Você está na página 1de 24

LIÇÕES 1, 2 E 3

1
2
Introdução

A vida não é fácil! E não é fácil pra ninguém. De fato, não existe uma só pessoa
que possa dizer que vive uma vida sempre tranqüila e sem problemas. Vivemos
num mundo imperfeito e cheio de lutas, onde nos ferimos, ferimos a outros
e outras pessoas nos ferem, mesmo sem querer. Além disso, todos somos
pecadores, cometemos erros e lutamos à nossa maneira contra nossas falhas
e tendências para o mal. A verdade é que precisamos muito descobrir como e
onde encontrar paz, libertação, cura e solução para tantos e diversos problemas
da vida.
Baseada no mais famoso ensino de Jesus, conhecido como o Sermão da
Montanha, e em especial nas “bem-aventuranças”, esta série de estudos trata
sobre a nossa felicidade. Quando Jesus ensinou o Sermão da Montanha,
começou declarando “oito maneiras de ser feliz”. Hoje nós as chamamos de
bem-aventuranças. É isto que bem-aventurado significa: “muito feliz”, ou “como
é feliz!” ou ainda “saudável”. São felizes ou saudáveis os que tomam estes
princípios do Reino de Deus a sério para cumpri-los no dia-a-dia.
Para entender o Sermão da Montanha, devemos considerar a seguinte divisão básica:

1ª parte: Mateus 5: 1-12 - As bem-aventuranças, os oito princípios fundamentais


para a nossa restauração pessoal e para a transformação de áreas de nossa vida,
visando a nossa felicidade.
2ª parte: Mateus 5:13 a 7:23 – O desenvolvimento destes oito princípios,
onde eles são exemplificados através de ensinos claros e práticos.
3ª parte: Mateus 7:24-29 – A conclusão do sermão, onde Jesus revela que
vamos construir uma vida feliz se, como sábios, escolhermos não somente
conhecer mas praticar estes princípios.

Nesta série, não vamos desenvolver um estudo teológico clássico das


Bem- Aventuranças. Se você deseja fazê-lo, existem excelentes livros que
recomendamos e que podem ajudá-lo a se aprofundar, como “Estudos no
Sermão da Montanha”, de M. Loyd-Jones, ou “A Mensagem do Sermão do
Monte”, de John Stott, ou ainda “Alma Nua”, de Ivênio dos Santos. Mas neste
estudo, adotaremos a abordagem prática desenvolvida pelo pastor americano
John Baker em seu livro “Life’s Healing Choices” e que tornou-se a base do
programa “Celebrando a Recuperação”, do Ministério Propósitos Brasil.

Estes estudos visam apresentar princípios que, se escolhermos praticá-


los, poderão contribuir decisivamente para a transformação da nossa vida e,
conseqüentemente, nossa restauração pessoal, restauração de casamentos,
restauração financeira, restauração da saúde ou de qualquer área em nossa vida.
A princípio, parece que estas declarações de Jesus não fazem muito sentido.
Mas à medida que formos entendendo-as melhor, descobriremos que são
3
como uma rota de Deus para a restauração, a plenitude, o crescimento
e a maturidade espiritual daqueles que buscam andar com Ele.
Felicidade e plenitude: não é o que todos desejamos? Mas para que isto
aconteça, estes princípios terão que ser aplicados em nossa vida pra valer. São
princípios que funcionam porque vêem direto da Bíblia, são um ensino de Jesus
Cristo, Filho de Deus. São tão importantes e fundamentais, mas só funcionam se
forem colocados em prática. E isto é uma decisão que cada um tem que fazer.
Por isso chamamos de escolhas que temos que fazer se queremos mesmo ver
Deus transformando todas as áreas de nossa vida.
Então, vamos estudar juntos estes oito princípios que revelarão escolhas que
podem transformar a nossa vida
Texto bíblico para toda a série: Mateus 5:3-10
“Bem-aventurados os pobres em espírito, pois deles é o reino dos céus,
bem-aventurados os que choram, pois serão consolados. Bem-aventurados
os humildes, pois eles receberão a terra por herança. Bem-aventurados os
que têm fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos. Bem-aventurados
os misericordiosos, pois obterão misericórdia. Bem-aventurados os puros de
coração, pois verão a Deus. Bem-aventurados os pacificadores, pois serão
chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os perseguidos por causa da
justiça, pois deles é o Reino dos céus”.
Em outra versão:
“Felizes são os espiritualmente pobres... Felizes são os que choram, porque
serão confortados. Felizes são os humildes... Felizes são aqueles cujo grande
desejo é fazer o que Deus deseja... Felizes são os misericordiosos... Felizes
são os que trabalham pela paz... Felizes são os perseguidos porque fazem o
que Deus requer”.

Programa de Estudos

Data Estudo
09 agosto A escolha da realidade
16 agosto A escolha da esperança
23 agosto A escolha do compromisso
30 agosto A escolha da limpeza
06 setembro A escolha da transformação
13 setembro A escolha do relacionamento
20 setembro A escolha do crescimento
27 setembro A escolha do compartilhar

4
Estudo 1: A ESCOLHA DA REALIDADE
ADMITINDO MINHA NECESSIDADE

Orientação inícial ao lider


O objetivo principal deste primeiro estudo é levar cada pessoa à consciência
de quem realmente é. Que eu preciso reconhecer que não sou Deus. Deus é
o centro da vida e eu sou dependente Dele. É admitir que sou impotente para
controlar minha tendência de fazer coisas erradas e que não tenho o controle
de tudo, nem de mim mesmo.
Após a chegada, a abertura e o período de louvor, quebre o gelo com as
seguintes perguntas:
1. O que é felicidade para você?
2. Você se considera uma pessoa feliz?
3. Para muitos, ser feliz significa conseguir controlar os problemas,
as pessoas e minimizar ou eliminar as causas de dor e sofrimento. Você sente
necessidade de estar no controle? Consegue manter tudo sob seu controle?
Desenvolvimento do ensino
Neste primeiro estudo vamos considerar a primeira escolha que temos que
fazer em nossa vida se queremos ser bem-aventurados, ou seja, se queremos
ser realmente felizes: a escolha da realidade.

