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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CELSO SUCKOW DA

FONSECA
CAMPUS ANGRA DOS REIS
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

CÉSAR AUGUSTO OLIVEIRA GONÇALVES DE JESUS


DOUGLAS FERREIRA DO CARMO BARBEITO

ATIVIDADE 4

Angra dos Reis/RJ


Abril/2021
1. Causas
Ao longo dos anos a intervenção humana tem sido um dos principais motivos de
alterações climáticas e desastres naturais que têm crescido de forma considerável ao redor
do mundo. Para se ter uma dimensão, a ONU estima que entre os anos de 2000 e 2019
acorreram por volta de 7348 desastres naturais, grande parte em função do clima extremo
relacionado às emissões de gases nocivos ao meio ambiente presentes na queima de
combustíveis fósseis.
A demanda por energia elétrica e o transporte em sua maioria são responsáveis
por emitir enormes quantidades de um desses gases (dióxido de carbono), segundo um
relatório da Global Carbon Project, em 2018 a emissão desses poluentes chegaram à
aproximadamente 4,8 toneladas per capita. As queimadas e o desmatamento ao redor do
mundo contribuem em grande parte no agravamento desses problemas, uma vez que as
queimadas são responsáveis pela emissão de CO2 e destruição milhares de quilômetros de
mata que se unem a extração de árvores florestais e a ação da agricultura e pecuária
(baseadas em modelos não sustentáveis). A produção de lixo deve ser tratada com
extrema importância quando se diz respeito aos impactos causados ao meio ambiente,
pois uma parcela extremamente pequena do lixo produzido pelas pessoas e pela indústria
é reciclada, envolvendo uma cadeia extensa de consequências à vida humana e do
ambiente. (Pinsky, 2021)

