Você está na página 1de 9
‘a pcg di eri yi Sgn Cao i ce Sh ut a on rl en Sa Susdavo Inropucho. — 7 AYRESENTAGKO DA QUESTAO: ALITERATURA DO TRAUMA nS 1 RerumcOes Some A MEMORIA, ASTORIA 1 0 SQUECIMENTO (Miri Seligman Si). 59 2 “Ans Auscawrr2" eanne Marie Gagne) 89 23 E,Levinas nN. Annasau uw ENCADEAMENO |APAKTIR.DA SHON. O ISTATUTO E71CO BO TEKCEIRO NA CONSTETUICAO DO SMRGLICO IM RICANKIE (Fabio Lands. MI 4 Osttxcio no sosnavier: BuLoco F RUFTURAS [BET MEMORIA E HISTOR BO Howocavsto (Roney Cyarynowis) 23 5. IuaciNs no HonKos. PAKOES mss (Adin Can — a 9 6 Banarrang, 193% montn & ALEGOWA (Berea Waldman) — 1 7 As "canes" or Atranuan (Nancy Rozenchan) 189 Agamben, para fcarmos apenas com alguns nomes de peso. ‘Também a teoria da naragio de Paul Ricoeur esas impor- tantes eflexées sobre meméris, x histéria eo esquecimen- to podem ser ida partir de uma chave benjaminiana.” [No final do meu ensio, ago uma letura do filme de Chris Marker, La ere que tem obcecado nos thimos anos vitios tecricos do cinema e cuja proximidade com a questdo do testemunho da Shoah € patente. Com ese filme, Marker, que € diretor de “documentirios dixa claro que o teste- munho esti além polridade estangue entre o documen- trio ea fiecio. le poe essa dicotomia em movimento, des- locando nossos concetos herdados e acomodados em“ vetas” organizadas segundo um padrio que hi muito nio corresponde mais 3s crises de nosso present Marcio Seligmann-Silea Sto Paulo, dezembro de 2001 “ APRESENTAGAO DA QUESTAO. ‘A LITERATURA DO TRAUMA Mircio Seligmann-Silva (ie Nate der Zt rat ich uf [cients do tempo hres] Pau Cua, “Abend der Worte™ (Ancteer ds plas”) Hi dir nos, durante os primers disque uederi 0 nono tome etvamos todos es ci, mado por ut Alsi, Noe queramos flr, Finalmente ser vido. Di ‘amvnos gue + non sparnca fe era fientemete Alogoeme por lames Mass jestmentevoleramos, swale eoosco osia meméra oss expen totalmente via ends sentimos um det frenetic de a ental ga F desde os primis ds, no etn, ps recatosimpssel pcencer a dita que abs desco- brimos eae inguagem de qu dispiahamos e essex “6 re peviéni que, em su moe pre, nos ocupvamos ainda fm pereeher nos oso corpo Como os resign #0 tenar expla como ns haamorehepdo WP Ne ind ‘stiamos Ik Eno emt, er igor, Mal comeyh- ‘amos contr esufcivsnos A memos allo que ina ‘mora der comege eno pares inimainnel! Robert Antelme abre com estas palavras 0 seu relato sobre a sua experiencia nos campos de concentra 0 nazistas que —na qualidade de um dos primeiros — le redigiu jf em 1947. Essa passagem desereve o campo de forgas sobre o qual a literatura de testemunho se art cola: de um lado, a necessidade premente de natrar aex-, periénca vivda; do outro,a percept tanto da insufcie. cia da linguagem diane de fatos (inenaerves) como ta ‘bém—e com um sentido muito mais trigico —a percep- ‘io do cariterinimaginavel das mesmos e da sua conse _qbente inverosimilhanga. Continuando a passagem acima, Antelme afirma ainda: ssa desproporgi entre a expan que nds havaos ‘rdo a maragio qu er posi fazer dl ofr mais ‘ese confrmar em spd Nésnos delrntramos, por "anc, com uma dest read que nos leva 4 zr ‘que eas lsagassam a imagiaco, cow clo nto que ‘erin penas por meio eseaha 0 sida pla imag igo, que nbs podevamos tema de ago dels. ( testemunho colocs-se desde o inicio sob o sig- tno da sua simultineanecessidade e impossibildade. Tes- ‘temunhase um excesso de relidade e o prépio testem- ‘nho enquanto narracio testemunha uma falta a cisio en- tre a linguagem e 0 evento, aimpossibilidade de recobrit | e vivido (0 “rea’) com o verbal. dado inimaginivel da experiéncia concentracioniria desconstr6i o maquinéio da linguagem. Essa linguagem entravada, por outro lado, 86 pode enfrentar 0 “ref” equipada com a propria imagi- nnagio: por assim dizer, s6 com a arte