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ARQUIDIOCESE DE BRASÍLIA

DIRETÓRIO DOS SACRAMENTOS

Brasília (DF) - 2014


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I - SACRAMENTO DO BATISMO

A) – PREPARAÇÃO

A PASTORAL DO BATISMO

1. A pastoral do batismo é um serviço de apoio, incentivo e colaboração que a comunidade


paroquial oferece aos pais e padrinhos na sua missão de primeiros e principais
educadores de seus filhos.
2. A pastoral do batismo tem por objetivo primordial promover a devida preparação para
uma frutuosa recepção, celebração e vivência do sacramento do batismo, de acordo com
as normas pastorais contidas neste Diretório.
3. Os agentes da pastoral do batismo, em comunhão com o seu pároco ou administrador
paroquial, preparem a inserção dos novos membros na vida eclesial. Responsáveis pela
sublime função de tornar o sacramento do batismo uma verdadeira fonte de novos
cristãos, os agentes da pastoral do batismo devem ser católicos praticantes, de conduta
ilibada e estar devidamente preparados, trabalhando em sintonia com a pastoral familiar,
a catequese paroquial, e em comunhão com toda a comunidade.
4. Cada paróquia ou área pastoral tenha uma equipe de pastoral do batismo, com número
suficiente de membros e a respectiva coordenação, para trabalhar na preparação do
sacramento, levando em conta as diferentes realidades e as seguintes etapas: acolhida
especial por ocasião da inscrição, eventualmente com visitas domiciliares às famílias
interessadas, encontros de preparação, celebração do batismo e visitas domiciliares por
parte dos agentes da pastoral do batismo, no período que se segue à sua celebração.

§ único – Compete à comissão arquidiocesana da pastoral do batismo elaborar um


subsídio próprio destinado ao uso dos agentes e secretarias paroquiais, bem como
oferecer aos mesmos a capacitação no que se refere às normas da Igreja e ao
atendimento dos fiéis.

OS ENCONTROS DE PREPARAÇÃO

5. Não se deve empregar a expressão “curso de batismo” ou “aula”, mas sim “encontros de
preparação” para o batismo. A metodologia dos encontros deve favorecer a vivência
cristã, especialmente a inserção na comunidade eclesial. Deve-se evitar a mera
exposição de temas teóricos, possibilitando momentos de oração, escuta da Palavra e
diálogo.

6. Os encontros de preparação para a celebração do batismo devem ser realizados em local


e ambiente adequados, de preferência em recintos na própria comunidade paroquial, a
fim de proporcionar o contato dos pais com a respectiva Igreja. Sendo conveniente, os
encontros poderão ocorrer nas residências dos pais, desde que sejam cumpridas as
exigências deste Diretório, ou ainda preparação particularizada para atenção a casos
singulares (p.ex. problemas oriundos da vida profissional ou outros).

7. Os temas catequéticos e querigmáticos a serem expostos nos encontros de preparação


devem abordar, ao menos, os seguintes aspectos: a) a passagem do querigma; b) a
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pessoa de Jesus Cristo, sua vida e missão, estimulando a experiência do encontro com
Cristo e da vida nova; c) a Igreja, destacando-se a importância da participação na
comunidade eclesial; d) os Sacramentos, sinais eficazes da graça de Deus e principais
meios de santificação, com ênfase no sentido teológico do batismo, salientando o
aspecto da filiação divina e a herança eterna; e) a explicação dos ritos batismais,
realçando-se o seu significado para a vida cristã, bem como a responsabilidade pessoal
dos pais e padrinhos quanto ao batizando.

8. A preparação ocorrerá em dias pré-estabelecidos, segundo as distintas realidades


paroquiais, e constará de uma carga horária mínima de 4 horas, contínuas ou
intermitentes.

9. Na impossibilidade dos pais cumprirem o horário normal previsto para os encontros,


havendo justa causa, com o prévio aval do pároco, a pastoral do batismo procure
proporcionar-lhes um horário especial, a fim de não faltar a devida preparação para o
batismo de seus filhos. Se não for possível, sejam encaminhados para outra paróquia,
cujo horário atenda à sua disponibilidade de tempo.

10. Os pais que frequentam habitualmente uma determinada paróquia ou uma comunidade a
ela assemelhada, onde não têm domicílio, mas dela sempre participam ativamente,
devem ser tidos como nela residentes para tudo quanto determina este Diretório.

11. Os pais com comprovada formação doutrinal, por seu engajamento pastoral em
determinada comunidade, não se eximam dos encontros de preparação; antes, procurem
colaborar com os agentes da pastoral do batismo com seu testemunho e assim possam
motivar os outros pais a seguirem o mesmo caminho de vivência cristã e de participação
efetiva na comunidade paroquial.

12. Concluído o ciclo dos encontros de preparação, seja conferido aos pais um comprovante
de participação, com validade estabelecida de dois anos. Para os casos especiais, o
comprovante será emitido com validade única e delimitada para o batismo em questão.

§ primeiro – Caso os pais solicitem a celebração do batismo noutra comunidade


paroquial diferente daquela própria, cumpridas as exigências deste Diretório seja
concedida a devida transferência;

§ segundo – Devem ser aceitos os certificados de preparação emitidos por outras


Dioceses ou Paróquias, mesmo aquelas situadas no exterior, observadas as suas
respectivas datas de validade.

DA INSCRIÇÃO

13. As famílias que pedem o batismo para os seus filhos sejam cordialmente atendidas e
bem orientadas sobre a preparação para o sacramento. A ninguém, exceto no caso dos
impedimentos previstos pelo vigente direito eclesial, seja negada a possibilidade de
receber o sacramento do batismo. Contudo, por razões pastorais, o batismo pode ser
adiado. Não haja, entretanto, discriminação a nenhum fiel.

14. A acolhida aos pais que pedem o batismo para seus filhos é um momento de especial
importância pastoral. Devem ser recebidos, portanto, com fraterna atenção e alegria.
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Haja para isso um local adequado, com dia e hora determinados para esse momento,
precedendo a preparação para o sacramento. No caso dos pais que, por razões justas,
não podem inscrever seus filhos para o batismo no dia e hora determinados pela
paróquia, eles devem ser acolhidos excepcionalmente noutro momento pela pastoral do
batismo. Na inscrição, devem ser informados sobre o dia, local e hora dos encontros de
preparação. Seja dada atenção redobrada à acolhida fraterna dos pais que não possuem a
devida inserção na comunidade, para que sirva de estímulo a uma vida nova.

15. A paróquia ou área pastoral prepare um folheto a ser entregue aos pais, com todas as
informações sobre os passos que se devem dar no processo de preparação batismal.

16. Recomenda-se que o pároco instrua e oriente a (o) secretaria (o) da paróquia a respeito
da importância do batismo para a vida cristã. Dessa forma, se tornarão aptos para
oferecer aos pais e padrinhos não apenas um fraterno acolhimento, mas também todas as
informações necessárias.

17. Estando a paróquia organizada em comunidades e/ou setores, onde a pastoral do


batismo esteja implantada, a inscrição poderá ser feita na própria comunidade e/ou
setor, de modo a valorizar as comunidades de origem dos batizandos.

18. No caso dos pais em situação matrimonial irregular perante a Igreja, compete ao pároco
recebê-los com caridade pastoral, animando-os a regularizar, quando possível, a
situação. Nesse trabalho, a ajuda da pastoral familiar é de suma importância.
Recomenda-se que, quando tais pais se recusam a resolver sua situação irregular, nos
casos em que tal solução depende apenas da iniciativa deles, sejam orientados a adiar o
batismo dos filhos, motivando-os a rezar e a refletir, na esperança de uma mudança de
atitude.

19. No caso em que a regularização canônica da vida matrimonial não for possível, o
batismo não deve ser negado e não falte a esses pais especial apoio da comunidade
paroquial para que possam ter uma vida cristã e garantir aos filhos a educação na fé da
Igreja Católica. Em tais situações, exige-se, ainda mais, a missão dos padrinhos. As
condições para que alguém possa assumir a função de padrinho ou madrinha encontram-
se descritas nos cc. 872-874 do vigente Código de Direito Canônico.

20. Na Arquidiocese de Brasília, não se nega o sacramento do batismo a filhos das


chamadas “mães solteiras”, apenas pelo fato de estarem em tal condição.

21. Em todos os casos, a condição essencial para se admitir o batismo de uma criança é o
compromisso da família ou do responsável pela criança em viver de modo cristão e
educá-la na fé. Em caso de pedido de batismo para criança cujos pais não apresentem a
fé cristã exigida, é indispensável garantir a efetiva educação cristã da criança na Igreja
Católica, por meio dos padrinhos, da própria família ou de outros membros da
comunidade1.

22. As pessoas que atuam na inscrição para o batismo, devem ser bem preparadas para
acolher os pais com atenção e cordialidade.

1
Cf. CDC Cânon 868.
5

23. No ato da inscrição para o batismo, os pais devem apresentar a certidão de nascimento
da criança, a fim de não haver discordância quanto à data e local do seu nascimento, do
seu nome e do nome dos pais. Recomenda-se anotar o endereço dos pais da criança,
assim como os nomes e endereços dos padrinhos, para possibilitar o futuro
acompanhamento. No caso dos filhos adotivos se anotará não só o nome do adotante,
mas também o dos pais naturais, sempre que assim conste do registro civil.

B) - CELEBRAÇÃO

OBSERVAÇÕES GERAIS

24. Na celebração do batismo, o povo de Deus seja representado não somente pelos pais,
padrinhos e parentes, mas também, enquanto possível, pelos amigos, vizinhos e outros
membros da Igreja local. Assim, o povo de Deus, participando ativamente da
celebração, manifestará a sua fé, exprimirá o louvor e a alegria com que a Igreja recebe
os neobatizados. É de especial importância a participação dos membros da equipe de
pastoral do batismo na celebração.

25. O sacramento do batismo, por imprimir caráter indelével, uma vez recebido
validamente, não pode ser repetido. Por isso, é preciso sempre ter em conta a validade
ou não do batismo administrado pelas Comunidades cristãs não-católicas. A este
respeito, compete ao pároco indagar convenientemente acerca do rito utilizado na
celebração em questão.

26. A Igreja Católica, em relação ao batismo celebrado em outras Igrejas no Brasil,


considera que2:

I – Diversas Igrejas batizam, sem dúvida, validamente. Por isso, não se pode
reiterar o batismo, nem sequer sob condição. Essas Igrejas são:
a) As Igrejas Orientais (“ortodoxas” que não estão em comunhão plena com a Igreja
Católica romana, das quais, pelo menos, seis se encontram presentes no Brasil);
b) Igreja Vétero-católica;
c) Igreja Episcopal do Brasil (“Anglicanos”);
d) Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB);
e) Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB);
f) Igreja Metodista.
II – Há diversas Igrejas nas quais, embora não se justifique nenhuma reserva
quanto ao rito batismal prescrito, devido à concepção teológica que têm do batismo -
por exemplo, que o batismo não justifica e por isso, não é tão necessário - alguns de
seus pastores, segundo parece, não manifestam sempre urgência em batizar seus fiéis ou
em seguir exatamente o rito batismal prescrito. Também nesses casos, quando há
garantias de que a pessoa foi batizada segundo o rito prescrito por essas Igrejas, não se
pode rebatizar, nem sob condição. Essas Igrejas são:

2
Cf. CDC Cânon 869.
6

a) Igrejas Presbiterianas;
b) Igrejas Batistas;
c) Igrejas Congregacionistas;
d) Igrejas Adventistas;
e) A maioria das Igrejas Pentecostais (Assembleia de Deus, Congregação Cristã do Brasil,
Igreja do Evangelho Quadrangular, Igreja Deus é Amor, Igreja Evangélica Pentecostal
“O Brasil para Cristo”);
f) Exército da Salvação (não costuma batizar, mas quando o faz, realiza-o de modo válido
quanto ao rito).
III – Há Igrejas de cujo batismo se pode prudentemente duvidar e, por essa
razão, requer-se, como norma geral, a administração de um novo batismo, sob condição.
Essas Igrejas são:
a) Igreja Pentecostal Unida do Brasil (essa Igreja batiza apenas “em nome do Senhor
Jesus" e não "em nome da Santíssima Trindade");
b) Igrejas Brasileiras (embora não se possa levantar nenhuma objeção quanto à matéria ou
à forma empregadas pelas “Igrejas Brasileiras", contudo, pode-se e deve-se duvidar da
intenção de seus ministros);
c) Mórmons (negam a divindade de Cristo, no sentido autêntico e, consequentemente, o
seu papel redentor).
IV - Com certeza, batizam invalidamente:
a) Testemunhas de Jeová (negam a fé na Trindade);
b) Ciência Cristã (o rito que pratica, sob o nome de batismo, tem matéria e forma
certamente inválidas);
c) Algo semelhante se pode dizer de certos ritos que, sob o nome de batismo, são
praticados por alguns grupos religiosos não cristãos, como a Umbanda.

27. Não havendo perigo de morte, o sacramento do batismo deve ser administrado
observando-se fielmente o rito prescrito nos livros litúrgicos aprovados e as orientações
contidas neste Diretório. Ninguém tem o direito de lhes acrescentar, suprimir ou
modificar seja o que for por sua própria iniciativa.

28. O celebrante, conforme está previsto nas respectivas partes do rito, pode ser auxiliado
por outros presbíteros ou diáconos, e igualmente por leigos, nas partes que lhes cabem,
sobretudo se forem numerosos os batizados.

29. Ainda que a função de batizar seja confiada especialmente ao pároco, tenha-se presente
que são ministros ordinários do sacramento do batismo: o bispo, o presbítero e o
diácono3.

30. Faltando o sacerdote ou diácono, em caso de perigo de morte, qualquer fiel, e mesmo
qualquer pessoa movida de reta intenção, pode administrar o batismo. Contudo, o
sacramento seja administrado, enquanto possível, por alguém que tenha fé, segundo o

3
Cf. CDC Cânon 861 § 1.
7

rito mais breve. Sendo possível, convém que se reúna uma pequena comunidade ou, ao
menos, haja uma ou duas testemunhas. Caso sobreviver, o que for batizado deverá ser
levado à Igreja paroquial para apresentação à comunidade paroquial e realização dos
ritos complementares, bem como o devido registro no livro de assentamento de
batizados.

31. Todos os leigos, uma vez que são considerados membros de um povo sacerdotal, em
primeiro lugar os pais, e em razão de ofício, os catequistas, as parteiras, as senhoras que
se ocupam de obras assistenciais, sociais e familiares, e de enfermos, como também
médicos e cirurgiões, procurem aprender, conforme sua possibilidade, a maneira correta
de batizar em caso de necessidade. Os presbíteros, os diáconos e os catequistas
procurem informá-los acerca disto.

32. A celebração do batismo, momento marcante de toda caminhada da vida cristã, deve ser
preparada e celebrada com o devido zelo. Compete à equipe da pastoral do batismo, sob
a supervisão do pároco ou de quem lhe faz as vezes, preparar a celebração e dela
participar ativamente.

O RITO DO BATISMO

33. Na Arquidiocese de Brasília, siga-se fielmente quanto contido no Ritual de Batismo de


crianças, aprovado pela competente autoridade eclesiástica.

34. A fonte batismal e, conforme o caso, o recipiente que contém a água para a celebração
sejam conservados com a devida dignidade. A água para o batismo deve ser natural e
limpa, seja para comprovar a veracidade do sinal, seja por motivo de higiene.

35. O sacramento do batismo pode ser conferido por imersão, que demonstra mais
claramente a participação na morte e ressurreição do Senhor Jesus, ou por infusão4.

36. A água com a qual se administra o batismo deve ser benta de acordo com as normas
litúrgicas, ordinariamente, na própria celebração batismal. Os santos óleos utilizados na
celebração do batismo devem ser recentes e conservados em lugar digno5.

37. Em toda a Arquidiocese de Brasília, o batismo deve ser celebrado na Igreja matriz das
paróquias e áreas pastorais, assim como nas capelas pertencentes a elas. Nas
comunidades vinculadas à paróquia ou área pastoral que não tenham ainda o seu templo,
o batismo pode ser administrado num lugar digno, a critério do pároco. Nas capelas
particulares, segundo teor do c. 1228, exige-se a licença prévia do Ordinário local, e
noutros locais fica expressamente proibida a sua realização.

