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Atividade:

Encontro dos europeus com povos da América, Ásia e África.


Nos séculos XV, XVI E XVII ocorreu a grande expansão marítima comercial dos países europeus. Através das Grandes
Navegações, pela primeira vez na história, o mundo seria totalmente interligado. Muitos povos da América, África e
Ásia foram conquistados e colonizados. Esse contato entre os europeus e os povos nativos teve profundas
transformações para sempre na vida de ambos.

ÁSIA

A descoberta de um caminho marítimo para a Ásia intensificou os contatos entre os europeus e alguns povos
asiáticos. Ao conhecer essas sociedades, muitas vezes os europeus se surpreendiam. Em 1510, os portugueses
conquistaram a cidade de Goa, na costa oeste da Índia, e aí instalaram uma feitoria (fortificação primitiva onde eram
armazenadas e comercializadas mercadorias). “Estamos convencidos de que somos os homens mais astutos que se
pode encontrar, e o povo aqui nos ultrapassa em tudo […] Fazem melhores contas de memória do que nós, e parece
que nos são superiores em inúmeras coisas, exceto com a espada na mão, a que eles não conseguem resistir.”

Essa declaração demonstra o sentimento de superioridade dos europeus sendo desfeito pela realidade que
encontraram na Ásia do século XVI. Naquela época, as sociedades asiáticas dominavam muito mais conhecimentos e
se organizavam de forma muito mais complexa do que os europeus imaginavam.

Marco Polo (1254-1324). Nascido em Veneza, na Itália, de família de mercadores, escreveu um livro sobre a viagem
que teria feito com o pai e o tio à China.

Segundo o relato, os Polo ali chegaram por volta de 1274 e permaneceram na China por dezessete anos, onde
descobriram, entre outras coisas o espaguete e a pólvora. De volta a Veneza em 1295, Marco foi capturado por
genoveses e preso junto com um escritor que o ajudou a escrever o livro, que fez sucesso, mas que muitos
consideraram uma história fictícia e não um relato verdadeiro.

ÁFRICA

A expansão portuguesa começou em 1415, com a tomada de Ceuta, importante centro comercial dominado pelos
muçulmanos no norte da África.

Em seguida, Portugal ocupou as ilhas de Madeira, Açores e Cabo Verde, no oceano Atlântico, onde foi realizado com
sucesso, uma experiência de colonização, implantando o cultivo de cana-de-açúcar.

Essa experiência serviria mais tarde de modelo para a ocupação das terras americanas. A expansão estendeu-se ao
longo do litoral africano, onde os portugueses obtinham produtos como pimenta, ouro e marfim.

Mesmo antes das Grandes Navegações europeias, o continente africano já era conhecido pelos europeus,
principalmente a parte que hoje chamamos de “África Branca”. Os primeiros contatos entre cristãos e negros
ocorreram por intermédio dos muçulmanos, que realizavam trocas de mercancia entre os dois “povos”.

Com as navegações, que têm Portugal como o seu pioneiro, a África Negra que até então mantinha contato com o
resto do mundo por meio dos muçulmanos, tem seu isolamento rompido e passa a constituir uma importante praça
de trocas, onde o principal produto exportado eram os escravos africanos. É importante lembrar que essas trocas
que consistiam principalmente em ferro, pano, aguardente, cavalos e armas acabaram se tornando de extrema
importância para o continente africano.

Desde 1440, o comércio de escravos já era visto como bem lucrativo para os portugueses, sendo que em 1448 se
estabelece em Arguin um “comércio regular” que consistia na troca de bens contra humanos. Em 1474, Portugal tem
o monopólio sobre o tráfico de escravos.
Como podemos observar antes mesmo da descoberta do Novo Mundo a escravidão africana já era muito conhecida
e utilizada na Europa, bem como já se encontrava vinculada à expectativa de se obter uma produção em larga escala
de certas colheitas úteis.

AMÉRICA

Segundo algumas pesquisas de demografia histórica, viviam no continente americano uma população de
aproximadamente 88 milhões de habitantes, divididas em mais de três mil nações indígenas por volta do final do
século XV. Entre elas destacam-se na América do Norte (apaches, sioux e astecas), na América Central (maias e
chibchas) e na América do Sul (incas, tupis e nuaruaques).

Durante muito tempo, vários historiadores destacavam uma visão heroica dos feitos do conquistador, o que tornou
corrente o uso da expressão descobrimento da América e do Brasil. Mas recentemente, os historiadores tem
analisado a questão sob outros pontos de vista, ressaltando o impacto da presença dos europeus na destruição dos
modos de vida e na dizimação (mortes) dos povos que viviam na América. Desta forma o termo mais correto a se
utilizar é a invasão e conquista.

Foram variadas as formas de violência usadas contra os povos nativos americanos. Teve a violência física já que as
armas dos conquistadores europeus eram superiores às dos índios (nome dado aos nativos do continente). Essa
superioridade deve-se ao uso de armas feitas de aço (espadas, lanças, punhais, escudos), ao uso de armas de fogo
(mosquete, canhão) e ao cavalo, animal desconhecido pelos nativos.

