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A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ORÇAMENTO PÚBLICO E SUA


IMPORTÂNCIA PARA A SOCIEDADE

José Santo Dal Bem Pires1


2
Walmir Francelino Motta

RESUMO in Brazil. These records allow the visualization of the


budget process advances to meet demands on
Este trabalho constitui uma reflexão acerca de um
goods and services of an increasingly more complex
conjunto de questões relacionadas com a evolução
society. The historical trajectory shows principles,
histórica do orçamento de instituições
techniques and rules, which rose in different places,
governamentais e sua importância para a sociedade
but nowadays they are accepted all over the world. It
como o principal instrumento de controle dos
started a universal standardization of the public
recursos públicos. Tem o propósito de descrever a
entities budget shape considering the
evolução histórica do orçamento público em vários
characteristics and peculiarities of the effective
paises do mundo, especialmente no Brasil. Esses
political regimen in each nation. In Brazil, because it
registros permitem visualizar os avanços do
is a current subject of the financial law and of Brazil
processo orçamentário para atender à demanda de
finance, in all the government scopes- federal, state
bens e serviços de uma sociedade cada vez mais
and municipal- it tries to rescue the main
complexa. A trajetória histórica mostra princípios,
mechanisms related to the budget that were settled
técnicas e regras surgidas em lugares diferentes,
in all the Brazilian constitutions which were in force
mas hoje admitidos em todo o mundo, iniciando uma
since the proclamation of the Republic. It concludes
padronização universal na formatação dos
by presenting several concepts that were admitted
orçamentos das entidades públicas, respeitadas as
during this historical trajectory, from the simplest to
características e peculiaridades do regime político
the most advanced conception accepted against the
vigente de cada nação. No Brasil, por ser um tema
society needs.
atual do direito financeiro e das finanças brasileiras
em todas as esferas de governo – federal, estadual e Keywords: budget; society; control; income and
municipal -, procura resgatar os principais expenses.
dispositivos relacionados ao orçamento
estabelecidos em todas as constituições brasileiras
que vigoraram desde a proclamação da República 1 INTRODUÇÃO
até os dias atuais. Conclui apresentando vários Nas sociedades organizadas o sistema
conceitos admitidos no decorrer dessa trajetória jurídico está estruturado para que os cidadãos, os
histórica, desde o mais simples até a concepção destinatários das ações estatais, não sejam
hoje tida como a mais avançada em face das surpreendidos por medidas intempestivas tomadas
necessidades da sociedade. pelos governantes. Este fato, por si só, justifica a
Palavras-chave: orçamento; sociedade; controle; imprescindibilidade da existência do orçamento
receitas e despesas. público, cujas origens se confundem com o
surgimento do Estado de Direito. Aliás, a questão de
ordem financeira do poder público foi a primeira área
ABSTRACT a ser atingida na passagem do Estado Absoluto para
o Estado de Direito. A concepção de que os gastos
This work is a reflexion about a set of questions
dos governantes devem ser previamente
related to the historical evolution of the government
autorizados vem desde o longínquo ano de 1217,
institution budget and its importance for the society
com a edição da Magna Charta Libertatum do Reino
as the main control instrument of public resources. It
Unido.
aims to describing the historical evolution of the
public budget in several countries worldwide, mainly

1
Professor Doutor do Departamento de Ciências Contábeis da Universidade Estadual de Maringá.
2
Professor Especialista do Departamento de Ciências Contábeis da Universidade Estadual de Maringá e do Centro Universitário de
Maringá.

Vol. 25 - N.2 Maio-Agosto/2006 Periodicidade Quadrimestral Pág. 16-25


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A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ORÇAMENTO PÚBLICO E SUA IMPORTÂNCIA PARA A SOCIEDADE

