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Um Ras da Etiópia
na Porto Alegre dos anos 30.
Mas esta não foi a única referência à Etiópia e ao Ras Tafari, ou Hailé
Selassié I, que encontrei em minha pesquisa. Em 1948, Seu Lelé, o
primeiro Rei Momo negro de Porto Alegre, morador do Areal da
Baronesa, o qual tive a rica oportunidade de conhecer e entrevistar, ao
dar início aos festejos carnavalescos do Areal iniciava seu discurso da
seguinte forma:
A Etiópia estabelece uma relação com o passado africano, mas não com
qualquer passado. Quem conhece a história do rastafarianismo sabe que
a Etiópia está associada a um passado forte, resistente e libertário.
Assim o Ras Goma e Hai É, o Seilassié, evocados pelo Piratas do Riacho,
estavam associados a um símbolo repleto de significados para os negros
espalhados pelo mundo inteiro: a Etiópia. E não foi por acaso que a
Etiópia apareceu no imaginário de um bloco carnavalesco popular
composto por descendentes de africanos, justamente em um território
carnavalesco negro da cidade, o Areal da Baronesa, sendo esse também
um território de resistência negra e de busca da liberdade desde a
época da escravidão. Da mesma forma, não foi por acaso que como Rei
Momo negro do Areal da Baronesa Seu Lelé utilizou uma
imagem positiva, identificando-se a um Rei Negro vencedor,
representante da resistência do povo africano.
Fonte: http://massivereggae.fortunecity.com/cultura.htm