro contato que o leitor tem com o escrito, a forma como a introdução
é disposta é muito importante. Deve-se explorar o objetivo do texto em orações que
atraiam o público-alvo. Importante é não se delongar muito nesta etapa, três linhas
são o suficiente.

Lembre-se de que o texto começa pela introdução, na primeira linha. Portanto,


escolha um título quando a produção for concluída, pois não há como saber com
exatidão

2. Desenvolvimento

É o chamado “corpo do texto”, onde o tema escolhido é abordado e, como o próprio


nome diz, desenvolvido. Após introduzir o tema, é hora de debatê-lo, através da
exposição dos argumentos.

É necessário que as ideias estejam claras e exemplificadas, se for o caso. Nesta


etapa, evite repetições de termos ou orações que tenham o mesmo sentido. Evite
também períodos muito longos, pois tendem a tornar a leitura enfadonha, monótona.
Além disso, pode fazer com que o escritor se perca em meio às suas próprias
argumentações.

Não queira demonstrar mais do que sabe sobre determinado assunto, pois poderá
cair no erro das repetições de ideias, exposto acima. E não é necessário “encher
linguiça”, uma vez que qualidade é essencial, mas quantidade de argumentos não,
tampouco de linhas: 18 a 22 linhas de desenvolvimento são suficientes!

3. Conclusão

Concluir é acabar, finalizar. Portanto, é o desfecho do texto. Muitos não dão


importância para essa etapa, mas sem ela o texto fica vago, sem propósito.

Em um parágrafo, a conclusão deve reunir as ideias levantadas ao longo do texto,


contudo, com um posicionamento por parte do escritor ou uma solução para um
problema apresentado.

Nunca coloque: Concluímos que, Concluo que, Finalizando, Resumindo ou


equivalentes na conclusão porque não é necessário que o escritor avise que irá
finalizar o texto, já que esta etapa deve ser percebida pelo leitor e não alertada.

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