A trajetória histórica do orçamento público partir desta data nenhum homem será compelido a
remonta aos tempos de antanho, a uma época em fazer qualquer doação, empréstimo ou caridade, ou
que o rei ou imperador era o próprio Estado. Não pagar impostos, sem consentimento comum através
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havia, então, distinção entre as finanças da Lei do Parlamento”.
particulares do soberano e as do Governo.
O controle ficou apenas com um lado da
Com o crescimento do Estado, tornou-se moeda, o da receita. Com o passar dos anos, fez-se
necessário proceder a uma melhor organização de necessário estendê-lo para o lado da despesa, o
suas receitas e despesas, nascendo assim o que foi feito de forma gradual, iniciando pela
orçamento público. O seu aprimoramento o redução dos dispêndios das forças armadas da
transformou em uma ferramenta indispensável para época.
as instituições governamentais. Sua história foi
A caminho do desenvolvimento da técnica
marcada por árduas e multisseculares lutas
do orçamento formal, por volta de 1706, através da
políticas, que o tornaram um instrumento
Resolução n.º 66, da Câmara dos Comuns,
absolutamente necessário ao equilíbrio dos
definiram-se duas regras básicas: a primeira era a
interesses antagônicos em volta do poder. Tem sido
de que caberia ao Executivo a responsabilidade
assim em todas as esferas de governo, desde a sua
pelas finanças do Governo, coordenando a proposta
origem até os dias de hoje, em face de sua
de receita e despesa; e, pela segunda, caberia ao
relevância para todos os segmentos da sociedade.
parlamento aprovar, reduzir ou rejeitar a despesa
A origem etimológica da palavra orçamento, proposta, inclusive exercer o controle da execução
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de acordo com Pinto (1956) , está, em geral, orçamentária.
fortemente vinculada ao termo italiano orzare ou ao
Em 1787 foi aprovada a Lei do Fundo
latino ordior, orsus sum, ordiri (urdir), que tem o
Consolidado, que representou um grande avanço
significado de planejar, calcular. Percebe-se que o
na organização das finanças na Inglaterra. A
efeito de planejar as ações está há muito tempo
respeito deste assunto, Burkhead assim explica
intimamente vinculado às ações orçamentárias.
essa concentração de recursos: “Este criava um
único fundo geral, destinado a receber e registrar
todas as receitas e despesas, constituindo a base
2 A EVOLUÇÃO DO ORÇAMENTO PÚBLICO NO
para um completo relacionamento das atividades
MUNDO4 6
financeiras do Governo.”
Os países que mais se destacaram pelo
Não obstante, somente a partir de 1822 foi
desenvolvimento da técnica orçamentária foram a
formalmente redigido o primeiro orçamento público
Inglaterra, a França e os Estados Unidos.
na Inglaterra e o Executivo passou a prestar contas
ao Legislativo. Havia uma exposição de justificativas
2.1 INGLATERRA que fixava a receita e a despesa para o Executivo.
“Pode-se considerar essa data como a que marca o
A história do orçamento público mostra que início do Orçamento, plenamente desenvolvido, na
o seu embrião teve origem no Reino Unido, em Grã-Bretanha.”
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1217, quando o rei John Lackland (João Sem-Terra)


outorgou a famosa Magna Charta Libertatum (Carta Acontecimento sui generis ocorre no
Magna), que estabeleceu, no seu art. 12: “Nenhum processo orçamentário inglês, não tendo sofrido
tributo ou auxílio será instituído no Reino, senão modificações significativas até os dias atuais. O
pelo seu conselho comum”. Este dispositivo programa de governo é apresentado pelo Gabinete
estabeleceu condições para se acabar com a – espécie de comissão da Câmara dos Comuns – ao
arbitrariedade da Coroa na instituição de impostos; Parlamento, que pode aprovar redução de
fato conseguido mediante pressões dos barões, que despesas ou solicitar uma alternativa viável, sem
eram parte integrante do conselho comum, órgão de que isso signifique uma moção de desconfiança em
representação da época. relação ao Gabinete. Não obstante, se o Parlamento
propuser aumento das despesas, isso, sim,
Com o advento da “Revolução Gloriosa” de implicará em perda de confiança no Gabinete,
1688, seguida da institucionalização da Declaração tornando-se imperativa a formação de um novo
dos Direitos, a Bill of Rights, estabeleceu-se que “A Governo.
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JOSÉ SANTO DAL BEM PIRES • WALMIR FRANCELINO MOTTA

Lyra Filho descreve um fato curioso a perduram até hoje em várias nações do mundo,
respeito da palavra budget. No seu sentido original inclusive no Brasil. Segundo Burkhead,12 esses
significava bolsa de couro, que o Chanceler do princípios são: o orçamento deverá ser votado
Erário utilizava para levar ao Parlamento os anualmente (anuidade); deverá ser votado antes do
documentos relativos à exposição das início do ano financeiro a que se refere
necessidades do Governo. Com o passar do tempo, (anterioridade); deverá conter todas as previsões de
a palavra passou a significar os documentos de receitas e despesas necessárias para o ano
receitas e despesas contidos nessa bolsa que eram seguinte (universalidade); e, as receitas não devem
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submetidos à apreciação do Parlamento. Hoje, a ser vinculadas a objetivos específicos, mas todas
palavra budget significa orçamento. devem fazer parte de um fundo consolidado (não-
afetação das receitas). Este último, na atualidade,
A trajetória histórica do orçamento, na
em alguns paises, merece ressalvas, em função das
Inglaterra, evidencia questões relevantes
vinculações constitucionais e de leis específicas das
incorporadas no avanço da sistemática
esferas de governo.
orçamentária, como: atestou que a despesa pública
depende da política adotada; delineou a natureza
técnica e jurídica do orçamento público; e serviu
2.3 ESTADOS UNIDOS
como ponto de referência para a implementação
desse instrumento nas organizações Com o advento da Revolução Americana,
governamentais do mundo todo. que culminou com sua independência, não havia no
país de origem – Inglaterra – uma técnica
orçamentária possível de ser aplicada pelos
2.2 FRANÇA mentores da Constituição Americana. Mesmo
assim, já nessa época, ela estabelecia que
No longo período napoleônico da França,
“nenhuma soma será retirada do Tesouro, senão em
sabidamente um regime político autoritário, o povo
conseqüência de apropriações estabelecidas em
francês ou qualquer forma de sua representação
lei; e que um balanço das entradas e saídas de
eram alijados do processo orçamentário. As receitas
dinheiros públicos deve ser divulgado,
e as despesas da França eram fixadas e executadas 13
periodicamente”.
tão-somente pelo poder soberano.
Este dispositivo constitucional foi
O avanço da técnica orçamentária iniciou-
regulamentado por volta de 1800, e segundo ele, ao
se com a Revolução Francesa, em 1789, com a
Secretário do Tesouro Nacional caberia “elaborar e
instituição da Assembléia Nacional, que aprovou a
apresentar ao Congresso [...] um relatório financeiro
Declaração dos Direitos do Homem, onde se
sistemático que contenha a estimativa da receita
estabeleciam princípios e regras básicos, segundo 14
os quais “...cabia exclusivamente aos pública, bem como da despesa”.
representantes do povo o direito de votar impostos, Nesse período de formação do governo
os quais deveriam ser pagos por todos os cidadãos, americano todos os órgãos se encontravam numa
de acordo com sua capacidade contributiva e mesma localidade, o que tornava as suas
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independente de sua condição social”. comunicações fáceis, amistosas e sem
formalidades, de tal maneira que se confundiam as
Assim como ocorreu na Inglaterra, o
funções congressistas com as do Gabinete, em
controle pelo lado da despesa veio bem mais tarde,
termos de matéria de ordem financeira. Em 1802
em 1831, quando ficou estabelecido que a despesa
esses relacionamentos foram abalados com a
de cada ministro francês não deveria exceder aos
criação, pela Câmara dos Representantes, da
recursos destinados a sua pasta. Segundo
Comissão de Meios e Recursos – Committee on
Giacomoni, a partir desta data “o controle
Ways and Means -, com acentuado poder sobre
parlamentar sobre o orçamento passou a ser
11 questões relativas às receitas e apropriações de
completo.”
despesas, colocando fim à exclusiva função do
O aperfeiçoamento do processo Executivo na condução das finanças do Governo. As
orçamentário francês, em sua fase inicial, instituiu comunicações verbais cederam lugar à
relevantes princípios orçamentários para a comunicação escrita. O congresso passou a exigir
elaboração do orçamento público, os quais acentuado detalhamento das dotações, a fim de