Texto bíblico: Mateus 5.3: “bem-aventurados (ou felizes) os pobres de espírito”

Jesus está dizendo que felizes são os que se entendem espiritualmente pobres.
Significa que, para ser transformado por Deus, eu preciso encarar e admitir a
verdade sobre a minha vida. E, principalmente, preciso admitir a realidade de
que eu não sou Deus. Deus é Deus e eu não sou Deus.
O que isto significa? Significa que Deus é o centro da vida e que eu dependo
dele. Significa simplesmente que eu mesmo não tenho o controle de tudo, que
sou limitado, que não tenho o poder de controlar minha tendência natural de
fazer coisas erradas, coisas que bagunçam e prejudicam minha vida. É admitir
que eu não consigo administrar sozinho minha própria vida e que preciso de
ajuda. Humilde de espírito é sentir que nada sou e nada tenho e olhar para Deus
e admitir que dependo de sua misericórdia e sua graça.

5
O objetivo principal deste primeiro estudo é levar cada pessoa à consciência
de quem realmente é. Que eu preciso reconhecer que não sou Deus. Deus é
o centro da vida e eu sou dependente Dele. É admitir que sou impotente para
controlar minha tendência de fazer coisas erradas e que não tenho o controle
de tudo, nem de mim mesmo.
Após a chegada, a abertura e o período de louvor, quebre o gelo com as
seguintes perguntas:
1. O que é felicidade para você?
2. Você se considera uma pessoa feliz?
3. Para muitos, ser feliz significa conseguir controlar os problemas,
as pessoas e minimizar ou eliminar as causas de dor e sofrimento. Você sente
necessidade de estar no controle? Consegue manter tudo sob seu controle?
Neste primeiro estudo vamos considerar a primeira escolha que temos que
fazer em nossa vida se queremos ser bem-aventurados, ou seja, se queremos
ser realmente felizes: a escolha da realidade.

Texto bíblico: Mateus 5.3: “bem-aventurados (ou felizes) os pobres de espírito”

Jesus está dizendo que felizes são os que se entendem espiritualmente pobres.
Significa que, para ser transformado por Deus, eu preciso encarar e admitir a
verdade sobre a minha vida. E, principalmente, preciso admitir a realidade de
que eu não sou Deus. Deus é Deus e eu não sou Deus.
O que isto significa? Significa que Deus é o centro da vida e que eu dependo
dele. Significa simplesmente que eu mesmo não tenho o controle de tudo, que
sou limitado, que não tenho o poder de controlar minha tendência natural de
fazer coisas erradas, coisas que bagunçam e prejudicam minha vida. É admitir
que eu não consigo administrar sozinho minha própria vida e que preciso de
ajuda. Humilde de espírito é sentir que nada sou e nada tenho e olhar para Deus
e admitir que dependo de sua misericórdia e sua graça.
Perguntas:
1) Você já enfrentou situações em que se sentiu totalmente impotente
diante dela?
2) Você já se deparou com situações em que deveria e até queria fazer a
coisa certa, mas simplesmente não conseguiu fazer, e acabou praticando
um mal que não desejava?
3) E você já tentou controlar a vida de alguém e descobriu que não
conseguia fazê-lo?

1. O MAIOR PROBLEMA DE TODOS NÓS

A causa principal dos problemas da humanidade, do seu e meu problema, é que


tentamos ser o deus de nossa própria vida. Fazemos isto o tempo todo: quando
6
quero decidir o que é certo ou o que é errado em minha vida, quando não
quero ninguém, inclusive Deus, dizendo-me o que eu posso ou não posso fazer,
quando quero estabelecer minhas próprias regras e faço o que quero, quero ser
meu próprio chefe, quero viver à minha maneira. Tentamos ser Deus quando
queremos estar no controle de nossa vida, da vida dos outros e queremos
controlar o mundo. E há uma palavra que expressa bem este desejo: Eu quero
ser Deus! Este é o mais antigo problema do ser humano.
Veja a história de Adão e Eva em Gênesis 2:16,17; 3:1-8. Quando Deus os
colocou no jardim do Éden, disse-lhes: “Vocês podem fazer tudo o que quiserem
neste paraíso que eu preparei para vocês, exceto uma coisa: não comam do
fruto de uma certa árvore”. Vamos pensar sobre isto: Deus não limitou 10 ou
20% do jardim; Ele disse que apenas uma árvore era proibida. Eles poderiam
fazer tudo o que quisessem, exceto uma única coisa. Mas o que foi que eles
fizeram? Fizeram exatamente o que não poderiam fazer, a única coisa no paraíso
que Deus ordenou que não fizessem. Satanás ajudou e disse a eles: “se vocês
comerem deste fruto, vocês serão como Deus, vocês serão deuses”. E este tem
sido o grande problema desde então para toda a humanidade. Lá no fundo,
cada um de nós quer ser o próprio Deus de seu destino e sua vida, quer ser
independente e estar no controle. Queremos pensar que estamos no controle,
que somos os mestres do nosso destino.
Mas esta não é a realidade. A verdade é que a maior parte da nossa vida está fora de
nosso controle, que não sabemos lidar com as lutas da vida, aceitemos isto ou não.

Questão: Então, como é que nós tentamos ser deuses?

a) Nós tentamos controlar nossa imagem, usando máscaras,


encenando comportamentos e escondendo a verdade sobre nós
mesmos. Importamos-nos tanto com o que os outros pensam de
nós, que não queremos que ninguém veja nossas fraquezas ou
veja o meu “eu real”, por isso nos escondemos atrás de máscaras.

b) Nós tentamos controlar outras pessoas. Pais tentam controlar os


filhos, os filhos tentam controlar os pais, esposo e esposa tentam
controlar um ao outro, manipulando os outros através de culpa, ou
vergonha, ou elogios falsos ou até através de nosso silencio. Há milhões
de maneiras de manipular as pessoas e estamos sempre fazendo isto.

c) Tentamos controlar nossos problemas, dizendo “eu mesmo dou conta


disto”, ou “isto não é nenhum problema; que problema? Não preciso de
ajuda. Posso me livrar disso na hora que quiser, posso me livrar deste mau
hábito na hora que eu quiser, não preciso de nenhuma mudança, está tudo

7
bem, eu resolvo tudo por mim mesmo.” Mas isto não é verdade. Quanto
mais tentamos resolver os problemas por nós mesmos, piores eles ficam.

