O legislador ao elaborar a lei de greve nº 7.783/89 pensou bem ao
mencionar no parágrafo único do artigo 14, os motivos que excluirá os abusos em caso de greve. Ao elencar as excludentes o legislador quis proteger os trabalhadores no momento do exercício do direito de greve, onde caberá aos labutadores decidir sobre a ocasião apropriada em que a greve irá ser deflagrada.
A Lei de Greve em seu artigo 14, parágrafo único, elenca duas
excludentes de abuso do exercício do direito de greve na vidência de acordo, convenção ou sentença normativa. A paralisação busca ter os direitos já adquiridos através acordos, convenção ou sentença normativas cumpridos, não considerada abusiva, mas tem que ter o fim especifico preceituado no mencionado artigo que são:
• Tenha por objetivo exigir o cumprimento da cláusula ou condição;
• Seja motivado pela superveniência de fato novo ou acontecimento
imprevisto que modifique substancialmente a relação de trabalho.
Na primeira excludente os operário objetivam exigir o implemento da
cláusula ou condição de direitos já integrados, por exemplo, participação dos lucros da empresa, pagamento dos ajustes salariais, pagamento do vale alimentação, etc.
Já a segunda excludente busca o equilíbrio pactuado entre empregado e
empregador, pois o contrato de trabalho é uma relação jurídica bilateral, que fundamentam-se em critérios econômicos-sociais, necessitando revisão contratual, a fim de que não se enseje em disparidade salarial, que traga prejuízos ao trabalhador e locupletamente para o patrão.
Mesmo vigente a convenção, acordo ou sentença normativa, mas que
tornam-se insuportáveis aos trabalhadores as cláusulas já previstas, por motivo não esperado, imprevisível no contexto social, em que as condições econômicas são flexíveis dentro da conjuntura inflacionária. A segunda exceção não é considerada abusiva se antes de decretar a greve os trabalhadores através de conciliação ou negociação junto aos empregadores busque o equilíbrio remuneratório, visando a modificar, cláusulas de acordos, convenção ou sentença normativa. E também de fato em caso de inobservância, os trabalhadores podem ser representados por seu sindicatos numa reclamação plúrima, não se fazendo mister uma interrupção coletiva de trabalho para abranger ao mesmo resultado da aludida reclamatória.
Destarte, carece haver equilíbrio entre direito de greve e a instância
econômica e social do empregador e da própria sociedade. Todavia, a sociedade deve ser conservada na medida de suas necessidades fundamentais.
Por outro lado, os trabalhadores precisam de todas as seguranças que
viabilizem o direito de anuir ao movimento grevista, sob pena de grave lesão ao Estado Social e Democrático de Direito, o que poderá causar manifesta inconstância social.