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restringir o arbítrio do Executivo, seguindo-se, daí, conceituação de orçamento público: “documento


atritos freqüentes entre os dois poderes. para ação por parte do Governo, um instrumento de
controle e de administração para o chefe do
A partir de 1865, a Comissão de Meios e
Executivo e uma base para o funcionamento dos
Recursos passou a ter suas funções divididas com 16
departamentos e órgãos”.
outra criada pela Câmara, denominada Comissão
de Dotações. Esta última foi rapidamente Em 1921, o Presidente Harding,
subdividida, chegando a dez comissões na Câmara empenhado com uma visão do tipo empresarial,
e oito no Senado, todas com autoridade para opinar conseguiu que a Câmara dos Representantes
sobre dotações orçamentárias do Governo, num aprovasse uma lei de iniciativa do Poder Executivo,
período de abundância de recursos na economia denominada Lei de Orçamento e Contabilidade –
americana. “Budget and Accounting Act”. A nova lei transferiu ao
presidente a missão específica e simbólica de enviar
Os mandos e desmandos nas dotações não
todos os anos o orçamento da nação americana. O
passaram despercebidos aos olhos dos mais
Congresso passou a exigir acentuado detalhamento
atentos, a ponto de um cronista relatar que “[...] os
das dotações a fim de restringir o arbítrio do
Estados Unidos desperdiçam milhões anualmente.
Executivo.
Mas sua riqueza é tão grande, sua receita é tão
elástica, que o país não dá conta do seu prejuízo. [...] As evidências da aproximação entre o
tem o glorioso privilégio da juventude, o privilégio de planejamento e o orçamento mostravam-se cada
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cometer erros sem sofrer suas conseqüências”. vez mais fortes. Na década de 1930, o
Departamento de Agricultura e a Administração do
Não é difícil compreender que esse
Vale do Tenesse adotaram, de forma sui-generis,
descontrole sobre as despesas públicas por parte
uma classificação orçamentária por projetos e
do Executivo e do Legislativo, aliado a fortes índices
programas. Esse novo e revolucionário modelo
de negociatas e corrupções, levou o Governo
representou um grande avanço na técnica
Americano a sucessivos déficits na virada do século
orçamentária, capaz de aproximar o orçamento com
XIX para o XX, acrescidos de uma parcela
o planejamento, instrumento de gerência que
significativa de aumento de despesas, devido à
começava a ter ampla aceitação junto a vários
intensificação das atribuições governamentais.
segmentos da sociedade.
Tornou-se mister, por isso, implementar medidas
para restringir os déficits e substituir essa praxe na No final da década de 1940, a Comissão
gestão orçamentária de modo geral negligente. Hoover, em face de seus estudos, recomendou ao
Governo Federal um orçamento com indicação dos
O debate sobre a reforma orçamentária
objetivos, dos custos e da relação receita/despesa,
trouxe para o campo das idéias os empresários, que
tudo estruturado na forma de funções, projetos e
perceberam no orçamento um poderoso
atividades. Para esse tipo de orçamento cunhou a
instrumento para tornar o Governo mais eficiente
expressão performance-budget , vale dizer,
com menos recursos, o que teria reflexos imediatos
orçamento de desempenho.
na redução da carga tributária imposta à sociedade.
Além disso, o crescimento das despesas, ante as Não obstante, foi em 1950 que o Congresso
crescentes demandas sociais e a progressiva Americano aprovou a Lei de Processo e
complexidade da estrutura da máquina Contabilidade, integrando efetivamente o
administrativa do governo nacional, estava a exigir a planejamento e o orçamento como ferramentas
adoção de métodos e processos de concepções indispensáveis à administração pública. Criou-se a
mais avançadas. metodologia do orçamento para o programa, a partir
de uma concepção gerencial que procurava definir o
No afã de encontrar uma fórmula
orçamento como um elo de ligação entre o
orçamentária capaz de colocar os objetivos
planejamento e as ações executivas da gestão
perseguidos pela administração em lugar dos
pública e, para tanto, incorporava os custos dos
meios, de 1910 a 1913, o Presidente Taft instituiu a
programas do governo.
famosa Comissão de Economia e Eficiência, a qual
realizou estudos nas áreas de orçamento, Essa nova técnica ficou conhecida mais
contabilidade, finanças, recursos humanos e tarde como PPBS (Planning, Programming and
organização administrativa. Desse trabalho saiu a Budget System) – Sistema de Planejamento,