d) Tentamos controlar a nossa dor, o nosso sofrimento, fugindo de


situações que temos que enfrentar, negando os fatos, tomando remédios
e mais remédios, ou sempre adiando uma solução. Às vezes dizemos:
“Ah, outro relacionamento é o que eu realmente preciso para me sentir
bem e realizado. Se eu puder encontrar outra pessoa que me ame, fica
tudo bem.” Fugimos de um relacionamento, entramos em outro, para
mais tarde descobrirmos que o problema não era a pessoa. E muitos vão
de tentando um relacionamento atrás de outro em busca de solução.
Outros tentam estar ocupados o tempo todo e se tornam “workaholic”
ou viciados em trabalho, e estão sempre tão cansados e ocupados que
não tem tempo para pensar em seus problemas. É apenas mais uma
fuga da realidade. Assim são todas as compulsões, seja por compras,
comida, drogas ou álcool, que são apenas tentativas de controlar nossa
insegurança. Alguns se tornam irados, outros supercríticos, cínicos,
ou que julgam a todos. Este não é o caminho, esta não é a solução.

2. CONSEQÜÊNCIAS DE TENTAR SER DEUS DA PRÓPRIA VIDA

Há quatro conseqüências inevitáveis quando não admitimos nossas necessidades


e falhas e tentamos ser os “todo-poderosos” guias e solucionadores de nossa
própria vida:
1) Medo. Temos medo que alguém descubra quem nós realmente somos
e nos rejeite. Por isso, nos escondemos e não deixamos que ninguém se
aproxime o bastante de nós, que conheça nossa intimidade;
2) Frustração. Resultado do fato óbvio de que não podemos controlar
tudo o tempo todo. É impossível. Podemos controlar algumas
coisas, mas não temos o poder ou a sabedoria para vencer todas
as lutas da vida. A maior parte da nossa vida não esta sob nosso
controle, e isto é frustrante. O Apostolo Paulo entendeu isto e disse:

a. “Não entendo o que faço. Pois não faço o que desejo, mas o
que odeio. E, se faço o que não desejo, admito que a Lei é boa. Neste
caso, não sou mais eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim”.
(Rm 7.15-17).
b. Davi também entendeu isto e confessou sua frustração
ao dizer: “Enquanto eu mantinha escondidos os meus pecados,
o meu corpo definhava de tanto gemer”. (Salmo 32.3). Toda
frustração em nossa vida é indicação que não tratamos ainda com

8
a raiz do problema: que nós não somos deus e ainda estamos
tentando controlar tudo como se fosse deus, e isto não funciona.
Por isso não é de admirar que fiquemos temerosos e frustrados

3) Fadiga. A vida fica muito cansativa e alguns caem em exaustão e


estresse de tanto tentar controlar tudo. Tentar ser Deus consome enorme
quantidade de energia e torna-se exaustivo. Por isso as pessoas estão
sempre tão cansadas e esgotadas. Davi também disse na sua confissão:
“Pois dia e noite a tua mão pesava sobre mim; minhas forças foram-se
esgotando como em tempo de seca. Então reconheci (admiti) diante de ti
o meu pecado e não encobri as minhas culpas.” (Salmo 32.4-5). Quanta
energia não é gasta tentando encobrir os erros de nossa vida? Prá que?
Será mesmo necessário viver assim? Não há uma alternativa melhor? Se
você vive num estado permanente de fadiga, extenuado, você precisa fazer
uma pergunta muito pessoal: “De que dor eu estou tentando fugir?”, “Que
problema eu tenho tentado evitar e que me induz a trabalhar, trabalhar,
trabalhar e assim vivo neste estado de constante cansaço?”

4) Fracasso. Quando tentamos ser Deus, uma coisa é certa: nós vamos
falhar. Provérbios 28.13 diz: “Quem encobre os seus pecados não prospera,
mas quem os confessa e os abandona, encontra misericórdia”. Precisamos
ser abertos e honestos sobre nossos medos, falhas, fracassos, frustrações
e fraquezas. Não há uma só pessoa aqui nesta célula que não tenha falhas
em diferentes áreas da vida e todos precisamos de ajuda. Estamos no
mesmo barco. Às vezes alguém diz assim: “É, mas meu problema não é
tão grave”. Isto é apenas mais uma tentativa de negar os fatos.

3. A SOLUÇÃO PASSA POR UMA ESCOLHA BÁSICA

O primeiro passo que precisamos dar para experimentar restauração em nossa


vida é fazermos uma escolha: a escolha da realidade, onde entendemos e
aceitamos o fato de que não somos Deus. Jesus disse: “Felizes são os pobres
de espírito, porque herdarão o reino dos céus”. Ele está dizendo que precisamos
reconhecer que precisamos da ajuda de alguém muito maior que a gente para
superar nossos problemas e mudar nossa vida e nosso jeito de ser. Fazer esta
escolha e admitir o que somos gera poder para transformar nossa vida.
Infelizmente, faz parte da natureza humana esconder os problemas. Mas pra
que sofrer mais ainda? Muitas vezes só vamos reconhecer nossa necessidade
quando as coisas estão muito ruins, quando chegamos no fim da linha. Mas
a verdade é que se nós pudéssemos resolver nossos problemas sem a ajuda
de Deus, já teríamos feito isto há muito tempo atrás e não estaríamos mais

9
lutando tanto. Nós não podemos mudar até que encaremos as nossas falhas e
admitamos: “Eu não consigo sozinho, não tenho força para mudar a mim mesmo!”.
Resumindo:
• Já estudamos a causa básica da maioria dos nossos problemas: o fato
de que eu sempre tento ser o Deus da minha vida e guiá-la como eu bem
desejo.
• Já vimos também algumas conseqüências de tentar ser Deus, que são:
medo, frustração, cansaço e fracasso.
• Agora vamos estudar sobre a cura: tomar a verdade e
aceitá-la, admitir a verdade sobre nós mesmos. Admitir minha
incapacidade, minha falta de controle e minha necessidade de ajuda.
A bíblia diz que é exatamente admitindo que sou fraco que encontro o
poder de Deus à minha disposição. Foi o que descobriu o apóstolo Paulo:

“Mas Deus me disse: ‘Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se
aperfeiçoa na fraqueza’. Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em
minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim....Pois quando
sou fraco é que sou forte” (2Coríntios 12.9-10)
Este é um conceito muito difícil de aceitar hoje em dia. Vivemos numa
cultura que exalta a auto-suficiência, que diz que não devemos depender
de ninguém, e que vencemos pelo nosso próprio esforço. Mas Deus diz o
contrário, que há um passo essencial que precisamos dar que é admitir nossa
incapacidade para lidar com nossos próprios problemas e fazer tudo por nós
mesmos. Ele diz que precisamos de outras pessoas e que precisamos de Deus.

