Você está na página 1de 28

Aula 01 - Os fundamentos teóricos e metodológicos do serviço social

O sistema medieval de concepção no mundo religioso. Apos um longo processo o racionalismo propôs que o mesmo tomar por base os
seguintes postulados:
- Deve se afastar da positividade objetivo todo o estudo na realidade objetiva, toda a ideia preconcebida sobre os fatos que estudam;
- Investigar o objeto construído pela duvida metodológica e construtiva, que analisa e investiga ajustados os fatos a verdade revelada.

O trabalho de Investigação cientifica consiste em:


- Separa os elementos subjetivos e objetivos de um fenômeno;
- Construir um fenômeno como um objeto do conhecimento controlável, verificável, interpretável e capaz de ser corrigido por novas
elaborações;
- Demostrar e provar os resultados obtidos durante a investigação.

Teoria é uma descrição, explicação, interpretação dos fatos graças a procedimentos específicos, próprios do objeto a ser investigado.

Método é o caminho para se alcançar um objetivo.

A influência do pensamento conservador na profissionalização do Serviço Social no Brasil entre as décadas de 30 e 50.
A expansão do capitalismo monopolista e surgimento das perspectivas norte-americana e européia do Serviço Social.
O Positivismo e Funcionalismo como sistematização do quadro referencial teórico-metodológico do Serviço de Caso e do Serviço Social de
Grupo.

Aula 02 - O serviço e o projeto positivista da sociedade.

Positivismo foi à filosofia criada por Augusto Comte no século XIX, surge do declínio do antigo regime agrário para o regime capitalista. Que
visava à ordem e o progresso para garantir a civilização. Na ideia este implícito o conservadorismo, pois anseios individuais devem ter controle
estabilidade de dados para garantir uma harmonia social.
A racionalidade positivista:
- Defende uma separação entre teoria e prática para justificar um mundo eficiente, produtivista e consumista.
- Defende o conhecimento positivo da sociedade nos modelos das ciências da natureza.
- Transpor o método das ciências físicas para as sociais;
- Observa as ciências naturais com base na reforma política e social da sociedade.
- Afirma objetividade ao mundo físico.
- A lógica cientifica e dividida em dois elementos fundamentais: a descrição e a explicação.

Descrição: medir, quantificar, exprimir fenômenos com o objetivo de isolar acontecimentos variáveis.
Sujeito: conhece o objeto. O sujeito estabelece o nexo entre os fatos.
Na perspectiva positivista, não há questionamentos, e sim a procura por leis. Observa-se o mundo ao invés de inventa-lo.
Comte separa a humanidade em três estados que são incompatíveis entre si.
- Estado Teológico-físico: O espirito humano explica os fenômenos por meio de vontades ou agentes sobrenaturais. A imaginação se sobrepõe
a razão, inventando um ser absoluto que explica todas as coisas e soluciona problemas.
- Estado Metafísico ou abstrato: Explicações por meio de forças ou entidades ocultas e abstratas. Divindades foram substituídas por entidades
ou conceitos abstratos como essência, alma...
- Estado Positivo-Científico: São explicados por leis experimentadas.

Para Comte a sociedade e heterogênea, mas solidaria. Concebe a sociedade como forma harmônica, assim não se pode mudar bruscamente,
não se passa da infância para velhice de uma hora pra outra.
Bases do pensamento positivista:
- Integração; - harmonização;
- Adaptação - Conservação;
- Correção; - Racionalização;
- Controle; - Cientificismo;
- Organização; - Neutralidade Científica.

Pratica do Serviço Social da perspectiva positivista:


- Adaptação do homem ao meio social; - Ações profissionais voltadas para o controle e ajuste da
- Questão social comparada ao desajustamento social; sociedade;
- Pseudo ideia de sociedade perfeita e harmônica; - Burocratização das atividades institucionais;
- Busca da eficácia e eficiência;

Fatores determinantes na discussão teórica-metodológica na profissão.;


Aplicação dos conceitos que consolidaram a construção de conhecimento na profissão.
Como José Paulo Netto ( ANO ) lembra,
Não credita-se ao Serviço Social uma teoria própria, não existe um saber originado pela profissão.
“ o Serviço Social opera com um conjunto de representaçãoes teóricas e ideais que extrai das chamadas Ciências Sociais ou da tradição
marxista “ ( p.145 ).

A DISCUSSÃO TEÓRICA-METODOLÓGICA NO SERVIÇO SOCIAL


1934 - Postulados Religiosos
1950 - Sociologia Norte-Americana
1970 - Fenomenologia
1982 - Materialismo Histórico
1990 - Marxismos
Sendo a Questão Social o elemento que deu concretude à profissão, passível de transformação no movimento dialético da sociedade.
O desafio é fazer o caminho inverso: do real à teoria visando uma compreensão mais aprofundada dos fenômenos sociais na sua multifaceta
Produzida historicamente na totalidade social.
Superação:
* Maior rigor e consistência na apropriação das matrizes teórico-metodológicas. Não apenas mera reprodução de conceitos, mas apreensão
da lógica de construção das explicações da vida social.
*Acompanhamento do movimento histórico presente visando subsidiar as análises sobre os fenômenos do cotidiano profissional.

Nesta aula, vamos estudar o que foi o Positivismo e quais implicações para a prática profissional resultaram da apropriação deste paradigma de
conhecimento pelo Serviço Social.
O Positivismo, filosofia criada por Auguste Comte  no século XIX,  surge num contexto marcado  pela queda do antigo regime de base agrária e
surgimento  do Capitalismo. Constitui-se como um caminho contrarrevolucionário que visava à manutenção da ordem e progresso  para garantir a
civilização. Na ideia de progresso, está implícito o conservadorismo, pois os anseios individuais devem ser controlados para garantir a “harmonia”
social.
Com a destruição revolucionária de sua própria alienação estatal, a sociedade se torna autoconsciente de seu protagonismo histórico, a ciência
adquire um sentido messiânico na hora de remediar a situação social: o padrão atual não é a decisão política, ética ou teleologicamente
fundamentada, mas a aplicação das leis científicas que regem a sociedade humana.
Deve-se, por conseguinte, construir positivamente a ciência social como ciência da vida coletiva. Uma fisiologia social, constituída pelos fatos
materiais que derivam da observação direta da sociedade, e uma higiene, que contenha os preceitos aplicáveis a tais fatos, são, portanto, as únicas
bases positivas sobre as quais se pode estabelecer o sistema de organização reclamado pelo estado atual da civilização (SAINT – SIMON, op.cit.58).
A Racionalidade Positivista
- O caráter pragmático da ciência instituído pelo Positivismo, baseado na eficácia e eficiência, defendeu a separação entre a teoria e a prática.
Para o pragmatismo, a separação entre a teoria e a prática é uma forma de justificar um mundo eficiente, produtivista e consumista que serve à
reprodução da acumulação de capital (FALEIROS, 1982, p.62).  
- O Positivismo exprime uma intenção de um conhecimento positivo  de sociedade baseado nos modelos das ciências da natureza.
- Observa-se uma tentativa de transpor o método das ciências físicas às ciências sociais.
- Para Comte, é com a observação das ciências naturais que se encontra o caminho a seguir, pela observação e experimentação descobrem-se
as relações permanentes que ligam os fatos, cuja importância básica está na reforma política e social da sociedade.
- A ciência pelo método positivo se baseia no estudo dos fatos e suas relações, e tais fatos são percebidos somente pelos sentidos exteriores.
Trata-se de um dogmatismo físico por afirmar a objetividade do mundo físico.
- A lógica científica é dividida em dois elementos fundamentais: a descrição e a explicação.

Descrição – medir, quantificar, exprimir fenômenos pela atribuição de números e medidas, reduzindo a realidade a aspectos quantificáveis e
mensuráveis.
“Uma das funções da quantificação, entre outras, é justamente padronizar os dados para obter o máximo de precisão e controle. O
saber vincula-se ao controle (FALEIROS, 1982, p. 63)”.  
 “A explicação faz-se no universo da aceitação e da contemplação, segundo uma “hipótese” formulada pelo investigador, para, em
seguida, buscar fatos que se relacionem com ela. Partindo-se da posição de observador isolado na realidade que observa – exterioridade
radical do observador “. (FALEIROS, 1982, p.64)
Isolam-se os acontecimentos em variáveis, particularizam-se as condições causais dos fenômenos, buscando o controle de determinada
relação . A descrição pretende-se restringir ao observável, sem questionar que os próprios sentidos são socialmente formados e que a observação
depende das relações sociais.
Sujeito – Conhece o objeto, segundo a ideia de o observador estar por cima do observado. É o sujeito que estabelece o nexo entre os fatos.
“Na perspectiva positivista, tanto a explicação como a descrição supõem uma representação das relações sociais de forma bastante parcializada,
empírica, tentado ordenar  fatos sensíveis, mas submetendo-se a eles.” (FALEIROS, 1982, p.65)

Na perspectiva positivista, não havia questionamentos, e sim a procura de leis, observa-se o mundo ao invés de inventá-lo.
Para Comte, a humanidade passa por três estados que são incompatíveis entre si:
O estado teleológico – físico: em que o espírito humano explica o fenômeno por meio de vontades transcendentes ou agentes sobrenaturais.
Neste estágio, a imaginação se sobrepõe à razão, inventando um ser absoluto que explica todas as coisas e soluciona problemas.
O estado metafísico ou abstrato: os fenômenos são explicados por meio de forças ou entidades ocultas e abstratas. A imaginação  ainda
predomina sobre a razão, as divindades foram substituídas  por entidades ou conceitos abstratos como os de essência, alma etc.
O estado positivo – científico: os fenômenos são explicados por meio de leis experimentalmente demonstradas.

Para o Positivismo, o objeto da ciência é somente o positivo, ou seja, aquilo que está sujeito ao método de observação e da experimentação.

A sociedade compreendida por Augusto Comte era um organismo cujas partes constitutivas são heterogêneas, mas solidárias, pois se orientam
para a conservação do conjunto. Assim, a semelhança do organismo encontra-se na divisão  das funções especiais em que se nota a presença de
espontaneidade, da necessidade, da imanência e da subordinação  de todas as suas partes a um poder central superior (RIBEIRO JUNIOR, 1982).
Comte concebe a sociedade de forma harmônica, refletindo as diversas fases da vida de um homem. Assim, os organismos não podem mudar
bruscamente, não se passa da infância à velhice de forma abrupta. É a sociedade sendo incompatível com a revolução violenta, levando a
sociedade de um estado a outro, mas de forma paulatina, pois a sociedade está sujeita à mesma norma de evolução.

Positivismo no Brasil
No Brasil, o Positivismo foi divulgado aproximadamente no século XIX por Luiz Pereira Barros Pinto.
 
Os positivistas brasileiros eram os alunos da Faculdade de Direito, pertencentes à classe burguesa, e os alunos das escolas técnica e militar, que
defenderam que a burguesia deveria participar do comando político do país, substituindo os monarcas e os latifundiários.
 
Os militares que participaram da queda da república se basearam nos ideais comtistas.
Você sabia que o lema da bandeira nacional “Ordem e Progresso” foi inspirado no Positivismo?
A quinta e última bandeira do Brasil veio com a Proclamação da República.

A bandeira do Brasil foi projetada em 1889 por Raimundo Teixeira Mendes e Miguel Lemos, com desenho de Décio Vilares.    Ela é inspirada na
bandeira do Império, desenhada pelo pintor francês Jean Baptiste Debret, com a esfera azul-celeste e a divisa positivista "Ordem e Progresso" no
lugar da coroa imperial. Benjamim Constant que a sugeriu a Raimundo Teixeira Mendes. A expressão foi extraída da fórmula máxima do
Positivismo: "O amor por princípio, a ordem por base, o progresso por fim", que se decompõe em duas divisas usuais - Uma moral, 'Viver para
outrem' (altruísmo - termo criado por Comte), ou seja, colocar o interesse alheio acima de seu próprio interesse, e outra estética, 'Ordem e
Progresso', ou seja, cada coisa em seu devido lugar para a perfeita orientação ética da vida social. Dentro da esfera está representado o céu do Rio
de Janeiro, com a constelação do Cruzeiro do Sul, às 8:30 horas de 15 de novembro de 1889, dia da Proclamação da República. As estrelas foram
inspiradas nas que, realmente, brilhavam no céu do Brasil, na histórica madrugada de 15 de novembro de 1889.
A Igreja Positivista do Brasil foi fundada no dia 11 de maio de 1881 por Miguel de Lemos, na atual rua Benjamin Constant, n. 74, no bairro da
Glória, na zona sul da cidade do Rio de Janeiro.
“Dominado as consciências das classes privilegiadas, o Positivismo irá repercutir intensamente nas escolas, influenciando a mocidade,
cuja cultura intelectual era mais literária do que científica. Na época, só os militares, os médicos e os engenheiros entregavam-se aos
estudos científicos”
(RIBEIRO JÚNIOR, 1982, p.67)

Serviço Social e o Positivismo


  
• O Positivismo aparece no Serviço Social em oposição ao conhecimento que se baseava  na subjetiva  interpretação pessoal da situação –
problema verificado no psicologismo filosófico.
• A presença desta perspectiva no Serviço Social fez com que a profissão  passasse a se preocupar  mais com o “como” do que  com “o quê”,
acentuando-se consequentemente a sua tendência à neutralidade (MACEDO, 1986, p. 43).
• Fundamentada na perspectiva Positivista, a prática do Serviço Social se caracterizava como instrumento da sociedade para alcançar
determinado nível de bem-estar.

Segundo Faleiros (182, p.65), "o objetivo desta prática era  eliminar carências, disfunções, problemas de condutas desviadas. Buscava-se
melhorar a sociedade existente, sem, entretanto, colocá-la em questão".
Os profissionais, baseados no empirismo de ensaio e erro, tratavam cada uma das problemáticas de forma fragmentada. Além da
fragmentação, também se observa um formalismo, desenvolvido pela tecnocracia, no sentido de envolvê-lo em técnicas de planificação, controle e
administração. As técnicas utilizadas eram destinadas a reconduzir os desviados e marginalizados à sociedade, para a manutenção da ordem
através da utilização de esquemas de observação, medição e controle da vida cotidiana de indivíduos e grupos.
“A prática do assistente social usa a técnica de interpretação da conduta individual, considerando-a de acordo   com os valores e
parâmetros estabelecidos. Essa interpretação se baseia numa série de pesquisas, dados, amostras, fichas e outros instrumentos descritivos.
Cada indivíduo passa a  constituir um caso, que é enquadrado entre vários problemas classificados como econômico, psicológico, social,
religioso, moral, dividindo não só a realidade estrutural, mas o próprio indivíduo “(FALEIROS, 1982, p.66)

Serviço Social

O Serviço Social desenvolve uma abordagem focal, voltada para as possíveis causas dos desajustamentos ou problemas de indivíduos ou
grupos, para trazer a ordem a uma sociedade ou grupo em desordem.
    
Nesta perspectiva, a produção de conhecimento pelo Serviço Social destinava-se a uma compreensão da realidade para enquadrá-la em
parâmetros observáveis e não para transformá-la.
Conforme Pinto (1993, p.40):
“Os conhecimentos produzidos exclusivamente  através de um método positivista, o método hipotético dedutivo, não são suficientes
e adequados para orientar o fazer profissional do assistente social. Por privilegiar  o âmbito do imediatamente dado (observável) e,
consequentemente, por priorizar a quantificação e a formalização, tal método  gera conhecimentos que, via de regra, não vão além do
meramente descritivo, excluindo uma visão crítico-compreensiva do social, que estimule e favoreça  sua transformação”.

ORGANIZANDO O ESTUDO: Bases do Pensamento Positivista:


 Integração  Organização  Racionalização
 Adaptação  Organização  Cientificismo
 Correção  Harmonização  Neutralidade Científica
 Controle  Conservação

Repercussões da perspectiva Positivista para a prática profissional do Serviço Social.


• Prática do Serviço Social na perspectiva positivista.
• Adaptação do Homem  ao meio social.
• Questão social comparada ao desajustamento social.
• Pseudo ideia de uma sociedade perfeita e harmônica.
• Busca da eficácia e eficiência.
• Ações profissionais voltadas para o controle e ajuste da sociedade.
• Burocratização das atividades institucionais.
Aula 03 - A perspectiva funcionalista do Serviço Social

Funcionalismo: Método proposto em sociologia para atender as exigências de explicação científica.


Na perspectiva funcionalista os fatos sociais são analisados sob o ponto de vista do conjunto, da totalidade e do sistema.
Para o sistema cuja função e a integração social temos as seguintes estruturas:
- papeis desempenhados pelos atores; - os valores;
- A coletividades; - os recursos da instituição.
- As normas;

A visão sistêmica: Aplica-se ao conjunto de instituições politicas, sociais e de trabalho.


As instituições sociais existentes em uma dada sociedade podem ser analisadas quanto ao seu funcionamento e sua organização.
É uma pare que tem função no todo.
Os métodos usados pela visão sistêmica pelo serviço social são:
- Estudo da situação do problema; - Intervenção social e avaliação.
- Diagnostico Social;

As funções do assistente social visam:


- Estabilidade Normativa; - Integração Social.
Isto e alcançado pela mediação das seguintes estruturas:
- Papel desempenhado pelos atores e pelas comunidades; - Visão dos problemas pela comunidade e pela instituição;
- Normas e valores sociais; - recursos humanos, administrativos e econômicos.
O que caracteriza o trabalho do Serviço Social e a promoção humana. E tem por objetivo proporcionar os meios e as oportunidades para
solução de problemas que interferem na vida social.
Assim o serviço social se compõe de:
1 - Objetivos - Dar meio e oportunidade para solução de problemas da vida em social e produtiva.
2- Ambiente - Elemento fora do sistema, mas necessário para o funcionamento. Devendo levar em conta o que se deve fazer;
3 - Recursos - meio disponível para desenvolver a tarefa.
4 - Componentes - Atividades, pessoas, medidas para operalização do sistema.
5 - Administração - São os meios que controlam, estabelecem metas, objetivos e prioridades, etc...
O Assistente Social e solicitado não pelo caráter técnico e sim pelas funções educativa, moderadora e disciplinadora cuja ação recai no campo
politico.

O Surgimento das Ciências Sociais


Final do Século XIX
Novos padrões de organização da vida Social com ascensão da Classe burguesa.
Modo de produção Capitalista.

O Berço do Positivismo
Auguste Comte ( 1798 – 1857 ) é considerado o principal pensador dentro dessa abordagem sociológica.
O Positivismo ou a Física Social, “ considerava a sociedade, a exemplo dos fenômenos físicos, passível de ser controlada por leis sociais “
( MARTINELLI, 1989 p.103 )
Característica do Positivismo:
* Determinista e Evolucionista:
Propõe-se a apreender as instituições no movimento de seu devir, onde seu desenvolvimento harmonioso nas funções sociais.
* Crença dogmática na Ciência :
Aplicação metódica da razão e da observação empírica ao reino social. O questionamento do senso comum e suas representações e uma
constante ( des/re ) construção análitica do real.
Consequências do Positivismo na Profissão
* Defesa da autoridade, ordem e da Tradição
* Reproduz o preconceito e opõem-se à liberdade.
* Objetivação da questão Social
* As influências mais marcantes advirá das ramificações positivistas

Funcionalismo de Talcott Parsons e o estrutural


- A estrutura social é o  objeto de sua investigação. O processo de institucionalização  está na origem da estrutura.
- A institucionalização traduz os elementos culturais mais gerais, valores e símbolos, as normas de ações que se inscrevem nos papéis
concretos que são vividos na ação social.
- Para Parsons, as funções se efetuam pela estrutura. Para o sistema cuja função é a integração social temos as seguintes estruturas:
 papéi desempenhado pelos atores;
 as coletividades;
 as normas;
 os valores;
 os recursos da instituição.