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JOSÉ SANTO DAL BEM PIRES • WALMIR FRANCELINO MOTTA

Programação e Orçamento. A concepção No Brasil, o orçamento público também


fundamental do PPBS consiste na introdução da sempre constituiu um poderosíssimo instrumento de
análise custo/benefício e da análise entre as controle dos recursos financeiros gerados pela
prioridades conflitantes. Para Giacomoni, constitui- sociedade, os quais retornam a essa mesma
se “no coroamento de uma série de estudos e sociedade na forma de bens e serviços prestados. É
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aplicações práticas realizadas”. A sua acolhida nos tão importante que, historicamente, todas as
meios acadêmicos permitiu sua divulgação e constituições federais e estaduais, bem como as leis
aceitação em outros países, com ajustes às orgânicas dos municípios, sempre consagraram
peculiaridades de cada um. dispositivos sobre a programação como categoria
do orçamento público, desde a época do Império até
Com a escassez de recursos financeiros
os dias atuais.
decorrente da guerra com o Vietnã e a ascendência
do processo inflacionário, a técnica do PPBS ficou A primeira constituição do Brasil,
comprometida; afinal, para as circunstâncias da outorgada em 25/03/1824 por Dom Pedro I, atribuiu
época, planejar e programar não faziam sentido. à Câmara dos Deputados a iniciativa das leis para
instituir impostos (art. 36, nº 1) e estabeleceu a
O próximo passo para a evolução
exigência da apresentação de uma proposta de
tecnológica do sistema orçamentário foi o
orçamento. No seu art. 172 estabelecia; “O ministro
Orçamento Base Zero – OBZ -, desenvolvido nos
da Fazenda, [...] apresentará à Câmara dos
Estados Unidos no final de 1960, pela empresa
Deputados anualmente, [...] o orçamento geral de
Texas Instruments Co. e adaptado para o setor
todas as despesas públicas do ano futuro e da
público no início dos anos 1970, na elaboração do
importância de todas as contribuições e rendas
orçamento de 1973. Essa abordagem orçamentária 20
públicas”. Dessa maneira, a competência de
“... requer que o administrador justifique
elaboração da proposta ficou a cargo do Executivo,
integralmente seu orçamento em detalhe como se
porém a sua aprovação constituiu-se em
fosse novo (isto é partindo do zero) e justifique a
18 competência da Assembléia Geral (Câmaras dos
necessidade de realizar despesa.” As solicitações
Deputados e Senado). Alguns tratadistas - entre
partem de baixo para cima na estrutura
eles Baleeiro - afirmam que “o primeiro orçamento
organizacional e trabalha-se com pacotes de
nacional elaborado com esse dispositivo que
decisão para cada atividade ou operação de bens e
abrigava as principais regras da matéria foi votado
serviços oferecidos à sociedade. 21
para o exercício de 1831-1832”. As décadas que se
A concepção mais avançada é a do Activity- seguiram não evidenciaram registros maiores na
Based Budget (ABB), ou seja, o Orçamento questão da organização das finanças públicas.
Baseado em Atividades. Kaplan e Cooper afirmam
A segunda constituição brasileira ,
que “o orçamento baseado em atividades estima a
promulgada em 24/02/1891, veio logo após a
quantidade esperada de todos os geradores do
19 proclamação da República. Com ela foram
custo por atividade” Enquanto o Custeio Baseado
implantadas importantes modificações na
em Atividade parte das necessidades dos recursos
distribuição de competências para a elaboração,
para as atividades e desta para os objetos de
tramitação e aprovação do orçamento. O Poder
produção, o Orçamento por Atividade faz o caminho
Legislativo passou a ter competência para
inverso: parte da produção de bens e serviços da
elaboração do orçamento de todos os poderes da
sociedade para as atividades e, posteriormente,
nova República.
identifica os recursos demandados.
Por outro lado, a Lei n.º 30, de 08 de janeiro
de 1892, que fixava as responsabilidades do
3 A EVOLUÇÃO DO ORÇAMENTO PÚBLICO NO Presidente da República, estabelecia que a não-
BRASIL apresentação da proposta de orçamento constituía
A vinda do rei D. João VI ao Brasil permitiu crime contra as leis orçamentárias. Tal fato trouxe
ampliar a abertura dos portos brasileiros. Com um impasse entre os poderes, só superado pela
maiores impostos aduaneiros, iniciou-se o processo decisão tomada no sentido de que o Executivo
de organização das finanças públicas, culminando apresentaria a proposta como subsídio ao Poder
com a criação, em 1808, do Erário Público e do Legislativo, que deliberaria.
Regime de Contabilidade. Em 1922 foi aprovado pelo Congresso