Admitir que eu não sou Deus é admitir três importantes fatos em minha vida:

1) Admitir que eu não tenho o poder para mudar o meu passado. Eu me


lembro de tudo e todo ressentimento que eu guardo não tem contribuído
em nada para mudá-lo.
2) Admitir que eu não tenho o poder para controlar as outras pessoas.
Eu tenho tentado manipulá-las, posso usar todo tipo de artifício, mas não
funciona. Sou responsável por minhas ações, não pelas de outras pessoas.
Não posso controlar ninguém. Admitir isto pode ser um grande passo em
direção a grandes mudanças na direção de restauração e felicidade.
3) Admitir que não tenho o poder para lutar contra minhas fraquezas,
maus hábitos e traumas.

Precisamos entender que boas intenções não são suficientes. Força de vontade
não é o bastante. Quantas vezes nós temos tentado mudar e vencer baseados
em nossa própria força de vontade e fracassamos? Nós precisamos mais do

10
que força de vontade, precisamos é de outra fonte de poder. Nós precisamos
de Deus, porque Ele nos fez para precisarmos dele. Isto é o que a Bíblia diz em
Tiago 4.6: “Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes”.

O que é graça? Graça é o poder que Deus nos dá para operar as mudanças em
nossa vida que Ele deseja que façamos e que nós desejamos tanto vivenciar.
Graça é o poder que Ele nos concede para transformar nossas fraquezas, maus
hábitos e curar nossas feridas do passado. Graça é o poder que precisamos para
fazermos o que Deus deseja que façamos e que nunca conseguimos antes por
nós mesmos, e para sermos então o tipo de pessoa que desejamos ser.
Como nós obtemos a graça de Deus? Só há uma maneira: Deus dá graça
aos humildes. Não para os orgulhosos, mas para os humildes. Só através do
quebrantamento alcançamos a graça de Deus, que é uma disposição para
abandonar nosso orgulho, nossas pretensões e a nossa postura de auto-justificação.

Perguntas para discussão em grupo e para conclusões: Cada um de nós pense


e responda com sinceridade:

1) O que precisa ser mudado em sua vida? Que fraqueza, que mau
hábito, que marcas do passado precisam ser tratadas?

2) Leia novamente Romanos 7.15-17. Como você se identifica com ela.


Compartilhe sua experiência com este tipo de conflito.

3) Mudar o passado, controlar as pessoas e lidar com nossos problemas:


com qual destes você luta mais?

4) A Bíblia diz que “Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça
aos humildes”. Por que você acha que Deus se opõe aos orgulhosos? O
que significa humilhar-se diante de Deus?

Conclusão:

Precisamos fazer a Escolha da Realidade hoje mesmo. Precisamos dizer: “Deus,


eu tenho um problema! Eu tenho uma necessidade! Eu não sou Deus e eu não
tenho poder para mudar a mim mesmo”. Não é fácil fazer isto, é humilhante,
mas precisamos fazê-lo exatamente porque a graça de Deus começa a fluir
na nossa vida no momento que admitimos humildemente que precisamos de
Deus. Este é o primeiro passo, a primeira escolha que transforma vidas: admitir
e pedir ajuda a Deus.
Orem juntos pedindo a Deus a coragem e assumindo diante Dele que precisam
de ajuda.
11
Estudo 2: A ESCOLHA DA ESPERANÇA
PEDINDO AJUDA

Orientação inícial ao lider

O objetivo principal deste segundo estudo é levar cada pessoa a acreditar de


todo o coração que Deus existe, que Ele se importa conosco e que tem poder
para nos ajudar em nossa transformação. Vamos ensinar que “os que choram”
são os que têm sensibilidade para com os próprios pecados e falhas e que, por
isso, aceitam a ajuda de Deus.
Após a chegada, a abertura, o quebra-gelo e o período de louvor, inicie o estudo
com as seguintes perguntas:

1. Você chora com facilidade?


2. Qual é uma situação que normalmente o faz chorar?
3. Você acha que existe algum tipo de benefício no choro?
Desenvolvimento do ensino
Texto bíblico: Mateus 5.4: “bem-aventurados (ou felizes) os que choram, pois
serão consolados”
Neste estudo, vamos tratar da segunda escolha que temos que fazer se queremos
ser bem-aventurados, que chamamos de “a escolha da esperança”, a escolha
que eu faço quando decido acreditar que Deus existe, que eu sou importante
para Ele e que Ele tem o poder para me ajudar em minha transformação.
Há três passos que eu preciso dar se quero fazer a escolha da esperança:

1. RECONHECER A EXISTÊNCIA DE DEUS.

A Bíblia diz:
“Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa
crer que ele existe e que recompensa aqueles que o buscam”(Hebreus
11.6).
A maioria não tem problemas em acreditar que Deus exista. De fato, mais
de 93% dos brasileiros dizem acreditar em Deus e menos de 3% se dizem
ateus. Então, a questão importante não é se Deus existe, mas a verdadeira
questão é: “Que tipo de Deus Ele é? Como Ele é?”. Infelizmente, muitos

12
de nós temos algumas idéias estranhas sobre como Deus é.

Pergunta para o grupo:

1) A questão para muitas pessoas não é se Deus existe ou não, mas sim
que tipo de Deus Ele é, como Deus é? O que você acredita a respeito de Deus?

Alguns acham que Deus é parecido com seus pais biológicos e isso pode
ser trágico porque se tiveram pais abusivos, ou distantes, ou sempre
ausentes, haverá a tendência de que vejam a Deus desta forma também.
Outros preferem criar sua própria idéia de Deus e por isso é muito comum
ouvirmos pessoas dizendo: “Eu gosto de pensar em Deus como...”, ou “eu
acho que Deus é assim ou assado”. E isto também é serio, porque ter uma
idéia a respeito de Deus não quer dizer que seja correta. Na verdade, não
importa como eu goste de pensar que Deus seja, mas importa sim como Ele
realmente é.
Por isso, eu não preciso apenas reconhecer que Deus existe, mas também preciso...