Funcionalismo por B. Malinovski


O primeiro uso dessa noção foi feito em antropologia por B. Malinovski, considerado o pai do funcionalismo. Os postulados que ele apresenta são
os seguintes:
 a função e concebida em relação a todo o sistema social;
 todos os elementos sociais e culturais preenchem funções sociológicas;
 os elementos acima referidos são indispensáveis ao funcionalismo.
Esse autor explica, por exemplo, que certos usos, costumes e sentimentos sociais podem ser funcionais para um grupo e não ser para outro
numa mesma sociedade. Certos costumes e hábitos sociais, antigos ou arcaicos, embora às vezes não tendo mais função a preencher,
desempenham um papel na sociedade.

K. Merton
Merton diz que ao lado do estudo das funções é preciso examinar as disfunções que atrapalham o sistema.
A função permite analisar certas situações e fornecer observações que a causalidade, no sentido de relações de necessidade entre causa e
efeito, não poderia fornecer.
Parsons enumera quatro funções que estão encarregadas de fazer face aos problemas que ocorrem com maior frequência em uma estrutura,
visando manter o seu equilíbrio.
 Função de estabilidade normativa (a mais estática das funções).
 Função de integração, que coordena os elementos do sistema.
 Função dos objetivos  e serem alcançados.
 Função de adaptação de que o sistema dispõe para atingir os seus objetivos.

Emile Durkheim
“O método sociológico, tal como o praticamos, repousa inteiramente sobre o princípio fundamental de que os fatos sociais devem ser
estudados como coisas, isto é, como realidade exteriores ao indivíduo” (Durkheim,1930, p.9)
Para Durkheim, o indivíduo, como membro da sociedade, não é totalmente  livre para tomar suas próprias decisões morais mas, num certo
sentido, “coagido” a aceitar as orientações comuns à sociedade da qual faz parte.
Educação tem um caráter integrador. A sociedade não pode sobreviver, a não ser que exista entre seus membros homogeneidade suficiente: a
educação perpetua e reforça essa homogeneidade, fixando de antemão, na alma da criança, as similitudes essências exigidas pela vida coletiva.    

A visão Sistêmica
Aplica-se ao conjunto de instituições políticas, sociais e de trabalho. Ela permite a análise desses conjuntos institucionais sob o ponto de vista
descritivo, de seu funcionamento e de sua organização.
As instituições sociais existentes numa dada sociedade podem ser analisadas, quanto ao seu funcionamento e à sua organização.  
É uma parte que tem uma função no todo.
De que forma esta perspectiva é apropriada pelo Serviço Social?
Os métodos usados na visão sistêmica do Serviço Social podem ser reduzidos a três opções básicas:
Estudo da situação do problema.
Diagnostico social.
Intervenção social e avaliação.
O Serviço Social de Caso, de Grupo e de Comunidade deve ser considerado como subsistema que funciona integradamente no Serviço Social.
As funções desempenhadas pelo assistente social visam desencadear a mudança social no seio de um dado sistema social. Isso se faz a partir
dos seguintes pressupostos funcionais:
ESTABILIDADE NORMATIVA
INTEGRAÇÃO SOCIAL

Segundo Montaño, nesta perspectiva teórica, “não se considera o papel que o Serviço Social representa na ordem  social. Sua tarefa só é
considerada autonomamente na prestação de serviços a pessoas, grupos, comunidades particulares. Quer dizer, vê-se o assistente social e as
funções que desempenha  na relação com os usuários, aos destinatários  da sua intervenção. Não se consegue visualizar.” ( MONTAÑO, 2007, p.
29).

Aula 04 - O Serviço Social e a perspectiva critico dialética.

Pensamento Social de Marx e Materialismo Histórico e dialético


- A filosofia de Marx parte do estudo dialético do homem como ser histórico no mundo
- Na teoria marxista, o materialismo histórico propõe-se a explicar a história das sociedades humanas, em todas as épocas, por meio de fatos
concretos, materiais, essencialmente humanos e técnicos.
- Rejeita a ideia de um “homem abstrato, ideal, que emana de uma ideologia essencialista da natureza humana, concepção adotada pelas
diferentes formas de humanismo”.
- Pretende enfocar um homem concreto, vivendo no mundo.
- Sustenta-se na perspectiva da relação homem-natureza, ou seja, no primado econômico de ser social.
- O homem passa a ser visto como um conjunto de suas relações sociais.
- Homem: ser social – forma real de organizações humanas existentes ao longo da história.

Dialética e o movimento provocado por forças opostas, contraditórias mas complementares.


O mundo material e dialético, tudo esta em constante transformação.
As mudanças ocorrem em função das contradições de classes.

Leis da dialética:
- Quantidade a Qualidade;
- Interpretação dos contrários; Não existiria a classe proletária se não houvesse a classe burguesa, elas se opõem, mas só existem em função da
outra.
- Negação; contradição entre o senhor e o servo do feudalismo derivou a síntese do capitalismo gerando a contradição entre capitalista e
operário.

A Centralidade da Categoria Trabalho


- Processo composto pela prévia ideação e pela objetivação.
- Resulta sempre na transformação da realidade e, ao mesmo tempo, do indivíduo e da sociedade.
- trabalho assume o papel condicionador da existência humana.

O fundamento da prática social é, pois, o trabalho social: atividade criadora, produtiva, condição da existência do homem e das formas da
sociedade. Na sociedade capitalista, à medida que o homem objetiva-se pelo trabalho, ele não só cria, como se perde, na relação mercantil, de
compra e venda da força de trabalho.
A Divisão do Trabalho e o Serviço Social
Estágio das forças produtivas do trabalho social:
- Produção Simples – a mercadoria tem como fonte o trabalho de seu possuidor.
- Produção Capitalista – O processo de trabalho pessoal é convertido em trabalho social, em valor de troca convertido em dinheiro.

Relação entre a Tradição Marxista e o Serviço Social


- A afirmação desta interlocução se dá na primeira metade da década de 1970, na escola de serviço social da Universidade Católica de Minas
Gerais.
- A descoberta do marxismo pelo Serviço Social contribuiu decisivamente para um processo de ruptura teórica e prática com a tradição
profissional.
- A aproximação do Serviço Social com a teoria marxista traz uma nova compreensão do que seja a profissão. Observa-se, entretanto, que
inicialmente a apropriação de Marx pelo Serviço Social era discutível.

A apropriação da Teoria Critica de Marx contribui para:


- Introdução de discussões acerca da natureza do Estado, das classes sociais e dos movimentos sociais.
- Análise crítica do lastro conservador do Serviço Social – revisão das práticas tradicionais.
- Análise histórico-crítica do Serviço Social
(materialismo histórico e dialético).
- Percepção da questão social através de suas múltiplas expressões – (categoria da totalidade social).

Organizando o Estudo:
Materialismo histórico e dialético Trabalho
Dialética Divisão do trabalho
Leis da dialética Totalidade

Émile Durkheim ( 1858 – 1917 )


Grande nome da Sociologia Francesa, “ via implicações morais nos problemas sociais, justificando a ação de controle social seja no Estado,
seja na própria comunidade. Validando plenamente a sociedade de classes e a ação da classe ' nobre ', poderosa em relação à outra “
( MARTINELLI, 1989,p.103 )
“ Considerava que só mediante rigoroso controle moral sobre os indivíduos ou grupos portadores ou manifestantes dos problemas é que se
poderia garantir a organização e o funcionamento adequado da sociedade “ ( MARTINELLI, 1989, p. 103 ).
Durkheim era conhecido como um reformista conservador pois entendia que a “ sociedade se integra por meio de um sistema
valorativocomum que legitima, e por onde controla todas as condutas ramificadas da sociedade “ ( apud FILGUEIRAS, 1997,p.167-168 )
Estrutural – Funcionalismo
Perspectiva formulada por Talcott Parsons, sociólogo norte-americano. Buscava entender a função que os indivíduos desempenhavam na
estrutura social.
O sistema, como qualquer outro corpo biológico, não era apenas estável, bem como harmonioso. Do contrário entravam em ação os
mecanismos de controle social ( moral, ética, sistema jurídico e penal )
Influências no Serviço Social
Entre os anos 40-50, no período que ficou conhecido como Perspectiva Modernizadora ( NETTO, 2006 ) e contribuiu para uma concepção de
Serviço Social como prática institucionalizada, que se caracteriza pela ação junto a indivíduos com desajustamentos familiares e sociais,
decorrentes de estruturas sociais inadequadas.

O ideal marxista tem sua origem na Europa ocidental, na primeira metade do século XIX. Nesta década, consolida-se a sociedade burguesa, em
um contexto de profundas alterações na maneira de explorar a natureza e produzir bens – revolução industrial-  com uma radical transformação
no controle dos sistemas de poder- a revolução burguesa, sob múltiplas formas. A economia e a sociedade são organizadas de modo particular,
submetidas ambas a uma lógica específica - a da valorização do capital, configurando-se, assim, um novo padrão de vida social, centralizado na
civilização urbano-industrial.
Em 1848, ocorrem as revoltas operárias, que são reprimidas pela burguesia. O movimento dos trabalhadores urbanos, que se iniciou no final
do século XVIII, avança por várias etapas, do protesto negativo e, face da exploração do capital para um projeto político de classes – a revolução
como sujeito histórico-político autônomo (NETTO, 1994,p.12).
Teoria Social de Marx
Neste momento, a evolução do pensamento sobre a sociedade burguesa apresenta um divisor de águas: configurando-se  em dois campos
opostos, o que se vincula à revolução e o que se encontra com ela, delimitando, assim, o terreno das grandes matrizes da razão moderna.
- A teoria social de Marx.
- O pensamento conservador, produto da conjunção dos veios restauradores e românticos.
Marx passou para o lado do operário e sua  construção teórica passa a ser  componente significativo para a estruturação do movimento
operário.
Netto (1994) afirma que trata-se de um decisivo encontro do universo  da cultura com  o universo do trabalho, a cultura como conhecimento e
projetação da sociedade e os representantes do trabalho como agentes revolucionários. É nas condições dadas neste fenômeno que Marx ergue
sua obra. Com base  na análise do movimento real da sociedade e partindo de pressupostos empiricamente comprovados nas condições de
existência material dos homens é que  Marx estrutura os eixos da teoria social.  Um projeto socialista  e revolucionário constitui-se como um dos
traços pertinentes da teoria social de Marx. Sua obra resulta de um contexto sociopolítico determinado com uma reposta aos problemas colocados
pela sociedade burguesa e pensada a partir  da perspectiva de revolução como prática política que possa permitir a ultrapassagem desta
sociedade. Tal perspectiva confere sustentação social ao caráter radicalmente crítico da teoria marxista.
Netto (1994) afirma que o pensamento de Marx se desenrola em um percurso que obedece a uma lógica com o objetivo de compreender a
sociedade burguesa, seus passos vão se alternando de acordo com um amadurecimento como teórico e dirigente revolucionário.
A sociedade burguesa se funda na exploração e na opressão da maioria pela minoria, tendo mecanismos que ocultam estes atributos, sendo a
alimentação e a reificação conectadas ao “fetichismo da mercadoria”. A sociedade burguesa não pode existir sem eles, que acabam por criar uma
aparência coisificada da realidade social. Esta aparência mistifica os fenômenos sociais: ela esconde que os fenômenos são processos, mostra-os
em forma de coisas, alheias aos homens e às suas relações (por exemplo: o capital, que é uma relação social, aparece como dinheiro,
equipamentos etc.)
A contradição é real: a sociedade burguesa, ao mesmo tempo que abre a possibilidade para tomar o ser social tal como ele é, bloqueia esta
apreensão.
Assim, uma teoria social que desvende a estrutura real da sociedade burguesa, revelando seus instrumentos de exploração, opressão e
reprodução, logicamente só interessa àqueles que têm o objetivo de superação da ordem vigente, significando, portanto, que uma teoria social
também é função de um ponto de vista de classe, com o objetivo de romper com as limitações do sistema ou da conservação da ordem social
(NETTO, 1994, p.17).

Materialismo Histórico e Dialético


 A filosofia de Marx parte do estudo dialético do homem como ser histórico no mundo.
 Na teoria marxista, o materialismo histórico propõe-se a explicar a história das sociedades humanas, em todas as épocas, por meio
de fatos concretos, materiais, essencialmente humanos e técnicos. 
 Rejeita a ideia de um “homem abstrato, ideal, que emana de uma ideologia  essencialista da natureza humana, concepção adotada
pelas diferentes formas de humanismo.
 Pretende enfocar um homem concreto, vivendo no mundo.
 Sustenta-se na perspectiva da relação homem-natureza, ou seja, no primado econômico de ser social.  
 O homem passa a ser visto como um conjunto de suas relações sociais.
 Homem: ser social – forma real de organizações humanas existentes ao longo da história.

Dialética Marxista
 A dialética é o movimento provocado por forças opostas, contraditórias, mas complementares.
 O  mundo material é dialético  - tudo está sempre em constante movimento.
 Historicamente as mudanças ocorrem em função das contradições das  classes.
 Processualidade - Dinâmica contraditória, histórica e  que caracteriza uma determinada totalidade  social.

Leis da Dialética
Lei da quantidade à qualidade – mudanças mínimas de quantidade vão se acrescentando e provocam, em determinado momento, uma
mudança qualitativa, o ser passa a ser outro.
Podemos ilustrar esta lei com o exemplo da água que, quando alcança 100ºC,  entra em ebulição.
 Na história das sociedades humanas, as ações dos indivíduos vão se somando até o ponto de ruptura em que a velha ordem é substituída por
uma outra ordem.
Lei da interpentração dos contrários – contradição, atrito, luta entre os contrários  - dois polos contrários  são também inseparáveis, isto é,
existe uma unidade nos contrários. Não existiria a classe proletária se não houvesse a classe burguesa, elas se opõem, mas só exitem em função da
outra.
Lei da  negação – a ideia de que as coisas mudam, mas trazem elementos do que  lhes deu origem, só que estes elementos estão modificados.
Da contradição entre o senhor e o servo do feudalismo derivou a síntese do capitalismo, o que por sua vez gerou a contradição entre
capitalista e operário.

Categoria de Totalidade
Representa o concreto, síntese e determinações. É um complexo constituído de outros complexos subordinados, ou seja, toda parte é também
um todo, um complexo de forças  com relações diversas que agem em conjunto.
Na dialética entre o universal e o singular encontra-se a chave para desvendar o conhecimento do modo de ser social.
No mundo da imediaticidade, as demandas que se apresentam à ação profissional são aparências que precisam ser dissolvidas. É bom lembrar
que nesse plano o dado empírico singular já contém na sua complexidade relações  com a universalidade e a particularidade.
A visão de conjunto proporciona uma totalidade e esta totalidade é mais que a soma das partes que a constituem.
Na maneira de se articularem e de se constituírem uma totalidade, os elementos individuais assumem características que não teriam caso
permanecessem fora do conjunto. 
“Qualquer objeto que o homem possa perceber  ou criar é parte de um todo. É necessário ter uma visão de conjunto, e tal visão é sempre
provisória e nunca se pode pretender esgotar a realidade a que ele se refere. A realidade é sempre mais rica que o conhecimento de que se tem
dela (KONDER, 1998, p.36)”.

A Centralidade da Categoria Trabalho


 Processo composto pela prévia ideação e pela objetivação.
 Resulta sempre  na transformação da realidade e, ao mesmo tempo, do indivíduo e da sociedade.
 O trabalho assume o papel condicionador da existência humana.

Segundo Iamamoto(2001), o fundamento da prática social é, pois,  o trabalho social: atividade criadora, produtiva, condição da
existência  do homem e das formas da sociedade, mediatizando  o intercâmbio entre homem e natureza e os outros homens, por meio do
qual realiza seus próprios fins.O trabalho muda não só o objeto, mas também o sujeito (homem) que, sob um ângulo objetivo, é processo
de criação e de acumulação de novas capacidades e qualidade humanas.

Na sociedade capitalista, à medida que o homem objetiva-se pelo trabalho, ele não só cria, como se perde, na relação mercantil, de compra e
venda da força de trabalho.
A Divisão do Trabalho e o Serviço Social
Divisão do Trabalho – a subsunção dos indivíduos por ramo aumenta na medida em que a satisfação das necessidades sociais se torna
mediatizada pelo mercado, isto é, pela produção, troca e consumo de mercadorias. 
A divisão do trabalho na sociedade determina a vinculação de indivíduos em órbitas profissionais específicas. O trabalho assume, portanto, um
caráter social. 
Com o desenvolvimento das forças produtivas, o processo de trabalho  passa a ser efetuado sob a forma de cooperação entre trabalhadores
livres no interior da fábrica.
Trabalhador Parcial – atividade humana dentro de um contexto de alienação, parcelamento do próprio indivíduo no interior no ato da
produção. O produto final é a combinação dos trabalhos fragmentados.
O grau de desenvolvimento da divisão do trabalho expressa o grau de desenvolvimento das forças produtivas sociais do trabalho. Com a
divisão dá-se, ao mesmo tempo, a distribuição quantitativa e qualitativa do próprio trabalho e dos produtos, isto é, da propriedade – do poder de
dispor do trabalho dos outros.
A cada estágio das forças produtivas do trabalho social corresponde  uma forma de apropriação do trabalho.
Produção Simples – a mercadoria tem como fonte o trabalho de seu possuidor.
Produção Capitalista – O processo de trabalho pessoal é convertido em trabalho social, em valor de troca convertido em dinheiro.O valor de
uma mercadoria não é para quem a produz, mas para outros.
O valor de troca se converte em meio de subsistência para o seu produtor depois de ter revestido em dinheiro – cada um não é mais que meio
para o outro – os agentes sociais envolvidos na troca buscam unicamente  seu próprio fim nessa  transação. Embora a reciprocidade seja
necessária, os sujeitos da troca são indiferentes entre si; importam, apenas, como meio de satisfação de seus fins privados e egoístas. O coletivo -
dependência recíproca entre os indivíduos posta pela divisão do trabalho – não coincide com o interesse individual, sendo em geral uma forma
ilusória de coletividade.

