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1. Definição...................................................................................3
2. Conceitos anatomopatológicos........................................3
3. Epidemiologia..........................................................................6
4. Fisiopatologia..........................................................................6
5. Fatores que predispõem à inflamação na EM............9
6. Quadro clínico.......................................................................10
7. Formas clínicas....................................................................15
8. Diagnóstico...........................................................................18
9. Variantes da em..................................................................25
10. Diagnóstico diferencial...................................................27
11. Tratamento.........................................................................28
Referências bibliográficas ...................................................34
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SAIBA MAIS!
A EM foi descrita em 1865 por Jean Martin Charcot, ao observar três pacientes que apresen-
tavam sintomas neurológicos há 10 anos. Assim, ele elaborou a tríade sugestiva da doença:
nistagmo, disartria e ataxia. São sinais resultantes de comprometimento das estruturas do
tronco cerebral e conexões cerebelares. Além disso, definiu a cronicidade da doença, com
evolução composta por períodos de remissão dos sintomas. Já na América Latina, a primeira
descrição de EM foi realizada no Brasil em 1923 por Aloísio Marques.
2. CONCEITOS
ANATOMOPATOLÓGICOS
Aspectos macroscópicos
As lesões macroscópicas são iden-
tificadas pela presença de placas
desmielinizadas dispostas de forma
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Figura 1. Anatomia patológica. Imagem 1: (A) EM: Corte coronal do encéfalo fixado em celoidina, coloração de Weil,
placas de desmielinização na substância branca (setas). (B) EM: Placas de desmielinização na substância branca
cerebelar e ponte, fixado em celoidina, coloração de Weil (setas). (C) EM: Lesão desmielinizante perivenular inicial em
substância branca do encéfalo; coloração de Weil (X200). (D) EM: Infiltrado perivenular em placa inflamatória colora-
ção hematoxilina-eosina (X200). (E) EM: placa antiga de desmielinização com intensa gliose gemistocítica; coloração
hematoxilina-eosina (X200). Fonte: Clínica Médica – USP (vol. 6).
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FLUXOGRAMA - FISIOPATOLOGIA
Sangue periférico
ATIVAÇÃO DE
LINFÓCITOS T
Linfonodos
SNC
PLACAS CICATRICIAIS
Mielina normal
Mielina cicatrizada
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Figura 2. Fisiopatologia – aspectos imunológicos. Representa a ação no sistema imune com linfócitos T, linfócitos B
e macrófagos que atravessam a barreira hematoencefálica e agridem estruturas do SNC. A autoimunidade confere
liberação de citocinas, autoantígenos e alteração de células da glia. Fonte: http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocen-
te/admin/arquivosUpload/15347/material/Aula%201%20ELA%20Esclerose%20m%C3%BAltipla%20e%20doen%-
C3%A7a%20de%20alzheimer.pdf
REGIÃO MÉDIA
REGIÃO ANTERIOR
• Assimetria Facial
• Fraqueza:
• Fraqueza:
- MI > MS
- MS > MI
• Hipoestesia:
• Hipoestesia:
- MI > MS
- MS > MI
• Apatia
• Afasia
• Incontinência urinária
• Negligência
REGIÃO POSTERIOR
• Vertigem, náuseas e vômitos
• Alterações visuais
• Ataxia
• Hemi-hipoestesia
• Alteração do estado mental
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1 2 3 4 5
Sinal de Babinski
Região 3 2 Região
posterior anterior e média
ao paciente se o mesmo teve essa dor, então é preciso que seja feita a
sensação, pois nem sempre é intensa referência de forma clara.
suficiente para apresentar fáscies de
Flexão da cabeça
Sensação de choque
em coluna e membros
inferiores
Figura 4. Sinal de Lhermitte. Representa o sinal de Lhermitte que é a movimentação da cabeça na posição de flexão
e consequente sensação de choque que percorre a coluna até membros inferiores. Fonte: https://pt.slideshare.net/
otaviobh/semiologia-ortopedica-tjmg
Recorrência
Remissão
Remissão incompleta
Estabilidade sem atividade
Nova atividade (recorrência)
INCAPACIDADE
TEMPO
Remitente recorrente
Atividade (recorrência) com progressão
Atividade (recorrência) sem progressão
Progressão sem atividade
Estabilidade
Nova atividade (recorrência)
INCAPACIDADE
TEMPO
Figura 6. Secundariamente progressiva. Fonte: adaptado de Lublin et al., 2014.