2. ENTENDER O CARÁTER DE DEUS.

Até que eu saiba como Deus realmente é, eu não consigo confiar nele.
Eu dificilmente vou confiar em alguém que eu não conheça. Felizmente,
Deus deseja que nós o conheçamos, por isso Ele veio à Terra há 2000
anos atrás na forma de um ser humano. Ele dividiu a história em antes e
depois da sua vinda como Jesus Cristo. Por que ele fez isto? Para que nós
pudéssemos saber exatamente como Deus é. Veja o que a Bíblia diz:

“Disse Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta. Jesus respondeu:
“Você não me conhece, Filipe, mesmo depois de eu ter estado com vocês
durante tanto tempo? Quem me vê, vê o Pai. Como você pode dizer:
‘Mostra-nos o Pai’? (João 14.8-9)
“Ele (Jesus Cristo) é a imagem do Deus invisível..” (Colossenses 1.15)

Isto quer dizer que Cristo é a expressão visível do Deus invisível. Então,
se queremos saber como Deus é, basta olhar para Jesus, porque ele é
a expressão visível do Deus invisível. Ele é Deus em forma humana. E nós
aprendemos pelo menos três coisas sobre o caráter de Deus a partir da
vida de Jesus Cristo na terra, como tratou as pessoas e o que demonstrou,
que nos ajudam a ter esperança de que nossa transformação é possível:

a) Deus conhece tudo sobre a minha situação. Deus sabe de tudo que já

13
se passou em minha vida. Conhece as coisas boas e más, altos e baixos, e
tudo que já se passou comigo
O Salmo 31.7 diz assim: “...pois viste a minha aflição e conheceste a angustia
da minha alma.” Deus vê as crises que vivemos no passado ou agora mesmo.
E a Bíblia também diz no Salmo 56.8: “Registra, tu mesmo, o meu lamento;
recolhe as minhas lágrimas em teu odre; acaso não estão anotadas em teu
livro?” Isto não é incrível? A Bíblia está dizendo que Deus nos conhece pessoal
e individualmente. Ele até mantém um registro de cada lágrima que você já
chorou.
Às vezes pensamos que ninguém enxerga ou entende a dor que sentimos ou
as situações que enfrentamos. Mas isso não é verdade, porque Deus sabe!
Ele sabe exatamente o tipo que luta que estamos enfrentando. Ele sabe de
tudo. Sabe da depressão e dos medos, dos erros e falhas, das fraquezas, e
ainda assim nos ama e nos aceita. Nada escapa aos olhos de Deus.
O Salmo 69.5 afirma: “Tu bem sabes como fui insensato, ó Deus; a minha
culpa não te é encoberta”. Deus sabe as bobagens que fazemos. Mesmo
sendo tolos em tantas escolhas e decisões, Ele ainda continua nos amando.
Deus não fica chocado ou surpreso com nossos erros e pecados, e ele até
sabe o que está em nossa mente ou nossas motivações mais íntimas e vê
até o que nós não enxergamos em nós mesmos. Ele sabe de tudo. Ele nunca
fica surpreso, ele nos conhece completamente.
A segunda coisa que Jesus nos revela sobre Deus é:

b) Deus se importa com minha situação. Salmo 103.13 e 14 afirma:


“Como um pai tem compaixão de seus filhos, assim o Senhor tem compaixão
dos que o temem; pois ele sabe do que somos formados; lembra-se de que
somos pó”. Ele nos conhece melhor do que nós nos conhecemos a nós
mesmos. Ele quer ser o pai que muitos nunca tiveram, um pai que entende
e se compadece de seus filhos.
Jeremias 31.3 ainda acrescenta: “...Eu a amei com amor eterno; com amor
leal a atrai.”
O amor de Deus nunca falha. Ele nos ama em nossos dias bons e nos dias
maus, quando nos o servimos e quando não fazemos isto, quando estamos
certos e quando estamos errados. Deus ainda nos ama quando estamos
irados, ou egoístas, ou quando perdemos o controle. Ele nos ama mesmo
quando estamos partindo seu coração.
Por que Deus continua nos amando sempre? Porque seu amor é incondicional.
Não é baseado em nosso desempenho, mas é baseado em Seu caráter. Não
é baseado no que fazemos, mas em quem Ele é. E Deus é amor! Ninguém
nunca vai nos amar do modo como Deus nos ama.
Deus não apenas sabe da nossa situação, mas Ele também se importa com

14
ela e se importa tanto que enviou seu Filho Jesus Cristo para vir à terra e nos
mostrar que se importa conosco e para morrer por nós mesmo quando nós
nem sabíamos que precisávamos de salvação.
A Bíblia diz: “Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso
favor quando ainda éramos pecadores.” (Romanos 5.8).
A terceira verdade que aprendemos sobre Deus quando observamos a vida
de seu filho Jesus Cristo é que, além de conhecer tudo sobre nós, de se
importar conosco e com nossos problemas...

c) Deus pode mudar a nossa vida e a nossa situação. Jesus, sendo Deus,
revelou seu poder para transformar totalmente a vida das pessoas. Por isso
Paulo disse em 2 Coríntios 5.17: “Portanto, se alguém está em Cristo, é nova
criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas”. Esta é
uma grande notícia, porque Deus tem o poder para nos dar uma nova vida.

Pergunta para o grupo:

1) Qual aspecto do caráter de Deus traz a você uma maior esperança: Que
ele sabe de todas as coisas, que Ele se importa ou que Ele tem poder para
mudar?
2) A Bíblia diz: “Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu
em nosso favor quando ainda éramos pecadores.” (Romanos 5.8).
O que esta verdade lhe fala sobre a natureza do amor de Deus?

A verdade é que Ele nos ama e tem poder para nos ajudar. Algumas vezes Ele
muda a vida da gente, outras vezes Ele muda as situações à nossa volta, e na
maioria das vezes Ele muda os dois.
Mas para que isto aconteça, Ele espera que a gente dê o próximo passo. Vamos
recordar:
• O primeiro passo é reconhecer a existência de Deus
• O segundo passo é entender o caráter de Deus
• E o terceiro passo é:

3. ACEITAR A OFERTA DE DEUS PARA NOS AJUDAR

Deus tem o poder que precisamos para nos libertar de nossos pecados, de
nossas feridas e nossos maus hábitos que continuamente bagunçam a nossa
vida e nossos relacionamentos. Ele nos oferece o poder para mudar. Mas, para
isto, não basta apenas acreditar em Deus, porque até o diabo acredita Nele. É
necessário tomar uma atitude. O único caminho é se render a Jesus Cristo de
todo o coração, e deixar que Ele o encha com o Espírito Santo.