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A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ORÇAMENTO PÚBLICO E SUA IMPORTÂNCIA PARA A SOCIEDADE

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Nacional o Código de Contabilidade da União. no Brasil, tendo como objetivo principal organizar
Para a época, o Código foi considerado uma anualmente a proposta orçamentária, de acordo
evolução tecnológica nas finanças públicas, ao com as instruções do Presidente da República.
imprimir novas normas técnicas que possibilitaram Em 1938, como resultado da Primeira
ordenar em nível de União - e, posteriormente, por Conferência de Técnicos da Contabilidade Pública e
semelhança, nos Estados e municípios -, Assuntos da Fazenda, promovida pelo Governo
procedimentos orçamentários, financeiros, Federal, foram feitas as primeiras tentativas de
patrimoniais, administrativos etc., visando à busca padronização, que tiveram como base o padrão
de melhor eficiência na gestão dos recursos. orçamentário elaborado pelo Conselho Técnico de
Em 1926, mediante uma reforma na Economia e Finanças.
constituição, foi finalmente realizada a transferência A quinta constituição do Brasil foi
de competência da elaboração da proposta promulgada em 18/09/1946, logo após a
orçamentária para o Poder Executivo, o que já redemocratização do País. Pelo seu conteúdo, o
acontecia na prática. Executivo continuou a elaborar o projeto de lei
Com o advento da terceira constituição da orçamentária, passando, porém, a encaminhá-lo às
Nação, outorgada em 16/07/1934, perdeu espaço o casas do Congresso para discussão e aprovação,
Legislativo e voltou a reinar absoluto o Executivo, a inclusive com a prerrogativa de emendas.
quem cabia elaborar e decretar o orçamento. Nela Essa constituição de 1946, denominada
as questões de ordem orçamentária mereceram “planejamentista”, explicita as necessidades de se
destaque, ao serem classificadas em uma seção criarem planos setoriais e regionais, com reflexo
própria. Nessa constituição, a competência para direto na monetarização do orçamento, ao
elaboração da proposta orçamentária era atribuída estabelecer vinculações com a receita. A
ao Presidente da República, cabendo ao Legislativo experiência brasileira na construção de planos
a sua votação com auxílio do Tribunal de Contas. Na globais, até 1964, caracterizou-se por “contemplar
realidade, a falta de ordem jurídico-constitucional e somente os elementos de despesa com ausência da
de leis complementares sobre limitações às programação de objetivos, metas e recursos reais,
emendas inseridas pelos legisladores deu ao intensificando as desvinculações dos Planos e dos
orçamento uma modalidade do “tipo misto”, com co- Orçamentos”.
24

participação entre ambos os poderes.


O regime político resultante do movimento
A quarta constituição brasileira foi dos militares, em 1964, assumiu características
decretada em 10/11/1937, como resultado de um autoritárias nunca vistas antes. Em conseqüência, a
regime político fortemente autoritário, denominado sexta constituição brasileira outorgada em
Estado Novo. Aqui as abordagens de ordem 24/01/1967, estabeleceu regras de orçamento única
orçamentária também mereceram destaque, ao e exclusivamente a favor do centralizador Poder
serem tratadas em capítulo especial com seis Executivo, estendendo-as inclusive aos Estados e
artigos. Segundo esses artigos, a proposta do municípios. A grande decepção, em matéria de
orçamento deveria ser formatada por um orçamento, ficou por conta da retirada sumária das
departamento administrativo a ser criado junto à prerrogativas do Poder Legislativo quanto às
Presidência da República. A sua votação e iniciativas de leis e emendas que criassem ou
aprovação caberiam não só a Câmara dos aumentassem despesas. Assim rezava o artigo 65:
Deputados, mas também ao Conselho Fiscal, uma
É de competência do Poder Executivo a
espécie de Senado Federal, que também contaria iniciativa das leis orçamentárias e das que
com dez membros de confiança nomeados pelo abram créditos, fixem vencimentos e
Presidente da República. Giacomoni afirma: “A vantagens dos servidores públicos,
verdade é que essas duas câmaras legislativas concedam subvenção ou auxílio ou de
nunca foram instaladas e o Orçamento federal foi qualquer modo autorizem, criam ou
sempre elaborado e decretado pelo chefe do aumentam despesas.”
23
Executivo”. §1.º - Não será objeto de deliberação a
emenda de que decorra aumento de
O regime estadonovista criou, em 1938, o
despesa global ou de cada órgão, projeto
Departamento de Administração do Serviço Público ou programa, ou as que visem a modificar o
(DASP), que iniciou o planejamento orçamentário seu montante, natureza e objetivo.

