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Resumo: O texto, com base no documento oficial do Banco Mundial, - Informe sobre o desarrollo
mundial - El conocimiento al servicio del desarrollo (1999) -, problematiza o conceito de conhecimento
advogado por essa instituição, sobre o qual se assenta, de forma sofística, não só a proposta de
redução das desigualdades entre países ricos e pobres, como a política educacional para as nações
com carência de conhecimentos científicos, tecnológicos e/ou culturais.
Abstract: The World Bank document Information on World Development – Knowledge for
Development (1999) is analyzed. Our research problematizes the concept of development as
enhanced by the above institution. The World Bank's suggestions on the decrease of inequalities
between rich and poor countries and its educational policy with regard to countries lacking scientific,
technological and cultural knowledge are provided and critically evaluated.
Esse conjunto de juízos, entre outros, emitidos pelo Banco Mundial, obriga a refletir
sobre as mudanças na estrutura da economia desde a década de 80, na qual, os
investimentos externos e os mecanismos internacionais tem proeminência na definição das
políticas sociais. Considerando que o mesmo documento aponta para a necessidade, nos
países não desenvolvidos, de uma legislação mais agressiva e de tribunais menos
corruptos e menos lentos para processar crimes, entre os quais aqueles relativos à
pirataria, roubos dos direitos autorais e de patentes, não pagamento de royalties, não
cumprimento das normas e compromissos próprios à aquisição de informações, percebe-
se, com maior clareza, o significado e/ou a função mais radical da instrução ou formação
teórica para as sociedades do conhecimento nas beiradas do século XXI. O saber científico
e tecnológico aparece, definitivamente, como mercadoria do primeiro mundo.
O conhecimento, como um bem privado, afirmado sem nenhum pudor como tal,
passa a ser preservado sob o império de leis, ratificadas constitucionalmente, que
garantem, mais do que nunca, os direitos dos proprietários intelectuais. O crescimento do
comércio internacional alarga-se nas bandas da comunicação, jamais pensando esses
interesses externos como restritos à área das telecomunicações ou da telefonia. O poder
que o saber detém, verdade histórica para a burguesia, continua indiscutível, mas emerge
sob outra configuração mais abstrata. Nessa nova configuração, nesse novo estágio de
desenvolvimento capitalista, o conhecimento passa a ser explicitamente controlado por
corporações internacionais, semelhantes, mais complexas, mas não iguais às
multinacionais.
Referência Bibliográfica
BANCO MUNDIAL. Informe sobre el desarrollo mundial. El conocimiento al servicio del desarrollo. Resumen.
Washington, D.C. 1998-1999