38. Sempre que possível, seja providenciado o batistério ou um local digno, na igreja,
destinado exclusivamente para a fonte batismal e a celebração do batismo. Quer esteja
situado em alguma capela dentro ou fora do recinto da igreja, deve ter tal amplitude que
possa conter o maior número possível de pessoas. Encerrado o tempo da Páscoa, o círio
pascal seja conservado em lugar de honra no batistério.

4
Cf. Ritual do Batismo no 22 – C.D.C. Can. 854.
5
.Cf. C.D.C. Can. 853; 847
8

39. Na celebração do batismo, poderão ser realizadas fora do batistério, em outros lugares
da igreja, as partes do rito permitidas, de modo a melhor acomodar as pessoas e a
favorecer a sua participação na liturgia batismal.

40. O sacramento do batismo pode ser administrado em qualquer dia da semana, respeitadas
as exceções previstas no calendário litúrgico. Porém, sendo possível, seja administrado
aos domingos, manifestando-se assim sua íntima relação com o mistério de Cristo
ressuscitado6 e dando-lhe uma índole eminentemente eclesial.

41. Respeitado o direito dos pais de registrar em fotografia ou vídeo esse momento de
grande importância na vida de seus filhos, compete à equipe da pastoral do batismo
orientar fotógrafos e cinegrafistas, de modo que, ao realizar sua tarefa, não venham a
perturbar o bom andamento da celebração litúrgica. Não são permitidos às paróquias
celebração de contratos de exclusividade com empresas prestadoras de serviços nas
áreas de fotos e filmagens.

42. A celebração do batismo deve ser ordinariamente comunitária, acolhendo-se na mesma


celebração as diversas crianças da comunidade. No mesmo dia e na mesma igreja, não
se celebre o batismo duas ou mais vezes, a não ser por algum motivo que o justifique.

43. Conforme o Ritual do batismo, no final da administração do sacramento, pode-se


realizar um ato de devoção a Maria, confiando a vida e a fé dos que se batizaram à
proteção de Nossa Senhora7. Em atenção à piedade popular brasileira, recomenda-se
vivamente que o batizando seja confiado aos cuidados de um padrinho ou madrinha de
consagração.

44. Seja observada a tabela de emolumentos em vigor na Arquidiocese de Brasília,


ressalvado o direito de gratuidade por parte dos pobres.

QUESTÕES DIVERSAS

DOS PADRINHOS E/OU DAS MADRINHAS

45. Na medida do possível, seja dado ao batizando um padrinho ou uma madrinha; ou então
um e outro, como é de nossa tradição religiosa8.

46. É próprio do padrinho ou madrinha assistir ao adulto que vai ser batizado, no processo
de sua iniciação cristã. No caso do batismo de criança, deve conjuntamente com os pais
apresentar a criança e velar para que ela tenha vida cristã9.

6
Cf. Cân. 856.
7
Cf. Ritual do Batismo no 94-96.
8
Cf. Cân. 872; 873.
9
A introdução ao Ritual do Batismo prevê que “conforme a primitiva tradição da Igreja, para se
admitir um adulto ao Batismo se requer um padrinho, escolhido no seio da comunidade cristã.
Ele ajudará ao batizando ao menos na última fase de preparação ao sacramento, e depois do
Batismo o apoiará para que persevere na fé e na vida cristã” (nº 8).
9

47. Para ser admitido à função de padrinho ou madrinha, é necessário que tenha completado
dezesseis anos, ser católico, confirmado, ter recebido a Eucaristia e levar uma vida de
acordo com a fé cristã católica e com o múnus que vai desempenhar e não esteja incurso
em nenhuma penalidade canônica10. Por isso, quando casados civilmente, exige-se do
padrinho e/ou madrinha também o casamento religioso. Em situações especiais, quando
as circunstâncias pastorais o exigirem, o pároco tratará pessoalmente cada caso e
deliberará segundo a justiça e a equidade.

48. No que diz respeito à idade, havendo justa causa, o pároco ou o ministro celebrante
podem admitir exceção11.

49. Os pais do batizando não podem assumir o múnus de padrinho ou madrinha.

50. Segundo a vigente legislação canônica quem é batizado e pertence a uma comunidade
eclesial não católica, somente seja admitido junto com um padrinho católico e apenas
como testemunha do batismo12. Aqueles que não são batizados, não sejam admitidos
sob hipótese alguma, para o encargo de padrinho ou madrinha de batismo.

A PROVA E O REGISTRO DO BATISMO

51. O sacramento do batismo não constitui apenas um rito sacramental da graça, mas
comporta também efeitos jurídicos importantes na vida do cristão. Daí, a exigência
canônica do registro de tal evento religioso no Livro de assentamento de batizados, a ser
necessariamente adquirido em dupla cópia junto à Chancelaria da Cúria Metropolitana,
e devidamente autenticado pelo Chanceler da Arquidiocese, no qual este fará constar o
seu termo de abertura e de encerramento. O livro de registros deve ser devidamente
preenchido e conservado com o máximo cuidado na secretaria paroquial.

52. Por motivo de segurança, assim que finalizado, uma cópia transcrita de cada livro deve
ser enviada para o Arquivo da Cúria Arquidiocesana.

53. O registro de cada batizado deve ser feito o mais brevemente possível e nele deve
constar o nome do batizando, data e local de seu nascimento, bem como do ministro
celebrante, dos pais e padrinhos, do local e data da celebração do batismo e do
nascimento do batizado. No caso dos filhos adotivos (cf. c. 877 § 3), siga-se o quanto
prescrito na legislação complementar da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB) ao Código de Direito Canônico: “na inscrição dos filhos adotivos, constará não
só o nome do adotante, mas também o dos pais naturais, sempre que assim conste do
registro civil”. No caso das adoções com substituição judicial de nome dos pais naturais,
o registro dos seus respectivos nomes deve ser feito à margem.

54. Para evitar possíveis e graves inconvenientes, o registro do batismo não pode ser feito
apenas no computador ou qualquer outro meio eletrônico, ainda que se permita o uso
destes meios como recursos suplementares de registro, sem prejuízo do registro em livro
autêntico.

10
Cf. Cân. 874.
11
Cf. Cân. 874 § 1 n. 2.
12
Cf. Cân. 874 § 2.
10

55. Na falta de um atestado autêntico, quando por descuido não se fez o registro do batismo
ou tenha ocorrido o extravio do Livro de assentamento de batizados, a fim de não causar
prejuízo algum, basta a declaração de uma só testemunha acima de qualquer suspeita ou
o juramento do próprio batizado, se este recebeu o santo batismo em idade adulta.13
Permite-se o registro posterior da celebração de batizados, desde que fundado em
testemunhos sólidos por parte de pessoas dignas de crédito, mesmo sob juramento,
registros fotográficos ou filmagens da referida celebração.

56. O registro e a certidão de batismo não podem sofrer qualquer modificação sem a
expressa autorização do Ordinário do Lugar. A autorização deve ser anotada na própria
certidão e arquivada. A certidão de batismo deve ser assinada pelo pároco ou vigário
paroquial, e nela devem constar possíveis anotações marginais existentes.

57. Seja observado com presteza e cuidado o quanto prescrito no c. 535 § 2 acerca das
anotações à margem no Livro de assentamento de batizados: “No livro de batizados seja
anotada também a confirmação, como ainda o que se refere ao estado canônico dos
fiéis, por motivo de matrimônio, salva a prescrição do cân. 1133, por motivo de adoção,
de ordem sacra recebida, de profissão perpétua emitida em instituto religioso e de
mudança de rito; essas anotações sejam sempre referidas na certidão de batismo”.

ACOMPANHAMENTO PÓS-BATISMAL

58. Tendo em vista a importância do sacramento do batismo para a vida cristã, faz-se
necessário que a pastoral do batismo promova um cuidadoso acompanhamento das
famílias dos batizados, a fim de que estas possam cumprir os compromissos assumidos
em nome de seus filhos.

59. Este acompanhamento das famílias deve ser feito por toda a comunidade paroquial, mas
especialmente pela pastoral familiar, coadjuvada pelos movimentos, pastorais e
associações religiosas presentes na paróquia.

60. Recomenda-se que o cadastramento das famílias dos batizados, organizado no momento
da inscrição para o batismo, seja aproveitado para permitir que estas famílias possam ser
visitadas, sempre que possível, pelos grupos de evangelizadores paroquiais.

61. As famílias em situação matrimonial irregular devem merecer da pastoral familiar uma
atenção especial a fim de ajudá-las a ter uma vida condizente com a fé cristã e a buscar
os meios postos pela Igreja para uma possível regularização.

BATISMO DE ADULTOS

62. A pessoa adulta que pretende receber o batismo deve ser bem acolhida e devidamente
preparada, por meio do processo catecumenal, percorrendo as várias etapas previstas
pelo Ritual de iniciação cristã de adultos (RICA).

13
Cf. Cân. 876-878.
11

63. A preparação dos adultos para o batismo compreende o período do catecumenato com
duração variada. Nessa preparação, eles devem receber uma formação adequada e estar
participando dos atos litúrgicos prescritos no RICA.

64. O final do catecumenato poderá coincidir com o início do período quaresmal, onde se
deve intensificar a preparação dos catecúmenos. Sempre que possível, a celebração dos
sacramentos da iniciação cristã deve ocorrer na Solene Vigília Pascal.

65. Ao teor do cânon 863, o batismo de adultos, ao menos daqueles que completaram
quatorze anos, deve ser comunicado ao Bispo diocesano, que poderá administrá-lo, se
julgar conveniente, ou delegará um sacerdote para fazê-lo.

66. Cada paróquia tenha catequistas formados para a devida preparação dos catecúmenos
adultos.

67. As crianças situadas na faixa etária entre 07 (sete) anos completos e 14 (catorze) anos
de idade, igualmente completos, e ainda não batizadas, devem ser preparadas para o
batismo pela pastoral catequética, à parte das que já são batizadas. O batismo destas
crianças deve ser administrado conforme o rito para adolescentes, prescrito no RICA.

68. O batismo dos que já completaram 14 (quatorze) anos de idade, deve obedecer às
diversas etapas do Ritual para a Iniciação Cristã dos Adultos (RICA).

69. Tendo em vista a importância do sacramento do batismo para a vida cristã, faz-se
necessário que a pastoral do batismo promova um cuidadoso acompanhamento do
próprio batizado, quando este tenha recebido o sacramento em idade adulta.
12

II - SACRAMENTO DA CRISMA OU CONFIRMAÇÃO

01. A crisma ou confirmação é um dos sete sacramentos, integrando à iniciação cristã com
o batismo e a Eucaristia. “No batismo, os neófitos recebem o perdão dos pecados, a
adoção de filhos de Deus e o caráter de Cristo, pelo qual são agregados à Igreja e
começam a participar do sacerdócio de seu salvador (1 Pdr 2,5 e 9)” (Paulo VI,
Constituição apostólica Divinae consortium naturae). A confirmação completa a obra
iniciada no batismo (At 8,15-17; 19,5ss), levando quem a recebe à plenitude e à
maturidade espirituais (Ef 4,13) por uma comunicação especial do Espírito Santo que
consagra para o testemunho cristão. Por isso, o rito da confirmação dá relevo ao dom do
Espírito em vista do testemunho que o cristão é chamado a dar em sua vida (At 1,8; Lc
12,12; Jo 15,15-26; 16,1-15).

02. “Pelo sacramento da confirmação, aqueles que renasceram no batismo recebem o dom
inefável, o próprio Espírito Santo. São enriquecidos por ele com uma força especial (LG
11) e, marcados pelo caráter deste sacramento, ficam mais perfeitamente unidos à Igreja
e ‘mais estreitamente obrigados a difundir e defender a fé por palavras e atos, como
verdadeiras testemunhas de Cristo’(AG 11). Finalmente, a confirmação está de tal modo
ligada à sagrada Eucaristia, que os fiéis já marcados com o sinal do batismo e da
confirmação são inseridos plenamente no corpo de Cristo pela participação na
Eucaristia (PO 5)” (Paulo VI, Constituição apostólica “Divinae consortium naturae”). O
crismando torna-se adulto na fé e pronto para assumir sua missão na Igreja e no mundo.

A ETAPA DE PREPARAÇÃO

03. A catequese de crisma ou catequese da confirmação tem como finalidade específica a


preparação para o sacramento da crisma ou confirmação, mas visa à formação cristã
integral, à inserção na comunidade eclesial e ao testemunho da fé nos diversos
ambientes e situações do mundo de hoje. Nela, ocorre um despertar missionário e
vocacional, devendo integrar-se na pastoral de conjunto, articulando-se principalmente
com as outras dimensões da catequese, com a pastoral da juventude e a pastoral
vocacional.

04. Deve haver em cada paróquia, área pastoral ou capelania uma equipe para coordenar o
processo de preparação dos crismandos para a recepção do sacramento da crisma. Os
que compõem esta equipe são denominados catequistas de crisma.

05. Compete à Coordenação Arquidiocesana de Catequese - CAC, com ampla participação


das equipes paroquiais de catequese de crisma, a elaboração de textos a serem utilizados
pelas comunidades na etapa de preparação à recepção do sacramento da crisma.

06. Os locais onde ordinariamente deve ocorrer a preparação e a realização da crisma são as
capelas ou comunidades que integram a paróquia, área pastoral ou capelania. Quando
realizada em colégio, a catequese de preparação da crisma deverá ter à frente uma
equipe de catequistas, com a aprovação e acompanhamento do capelão, do pároco ou
administrador da paróquia ou área pastoral. Neste caso, os crismandos devem ser
incentivados, ainda mais, a participar da vida de sua comunidade paroquial.
13

§ único - A catequese de preparação para a crisma em escolas terá como destinatários


apenas alunos da própria escola, precedida de prévio diálogo com a paróquia do
território em questão, e será oferecida em horário diverso daquele da disciplina “ensino
religioso”.

07. A equipe de catequese de crisma deve fazer o planejamento da formação a ser oferecida,
motivando os crismandos a participarem da vida da comunidade, especialmente das
missas, e não apenas das atividades específicas. O tempo de duração da preparação para
a crisma seja ordinariamente de dois anos, não podendo jamais ser inferior a um ano.

08. Onde as circunstâncias pastorais o exigirem, o pároco, ouvido o Conselho Pastoral


Paroquial, poderá oferecer turmas de catequese de preparação à recepção dos
sacramentos de iniciação cristã, com duração de tempo abreviada, para atenção aos
casos especiais, tais como adultos, pessoal adscrito ao serviço diplomático, enfermos,
encarcerados, pessoas com deficiências, etc.

09. Para ser catequista de crisma, é preciso ter completado a iniciação cristã, participar da
vida da Igreja, dar testemunho da fé, ter a idade mínima de 16 anos e ter recebido a
devida preparação. A Comissão Arquidiocesana de Catequese ou a FATEO, poderão
auxiliar nesta preparação mediante a oferta de cursos destinados aos agentes, para
atuação nesta pastoral específica.

10. Os catequistas de crisma procurem conhecer os crismandos, seus anseios e desafios,


assim como a vida de suas famílias. As visitas às famílias ou reuniões com pais ou
familiares dos crismandos podem ajudar muito na formação para a crisma,
especialmente, no envolvimento da família na preparação e celebração da confirmação.

11. Os catequistas de crisma devem ter em mente que são parte de um todo, ou seja, estão
inseridos numa concreta paróquia. Devem, portanto, obedecer às orientações da
Arquidiocese e ter o cuidado de não fundamentar a catequese na espiritualidade própria
de movimentos ou comunidades de vida a que pertencem. A comunidade também deve
ser motivada a valorizar a crisma, a acolher e apoiar os crismandos. É importante
acolher publicamente os crismandos já no início da preparação e, especialmente, na
celebração da crisma.

12. Os catequistas de crisma, enquanto membros da comunidade eclesial, coresponsáveis


por ela, prestam serviço voluntário à Igreja, devendo receber da comunidade cristã o
reconhecimento, a gratidão, o apoio fraterno e as orações.

OS CRISMANDOS

13. A inscrição e a preparação para a crisma devem ocorrer na secretaria da paróquia, área
pastoral ou capelania onde os crismandos residem ou participam regularmente, assim
como nas escolas autorizadas para a catequese crismal. A inscrição deve ser feita,
ordinariamente, pelo próprio crismando, ou por seu responsável.