2. Consequências
A revista Boletim da Sociedade Meteorológica Americana, que é conhecida por
apresentar estudos relacionados a eventos climáticos extremos, apresentou que cerca de
73% das pesquisas divulgas por ela, entre 2011 e 2018 comprovaram que a mudança
climática estava entre as causas dos fenômenos analisados pelos pesquisadores. O
ambiente reflete às ações humanas de maneira cada vez mais severa quando se direciona
o olhar para as mudanças climáticas, essas mudanças envolvem aumento global das
temperaturas, variação no regime de chuvas, etc.
Conforme citado, a emissão dos gases chamados Gases do Efeito Estufa afetam
diretamente no aumento da temperatura global, esses gases são oriundos da queima de
combustíveis fósseis, produção de energia elétrica e o lixo acumulado em grandes lixões.
Queimadas além do desmatamento e da emissão de CO2, deixam no ambiente fuligem e
carvão, elementos que pelo fato de serem escuros, retém luz sola e calor, fazendo com
que haja uma dificuldade na movimentação das massas de ar aumentando a temperatura
local. (Vick, 2020)
3. Impactos
3.1. Desastres Naturais
Desastres naturais como tempestades, terremotos, maremotos, furacões, erupções
vulcânicas, inundações entre outros fazem parte da geodinâmica terrestre, onde auxiliam
o planeta na renovação e manutenção de ecossistemas, formação de relevo, abastecimento
de fontes hídricas naturais entre outros fatores.
Quando ocorrem, trazem consequências catastróficas para o ser humano, para a
fauna e flora, tendo como o exemplo o maremoto que atingiu Fukushima no Japão onde
mais de 100 mil pessoas foram evacuadas da cidade e não puderam voltar para as suas
casas devido ao vazamento de radiação que ocorreu na usina nuclear da cidade. Por mais
que o sistema que analisa a sismologia do local fosse muito eficiente, ainda sim cerca de
1600 pessoas morreram por não conseguir evacuar.
Esses fenômenos naturais representam a mudança de ciclo na terra, porém
atualmente essas ocorrências têm aumentado de maneira significativa devido ao
aquecimento global e o efeito estufa, ocasionando em um desequilíbrio da natureza não
conseguindo fechar esse ciclo natural que antes da ação antrópica acontecia normalmente.
(Desastres Naturais - Toda Matéria, n.d.)
Nas duas últimas décadas, muitos estudos têm apresentado consistentes
demonstrações e previsões do aumento da frequência de ocorrência e da intensidade dos
desastres naturais, sobretudo os relacionados com os fatores climáticos, bem como a
relação entre os desastres e indicadores macroeconômicos dos países.
Os desastres naturais, mesmo quando classificados como pequenos ou moderados
são responsáveis por impactos ambientais e socioeconômicos negativos, principalmente
nas regiões subdesenvolvidas devido a ausência de atividade de planejamento preventivo
e a escassez de recursos, como também a baixa resiliência referente ao fraco nível de
capital que contribui para o prolongamento do tempo dos efeitos adversos no ambiente e
na sociedade. Tal prolongamento no tempo contribui para uma maior dispersão espacial
dos impactos ambientais, onde os agentes naturais encarregam-se de transportar o
problema para jusante, e para o agravamento dos impactos socioeconômicos pela
degradação da atividade econômica assim como o aumento da vulnerabilidade social.
(MATA-LIMA et al., 2011)
3.2. Mudanças Climáticas
As mudanças climáticas são alterações do clima em todo o planeta. No passado,
se pensava que o aquecimento acontecia só causas naturais, porém com estudos, hoje já
se sabe que é produzido pela atividade humana e possui consequências irreversíveis.
Alterações naturais como glaciações, mudanças na órbita terrestre provocam mudanças
no clima, assim como a queima de combustíveis fósseis em larga escala intensifica
bastante o aquecimento global, trazem danos que não têm reparação para a vida na Terra.
(Mudanças Climáticas - Toda Matéria, n.d.)
O climatologista Carlos nobre afirma que caso o Acordo de Paris, que visa frear
as emissões de gases de efeito estufa no contexto de desenvolvimento sustentável não
seja cumprido, o Brasil poderia deixar em pouco tempo de ser uma potência agrícola,
assim como é hoje. Ele cita que por exemplo, caso a temperatura no Brasil suba entre 3 e
4 graus Celsius, será impossível manter uma expressiva produção agrícola, talvez apenas
na região sul, afetando também a pecuária.
Carlos Rittl ressalta que pode ocorrer uma mudança na geografia agrícola do país
pela perda de aptidão de solos agrícolas a determinadas culturas devido às mudanças nos
padrões de temperatura e pluviosidade a geográfica agrícola brasileira.
O agronegócio representa cerca de 23% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil,
sendo assim, com a agricultura e a pecuária sofrendo impactos diretos decorrentes do
aquecimento global, o PIB nacional será altamente afetado. Com a escassez de produção
agrícola, os preços das mercadorias em supermercados e feiras se tornarão mais caros
para o consumidor final, se tornando um círculo vicioso fazendo com que até perca