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O Executivo, ao encaminhar a proposta Constituinte. A redemocratização do País e as


orçamentária, torna explicito o conflito de interesses liberdades individuais foram resgatadas.
entre as possíveis alocações de recursos e a
Finalmente, em 05 de outubro de 1988, o
distribuição dos custos entre os diversos segmentos
País recebeu sua sétima Carta Magna, em vigor
da sociedade. Além disso, não transitavam pelo
atualmente. Essa constituição atribuiu ao processo
Poder Legislativo o orçamento monetário, que
orçamentário uma seção especial e à parte: Titulo VI
continha a programação da política monetária e
– Da Tributação e do Orçamento, Capítulo II das
cambial, e o orçamento das empresas estatais, que
Finanças Públicas, Seção II dos Orçamentos.
abrangia as empresas públicas, as sociedades de
economia mista, suas subsidiárias e suas A partir da sua promulgação ocorreram
controladas, direta ou indiretamente, as autarquias, mudanças substanciais na prática orçamentária,
as fundações e os órgãos autônomos da devido às alterações impostas. Como decorrência,
administração indireta. Portanto, não passando pelo em nível de Estados e municípios, novas práticas
Poder Legislativo o orçamento monetário e o avançadas foram introduzidas.
orçamento das empresas estatais, segundo Cruz, No campo técnico, as reformulações
“as peças orçamentárias que iam ao encontro do adotadas deram maior democratização às políticas
Congresso Nacional tinham a inexpressiva públicas e uma participação mais ampla do Poder
participação de menos do que 20% dos recursos Legislativo no estabelecimento da programação
25
financeiros a movimentar”. econômico-financeira do Estado. Assim, a
Apesar de tudo, de fundamental importância Constituição Federal (CF) resgatou as prerrogativas
para o processo orçamentário em todas as esferas do Congresso Nacional de criar despesas e
de governo - federal, estadual, municipal e do emendar a proposta orçamentária do Executivo e
Distrito Federal – tem sido, indubitavelmente, o recuperou para a área de decisão do Poder
papel desempenhado pela Lei 4320, de março de Legislativo os assuntos referentes aos orçamentos
1964. Nesse seu longo período de vigência, em das entidades descentralizadas.
momento algum serviu de empecilho para o A hierarquia dos instrumentos de
surgimento de significativas reformas orçamentárias planejamento orçamentário integrado está
e financeiras, da adoção de técnicas mais estabelecida no artigo 165 da CF, que diz: “Leis de
modernas, o que lhe dá, efetivamente, o honroso iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I – o
aspecto de lei básica de orçamento. Comumente plano plurianual; II – as diretrizes orçamentárias; III –
conhecida como Lei 4320/64, estabeleceu, logo no os orçamentos anuais”,
27
São documentos
seu art. 2º: “A Lei de Orçamento conterá a inovadores em relação aos processos
discriminação da receita e despesa, de forma a orçamentários anteriores.
evidenciar a política econômico-financeira e o
programa de trabalho do governo...”26 Observa-se que todo o processo alocativo
de recursos está sob a égide da lei, e nada se faz em
Em 1967, o Decreto-Lei 200, de 25 de termos de despesa pública sem que exista uma
março, criou o Ministério do Planejamento e autorização legislativa. Na prática, é a plena
Coordenação Geral, com a competência de elaborar vivência do princípio da universalização
a programação orçamentária e a proposta orçamentária na ordem constitucional.
orçamentária anual. Por sua vez, o Ministro instituiu
a Subsecretaria de Orçamento e Finanças, hoje Em atendimento à própria Constituição
Secretaria de Orçamento Federal (SOF), com a Federal, surgiu, em 2000, a Lei Complementar de
atribuição de órgão central do sistema Responsabilidade Fiscal – LRF, de n.º 101/2000,
orçamentário. que introduziu inovações na administração das
finanças públicas, instituindo mecanismos de
A década de 1980 iniciou-se, no campo transparência fiscal e controle social dos gastos
político, com fortes pressões populares pela públicos.
distensão do regime autoritário e abertura
institucional. Os movimentos sociais ganharam as Atualmente, encontra-se em tramitação no
ruas e a finalidade da base política do regime veio à Congresso Nacional a Lei de Responsabilidade
tona. Abriu-se espaço para as eleições - as “diretas Social – LRS -, objetivando assegurar e formalizar o
já” - para Presidente da República, e para a compromisso dos governantes em co-gerir os
convocação de uma Assembléia Nacional recursos públicos, com participação ativa da