14. O crismando deve apresentar no ato de sua inscrição para a catequese crismal um
documento válido de identificação, para obtenção dos dados pessoais e do respectivo
endereço residencial. No caso daqueles que são oriundos de outras Igrejas ou
14

comunidades eclesiais, é preciso certificar-se acerca da sua recepção válida do batismo.


A fim de se evitar dúvidas, deve-se solicitar a lembrança ou certidão do batismo. Para
os casos em que não é possível se atestar o recebimento do sacramento do batismo, deve
a coordenação da catequese levar o fato ao pároco para conhecimento e devidas
providências.

15. Seja preparado um folheto a ser entregue ao crismando, no ato da inscrição, com todas
as informações sobre as atividades programadas em preparação para a crisma. É
importante que este ato seja realizado pelo padre ou catequista de crisma que
aproveitará a ocasião para estabelecer diálogo com o crismando, e sobre as suas
disposições para receber a confirmação.

16. O crismando deve ter a idade mínima de catorze anos, a serem completados ao menos
até o meio do ano em que se inicia a preparação; ressalvada a possibilidade de
administração deste sacramento àquele que se encontre em situação de perigo de morte.

17. Para a recepção do sacramento da crisma é obrigatório ter recebido validamente o


batismo. Os que se apresentarem para a crisma sem terem sido batizados deverão ser
preparados para a recepção dos sacramentos da iniciação cristã, conforme o Ritual da
iniciação cristã de adultos (RICA).

18. A equipe de coordenação de catequese da Arquidiocese de Brasília deverá formar


catequistas para as pessoas com deficiência. A catequese crismal para pessoas com
deficiência poderá ser realizada em nível paroquial, setorial ou de outro modo a ser
estabelecido pela mesma equipe arquidiocesana de catequese. A celebração do
sacramento da crisma deverá ser programada de modo a atender às necessidades
próprias das pessoas com deficiência.

ENCONTROS DE PREPARAÇÃO PARA A CRISMA

19. Jamais se utilizem os termos “curso de crisma” ou “aula” para designar a preparação
para a crisma ou catequese crismal, especialmente quando realizada em escolas. Sejam
chamados “encontros” de formação ou de preparação para a crisma.

20. Os encontros devem ser semanais. A duração de cada encontro dependerá das dinâmicas
adotadas, devendo ser de uma a duas horas.

21. O método a ser utilizado deve ser participativo e dialogal, com momentos para ver –
julgar (iluminar), agir – celebrar - rever, celebrar, integrando fé e vida, conforme as
orientações da Igreja e o roteiro de temas proposto pela coordenação arquidiocesana de
catequese.

22. Além dos encontros semanais, outras atividades devem ser programadas, tais como dias
de formação, seminários, tempos especiais dedicados à oração, retiros espirituais, de
modo a favorecer maior interiorização dos conteúdos e a abertura de coração à ação do
Espírito Santo. A catequese deverá proporcionar o conhecimento da Palavra de Deus, a
atitude orante, a participação na comunidade, a prática do amor fraterno e a vivência da
fé.
15

23. A catequese crismal deverá ajudar os crismandos a terem a Bíblia nas mãos,
proporcionando o conhecimento da Palavra de Deus e estimulando-os à leitura orante da
Bíblia. A Bíblia seja utilizada nos encontros de preparação.

24. A catequese crismal, assim como toda a catequese, não deve se resumir à transmissão de
conhecimentos, mas levar os crismandos à experiência do encontro com Jesus Cristo e à
participação na vida da Igreja, especialmente nas celebrações eucarísticas.

25. Na preparação, o crismando deve receber noções de cristologia, eclesiologia, moral


cristã e doutrina sacramental, bem como ser ajudado a participar assídua e ativamente
da Eucaristia.

26. Na preparação para a crisma, o crismando seja ajudado a discernir e a viver a sua
vocação. Dedique-se momento especial à consideração das vocações sacerdotal,
religiosa e laical, bem como a vocação para o matrimônio.

A CELEBRAÇÃO DA CRISMA

27. O sacramento da confirmação seja ministrado dentro de uma celebração eucarística,


salvo em perigo de morte. Evitem-se dias de festa de padroeiro ou de grandes
celebrações, para não deixar em segundo plano o sentido espiritual do sacramento da
confirmação.
28. O óleo utilizado na celebração da crisma é consagrado na Igreja Catedral, na celebração
da Quinta feira santa, na qual se realiza a bênção dos santos óleos.

29. Os crismandos devem participar ativamente da missa da crisma, cantando, escutando


com atenção a Palavra, respondendo às orações da Missa e do rito da crisma, e
comungando com as devidas disposições. É indispensável a participação ativa dos
crismandos em toda a celebração.

30. Na celebração da crisma, seja sempre utilizada a missa própria da confirmação, exceto
nas ocasiões não permitidas pela Liturgia (Natal, Páscoa, Quaresma, Solenidades...).
Nas missas paroquiais nos domingos do tempo comum, permite-se a utilização do
prefácio próprio da crisma, bem como o uso de paramentos vermelhos.

31. Os cantos a serem utilizados na celebração da crisma respeitem as normas litúrgicas e


sejam bem conhecidos pelos crismandos, evitando-se quaisquer ações que denotem
espetáculos musicais.

32. A fórmula a ser utilizada na renovação das promessas do batismo é aquela prevista no
Ritual da Confirmação. Não se permite o uso de fórmulas tomadas de folhetos litúrgicos
que não respeitem o conteúdo integral definido pela Igreja para esse momento.

33. No momento da unção com o óleo crismal, enquanto o Bispo dirige a palavra a cada
crismando, se houver canto, que seja suave, para não atrapalhar esse diálogo. Para
permitir uma clara compreensão do nome do crismando, pelo Bispo, sugere-se a
16

confecção de crachás facilmente legíveis, a serem utilizados pelos crismandos ao menos


no momento da unção.

34. Para receber o sacramento em estado de graça, recomenda-se a todos os crismandos


que, antes de receberem o sacramento da confirmação, recebam o sacramento da
penitência. Para tanto, organize-se uma celebração penitencial com o atendimento
individual das confissões.

35. O Arcebispo pode delegar para ministrar a crisma os bispos auxiliares, eméritos
residentes na Arquidiocese, o vigário geral, os vigários episcopais, os vigários forâneos
ou outro presbítero, conforme a necessidade pastoral o indicar.

36. Os sacerdotes concelebrantes devem fazer, com o presidente da celebração, a imposição


das mãos sobre os candidatos, no momento previsto, sem, contudo, proferir a respectiva
oração.

37. É preciso zelar para que a celebração da crisma seja realizada segundo o ritual previsto
pela Igreja, com simplicidade, sem acréscimos (comentários, mensagens, gestos...) que
desfigurem o sacramento ou tornem longa demais a celebração, transformando-a em um
mero evento social. Os gestos a serem devidamente enfatizados são os que compõem o
Rito da Confirmação. Toda paróquia, área pastoral ou capelania tenha o Ritual da
Confirmação entre os seus livros litúrgicos.

38. As vestes dos crismandos sejam simples, evitando-se tudo o que possa desfigurar a
natureza da celebração sacramental.

39. O pároco ou o padre responsável pela catequese crismal deve acompanhar a preparação
da liturgia e, depois de aprová-la, apresentar ao ministro que vai presidir a celebração da
crisma.

40. O número de crismandos para a celebração não deve ser excessivo. Por isso,
recomenda-se que seja, ordinariamente, de até cem crismandos por celebração.

41. Os fotógrafos e cinegrafistas sejam previamente orientados, com respeito e firmeza,


para que colaborem com a celebração, sem provocar a dispersão da atenção dos
crismandos e da assembleia. O bom senso deverá definir os momentos em que tais
fotografias poderão ser feitas. Os catequistas deverão colaborar na organização de
eventuais fotos dos crismados com o celebrante, após a celebração, quando for
conveniente realizá-las.

DOS PADRINHOS E/OU DAS MADRINHAS

42. Enquanto possível, assista ao crismando um padrinho, a quem cabe cuidar que o
crismado se comporte como verdadeira testemunha de Cristo e cumpra com fidelidade
as obrigações inerentes a esse sacramento (cân. 892)14.

14
A figura do padrinho, como o termo mesmo indica, não é obrigatória. Contudo, deve ser
valorizada no intuito de haver acompanhamento do crismando, seja na etapa de preparação
que no pós crisma.
17

43. É conveniente que se assuma como padrinho ou madrinha a mesma pessoa que assumiu
esse encargo no batismo (cân. 893).
44. Para que alguém desempenhe o encargo de padrinho ou madrinha, é necessário que
preencha as condições exigidas pela Igreja para este encargo (cân, 874): 1º) Seja
designado pelo próprio crismando, por seus pais ou por quem lhes faz as vezes, ou, na
falta deles, pelo próprio pároco ou ministro, e tenha aptidão e intenção de cumprir esse
encargo; 2º) Tenha completado dezesseis anos de idade; 3º) Seja católico, crismado, já
tenha recebido o sacramento da Eucaristia e leve uma vida de acordo com a fé e o
encargo que vai assumir; 4º) Não tenha sido atingido por nenhuma pena canônica; 5º)
Não seja pai ou mãe do crismando.
45. O crismando seja orientado a respeito da escolha dos padrinhos, no momento da
inscrição ou no início da preparação, devendo indicá-lo tão logo possível.

46. Em preparação à celebração, recomenda-se um encontro com os pais e padrinhos a fim


de informá-los sobre o rito e instruí-los sobre a sua preparação prévia, inclusive no que
diz respeito à sua confissão sacramental. Na celebração, os padrinhos devem apresentar-
se dignamente, com roupas discretas e comportamento adequado, devendo ser
previamente instruídos sobre o significado da crisma e o modo de dela participar.

QUESTÕES DIVERSAS

Contribuição

47. Ressalvando-se o direito dos pobres à gratuidade, os crismandos devem oferecer uma
contribuição segundo o quanto estabelecido na Arquidiocese de Brasília, cujo
significado não deve ser confundido com taxa ou pagamento pelo sacramento. A
contribuição deverá ser ordinariamente entregue à Cúria, pelo pároco, por ocasião do
preenchimento do relatório mensal.

48. Ocorrendo a justa necessidade de solicitar aos crismandos alguma outra contribuição
para eventuais despesas com a preparação ou a celebração da crisma, é necessário
distinguir claramente o que se refere à contribuição a ser entregue para a Arquidiocese,
instruindo os crismandos a respeito. Em quaisquer casos, jamais se deve onerar os
crismandos, seus padrinhos ou familiares, criando despesas desnecessárias ou de grande
valor.

Pós-Crisma

49. Deve haver em cada paróquia livro de registros de crismas, em duplo volume, nos quais,
celebrada a crisma, sejam feitas, com presteza e com toda diligência, as devidas
anotações nos livros paroquiais destinados a esse fim. O registro deverá ser feito na
paróquia pela secretaria, em sintonia com a equipe de catequese da crisma. O segundo
volume do livro de registros de crismas, ao seu término, deve ser entregue à Chancelaria
da Arquidiocese para arquivamento.
18

50. A paróquia deverá fornecer aos crismados uma lembrança comprovando a recepção do
sacramento da crisma.

51. Após a celebração da crisma, é fundamental que os crismados sejam acolhidos,


acompanhados e orientados por meio de encontros periódicos que os ajudem na
vivência cristã e que lhes possibilite engajarem-se na comunidade eclesial, participando
das diversas pastorais e movimentos, especialmente grupos de jovens, colocando assim,
à disposição os seus dons, talentos e carismas, a fim de oferecerem testemunho cristão
na sociedade.
19

III - SACRAMENTO DA EUCARISTIA

FUNDAMENTAÇÃO TEOLÓGICO-CANÔNICA

A Eucaristia é “fonte e ápice de toda a vida cristã”. Os demais sacramentos,


assim como todos os ministérios eclesiásticos e tarefas apostólicas, se ligam à sagrada
Eucaristia e a ela se ordenam. Pois a santíssima Eucaristia contém todo o bem espiritual
da Igreja, a saber, o próprio Cristo, nossa Páscoa15. Pela participação eucarística, já nos
unimos à liturgia do céu e antecipamos a vida eterna, quando Deus será tudo em todos16.
A Eucaristia é o maior sacramento da Igreja. Nela, “se contém, se oferece e se
recebe o próprio Cristo Senhor e nela, continuamente, vive e cresce a Igreja. O
Sacrifício Eucarístico, memorial da morte e ressurreição do Senhor, em que se perpetua
pelos séculos o sacrifício da cruz”17.
A Eucaristia impele a participar da missão de Cristo: anunciar a boa nova da
salvação, denunciar o pecado, estar à serviço do Reino.

I. EQUIPES DE LITURGIA, DE PASTORAL LITÚRGICA E DE CELEBRAÇÃO

a) Preparação da Celebração Eucarística

1.
As paróquias, áreas Pastorais e capelanias devem ter a equipe de liturgia,
responsável por toda a vida litúrgica da paróquia e as equipes de celebração,
constituídas por comentaristas, animadores ou cerimoniários, ministros extraordinários
da Eucaristia, leitores, salmistas, acólitos, coroinhas, músicos, cantores e membros da
equipe de acolhida, responsáveis pelas celebrações litúrgicas individualmente
consideradas, para promover a participação ativa e consciente dos fiéis nas celebrações
litúrgicas, segundo as diretrizes e normas da Igreja.
2.
Nas celebrações litúrgicas, o ministro ordenado ou fiel leigo, exercendo suas
funções, faça tudo e somente aquilo que lhe compete, segundo as disposições da Igreja.
Os que servem o altar, leitores, animadores e componentes do grupo coral exercem
também um verdadeiro ministério litúrgico. Desempenhem, portanto, sua função com
piedade sincera e ordem, imbuídos de espírito litúrgico e preparados para executar as
suas partes, perfeita e ordenadamente18.
3.
As equipes de celebração deverão preparar bem a liturgia, com a devida
antecedência, evitando improvisação ou acertos de última hora. Esta equipe deverá
definir com o ministro ordenado (sacerdote), ou a ele apresentar previamente, os cantos
das partes comuns (ato penitencial, hino de louvor, santo, aclamações, cordeiro), bem
como informá-lo a respeito das iniciativas propostas para a liturgia e de eventuais
15
Cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 1324.
16
1Cor 15,28.
17
Cf. Cân. 897.
18
S.C. no. 28-29.
20

motivações especiais (7º dia de falecimento, aniversários, comemorações,


acontecimentos, eventos).
4.
A instalação e testes da aparelhagem de som e a afinação de instrumentos
deverão preceder a assembleia que começa a reunir-se para a celebração, com o devido
tempo, deixando-se aos fiéis um tempo razoável de silêncio para a sua preparação
imediata à celebração. Permite-se o uso de data-show nas celebrações, conservada a
devida discrição.
5.
As “intenções” para as missas, sejam em número razoável; ordinariamente,
marcadas na secretaria paroquial, e excepcionalmente no momento que precede à
mesma celebração, devendo as intenções solicitadas ser anunciadas antes do início da
celebração eucarística. Quanto ao estipêndio para a celebração de Santas Missas em
igrejas paroquiais (matriz ou capelas) ou oratórios no âmbito da Arquidiocese de
Brasília, necessariamente se deverá observar o estipulado na Tabela de Emolumentos
em vigor.
6.
É indispensável que cada equipe de celebração promova reuniões periódicas
para a adequada preparação da liturgia e que os membros da equipe possam chegar à
Igreja com a devida antecedência.

b) Liturgia da Palavra

7.
Devem-se seguir as leituras e o salmo propostos pela Igreja para cada dia ou
celebração litúrgica, conforme o Diretório Litúrgico, principalmente nos domingos,
festas e solenidades de preceito. Nas celebrações dedicadas especialmente às crianças,
pode-se fazer apenas uma leitura além do Evangelho. Nestes casos, recomenda-se a
leitura do texto do Antigo Testamento, por se encontrar mais estreitamente ligado ao
texto do Evangelho.
8.
As leituras e o salmo responsorial sejam sempre proclamados no ambão, mesa
reservada exclusivamente à proclamação da Palavra de Deus, que deverá estar
devidamente ornamentada e situada em local de destaque, ressaltando a dignidade da
Palavra de Deus. O comentarista deverá utilizar uma estante própria, distinta do ambão.
As preces da comunidade poderão também ser proferidas no ambão. As leituras e o
salmo responsorial sejam feitos diretamente do Lecionário, evitando-se tomá-las do
folheto litúrgico.
9.
Os leitores devem ser pessoas devidamente preparadas para esta função, que
ocupa lugar de destaque na liturgia. A fim de evitar improvisação, os leitores deverão
ser previamente orientados e preparar antecipadamente as respectivas leituras.
10.
Orientem-se os leitores, animadores e encarregados das preces, a respeito do uso
adequado dos microfones e do modo de proclamação da Palavra de Deus.
21