15
2 Timóteo 1.7 afirma: “Pois Deus não nos deu espírito de covardia, mas de
poder, de amor e de equilíbrio”.
Boa vontade não muda ninguém, o que muda é o poder que Deus nos dá. O
texto diz que é Deus quem nos dá o poder, o amor e o autocontrole para mudar
a nossa vida. Não são estas três coisas que tanto precisamos em nossa vida:
poder, amor e autocontrole?

• Precisamos do poder de Deus para quebrar o poder do pecado em


nossa vida, que não conseguimos vencer sozinhos. Precisamos do poder
de Deus para fazer as coisas que sabemos que devemos fazer, mas que
nunca encontramos forças para fazê-las. E precisamos do poder de Deus
para quebrar a força do passado, das lembranças e das mágoas em nossa
vida.
• Mas precisamos mais do que o poder de Deus. Precisamos de amor
e isto Deus também nos oferece. Precisamos de amor real, não apenas
luxúria. Precisamos ser capazes de amar as pessoas e ser amados por elas,
sendo capazes de oferecer e de receber amor. Queremos ter intimidade
genuína, sem muros, sem máscaras, sem medo de sermos rejeitados. Este
é o tipo de amor incondicional que só Deus pode dar.
• E precisamos também receber autocontrole ou equilíbrio. Nós nunca
teremos verdadeiro controle da nossa vida até que Cristo esteja no controle
dela. À medida que Jesus vai controlando a nossa vida, Ele nos dá forças
para controlar coisas que estão fora de controle.
Ninguém foi planejado para viver uma vida desconectada de Deus. Então
como é que nos conectamos ao poder de Deus? É simples: cremos e
recebemos! Primeiro, creia que Deus existe e que Ele te conhece, sabe
tudo sobre você, que se importa com você e que tem o poder para ajudá-
lo. Então, agora mesmo, não mais tarde, receba-O em sua vida.

Simplesmente diga: “Jesus Cristo ponha seu Espírito em mim. Eu creio que
podes me ajudar e eu recebo sua ajuda através de seu Filho Jesus”.
Precisamos admitir que necessitamos de ajuda. Precisamos
parar de esconder ou fugir de nossos pecados e problemas.

Precisamos assumir o risco de sermos honestos e autênticos e irmos a


Deus como somos e como estamos para experimentarmos liberdade
como nunca antes.

16
Pergunta para o grupo:

1) 2 Timóteo 1.7 afirma: “Pois Deus não nos deu espírito de covardia,
mas de poder, de amor e de equilíbrio”. Peça alguém para compartilhar sobre
um momento em sua vida quando Deus claramente lhe deu poder, amor e
autocontrole numa situação muito difícil que estava enfrentando.

Conclusão:

Mateus 5.4 diz que “felizes são os que choram, pois serão consolados”. Isto
significa que são felizes os que têm sensibilidade ao próprio pecado e por isso
são quebrantados. Que não tentam culpar os outros, mas assumem a própria
responsabilidade. Este é o processo de chorar e lamentar pelos seus pecados
e fraquezas.

Quando fazemos esta escolha, que chamamos de “escolha da esperança”, Deus


diz que estará conosco, que nos confortará de nossas derrotas e misérias, e nos
dará o desejo, o poder e o autocontrole para vivermos uma vida nova e livre da
escravidão do pecado.

Há um poder capaz de consolar e transformar a nossa vida. Ele é muito mais


que um poder, Ele é uma pessoa e deseja que você se conecte a Ele. Seu nome
é Jesus.

Faça a escolha da esperança. Tome as coisas em sua vida que tem feito você
chorar, entregue a Jesus e Ele diz que te consolará. Creia e receba! Abra seu
coração e se volte para Deus agora mesmo.

Líder de célula: Orem em grupo e dê oportunidade a que queira fazer um


compromisso com Jesus de orar entregando tudo a Ele.

17
Estudo 3: A ESCOLHA DO COMPROMISSO
ENTREGANDO-SE A DEUS

Orientação inícial ao lider


O objetivo principal deste terceiro estudo é levar cada pessoa a fazer a escolha
do compromisso, ou seja, a fazer uma tomada de decisão: conscientemente
escolher confiar toda a sua vida e sua vontade aos cuidados e controle de Jesus
Cristo.
Deve ser uma reunião bem evangelística e devemos dar oportunidade a todos,
membros da célula e visitantes, de orarem e se comprometerem com Jesus de
todo o coração. Quem já é convertido, poderá renovar seu compromisso. Quem
não é crente ainda, poderá tomar uma decisão clara e consciente de entregar
sua vida a Cristo.
Por isso mesmo, esta reunião deve ser precedida de muita oração, de um tempo
de jejum e de bom preparo do estudo e de todo o encontro.

Desenvolvimento do ensino

Texto bíblico: Mateus 5.4: “Bem-aventurados (felizes) os humildes (ou mansos),


pois eles receberão a terra por herança”.

Neste estudo, vamos tratar da terceira escolha que temos que fazer se queremos
ser bem-aventurados, que chamamos de “a escolha do compromisso”, a escolha
que eu faço quando escolho conscientemente confiar toda a minha vida (coisas
boas e ruins) e comprometer minha vontade aos cuidados e controle de Jesus
Cristo.
Humildade ou mansidão não tem nada a ver com fraqueza. Mansidão tem
a ver com força sob controle. É entregar o controle de sua vida a um poder
muito maior que você mesmo. Manso ou humilde é aquele que se submeteu
inteiramente ao seu Senhor, entregando-lhe todos os seus pertences
e direitos. E Jesus nos convida a dar este passo em Mateus 11.28-30:

“Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes


darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois
sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas
almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”

18
Nesta passagem tão importante das Escrituras, Jesus diz em primeiro lugar
“Venham a mim” e isto é um convite de Deus para nós. Ele também diz: “e
eu lhes darei descanso” que significa “vocês terão alivio em suas lutas, terão
descanso para sua alma”. Ele esta convidando: “Dê-me o controle, una-se a mim
e eu cuidarei de sua vida”. Ele ainda diz: “aprendam de mim”, ou seja, “apenas
observe o que eu faço e faça como eu faço; se você fizer o que eu faço, a vida
ficará muito mais fácil, muito mais simples e você terá vitória”. Que convite
tremendo!