competitividade nos mercados internacionais.
Além de afetar o agronegócio, não só no Brasil como no mundo, a alteração
climática tende a aumentar o fluxo migratório de pessoas que deixarão o interior pois a
produção agrícola estará em queda e o povo terá que buscar outras oportunidades e fontes
de renda. Isso implicaria na capacidade das cidades de oferecer serviços públicos
adequados para aqueles que fogem das regiões cujo clima se tornou impróprio para a
subsistência das famílias.
A possibilidade de escassez de água é outro efeito referente as mudanças
climáticas. Além de afetar diretamente a população, afeta diretamente diferentes setores
econômicos importantes, como a produção de alimentos e a geração de energia. Com isso,
para compensar os baixos reservatórios, teriam que ser acionadas as termelétricas, que
emitem gases de efeito estufa, agravando o aquecimento global e que têm custo elevado
para as famílias e para a economia.
Outra área afetada é a saúde, quanto mais emissão de poluentes, mais pessoas
ficarão doentes. Temperaturas muito elevadas podem gerar graves problemas de saúde
especialmente doenças cardiorrespiratórias, mas as doenças causadas pelo mosquito
Aedes Aegypti não ficam de fora. Além disso, a falta ou excesso de chuva faz com que
haja o consumo de água imprópria ocorra aumentando os riscos de outras doenças.
(Impactos Das Mudanças Climáticas Na Economia Brasileira, 2020)
4. Ações Mitigadoras
Em primeiro lugar, é necessário ter uma gestão de riscos na prevenção de desastres
ambientais. A gestão de riscos com esse intuito é importante na medida em que permite
à empresa antecipar eventos que podem causar danos a sociedade. Além disso, é
necessário pensar não só em medidas de prevenção, mas em estratégias de contenção,
reversão, reparação ambiental entre outras coisas. (Zuccaro et al., 2020)
A redução de riscos tem sido um desafio há anos em todo o mundo, tanto que é
motivo de Conferências Mundiais da ONU (Organizações das Nações Unidas).
Um exemplo onde houve uma falha na gestão de riscos, que tem como principal
função blindar desastres que podem gerar comprometimento à vida e consequentemente
perdas financeiras e danos à imagem da empresa, foi em Brumadinho onde houve uma
falha na gestão de riscos por parte da empresa Vale onde uma barragem se quebrou e
trouxe danos irreparáveis não só para a cidade, mas para o seu redor.
Com isso, órgãos públicos e empresas privadas, principalmente as que atuam com
atividades perigosas ao ser humano, devem realizar constantemente um mapeamento dos
potenciais acidentes e das principais fragilidades da empresa que podem eclodir em
problemas futuros.
Essas métricas são parâmetro para a readequação de estratégias, padrões,
equipamentos e construções, de modo a evitar ao máximo que essas previsões se
concretizem.
O monitoramento constante desses setores de risco é essencial para que se possa
prever de forma mais efetiva tais acontecimentos, para que se consiga amenizar impactos
caso algo danoso aconteça. (Genebra Seguros, 2019)
Além da gestão de riscos, vale salientar que mudanças das grandes indústrias no
intuito de diminuir a emissão de gases do efeito estufa é de grande valia. Se não houver a
contribuição de todas as esferas da sociedade, muito trabalho será jogado fora com efeitos
irreversíveis que virão com as mudanças climáticas no mundo, ocorrendo com mais
frequências desastres naturais, mais doenças se proliferando, podendo causar novas
pandemias e afins.
Referências Bibliográficas
Desastres Naturais - Toda Matéria. (n.d.). Retrieved April 29, 2021, from
https://www.todamateria.com.br/desastres-naturais/
Genebra Seguros. (2019). A Importância da Gestão de Riscos na Prevenção de Desastres
Ambientais. https://www.genebraseguros.com.br/a-importancia-da-gestao-de-
riscos-na-prevencao-de-desastres-ambientais/
Impactos das mudanças climáticas na economia brasileira. (2020).
https://www.ecodebate.com.br/2020/10/27/impactos-das-mudancas-climaticas-na-
economia-brasileira/
MATA-LIMA, H., ALVINO-BORBA, A., PINHEIRO, A., MATA-LIMA, A., &
ALMEIDA, J. A. (2011). IMPACTOS DOS DESASTRES NATURAIS NOS
SISTEMAS AMBIENTAL E SOCIOECONÔMICO: O QUE FAZ A DIFERENÇA?
NOY & VU.
Mudanças Climáticas - Toda Matéria. (n.d.). Retrieved April 29, 2021, from
https://www.todamateria.com.br/mudancas-climaticas/
Pinsky, V. (2021). Aquecimento Global: O que é, Causas e Consequências .
https://fia.com.br/blog/aquecimento-global/
Vick, M. (2020). Como a ciência associa desastres ambientais à crise do clima | Nexo
Jornal. https://www.nexojornal.com.br/expresso/2020/01/17/Como-a-ciência-
associa-desastres-ambientais-à-crise-do-clima
Zuccaro, G., Leone, M. F., & Martucci, C. (2020). Future research and innovation
priorities in the field of natural hazards, disaster risk reduction, disaster risk
management and climate change adaptation: a shared vision from the ESPREssO
project. International Journal of Disaster Risk Reduction, 51(July).
https://doi.org/10.1016/j.ijdrr.2020.101783

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