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Sociologia – ciência que estuda as condições de existência coletiva dos seres humanos é um
acontecimento que só pode ser compreendido ao lado das mudanças radicais vividas no início
da modernidade.
É essencial ter em mente que essas mudanças, marcadas por graves crises sociais e
econômicas, não foram pacíficas. As rupturas provocadas pela consolidação do capitalismo
causaram grandes convulsões sociais. As exaustivas jornadas de trabalho – que duravam, em
média, 12 horas – e a precária condição de vida nas cidades geravam o caos. As revoltas eram
frequentes e alguns grupos chegavam a organizar a destruição de máquinas como uma reação
diante do processo de industrialização. Na Europa, a vida anterior ao nascimento da era
industrial era mais estável, encontrando na religião uma fonte de explicação do mundo. Com a
modernidade, o homem precisou também criar uma nova forma de entender a si e ao mundo
ao seu redor.
Tendo o racionalismo como precursor, a Sociologia irrompe enquanto necessidade de
compreender essas novas formas de vida e apresentar soluções para seus conflitos. Surgindo
na forma positivista, A Sociologia manifestou uma extraordinária e radical intenção de conhecer
a sociedade pela via da metodologia científica. Assim como a evolução das ciências naturais
permitira o controle do homem sobre a natureza, a Sociologia surgia com a promessa de dar
aos homens o controle de sua própria história e organização social. São teorias sobre a
sociedade que surgem com a missão de ajudar a derrubar as formas de vida do passado,
criando uma forma de pensar que pudesse interferir nas configurações modernas de
organização social. A nascente Sociologia encarna, portanto, um caráter redentor que prometia
resolver os conflitos sociais através do conhecimento científico sobre a vida coletiva.
Boa parte dos primeiros sociólogos foram também homens de ação. Suas teorias iam
evoluindo a medida que a modernidade apresentava contratempos. Com objetivos diferentes –
de revolucionar, manter, combater ou reformar a nova ordem nascente – estes teóricos criavam
um conhecimento que serviria de ferramenta para interferir na realidade. Destacamos nessa
primeira fase de consolidação da Sociologia as obras de Augusto Compte, Émile Durkheim,
Max Weber e Karl Marx.
No Brasil, é apenas na década de 1920 que surgem os primeiros estudos sociológicos com
vistas a compreender a formação da sociedade brasileira, discutindo a influência de seu
passado escravocrata e colonial. A força que tem a Sociologia como ferramenta de discussão
da vida coletiva se revela quando notamos que, no Brasil, os regimes autoritários proibiram seu
ensino nas escolas.
Bibliografia:
ATIVIDADE