O Estado, interesse coletivo, assume uma forma autônoma para garantir os interesses particulares e gerais.
A divisão manufatureira do trabalho – diferenciação do ofício manual  nas suas  diversas operações integrantes – caráter manual, dependendo
da destreza, segurança e rapidez do trabalhador no manejo de suas ferramentas.
Divisão do trabalho na grande indústria –indústrias das máquinas – a perícia do trabalhador tornar-se um fator secundário – o “maquinismo”.
Este quadro da divisão do trabalho, tal como exposto, adquire novas cores e tonalidades no âmbito da expansão monopolista, atribuindo
particularidades às manifestações da questão social.
Capitalismo monopolista e a questão social – queda do padrão de vida dos assalariados, agravamento da desnutrição, doenças infecciosas,
aumento da taxa de mortalidade infantil e dos acidentes de trabalho – ampliação da miséria absoluta e relativa de grande parcela da população
trabalhadora – dilapidação da força de trabalho coletiva.
Desarticulação dos organismos político-reivindicatórios da classe trabalhadora, com sua exclusão momentânea da arena política e  com a
manutenção de uma política  salarial comprimida – requisitos  da solidificação da dominação burguesa e da expansão capitalista. A questão social
passa a ser tratada  através da articulação entre repressão e assistência – esvaziamento dos canais de participação dos trabalhadores. São
intensificados  os programas  de cunho assistencial.
As medidas assistenciais ingressam como um dos componentes das relações  autoritárias imprimidas à sociedade, passando a articular-se  às
estratégias das relações do Estado com as classes trabalhadoras, como uma das áreas instrumentais do intervencionismo crescente do Estado na
sociedade civil.  
O tratamento que o Estado vem dispensando aos segmentos mais pauperizados da força de trabalho deve ser apreendido no contexto
contraditório das mutações econômicas, sociais e políticas  que vêm caracterizando o desenvolvimento capitalista no Brasil. 
O serviço social afirmar-se como prática institucionalizada e legitimada na sociedade ao responder às necessidades sociais derivadas da prática
histórica das classes sociais na produção e reprodução dos meios de vida e de trabalho de forma socialmente determinada.
O processo de institucionalização do Serviço Social, como profissão reconhecida na divisão social do trabalho, está vinculado à criação das
grandes instituições assistenciais, estatais, especialmente na década de 40. O Serviço Social deixa de ser um mecanismo de distribuição de caridade
privada das classes dominantes para se transformar  em uma das engrenagens da execução das políticas sociais do Estado e setores empresariais,
que se tornam seus maiores empregadores.  
Baseando-se na perspectiva crítica, autores como Marilda Villela  Iamamoto, Raul de Carvalho, Manuel Henrique de Castro, Vicente de Paula
Faleiros, Maria  Lucia Martinelli, José Paulo Netto, entre outros,entendem o assistente social como um profissional que desempenha um papel
claramente político, tendo uma função que não se explica por si mesma, mas pela posição que o profissional  ocupa na divisão sociotécnica do
trabalho.

Relação entre a Tradição Marxista e o Serviço Social

A interlocução do Serviço Social é algo que se efetiva na década de 60, após três décadas de sua implantação. Esta tardia interlocução pode se
dever ao profundo  conservadorismo que dominava a categoria profissional, o que começa a ser questionado com as mudanças sociopolíticas
resultantes da crise da ditadura e com o Movimento de Reconceituação.
A afirmação desta interlocução se dá na primeira metade da década de 1970, na escola de serviço social da Universidade Católica de Minas
Gerais.
A descoberta do marxismo pelo Serviço Social contribuiu decisivamente  para um processo de ruptura teórica e prática com a tradição
profissional.  
 A aproximação do Serviço Social com a  teoria marxista traz uma nova compreensão do que seja a profissão, ou melhor, procura-se buscar os
aspectos constitutivos de forma contextualizada, na realidade em que se inserem. Observa-se, entretanto, que inicialmente a apropriação de Marx
pelo Serviço Social era discutível.
No momento de sua emersão, o projeto de ruptura aproxima-se da tradição marxista especialmente pelo viés  posto pela militância  política –
no que recorde-se,  conjuga-se  o protagonismo oposicionista das camadas médias urbana e a mobilização estudantil do período de 1964-1968.
Todas as indicações disponíveis convergem no sentido de sugerir que a interação  entre os profissionais originalmente envolvidos no projeto de
ruptura e a tradição marxista opera-se pela via política (frequentemente, político–partidária: mormente via os agrupamentos de esquerda
influenciados pela Igreja, situados fora do leito histórico do PCB. Dada as circunstâncias da época, esta aproximação padece de vícios óbvios:
instrumentalização para legitimar  estratégias e táticas, pouca possibilidade de reflexão teórica sistemática. (NETTO,1991, p.268).
Nos dois primeiros momentos, a aproximação com a teoria marxista não se deu com as fontes originais. É somente com a sua consolidação é
que se opera uma referência  cuidadosa às fontes clássicas.
A apropriação desta teoria crítica contribui para:
1. Introdução de discussões acerca da natureza do Estado, das classes sociais e dos movimentos sociais. 
2. Análise crítica do lastro conservador do Serviço Social – revisão das práticas tradicionais.  
3. Análise histórico-crítica do Serviço Social (materialismo histórico e dialético).
4. Percepção da questão social através de suas múltiplas expressões – (categoria da totalidade social).

Organizando o Estudo:
   Materialismo histórico e dialético
   Dialética
    Leis da dialética
   Trabalho
    Divisão do trabalho
   Totalidade

Aula 05 - Serviço Social e abordagem fenomenológica.

A matriz fenomenológica é introduzida em um momento de transformação social.


A palavra fenomenologia significa “estudo dos fenômenos” ou “ciência dos fenômenos”.
A Fenomenologia propõe a compreensão do ser humano como sujeito, e não mais do objeto.
“A fenomenologia é uma ciência voltada para o vivido, propõe-se a estudar a realidade social concreta, compreensiva e interpretativa”.

Método Fenomenológico
- Caraterística: Caracteriza-se pela exigência de rever as perspectivas sobre o sentido da existência humana.
- Em que consiste: Consiste, pois, em reconsiderar tudo que aparecer na consciência, isto é, os fenômenos.
- Ponto de partida: O ponto de partida de toda a doutrina fenomenológica é a imediata relação do ser com o mundo.
- Relevância: A consciência.
- No que pressupõe? A compreensão e a participação, pois visa, por meio do diálogo e do acolhimento do outro.

PERSPECTIVA FENOMENOLÓGICA SOCIAL


O marco referencial é construído por quatro conceitos
1 - DIÁLOGO
2 - SEP – SITUAÇÃO EXISTENCIAL PROBLEMATIZADA
3 - PESSOA
4 - TRANSFORMAÇÃO SOCIAL

Metodologia Genérica: Consiste em:


1º Movimento: Objetivação da SEP --> Dialogo entre AS e cliente --> Colocação da SEP
2º Movimento: Analise critica da SEP
3º Movimento: Síntese da SEP --> hipotética --> Avaliação significativa --> Apreciação situacional.
4º Movimento: Construção de um projeto.
5º Movimento: Retorno - reflexivo.

Comparar o que foi alcançado com o que se pretendia alcançar.

Metodologia da Entrevista: Inspirada em um pensamento não casual.

Conceitos desta aula:


- Intencionalidade - SEP Situação Existencial Problematizada
- Essência - Diálogo
- Núcleo Eidético - Transformação Social
- Pessoa - Fenomenologia.

As medidas assistenciais ingressam como um dos componentes das relações  autoritárias imprimidas à sociedade, passando a articular-se  às
estratégias das relações do Estado com as classes trabalhadoras, como uma das áreas instrumentais do intervencionismo crescente do Estado na
sociedade civil.  
O tratamento que o Estado vem dispensando aos segmentos mais pauperizados da força de trabalho deve ser apreendido no contexto
contraditório das mutações econômicas, sociais e políticas  que vêm caracterizando o desenvolvimento capitalista no Brasil. 
O serviço social afirmar-se como prática institucionalizada e legitimada na sociedade ao responder às necessidades sociais derivadas da prática
histórica das classes sociais na produção e reprodução dos meios de vida e de trabalho de forma socialmente determinada.
O processo de institucionalização do Serviço Social, como profissão reconhecida na divisão social do trabalho, está vinculado à criação das
grandes instituições assistenciais, estatais, especialmente na década de 40. O Serviço Social deixa de ser um mecanismo de distribuição de caridade
privada das classes dominantes para se transformar  em uma das engrenagens da execução das políticas sociais do Estado e setores empresariais,
que se tornam seus maiores empregadores.  
Baseando-se na perspectiva crítica, autores como Marilda Villela  Iamamoto, Raul de Carvalho, Manuel Henrique de Castro, Vicente de Paula
Faleiros, Maria  Lucia Martinelli, José Paulo Netto, entre outros,entendem o assistente social como um profissional que desempenha um papel
claramente político, tendo uma função que não se explica por si mesma, mas pela posição que o profissional  ocupa na divisão sociotécnica do
trabalho.
O processo de institucionalização do Serviço Social, como profissão reconhecida na divisão social do trabalho, está vinculado à criação das
grandes instituições assistenciais, estatais, especialmente na década de 40. O Serviço Social deixa de ser um mecanismo de distribuição de caridade
privada das classes dominantes para se transformar  em uma das engrenagens da execução das políticas sociais do Estado e setores empresariais,
que se tornam seus maiores empregadores.  
Baseando-se na perspectiva crítica, autores como Marilda Villela  Iamamoto, Raul de Carvalho, Manuel Henrique de Castro, Vicente de Paula
Faleiros, Maria  Lucia Martinelli, José Paulo Netto, entre outros,entendem o assistente social como um profissional que desempenha um papel
claramente político, tendo uma função que não se explica por si mesma, mas pela posição que o profissional  ocupa na divisão sociotécnica do
trabalho.
No momento de sua emersão, o projeto de ruptura aproxima-se da tradição marxista especialmente pelo viés  posto pela militância  política –
no que recorde-se,  conjuga-se  o protagonismo oposicionista das camadas médias urbana e a mobilização estudantil do período de 1964-1968.
Todas as indicações disponíveis convergem no sentido de sugerir que a interação  entre os profissionais originalmente envolvidos no projeto de
ruptura e a tradição marxista opera-se pela via política (frequentemente, político–partidária: mormente via os agrupamentos de esquerda
influenciados pela Igreja, situados fora do leito histórico do PCB. Dada as circunstâncias da época, esta aproximação padece de vícios óbvios:
instrumentalização para legitimar  estratégias e táticas, pouca possibilidade de reflexão teórica sistemática. (NETTO,1991, p.268).
Nos dois primeiros momentos, a aproximação com a teoria marxista não se deu com as fontes originais. É somente com a sua consolidação é
que se opera uma referência  cuidadosa às fontes clássicas.
A apropriação desta teoria crítica contribui para:
1 - Introdução de discussões acerca da natureza do Estado, das classes sociais e dos movimentos sociais;
2 - Análise crítica do lastro conservador do Serviço Social – revisão das práticas tradicionais;
3 - Análise histórico-crítica do Serviço Social - (materialismo histórico e dialético).
4 - Percepção da questão social através de suas múltiplas expressões – (categoria da totalidade social).
Organizando o Estudo:
Materialismo histórico e dialético
Dialética
Leis da dialética
Trabalho
Divisão do trabalho
Totalidade

Karl Marx
Entendia as relações Sociais pautadas na Categoria Trabalho, capacidade inerente ao Homem.
Pelo fato do capitalismo ter transformado o TRABALHO em mercadoria, criaram-se as classes sociais, originalmente representadas pelos
CAPITALISTAS e TRABALHADORES
Para compreender um fenômeno era necessário romper com a imediaticidade e buscar a essência dos fenômenos, sua gênese e as relações
que são mascaradas e por isso não estão na superfície.
Na Obra Marxiana, a história é apresentada como fundamental na construção de conhecimento, que aparece originado da perspectiva de
totalidade, ou seja, no movimento dialético das classes sociais e da produção social em suas múltiplas relações e determinações.
Marx inaugura uma nova concepção de mundo ao colocar o homem como o único e grande protagonista da história
Influências no Serviço Social
Três momentos:
1º- Sua emersão – Da elaboração do Método de BH até a demissão na Universidade Católica de Minas Gerais
2º- Consolidação acadêmica – recuperação do projeto de ruptura com o processo de redemocratização na América Latina
3o momento:
Atinge todos os órgãos representativos da profissão
O Código de 1993 inaugura um projeto profissional vinculado a um projeto social radicalmente democrático, intrinsicamente ligado à classe
trabalhadora e suas conquistas históricas
PROJETO ÉTICO POLÍTICO
É nesse contexto que o projeto profissional de ruptura começa a ser definido como projeto ético-político referenciado nas conquistas dos dois
Códigos ( 1986 e 1993 ), nas revisões curriculares de 1982 e 1986 e no conjunto de seus avanços teórico-práticos construídos no processo de
renovação profissional, a aprtir da década de 60 “( Barroco, 2007, p. 206 )

MATRIZ FENOMENOLÓGICA
Para Brandão (2007, p.36), a matriz fenomenológica é introduzida em um momento de transformação social e de necessidades crescentes  de
produzir ações sociais transformadoras. Os paradigmas teóricos do Positivismo passam a ser questionados pelo Serviço Social, há uma  busca por
alternativas  metodológicas para a pesquisa e a ação que articulem a teoria e a prática e, neste contexto, a fenomenologia é inserida como uma
alternativa. Observe!
O homem é visto como um sujeito relacionado com o mundo, com significação para si e para os outros, é um ser de relação, sendo esta relação
o fundamento de sua existência. Reconhecer  esta relação significa  o estabelecimento de reciprocidade, de realização plena de uma relação. Para
isto, é necessário aceitar o outro na sua totalidade. Isto ocorre através do diálogo, do encontro, onde cada um  se volta para o outro, percebendo e
aceitando reciprocamente.
Sob o ponto de vista etimológico, a palavra fenomenologia  significa “estudo dos fenômenos”, e, por extensão, “ciência dos fenômenos”. Este
termo foi utilizado inicialmente por  Hegel em 1807, dando título a uma de suas obras, “Fenomenologia  do Espírito”. Posteriormente, foi a
denominação adotada por Husserl para caracterizar o movimento filosófico por ele iniciado na Alemanha, bem como a ciência, a doutrina e o
movimento decorrente de tal movimento.
A Fenomenologia propõe a compreensão do ser humano como sujeito, e não mais do objeto, isto é, compreender um comportamento e
percebê-lo do ponto de vista da intenção de quem o anima.
Humano e o distingue de um movimento físico. É exatamente o humano em sua essência que a fenomenologia procura perceber. É um
método voltado para uma descrição mais próxima da realidade, por meio do fenômeno da experiência. Nesta perspectiva, o homem deve ser visto
na sua totalidade, sendo que só assim poderá compreender a si mesmo. É na estrutura universal, na experiência concreta do vivido, que a
fenomenologia busca compreender o homem.
 “A fenomenologia é uma ciência voltada para o vivido, propõe-se a estudar a realidade social concreta, compreensiva e interpretativa”.
Na fenomenologia, segundo Dartigues (1973), não há ponto de chegada que não seja também um ponto de partida em direção a horizontes
imprevisíveis, assim:  
• O que parecia dever ser apenas descrições,  torna-se por fidelidade ao dado, busca dos fundamentos.
• O que se orienta em direção a uma filosofia das essências  converte-se em filosofia da existência.
• O que se definia como retorno à subjetividade e acaba em idealismo transcendental torna-se uma filosofia do ser.

Método Fenomenológico
Características
Caracteriza-se pela exigência de rever as perspectivas sobre o sentido da existência humana.

Em que consiste?
Consiste, pois, em reconsiderar tudo que aparecer na consciência, isto é, os fenômenos. Em vez de examinar se tais conteúdos são reais ou
irreais, ideais ou imaginários, passa-se simplesmente a examiná-los como aparecem. O ponto de partida  de toda a doutrina fenomenológica é a
imediata relação do ser com o mundo, mundo este que neste método tem a realidade manifestada em toda sua plenitude, nele toda intuição
primordial é fonte legítima de conhecimentos, e tudo que se apresenta por si mesmo na instituição deve ser aceito simplesmente  como o que se
oferece e tal como se oferece, ainda que somente dentro dos limites nos quais se apresenta. (PAVÃO, 1981, p.17).
Ponto de partida
O ponto de partida de toda a doutrina fenomenológica é a imediata relação do ser com o mundo, mundo este que, fenomenologicamente, é
um simples fenômeno, um significado.

Relevância
A consciência é o ponto relevante , pois é a origem de todo o significado – é doadora de significado do mundo. A consciência é sempre
consciência de algo.  
“A fenomenologia não parte de fatos, mas de idealidades inteligíveis, de significados puros, os quais se apresentam como inteiramente
independentes das contingências e dos próprios fatos. Na perspectiva fenomenológica devemos abandonar todas as premissas, todos os princípio,
todos os hábitos de pensar e voltar às próprias coisas, como estas se apresentam na sua pureza original. Em outros termos, devemos prescindir do
caráter existencial das coisas, voltando nossa atenção para a essência das mesmas. Qual um rio que caminha para o oceano, o método
fenomenológico caminharia para a região das essências, até atingir o núcleo eidético, a estrutura invariante do fenômeno.”  (MARTINELLI,1987,
p.32)

- O sujeito e o objeto dos problemas filosóficos tradicionais são colocados entre parênteses (epoché)
- INTENCIONALIDADE é que faz o mundo aparecer como fenômeno, é que faz perceber que o ser do mundo não é mais  a sua realidade
existencial, e sim, o seu significado.

Método
Este método assume a tarefa de penetrar diretamente o fenômeno, entrando em contato efetivo com o mesmo, livre de preconceito e
pressuposições.

Fundamentação
Fundamenta-se numa concepção de homem que deve ser visto em sua totalidade, deve ser situado no mundo em sua totalidade de vida, só
assim poderá compreender a si mesmo totalmente.

Principal Busca
Esse método busca compreender o homem na experiência concreta do vivido.

No que pressupõe?
Pressupõe a compreensão e a participação, pois visa, por meio do diálogo e do acolhimento do outro, a uma interação entre sujeitos. Essa
interação evidencia a compreensão de que os fenômenos vivenciados se relacionam a diferentes níveis de interação que são historicamente
distintos, mas estão, no entanto, relacionados entre si e com o todo, sugerindo, assim, uma integração efetiva. Contudo, Brandão (2007) afirma
que a matriz fenomenológica é introduzida em um momento de transformação social e de necessidade crescente de produzir ações sociais
transformadas. Nos paradigmas metodológicos para a pesquisa e a ação social, há uma busca por alternativas  metodológicas para a pesquisa e
ação que articulem teoria e prática e, neste contexto, a fenomenologia é inserida como uma alternativa.

PERSPECTIVA FENOMENOLÓGICA SOCIAL


ANNA AUGUSTA DE ALMEIDA: A PROPOSTA DE UMA METODOLOGIA GENÉRICA  
Metodologia genérica pensada a partir da descoberta, no processo de ajuda psicossocial, de um sentido novo.
O marco referencial é construído por quatro conceitos. Veja quais são eles:

DIÁLOGO
• Como ajuda psicossocial.
• Processo no qual o assistente social e cliente realizam uma experiência com todo o seu ser no contexto da história humana.
• Processo gerador da transformação social.
• Nesta concepção, a verdade só pode ser encontrada naquilo que dá sentido novo à realidade de suas vidas. Nela é uma exigência da ajuda a
ser pensada.
• A falta de conhecimento do saber do cliente no processo de diálogo, para a proposta, é considerada um erro profissional.
• O assistente social também sofre a mesma experiência  > experiência que permite   conhecer o desconhecido.
SEP – SITUAÇÃO  EXISTENCIAL PROBLEMATIZADA
Estas colocações estarão no processo, dialetizadas numa dupla dimensão entre indivíduo e sociedade (na visão ser no mundo) e entre pessoa e
comunidade (visão ser sobre o mundo).
Conhecimento novo que, ao construir o projeto  social, provoca uma nova forma de pensar o mundo natural.
• Conhecimento novo que os constrói, assistente social e cliente, e que provoca uma abertura maior para o mundo e para os outros.
• Conhecimento que dá sentido à vida humana.
• Conhecimento reflexivo de um sujeito concreto que se desenvolve na busca  da verdade, dela participando.