11.
Os leitores e o salmista, no exercício das respectivas funções, deverão participar
da celebração eucarística em local próximo da mesa da Palavra, de acordo com a índole
do ministério que desempenham, de modo a não dispersar a atenção da assembleia, no
exercício de suas respectivas funções.
12.
Os leitores e o salmista deverão estar devidamente trajados para tanto, de modo
condizente com a dignidade do ministério que exercem, evitando-se roupas curtas ou
decotadas, ou ainda aquelas, que possam denotar sensualidade. Permite-se o uso de uma
veste própria (bata ou capa) para se proferir as leituras bíblicas e as orações dos fiéis,
desde que respeitadas as circunstâncias dos tempos e lugares.
13.
Os comentários litúrgicos não devem ser longos nem excessivos; seu sentido
deve ser o de oferecer elementos que ajudem a compreensão de cada parte da
celebração. Igualmente, no que diz respeito à lista das intenções encomendadas para a
Santa Missa, sejam proferidas antes do comentário inicial, sem a necessidade de repeti-
las no momento da prece eucarística.
14.
Nas celebrações dominicais do mês de setembro, ao início da missa (após a
oração da coleta) recomenda-se vivamente que se faça a entrada solene do livro das
sagradas escrituras, a ser posto em local de destaque no presbitério.
15.
O salmo seja preferencialmente cantado, e deve ser aquele proposto pela Igreja
para a ocasião; não seja substituído por outro canto litúrgico ou de animação.
16.
A aclamação ao Evangelho proposta pelo Lecionário pode ser substituída por um
canto apropriado à índole do momento, isto é, deve ser claramente um canto de
aclamação.
17.
As homilias sejam convenientemente preparadas pelos ministros ordenados,
tomando como base os textos bíblicos propostos pelo Lecionário, levando-se igualmente
em conta as circunstâncias dos tempos e dos lugares.
18.
As preces dos fiéis não sejam limitadas àquelas propostas pelos folhetos
litúrgicos; sejam incluídas as necessidades locais, eventos da comunidade, não
ultrapassando o quantitativo de 7 (sete) preces. Respeite-se sempre o caráter universal
das preces, apresentando-se as intenções fundamentais propostas pela Igreja na IGMR.

c) Liturgia Eucarística

19.
As cadeiras do presidente da celebração e dos concelebrantes não deverão ser
colocadas em frente do altar, a fim de respeitar a sua dignidade e não encobri-lo, mas
em lugar mais adequado para a presidência da assembleia litúrgica.
22

20.
Não se devem colocar sobre a mesa do altar folhas, livros supérfluos ou outros
objetos. O local apropriado para os objetos a serem utilizados na celebração é a
credência.
21.
O recolhimento das ofertas não deve estender-se além da apresentação das
oferendas.
22.
Quanto ao denominado “abraço da paz”, sigam-se as normas emanadas pelo
competente dicastério da Sé Apostólica,
23.
A comunhão deve vir ordinariamente do altar e não do sacrário. Por isso, deve-
se providenciar o número de âmbulas suficientes para que todos comunguem, com
hóstias consagradas na mesma Santa Missa em que participam.
24.
A comunhão aos fiéis sempre será dada pelos ministros ordenados, e quando as
circunstâncias o exigirem, também pelos ministros extraordinários, na forma
estabelecida pelas normas litúrgicas e nunca servida pelos próprios fiéis diretamente.
Respeite-se o modo legítimo de recepção da sagrada comunhão, na mão ou na boca,
ajoelhados ou de pé, segundo as disposições dos fiéis e orientações da Igreja.
25.
Para a comunhão sob duas espécies, observar o que se dispõe na Introdução ao
Missal Romano ou no Diretório Litúrgico da CNBB19. Quando for realizada, orientem-
se os fiéis sobre o sentido e o modo respeitoso de recebê-la.
26.
Sejam proferidas unicamente as Orações Eucarísticas constantes no Missal
Romano. Pela sua dimensão essencialmente eclesial, elas não podem ser modificadas.

d) Cânticos na Celebração

27.
Os cânticos constituem parte integrante da celebração litúrgica, por isso devem
integrar-se harmonicamente nas celebrações, respeitando-se as características da
assembleia: a índole do tempo litúrgico, do momento ou parte da celebração e dos
textos bíblicos propostos.
28.
A equipe de celebração deve ajudar toda a assembleia a cantar. Em caso de
haver coral ou grupo de canto litúrgico, recorde-se que a sua função ordinariamente é a
de incentivar, animar e sustentar o canto da assembleia, não substituí-lo, nem encobri-
lo.
29.
Os instrumentos musicais devem proporcionar a participação de todos (a equipe
de celebração e do povo) e não encobrir ou atrapalhar o canto da assembleia. Observem-
se as normas litúrgicas a respeito do uso de instrumentos musicais nos vários tempos

19
Diretório Litúrgico 2014 pág. 28.
23

litúrgicos, especialmente na quaresma e no advento. Em ambientes pequenos,


recomenda-se a não utilização de baterias e guitarras elétricas.
30.
Quando se utiliza folheto litúrgico, a escolha dos cantos deve levar em conta o
que aí se propõe. Contudo, o critério principal não será o folheto em si mesmo, mas a
índole dos cantos propostos e da assembleia com a qual se celebra. Cantos que
apresentem maior grau de dificuldade ou não favoreçam a participação do povo devem
ser substituídos por outros, respeitadas as características do tempo litúrgico.
31.
É importante valorizar com o canto os seguintes momentos da celebração: sinal
da cruz, ato penitencial, hino de louvor, creio, refrão da oração dos fiéis, santo,
aclamações da oração eucarística, aclamação após a consagração, o amém antes do Pai
nosso (doxologia), a oração do Pai nosso, o cordeiro de Deus, o canto da comunhão e o
final. Deve-se, no entanto, cuidar para não sobrecarregar a celebração, prolongando-a
indevidamente com excesso de cantos.
32.
Assim como para o salmo responsorial, o ato penitencial, o hino de louvor, o
santo, o creio, o Pai nosso e o cordeiro não podem ser substituídos por outros cantos
religiosos ou por adaptações que não traduzam seu conteúdo essencial.
33.
O canto de acolhida acompanha a procissão do presidente da celebração e seus
auxiliares, introduzindo a comunidade no espírito da celebração; não deve ser
prolongado e termina quando o presidente chega ao altar ou quando houver incensação,
ao término desta.
34.
Durante a consagração, não se deve colocar fundo musical. Após a consagração,
pode-se cantar a aclamação ao mistério eucarístico prevista no missal.
35.
Cantos após a comunhão não são parte obrigatória da celebração; quando
propostos, devem respeitar o momento litúrgico, constituindo expressão clara de oração
e louvor. Não devem ter a função de preencher o tempo. Não se deve utilizar o
momento pós-comunhão para reflexão ou avisos, encenações e apresentações que
distraiam da oração e do silêncio.
36.
Os avisos ou comunicações a serem feitas à assembleia deverão ser dados de
modo breve e claro antes da bênção final, pelo celebrante ou alguém por ele designado.
37.
Os cânticos litúrgicos deverão acompanhar o tempo próprio do ano litúrgico e os
ritos litúrgicos em que são usados. Preferencialmente, recorra-se aos Hinários Litúrgicos
aprovados pela CNBB evitando-se, sobretudo, aqueles oriundos de outras tradições
religiosas.
38.
A importância dos cantos não exclui a necessidade de momentos de silêncio
prescritos na Liturgia. O silencio litúrgico é parte integrante da celebração.
24

39.
As equipes deverão ensaiar os cantos em reuniões estabelecidas e, se
conveniente, ensaiar com o povo antes das celebrações, evitando prolongar-se, para não
causar atraso na celebração.

e) Participação da Equipe Litúrgica nas Celebrações

40.
A equipe de celebração deve se sentir parte integrante da assembleia litúrgica,
procurando dar testemunho de participação atenta, de verdadeira piedade, nas orações,
cantos, escuta da Palavra, na atenção à homilia e na comunhão. É necessário celebrar
com o povo e não para o povo. Seu ministério é um modo de se celebrar e não mero
cumprimento de funções enquanto outros celebram.
41.
O lugar da equipe de celebração deve favorecer a participação e a integração de
seus membros na assembleia litúrgica.
42.
As ações da equipe de celebração sejam testemunho e estímulo para a
assembleia, evitando-se tudo o que possa atrapalhar e causar distração, como, por
exemplo, conversas, movimentação excessiva, afinação de instrumentos e idas à
sacristia; quanto aos acólitos e cerimoniarios, sob a autoridade e em obediência ao
presidente da celebração, conservem a devida discrição no desempenho das suas
funções.
43.
A equipe litúrgica deve favorecer a harmonia da celebração e a pontualidade no
início da celebração.
44.
É importante que a assembleia litúrgica sinta-se bem acolhida pela equipe de
celebração. A equipe poderá exprimir o acolhimento fraterno recebendo as pessoas às
portas da Igreja ou no comentário inicial.
45.
A participação dos membros da equipe de celebração na comunhão eucarística
seja organizada de tal forma que nenhum participante seja impedido de comungar por
estar desempenhando alguma função.

III. A PRIMEIRA EUCARISTIA

a) A Preparação para a Primeira Eucaristia

46.
A necessidade da preparação dos que vão participar da eucaristia brota da
grandeza mesma do mistério da fé celebrada.
25

47.
A preparação da primeira Eucaristia tem como finalidade o aprendizado do
essencial da doutrina católica sobre o credo, os sacramentos, os mandamentos e a
oração; a formação para a vivência cristã no culto e no agir cristão no mundo, além da
preparação específica e próxima para a recepção dos sacramentos da penitência e da
eucaristia. A preparação deve ser também uma oportunidade para os catequizandos
conhecerem: Jesus Cristo e sua missão, a Palavra de Deus, a Igreja e as fórmulas da fé.
48.
A preparação para a primeira eucaristia de crianças, quanto ao tempo de duração
e a idade dos catequizandos, deve seguir as orientações contidas no Diretório
Arquidiocesano para a Catequese.
49.
Esta preparação seja confiada a catequistas, com a devida capacitação doutrinal
e comprovado testemunho de fé e vida cristã, sob a supervisão do pároco, administrador
paroquial ou vigário paroquial.
50.
Esta preparação seja feita nas sedes paroquiais, capelas ou comunidades
eclesiais. Quando em escolas, somente após entendimento da diretoria da escola com o
respectivo pároco e sua equipe catequética paroquial, observando-se sempre o
cronograma de temas propostos pela Arquidiocese de Brasília e a exigência de
participação dos catequizandos nas missas celebradas nas comunidades paroquiais.
Quanto às normas para as inscrições de catequizandos, observe-se quanto estabelecido
no Diretório Arquidiocesano de Catequese.
51.
Ao longo da preparação, as crianças e adolescentes devem ter momentos de
oração e retiro, sejam orientados para a participação mais constante nas celebrações da
missa dominical, sejam também formados para a leitura da Palavra de Deus e para a
oração diária, para o sentido missionário da fé, sua pertença à Igreja e participação em
sua missão.
52.
Sejam também eles incentivados a reconhecer que Deus chama o cristão para
diversas vocações e ministérios na Igreja, entre elas, a vida sacerdotal e religiosa
consagrada, a vida da família cristã, dispondo-os assim a servir ao Senhor segundo esses
carismas.
53.
Se entre os que fazem sua preparação para a primeira eucaristia houver crianças
e jovens que não são batizados, a preparação para o batismo deve ser feita ao mesmo
tempo em que é realizada a preparação para a primeira eucaristia. O batismo delas seja
realizado segundo as orientações contidas no presente Diretório.
54.
Em data próxima à da primeira eucaristia, realize-se a primeira confissão,
sempre feita individualmente, inserida numa celebração penitencial ou ao menos
precedida por uma adequada preparação e acolhida.

b) Preparação dos Pais


26

55.
Cada comunidade, ao preparar crianças e adolescentes para a primeira
Eucaristia, reserve um tempo para a preparação dos pais dos neo-comungantes. Nesses
encontros, sejam retomados os temas centrais da fé cristã, com o objetivo de
revigoramento do seu testemunho de fé, por meio da participação na vida sacramental e
apostólica da Igreja.
56.
Sejam criadas oportunidades para os pais e outros familiares dos catequisandos
se aproximarem dos sacramentos da penitência e da Eucaristia, dispondo-se assim, à
plena participação com seus filhos.

c) A celebração da primeira Eucaristia


57.
As celebrações da primeira eucaristia revistam-se de aspecto litúrgico festivo,
com verdadeiro sentido comunitário. Sejam realizadas, preferencialmente, aos
domingos ou dias festivos, em horário adequado à plena participação da comunidade.
58.
Não se façam celebrações de primeira eucaristia em dias de festa do padroeiro,
dia de encerramento de missões populares, aniversário de bodas ou outros eventos, para
não deixar de dar o necessário destaque à primeira eucaristia.
59.
As celebrações sejam realizadas nas paróquias, capelas ou lugares de culto das
comunidades eclesiais, de comum acordo com os párocos e demais responsáveis. Para
os colégios nos quais é oferecida a catequese, aconselha-se vivamente que se dialogue
com o respectivo pároco a fim de que a celebração possa ocorrer na igreja paroquial.
60.
O pároco, de preferência, deverá presidir a celebração da primeira eucaristia, ou
em seu lugar, um sacerdote por ele designado.
61.
Os catequizandos, seus pais e catequistas tenham especial participação na
liturgia da primeira eucaristia.
62.
Empenhem-se os párocos ou responsáveis, para que o número dos neo-
comungantes não seja excessivo em cada celebração.
63.
Sejam as celebrações da primeira eucaristia revestidas de simplicidade, mas bem
preparadas e participadas. As vestes dos neo-comungantes sejam simples e de bom
gosto, evitando-se o luxo e despesas desnecessárias. Os templos sejam ornamentados
com simplicidade, sem excessos.
64.
Ao término da celebração permite-se a entrega de lembrança do evento,
devidamente assinada pelo celebrante, aos neo-comungantes, Onde as circunstâncias o
aconselharem, sejam inscritos em livro próprio, a ser conservado na secretaria
paroquial, os dados dos neo-comungantes.
27

65.
Os cantos sejam entoados pelos neo-comungantes com a participação da
assembleia.
66.
Os fotógrafos e cinegrafistas sejam devidamente instruídos a colaborar com a
celebração, evitando a dispersão da assembleia. O bom senso dos responsáveis deverá
definir os momentos em que as fotografias e filmagens deverão ser feitas.

d) Após a primeira Eucaristia

67.
Seja dado um acompanhamento pastoral aos iniciados na vida eucarística. A
comunidade paroquial é co-responsável pelo seu acompanhamento e amadurecimento
na fé.
68.
Este acompanhamento poderá realizar-se, dentre outras atividades pastorais: 1)
pela celebração de eucaristias com crianças; 2) formação de grupos de evangelização
com adolescentes e pré-adolescentes; 3) aproveitamento de algumas crianças para o
exercício de funções litúrgicas, como acólitos; 4) ou de outras funções pastorais, como a
infância missionária, juventude missionária; 5) encontros específicos para crianças, com
manhãs ou tardes de formação; 6) encaminhamento para o catecumenato crismal,
quando chegar o momento apropriado; 7) celebrações penitenciais para crianças e
adolescentes.

III. O CULTO À SANTÍSSIMA EUCARISTIA

a) Adoração Eucarística.