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A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ORÇAMENTO PÚBLICO E SUA IMPORTÂNCIA PARA A SOCIEDADE

sociedade organizada. É preciso assegurar a permitiram registros contábeis que atendam às


destinação social dos tributos arrecadados, dando necessidades do setor público. Constituir-se-ia
ao orçamento público a dimensão cidadã que numa boa fórmula de controle, ao colocar frente a
precisava ter na sociedade. frente as receitas e as despesas.
Na terceira forma de conceituação, o
orçamento público tem como função principal ser
4 CONCLUSÃO
um instrumento de administração para
A gestão de uma instituição, materialização das ações do governo para que ele
independentemente de sua natureza jurídica, tem próprio possa funcionar e assim alcançar os
no seu orçamento um instrumento capaz de orientar objetivos voltados para a sociedade. Aqui nasce a
as decisões que devem ser tomadas no sentido de idéia de orçamento-programa que estabelece os
alcançar os objetivos pretendidos, através da propósitos, os objetivos e as metas inseridas em
materialização das ações pensadas e programadas uma estrutura de programas a realizar, fazendo a
para um período determinado, no caso, um ano. A ligação entre o planejamento e as finanças e
elaboração do orçamento permite identificar permitindo que os planos expressos em unidades de
previamente os recursos disponíveis e mobilizáveis, medida o sejam também em termos de dinheiro,
que serão aplicados segundo as prioridades possibilitando assim levá-los à execução prática.
estabelecidas em função da política implementada Essa conceituação aproxima o planejamento, o
pelo governante. Por isso, o orçamento tem-se orçamento e os recursos financeiros.
constituído no mais importante instrumento de
Finalmente, a quarta conceituação é bem
gestão dos recursos públicos.
mais recente. Ao orçamento público é dado o caráter
No decorrer da história, a evolução de principal documento para divulgação das ações
conceitual do orçamento público, decorrente dos do governo junto á sociedade. Nesta conceituação
avanços dos conhecimentos teóricos empíricos da embute-se uma das principais obrigações impostas
realidade na qual se inseriu, permite conceituá-lo de pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que é a
várias formas, desde a mais simples até uma publicação periódica e sistemática das informações
concepção mais aprofundada. sobre as receitas e as despesas da instituição
A primeira delas, a mais simples de todas, pública, para que o cidadão possa saber o que está
diz: “Orçamento é a fixação das despesas a serem acontecendo e exercer sua cidadania na
pagas em dado exercício, as quais serão fiscalização do que o governo faz. Voltou o
contrabalançadas com a previsão da receita orçamento às suas origens, a ser o principal
28 instrumento de controle social sobre o dinheiro
necessária”. Limita-se, por um lado, a uma relação
público.
de receitas a serem arrecadadas – que são as
origens – e, de outro lado, a uma relação de Na verdade, o orçamento é, antes de tudo,
despesas – que são as aplicações -, sem nenhum uma decisão de governo ou um exercício de poder e,
compromisso em deixar transparentes os motivos e nesse sentido, não só uma questão técnica, mas
os objetivos do gasto e sem entrar no mérito do que também política. Isto significa que todo orçamento
se faz. público implica a determinação de prioridades,
relacionadas, por sua vez, com a capacidade de
A segunda conceituação do orçamento
intervenção e negociação de certos setores da
público é tê-lo como um forte instrumento de
sociedade ou com opções do próprio governo local.
controle sobre as finanças das entidades
O orçamento permite a identificação dos recursos
governamentais. Nesse sentido, Giacomoni diz “... o
disponíveis, que serão aplicados segundo as
orçamento público serviu como instrumento de
prioridades estabelecidas e afinadas com a política
controle, tanto do legislativo sobre o Executivo,
adotada pelo gestor público.
como desse sobre suas próprias unidades
integrantes”. 2 9 Complementa Antony: “...a Pode-se dizer que o desenvolvimento do
elaboração do orçamento ocorre como parte do orçamento público implicou num grande avanço
processo de controle administrativo”. 30 Para para a democracia e para as liberdades individuais,
desempenhar esse papel, o orçamento revestiu-se ao corroborar, na sua trajetória histórica, a
de classificações orçamentárias elementares de separação dos poderes, condição sine qua non para
receitas e despesas e uma roupagem que um regime político democrático. Ao longo do tempo

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JOSÉ SANTO DAL BEM PIRES • WALMIR FRANCELINO MOTTA

transformou-se em um instrumento de bem-estar GIACOMONI; James. Orçamento público. 4. ed.