TEMPO
Parestesia
Hipoestesia
Fenômeno de Uhthoff SINAL DE LHERMITTE
Dor
Sensitivas
Gênito-urinárias Oculares
Polaciúria
Neurite óptica
Urgência
Motoras Unilateral
Incontinência
Turvação visual
Disfunção sexual
Neurônio motor
superior Dor ocular
Espasticidade
Clônus
Sinal de Babinski
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Figura 8. Ressonância magnética em corte axial com lesões Figura 9. Ressonância magnética em corte sagital
ovoides na substancia branca do SNC. Fonte: Case courtesy da medula espinhal cervical. Fonte: Case courtesy of
of A.Prof Frank Gaillard, Radiopaedia.org, rID: 2634. A.Prof Frank Gaillard, Radiopaedia.org, rID: 2635.
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SAIBA MAIS!
O sinal dos “dedos de Dawson” na EM corresponde às lesões localizadas na substância
branca periventricular, com maior eixo perpendicular ao corpo caloso, com aspecto ovoide,
relacionadas a alterações inflamatórias ao redor das veias medulares. James Walker Dawson
foi um patologista escocês que desenvolveu importantes estudos sobre a doença.
Figura 10. Ressonância magnética em corte sagital representando os “Dedos de Dawson”. Fonte: Case cour-
tesy of A.Prof Frank Gaillard, Radiopaedia.org, rID: 2634.
SAIBA MAIS!
Os “Black Holes” são lesões hipodensas (enegrecidas) distribuídas na substância branca do
SNC que surgem onde a células da glia (astrócitos e oligodendrócitos) substituíram a bainha
de mielina destruída envolta nos axônios. Esse processo resulta da agressão crônica pelas
células linfoides e citocinas a bainha de mielina e formação de placas cicatriciais.
Figura 12. Representação da ação de células do sistema imune agredindo a bainha de mielina com a pre-
sença de fatores de complemento e citocinas. Há também ação desordenada de células da glia formando
deposições em áreas lesadas e regiões cicatriciais. Por fim, a condução do impulso nervoso é prejudicada.
Material acessado no link: http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/15347/material/
Aula%201%20ELA%20Esclerose%20m%C3%BAltipla%20e%20doen%C3%A7a%20de%20alzheimer.pdf
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APRESENTAÇÃO
DADOS PARA DIAGNÓSTICO
CLÍNICA
A) 2 ou mais surtos +
evidência clínica de 2 Apenas 1 ou 2 lesões sugestivas de EM à RM.
ou mais lesões.
Disseminação no espaço, demonstrada por RM com critérios de Barkhoff, pre-
sença de pelo menos 3 das 4 características a seguir: (a) pelo menos 1 lesão im-
B) 2 ou mais surtos +
pregnada pelo gadolínio ou pelo menos 9 lesões supratentoriais em T2; (b) pelo
evidência clínica de 1
menos 3 lesões periventriculares; (c) pelo menos 1 lesão justacortical; (d) pelo
lesão.
menos 1 lesão infratentorial; OU RM com 2 lesões típicas e presença de bandas
oligoclonais ao exame do líquor; OU Aguardar novo surto.
Disseminação no tempo, demonstrada por RM após 3 meses com novas lesões
C) 1 surto + evidência
ou pelo menos 1 das antigas impregnada pelo gadolínio; OU aguardar novo
clínica de 2 lesões.
surto.
Disseminação no espaço, demonstrada por RM com Critérios de Barkhoff ou RM
D) 1 surto mais evi- com 2 lesões típicas e presença de bandas oligoclonais no exame do líquor E
dência clínica de 1 Disseminação no tempo, demonstrada por RM após 3 meses com novas lesões
lesão. ou pelo menos 1 das antigas impregnada pelo gadolínio; OU aguardar novo
surto.