69.
Cuide-se para que os sacrários para a entronização do Santíssimo Sacramento
sejam feitos de material resistente, com suficiente garantia de inviolabilidade e fixos.
Haja um cuidado especial com a chave do sacrário.
70.
Multipliquem-se momentos especiais de adoração e de louvor à Santíssima
Eucaristia, realizando horas santas com bênçãos do Santíssimo Sacramento, em
momentos determinados e devidamente preparados.
71.
Os pastores da Igreja incentivem os fiéis a expressarem a fé na presença real de
Cristo na Eucaristia, dando sentido aos gestos de genuflexão ao Santíssimo Sacramento
ao entrar e sair da igreja ou capela do Santíssimo e da adoração silenciosa às sagradas
espécies conservadas nos sacrários.
72.
Mantenha-se sempre acesa a lâmpada do Santíssimo Sacramento, como
indicativa da presença real de Cristo que se faz eucaristia.
28

73.
Cuide-se que o templo e, de modo especial, a capela do Santíssimo Sacramento
sejam respeitados como lugar sagrado, propiciando clima de silêncio e oração.
74.
Incentive-se cada vez mais a adoração perpétua no Santuário Arquidiocesano,
obedecendo-se a escala de horários previstos para as respectivas paróquias,
movimentos, pastorais e serviços.

b) A Exposição da Santíssima Eucaristia (Conforme o “Rito de Exposição e Bênção


Eucarística”, do Ritual "A Sagrada Comunhão e o Culto do Mistério Eucarístico
fora da Missa")

75.
"Deve-se cuidar que nas exposições transpareça claramente a relação do culto ao
Santíssimo Sacramento com a missa. Evite-se na exposição todo aparato que de
qualquer modo possa contrariar o desejo de Cristo ao instituir a santíssima eucaristia,
sobretudo, para nos servir de alimento, remédio e conforto" (Ritual n. 82).
76.
"Durante a exposição do Santíssimo Sacramento proíbe-se a celebração da missa
no mesmo recinto da igreja ou oratório. (...) Se a exposição se estender por um ou mais
dias, deverá ser suspensa durante a celebração da missa" (Ritual n.83).
77.
"O ministro ordinário da exposição do Santíssimo Sacramento é o sacerdote ou o
diácono que, no fim da adoração, antes de repor o Sacramento, abençoa com ele o povo.
Na ausência do sacerdote e do diácono, ou estando legitimamente impedidos, poderão
expor publicamente a Santíssima eucaristia para a adoração dos fiéis e depois repô-la o
acólito instituído e outro ministro extraordinário da sagrada comunhão. A estes não é
permitido, no entanto, dar a bênção com o Santíssimo Sacramento" (Ritual n. 91).
78.
Para a exposição do Santíssimo Sacramento, sua adoração e bênção, sejam
sempre seguidas as normas e rituais próprios, conforme o "Ritual para o culto
eucarístico fora da missa".

c) Procissões Eucarísticas

79.
"O povo cristão dá um testemunho público de fé e piedade para com o
Santíssimo Sacramento nas procissões em que a Eucaristia é levada pelas ruas em rito
solene com cantos, especialmente na Solenidade do Corpo e Sangue do Senhor –
Corpus Christi. Contudo, cabe ao Arcebispo Metropolitano julgar sobre a oportunidade
de tais procissões nos tempos atuais e também sobre o lugar e a organização para que
sejam realizadas com dignidade e sem prejuízo da reverência devida ao Santíssimo
Sacramento" (Cf. Ritual n. 101 - 102).
29

80.
"Convém que a procissão com o Santíssimo Sacramento se realize após a missa
na qual se consagrará a hóstia a ser levada na procissão. Nada impede que a procissão
seja feita também após uma adoração pública e prolongada, mas sempre depois da missa
e não antes dela" (Cf. Ritual n. 103). Nesse caso, a procissão e benção substituem os
ritos finais da Santa Missa.
81.
Não se permite a realização de procissões externas ou no interior do templo com
o Santíssimo Sacramento, afora aquela por ocasião da celebração litúrgica de Corpus
Christi.
82.

d) Normas específicas
a) quanto à adoração ao Santíssimo Sacramento, observe-se o previsto no ritual de culto
à sagrada eucaristia fora da missa, tal qual aprovado pela Sé Apostólica;

b) quanto aos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão Eucarística (MESCE),


observe-se o prescrito nas “Normas e orientações para o ministério extraordinário da
sagrada comunhão eucarística”, em vigor na Arquidiocese de Brasília.

c) quanto aos encontros (por exemplo, de jovens, de casais ou outros grupos eclesiais)
que solicitem capela com o Santíssimo para as equipes de vigília, o zelo pela Sagrada
Eucaristia fica confiado ao pároco ou ao diretor espiritual do movimento.
d) quanto às celebrações da Palavra na ausência de presbíteros, deve-se observar a
legislação eclesial em vigor.
30

IV - SACRAMENTO DA PENITÊNCIA

I. Fundamentação teológica

1. “Cristo instituiu o sacramento da penitência para todos os membros pecadores de


sua Igreja, antes de tudo para aqueles que, depois do batismo, cometeram pecado grave
e com isso perderam a graça batismal e feriram a comunhão eclesial. É a eles que o
sacramento da penitência oferece uma nova possibilidade de converter-se e de recobrar
a graça da justificação” (CIC, 1446). Deste modo, “Aqueles que se aproximam do
sacramento da penitência obtêm da misericórdia divina o perdão da ofensa feita a Deus
e ao mesmo tempo são reconciliados com a Igreja que feriram pecando, e a qual
colabora para sua conversão com caridade, exemplo e orações” (LG 11).

2. O conferimento da graça específica deste sacramento aos fiéis que devidamente


preparados o solicitam, não é um privilégio ou exercício arbitrário de poder, mas
expressão da responsabilidade pastoral assumida pelos ministros sagrados na recepção
da ordem do presbiterado; portanto, é direito dos fiéis encontrar nos sacerdotes
ministros disponíveis para a celebração deste sacramento, observando-se o contido na
vigente disciplina eclesial.

3. As condições para uma confissão proveitosa são: a) O exame de consciência,


considerando o amor de Deus por nós e as nossas infidelidades; b) A contrição ou
arrependimento, indispensável para uma verdadeira conversão; c) A confissão sincera e
confiante dos pecados, como o filho pródigo apresentado pelo Evangelho (cf. Lc. 15,11-
31); d) A satisfação, que é o cumprimento da penitência dada pelo sacerdote,
acompanhada do propósito ou compromisso de mudança de vida, com a graça de Deus;
e) O acolhimento da absolvição, como gesto sacramental, recebida por meio do
sacerdote.

4. A confissão, realizada conforme as condições requeridas pela Igreja, traz muitos


frutos: a) educa a consciência cristã, dá forças para lutar contra as más inclinações; b)
faz experimentar o poder de Jesus Cristo de libertar e curar as feridas do coração; c)
dispõe o penitente ao exercício do perdão e da prática da misericórdia; d) traz a
verdadeira paz que vem de Deus; e) garante o progresso espiritual no seguimento de
Jesus Cristo.

II. A celebração da penitência.

5. O rito da penitência permite três formas diversas de celebração: a reconciliação


individual dos penitentes, a reconciliação de vários penitentes com confissão e
absolvição individuais e a reconciliação de vários penitentes com confissão e absolvição
geral. Esclarece-se, por oportuno, que o ato penitencial da missa não realiza a
reconciliação sacramental.

6. A confissão e absolvição individuais continuam a ser o único modo ordinário e


normal de realização da reconciliação para os que se encontram em estado de pecado
31

mortal (cf. CDC, cân. 960; Reconciliação e Penitência, nº 17 e Catecismo da Igreja


Católica, nº 1484.

7. Procurem os presbíteros favorecer que as confissões sejam realizadas sempre


como verdadeiras celebrações do perdão de Deus Pai, mediante a leitura da Palavra de
Deus e o acolhimento misericordioso da pessoa do penitente, observando-se quanto
estabelecido no Ritual da Penitência nº 41-47. Aconselha-se vivamente aos presbíteros a
utilização do vademecum publicado pela Santa Sé para uso dos confessores.

8. A absolvição, enquanto oração, seja proferida em tom audível, em clima de


piedade, acompanhada das mãos estendidas do sacerdote sobre a cabeça do penitente,
seguindo-se a fórmula sacramental prescrita pela Igreja.

9. O celebrante deverá ter o cuidado de demonstrar, mediante suas vestes, que


ordinariamente devem ser a túnica e a estola roxa, e gestos, tratar-se de verdadeiro ato
sacramental. Recomenda-se ao confessor prudência quanto a perguntas, e gestos ou
toques que possam colocar em dúvida a sua própria boa fama, bem como a dignidade do
sacramento.

10. Ao ensinar aos penitentes a obrigação de confessar todos os pecados mortais em


sua espécie ínfima e o número de vezes cometidos (cfr. Conc. Tridentino), os sacerdotes
não deixem de exortar aos fiéis quanto ao benefício de confessar também os pecados
veniais, pois a Igreja não cessa de recordar a singular riqueza do momento sacramental
no que se refere a esse gênero de pecados.

11. O local apropriado para se ouvir confissões seja normalmente o confessionário


tradicional ou outro recinto que possa evidenciar o devido respeito ao sacramento que se
celebra e facilitar o diálogo pastoral e o aspecto celebrativo do sacramento. Que este
local seja discreto, de fácil acesso e que tenha uma clara indicação (cfr. CNBB -
Legislação Complementar ao CDC, quanto ao cân. 964 § 2), evitando-se o uso de salas
fechadas e outros ambientes para a administração do sacramento da penitência.

12. A absolvição geral permanece como meio extraordinário de reconciliação, que


somente poderá ser utilizado por “grave necessidade”, nunca podendo ser programada
como uma maneira ordinária do sacramento da penitência (cfr. CDC 960).

a) Esta necessidade pode apresentar-se quando, por causa do grande número de


penitentes, não haja suficientes confessores para ouvirem as confissões de cada um,
dentro de um espaço de tempo razoável (por cerca de um mês, conforme a Legislação
Complementar da CNBB, cân. 961, 2, nº 6), de tal modo que os penitentes, sem culpa
própria, seriam forçados a ficar muito tempo sem a graça sacramental ou sem a sagrada
comunhão (cân. 961, 2).

b) Conforme a mente do legislador, “não constitui suficiente necessidade a mera


grande afluência de penitentes, não só em ocasiões de uma festa solene ou de uma
peregrinação, nem mesmo por turismo ou outras razões semelhantes devidas à crescente
mobilidade das pessoas” (cfr. MD 4, 2, f). E, no caso específico de nossa Arquidiocese,
elencamos os momentos dos chamados “mutirões de atendimento de confissões” por
ocasião da preparação para o Natal do Senhor (tempo do Advento) e preparação para a
Páscoa da Ressurreição (tempo da Quaresma e Semana Santa).
32

c) Surgindo oportunidade, aquele a quem são perdoados pecados graves


mediante absolvição geral, procure o quanto antes a confissão individual, antes de
receber outra absolvição geral (cân. 963), ocasião em que o confessor poderá
proporcionar uma relação de ajuda pessoal e aconselhamento pastoral. Contudo, o
perdão dado na absolvição geral não pode ser considerado um perdão condicional,
devido ao seu caráter sacramental.

13. Para a correta implementação da legislação complementar ao Código de Direito


Canônico para o Brasil sobre a absolvição geral (aplicação do c. 961), no território da
Arquidiocese de Brasília, se estabelece o que se segue:

a) sejam suprimidas, imediatamente, todas as indevidamente chamadas “confissões


comunitárias” que, porventura, possam estar acontecendo em alguma das nossas
paróquias ou comunidades, tanto daquelas confiadas ao clero secular quanto daquelas
sob a responsabilidade de alguma família religiosa;

b) onde, a juízo dos respectivos párocos, se fizer necessária a celebração do sacramento


da penitência com absolvição coletiva, os casos deverão ser submetidos à análise e
ponderação do Arcebispo Metropolitano que, contudo, desde já, a não ser em situações
de grave necessidade, não permitirá a absolvição coletiva sem a prévia confissão
individual (cfr. MD 5). Neste caso, a necessária autorização do Arcebispo será dada
previamente e por escrito (cfr. MD 5);

c) os párocos e outros responsáveis pelas comunidades não deixem de estabelecer


horários fixos para o atendimento individual dos penitentes, facilitando assim o acesso
dos fiéis à confissão individual.

III. A Pastoral da Reconciliação.

14. Procurem os sacerdotes esclarecer os fiéis quanto ao conteúdo, importância e


frutos deste sacramento em suas pregações e catequeses.
15. Em todas as Igrejas, haja sempre horário prefixado, segundo as condições de
tempo e lugar, de fácil conhecimento dos fiéis, para atendimento daqueles que buscam o
sacramento da reconciliação. Deve ser organizado também o atendimento das
confissões dos enfermos nas casas e hospitais.
16. Os sacerdotes de uma mesma cidade ou vicariato se organizem para que possam
atender as confissões, em equipe, nas ocasiões em que o afluxo dos fiéis a este
sacramento se torna maior, especialmente nos tempos de advento e quaresma. Nessas
ocasiões, o atendimento pessoal deve ser sempre precedido de uma zelosa preparação
comunitária, de caráter celebrativo, conforme propõe o rito da penitência.
17. A confissão com acusação e absolvição individual deverá ser sempre
programada para os fiéis que irão receber a primeira eucaristia e para os que irão
receber o sacramento da crisma. Na celebração da primeira eucaristia e da crisma, os
pais e padrinhos sejam incentivados à reconciliação individual mediante a celebração do
sacramento da penitência.
33

18. Os nubentes sejam motivados a participarem do sacramento da reconciliação


antes da celebração religiosa do matrimônio.
19. Quanto aos divorciados unidos em segundas núpcias, reitera-se a praxe de não
admiti-los à absolvição sacramental. Nestes casos, recomenda-se a prática da direção
espiritual, bem como o auxílio fraterno para a sua acolhida em grupos pastorais
específicos às suas condições, observadas as circunstâncias dos tempos e lugares.
20. Afora a confissão e absolvição individuais, de caráter permanente na vida da
Igreja, aconselha-se a realização de celebrações penitenciais que favoreçam a formação
permanente dos fiéis quanto à realidade do pecado e a graça específica que o ministério
da Igreja, mediante o sacramento da penitência, confere aos penitentes arrependidos.
a) Estas celebrações penitenciais, sem caráter sacramental, podem ser
presididas por ministros leigos, adequadamente preparados;
b) Deve-se cuidar para que os fiéis não confundam estas celebrações com o rito
sacramental da penitência.

21. Ante a grandeza da misericórdia de Deus, insista-se sobre a necessidade


permanente de conversão e de penitência, o que inclui o perdão e a reconciliação na
vida cotidiana, a sobriedade, o jejum, a esmola, a caridade, superando o individualismo,
o hedonismo e o consumismo.

22. A formação de uma equipe de pastoral do sacramento da reconciliação poderá


ajudar muito a formar o povo no verdadeiro espírito da penitência evangélica e na
promoção do perdão e da reconciliação na vida cotidiana, auxiliando principalmente as
ocasiões de preparação comunitária para o atendimento das confissões (Sobre a
promoção da “pastoral da penitência e da reconciliação”, cfr. João Paulo II,
Reconciliação e Penitência, 23ss).

IV. Faculdade de absolver censuras

23. Para dar cumprimento ao cânon 508 § 2, mantendo-se o que prescreve o cânon
566 § 2 e o cânon 976, na Arquidiocese de Brasília, todos os presbíteros provisionados
ou com uso de ordens, gozam de faculdade de ouvir confissões; possuem, igualmente, a
faculdade não delegável de absolver censuras latae sententiae não declaradas, nem
reservadas à Santa Sé.
a) a concessão supracitada se refere à absolvição de censuras para penitentes
primários e não reincidentes; para estes casos, ressalva-se o estabelecido no c.
1355 acerca da reserva da absolvição aos bispos.