PESSOA
• Homem total  que é sujeito, logo livre   e racional.

• Preocupação  é com o sujeito, não determinado por antecipação, mas transformado numa relação dialetizante.

TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
• Capacitação – provocação desse esforço intencional para conhecimento do mundo, que exige a saída de si para aberturas de horizontes.
• Caracteriza-se por dois momentos.
A descoberta de um novo sentido - análise crítica.
• Trabalhar com o novo a partir dessa descoberta  - projeto.
• É interação humana de singularidades que se enriquecem porque se transformam na relação dialetizante de exigência (provocação de
intenção) e sequência (resposta à provocação).

Agora você terá a oportunidade de identificar os aspectos constitutivos das metodologias propostas por Anna Augusta e por Anésia de
Carvalho.
- METODOLOGIA  GENÉRICA
- METODOLOGIA  DA ENTREVISTA

Aula 6 – Mary Richmond e o Conceito de Diagnóstico Social

MARY ELLEN RICHMOND


Trabalhava na Sociedade de Organização da Caridade de Baltimore ( EUA )
Propõe a criação de escola de ensino na Conferência Nacional de Caridade e Correção, em 1897 em Toronto, Canadá
Em 1898 foi criada a 1a Escola de Filantropia Aplicada em 1898 em Nova Iorque.
Sempre utilizou a expressão Trabalho Social para referir-se a profissão, pois visava ratificar a idéia de que era uma prática criada para atender
ao trabalhador e à sua família e de que o agente profissional também era um trabalhador.
Assim, a denominação da profissão ficou conhecida nos EUA como SOCIAL WORK
Em 1919, a Escola de Filantropia Aplicada foi incorporada à Universidade de Columbia em Nova York com a denominação de Escola de
Trabalho Social.
Em 1920 fundava-se a Associação Nacional de Trabalhadores Sociais e que na década de 40,incorporou a Sociedade de organização da
Caridade.
O DIAGNÓSTICO SOCIAL
Na Escola de Filantropia Aplicada eram ofertados cursos que visavam à formação de Agentes Sociais Voluntários.
A Concepção que norteava essa formação era da reforma de Caráter, tendo no DIAGNÓSTICO SOCIAL como estratégia para isso e re-integrar o
indivíduo na sociedade.
Livro “ SOCIAL DIAGNOSIS “ , 1917 e recebe a tradução portuguesa em 1950.
É o registro da construção da 1a sistematização das bases científicas do Serviço Social
DIAGNÓSTICO SOCIAL: idéia Fundamental
“ O Ser humano aparece acima de seu meio social inteiramente diferenciado do meio econômico “
Critica as profissionais que atuavam no final do século XIX na Inglaterra, pela visão oriunda do liberalismo econômico e da sociologia positivista
que as conduziam a uma intervenção através do Inquérito Geral.
Inquérito Geral
“ A recepção de um auxílio fica sujeita a um minucioso inquérito; é indispensável provar a incapacidade de um necessitado; merece atenção
verificar a inadequação do solicitante em relação à sociedade. Por se vincular a estas normas, o papel da trabalhadora social era reduzido a
investigar a verdade da miséria, uma vez que cada benefício era concedido em função da prova “ ( LOPES, 2006,p.03 ).
Para RICHMOND: Visavam mais impedir os investimentos desnecessários que uma preocupação com as oportunidades de aprendizagem.
Idéias como a do Inquérito Individual, onde estimula a capacidade do auto-auxílio não ganharam espaço.

Termos Utilizados no Diagnóstico Social


1º DIAGNÓSTICO: “ Exprime que se procira obter um conhecimento tanto quanto possível exato da situação social e personalidade de um certo
necessitado “ (RICHMOND, 1917:p.27)
* Investigação ou coleta de dados
* Exame crítico / comparação das realidades
* Interpretação e esclarecimento da dificuldade social.
2º Testemunhas: Conta o que viu ou ouviu incidentalmente na sua vida diária. “ A primeira dificuldade do trabalho social está sempre em
conseguir conhecer fatos suficientemente abundantes e apropriados “ (RICHMOND, 1917,p.29).
3º: Fatos: Os pensamentos e acontecimentos são também fato. “ Uma realidade que mereça confiança suficiente em extensão e eficácia é o
primeiro requisito para conseguir um diagnóstico e o segundo terá de ser o claro raciocínio aplicado nas deduções que ajudarão o nosso intento “
(RICHMOND, 1917,p.31).
4 º Realidades: É o último fato ou reunião de fatos que formam a base da dedução ( dedução é um processo de raciocínio que leva a passar de
fatos conhecidos para outros que se desconhecem ( RICHMOND, 1917:p. 31 )

-------/-------

Quais as fontes teóricas e metodológicas do Serviço Social?


Onde se inicia o processo histórico social de produção dos conhecimentos profissionais?
Estas questões foram colocadas aqui, no início desta aula, para você refletir sobre os precursores do Serviço Social e a gênese da cientificidade
profissional.

A  ideia de tratar as múltiplas expressões das questões sociais de forma individualizada iniciou-se com o trabalho de assistência a pessoas
necessitadas. Dentre estes trabalhos,  se destacam o trabalho de São Vicente de Paulo, nos séculos XVI e XVII e o de Ozanam, no século XIX,
através da arte de visitar os pobres que possibilitaram a individualização dentro da própria família.
Gordon Hamilton (1987:39) assinala que os sistemas usados na Alemanha, nos séculos XVIII e XIX, orientaram-se mais no sentido  da repressão
à mendicância do que no estudo do problema individual; não obstante, forneceram dados sobre as condições sociais e sobre o comportamento
humano.
Acrescenta a autora, que foi  Mary Richmond quem apresentou a primeira tentativa de trabalhar cientificamente o que na época se definiu
Serviço Social de Casos, isto é, casework, análise da situação social.
Mas quem foi Mary Richmond?
Mary Richmond é considerada uma precursora e pioneira do Serviço Social. Nasceu em Belleville, Estado de Illionois, Estados Unidos da
América, em 1861. Seus pais mudaram-se para Baltimore onde, pouco tempo depois, ambos morreram de tuberculose. Mary foi educada  pela avó
e pela tia. Estudou até os dezesseis anos e, ao completar o curso secundário, mudou-se com a tia para New York. O ambiente onde viveu com sua
tia era composto de pessoas que professavam ideias liberais e agiam em favor de vários movimentos reivindicadores da época: votos das
mulheres, liberdades sindicais, igualdade  de religião e raça, entre outros. Nem sempre Mary concordava com este extremismo  e, por isso, era
considerada conservadora. Como sua tia adoeceu, Mary teve que retornar para Baltimore. Foi nesta época  que conseguiu um emprego na
Sociedade das Caridades Organizadas, C.O.S, daquela cidade. Sua eficiência  nos trabalhos desenvolvidos nesta instituição fez com fosse
promovida ao cargo de Secretária Geral da Organização. Nos seus trabalhos, Mary Richmond sentiu a necessidade de preparar pessoal para os
trabalhos sociais e, na Conferência Americana em Toronto, em 1897, sugeriu a criação  de um curso que tivesse este objetivo. No ano seguinte, sua
proposta se concretizou através de um curso de verão, que deu origem à primeira escola de Serviço Social em Nova York. Em 1918 a Escola de
Filantropia passou a ser denominada como “Escola de Serviço Social” e Mary Richmond ocupou a cátedra de  Serviço Social de Casos.
SMAS - Secretaria Municipal de Assistência Social
CRAS - Centro de Referência da Assistência Social Mary Richmond

Produção Teórico-metodológica de Mary Richmond


1899 - The Friendly Visiting Among the Poors (Visitação amigável aos  pobres), no qual se sugeriam  orientações   aos voluntários que faziam as
visitas domiciliares para as obras socais.
1909 - The good Neighbour in the Modern City (O bom vizinho numa cidade moderna) – o objetivo desta obra era informar de forma simples o
que era o Serviço Social.
1928 - Até a sua morte, neste mesmo ano, Mary Richmond  trabalhou no Departamento de Organização da Caridade da Fundação Russerl Sage
e, durante este período, escreveu suas  obras mais importantes:
• Social Diagnostic (1917)
• What is Social Caseworker? (O que é o Serviço Social de casos?) - 1922
• Child Marriage (Casamento de Menores) – 1925

Produção Teórico-metodológica de Mary Richmond


Mary Richmond viveu num ambiente dominado pelas ideias de Auguste Comte, ou seja, pelo Positivismo, o que deu ao seu discurso uma
impressão de veracidade, não observado em outras obras da época que se destinavam à busca de um trabalho científico para a caridade.
(VIEIRA,1984).
O Conceito De Diagnóstico Social
Baseando-se nas ideias de Auguste Comte, os  livros de Richmond têm a pesquisa como base  para o diagnóstico social e, no seu método, o
processo de tratamento compreende:
 Compreensão da individualidade e das características pessoais.
 Compreensão dos recursos  e das influências do meio social.
 Ação direta da mentalidade do assistente social sobre a de seu cliente.
 Ação indireta exercida pelo meio social revelando-se  a habilidade profissional.
 A  combinação desses quatro momentos.

O Conceito De Diagnóstico Social


Com base neste método as características pessoais, os recursos e a influência do meio são alcançados por meio da investigação e de seu
produto: o DIAGNÓSTICO SOCIAL.

Trabalha-se com materiais que são o encadeamento e a trama da vida cotidiana e, sendo o assistente social o artífice das relações sociais, deve
ser capaz de descobrir os significados e as novas possibilidades dessas situações familiares, das quais todos participamos; deve encontrar os meios
de estímulo nas mentalidades reprimidas pelos costumes ou pelas circunstâncias; é necessário ver na pessoa no momento presente e captar o que
influi nela, para que seja como é. (Kisnerman, 1980:13).
Richmond indica que seu ponto de partida em suas produções teóricas é o estudo de centenas de “casos” realizados diretamente  por ela ou
por outros profissionais. No prefácio do “Social Diagnostic”, a autora observa:
“Pareceu-me logo que não podia haver objetivo ou método que pudesse ser   característico e exclusivo deste campo de trabalho, pois
que, em última  análise, os objetivos e métodos de solucionar casos sociais eram ou deveriam ser os mesmos, qualquer que fosse o tipo
de necessidade a ser atendida, seja um paralítico sem moradia, uma criança abandonada ou uma viúva   com filhos pequenos e sem
recursos” (RICHMOND,1917).
Casework - Trabalho De Casos (Trabalho Social com Indivíduos)
- Cada tipo de caso pedia procedimentos específicos, mas o que precisava descobrir era o que estes tinham em comum e concreto;
- Para estabelecer esta base genérica, Mary Richmond partia da realidade e não de ideias morais ou sentimentos emocionais. Apoiou-se sobre
as situações do momento.
- O êxito do método - a solução do problema – dependia  em grande parte  da primeira etapa – a compreensão da situação.

Os procedimentos empregados por Richmond para investigação devia observar os fatos – pensamentos ou eventos – que podem ser afirmados
com certeza, que podem ser comprovados e, para isso, procurar a “evidência”. Evidência social – todos os fatos relativos  à história  pessoal e
familiar do cliente que, tomados em conjunto, indicam a natureza da dificuldade  e os meios de solucioná-la. A autora afirma que  “uma evidência
pode não parecer importante, mas junto com outras tem um efeito cumulativo”. Ao examinar as evidências, surge, então, as “inferências”:
processo de raciocínio, no qual se dá a passagem de fatos conhecidos para os desconhecidos. A inferência pode ser considerada como uma
hipótese que surge imediatamente  da própria experiência. O diagnóstico não é apenas um resumo ou um somatório de problemas; deve incluir
uma descrição geral  da dificuldade, das circunstâncias  e da personalidade que diferencia aquele caso de outros.

Casework: Conceito de Caso Social

O método do case estudie ou “estudo de casos” é definido como “uma abordagem, ao mesmo tempo global e detalhada de uma situação, de
um indivíduo, ou seja, procura-se saber tudo o que é específico para depois generalizar  e até prever. O primeiro cientista deste método foi
Frederic Le Play (1806 – 1882) ao estudar a vida dos trabalhadores europeus. O estudo de caso emprega grande número de técnicas, desde a
observação participante, à entrevista, à análise  de documentos privados. Mary Richmond empregou o termo “case” para o estudo individual do
cliente.
Como reação aos médicos e juristas que referiam-se àqueles com quem mantinham uma relação profissional como “casos”, Richmond define o
CASO SOCIAL como:
Cliente - Termo designado para as pessoas com as quais se realizava o estudo de casos.
Caseworker - Designação proposta para os profissionais – trabalhadores de casos.

Personalidade
Neste método, a abordagem do assistente social vai ao indivíduo através do seu ambiente, e um ajustamento deve ser realizado de  indivíduo
a indivíduo, entre este  e seu ambiente social. Richmond denominou estes processos de: É nossa  personalidade  que aproxima os seres humanos,
não apenas nosso ‘socius’, nosso irmão - mas também de todas as comunidades e instituições que ele criou. Embora a personalidade não mude,
ela incluiu qualidades tantas e adquiridas que se encontram em constante mudança. O campo do “trabalho social de casos” é o “desenvolvimento
da personalidade” pelo ajustamento consciente  e compreensivo  das relações sociais. Neste campo, o assistente social tanto se ocupa  com as
anormalidades do individual, como das de seu ambiente: não pode negligenciar nem um, nem  outro. (Richmond, apud VIEIRA, 1984, p. 79).
Insight:
• Compreensão da individualidade.
• Compreensão do ambiente.
Atos
• Influência direta ou indireta sobre o cliente.

Richmond sintetizou este processo em quatro etapas:


1. “insight” sobre o indivíduo e suas características pessoais;
2. “insight” sobre os recursos, perigos e influências do ambiente social;
3. Ação direta sobre o pensamento do cliente;
4. Ação indireta através do ambiente social.

Segundo Vieira (1984:83), Mary Richmond  achava que a sociedade não é apenas o espaço onde a personalidade se desenvolve, mas também a
sua origem; que a constituição mental do homem é a sede de  suas qualidades e de suas experiências: tem vida, cresce e muda; é capaz de receber
influência de fora tanto do Bem como do Mal.

Técnicas
Como os clientes são diferentes um dos outros, o assistente social emprega técnicas diferentes. Quando o desajustamento é individual, um
tipo de técnica é utilizado, se for, no entanto, ambiental e social, outro será necessário, e ambas usadas ao mesmo tempo, quando se tratar de
uma personalidade perturbada numa situação desfavorável. “Quanto mais complicados forem os mecanismos da sociedade¸ quanto mais
organizado for o indivíduo, quanto mais delicado será,   em qualquer circunstância, a tarefa do reajustamento. Para isso, é necessário o assistente
social descobrir os interesses mais importantes do cliente e utilizá-los para reconstruir  a conexão com a sociedade. Partindo do seu próprio
interesse, o cliente não terá dificuldade em cooperar para encontrar a solução (RICHMOND, apud. VIEIRA, 1984 p. 83)”.
Entrevista
Técnica  básica usada por Richmond. Para a realização da entrevista, Mary Richmond aponta as seguintes recomendações:
1) A entrevista deve ser uma conversa clara e paciente;
2) A construção de entendimento mútuo entre o assistente social e o cliente;
3) Fomentar o desenvolvimento da autoajuda e da confiança em si mesmo.

Embora assinale que “não é aconselhável tomar notas durante a entrevista, indica que isto depende da situação no qual ela transcorra”. Sobre
os questionários ou entrevista, Richmond assinala o perigo  de se classificar as pessoas, incorrendo desta forma em padronizações.  

Interpretação dos Dados


Quando se analisa ou interpreta os dados, chega-se ao diagnóstico, o qual “não só deve definir, claramente,  as dificuldades, como também
revelar aqueles elementos  da situação que poderão chegar a ser obstáculos ou aqueles que poderão ajudar o tratamento”. (RICHMOND apud
VIEIRA  p. 15)
A maneira de se fazer o sumário do diagnóstico pode ter diversas formas, segundo a especificidade do trabalho, mas geralmente deve-se
incluir:
• A definição das dificuldades;
• a lista dos fatores causais  que se relacionem com as dificuldades;
• a enumeração dos elementos disponíveis e os riscos que devem ser reconhecidos com o tratamento.

CRÍTICAS AO MÉTODO DE MARY RICHMOND


O método Serviço Social de Casos apresenta uma visão focalista, não considera a totalidade da realidade social e a função que a profissão
exerce frente à síntese  das lutas sociais que confluem num projeto político-econômico da classe hegemônica de manutenção do sistema.
(MONTÃNO, 2007, p. 33).
A profissão deve  ser compreendida como um produto histórico, e não como um desenvolvimento interno das formas de ajuda,
descontextualizadas ou apenas, no melhor dos casos, inserida numa realidade social; ela é produto e reprodutora das relações sociais. Seu
significado social depende da dinâmica das relações entre as classes e destas com o Estado (IAMAMOTO, 1999, p. 2-3).
O Serviço Social não é apenas uma possibilidade, não se cria a partir de si mesmo, não surge somente com a evolução das ações que os
filantropos  tentaram imprimir às suas práticas. Ele é dinamizado e estimulado pelo projeto conservador que contempla as reformas dentro do
sistema ( NETTO, 1992, p. 25).
Contribuiu para que a correlação entre o Serviço Social e a ideologia dominante se materialize através da intervenção profissional. O conceito
de “cliente” reforça o assistencialismo, uma vez que se refere a pessoa que recebe a ajuda do assistente social. Coloca o usuário na condição de
tutelado pelo Serviço Social. O Serviço Social de Casos, tal como foi proposto por Richmond,  se vinculou aos interesse da classe e ideologia
dominante, pois exerce uma forma de controle sobre o social, sem alterar a correlação de forças existente.

Organizando o Estudo
SERVIÇO SOCIAL DE CASO, segundo Mary Richmond:
Relação íntima entre a adaptação do indivíduo e o melhoramento das condições sociais.
“A arte de ajudar as pessoas a ajudarem-se a si mesmas, cooperando com elas a fim de beneficiá-las e, ao mesmo tempo, à sociedade em
geral”. (RICHMOND, The long View, p. 374)
“Processo pelo qual se desenvolve a personalidade, através de ajustamentos  realizados  conscientemente  entre os indivíduos e o seu meio”.
(RICHMOND, “What is Social Case Work?”, p. 98).