Pergunta chave: Então, por que alguém recusaria uma proposta como esta?

Talvez alguém neste grupo já tenha ouvido esta passagem bíblica antes e nunca
se importou em responder a este convite. A maioria das pessoas já sabe o
bastante sobre Jesus e sabe que Ele veio para salvar-nos, para curar-nos e para
nos ajudar. Mas para a maioria, tudo isto é como um presente que nunca foi
desembrulhado. Deus diz: “Eu desejo dar-lhe este presente de alivio, descanso,
restauração, cura e esperança. Desejo dar-lhe suporte, crescimento e mudanças,
mas você não faz nada a respeito da minha oferta!”
Por que nós fazemos isto? O que nos impede de fazer esta terceira escolha,
a escolha do compromisso, que pode transformar a nossa vida? Por que
hesitamos tanto em entregar nossa vida e problemas para Deus e em admitir
que precisamos de sua ajuda e cuidado?

Há pelo menos cinco barreiras que nos impedem de assumir um compromisso


com Deus:

1. Orgulho. Orgulho é a maior barreira. Ele nos impede de admitir que


precisamos de ajuda. Quantas pessoas nós conhecemos que se recusam a
pedir ou mesmo aceitar ajuda? A Bíblia diz:
“Quando vem o orgulho, chega a desgraça, mas a sabedoria está com
os humildes” (Pv 11:2)
“O Senhor detesta os orgulhosos de coração. Sem dúvida serão punidos”
(Pv 16:5)
Mas Deus nos ama tanto que não permitirá que o orgulho continue nos
separando Dele. Assim, Ele permite situações de conflito e dor com a finalidade
de quebrar o nosso orgulho e nos aproximar Dele.
Pergunta: Você já passou, ou está passando por uma situação muito difícil que o
levou a se aproximar mais de Deus

2. Culpa. A culpa pode me impedir de fazer um compromisso com
Jesus porque posso me sentir tão envergonhado, ou às vezes até indigno, que

19
não consigo nem pedir Sua ajuda.
“Pois incontáveis problemas me cercam, as minhas culpas me alcançaram
e já não consigo ver. Mais numerosos são que os cabelos da minha cabeça,
e o meu coração perdeu o ânimo”. (Salmo 40.12)
Este salmo diz que posso sentir tanta culpa que até perco o ânimo no coração.
Ou seja, já errei tanto, já pedi perdão tantas vezes e já fiz tantas promessas
de que nunca mais faria aquilo novamente, e quebrei esta promessa tantas
vezes, que nem tenho mais ânimo e coragem de pedir a ajuda de Deus. Sinto
vergonha de pedir a Deus que me ajude.
Outros pensam que já fizeram coisas tão sérias que não conseguiriam se
aproximar de Deus e pedir perdão. Acham que foram longe demais e que para
eles não tem mais jeito. Mas isto é um grande erro e um engano que a culpa
produz. Devemos entender que Deus já sabe de tudo e não há nada que possa
surpreendê-lo. Ele já conhece todos os nossos pecados, Ele já conhece todas as
nossas falhas e fraquezas, até aqueles pecados que nós ainda nem cometemos.
E mesmo assim Ele ainda nos ama e está pronto a perdoar todos eles se nós
humildemente lhe pedirmos perdão. A Bíblia diz:
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os
nossos pecados e nos purificar de toda injustiça.” (1 João 1.9)
“Então reconheci diante de ti o meu pecado e não encobri as minhas
culpas. Eu disse: Confessarei as minhas transgressões ao Senhor, e tu
perdoaste a culpa do meu pecado” (Salmo 32.5)
Não há um pecado, um hábito, um desvio de comportamento ou um vício que
Deus não possa perdoar. Ele deseja socorrer-nos, por isso não podemos deixar
que o orgulho ou a culpa nos impeçam de dar este passo de um compromisso
com Deus.

3. Medo. Muitos evitam um compromisso com Jesus porque tem


medo do preço desta decisão. Muitos temem que se derem sua vida a Cristo,
terão que abandonar muitas coisas. Muitos não querem ninguém controlando
sua vida. Como já vimos, querem continuar sendo o “deus” da sua própria vida
e poder fazer que bem entendem.
Mas o fato é que todos somos controlados por algo ou alguém, e aí é que está
o problema e o engano. Muitos são controlados pela opinião dos outros, outros
são controlados por mágoas que não conseguem esquecer, outros por maus
hábitos e vícios, por inveja, por luxúria, memórias do passado; sem Deus somos
todos controlados por nossa natureza pecaminosa, e alguns até por espíritos
malignos. Precisamos ser honestos e admitir que somos controlados por muitas
coisas.
Então podemos definir o que liberdade realmente significa. Liberdade é escolher
quem nos controla. E quando você entrega sua vida aos cuidados e controle de

20
Jesus Cristo, que o ama mais que qualquer outro, Ele o libertará. Jesus diz que
quem peca é escravo do pecado, mas quem conhece a verdade, a verdade o
libertará (João 8. 31-36). Jesus, que é a Verdade, veio à Terra para nos libertar
de tudo que tem nos controlado. Por isso Jesus disse que os mansos herdarão a
terra, ou seja, serão livres para usufruir, de fato, das bênçãos da terra e a entrega
total resulta sempre em vida abundante, paz, direção, segurança e realização.
Perguntas:
a) Honestamente, o que você tem medo de acontecer com você se
entregasse sua vida a Cristo?
b) O que tem medo de perder? Um relacionamento? Um hábito
pecaminoso? Um estilo de vida?