Tabela 3. Fonte: Ministério da Saúde, 2019. Link: https://www.saude.gov.br/images/pdf/2019/outubro/10/PCDT-Es-
clerose-M--ltipla.pdf
EXAME DE IMAGEM
CENTRAIS
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
VISUAIS
LESÕES
SÚBITOS ESBRANQUIÇADAS –
SENSITIVOS
FOCAIS OVOIDES
TRANSITÓRIOS DEDOS DE DAWSON
PROGRESSIVOS “BLACK HOLES”
DIAGNÓSTICOS
DIFERENCIAIS
SOROLOGIAS ESCLEROSE
EXAMES DE IMAGEM MULTIPLA!
Nível de gravidade
Baixo
OPÇÃO Intermediário
TERAPÊUTICA Alto
Baixo
Interferona DMFumarato
1ª LINHA
A. Glatiramer Terlifinomide
Intermediário
Fingolimode
Natalizumabe Alto
2ª linha
Alentuzumabe Alto
Transplante autólogo
Experimental de células tronco Alto
Metilpredinisolona Interferona
Intolerância?
1g, EV, 3 a 5 dias
Outro de 1ª linha
ABORDAGEM
Dexametasona Sem resposta
INICIAL
2ª linha
16mg/dia, por 5 dias
Sem resposta
Plasmaférese
Transplante autólogo
OU
Imunoglobulina
400mg/kg/dia,
!!
EV, por 5 dias
SAIBA MAIS!
O Ministério da Saúde aprovou em 2019 o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas
da Esclerose Múltipla, onde contém orientações gerais sobre diagnóstico e tratamento dos
pacientes. Dentre as orientações terapêuticas destaca-se: 1) Betainterferona – primeiro me-
dicamento a demonstrar eficácia, sendo até então o fármaco de referência. 2) Acetato de
Glatiramer que não demonstrou melhores resultados quando comparado a Betainterferona,
levando em considerações os critérios: ausência de surto, ausência de progressão clínica e
ausência de progressão na ressonância magnética. 3) Imunossupressores – essa classe não
é a primeira opção, mas pode ser utilizada em caso de não resposta terapêutica com os de-
mais medicamentos. Em suma: paciente diagnosticado na forma remitente recorrente – uma
das opções de primeira linha (betainterferona, glatiramer ou teriflunomida), se intolerância ou
reações adversas deve substituir por outro da primeira linha ou pelo fumarato de dimetila. Se
existir falha terapêutica com todas as opções de 1ª linha há indicação de medicamento de 2ª
linha (natalizumabe).
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Hipoestesia
Imunossupressores
Mais frequente
Doença autoimune, em adultos jovens do Sensitivos Parestesia
desmielinizante, sexo feminino
Interferon crônica e evolutiva Dor
que atinge a
substância Agressão imunológica
EPIDEMIOLOGIA Fraqueza
Plasmaférese ou branca do SNC à bainha de mielina
Imunoglobulina
Espasticidade
Clônus
Metilprednisolona TRATAMENTO SINAIS E SINTOMAS
Sinal de Babinski
Diplopia
DIAGNÓSTICO FORMAS CLÍNICAS
Turvação visual
“Black holes” Visuais
Primariamente Dor
RNM
progressiva
Dedos de Dawson Perda visual
Secundariamente
progressiva Disfunção sexual
Bandas oligoclonais
de IgG Gênito-
Remitente- Incontinência
LCR urinários
recorrente
Células linfoides Polaciúria
Déficit cognitivo
Psiquiátricos
Depressão
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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Brasil, Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Esclerose Múltipla.
2019. Disponível em: https://www.saude.gov.br/images/pdf/2019/outubro/10/PCDT-Escle-
rose-M--ltipla.pdf. Acesso em 19/04/2020.
MARTINS, Milton de Arruda, et al. (Ed.). Clínica médica, volume 6: Doenças dos olhos, doen-
ças dos ouvidos, nariz e garganta, neurologia, transtornos mentais. Barueri: Manole, 2009.
Nitrini R.; Bacheschi LA. A neurologia que todo médico deve saber. São Paulo. Editora ATHE-
NEU. 2003.
Neto JPB, Takayanagui OM. Tratado de neurologia da Academia Brasileira de Neurologia.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
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