Aula 7 – Serviço Social de casos: A perspectiva Europeia

A Estrutura do Sujeito Humano


Percebido: Não depende do objeto externo, mas das potencialidades do sujeito humano. É relacionado intencialmente ao objeto. Todas as
vivências estão relacionadas à estrutura do ser humano.
MÉTODO FENOMENOLÓGICO
1º) Passo: Redução à essência ou redução eidética: Coloca em evidência o sentido das coisas – a essência ( eidos ) das coisas.
2º) Passo: Redução ao Sujeito: Interessa compreender o “ eu “ . A percepção, a vivência. Não o “ eu - sujeito “, mas o “ eu – vivido “ ; o
registro da sensação, da qual temos consciência.
ANÁLISE DAS VIVÊNCIAS
Na fenomenologia, o perceber é a vivência da reflexão – dimensão da interioridade. Significa identificar o que está acontecendo dentro de nós
– o nosso mundo.
A Fenomenologia e o Serviço Social
Seminário do Sumaré realizado entre os dias 20 e 24 de novembro de 1978 no Rio de janeiro, reunindo assistentes sociais que debateram o
tema da Fenomenologia
Principais Representantes: Anna Augusta de Almeida e Creusa Capalbo
MÉTODO PSICOSSOCIAL

Diálogo, Pessoa Humana e Transformação Social


“ O Serviço Social se propõe a um desenvolvimento da consciência reflexiva de pessoas a partir do movimento dialético entre o conhecimento
do sujeito como ´ser no mundo ` e o conhecimento do sujeito como ' ser sobre o mundo `( apud Netto, 2006: p.206 )
A ação na entrevista de inspiração fenomenológica é eminentemente de compreensão, ou seja, a busca da razão do comportamento não o
confundindo com os motivos que o determinam, mas coincidindo com aquela ' decisão de ser ´ do indivíduo que ' implica `o seu comportamento “(
Apud NETTO, 2006,p. 207)

Gordon Hamilton, professora da Universidade de Columbia, assim como Mary Richimond também desenvolveu uma proposta para de Serviço
Social de Casos. Neste modelo foi revisto a partir do movimento de Reconceituação.
Serviço social e uso do relacionamento:
- A maioria dos problemas: Ocorre entre pessoas, o que significa que o tratamento do individuo abrange mais de uma pessoa uma família em
particular.
O Serviço Social se divide em três tipos de abordagem:
1 – Caso;
2 – Grupo;
3 – Comunidade.
O cliente/Usuário: E o responsável em todas as etapas de solução de seus problemas. Atualmente usa-se o termo usuário do serviço social.
A essência: É atingir os objetivos do tratamento.
Este sistema tem como base conhecimento da área de psicologia. Esta compreensão se fundamenta a partir da constatação de Hamilton
atestando ser a desvantagem do assistente social em tratar relações humanas, que são intangíveis e complexas. Porem atesta como vantagem o
fato dos clientes poderem exprimir suas necessidades devendo os assistentes sociais aprender a ouvi-los.
Um caso social não é determinado pela natureza do cliente, nem pode ser distinguido pela natureza do problema. Um caso social é um fato
humano no qual existem fatores econômicos, físicos, mentais, emocionais e sociais que atuam com maior e menor intensidade.
“O assistente social deve ser uma pessoa de natureza agradável com jeito de fazer amizades, deve estar disposto a entrar em
contato    com a experiência emotiva de outrem, a ouvir o ponto de vista que tem a respeito dos seus problemas e de palmilhar
pacientemente com ele o caminho para solução de dificuldade”
“Não é possível restringir a função do Serviço Social de Casos à simples modificação das condições “externas”, pois o
problema é, geralmente, interpessoal, além de social. Não somente é impraticável separar fatores ambientais e emocionais, mas
é preciso que as reservas psicológicas de cliente sejam utilizadas na compreensão das situações reais”.
“O Serviço Social, portanto, não nega o seu interesse pela criança quer esteja no próprio lar, quer num lar substituto, pelo
adolescente-problema, pelo imigrante ou trabalhador inválidos; mas ao mesmo tempo, não pretende tratar dos casos e abstrair-
se de modificar a estrutura do ambiente que causou os desajustamentos”.
(HAMILTON, 1986).

Serviço é Psicologia?
Para ajudar eficientemente aos outros, é preciso respeitar a pessoa humana, isto é, o seu direito de viver a própria vida, usufruir de liberdade
pessoal e política, de buscar a felicidade e de procurar os valores espirituais que aspira.
A aplicação desse princípio significa que os assistentes sociais não devem impor aos clientes seus próprios ideais e padrões de comportamento,
com próprias soluções e princípios morais, mas sim conceder ao cliente o direito de ser ele mesmo e de tomar suas decisões.
A essência da verdadeira filantropia é a reciprocidade, através da qual todos os indivíduos poderão desenvolver sua capacidade e orientar suas
atividades para o bem comum.
O valor da alma humana e o papel do indivíduo na sociedade não são considerados superficialmente na cultura americana. A civilização
ocidental foi construída tendo por base certos  valores, como justiça social, pesquisa científica da verdade, ou o conhecimento, segurança social,
deveres e responsabilidades de cada um e, mais ainda, a dignidade da pessoa humana. A ideia de que as relações entre assistente social e cliente
são importantes, para ajudar a pessoa a ajudar-se (um amigo e não uma esmola) é  uma das mais remotas em serviço social de casos. Mas não é
verdade que se deva preferir a natureza ingênua da pessoa, nas relações humanas.
O Serviço Social de Casos tem por objetivo capital fazer com que o indivíduo participe plenamente do processo de sua própria socialização.
Perguntas de Hamilton:
- Que espécie de problemas e necessidades o serviço social abrange?
- Quais os métodos aplicados para a solução dos mesmos?
O que devem saber os estudantes do Serviço Social para serem bons profissionais?
Hamilton afirma que esses problemas podem ser objetos de dois campos principais do objetos do Serviço Social, que são:
1 – O bem estar físico
2 – O bem estar econômico
Ou seja
1 – vida digna
2 – vida confortável

Como você estudou na aula anterior, o Serviço Social de Casos foi o primeiro movimento racional e sistemático de análise da situação social
dos indivíduos. Compreendeu  um processo pelo qual se buscava:

- Desenvolver a personalidade através de ajustamentos realizados conscientemente entre indivíduos e o seu meio;
- estimular as pessoas para que  desejassem modificar-se;
- influenciar as pessoas para  participarem ativamente na solução dos seus próprios problemas.
Gordon Hamilton, professora da Universidade de Columbia – New York School of  Social Work, assim como Mary Richimond, também
desenvolveu uma proposta de Serviço Social de Casos. O modelo de Serviço Social de Casos é apresentado por esta   autora em seu livro Teoria e
Prática do Serviço de Casos, cuja primeira edição foi publicada em 1940, num contexto marcado pelos ares da Segunda Grande Guerra e o advento
da Lei do Seguro Social. É necessário que você compreenda que este modelo, tal como o proposto por Mary Richimond,  foi revisto e questionado
sobretudo a partir do  Movimento de Reconceituação, ou seja, não apresentam o perfil de profissão que hoje buscamos consolidar através do
Projeto Ético Político do Serviço Social.  
Como você pôde observar, trata-se,  como a aula anterior, de um resgate histórico das primeiras tentativas de fundamentação teórico e
metodológica para a profissão. Vamos conhecer a proposta de Gordon Hamilton? Fique atento aos questionamentos em torno das definições e
concepções  que a autora apresenta sobre o Serviço Social e o seu objeto de intervenção.

Serviço Social e uso do relacionamento


A maioria dos problemas: - A maioria dos problemas do Serviço Social de Casos ocorre entre as pessoas, o que significa que o tratamento do
indivíduo abrange mais de uma pessoa e a família em particular.
O Cliente: - O cliente é um participante responsável em todas as etapas de solução de seus problemas.
Atualmente não se usa a denominação “cliente”.
O termo atual é USUÁRIO do Serviço Social.
A essência: - A essência do processo de Serviço Social de Casos é atingir os objetivos do tratamento.

“O Serviço Social, sempre atento ao conceito de fato psicossocial, encontra sempre novas perspectivas e oportunidades terapêuticas
para sua missão tradicional de ajudar as pessoas na sua experiências da vida.(...) o cliente é estimulado a participar no estudo para resolver
sua situação, visando seus próprios recursos e os da comunidade de que sejam necessários ou favoráveis ao caso. Em circunstâncias
favoráveis o Serviço Social de Casos pode diminuir ou mesmo prevenir alguns aspectos deformantes da miséria ou das situações patológicas
ou acontecimentos traumatizantes que foram expostos. A interação da personalidade com o ambiente criou uma profissão cuja a finalidade
é auxiliar o indivíduo que tem problemas sociais (HAMILTON,1986:40).”
Você percebeu que este   modelo pressupõe como base para a intervenção profissional  conhecimentos da   área da Psicologia?
Esta compreensão se fundamenta a partir da constatação do que Hamilton (1986:19)   denomina como  desvantagem do assistente
social em    tratar com as relações humanas, que são inatingíveis e complexas, e com os sentimentos que cada um projeta nas mesmas.
Por outro lado, ressalta a autora, “o Serviço Social goza de uma vantagem, a de que os clientes possam exprimir por palavras os seus
problemas, devendo os assistentes sociais aprender a ouvi-los  (HAMILTON, 1987:19).”
“O assistente social deve ser uma pessoa de natureza agradável com jeito de fazer amizades, deve estar disposto a entrar em contato
com a experiência emotiva de outrem, a ouvir o ponto de vista que tem a respeito dos seus problemas e de palmilhar pacientemente com
ele o caminho para solução de dificuldade”
(HAMILTON, 1986, 45).  
“Não é possível restringir a função do Serviço Social de Casos à simples modificação das condições “externas”, pois o problema é,
geralmente, interpessoal, além de social. Não somente é impraticável separar fatores ambientais e emocionais, mas é preciso que as
reservas psicológicas de cliente sejam utilizadas na compreensão das situações reais” (HAMILTON, 1986:18).     
Serviço é Psicologia?
Para ajudar eficientemente aos outros, é preciso respeitar a pessoa humana, isto é, o seu direito de viver a própria vida, usufruir de liberdade
pessoal e política, de buscar a felicidade e de procurar os valores espirituais que aspira.
A aplicação desse princípio significa que os assistentes sociais não devem impor aos clientes seus próprios ideais e padrões de comportamento,
com próprias soluções e princípios morais, mas sim conceder ao cliente o direito de ser ele mesmo e de tomar suas decisões.
A essência da verdadeira filantropia é a reciprocidade, através da qual todos os indivíduos poderão desenvolver sua capacidade e orientar suas
atividades para o bem comum.

O valor da alma humana e o papel do indivíduo na sociedade não são considerados superficialmente na cultura americana. A civilização
ocidental foi construída tendo por base certos  valores, como justiça social, pesquisa científica da verdade, ou o conhecimento, segurança social,
deveres e responsabilidades de cada um e, mais ainda, a dignidade da pessoa humana. A ideia de que as relações entre assistente social e cliente
são importantes, para ajudar a pessoa a ajudar-se (um amigo e não uma esmola) é uma das mais remotas em serviço social de casos. Mas não é
verdade que se deva preferir a natureza ingênua da pessoa, nas relações humanas. O Serviço Social de Casos tem por objetivo capital fazer com
que o indivíduo participe plenamente do processo de sua própria socialização.
“O Serviço Social, portanto, não nega o seu interesse pela criança quer esteja no próprio lar, quer num lar substituto, pelo
adolescente-problema, pelo imigrante ou trabalhador inválidos; mas ao mesmo tempo, não pretende tratar dos casos e abstrair-se de
modificar a estrutura do ambiente que causou os desajustamentos” (HAMILTON, 1986:30).
O Serviço Social procura sempre levar em conta as diferenças e dessemelhanças, tanto na formação dos padrões, quanto na modificação dos
mesmos.
“O Serviço Social, nos primeiros tempos, levou demasiado em conta as causas íntimas de desajustamento, porém sabemos, por
experiência, que para compreender profundamente um conjunto de relação humanas temos de ir às causas longínquas, a fim de
chegarmos às próximas”(HAMILTON, 1986:24).
A personalidade ingênua deve disciplinar-se para o trabalho, para as necessidades sociais, para o casamento e para vida religiosa. Deve ser
disciplinada para ser eficiente integrada nos processos de grupo e individuais. As relações profissionais não são meras associações de amizade. O
contato não é sem objetivo. Os clientes trazem ao serviço social de casos seus sentimentos, atitudes e comportamentos que experimentaram com
outros. A família é importante, culturalmente falando, porque a pessoa tende a levar pelo mundo de atitudes adquiridas, em grande parte, através
do convívio familiar. “O cliente tende a reagir ao Serviço Social de Casos ou ao Serviço Social de Grupo de acordo com atitudes apreendidas no lar e
condicionadas profissional e orientada para os objetivos em vista – isto é, para compreender e entrar em contado com as necessidades dos
clientes. As técnicas empregadas sem esse  objetivo profissional consciente de sanar uma determinada situação não seriam aceitáveis pela ética; e
o ideal democrático exige que não se imponham autoritariamente padrões à personalidade de outrem” (HAMILTON,1985:29).
Continuando com Hamilton, leia e reflita sobre os seguintes questionamentos da autora:
Que espécie de problemas e de necessidade o Serviço Social abrange? 
Quais são os métodos aplicados na solução dos mesmos? 
O que devem saber os estudantes do Serviço Social para serem bons profissionais? 
Questão social: pobreza; desemprego; migrações; ajuda a imigrantes; doenças; desajustamento familiar, invalidez por incapacidade física e
mental, ou por velhice, acidentes industriais, salário baixo, falta de recreação e de habitação adequada e problemas de comportamento
antissocial.
Hamilton afirma que esses problemas podem ser objeto de dois principais campos ou dois principais objetos do Serviço Social, que são: O bem-
estar físico e econômico, ou em outras palavras, um nível de vida digno e confortável.    
As palavras desajustamento familiar e conduta antissocial revelam a influência da perspectiva funcionalista no modelo de Serviço Social
proposto por Gordon Hamilton.
“Todas as profissões se interessam por esses objetivos, mas para a autora não há dúvidas  de que o Serviço Social assume em relação a eles
uma posição de destaque, pois os fatores de segurança econômica e cultural estão indissoluvelmente ligados ao comportamento humano. Essa
relação estreita tem influenciado permanentemente o Serviço Social, dando-lhe um caráter próprio, porém não totalmente diferenciado; daí a sua
complexidade, suas limitações, fazendo-o ao mesmo tempo uma profissão difícil e fascinante” (HAMILTON, 1986:27).  
“Os mais eficiente programas baseiam-se no conhecimento de cada cliente, individualmente considerados pelos técnicos, mas não
sendo impostos. A verdade é que sabemos, ou poderemos conhecer mais a respeito dos seres humanos do que sobre qualquer outro
assunto. E, no entanto, muitos programas são executados excluindo a reação individual” (HAMILTON,1986:27).  
Você observou que a autora apresenta uma concepção de programas sociais focada no cliente, na reação individual, no comportamento
humano?
As questões sociais não se restringem a pessoa, mas devem ser compreendidas a partir das determinações concretas da totalidade da
realidade social.
“Sendo o relacionamento sempre presente no Serviço Social de Casos, quanto mais íntima a história e quanto mais perturbada a
pessoa, tanto mais essencial se torna que o relacionamento seja estreito, a fim de permitir o conhecimento da personalidade” (HAMILTON,
1986:49).
“Sabemos que o fato de saber-se compreendido não removerá todas suas dificuldades, porém tornará  mais fácil, em vez de falar dos
acontecimentos do que dos sentimentos a respeito de si mesmo quanto àqueles mais profundo e íntimos a respeito de si mesmo e de
outros, que precisa analisar e reconhecer, a fim de reservar suas dificuldades” (HAMILTON,1986:49).
- A palavra é o meio essencial para as relações interpessoais.
- O domínio da técnica de entrevista é básico para o Serviço Social, tomado em seus aspectos.
Considerações éticas
“Toda assistente social está ligada à ética, a quatro espécies de obrigações: para com o cliente (assistido), para com a sua agência,
para com a comunidade e consigo mesmo. A responsabilidade do Serviço Social de Casos submete a aceitação do cliente e o respeito a
sua personalidade, como humano. Isto significa, entre outras coisas, que o cliente não é o problema, mas uma pessoa com um problema
(HAMILTON, 1986:56).  
Nestas considerações  se observa que Hamilton faz  referência ao profissional como “a assistente social”, ou seja, relaciona a intervenção
profissional às mulheres, algo que ainda é presente, mas que gradativamente vem sendo superado.
 Outros aspectos que merecem destaque é a associação do cliente à pessoa assistida, o que revela a presença ainda muito forte do
assistencialismo.  
- O Serviço Social de Casos ou Casework pressupôs uma intervenção profissional focada no indivíduo, ou melhor, na  personalidade do cliente
para propiciar as mudanças necessárias ao seu ajustamento  no sistema vigente.
- Para  Mary  Richmond (1915), o diagnóstico social é o caminho para se definir a personalidade do cliente.
- Gordon Hamilton (1958) apresenta o diagnóstico como  avaliação do assistente social sobre  o tipo de  situação vivenciada pelo cliente e a
capacidade deste em resolvê-lo.
- Nestas duas propostas, a intervenção profissional fundamentada no funcionalismo se direciona  para a solução de problemas objetivando  a
harmonia social.
- O Serviço Social de Casos caracterizou-se por um conjunto de técnicas, métodos,  instrumentos e conhecimentos da Psicologia e Sociologia
que  atribuíram um caráter preventivo e promocional à intervenção profissional.
- Como veremos nas próximas aulas, este direcionamento para adaptação do homem ao meio não se limitou ao que foi denominado como
Serviço Social de Casos, mas também se estendeu ao grupo e à  comunidade.

Aula 8 – O Serviço Social Brasileiro e a Influência Conservadora

Para José Paulo Netto ( 2006 ), o sincretismo foi um princípio constitutivo do Serviço Social
* SINCRETISMO IDEOlÓGICO
* SINCRETISMO CIENTÍFICO
SINCRETISMO ( Dicionário Aurélio ):
“ 1.Fusão de elementos culturais diferentes, ou até antagônicos, em um só elemento, continuando perceptíveis alguns traços originários.

2. Reunião Artificial de ideias ou teses de origens disparatadas”.


O Serviço Social sempre buscou sua alteração ( renovação / refundação ) a partir do sistema de saber que o referencia operando um ( auto )
ilusionismo ideológico, o que termina por parecer a visão de estabelecer uma estrutura teórica ( NETTO, 2006 )
O que contribui para isso:
* Universo problemático original das demandas histórico-sociais;
* Horizonte de seu exercício profissional
* Modalidade específica de intervenção
* A própria natureza múltipla e complexa da questão social.
Projetos Profissionais:
Auto imagem da profissão, onde explicitam os valores que a legitimam socialmente, delimitam e priorizam seus objetivos e funções,
formulando os requisitos ( teóricos, práticos e institucionais ) para o seu exercício.
Impermeabilidade do Tradicionalismo profissional em face das transformações sociais.
O Sujeito Coletivo que constrói o projeto profissional é heterogêneo. O corpo profissional é não-homogêneo, uma unidade de diverso; por isso
é um espaço plural que emergem projetos profissionais diferentes.
Todo Corpo profissional é um campo de tensões e lutas
PLURALISMO X ECLETISMO
CONSERVADORISMO NA PROFISSÃO ( Segundo José Paulo Netto )
Tradicionalismo: Filosofia Humanista Cristã
Funcionalismo ( Perspectiva Modernizadora ):
Correntes de origem Positivista / Funcionalista
Fenomenologia ( Reatualização do Conservadorismo ): Fenomenologia e Personalismo Cristão

Serviço Social de Grupo

Foi concebido como parte de ação democrática de diversos campos de atividade do serviço social.
O porquê do Serviço Social de Grupo? O que é Serviço Social de Grupo ?
O Serviço Social de Grupo pode ser explicado como um processo psicossocial não somente relacionado a capacidade de liderança e cooperação
mas também com o aproveitamento dos interesses do grupo em beneficio da sociedade.
“Durante os primeiros cinquenta anos de história do Serviço Social, um observador olhando a prática, de maneira geral, teria visto uma
profissão crescendo através de suas partes   separadas. Os conceitos assim desenvolvidos relacionavam-se suficientemente para manter os
assistentes sociais unidos, e por um considerável período, esta forma de prática, a despeito de sua falta de integração, continuou a
estimular o desenvolvimento da profissão”
(BARTLETT, 1993, p. 16).     