Notas Complementares

1. Quem provoca aborto e dele participa moral ou materialmente, seguindo-se o efeito,


incorre em excomunhão latae sententiae (cf. CDC cân. 1398).
34

2. Para que uma pessoa incorra na excomunhão, ela deve estar ciente de que existe esta
censura por parte da Igreja no caso de seu pecado.
3. Por isso e para que realmente atinja seu objetivo de educação da consciência na fé, é
necessário que os fiéis sejam esclarecidos por meio da pregação e do ensino da doutrina
sobre o valor da vida como dom de Deus e da censura canônica de excomunhão que
existe para o delito de aborto seguido de efeito.
4. É necessário esclarecer também os fiéis que, conforme a lei da Igreja (CDC cân. 1331):
"§ 1, ao excomungado proíbe-se: 1o. Ter qualquer participação ministerial na celebração
do sacrifício da Eucaristia ou em quaisquer outras cerimônias de culto; 2o. Celebrar
sacramentos ou sacramentais e receber os sacramentos; 3o. Exercer quaisquer ofícios,
ministérios ou encargos eclesiásticos ou praticar atos de regime".
5. A remissão da censura somente pode ser concedida ao pecador arrependido, que tenha
deixado a prática do pecado, (cf. cân. 1347); e não pode ser negada àquele que possuir
as disposições estabelecidas pelo direito eclesial vigente (cf. cân 1358).
6. "Qualquer sacerdote, mesmo que não tenha faculdade de ouvir confissões, absolve
válida e licitamente qualquer censura e de qualquer pecado qualquer penitente em
perigo de morte, mesmo que esteja presente um sacerdote aprovado" (CDC, cân. 976).
35

V - SACRAMENTO DA UNÇÃO DOS ENFERMOS

I. Fundamentação bíblico-teológica

1.
a) Os Evangelhos atestam amplamente quanto o próprio Senhor se empenhou em
cuidar corporal e espiritualmente dos enfermos, ordenando-nos fazer o mesmo. “A
compaixão de Cristo para com os doentes e suas numerosas curas de todo o tipo são
um sinal evidente de que ‘Deus visitou o seu povo’ (Lc.7,16) e que o Reino de Deus
está bem próximo. Jesus não só tem poder de curar, mas também de perdoar os pecados:
ele veio curar o homem inteiro (...). Sua compaixão para com todos aqueles que sofrem
é tão grande que ele se identifica com eles: ‘Estive doente e me visitastes’ (Mt. 25,36)”
(Catecismo da Igreja Católica, 1503).

b) “Pela sagrada unção dos enfermos e pela oração dos presbíteros, a Igreja
toda entrega os doentes aos cuidados do Senhor sofredor e glorificado, para que os
alivie e salve (cf. Tg 5,14-16). Exorta esses mesmos doentes a que livremente se
associem à paixão e morte de Cristo (cf. Rm 8,17; Col 1,24; 2Tm 2,11-12; 1Pd 4,13) e
contribuam para o bem do Povo de Deus” (Vaticano II, Lumen Gentium, 11).

c) “Este sacramento confere ao enfermo a graça do Espírito Santo, que


contribui para o bem do homem todo, reanimado pela confiança em Deus e fortalecido
contra as tentações do maligno e as aflições da morte, de modo que possa não somente
suportar, mas combater o mal e conseguir, se for conveniente à sua salvação espiritual, a
própria cura. Este sacramento proporciona também, em caso de necessidade, o perdão
dos pecados e a consumação da penitência cristã” (Ritual da unção dos enfermos e sua
assistência pastoral, Introdução, 6).

d) O Concílio Vaticano II, na constituição Sacrosanctum Concilium, propõe o


uso do nome “unção dos enfermos”, substituindo o de “extrema unção”, por
corresponder melhor à natureza deste sacramento (cf. n. 73).

II. A quem se deve conferir a unção dos enfermos

2.
“Na epístola de Tiago se declara que a unção deve ser dada aos doentes, para
que os alivie e salve. Portanto, esta sagrada unção deve ser conferida com todo empenho
e cuidado aos fiéis que adoecem gravemente por enfermidade ou velhice” (Ritual da
unção dos enfermos e sua assistência pastoral, Introdução, 8).
3.
“A unção dos enfermos não é um sacramento só daqueles que se encontram às
portas da morte. Portanto, tempo oportuno para receber a unção dos enfermos é
36

certamente o momento em que o fiel começa a correr perigo de morte” (Catecismo da


Igreja Católica 1514). Não se deve ser administrada antes disso, mas não convém que
seja postergada.
4.
“Se um enfermo que recebeu a unção recobrar a saúde, pode, em caso de recair
em doença grave, receber de novo este sacramento. No decorrer da mesma
enfermidade, este sacramento pode ser reiterado se a doença se agravar. Permite-se
receber a unção dos enfermos antes de uma cirurgia de alto risco. O mesmo vale
também para as pessoas de idade avançada, cuja fragilidade se acentua” (Catecismo da
Igreja Católica, 1515).
1. “Também às crianças (batizadas) a sagrada unção seja conferida, desde
que tenham atingido tal uso da razão (por volta de 7 anos completos) que
possam encontrar conforto no sacramento” (Ritual da unção dos enfermos e
sua assistência pastoral, Introdução, 12).
2. “Na dúvida se o doente já atingiu o uso da razão, se está perigosamente
doente, ou se já está morto, administre-se este sacramento” (Código de Direito
Canônico, c. 1005). Se se constatar que o enfermo já morreu, reze-se por ele,
mas não se lhe administre o sacramento.
3. “A sagrada unção pode ser dada aos doentes privados dos sentidos ou
do uso da razão, desde que se possa crer que provavelmente a pediriam, se
estivessem em pleno uso de suas faculdades” (Ritual da unção dos enfermos e
sua assistência pastoral, 14; Código de Direito Canônico, c. 1006). Nos casos
de enfermidades de cunho psíquicos, o ministro sagrado haja com a devida
cautela, e apenas nos casos em que sua prudência pastoral o aconselhar,
administre a unção dos enfermos.
4. Conforme o enunciado do c. 843 § 1, os ministros sagrados não podem
ministrar os sacramentos àqueles que não os solicitarem oportunamente, que
não estiverem devidamente dispostos e que pelo direito forem proibidos de os
receber. Portanto, “não se administre a unção dos enfermos aos que
perseverarem obstinadamente em pecado grave manifesto” (Código de Direito
Canônico, c. 1007).

III. O ministro da Unção dos Enfermos

5.
“Somente os sacerdotes (bispos e presbíteros) são ministros da unção dos
enfermos. É dever dos pastores instruir os fiéis sobre os benefícios deste sacramento.
Que os fiéis incentivem os doentes a chamar o sacerdote para receber este sacramento.
Que os doentes se preparem para recebê-lo com boas disposições, com a ajuda de seu
pastor e de toda a comunidade eclesial, que é convidada a cercar de modo especial os
doentes com suas orações e atenções fraternas” (Catecismo da Igreja Católica, 1516).
37

IV. A celebração da Unção dos Enfermos

6.
A administração da unção dos enfermos deverá ser realizada de modo a
expressar a dignidade do sacramento, enquanto verdadeira ação litúrgica, em clima de
oração, envolvendo, ao máximo possível, a participação do próprio enfermo e da
comunidade eclesial. A participação ativa e consciente dos familiares do enfermo na
celebração da santa unção deve ser favorecida e estimulada, especialmente quando
realizada na própria casa.
7.
Para bem preparar e organizar a celebração dos sacramentos, o sacerdote deverá
informar-se sobre a situação do enfermo, a ser levada em consideração ao dispor o rito,
na escolha das leituras bíblicas e orações, conforme a diversidade de situações
contempladas pelo ritual da unção dos enfermos.
8.
Pode-se fazer a celebração comunitária da unção dos enfermos, ao mesmo
tempo, para diversos doentes, desde que eles se encontrem devidamente preparados e
estejam dispostos no local da celebração de modo a serem identificados (cfr. Código de
Direito Canônico, c. 1002). Sugere-se que os componentes da pastoral da saúde se
encarreguem de, previamente identificar e preparar aqueles que receberão o sacramento
da unção dos enfermos. Nestas ocasiões sejam rigorosamente observadas as normas
contidas no Ritual da Unção dos Enfermos e sua assistência pastoral, especialmente nos
números 83-85 e 90.
9.
A unção dos enfermos ordinariamente é administrada com o óleo dos enfermos
abençoado pelo Arcebispo na missa do crisma, na quinta feira santa.
1. O óleo dos enfermos deve ser conservado de modo condizente com a sua
dignidade, em local apropriado.
2. “É lícito a todo o sacerdote levar consigo o óleo bento para poder administrar,
em caso de necessidade, o sacramento da unção dos enfermos” (Código de Direito
Canônico, c. 1008 § 3).
3. “Em caso de necessidade, qualquer presbítero (pode benzer o óleo a ser usado
na unção dos enfermos), mas só na própria celebração do sacramento” (Código de
Direito Canônico, c. 999 § 2).
4. Recomenda-se que, por ocasião do recebimento dos santos óleos consagrados
ou abençoados pelo Arcebispo durante a missa do crisma, imediatamente se proceda nas
respectivas paróquias e comunidades, à queima dos óleos do ano anterior conforme à
tradição da Igreja.
10.
É proibido o uso do óleo dos enfermos fora da administração do sacramento da
unção dos enfermos, em outras celebrações ou orações junto aos doentes. Igualmente se
desaconselha em quaisquer situações o uso de outros óleos ou substâncias, que possam
provocar erro ou compreensão inadequada por parte dos fiéis.
11.
“Todas as vezes que for necessária a confissão sacramental do enfermo, o sacerdote, se
possível, deve ouvi-lo em visita anterior à celebração da unção. Se a confissão do
38

enfermo for realizada ao mesmo tempo que a unção, seja feita no princípio do rito”
(Ritual da unção dos enfermos e sua assistência pastoral, 65).

V. O viático aos enfermos

12.
“Aos que estão para deixar esta vida, a Igreja oferece, além da unção dos
enfermos, a eucaristia como viático. Recebida neste momento de passagem para o Pai,
a comunhão do Corpo e Sangue de Cristo tem significado e importância particulares. É
semente de vida eterna e poder de ressurreição, segundo as palavras do Senhor: ‘Quem
come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no
último dia’ (Jo 6,54)”. (Catecismo da Igreja Católica, 1524).
13.
“Tem a obrigação de receber o viático todos os batizados que possam receber a
sagrada comunhão. Portanto, todos os fiéis em perigo de morte, seja qual for a causa,
estão submetidos ao preceito de receber a sagrada comunhão; os pastores devem, pois,
cuidar que a recepção deste sacramento não seja protelada, mas que os fiéis possam ser
nutridos por ele ainda em plena lucidez” (Ritual da unção dos enfermos e sua assistência
pastoral, 27).

VI. A assistência pastoral aos enfermos

14.
Seja implantada em todas as paróquias e áreas pastorais a pastoral da saúde,
organizando-se em equipe a assistência pastoral aos enfermos e outras atividades
específicas, cuidando-se bem da formação dos agentes desta pastoral.
15.
Os presbíteros, os ministros extraordinários da sagrada comunhão e outros
agentes de pastoral esclareçam aos fiéis sobre o sentido do sacramento da unção dos
enfermos. De modo especial, na pastoral da saúde e na catequese, haja empenho para
superar concepções inadequadas (p. ex., superstições ou a ideia de que sujeitos deste
sacramento são apenas os fiéis in articulo mortis) a respeito deste sacramento e propor a
doutrina da Igreja. Portanto, seja combatida a prática equivocada de se deixar
propositadamente a unção para o momento em que o enfermo está inconsciente.
16.
Recomenda-se uma missa especial para os doentes e idosos no tempo
quaresmal ou no tempo pascal, sendo possível, próximo à Páscoa, com a celebração
comunitária da unção dos enfermos. Aconselha-se também a celebração periódica para
esses doentes e idosos, sem a administração da sagrada unção, como no dia mundial do
enfermo, onze de fevereiro.
17.
Os ministros extraordinários da sagrada comunhão e os agentes da pastoral da
saúde informem ao pároco ou vigário paroquial o desejo do doente ser ouvido em
confissão e de receber o sacramento da unção dos enfermos.
39

18.
Os presbíteros procurem visitar os doentes que não podem vir à igreja,
oferecendo-lhes a possibilidade para a confissão, a comunhão eucarística e a unção dos
enfermos, de modo especial nos dias que antecedem o Natal e a Páscoa.
19.
Atenção especial requer a assistência aos enfermos hospitalizados,
particularmente, nas UTIs. É de responsabilidade primeira dos párocos e de seus
colaboradores, bem como sinal de caridade pastoral, o pronto atendimento aos enfermos
da própria paróquia ou área pastoral em que se encontrem hospitalizados.
20.
O trabalho da pastoral da saúde nos hospitais deve ser desenvolvido de forma
organizada, segundo as orientações da Igreja e atento às exigências das instituições
hospitalares, de modo a favorecer o bem integral da pessoa enferma. Para isso, é
necessário agir de acordo com a coordenação da pastoral da saúde e o capelão do
hospital, quando houver.
40

VI - SACRAMENTO DA ORDEM

I. Fundamentação Teológica

01. “A Ordem é o sacramento graças ao qual a missão confiada por Cristo a seus
Apóstolos continua sendo exercida na Igreja até o fim dos tempos; é, portanto, o
sacramento do ministério apostólico. Comporta três graus: o Episcopado, o Presbiterado
e o Diaconado” (Catecismo da Igreja Católica, 1536).
02. A respeito dos bispos, afirma o Concílio Vaticano II que “mediante a imposição
das mãos e as palavras da sagração, é concedida a graça do Espírito Santo e impresso o
caráter sagrado de tal modo que os bispos, de maneira eminente e visível, fazem as
vezes do próprio Cristo, Mestre, Pastor e Pontífice e agem em seu nome” (Lumen
Gentium, 21). “Os bispos, com seus auxiliares presbíteros e diáconos, receberam o
encargo de servir a comunidade, presidindo no lugar de Deus ao rebanho do qual são
pastores, como mestres da doutrina, sacerdotes do culto sagrado, ministros do governo”,
sucedendo aos Apóstolos, como pastores da Igreja (Lumen Gentium, 20).
03. Os presbíteros, “solícitos cooperadores da ordem episcopal”, exercendo seu
ministério unidos aos bispos, “em virtude do sacramento da ordem, segundo a imagem
de Cristo, sumo e eterno sacerdote, são consagrados para pregar o evangelho, apascentar
os fiéis e celebrar o culto divino, de maneira que são verdadeiros sacerdotes do novo
testamento”, no grau próprio do seu ministério (Lumen Gentium, 28).
04. Aos diáconos “são-lhes impostas as mãos, não para o sacerdócio, mas para o
ministério. Porquanto, fortalecidos com a graça sacramental, servem ao povo de Deus
na diaconia da liturgia, da palavra e da caridade, em comunhão com o bispo e seu
presbitério” (Lumen Gentium, 29).

II. A Celebração das Ordenações

05. Sobre o processo de formação e os requisitos para que um candidato seja


admitido à Ordenação Diaconal ou Presbiteral, observem-se as normas do Código de
Direito Canônico e as diretrizes para a formação dos futuros presbíteros, bem como as
diretrizes para a formação dos diáconos permanentes, estabelecidas pela Igreja.
06. A formação dos futuros presbíteros na Arquidiocese de Brasília seja feita
ordinariamente nos Seminários da própria Arquidiocese. Os seminaristas, após a
admissio ad ordines, e devidamente aprovados pela equipe de formação do Seminário,
sejam instituídos no ministério de leitor, durante o segundo ano de teologia, e no
ministério de acólito, durante o terceiro ano de teologia.
07. A ordenação diaconal dos futuros presbíteros na Arquidiocese de Brasília
somente poderá ser realizada no decorrer do quarto ano do curso de teologia, após a
devida aprovação. A ordem dopresbiterado poderá ser concedida após o exercício do
diaconado, segundo o parecer da autoridade diocesana, na Arquidiocese de Brasília, não
inferior a seis meses.
41

08. “A ordenação deve celebrar-se dentro de uma missa, da qual os fiéis possam
participar mais ativamente” (Introdução geral ao Rito para Ordenação, 9). Portanto, as
ordenações devem ser programadas de modo a favorecer a participação do maior
número possível de presbíteros, diáconos, religiosos, seminaristas e de todo o povo de
Deus. Os presbíteros, como forma de manifestar o acolhimento e fraternidade para com
o novo irmão no presbitério, empenhem-se em participar das ordenações.
09. As ordenações diaconais ou presbiterais não devem coincidir com festividades
do calendário litúrgico que dificultem a participação do presbitério arquidiocesano, pela
necessidade de estarem celebrando em suas respectivas comunidades.
10. Ressalvado o que consta na legislação universal em relação ao local para as
celebrações de ordenações, na Arquidiocese de Brasília, as ordenações diaconais serão
realizadas nas paróquias de origem dos candidatos, ou naquelas nas quais estejam
prestando o seu serviço pastoral. As ordenações presbiterais serão realizadas em
conjunto na Igreja-Mãe, a Catedral Metropolitana de Brasília. Para tanto, essas
comunidades deverão preparar-se com grande empenho, fazendo da celebração da
ordenação momento especial de vitalidade da pastoral vocacional.
11. As celebrações das primeiras missas dos novos padres se revistam de grande
solenidade para as comunidades onde elas se realizarem e sejam momentos fortes de
catequese e evangelização sobre a missão do presbítero no seio da Igreja.
12. Para a celebração das ordenações, “conserve-se a estrutura geral do rito e a
índole própria de cada elemento” (Introdução geral ao rito para ordenação, n.11/f). “A
imposição das mãos e a oração consecratória são o elemento essencial de qualquer
ordenação; a mesma oração de benção e invocação determina o significado da
imposição das mãos. Sendo estes ritos o centro da ordenação, aprofundem-se com a
formação catequética e iluminem-se com a mesma celebração. Enquanto se impõem as
mãos, os fiéis rezam em silêncio, mas participam ouvindo a oração consecratória, que
confirmam e concluem com a aclamação final” (n.7).
13. O compromisso de celibato, acompanhado de sua fórmula escrita com as devidas
assinaturas, seja ordinariamente realizado antes da celebração da ordenação diaconal,
segundo prescreve o ritual das ordenações.