social, que deseja reduzir as despesas e diminuir a São Paulo: Atlas, 1992.
carga tributária. É sinônimo de esclarecimento das
KAPLAN, Robert S.; COOPER, Robin. Custo e
responsabilidades dos governantes perante a
desempenho: administre seus custos para ser mais
sociedade. Um bom orçamento pode prestar
competitivo. Tradução de O.P. Tradução. São Paulo:
serviços e estimular o desenvolvimento. Se
Futura, 1998.
elaborado na direção certa, promove em muito o
bem-estar social, mas se elaborado de forma LYRA FILHO, João. Despesas versus receita. Rio de
errada, atrapalha e até inibe o desenvolvimento. Janeiro: Irmãos Pongetti Editores, 1956.
A sua origem e seus fundamentos são PINTO, Pedro A. Dicionário de Sinônimos. Rio de
encontrados na própria história dos regimes Janeiro. Ed. Científica, 1956.
democráticos. A sua força, o seu prestígio e a sua PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO FISCAL
expressão na vida das sociedades estão na razão – PNEF. Gestão democrática dos recursos. Brasília
direta da maior ou menor consciência política das – DF: Teixeira Gráfica e Editora Ltda, 2004.
nações.
PYRR, Peter A. Orçamento base zero. Tradução de
José Ricardo Brandão Azevedo. São Paulo:
REFERÊNCIAS Interciência, 1981.
ANTONY, Robert N. Contabilidade gerencial. São 3
PINTO, Pedro A. Dicionário de Sinônimos. Rio de Janeiro: Ed.
Paulo: Atlas, 1970. Científica, 1956.
4
BALEEIRO, Aliomar. Uma introdução à ciência das A principal fonte de sustentáculo do conteúdo deste tópico á a
finanças. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1968. clássica obra de: BURKHEAD, Jesse. Orçamento público. Rio de
Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1971. p. 4 - 15.
BRASIL. Lei 4320, de 17 de março de 1964. Estatui 5
Ibid., p. 4.
normas quais de direito financeiro para elaboração e 6
BURKHEAD, Jesse. Orçamento público. Rio de Janeiro:
controle dos orçamentos e balanços da União, dos Fundação Getúlio Vargas, 1971. p. 5.
Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Diário 7
Ibid., p. 5.
Oficial da União, Brasília, DF, 18 mar. 1964.
8
GIACOMONI; James. Orçamento público. 4. ed. São Paulo:
______. Ministério do Planejamento e Coordenação Atlas, 1992. p. 41.
G e r a l . D i s p o n í v e l e m : 9
LYRA FILHO, João. Despesas versus receita. Rio de Janeiro:
<http://www.planejamento.gov.br/. Acesso em: 6 Irmãos Pongetti Editores, 1956. p. 5.
abr.2001. 10
BURKHEAD, Jesse. Orçamento público. Rio de Janeiro:
______. Constituição da República Federativa do Fundação Getúlio Vargas, 1971. p. 4 - 9.
11
Brasil. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, GIACOMONI; James. Orçamento público. 4. ed. São Paulo:
1988. Atlas, 1992. p. 41.
12
BURKHEAD, op. cit., p. 10.
______. Constituição da República Federativa do 13
Brasil. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, Rio de BURKHEAD, Jesse. Orçamento público. Rio de Janeiro:
Fundação Getúlio Vargas, 1971. p. 12.
Janeiro, 1938. 14
Ibid., p. 12.
______. Decreto nº 4536, de 28 de janeiro de 1922. 15
BURKHEAD, Jesse. Orçamento público. Rio de Janeiro:
Organiza o código de contabilidade da União. Rio de Fundação Getúlio Vargas, 1971. p. 15.
Janeiro: Imprensa Nacional, 1938. 16
PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO FISCAL – PNEF.
BURKHEAD, Jesse. Orçamento público. Rio de Gestão democrática dos recursos. Brasília – DF: Teixeira
Gráfica e Editora Ltda, 2004, vol. 4, p.13.
Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1971.
17
GIACOMONI; James. Orçamento público. 4. ed. São Paulo:
CRUZ, Flávio da. Comentários sobre a reforma Atlas, 1992. p. 45.
orçamentária de 1988. Revista Contabilidade Vista 18
PYRR, Peter A. Orçamento base zero. Tradução de José
& Revista. Belo Horizonte, v.4, n.1, p.16-22, fev. Ricardo Brandão Azevedo. São Paulo: Interciência, 1981. p.
1992. XV.
19
D'AURIA, Francisco. Contabilidade pública. 9. ed. KAPLAN, Robert S.; COOPER, Robin. Custo e desempenho:
administre seus custos para ser mais competitivo. Tradução de
São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1959.
O.P. Tradução. São Paulo: Futura, 1998. p. 330.

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A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ORÇAMENTO PÚBLICO E SUA IMPORTÂNCIA PARA A SOCIEDADE

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BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Rio de
Janeiro: Imprensa Nacional, 1938.
21
BALEEIRO, Aliomar. Uma introdução à ciência das finanças. 5.
ed. Rio de Janeiro: Forense, 1968. p. 403.
22
BRASIL. Decreto nº 4536, de 28 de janeiro de 1922. Organiza o
código de contabilidade da União. Rio de Janeiro: Imprensa
Nacional, 1938.
23
GIACOMONI; James. Orçamento público. 4. ed. São Paulo:
Atlas, 1992. p. 49.
24
BRASIL, Ministério do Planejamento e Coordenação Geral.
Disponível em: <http://www.planejamento.bov.br/. Acesso em:
6 abr. 2001.
25
CRUZ, Flávio da. Comentários sobre a reforma orçamentária de
1988. In: Revista Contabilidade Vista & Revista, Belo Horizonte, v.
4, n. 1, p. 16-22, fev. 1992.
26
BRASIL. Lei 4320, de 17 de março de 1964. Estatui normas
quais de direito financeiro para elaboração e controle dos
orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios
e do Distrito Federal. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 18
mar. 1964.
27
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil.
Brasília: Senado Federal; Centro Gráfico, 1988.
28
D'AURIA, Francisco. Contabilidade pública. 9. ed. São Paulo:
Companhia Editora Nacional, 1959. p. 19.
29
GIACOMONI; James. Orçamento público. 4. ed. São Paulo:
Atlas, 1992. p. 55.
30
ANTONY, Robert N. Contabilidade gerencial. São Paulo: Atlas,
1970. p. 21.

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