4. Preocupação. Muitos se preocupam com o que os outros vão


pensar. Mas a maioria se preocupa mesmo é se serão capazes de manter uma
decisão como esta no longo prazo, de entregar-se a Jesus e segui-lo pra valer.
Mas não devemos nos preocupar, pois Deus tem uma mão forte; se dermos
nossa mão a Ele, Ele nunca nos soltará, porque Ele é nosso Pai e nos ama.
Quando cairmos, Ele nos levantará. E Ele mesmo nos capacitará para segui-lo e
completará a obra que começou em nossa vida. Então, não se preocupe. Nele
você pode confiar.
“Estou convencido de que aquele que começou boa obra em vocês, vai
completá-la até o dia de Cristo Jesus”. (Filipenses 1.6)

5. Dúvida. Muitos dizem “eu quero acreditar, eu quero confiar em


Deus, mas minha fé parece que é muito pequena. Tenho muitas dúvidas, tenho
muitas questões que não entendo”.
A Bíblia conta a respeito de um pai que pede a Jesus para curar seu filho e
Jesus lhe diz: “Tudo é possível àquele que crê.” Imediatamente o pai do menino
exclamou: “Creio, ajuda-me a vencer a minha incredulidade!” (Marcos 9.23-24).
E Jesus curou aquele menino. Você não precisa ter uma fé enorme, mas precisa
colocar a sua fé na pessoa certa, colocá-la em Cristo. Ele o ajudará a crescer em fé.

Perguntas para discussão:


1. Qual das cinco barreiras a um compromisso com Deus (orgulho, culpa,
preocupação, medo e dúvida) mais te afeta?
2. Considerando o verso “Venham a mim, todos os que estão cansados e
sobrecarregados, e eu lhes darei descanso”(Mateus 11.28), em que área de sua
vida você sente que precisa de descanso urgentemente?
Não podemos permitir que estas barreiras nos impeçam de fazer um
compromisso pessoal com Jesus Cristo. Então o que devemos fazer? O que
significa fazer uma escolha? Fazer um compromisso com Jesus Cristo significa

21
escolher conscientemente confiar toda a sua vida e sua vontade aos cuidados e
controle de Jesus Cristo. Para fazer este compromisso cada um precisa admitir
e declarar que:

a) Eu aceito o Filho de Deus, Jesus, como meu Salvador


Admito que eu preciso ser salvo. Precisos ser salvo do pecado, da culpa,
mas preciso também ser salvo de mim mesmo. Salvo e libertos das
minhas fraquezas, daqueles hábitos que acabam comigo e bagunçam toda
a minha vida. Preciso ser salvo do inferno e da condenação.
Ou seja, eu admito que preciso de ajuda e entendo que preciso de um
Salvador. Pode crer: se nós não precisássemos de um Salvador, Deus
não teria gasto tanto tempo e sacrifício para nos enviar um. Bíblia afirma
claramente:
“Creia no Senhor Jesus, e serão salvos, você e os de sua casa” (Atos
16.31)

b) Eu aceito a Palavra de Deus como meu padrão para viver


De agora em diante eu tenho um manual para orientar a minha vida, que
é a Bíblia, a Palavra de Deus. Deus diz que as Escrituras são o padrão pelo
qual nós vamos avaliar todas as decisões e áreas de nossa vida. A Bíblia
diz:
“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão,
para a correção e para a instrução na justiça”. (2 Timóteo 3:16)
Ou seja, a Bíblia nos mostra quando nos desviamos do caminho certo,
porque nos desviamos, como voltar ao caminho certo e ainda mostra
como permanecer no caminho. Para isto, eu preciso aceitar a Palavra de
Deus como meu padrão.

c) Eu aceito a vontade de Deus como a minha estratégia para viver


Isto significa que a primeira pergunta que farei ao acordar cada manha
é: “Deus, o que você deseja que eu faça hoje? Eu desejo fazer o que
você deseja. Quero viver minha vida debaixo da Sua vontade porque foi
você quem me criou, criou-me com um propósito e eu quero alcançar o
meu propósito na vida. Então, eu aceito a Sua estratégia. Seja feita a Sua
vontade em minha vida na Terra como ela é feita no Céu”.

d) Eu aceito o poder de Deus como minha força


Esta é a chave que faz toda a diferença. A Bíblia diz:
Tudo posso naquele que me fortalece (Filipenses 4.13)
Posso todas as coisas, não através do meu esforço, mas através de Cristo.
Significa que Nele eu posso vencer os maus hábitos, que posso resolver

22
meus problemas de relacionamento e experimentar reconciliação, posso
fazer todas as coisas através de Jesus. Não tenho mais que depender de
minha própria energia e força, porque agora estarei conectado na fonte do
poder de Deus, que é Jesus Cristo e o Espírito Santo. Pense nisso. Jesus disse:

Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta,
entrarei e cearei com ele, e ele comigo (Apocalipse 3:20)

Pergunta: Cada um aqui neste grupo já fez isto? Já abriu a porta de seu coração
para Jesus Cristo entrar?

Jesus diz que está à porta de seu coração, de sua mente e está batendo e
dizendo: “Eu quero entrar em sua vida! Quero fazer uma limpeza e um rearranjo
geral”. A Escolha do Compromisso significa que você tem que fazer a decisão de
abrir a porta de seu coração para Jesus Cristo.
Se alguém nesta célula nunca fez isto, queremos dar a oportunidade
para abrir a porta do coração agora mesmo através de uma oração de entrega e
compromisso com Jesus Cristo. Repita esta oração:

“Senhor Deus, eu preciso de você em minha vida. Eu creio que o Senhor existe
e que deseja ter um relacionamento comigo. Te agradeço por me amar tanto e
eu também quero um relacionamento de amor com o Senhor. Ponho de lado
o meu orgulho e me humilho diante de Ti, ponho de lado a minha culpa e
peço que me perdoes, ponho de lado minhas duvidas e peço que me ajudes
mesmo com as duvidas que ainda tenho. Neste dia, eu decido entregar a minha
vida e as minhas vontades em suas mãos e Te dar o controle da minha vida.
Humildemente peço que sejas o meu salvador e Senhor da minha vida. Eu oro
em Nome de Jesus, Amem.”

Parabéns aos que fizeram esta decisão. Lucas 15 diz que toda vez que alguém
se entrega a Jesus, há uma festa no céu. Anjos estão celebrando por causa das
decisões feitas. Ninguém deve se preocupe, pois um maior entendimento desta
decisão virá à medida que cada um vai crescendo e amadurecendo em seu
relacionamento com Jesus. Pare isto esta célula existe, para juntos buscarmos a
Deus e crescermos em nosso relacionamento pessoal com Ele.

23

Você também pode gostar