O Serviço Social de Grupo não  pode ser atribuído a uma pessoa como o Serviço Social de Casos (Mary Richmond). O Serviço Social de Grupo,
como um método do Serviço Social, é um conceito recente. Originalmente, foi concebido como um movimento, um modo de ação democrática e
como uma parte de diversos campos de atividade dos serviços sociais. Os primeiros antecedentes do método do Serviço Social de Grupo acham-se
intimamente  ligados aos métodos de caso individual. Ambos vão aparecer em Londres e têm como sujeitos habitantes dos bairros operários.
Resultou de uma necessidade do movimento trabalhista de garantir educação aos adultos, cultura, camping, férias para seus filhos, movimento
recreativo (lazer), playground para as crianças residentes  em favelas, financiados pelos próprios esforços dos operários. Em todos esses grupos
havia o ímpeto da “ação dos cidadãos”, quer para melhorem a sua  própria sorte, quer para ajudarem a terceiros. Durante longos anos o Serviço
Social de Grupo, a recreação e a educação informal foram considerados erroneamente como sinônimos.
SERVIÇO SOCIAL DE GRUPO: O PERÍODO PRÉ-CIENTÍFICO
A partir de 1873, a Charity Organization Society (COS) realizou um intenso trabalho de auxílio individual aos pobres. Em 1984, o clérigo Samuel
A.Barnett, desejando atingir o maior número de pessoas, cria o primeiro settlement, centro social comunitário. O objetivo desse movimento era,
através da experiência de grupo, melhorar o nível de vida dos pobres em Londres. Em 1903,  a COS cria a Escola de Sociologia e, em 1904, na
Universidade de Liverpool, a carreira de Ciências Sociais, em cujos programas seria incluída uma incipiente teoria do Serviço Social. Enquanto isso,
nos Estados Unidos da América do Norte (EUA), o método de caso individual vai ganhando rápido incremento com a criação da primeira Escola de
Serviço Social, em Nova Yorque (Mary Richmond). Em 1904, na escola de Nova York, e  em 1906 na Escola de Instrução Cívica de Chicago, são
proferidos cursos sobre clubes infantis e excursões. Em 1907, na Inglaterra, o Coronel Robert Baden cria o corpo dos boys-scout (escoteiros). Seu
acampamento na ilha de Browsea demonstrou que, mediante um treinamento adequado em pequenos grupos, os jovens teriam um compromisso
de tarefas construtivas  para si mesmos e para a comunidade. Em 1912, Samuel  Richard Slavson, aproveitando a ideia de Barnett, reúne em grupos
crianças  dos bairros mais pobres. Para ele o Serviço Social de Grupo é “um método de educação social no qual os membros do grupo são
educandos, educadores e material didático, atuando em um processo de inter–relação” (SLAVSON , apud KISNERMAN,1980, p. 32). Seus grupos
eram de integração voluntária. Slavson aceita que o assistente social de grupo  participe com os membros do grupo e chama estes grupos de
terapêuticos. Em 1943  - já de posse de um acervo metodológico  científico, cria  o “Group Therapy Association” para investigação  e elaboração de
experiências no método. Lieberman acentuou que o clube tem um objetivo social: superar a comunidade. Durante seis anos Slavson e Lieberman
trabalharam juntos coligindo suas experiências no livro Creative Camping, em 1931.

O PERÍODO CIENTÍFICO
Década de 1900 - Paralelamente aos autores do período pré-científico desenvolvia-se nos EUA a Psicologia  Social. Observa-se o choque entre
duas correntes: a biologista e a interacionista social.
A partir de 1920, a psicanálise e o seu criador, Sigmund Freud,  irrompe na seara  de todas as ciências sociais. Mary Richmond não só tinha
acolhido sua influência em Social Diagnostic, ele aponta que não se faz um caso social a não ser que se trate ao mesmo tempo a pessoa e a sua
família como um todo. Isso porque apenas quando todas essas pessoas se reunirem e participarem da elaboração de um plano de ação, é que a
reunião de família assume todas as suas verdadeiras proporções e adquire uma coesão real.
Grace Longwell Coyle também sofre a influência freudiana, e é a primeira aplicá-la no Serviço Social de Grupo e a publicar um livro sobre o
assunto.
Gertrude Wilson e Glaays Ryland escreveram o primeiro livro de Serviço Social de Grupos.
O Serviço Social de Grupo alcança seu nível mais alto com Gizela Konopka, assistente social e psicanalista,  que tem origem Alemã, mas que era
nacionalizada estadunidense, graduada  pela Universidade de Hamburgo, Pittaburg e Colúmbia.
Neste momento, vamos iniciar o estudo do  Serviço Social de Grupo proposto por Gizela Konopka, através de dois questionamentos:
- O porquê do Serviço Social de Grupo?
- O que é Serviço Social de Grupo ?
Para autora, o Serviço Social enquanto profissão procura melhorar o funcionamento  social  das pessoas.
Fazia-se uma correlação significativa entre o funcionamento social e a experiência de grupo.
 As pessoas necessitam de ajuda  para melhorem o seu funcionamento social.
“ O Serviço Social de Grupo é um método do Serviço Social que auxilia os indivíduos  a melhorar o funcionamento social através de específicas
experiências de grupo e a se defrontar mais eficientemente com seus problemas pessoais, do seu grupo e da sua comunidade” (KONOPKA, apud
KISNERMAN, 1980, p. 32).
Assim como o Serviço Social de Caso, o Serviço Social de Grupo era compreendido como  um processo de ajuda.
Principais meios de ajuda de que dispõe o assistente social de grupo são:
- Relacionamento objetivo, acolhedor, compreensivo e profissional entre o profissional e os membros do grupo.
- Relacionamento entre os membros do grupo – o processo de grupo.
- Comunicação verbal – discussões, conversas.
- Comunicação não verbal – programas, jogos, experiências.
- Escolha objetiva e criação de ambiente.

Instrumentos de avaliação de que se utiliza o assistente social de grupo:


• Conhecimento da dinâmica individual e do grupo.
• Conhecimento do ambiente social e saber o seu significado.
• Ouvir.
• Observar.                           
• Empatizar.

Definição: Serviço Social de Grupo pode ser explicado como um processo psicossocial relacionado não somente com a capacidade de liderança
e com o sentido de cooperação, mas também com o aproveitamento dos interesses dos grupos em benefício da sociedade. A essência do serviço
social de grupo está no seu esforço para realizar as potencialidades de cada indivíduo, contribuindo assim para a experiência de vida social de todo
o grupo.
Objetivos: Ajudar às necessidades básicas dos indivíduos para que se tornem importantes e para que participem e ajudem a sociedade humana
total. Através do desenvolvimento da pessoa, do seu potencial individual, promover a melhoria dos relacionamentos e de sua capacidade de
funcionamento social.
“Serviço Social de Grupo é  uma prática que visa minorar o sofrimento e melhorar o funcionamento pessoal e social de seus membros,
através de específica e controlada intervenção de grupo, com a ajuda de um profissional” (KONOPKA, 1979, p. 45).

O assistente social de grupo não estabelece relacionamento com pessoas individualmente. O assistente social de grupo não estabelece
relacionamento com pessoas individualmente. Num grupo, os membros se apoiam mutuamente; não estão sozinhos  diante da autoridade.
 A avaliação do grupo e a determinação de objetivos (diagnóstico do grupo) constituem um dos primeiros passos no processo do Serviço Social
de Grupo.  Os indivíduos agem através da interação com os outros indivíduos e grupos, dentro de várias instituições culturais ou condições
econômicas e materiais, de maneira que os programas existentes para diminuírem as dificuldades econômicas, culturais e sociológicas  do meio
ambiente.  O que se propõe é a  participação do indivíduo e dos grupos, a fim de auxiliá-los a adaptaram-se e a manterem- se em equilíbrio,
satisfatório dentro de sua própria situação.  
O Serviço Social de Grupo  e o Serviço Social de Casos, juntamente com a pesquisa social, são os processos básicos da técnica de organização
da comunidade, da qual surgem o planejamento e a realização do bem-estar social.

A interação grupal, além de canalizar os esforços individuais, torna-se uma experiência dinâmica pela responsabilidade que assume o indivíduo
em relação a objetivos comuns.
Os grupos não podem chegar a soluções adequadas se não pela consciência das finalidades comuns e do valor do intercâmbio de pessoas e
grupos, e pelo propósito de modificar a direção de seus destinos, conforme os interesses do grupo, sustentando-se mutuamente e criando novos
rumos de ação. Apesar da ausência de um claro sistema de classificação na profissão do Serviço Social, o assistente social de grupo deve ser capaz
de avaliar os membros individuais, bem como o grupo como um todo, de modo a determinar objetivos para a realização de trabalhos com os
indivíduos. O assistente social de grupo atua dentro de uma estrutura de valores éticos e sociais. O Serviço Social de Grupo é um método genérico
que pode ser usado em diferentes ambientes. O assistente social usa, simultaneamente, os relacionamentos com os membros individuais e com o
grupo como um todo. Trabalha como um motivador com ambos, ajudando os membros e o grupo a empregarem sua capacidade e seu potencial.
Utiliza a si mesmo, de maneira diferente, de acordo com os objetivos específicos e sua avaliação das necessidades, interesses e capacidade dos
membros.
Segundo Gizela Konopka, os grupos estão claramente incluídos em duas categorias distintas:
Grupo 01 - A dos grupos que servem ao desenvolvimento da pessoa quanto ao seu potencial individual, melhoria da capacidade de
relacionamento e de funcionamento social, como a maioria dos grupos de jovens e de todos os grupos de finalidade terapêutica.
Grupo 02 - A dos grupos que necessitam de ajuda para “ação social”, frequententemente constituído em pessoas altamente capacitadas, em
posição de liderança nas suas comunidades, que desejam combater eficazmente os problemas sociais.

Vamos fazer uma pausa para tirar algumas importantes conclusões?


- O Serviço Social  de Grupo, a recreação e a educação informal foram considerados erroneamente como sinônimos. O caráter disciplinador e a
ênfase dada ao Serviço Social de Grupo, assim como no Serviço Social de Caso, tinha como base de sustentação o ajuste, a integração da parte no
todo. 
- O assistente social continuava em sua intervenção trabalhando na perspectiva da integração e adaptação dos indivíduos considerados como
desequilibrados e desajustados. A intervenção do assistente social se direciona para integração/adaptação dos indivíduos. 
- As questões estruturais  continuam  sendo refutadas, pois segundo este método o homem, e não a sociedade, é que apresenta problemas. 
- Os assistentes sociais usaram, frequentemente, sistemas de classificação psiquiátrica, mas perceberam, cada vez mais claramente, que eles
não são adequados à orientação do Serviço Social, que consiste em ver o indivíduo na sua interação com outros e com o seu ambiente. 
- Grande parte do que é chamado diagnóstico no Serviço Social não é um diagnóstico no sentido médico. Trata-se mais de uma resumida
identificação do indivíduo em sua situação de grupo. Representa uma avaliação a luz da teoria e, consequentemente, determinação  do trabalho
orientando para objetivos. 
- Muitas vezes, sofre modificações no curso do tratamento social, devido a condições, modificações no curso do tratamento social, ou a
influência de experiências e conhecimentos novos por parte do assistente social de grupo, do cliente ou dos membros 
- A ausência de categorias diagnósticas reside na natureza dos fenômenos com os quais trabalha o assistente social de grupo. Isso foi
reconhecido muito cedo por aqueles que trabalhavam nas clínicas de orientação infantil. 
- Pode-se dizer que o Serviço Social de Grupo também se fundamentou no pensamento conservador, pois subjacente ao trabalho de ajuda aos
indivíduos a se autodesenvolverem e a se ajustarem, estavam a aceitação dos valores e normas vigentes. 
- Apesar das especificidades, a produção teórica sobre o Serviço Social de Grupo tinha  em comum a explicitação de um método que tinha
como objetivo a capacitação do indivíduo para um correto funcionamento social. 
-  Fragmentação da prática como um todo. Na época em que a prática do Serviço Social começou a se evidenciar, nos anos 20 e 30, foi
crescendo em campos separados. Não havia conceito de prática de Serviço Social Profissional, como uma entidade isolada. 
“Durante os primeiros cinquenta anos de história do Serviço Social, um observador olhando a prática, de maneira geral, teria visto
uma profissão crescendo através de suas partes   separadas. Os conceitos assim desenvolvidos relacionavam-se suficientemente para
manter os assistentes sociais unidos, e por um considerável período, esta forma de prática, a despeito de sua falta de integração,
continuou a estimular o desenvolvimento da profissão”
(BARTLETT, 1993, p. 16).   
Nas décadas de 20 e 30, o trabalho com grupos e problemas de Comunidade desenvolvia-se como uma atividade do Serviço Social, mas
só mais tarde atingiu a formulação profissional.  Naquele tempo, predominavam o conceito de método do Serviço Social e o conceito de estrutura.
O conceito de método se desenvolveu primeiro em torno do Serviço Social de Casos e, mais tarde, de grupo e da organização da comunidade.
Ao contrário dos assistentes sociais de casos, que tratavam primordialmente dos problemas de desajustamento, os assistentes sociais  de
grupo visualizaram-se  como situações,  antes que a patologia  aparecesse, e  ficaram bastante interessados em promover  o crescimento positivo
dos membros do grupo. Na década de 40, o desenvolvimento de dois campos orientados para o método – o Serviço Social de grupo e a
Comunidade - expandia a prática do Serviço Social para novas direções. Estes diziam respeito não somente a serviços prestados a grupos e
comunidades, mas também aos métodos relacionados  especificamente na prestação desses serviços.
Veja a seguir os autores de maior influência que se dedicaram ao Serviço Social de Grupo:
Grace Coyle
Gertrude Wilson
Gladys Ryland
Robert Vinter
Natálio Kisnermam
Gizela Konopka
Esses autores se convergiam quando explicitavam como principal objetivo do Serviço Social de Grupo a capacitação do indivíduo para um
correto funcionamento social.
Bases teóricas do Serviço Social de Grupo
Conhecimentos produzidos pela Sociologia (Emile Durkheim, Max Weber e outros relacionados ao pensamento conservador) nas teorias
sociológicas; Psicologia Social e Pedagogia.
Aula 9 – As Protoformas do Serviço Social Brasileiro

O que são protoformas do Serviço Social?


São as instituições sociais que se mostram com origem confessional, prática da ajuda, caridade e solidariedade, impregnadas pela filosofia
tomista e a serviço da classe dominante
Não se pode pensar que o Serviço Social surge enquanto “ evolução da ajuda “ ou de uma “ racionalização da Assistência “
Há uma defesa de tese de âmbito ideo-político e teórico-cultural de cunho conservador, manifestando uma continuidade entre o Serviço Social
e a noção de ajuda característica da filantropia organizada.
Entretanto é necessário pensar que o Serviço Social origina-se da refuncionalização de práticas e referências pré-existentes, bem como das
instituições e organizações que elas se vinculam ( NETTO, 2006 )
O argumento que melhor representa as Protoformas do Serviço Social seria o da relação de ruptura, tal qual apresentado por Netto (2006).
Onde para Netto, os agentes profissionais “ se inserem em atividades interventivas cuja dinâmica, organização, recursos e objetivos são são
determinados para além do seu controle “ (p.71-72).
Assim, o Serviço Social se profissionaliza com a inserção no mercado de trabalho, e não por uma demanda dos seus próprios agentes mas
demandado pela própria dinâmica do mercado, como diz Netto(2006):
“ Não é este que se constitui para criar um dado espaço na rede sócio-ocupacional, mas é a existência deste espaço que leva à constituição
profissional “ (p.73)

Aula 09 – O desenvolvimento de comunidade no Brasil


Gramsci afirma que: - Todo grupo social, “ao nascer no terreno originário de uma função essencial no mundo da produção econômica, cria
organicamente  uma ou mais camadas intelectuais que lhe asseguram homogeneidade e a consciência de suas próprias funções, não somente no
âmbito econômico, mas também no social e político; o empresário capitalista cria, junto a si, o técnico de indústria, o especialista em economia
política, o organizador de uma nova cultura de um novo direito”.
Assim o autor nega a autonomia e neutralidade dos intelectuais, ou seja, eles não produzem conhecimento independente de suas posições
ideológicas.
Na gênese do desenvolvimento de comunidade no Brasil, devemos situa-los nas mudanças que ocorrem após a Segunda Guerra Mundial que
tinha como principal interesse a modernização do campo e a expansão do capitalismo.

Por que o Desenvolvimento de Comunidade e a participação passaram a assumir  tanta importância nas políticas de desenvolvimento
nacional?
Que condições histórico-estruturais e conjunturais  determinaram essa relevância e quais  as intenções veladas ou manifestas  no estímulo à
participação?
Se o Desenvolvimento de Comunidade proclama a participação popular como ingrediente necessário ao desenvolvimento global, o que, a rigor,
significa nessa disciplina a participação?
Como ela é conceituada ao nível do discurso e operacionalizada no âmbito das práticas do Desenvolvimento de Comunidade brasileiro?
As propostas de participação colocadas pelos intelectuais da disciplina  se constituem  em instrumento ideológico de reprodução da estrutura
de classe ou, ao contrário, refletem uma nova concepção de mundo com vistas à liberação das classes trabalhadoras?
Estes questionamentos que nos traz Safira Bezerra Aman são analisados pela autora em seu livro Ideologia do desenvolvimento de
Comunidade no Brasil, a partir do referencial teórico oferecido por Gramsci.
Segundo Bezerra (1980, p.19), os estudos de  Gramsci oferecem um instrumental heurístico  extremamente rico, tanto para desvelar as
conjunções que se operam no equilíbrio de forças, como para compreender o papel dos intelectuais na reprodução das ideologias e na
implantação de decisões políticas em uma dada sociedade

Vamos conhecer um pouco do italiano Gramsci?