III. Pastoral Vocacional

14. Em todas as paróquias e áreas pastorais da Arquidiocese se promovam e


incentivem as vocações para o sacerdócio e a vida religiosa, bem como o cuidadoso
acompanhamento dessas vocações, segundo estabelece a pastoral vocacional da
Arquidiocese. Para tanto, sob a orientação do SAV – Serviço de Animação Vocacional,
sejam formadas equipes de pastoral vocacional nas paróquias e áreas pastorais, a
fim de promover a oração pelas vocações, a reflexão vocacional, o acompanhamento
dos vocacionados e o apoio aos seminários. O cultivo das vocações sacerdotais é de
responsabilidade de todas as comunidades, com suas pastorais e movimentos. Os
presbíteros têm, neste campo, uma responsabilidade e uma função primordial.
42

IV. Pastoral Presbiteral

15. A equipe de pastoral presbiteral da Arquidiocese de Brasília, juntamente com


o conselho arquidiocesano de presbíteros, deve promover a fraternidade presbiteral e a
formação permanente dos presbíteros, dando especial atenção à pessoa e ao ministério
dos presbíteros.

V. Diáconos Permanentes

16. A admissão, a formação e a aprovação de candidatos ao diaconado permanente


na Arquidiocese de Brasília sejam feitas conforme as normas e diretrizes vigentes na
Igreja universal e no Brasil, pela Escola Diaconal São Lourenço, sediada em Brasília,
sob a orientação do Vicariato para o diaconado permanente. Para a aprovação do
candidato à ordenação diaconal, na Arquidiocese de Brasília, requerem-se os pareceres
da equipe de formação da Escola diaconal, do Vigário episcopal para o diaconado
permanente e do Conselho arquidiocesano de presbíteros.
43

VII - SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO

I. PREPARAÇÃO PARA O MATRIMÔNIO

1. Dada a importância do sacramento do matrimônio, ninguém poderá recebê-lo,


sem a devida preparação doutrinal e espiritual. A comunidade paroquial deve
proporcionar a “preparação próxima” para o matrimônio por meio de “encontros de
noivos” ou de iniciativas pastorais semelhantes. Jamais seja empregada a expressão
“curso” para referir-se à preparação para o matrimônio. Seja ordinariamente
denominado “encontro de preparação para a vida matrimonial” (Cân. 1063 § 2). Sugere-
se que esta preparação ocorra ao menos seis meses antes da cerimônia religiosa do
casamento.
2. Na Arquidiocese de Brasília, a preparação para o matrimônio nas paróquias e
áreas pastorais será realizada por meio do Setor pré-matrimonial da pastoral familiar,
contando com a colaboração de movimentos ou serviços que visam o matrimônio e a
família. As pessoas que se dedicam à preparação para o matrimônio sejam devidamente
capacitadas para esse serviço pastoral.
3. Ninguém seja admitido ao matrimônio sem ter recebido a devida preparação
exigida pela Igreja. Os casais que vivem “juntos”, ligados ou não pelo vínculo civil,
uma vez dispostos ao casamento religioso, tenham também preparação própria para a
realização do matrimônio, por meio da pastoral familiar, salvo se o caso exigir outro
encaminhamento a critério do pároco.
4. Seja proporcionada aos noivos a “preparação imediata” para o matrimônio
por meio de conversa pessoal do pároco, vigário paroquial ou administrador, com os
noivos (nunca apenas a secretária (o) paroquial) incentivando-os a preparar-se
espiritualmente para a celebração e a vivência matrimonial. Nesse colóquio, sejam
verificadas as disposições dos noivos para o matrimônio e consideradas as eventuais
proibições e impedimentos canônicos, seguindo-se o “processo de habilitação
matrimonial” estabelecido pela Arquidiocese. Tal momento seja também de acolhida
fraterna aos noivos e estímulo para participarem de modo pleno, ativo e consciente da
vida eclesial.
5. Os nubentes católicos que ainda não receberam o sacramento da crisma ou
confirmação recebam-no antes de serem admitidos à celebração do matrimônio, se isto
for possível sem grave incômodo20. Não podendo ser crismados, sejam estimulados não
só a fazê-lo, na primeira oportunidade, mas ainda a assumir o consequente engajamento
pastoral na comunidade.
6. Para que o matrimônio seja recebido com fruto, recomenda-se,
insistentemente, aos noivos, que se aproximem dos sacramentos da penitência e da
Eucaristia21.
7. É preciso que os pastores de almas também promovam a “preparação
remota” para o matrimônio, por meio da pregação e da educação catequética para
crianças, jovens e adultos, proporcionando-lhes uma visão cristã do matrimônio e da

20
Cf. cân. 1065 § 1 do C.D.C.
21
Cf. cân. 1065 § 2.
44

família, bem como ajudando-os a valorizar a vida em família (Cfr. cân. 1063 § 1). Para
tanto, os mesmos Pastores de almas façam uso da Pastoral Familiar em seus respectivos
Setores.

II. A CELEBRAÇÃO DO MATRIMÔNIO

08. A celebração do matrimônio deve ser bem participada pelos noivos, suas
famílias e convidados. Para isso, seja preparada, de acordo com o ritual próprio
estabelecido pela Igreja, pelo pároco, a equipe de celebração e os noivos, de modo a
realçar o seu significado cristão e favorecer a sua vivência espiritual. A celebração do
matrimônio, assim como dos demais sacramentos, é sempre ação eclesial, a ser vivida
em comunidade (consultar, igualmente, o Diretório de pastoral da CNBB, números 274-
278).
09. Todos os que participam da celebração do matrimônio são testemunhas,
diante da Igreja e da sociedade, do caráter público do compromisso matrimonial. Com
esta participação, a comunidade se compromete a rezar pelo lar que se inicia e a apoiá-
lo: a) no âmbito canônico, a forma estabelecida contempla a exigência de assinatura de
duas testemunhas, com a indicação dos seus respectivos endereços; b) para o âmbito
civil se exige a confecção de uma ata própria, com a assinatura de quatro testemunhas,
com a indicação de seus respectivos endereços.
10. Em linha de princípio, as paróquias não oferecerão serviços de
ornamentação, sendo da total responsabilidade dos nubentes escolherem a empresa que
julgarem apta para tal: a) as secretarias paroquiais fornecerão aos nubentes uma folha
contendo todas as normas para uso do espaço da Igreja, a ser devidamente entregue
pelos próprios nubentes à firma encarregada da decoração; b) Compete aos nubentes
esclarecer junto à firma encarregada pela ornamentação que é obrigatório o
cumprimento das normas contidas na folha que, necessariamente, deverão dar ciência à
empresa; c) A empresa encarregada pela ornamentação deve, necessariamente, entrar
em contato com a secretaria paroquial para os esclarecimentos quanto às regras em
vigência na paróquia, pelo menos 15 dias antes da celebração religiosa do matrimônio,
cabendo a ela a preparação da ornamentação (confecção ou montagem dos arranjos)
dentro da igreja paroquial, bem como o uso de tablados ou de biombos.

11. A ornamentação é sempre uma expressão da alegria da festa que se celebra.


Haja bom gosto e simplicidade na decoração da Igreja, de acordo com o espírito
litúrgico. O espírito cristão da celebração pede sobriedade, sem gastos supérfluos e sem
ostentação.

a) Os arranjos sejam colocados de forma que não impeçam a visão plena do


altar, nem comprometam a beleza da igreja; proíbe-se a colocação de arranjos, enfeites
ou qualquer outro objeto sobre o altar;
b) É terminantemente proibido jogar pétalas de flores ou arroz na parte interna
da Igreja; igualmente o fazer uso das chamadas bolinhas de sabão; colar, afixar, ou
pregar enfeites, adornos ou outros materiais nas paredes, nas mesas, no tapete, ou nos
utensílios da igreja; alterar a disposição dos bancos e amarrá-los com fitas ou arames;
fazer uso de fogos de artifício no interior da Igreja;
45

c) Compete ao pároco estabelecer, segundo a disposição física de cada templo, o


local para o genuflexório, bem como as cadeiras destinadas aos noivos, pais e
padrinhos;
d) O genuflexório, bem como as colunas de vidro ou de madeira a serem
utilizadas para a ornamentação dos corredores ou do presbitério (altar) deverão,
necessariamente, possuir uma proteção em sua base para se evitar danos ao piso da
Igreja (riscos no granito ou mármore);
e) É expressamente proibido colocar arranjos com velas de cera ou similar (de
qualquer tipo), seja nos corredores, seja no presbitério (altar), para permanecerem
acesas durante a celebração, não havendo exceção para nenhum caso;
f) Os arranjos e objetos utilizados pelas empresas responsáveis pela decoração
devem ser retirados imediatamente após a celebração, competindo às mesmas empresas
a limpeza da nave central da igreja paroquial dos remanescentes das flores e outros lixos
produzidos;
g) A igreja não se responsabiliza pela guarda dos arranjos e objetos da
ornamentação;
h) Deverão ser informados, no prazo máximo de 30 dias antes da cerimônia
religiosa do casamento, à secretaria paroquial, os nomes das empresas de cerimonial,
ornamentação, fotografias, sonorização e filmagens, bem como aqueles dos seus
responsáveis, com a indicação dos números de telefones (fixos e celulares), para
eventuais contatos que se fizerem necessários.

12. Os fotógrafos e cinegrafistas, profissionais ou amadores, sejam orientados a


não perturbar o bom andamento da celebração ou desviar a atenção da assembleia,
agindo com discrição e respeito: a) as equipes responsáveis pelas fotografias e
filmagens não poderão executar a montagem dos seus aparatos durante a celebração de
missas paroquiais. Para tanto, deverão se valer do espaço de tempo que antecede
imediatamente à celebração religiosa do casamento; b) a igreja não se responsabiliza
pela guarda dos instrumentos das equipes de fotografias e filmagens; c) as fotos e
filmagens devem ser realizadas discretamente para não atrapalhar a celebração, não
sendo permitido, sob hipótese alguma, o acesso de fotógrafos e filmadores no local
denominado presbitério (altar).

13. As músicas fazem parte da própria liturgia do matrimônio e devem se


adequar a ela. Compete ao pároco e equipe de celebração cuidar para que não sejam
executadas músicas de cunho popular e que levam à dispersão ou evoquem atitudes não
condizentes com a fé cristã e o momento litúrgico: a) somente serão permitidas as
execuções de músicas sacras ou eruditas; b) as músicas a serem executadas não poderão
ter duplo sentido, por mais importantes e interessantes que sejam para os noivos; c) a
igreja não fornece e nem indica músicos, os quais deverão ser contratados pelos
interessados, sem interferência alguma da paróquia; d) os músicos deverão trazer e
instalar todo o material a ser usado, pouco antes da cerimônia, e não será permitido o
ensaio na igreja; e) as caixas de som não poderão ser colocadas no presbitério (altar) e
nem será permitida a fixação de fios com fitas adesivas no piso ou nos bancos.

14. Na celebração de casamentos em igrejas paroquiais (matriz ou capelas) ou


oratórios no âmbito da Arquidiocese de Brasília, necessariamente se deverá observar o
estipulado na Tabela de Emolumentos em vigor. As despesas de outra ordem (p.ex.,
despesas de ordem administrativa – água, luz, limpeza, segurança, etc), deverão ser
objeto de contrato especial a ser negociado entre os nubentes e a paróquia em questão,
46

resguardando-se o direito dos pobres quanto à gratuidade na celebração de sacramentos


e sacramentais. Para afastar qualquer aparência de comércio ou interesse econômico,
não deve ser mantida qualquer forma de convênio ou exclusividade com empresas
prestadoras de serviço em vista dos matrimônios; contudo, tais empresas devem
necessariamente se adequar às normas contidas neste Diretório.

15. Para que as celebrações sejam revestidas de cuidado e dignidade e os


ministros possam assistir aos matrimônios com tranquilidade, seja estimulada a
pontualidade das celebrações.

16. O local próprio para a celebração do matrimônio é a igreja paroquial


(matriz ou capelas) e os oratórios que estão sob a jurisdição do pároco. Ficam
expressamente proibidas, em qualquer caso, as celebrações de matrimônios em
restaurantes, clubes, salões de festas, recantos ou outros lugares não usualmente
destinados ao culto. A celebração de matrimônios em casas de família somente será
permitida quando diante de razões de ordem pastoral (p. ex. grave situação de doença de
familiares próximos dos nubentes). Nestes casos, convém que o pároco próprio, a quem
cabe a instrução do processo de habilitação matrimonial, converse com os nubentes para
saber se existe uma causa proporcionada que lhes permita afastar-se da norma geral da
Igreja e também para comprovar se é adequado o lugar escolhido. Se não existem razões
ou o lugar não for conveniente, procure dissuadi-los. Contudo, quando o pedido
parecer-lhe razoável, o pároco solicitará ao Ordinário local a concessão da devida
autorização (cfr. c. 1118 § 2), aduzindo as razões apresentadas pelos nubentes.

17. “Somente são válidos os matrimônios contraídos perante o Ordinário local


ou o pároco, ou um sacerdote ou diácono delegado por qualquer um dos dois como
assistentes, e, além disso, perante duas testemunhas”, de acordo com as normas
canônicas estabelecidas, ressalvada a necessidade de quatro testemunhas no âmbito
civil.

18. Considera-se assistente do matrimônio somente aquele que, estando


presente, solicita a manifestação do consentimento dos contraentes e a recebe em nome
da Igreja”22.

19. Compete ao pároco ou responsável pela Igreja na qual ocorrerá a celebração


religiosa do casamento, a sua pessoal assistência litúrgica; em caso de impossibilidade
desse pároco ou responsável pela Igreja, é de sua exclusiva responsabilidade (não
dos nubentes!) providenciar o assistente canônico que lhe substituirá. Caso os
nubentes, livremente, apresentem outro sacerdote ou diácono para a assistência canônica
do matrimônio, compete ao pároco em questão dar-lhe a devida autorização.

20. “O Ordinário local e o pároco, enquanto desempenham validamente seu


ofício, podem delegar a faculdade, mesmo geral, a sacerdotes e diáconos para assistirem
os matrimônios dentro dos limites do seu território. Para que seja válida a delegação
para assistir a matrimônios, deve ser expressamente dada a pessoas determinadas;
tratando-se de delegação especial, deve ser dada para um matrimônio determinado;
tratando-se de delegação geral, deve ser dada por escrito”23

22
Cf. cân. 1108 § 1 e 2.
23
Cf. cân. 1111 § 1 e 2.
47

21. Não se admite qualquer simulação do sacramento do matrimônio. “O


respeito devido quer ao sacramento do matrimônio, quer aos próprios cônjuges e aos
seus familiares, quer ainda à comunidade dos fiéis, proíbe aos pastores (bispos, padres e
diáconos), por qualquer motivo ou pretexto, mesmo pastoral, de fazer, em favor de
pessoas impedidas de receber o matrimônio, que contraem uma nova união, cerimônias
de qualquer gênero. Estas dariam a impressão de bênção ou de novas núpcias
sacramentais válidas, e consequentemente induziriam em erro sobre a indissolubilidade
do matrimônio contraído validamente”24.

22. Os presbíteros e diáconos observem com rigor o estabelecido no direito


eclesial em relação ao matrimônio, especialmente no que diz respeito à delegação para
o assistente eclesiástico, documentação, dispensa de impedimentos, anotações devidas,
evitando qualquer consequência danosa ao direito matrimonial.