a intraduzibildade pode ser desafiada — mas nunca totalmente submetida “Ali onde cesaaflosofia, 2 poesia tem de come- 2", afirmou Friedrich Schlegel no limiar da século XIX, critcando justamente a falta de imaginacio dos fi6sofos ‘ontemporincos a ele. Para esse pensador de Ten nagio esti no centro do nosso entendimento. Ja ‘temunha de um evento-limite, como oassassinato em mas- s perpetrado pelos nizsta, eolocs-se — os melhor, im- e-se — uma questio incontomsvel: a “opeio” entre a “Yteralidade” ea "fcgdo” da nareativa. Nesta encrzilhada, encontramos virias das principais questdes que estio na base da literatura de testemunho. Tentemos discus alguns desses pontos. O trauma, o real e 0 inimaginsvel Literatura de testemunho € um conecito que, nos ‘skimos anos, tem feito com que muitos teércos revejam. relagio entre a literatura ea *ealidade”. O conceito de testemunho deslocao “real” para uma dra de sombra:ts- temunhacse, via de regra, algo de excepcional e que exige tum relat. Esse relato ndo € s6 jornalistico, reportagem, mas é marcado também pelo elemento singular do “real” [Em um extremo dessa modalidade testemunhal encon- ‘racse a figura do maértir — no sentido de alguém que sofre uma ofensa que pode significa a morte —, termo. {que vem do grego mércure significa testermunha ou sobre- vivente (como o supersts latino). Devemos, no entanto, orm ado, antrum const abet da noo de tes: semana no séaguclequcvvewum “anise ake temunhar; teratara sempre em um er tees E por outro, o“tal” éem cena sentido cm neo 'srem qualquer modsdadederelahvomo sepa inc, Pensar sobre atenturade tenemos repentr «nossa vst da Historia do to ins Come lenosem Georges Pees atone Wormer ‘8d nlc "0 indie no est exeonldo en, evita €agulo gue mit sntersdsencadeou"?A ipa idadectinaraizdaconsieni A lingeagen/ones sce deum vzio—acularsdosuioeamemods sues 22 o sink, de uma reseriursdaloros do eal (ue vivid como um wars), Aawel gu estemunha se raconade um modo excepional com alnguges ele desta occ sagem qe tentavam encore quesounen {5 Alingngem Eames de mas nada tmgo- adhe nunes pesto e santo de um ade ona seitniaO mesmo Pee fra sind ete ee Contra, em minh psp espe, apenas Uo Axo de uma faa asentena cera, osanlo de alo Gio dls fos pis de Pores, asso pele aoheays do mex silencio [x A Tembranga dle et reso evita aesra ¢alembraga de sua motca foe sinha vide A capri rum para Freud agua que "lo pode ser oalmene stim enquanto oon Oe remo de enor amt so Salar sa "es: estemunho seria srarago no tanta dese fos ‘oleton mas da resins compesmao das perce A linguager eta cera dr lntes Ago guna submetdo aun frmanoaiodasusrecepie Dattoecd ——_______ | destacar a repetigio constant, alucnatéria, por parte do. | “wauinatizado” da cena violeta: a histéria do trauma € a historia de um choque violent, mas também de um dese ‘contro com o real (em grego, vale lebrat, “trauma si fica ferids). A incapacidade de simbolizar 0 choque — caso que surge com a face da morte e do inimaginsvel sdeecrmina a repetigio ¢ a constante“posteriordade”, ou sj a volta apris-coup da cena interessante notar que Freud desenvolveu o seu conecito de trauma, entre outros textos, em Para além do ‘Principio do prazer (1920), um trabalho que inicia com ‘uma reflexdo sobre o cariter acidenal e excepcional do acidente raumatizante, mas que depois se ocupa em des- creveras pulsbes estrururais (Brose — sobretudo! — Ti- _tatos) com base em termos muito semelhantes, Portanto, a letura que Walter Benjamin fez dese texto de Freud — 1 seu ensaio Sobre alguns temas em Baudelire (1939) {que normalmente é vista como wma apropriagio indevids do conceto freudiano de trauma por alargslo demas, de certo modo estén nuceem Freud Para Benjamin, o cho- 4queé parte integrante da vida moderna: experiéncia agora |

Você também pode gostar