Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Desde a década de 1970, o estudo das políticas pública indica haver algo como
um “elo perdido”, situado entre a tomada de decisão e a avaliação dos resultados: a
implementação.
A implementação é um processo de diversos estágios que compreende diversas
decisões para a execução de uma decisão básica, previamente definida em um conjunto
de instrumentos legais. Idealmente essa decisão identifica os problemas a serem
resolvidos, os objetivos a serem alcançados e as estruturas (arranjo institucional) de
execução.
A implementação envolve os mais diversos aspectos do processo administrativo:
desde a provisão de recursos no orçamento, formação de equipes, elaboração de minutas
de projeto de lei autorizando realização de concurso para contratação de servidores,
elaboração de editais para aquisição de bens ou contratação de serviços.
Caso seja uma política que envolva os níveis de governo estadual e/ou
municipal, será preciso realizar reuniões para decidir e pactuar as responsabilidades de
cada uma das partes, em seguida firmar protocolos de cooperação, estabelecer os
mecanismos de transferência de recursos entre instâncias governamentais etc.
Quando a política envolve vários níveis de governos ou diferentes regiões de um
país, o processo de implementação torna-se ainda mais complexo e difícil de monitorar.
Mas mesmo quando a política é de nível local, o sucesso de sua implementação depende
dos vínculos entre diferentes organizações e agências públicas locais.
O mais importante papel da análise da implementação consiste em identificar as
variáveis que afetam a consecução dos objetivos legais no curso do processo. Segundo
Mazmaniam e Sabatier (1989) estas compreendem três categorias:
• Existem conflitos que não puderam ser resolvidos durante o estágio de formulação;
• Considera-se necessário deixar que decisões fundamentais somente sejam tomadas
quando todos os fatos estiverem à disposição dos implementadores;
• Existe a crença de que os profissionais da implementação estarão melhor preparados do
que outros atores para tomar certas decisões;
• Há pouco conhecimento sobre o impacto efetivo das novas medidas;
• Há o reconhecimento de que as decisões cotidianas envolverão negociações e
compromissos com interesses poderosos; e
• Considera-se que seja politicamente inconveniente tentar resolver esses conflitos.
KLIKSBERG, Bernando. O Desafio da Exclusão para uma Gestão Social Eficiente. São
Paulo: FUNDAP, 19987.