IV. PÓS-CELEBRAÇÃO DO MATRIMÔNIO

23. Celebrado o matrimônio, o registro do ato deve ser feito em livro próprio,
na paróquia onde ele foi realizado, na primeira semana após a cerimônia: a) permite-se
o uso de meios eletrônicos (computadores) para o registro matrimonial, mantendo-se,
todavia, a exigência da respectiva anotação manual nos livros próprios; b) o registro em
livros próprios se fará em dupla cópia, uma para a secretaria paroquial e outra para ser
entregue na cúria metropolitana após o término da sua capacidade de assentamento de
registros.
24. A paróquia onde foi celebrado o matrimônio deverá preparar a “notificação
de matrimônio” a ser enviada por sua secretaria paroquial, o quanto antes, às paróquias
que concederam as certidões de batismo dos dois esposos.
25. Seja oferecido acompanhamento aos novos casais, motivando-os a
participar da comunidade paroquial, oferecendo-lhes oportunidade de engajamento
pastoral e estimulando o seu testemunho cristão na sociedade, por meio de uma efetiva
pastoral familiar (consultar, igualmente, o Diretório de pastoral da CNBB, números
279-286).

ANEXO

EXIGÊNCIAS CANÔNICAS PARA O MATRIMÔNIO

1. Precede a celebração do matrimônio um verdadeiro e formal processo de


habilitação matrimonial para o discernimento prévio das condições necessárias para a
mesma celebração.
a) O agendamento prévio de data na secretaria paroquial, em linha de princípio,
não garante a sua posterior celebração, tendo em vista possível e insanável dificuldade
em relação à confecção do processo de habilitação matrimonial.

24
Cf. Exortação Apostólica Familiaris Consortio, no. 84.
48

b) O procedimento de habilitação canônica prévia ao matrimônio seja realizado


na paróquia ou área pastoral onde reside um dos nubentes, atendendo-se o prescrito na
vigente legislação eclesial quanto ao domicílio, quase-domicílio ou residência precária,
em atendimento ao teor do c. 102 § 1-3;
c) Os nubentes sejam orientados, desde o primeiro contato com o pároco na
preparação do processo matrimonial, quanto ao cuidado que devem ter para observar
estas normas para a celebração do seu matrimônio.
2. O diálogo com os noivos para a abertura e o andamento do “Processo
Matrimonial” não deve ficar apenas aos cuidados da secretária ou secretário paroquial.
O pároco deverá ter um colóquio com os noivos, conforme acima disposto, certificando-
se de que estejam preparados para a celebração do matrimônio. É oportuno que este
colóquio se dê no início da preparação próxima para o matrimônio, a fim de conduzi-lo
com zelo e de evitar que eventuais problemas ou impedimentos se tornem conhecidos só
mais tarde, na iminência da celebração, dificultando a busca de uma solução adequada.
3. Antes da celebração do matrimônio, durante o tempo de sua preparação,
cuidem especialmente os párocos ou os que a eles são equiparados, que se evidencie a
inexistência de quaisquer impedimentos ou proibições canônicas para a válida e/ou
lícita celebração do matrimônio25.
4. Instrua-se devidamente o processo matrimonial, conforme se segue:

Documentação a ser apresentada

Formulário, devidamente preenchido, contendo dados pessoais e declaração


assinada pelos nubentes de não possuírem qualquer impedimento ou proibição para o
matrimônio e de o aceitarem tal como a Igreja Católica o entende, incluindo a unidade,
a fidelidade, a indissolubilidade e a liberdade do consentimento;

I – São documentos obrigatórios:


1. - Certidão de batismo de ambos os nubentes, emitida especificamente para fins
matrimoniais. Para tanto, os contraentes devem requerer, junto à secretaria da paróquia
onde receberam o sacramento do batismo, a certidão especifica, Certidão para fins de
matrimônio, cuja validade é de apenas 6 (seis) meses, a contar da data da sua emissão.
Esta certidão de batismo deve ser assinada pelo pároco ou vigário paroquial;

2. Comprovante de participação no curso de preparação para o matrimônio (curso de


noivos), a ser realizado em quaisquer paróquias da Arquidiocese de Brasília, ou de
outras dioceses, se for o caso. A validade deste comprovante é de 1 (um) ano, a contar
da data da sua emissão;

3. Cópia da carteira de identidade de ambos os nubentes;

4. Cópia de um comprovante de residência atual para ambos os nubentes;

5. Primeira hipótese: cópia da certidão do casamento civil, caso tenha sido realizado
previamente no cartório; Segunda hipótese: caso seja casamento religioso com efeitos

25
Cf. cân. 1066 – Legislação Complementar da CNBB ao CDC.
49

civis, deverá ser pedida ao cartório a certidão de habilitação para casamento religioso
com efeitos civis;

6. Nomes e endereços completos de duas testemunhas, maiores de 18 (dezoito) anos,


que estarão presentes à cerimônia religiosa e que não sejam pais dos noivos.

II – São documentos exigidos para casos especiais:


Além dos documentos anteriormente citados, em alguns casos especiais outros
se fazem necessários:

1. Nubentes anteriormente casados apenas no civil, para a regularização da vida


matrimonial com o mesmo companheiro (a): exige-se a cópia da certidão do casamento
realizado no cartório;

2. Nubentes viúvos: exige-se a cópia da certidão do casamento anterior e do óbito do


cônjuge falecido;

3. Nubentes anteriormente casados apenas no civil e com sentença de divórcio


homologada: no caso de noivo(s) anteriormente casado(s) apenas pelo civil e já
possuidores de sentença de divórcio, devidamente homologada, exige-se anexar a cópia
da certidão do casamento anterior, constando a devida sentença judicial homologada.
Lembramos que o divórcio é apenas civil. O casamento na Igreja é para sempre,
portanto indissolúvel. Se um dos noivos se casou na Igreja Católica, não pode nela se
casar novamente;

4. Nubentes anteriormente casados na Igreja e com sentença de declaração de


nulidade do matrimônio anterior: exige-se que, na certidão de batismo, se faça a
constância da referida sentença exarada por um Tribunal Eclesiástico.

Confecção do processo de habilitação matrimonial

1. Após junção dos documentos exigidos (ou de parte considerável deles, para entrega
posterior dos restantes), a sua entrega deverá ser efetuada na igreja mais próxima da
residência de um dos noivos, com antecedência mínima de 02 meses para o casamento,
para que se tenha início o processo de habilitação matrimonial.

2. O processo de habilitação matrimonial constará de: a) entrega dos documentos acima


mencionados na secretaria paroquial; b) entrevista com o padre, que marcará a data e
horário assim que possível; c) afixação dos proclamas, na(s) Paróquia(s) de ambos os
nubentes, durante 03 (três) finais de semana consecutivos. Após esse período, compete
aos nubentes (se for o caso), recolher o(s) proclama(s) e trazê-los para a paróquia onde
está sendo feito o processo, para a sua conclusão;

3. Caso o processo de habilitação matrimonial esteja sendo realizado numa paróquia


diversa daquela onde ocorrerá a celebração do casamento religioso, haverá uma taxa de
transferência, a ser satisfeita pelos noivos na referida paróquia;
50

4. Ao término do processo de habilitação matrimonial, caso este seja realizado noutra


paróquia, a sua entrega na secretaria da paróquia onde ocorrerá a celebração religiosa
deverá ocorrer em, no máximo, 03 (três) dias antes da data da cerimônia religiosa.

5. Alguns casos exigem intervenção da autoridade eclesiástica para as devidas licenças


ou dispensas; dentre estes, os mais corriqueiros são: a) a dispensa dos proclama(s); b) a
autorização para a celebração de casamento de noivos com religiões
diferentes ou que, embora católica, não professem a fé; c) a dispensa para a
celebração de casamento entre parentes até o quarto grau da linha colateral (primos
irmãos); d) autorização para a celebração de casamento religioso sem efeitos civis; e)
outros casos especificamente previstos na legislação canônica. Se for constatada a
existência de algum impedimento ou proibição canônica, o pároco deve comunicá-la aos
nubentes e, conforme o caso, encaminhar o pedido de dispensa26 ou de licença27 com
os motivos que justificam o pedido, e o faça não pelas mãos dos nubentes ou familiares,
mas pessoalmente ou por meio da secretaria paroquial. Haverá uma taxa da Cúria
Metropolitana a ser satisfeita pelos nubentes, conforme a tabela de emolumentos em
vigor na Arquidiocese de Brasília.

Casos em que se exige autorização (licença) do Ordinário do lugar

1. Matrimônio de vagos (ciganos, artistas de circo, ambulantes, etc.): são aqueles que
não possuem domicílio nem quase-domicílio em qualquer lugar;
2. Matrimônio que não possa ser reconhecido ou celebrado civilmente (cfr. C.D.C. cân.
1071): são os casamentos daqueles que se encontram impedidos pela Lei Civil28;
3. Matrimônio de quem tem obrigações naturais para com a outra parte ou para com
filhos nascidos de união precedente;
4. Matrimônio de quem notoriamente abandonou a fé católica, aderindo, por exemplo,
ao espiritismo ou a outros grupos religiosos que aceitam a doutrina da reencarnação.
Serão esses casos examinados com as mesmas cautelas previstas para os casamentos
mistos;
5. Matrimônio de menor: A legislação complementar da CNBB quanto ao cân. 1083 §
2, estabelece que “sem licença do Bispo diocesano, fora do caso de urgente e estrita
necessidade, os párocos ou seus delegados não assistam aos matrimônios de homens
menores de dezoito anos ou de mulheres menores de dezesseis anos completos”.

26
Cf. cân. 1083 – 1094.
27
Cf. cân. 1071 e 1124 – 1125.
28 Encontramos alguns no Código Civil Brasileiro, art. 183: "VII – o cônjuge adúltero com o seu
co-réu, por tal condenado; XI – os sujeitos ao pátrio poder, tutela, ou curatela, enquanto não
obtiverem, ou lhes não for suprido o consentimento do pai, tutor, ou curador (art. 212); XII – as
mulheres menores de 16 [dezesseis] anos e os homens menores de 18[dezoito]; XIII – o viúvo ou
a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal (art.
225) e der partilha aos herdeiros; XIV – a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser
nulo ou ter sido anulado, até 10 (dez) meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da
sociedade conjugal, salvo se antes de findo esse prazo der à luz algum filho; XV – o tutor ou
curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa
tutelada ou curatelada, enquanto não cessa a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as
respectivas contas, salvo permissão paterna ou materna, manifestada por escrito autêntico ou
em testamento".
51

6. Matrimônio a ser contraído por procuração;


7. Matrimônios mistos: aquele celebrado entre duas pessoas batizadas, das quais uma
tenha sido batizada na Igreja católica ou nela recebida depois do batismo, e que não
tenha dela saído por ato formal, e outra pertencente a uma Igreja ou comunidade eclesial
que não esteja em plena comunhão com a Igreja católica (cfr. c. 1124).
Nota: As denominadas cautelas canônicas, tais quais previstas no c. 1125, para os casos
de matrimônios mistos comportam as seguintes exigências:
1°- a parte católica declare estar preparada para afastar os perigos de defecção
da fé, e prometa sinceramente fazer todo o possível a fim de que toda a prole
seja batizada e educada na Igreja católica;
2°- informe-se, tempestivamente, desses compromissos da parte católica à
outra parte, de tal modo que conste estar esta verdadeiramente consciente do
compromisso e da obrigação da parte católica;
3°- ambas as partes sejam instruídas a respeito dos fins e propriedades
essenciais do matrimônio, que nenhum dos contraentes pode excluir (cfr. c.
1125).

Casos em que se exige a dispensa do Ordinário do lugar

Em alguns casos especiais se exige a dispensa canônica para a celebração


válida do matrimônio. A concessão da dispensa dependerá, segundo os casos, do
Ordinário do lugar ou da Santa Sé: a) O Ordinário local pode dispensar os seus súditos,
onde quer que se encontrem, e todos os que se acham no seu território, de todos os
impedimentos de direito eclesiástico, exceto aqueles cuja dispensa se reserva à Sé
Apostólica. b) Os impedimentos cuja dispensa se reserva à Sé Apostólica são: 1) o
impedimento proveniente de ordens sagradas ou do voto público perpétuo de castidade
num instituto religioso de direito pontifício; 2) o impedimento de crime mencionado no
cân. 1090. c) Nunca se dá dispensa do impedimento de consanguinidade em linha reta
ou no segundo grau da linha colateral. Os impedimentos contidos na vigente legislação
canônica são os seguintes:
1. Impedimento de idade: O homem antes dos dezesseis anos completos e a mulher antes
dos catorze também completos não podem contrair matrimônio válido;
2. Impedimento de Impotentia Coëundi: ou seja, a impotência para copular, antecedente e
perpétua, absoluta ou relativa, por parte do homem ou da mulher, dirime o matrimônio
por sua própria natureza. Se o impedimento de impotência for duvidoso, por dúvida,
quer de direito, quer de fato, não se pode impedir o matrimônio nem, permanecendo a
dúvida, declará-lo nulo. A esterilidade não proíbe nem dirime o matrimônio, salva a
prescrição do cân. 1098 29;
3. Impedimento de vínculo matrimonial anterior: tenta invalidamente contrair matrimônio
quem está ligado pelo vínculo de matrimônio anterior, mesmo que este não tenha sido
consumado. Ainda que o matrimônio anterior tenha sido nulo ou dissolvido por

29
Não se trata, nesse caso, de impotentia generandi, ou seja, impotência de gerar filhos,
advinda de esterilidade de algum dos cônjuges, que não constitui impedimento para o
casamento.
52

qualquer causa, não é lícito contrair outro, antes que conste legitimamente e com certeza
a nulidade ou a dissolução do primeiro 30;
4. Impedimento de disparidade de culto: é inválido o matrimônio entre duas pessoas, uma
das quais tenha sido batizada na Igreja católica ou nela recebida e que não a tenha
abandonado por um ato formal, e outra não é batizada;
5. Impedimento de ordem sagrada: tentam invalidamente o matrimônio os que receberam
ordens sagradas;
6. Impedimento de profissão religiosa feita por voto de castidade público perpétuo em
instituto religioso de direito pontifício: tentam invalidamente o matrimônio os que estão
ligados por voto público perpétuo de castidade num instituto religioso;
7. Impedimento de rapto de cônjuge: entre um homem e uma mulher arrebatada
violentamente ou retida com intuito de casamento, não pode existir matrimônio, a não
ser que depois a mulher, separada do raptor e colocada em lugar seguro e livre, escolhe
espontaneamente o matrimônio;
8. Impedimento de crime: quem, com o intuito de contrair matrimônio com determinada
pessoa, tiver causado a morte do cônjuge desta, ou do próprio cônjuge, tenta
invalidamente este matrimônio. Tentam invalidamente o matrimônio entre si também
aqueles que, por mútua cooperação física ou moral, causaram a morte do cônjuge;
9. a) Impedimento de consanguinidade em linha colateral: Na linha colateral, é nulo o
matrimônio até o quarto grau, inclusive. O impedimento de consanguinidade não se
multiplica. Nunca se permita o matrimônio, havendo alguma dúvida se as partes são
consanguíneas no segundo grau da linha colateral; b) Impedimento de consanguinidade
em linha reta: Na linha reta de consanguinidade, é nulo o matrimônio entre todos os
ascendentes e descendentes, tanto legítimos como naturais. Nunca se permita o
matrimônio, havendo alguma dúvida se as partes são consanguíneas em algum grau de
linha reta;
10. Impedimento de afinidade: A afinidade em linha reta torna nulo o matrimônio em
qualquer grau. O parentesco de afinidade “se origina de casamento válido, mesmo não
consumado, e vigora entre o marido e os consanguíneos da mulher, e entre a mulher e os
consanguíneos do marido” (cfr. c. 109);
11. Impedimento de honestidade pública: O impedimento de honestidade pública origina-se
de matrimônio inválido, depois de instaurada a vida comum, ou de um concubinato
notório e público; e torna nulo o matrimônio no primeiro grau da linha reta entre o
homem e as consanguíneas da mulher, e vice-versa;
12. Impedimento de parentesco legal: Não podem contrair validamente matrimônio os que
estão ligados por parentesco legal surgido de adoção, em linha reta ou no segundo grau
da linha colateral.

30
Casos assim devem ser encaminhados para o Tribunal Eclesiástico para serem julgados, nos
termos do Código de Direito Canônico (cfr. Cân 1085).

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