Outro elemento foram as doenças contagiosas trazidas pelos europeus como o sarampo, tifo, varíola, malária e gripe
que não existiam no continente. Não havendo anticorpos para combatê-las, elas se espalharam rapidamente,
provocando epidemias matando milhares deles.

Houve ainda a violência cultural quando os europeus impuseram aos povos americanos costumes que afetaram
profundamente a sobrevivência das suas comunidades. A obrigatoriedade do ensino religioso e da língua dos povos
europeus aliada à remoção de populações inteiras para trabalhar como escravas nos aldeamentos completam esse
canário terrível.

Para os europeus esse contato foi muito positivo. Os grandes comerciantes e banqueiros europeus obtiveram lucros
expressivos coma conquista e colonização do continente americano. Houve um aumento na oferta de ouro, prata e
pedras preciosas, o deslocamento do eixo econômico da região do Mar Mediterrâneo para os portos do Oceano
Atlântico e a descoberta de grande variedade de espécies vegetais como o milho, o tomate, o cacau e a batata e
ainda animais até então desconhecidos.

Além disso, a exploração da América impulsionou vários setores da cultura europeia. Novos conhecimentos e
técnicas precisaram ser desenvolvidos e aperfeiçoados para se viajar grandes distâncias marítimas. Houve ainda, um
processo de difusão de conhecimentos adquiridos em contatos com povos indígenas que se mostraram benéficos
para os europeus.

AGORA QUE VOCÊS JÁ LERAM O TEXTO, RESPONDAM AS SEGUINTES QUESTÕES

1) “Quem tem medo de viajar de avião não sabe o que era a navegação marítima no tempo das descobertas. Reis
dos mares, entre os séculos XV e XVI, os portugueses sofreram muito para conquistar os oceanos. A maioria das
caravelas afundava na terceira viagem e uma caravela que conseguisse completar seis travessias sem afundar era
considerada modelo de embarcação bem feita”. (Adaptado de: Sibelle Pedral. A epopeia dos pobres. Revista Veja,
São Paulo, 4 maio de 1994.)
O texto acima nos dá uma ideia de como era difícil e perigoso navegar no século XV. Apesar dessas dificuldades os
portugueses insistiram nesse empreendimento, conseguindo chegar às Índias em 1498. Explique os motivos que
levaram os portugueses a investirem nessas viagens marítimas.
2) No início do século XV, Portugal estava em condições de liderar a expansão marítima e comercial europeia. O
pioneirismo português nessa “aventura marítima” pode ser explicado por diversos fatores. Explique os motivos
políticos, geográficos e tecnológicos que levaram Portugal a ser o primeiro país europeu a dedicar-se as grandes
navegações.

3) “A notícia sobre a descoberta de novas terras por Cristóvão Colombo, quase causou uma guerra entre Espanha e
Portugal, já que ambos queriam ter direitos sobre elas. Depois de discussões prolongadas, esses países acabaram
chegando a um acordo (…)”. (Adaptado de: BOULOS JÚNIOR, Alfredo. História: sociedade & cidadania. São Paulo:
FTD, 2006. p. 122.)
O texto acima refere-se ao Tratado de Tordesilhas assinado entre Portugal e Espanha a respeito dos direitos de
propriedade e exploração sobre as terras recém descobertas. Explique:

a) O que esse acordo determinava.

b) As vantagens que ele trazia para Portugal.

c) A reação dos demais países europeus a esse tratado.

4) As Grandes Navegações do século XV provocaram profundas transformações que afetaram o mundo inteiro.
Cite as consequências positivas e negativas dessa expansão marítima europeia.

5) (Cesgranrio) Acerca da expansão marítima comercial implementada pelo Reino Português, podemos afirmar que:

a) a conquista de Ceuta marcou o início da expansão, ao possibilitar a acumulação de riquezas para a manutenção do
empreendimento.
b) a conquista da Baía de Arguim permitiu a Portugal montar uma feitoria e manter o controle sobre importantíssima
rota comercial intra-africana.
c) a instalação da feitoria de São Paulo de Luanda possibilitou a montagem de grande rede de abastecimento de
escravos para o mercado europeu.
d) o domínio português de Piro e Sidon e o consequente monopólio de especiarias do Oriente Próximo tornaram
desinteressante a conquista da Índia.
e) a expansão da lavoura açucareira escravista na Ilha da Madeira, após 1510, aumentou o preço dos escravos, tanto
nos portos africanos, quanto nas praças brasileiras.

6) (Cesgranrio) O descobrimento do Brasil foi parte do plano imperial da Coroa Portuguesa, no século XV. Embora
não houvesse interesse específico de expansão para o Ocidente, …

a) a posse de terras no Atlântico ocidental consolidava a hegemonia portuguesa neste Oceano.


b) o Brasil era uma alternativa mercantil ao comércio português no Oriente.
c) o desvio da esquadra de Cabral seguia a mesma inspiração de Colombo para chegar às Índias.
d) a procura de terras no Ocidente foi uma reação de Portugal ao Tratado de Tordesilhas, que o afastava da América.
e) essa descoberta foi mero acaso, provocado pelas intempéries que desviaram a esquadra da rota da Índia.

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