Em seus escritos, Gramsci (1975, p. 505) afirma que: Todo grupo social, “ao nascer no terreno originário de uma função essencial no mundo da
produção econômica, cria organicamente  uma ou mais camadas intelectuais que lhe asseguram homogeneidade e a consciência de suas próprias
funções, não somente no âmbito econômico, mas também no social e político; o empresário capitalista cria, junto a si, o técnico de indústria, o
especialista em economia política, o organizador de uma nova cultura de um novo direito”. Observamos assim que o autor nega a autonomia e a
neutralidade dos intelectuais, ou seja, eles não produzem conhecimentos independente de posições ideológicas.
Os intelectuais estão organicamente comprometidos com um grupo dominante para assumir a função de “agente da hegemonia”. Tanto
podem representar os interesses da burguesia, como lhes é possível estabelecer vínculo orgânico com as classes subalternas. Baseando-se nessas
considerações, Bezerra (1980, p. 24) vai afirmar que os intelectuais do Desenvolvimento de Comunidade no Brasil, e nesses se incluem os
assistentes sociais, podem reproduzir uma ideologia de dominação como também podem consolidar um movimento de contraideologia.
Qual o papel do assistente social no processo de Desenvolvimento de Comunidade no Brasil?
A partir de quais aspectos podemos afirmar a sua vinculação à ideologia dominante? A partir de que momento   profissionais do Serviço
Social se vinculam, enquanto intelectuais orgânicos, às classes subalternas?
Estas são algumas questões que, como veremos nesta aula,  marcaram a participação dos assistentes sociais no Desenvolvimento do Serviço
Social no Brasil.

Gênese do desenvolvimento de comunidade no Brasil

Para compreendermos o Desenvolvimento de Comunidade no Brasil, devemos situá-lo nas mudanças que ocorrem após a Segunda  Guerra
Mundial. Neste contexto, as organizações internacionais e a política nacional tinham como principal interesse a modernização do campo e a
expansão do capitalismo no Brasil.
As origens do Desenvolvimento de Comunidade no Brasil implicam numa análise de aspectos  que marcaram o jogo de interesses
internacionais e os seus desdobramentos no Brasil durante a década de 50..
Após a II Guerra Mundial, a consolidação do bloco socialista  e sua penetração nos países orientais começam  a se revelar como uma ameaça
para os países capitalistas. Nesse contexto, o Desenvolvimento de Comunidade constitui-se como uma das estratégias da ONU para garantir a
ordem social e livrar o mundo das ideologias consagradas como não democráticas, o Comunismo.
Sob o argumento de que a “pobreza é um entrave e uma ameaça tanto para essas populações pobres como para áreas mais prósperas, de que
na atual luta ideológica os povos famintos têm mais receptividade para a propaganda comunista internacional do que as nações prósperas, de que
o esforço de ajudar os povos  a alcançarem um nível de vida mais sadio e mais economicamente produtivo eliminaria os focos do comunismo em
potencial”. Neste momento, os EUA se proclama líder do mundo   pela boca de seu presidente Truman, que em seu discurso de posse fala do
cabedal de conhecimentos técnicos para ajudar as áreas mais pobres a ter uma vida melhor.
A ideia que inspira a Organização dos Estados Unidos da América,   OEA,  “é a de que o continente conta  com o mais rico, o mais desenvolvido
e o mais poderoso país do mundo – os Estados Unidos,  que aliado ao Canadá,  lidera o progresso científico e tecnológico. Em 1945, se estabelece
um acordo entre o EUA e o Brasil sobre a Educação Rural através do qual se esboça o Desenvolvimento de Comunidade no Brasil e resulta  na
criação da  Comissão Brasileiro-Americana de Educação das Populações  Rurais (CBAR).
A ideia que inspira a Organização dos Estados Unidos da América,   OEA,  “é a de que o continente conta  com o mais rico, o mais desenvolvido
e o mais poderoso país do mundo – os Estados Unidos,  que aliado ao Canadá,  lidera o progresso científico e tecnológico.
Em 1945, se estabelece um acordo entre o EUA e o Brasil sobre a Educação Rural através do qual se esboça o Desenvolvimento de Comunidade
no Brasil e resulta  na criação da  Comissão Brasileiro-Americana de Educação das Populações  Rurais (CBAR).
Os EUA disponibiliza  um corpo de especialistas em educação e extensão rural, além de ofereceram bolsas de estudos para o
“adestramento” de brasileiros naquele país, garantindo, desta forma , a veiculação da ideologia  e dos interesses americanos tanto no meio
rural    como nas áreas urbanas. Gesta-se assim o embrião do Desenvolvimento de Comunidade no Brasil
(BEZERRA, 1980,p.31).
Na década de 50, a OEA, aderindo às ideias da ONU, institui uma política de assistência técnica a programas de Desenvolvimento de
Comunidade no Brasil para as Américas.

Experiência no meio rural


A Campanha Nacional de Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA), criada no final dos anos 40 e coordenada pelo departamento nacional
de Educação do  Ministério de Educação, fundamentou-se  na ideia de solidariedade e tinha como interesse  a defesa nacional e o combate às
“ideologias nocivas" que poderiam envolver as grande massas relegadas a um plano secundário de ignorância e estacionamento (BEZERRA, 1980,
p. 48).
A   Campanha Nacional de Educação Rural – CNER, posteriormente criada  (CNER),  seria responsável  pela ação em profundidade, através da
capacitação profissional e da atuação em comunidades. Esta campanha criada em 9 de maio de 1952, durante o segundo período do governo
Vargas, só foi definitivamente regulamentada no governo de Juscelino Kubitschek.
A filosofia do CNER inspirou-se na crença de que a educação de indivíduos é capaz de lhes propiciar um nível de vida compatível com a
dignidade humana, posição que a caracteriza dentro do otimismo pedagógico definido por Paiva (30) como “uma preocupação com a qualidade da
ação educativa, qualificação  de professores e líderes rurais e abstração das realidades sociais como fator determinante da estrutura”.
“No plano operacional, a CNER vale-se sobretudo das técnicas de Centros Sociais de Comunidade, de treinamento das Missões Rurais de
Educação, atendendo, quanto aos primeiros, aos apelos   do Conselho Econômico  e Social da ONU, que recomenda a utilização dos Centros
Sociais locais como meio eficaz de promover o progresso econômico e social do mundo” (BEZERRA, 1980, p. 49).
“As equipes técnicas   do CNER eram preparadas para formar uma unidade de pensamento e de ação. Inculcava-se nos técnicos do
CNER uma mística  de fraternidade  que perdurou mesmo após a sua extinção em 1963. Essa ideologia, aliada ao otimismo pedagógico, foi
a grande responsável  pela interiorização de técnicos nos mais isolados vilarejos, onde as condições de vida apresentavam-se ainda
extremamente precárias” (BEZERRA, 1980, p. 54).
A Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo, (CNEA) criada em 1958, constitui-se em mais uma tentativa de implantação do
método de desenvolvimento de comunidade. Iniciou suas atividades através do projeto-piloto de Leopoldina, posteriormente implantado em um
município de cada região brasileira. A CNEA expande suas atividades  nos anos 59, 60 e 61, chegando a atuar em 34 centros nas diversas regiões do
país.
Em 1959, passa a difundir-se o Serviço Social Rural (SSR), após a formação de seu quarto de pessoal e encampação de várias experiências de
desenvolvimento de comunidade.       O SSR pode ser definido como um programa de desenvolvimento de comunidade que pretende fundamentar
seus técnicos nas Ciências Sociais  de comunicação e promover uma articulação dos diversos serviços atuantes na zona rural brasileira.
Podemos observar que, na década de 50, os programas destinados ao Desenvolvimento de Comunidade derivam do  modelo imposto pelos
EUA. O trabalho de Rios, tal como o de Itaperuna, sugerem modelos que ao invés de engajarem os grupos e comunidades (as classes subalternas)
nos processo decisórios, fragmentam-nos  e isolam-nos em ações e decisões de âmbito estritamente local.

As obras mencionadas  tiveram grande influência na formação profissional dos Assistentes Sociais brasileiros e em seu discurso  percebe-se,
pela primeira  vez, posto que embrionariamente, um esforço de estímulo  à participação  das populações  trabalhadoras no processo de
organização e /ou de desenvolvimento local (BEZERRA, 38).
Década de 60: Mudanças nos rumos do desenvolvimento de comunidade no Brasil
Em junho de 1960, tem início um movimento que visa “incentivar e assistir as instituições educacionais brasileiras no treinamento  de
professores de ciências sociais, pesquisadores  sociais e técnicos em desenvolvimento de comunidades rurais, bem como colaborar com os órgãos
do governo na realização de cursos intensivos para a formação  de pessoal qualificado para orientar programas de desenvolvimento
socioeconômico das áreas rurais do país. Vários movimentos vão se gestando, em decorrência de uma visão mais abrangente  da problemática
brasileira e de uma abertura do espaço político.
Em 21 de março é criado o Movimento de Educação de Base que tinha como objetivo: ministrar a educação de base às populações  das áreas
mais precárias do país, através de programas radiofônicos  especiais, velar pelo desenvolvimento espiritual do povo, preparando-o para o
indispensável soerguimento das regiões subdesenvolvidas  e ajudando-o a defender-se de ideologias incompatíveis com o espírito cristão da
nacionalidade.
Ocorre, entretanto, que à medida que se aprofunda o contato com a problemática dos trabalhadores rurais, o MEB vai se tornando menos
religioso e mais político, menos comprometido com a hierarquia  católica e mais engajado às reivindicações e ações das classes trabalhadoras.  
MEB luta para continuar ensinando jovens e adultos a viver em sociedade
Ligado à Igreja Católica, o Movimento de Educação de Base alfabetiza e forma a consciência de moradores de comunidades carentes desde
1961
O discurso mantido pelos técnicos brasileiros deixa transparecer a absorção do pensamento nacional, que começa gradativamente a reclamar
reformas estruturais. É a primeira vez  que durante reuniões de desenvolvimento de comunidades seus intelectuais se preocupam com mudanças
macrossocietárias e, no decorrer dos anos 60-63, tornam-se cada vez mais eloquentes os reclamos por reformas estruturais com participação das
camadas populares.
Em 1970, atendendo às reivindicações que datavam desde o início da década de 60, o Ministério do Interior cria um órgão nacional de
coordenação de programas de desenvolvimento de comunidade. Nesse contexto, surgem movimentos políticos que começam a lutar por
reformas, tais como: Ligas Camponesas, Sindicatos Rurais, Movimento de Educação de Base, Centros Populares de Cultura Popular, Ação Popular.
O Desenvolvimento de Comunidade pelo seu vínculo com o  Serviço Social, que por sua vez mantinha ainda íntima relação com a Igreja, recebe
a influência desse novo posicionamento dos cristão de esquerda e, principalmente no Nordeste, passa a se configurar como um movimento de
conscientização e politização dos moradores  com vistas à participação popular nos rumos da comunidade. O movimento estudantil nacional
irradia-se às Escolas de Serviço Social e seus alunos passam a exigir um  engajamento da profissão nas reformas estruturais da sociedade brasileira,
o que vai ser incorporado ao discurso e às práticas do Desenvolvimento de Comunidade.
Desenvolvimento de Comunidade X Ditadura Militar
No período do pós 64, o governo, com o objetivo de conter e substituir os   movimentos,  cria as seguintes  instituições: BNH, MOBRAL,
PROJETO RONDON.
Observamos, assim, um retrocesso do Desenvolvimento de Comunidade, que retorna ao modelo ortodoxo, ou seja, que funciona como
instrumento ideológico de caráter acrítico.
Década de 80: Os novos movimentos sociais e a participação popular
Nos anos 80, em meio ao processo de redemocratização da sociedade brasileira, emergem os chamados “novos movimentos sociais” e o
trabalho em comunidade passa a ter um caráter de transformação social das comunidades. É um período de grande fortalecimento da organização
de moradores. São criadas a FAFERJ e a FAMERJ.  
Década de 80: Os novos movimentos sociais e a participação popular
A partir do esgotamento das esperanças que a conjuntura dos anos 70 apresentava, emergem novas formas de fazer política, surgem novas
contribuições para críticas ao paradigma do Estado como interlocutor  privilegiado e para a ênfase no impacto transformador das manifestações
coletivas.
Muitos autores, discordando de uma definição que restringe o urbano ao campo do consumo coletivo rumam numa trajetória que vai renovar
o instrumental de análise até então disponível. Buscam-se novas interpretações sob a égide de novos modelos teóricos que vão absorver e ampliar
o próprio conceito de Movimentos Sociais Urbanos - MSUs.
Começa a se constituir, então, uma fase de críticas ao paradigma e as novas análises começam a enfatizar os aspectos culturais dos MSUs.
Durham (1984:87) afirma que “qualquer elemento cultural pode ser politizado, sem entretanto esgotar seu significado no fato de serem
instrumentos numa luta pelo poder. A língua, a religião, a cor da pele, os hábitos alimentares, a vestimenta podem ser erigidos em instrumentos
de construção de uma identidade coletiva com ampliações políticas”.
Aparece a heterogeneidade social da prática cotidiana: moradores, o simbólico, as relações internas de poder, os limites das práticas políticas,
reivindicações não institucionais etc. começam a fazer parte das análises sobre os MSUs”.
Abre-se uma frente para a ampliação do conceito de MSUs e, sobremaneira, do que seja política, que estará intimamente ligada com o
conceito da cidadania. Os MSUs não serão mais vistos exclusivamente pela ótica que os apreende enquanto movimentos defensivos que visam
atender às carências relacionadas ao consumo coletivo de equipamentos urbanos. Trata-se agora também de uma luta pela ampliação do espaço
político e por uma sociedade mais democrática.
Até então, para que o movimento social se convertesse em MSU, era necessário que ele fosse fruto de reivindicações urbanas diretamente
ligadas ao consumo coletivo deficitário - espelhador das contradições de interesses da classe que rege o capitalismo - e produzissem uma
transformação qualitativa na estrutura social a partir dos efeitos urbanos e políticos.  
Com este contexto declinante, o quadro básico de referência “deixa de ser o enfrentamento entre forças sociais que caracterizava o paradigma
dos anos 70, para se transformar na análise da constituição de uma ‘cultura política’ renovada” (MACHADO, 1990:11).
São, portanto, os novos movimentos sociais, enquanto novas formas de fazer política,  que vêm oferecer a possibilidade aos cientistas sociais
de apreenderem adequadamente o que se move por fora do processo produtivo - na esfera do consumo, da reprodução - e por fora do espaço
institucional.
Na América Latina, os novos movimentos sociais vão constituindo novos atores que afirmam novas identidades sociais - grupos de mulheres,
de moradores, de mães, Comunidades Eclesiais de Base - CEBs, manifestando uma vontade coletiva e se opondo à dominação vigente através de
uma participação múltipla que passa, obrigatoriamente, pelo cultural e  por uma  mudança na cultura política. Esta seria a novidade dos novos
movimentos sociais. Segundo Cardoso:
“o novo é o espontâneo que se opõe à manipulação, é a ação consciente que substitui a cooptação, garantindo a expressão dos
verdadeiros interesses populares que ficam sufocados pelos partidos e políticos profissionais” (1987, p. 28).
Para Boschi (1987, p. 38), a “novidade dos “novos movimentos” reside entre outras coisas em seu desafio aos canais institucionais de acesso ao
Estado e, sobretudo, ao monopólio dos partidos políticos e sindicatos como formatos básicos de participação social.
A partir da década de 90, observa-se um refluxo dos movimentos sociais e comunitários provocado por práticas corporativas, avanço do
Neoliberalismo, reestruturação produtiva e a emergência do Terceiro Setor.

Aula 10 – A Busca pela renovação no Serviço Social Brasileiro

José Paulo Netto ( 2006 ), estabelece períodos na trajetória da profissão:


* Serviço Social Tradicional ( Anos 30 e 40 )
*Serviço Social da “ Perspectiva Modernizadora “ ( Anos 50 e 60 )
• Serviço Social da “ Reatualização do Conservadorismo”(Anos 70 )
* Serviço Social da “ Intenção de Ruptura “ ( A partir dos anos 80 )

A crise do Serviço Social “ tradicional “ foi um fenômeno internacional, no interior da profissão motivada por três fatores:
1. Revisão crítica das Ciências Sociais
2. Deslocamento sociopolítico das instituições religiosas
3. Movimento estudantil

A busca de atualização ocorrerá mundialmente, mas cada lugar terá características típicas.
A crítica ao tradicionalismo apresentará três argumentos:
• Crítica ideológica: O conjunto de valores presentes no Serviço Social tradicional apresentando traços conservador e moralista.
Crítica Teórica: Carência de elaboração teórica.Não produziam conhecimento;não tinham a preocupação,apenas buscavam o “fazer “ A
bibliografia lida na graduação era de origem estrangeira e algumas apostilas das Brasileira Helena Junqueira, Balbina Otoni dentre outras.
Por essa carência trabalhavam com uma “ teoria importada “ fundamentalmente nos EUA e Canadá. E pelo caráter importado não apreendem
as particularidades latino-americanas.
Crítica prática: Assistencialista e paternalista, gerando uma inépsia e consequentemente uma ineficiência.

------/------

Relação com costumes Reforma Social

A bandeira dos cristãos nessa época é também tema da Encíclica de Pio XI, quarenta anos a Rerum Novarum, em 1931.O subtítulo do referido
documento é sobre a  Restauração e Aperfeiçoamento da Ordem Social em conformidade com a lei evangélica.
Respondendo aos apelos dos diferentes pontífices, os católicos, através de determinados grupos e, de início muito mais na Europa,
organizaram-se para um luta contra a situação operária, procurando através de sua luta reconstruir a sociedade.
As bases fundamentais da sociedade não eram questionadas, haja vista todas as diretivas obediências à autoridade e todas as afirmações
referentes à harmonia entre as classes.
Apesar dessa postura de não questionamento das estruturas (por parte da igreja institucional), foi grande a repercussão  dos documentos
papais e do episcopado e da ação organizada pelos cristãos, a ação voltada para a organização operária e luta por uma legislação social.

Pragmatismo
O Pragmatismo constitui uma escola de filosofia estabelecida no final do século XIX, com origem no Metaphysical Club, um grupo de especulação
filosófica liderado pelo lógico Charles Sanders Peirce, pelo psicólogo William James e pelo jurista Oliver Wendell Holmes, Jr., congregando em
seguida acadêmicos importantes dos Estados Unidos.
Segundo essa doutrina metafísica, o sentido de uma ideia corresponde ao conjunto dos seus desdobramentos práticos.
Nas palavras de William James: "O método pragmatista é, antes de tudo, um método de terminar discussões  metafísicas que, de outro modo,
seriam intermináveis. O mundo é um ou muitos? Livre ou fadado? Material ou espiritual? Essas noções podem ou não trazer bem para o mundo; e
as disputas sobre elas são intermináveis. O método pragmático nesse caso é tentar interpretar cada noção identificando as suas respectivas
consequências práticas (...) Se nenhuma diferença prática puder ser identificada, então as alternativas significam praticamente a mesma coisa, e a
disputa é inútil.2
Racionalismo
O racionalismo é a corrente filosófica que iniciou com a definição do raciocínio como uma operação mental, discursiva e lógica que usa uma ou
mais proposições para extrair conclusões - se uma ou outra proposição é verdadeira, falsa ou provável. Essa era a ideia central comum ao conjunto
de doutrinas conhecidas tradicionalmente como racionalismo.
O racionalismo é a corrente central no pensamento liberal que se ocupa em procurar, estabelecer e propor caminhos para alcançar determinados
fins 1 . Tais fins são postulados em nome do interesse coletivo (commonwealth), base do próprio liberalismo e que se torna assim, a base também
do racionalismo. O racionalismo, por sua vez, fica na base do planejamento da organização econômica e espacial da reprodução social.
O racionalismo afirma que tudo o que existe tem uma causa inteligível, mesmo que essa causa não possa ser demonstrada empiricamente - tal
como a causa da origem do Universo. Privilegia a razão em detrimento da experiência do mundo sensível como via de acesso ao conhecimento.
Considera a dedução como o método superior de investigação filosófica. René Descartes, Baruch Spinoza e Gottfried Wilhelm Leibniz introduzem o
racionalismo na filosofia moderna. Georg Wilhelm Friedrich Hegel, por sua vez, identifica o racional com o real, supondo a total inteligibilidade
deste último.
O racionalismo é baseado nos princípios da busca da certeza e da demonstração, sustentados, segundo Kant, pelo conhecimento a priori, ou seja o
conhecimento que não é inato nem decorre da experiência sensível mas é produzido somente pela razão.

Materialismo
Em filosofia, materialismo é o tipo de fisicalismo que sustenta que a única coisa da qual se pode afirmar a existência é a  matéria; que,
fundamentalmente, todas as coisas são compostas de matéria e todos os fenômenos são o resultado de interações materiais; que a matéria é a
única substância.1 Como teoria, o materialismo pertence à classe da ontologia monista.2 Assim, é diferente de teorias ontológicas baseadas
no dualismo ou pluralismo.2 Em termos de explicações da realidade dos fenômenos, o materialismo está em franca oposição ao  idealismo e
ao metaficismo, deixando bem claro que o materialismo pode sim se co-relacionar com o idealismo e vice-versa em alguns casos, mas o real
oposto da materialidade é mesmo o sentido da metafisicidade. 1
Funcionalismo
 vertente do pensamento sociológico relacionada ao pensador francês Émile Durkheim.

Neotomismo
Foi o método de pensamento crítico dominante no ensino nas universidades medievais europeias de cerca de 1100 a 1500. Não tanto
uma filosofia ou uma teologia, como um método de aprendizagem, a escolástica nasceu nas escolas monásticas cristãs 1 , de modo a conciliar
a fé cristã com um sistema de pensamento racional, especialmente o da filosofia grega.
Perguntas

1 - A gênese Desenvolvimento de Comunidade no Brasil devemos ocorre após a segunda Guerra Mundial. Neste contexto, as organizações
internacionais e a política nacional tinham como principal interesse:
Resposta: A modernização do campo e a expansão do capitalismo no Brasil.

2 - O Positivismo exprime uma intenção de um conhecimento positivo de sociedade baseado nos modelos das:
Resposta: Ciências da natureza

3 - A fenomenologia fundamenta-se numa concepção de homem que deve ser situado no mundo em sua totalidade de vida busca compreender:
Resposta: O homem na experiência concreta do vivido.

4 - A palavra ¿Sociologia¿ foi usada, pela primeira vez, pelo teórico francês Augusto Comte, nas primeiras décadas do século XIX no seu Curso de
Filosofia Positiva, à base do pensamento positivista, que influenciaria vários outros pensadores. Nele Comte afirmou que ¿...no fundo, nada há de
real a não ser a humanidade¿; essa máxima repercute no seu conceito de Sociologia, o qual consiste em:
Resposta: Aplicar às ciências sociais os métodos da matemática, para deduzir leis que devem reger o desenvolvimento e o destino da sociedade.

5 - A definição da sociedade como um sistema dinâmico e complexo composto de inúmeros segmentos que atuam para gerar ordem,estabilidade e
solidariedade, corresponde ao:
Resposta: Funcionalismo.

6 - A perspectiva ______________ como referência analítica, que se torna hegemônica no Serviço Social no Brasil a abordagem da profissão como
componente da organização da sociedade inserida na dinâmica das relações sociais participando do processo de reprodução dessas relações.
(IAMAMOTO, 1982). Assinale a alternativa que complete corretamente a afirmação acima:
Resposta: Marxista

7 - Em recente debate em torno das denúncias de pedofilia na Igreja Católica, um membro do clero brasileiro declarou que ¿a culpa é da
sociedade¿. De acordo com repercussão na revista Veja, ¿sociedade¿, nestes termos, é uma abstração destinada a escamotear a verdade ¿ a de
que são os indivíduos os responsáveis por seus delitos. (Veja, São Paulo, 12 maio 2010, p. 101.) Com base no texto e nas teorias sociológicas
clássicas a respeito da relação entre indivíduo e sociedade, é correto afirmar:
Resposta: Na perspectiva positivista, a violação de princípios norteadores de uma instituição tende a conduzi-la a um desequilíbrio, o que
demanda reformas para manter a harmonia social.

8 - Na história das sociedades humanas, as ações dos indivíduos vão se somando até o ponto de ruptura em que a velha ordem é substituída por
uma outra ordem (Konder)¿. Para a dialética marxista, o conhecimento é totalizante e a atividade humana, em geral, é um processo de totalização.
O que significa isto?
( ) Toda parte é também um todo, um complexo de forças com relações diversas que agem em conjunto.
( ) A totalidade significa que as coisas são independentes da estrutura que pertencem.
( ) Os fatos são átomos, que pertencem ao todo dialético .
( ) Qualquer objeto que o homem possa perceber ou criar é parte de um todo. A sequência CORRETA é:
Resposta: V , F, F, V

9 - Segundo Talcott Parsons, o que a institucionalização revela?


Resposta: A institucionalização traduz os elementos culturais mais gerais, valores e símbolos, as normas de ações que se inscrevem nos papéis
concretos que são vividos na ação social. Para Parsons, as funções se efetuam pela estrutura. Este sistema cuja função é a integração social tem o
papel desempenhado pelos atores; as coletividades; as normas; os valores e os recursos da instituições como suas estruturas.

10 - Defina a investigação científica :


Resposta: Um conjunto de atividades intelectuais, experimentais e técnicas, baseadas em métodos que buscam separar os elementos subjetivos e
objetivos de um fenômeno.

11 - A ciência pelo método positivo se baseia no estudo dos fatos e suas relações, e tais fatos são percebidos somente pelos sentidos exteriores.
Podemos depreender desta afirmação que trata-se de um:
Resposta: Dogmatismo físico por afirmar a objetividade do mundo físico.

12 - Indique as três matrizes filosóficas predominantes no percurso teórico-filosófico do Serviço Social:


Resposta: Positivismo, fenomenologia e dialética.

13 - O positivismo pretende aplicar aos fenômenos da sociedade uma abordagem equivalente à empregada pela
Resposta: Ciência da Natureza.

14 - A razão calculadora de Copérnico, Kepler, Galileu, Gassendi e outros fez virar terra, os espaços se ampliaram ao infinito e a humanidade se
transformou em um mero episódio da História do Mundo. A partir da citação acima, é CORRETO afirmar que:
Resposta: As primeiras iniciativas de produção de conhecimento surgiram com as ciências naturais.

15 - Quando a Sociologia, no século XIX, se desenvolve enquanto disciplina, ocorreu uma separação entre este conhecimento científico e o senso
comum. Sobre esta realidade, NÃO seria correto afirmar que
Resposta: Faz parte desta atitude científica a constatação de um problema social, observar os fatos e a realidade dos indivíduos e grupos, suas
relações, formular uma hipótese de explicação e, ao final, pronunciar leis ou tendências de que um fato ocorre por motivos específicos.
16 - As décadas de 60 e 70 do séc. XX foram consideradas por Netto (1991) os anos de chumbo do regime militar brasileiro, implantado em 1964.
Nesse contexto de desenvolvimento econômico associado e dependente, o Serviço Social viveu um momento de reflexão quanto ao seu
desempenho profissional. Qual expressão identifica esse momento da profissão?
Resposta: Serviço Social Reconceituado

17 - No que diz respeito à construção do conhecimento vinculado à tprática do desenvolvimento da Pesquisa Social,  NÃO  é correto afirmar que:
Resposta: Uma não substitui a outra e cada qual tem sua lógica própria.

18 - A matriz teórico-metodológica positivista restringe a teoria ao âmbito do verificável, da experimentação e da fragmentação. Tal matriz foi
dominante no Serviço Social até o início dos anos oitenta. A proposta da profissão, segundo esta vertente, apresenta a seguinte configuração:
Resposta: A proposta aponta para praticas ajustadas a um perfil manipulatório com crescente burocratização das atividades profissionais.

19 - O positivismo foi uma das grandes correntes de pensamento social, destacando-se, entre seus principais teóricos, Augusto Comte e Émile
Durkheim.
Sobre a concepção de conhecimento científico, presente no positivismo do século XIX, é correto afirmar:
Resposta: A ciência social tem como função organizar e racionalizar a vida coletiva, o que demanda a necessidade de entender suas regras de
funcionamento e suas instituições forjadas historicamente.

20 - A palavra “Sociologia” foi usada, pela primeira vez, pelo teórico francês Augusto Comte, nas primeiras décadas do século XIX no seu Curso de
Filosofia Positiva, à base do pensamento positivista, que influenciaria vários outros pensadores. Nele Comte afirmou que “...no fundo, nada há de
real a não ser a humanidade”; essa máxima repercute no seu conceito de Sociologia, o qual consiste em:
Resposta: Aplicar às ciências sociais os métodos da matemática, para deduzir leis que devem reger o desenvolvimento e o destino da sociedade.

21 - Quem entre os clássicos da sociologia professa que para alcançar a objetividade no estudo dos fenômenos sociais é fundamental separar
sujeito e objeto de estudo adotando para tanto uma perspectiva de neutralidade?
Resposta: Émile Durkheim.

22 - As concepções de política social supõem sempre uma perspectiva teórico-metodológica, o que por seu turno tem relações com perspectivas
políticas e visões sociais de mundo. Sobre sujeito-objeto, enumere indicando a relação que assumem em cada perspectiva teórica.
1. Funcionalismo               (  ) Sujeito-objeto assumem uma perspectiva relacional.
2. Idealismo                       (  ) O objeto se sobrepõe ao sujeito.
3. Teoria Social de Marx (   ) O papel do sujeito é superdimensionado, sobrepondo-se ao objeto.
 
A sequência CORRETA é:
Resposta: 3, 2, 1.

23 - Os problemas sociais resultam do processo de inadequação dos indivíduos às normas sociais vigentes. Essa compreensão é peculiar a qual
perspectiva teórica?
Resposta: Funcionalista

24 - No período 64/68, as propostas de ruptura do serviço Social com o tradicionalismo sugeriam que a interação entre os profissionais e o
marxismo se operava preferentemente pela:
Resposta: Militância política

25 - Sobre a  perspectiva da intenção de ruptura, Netto não  afirma que:


Resposta: Recorre a tradição marxista.

26 - Os pensadores alemães Karl Marx e Friedrich Engels desenvolveram uma teoria empírica que se tornou um dos pilares teórico-metodológicos
da Sociologia. Esse núcleo científico e social da teoria marxista, que não consiste em uma filosofia, “designa uma visão do desenrolar da história
que procura a causa final e a grande força motriz de todos os acontecimentos históricos importantes no desenvolvimento econômico da
sociedade, nas transformações dos modos de produção e de troca, na conseqüente divisão da sociedade em classes distintas e na luta entre estas
classes” (ENGELS, F. Do socialismo utópico ao socialismo científico).
Como Marx e Engels denominaram essa teoria empírica?
Resposta: Materialismo histórico

27 - No percurso teórico-filosófico do Serviço Social, predominam três matrizes filosóficas, quais sejam:
Resposta: Positivismo, fenomenologia e dialética.

28 - A filosofia de Husserl vincula-se ao problema tradicional do método. Husserl procura um método que restitua à filosofia o rigor da ciência no
sentido cartesiano. A filosofia deve ser crítica da atitude natural, da aceitação dos dados imediatos do mundo e da consciência no mundo. A
Fenomenologia visa constituir transcendentalmente um terreno onde seja possível localizar os fundamentos do saber numa anterioridade lógica
em relação ao saber científico. Considere as alternativas abaixo:

I. Husserl segue o lema "de volta às coisas mesmas". Procura superar a oposição entre realismo e idealismo, entre sujeito e objeto, consciência e
mundo. 
II. O objetivo da fenomenologia é uma reforma completa da filosofia que faça desta uma ciência de fundamentação absoluta e purificada de
falibilidades. 
III. A époche fenomenológica, o "por entre parênteses" o mundo, que abandona a atitude natural, coloca o mundo de um lado e a consciência
transcendental de outro. 
IV. A base natural da realidade é secundária em seu valor de realidade: pressupõe constantemente a transcendental. 
V. Husserl pode ser visto como um herdeiro direto de Descartes e Hegel.
 
A alternativa em que todas as afirmações são INCORRETAS é: 
Resposta: II,III,V

29 – No início do século XX, Hurssel, em se tratando de Teoria do Conhecimento, touxe uma nova abordagem denominada:
Resposta: Fenomenologia

30 - O Serviço Social como profissão inserida na divisão sócio-técnica do trabalho emergiu no século XIX, nos EUA. É, também, de lá que teve forte
influência a produção teórica de uma das suas principais pioneiras. Quem foi essa estudiosa? 
Resposta: Mary Ellen Richmond

31 - De acordo com o histórico do Serviço Social, ele era dividido em três tipos de abordagem. Assinale a alternativa correta que corresponde a
esses tipos de abordagem: 
Resposta: Caso, Grupo e Comunidade;

32 - De acordo com a concepção de Mary Richmond, o “Conjunto de Métodos que desenvolvem a personalidade, reajustando conscientemente e
individualmente o homem ao seu meio social”, denomina-se:
Resposta: Desenvolvimento da comunidade.

33 - O assistente social precisa estar familiarizado com a interação das experiências internas e externas, com certos conceitos e relações lógicas
entre os fatos e as conclusões sobre os mesmos, sobre os dados e sua interpretação, sobre a teoria da casualidade, sobre a definição e classificação
dos casos. Segundo Gordon Hamilton, essas condições relacionam-se ao conhecimento e a técnica do processo de:
Resposta: Diagnóstico

34 - De acordo com o histórico do Serviço Social, ele era dividido em três tipos de abordagem. Assinale a alternativa correta que corresponde a
esses tipos de abordagem: 
Resposta: Caso, Grupo e Comunidade

35 - Nos anos 1940 e 1950 a profissão de Serviço Social se desenvolve no Brasil através do Serviço Social de Caso,Grupo e Comunidade marcado
pelo tecnicismo, bem como pela sociologia de base positivista e funcionalista/sistêmica. Esse modelo de atuação recebeu influência:
Resposta: Norte Americana

36 - VIEIRA (1988), ao discorrer sobre o Serviço Social de Caso o aborda na perspectiva de ―Serviço Social com Indivíduos a partir da premissa de
empregá-lo às pessoas com problemas e dificuldades de inter-relacionamento social. Nessa perspectiva, a autora afirma que esse trabalho traz em
si algumas implicações, EXCETO:
Resposta: Deve ser vinculado ao desenvolvimento de projetos de comunidade objetivando a conscientização dos moradores.

37 - Assim como o Serviço Social de Caso, o Serviço Social de Grupo era compreendido como:
Resposta: Processo de ajuda.

38 - Em 1984, o clérico Samuel  A.Barnett, desejando atingir o maior número de pessoas, cria o primeiro settlement, centro social comunitário.O
objetivo desse movimento era, através da experiência de grupo:
Resposta: Melhorar o nível de vida dos pobres em Londres.

39 - Serviço Social de Grupo pode ser explicado como um processo psicossocial relacionado não somente com a capacidade de liderança e com o
sentido de cooperação, mas também, com o aproveitamento dos interesses dos grupos em beneficio da:
Resposta: Sociedade.

40 - Na contemporaneidade, entende-se por D.C. – Desenvolvimento de Comunidade – o processo de trabalho que tem por objetivo a realização
dos interesses e objetivos coletivos da população comunitária. Os principais componentes conceituais do D.C. resumem-se à comunidade,
desenvolvimento e participação. Em relação ao processo pedagógico da participação em D.C., podemos afirmar que a mesma se traduz nos
seguintes processos:
Resposta: Conscientização, organização, capacitação.

41 - Desenvolvimento de Comunidade pode ser definido como “um processo educativo que supõe a conscientização, a organização e a capacitação
da comunidade, tendo em vista a participação social desta nos bens e serviços existentes na sociedade, na gestão destes bens e serviços e na
definição dos bens e serviços a serem produzidos e reproduzidos” (SOUZA, Serviço Social e Sociedade nº 9, 1982). Acerca da participação social
como um elemento essencial nesse processo, considere as seguintes afirmativas:
1. No conceito tradicional de participação, mobiliza-se a população para se obter certos recursos ou para a consulta sobre certas decisões e
representações, contanto que os lugares de dominação/dominados sejam mantidos.
2. Mecanismos como prestação sistemática de contas, revogabilidade de mandatos, igualdade de salários, publicidade das reuniões decisórias e
discussão das decisões de baixo para cima podem ser meios de tornar a representação isônoma dos interesses da base.
3. A participação efetiva em Desenvolvimento de Comunidade, no processo de consolidação das conquistas, pode favorecer o aumento do grau de
consciência crítica e política e reforçar o controle popular sobre a autoridade.
4. O estudo da participação, sob o prisma da integração, tem como determinante único o problema do acesso aos bens e serviços da sociedade.
5. A participação popular é considerada como fator preponderante do sucesso dos programas de desenvolvimento. Essa perspectiva pode levar a
população a se comprometer com a execução de programas que buscam a superação das condições de subdesenvolvimento.
Assinale a alternativa correta.
Resposta: Somente as afirmativas 1, 2, 3 e 5 são verdadeiras
42 - A gênese  Desenvolvimento de Comunidade  no  Brasil devemos  ocorre após a segunda Guerra Mundial. Neste contexto, as organizações
internacionais e a política nacional tinham como principal interesse:
Resposta: A modernização do campo e a expansão do capitalismo no Brasil.

43 - Na década de 50 os programas destinados ao Desenvolvimento de Comunidade derivam do  modelo de imposto pelo:


Resposta: EUA.

44 - Referem-se à história e aos pressupostos teórico metodológicos do Serviço Social no Brasil, EXCETO o fato de que:
Resposta: A Legião Brasileira de Assistência (LBA), instituição de atuação nacional, até os dias de hoje é um grande empregador de Assistentes
Sociais.

45 - As primeiras formulações teóricas do serviço social no Brasil seguem os princípios propostos pela Igreja Católica, determinados basicamente
nas encíclicas Rerum Novarum e Quadragésimo Ano, documentos que propunham o envolvimento dos católicos com os problemas sociais. Essa
perspectiva de formação teórica visa subsidiar a prática profissional dos assistentes sociais sob uma visão teórica:
Resposta: Neotomista

46 - Em sua obra Relações Sociais e Serviço Social no Brasil (1982), Raul de Carvalho aponta que o discurso originário do bloco católico, ao qual
pertenciam as primeiras profissionais do Serviço Social, tem como característica fundadora: 
Resposta: Vocação de apostolado social.

Você também pode gostar