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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC

BC0001 - BASES EXPERIMENTAIS DAS CIÊNCIAS


NATURAIS

Atividade: Relatório 3

Titulo: Conversão de Energia: Pilhas

Data do Experimento: 04/07/2010

Professor: Rodrigo L.O. Rodrigues Cunha

Alunos

Denis Garcia de Souza

Diego de Almeida da Silva

Leví Damasceno Cruz

Rodrigo Alberto Domingos Donizetti

Thiago Domingos de Lima

Turma: B2 – BC&T – Noturno

Santo André – SP

Julho - 2010
Sumário

Introdução............................................................................................................4

Objetivo................................................................................................................7

Materiais e Métodos.............................................................................................8

Materiais..............................................................................................................8

Métodos...............................................................................................................8

PARTE A – Eletrodeposição de cobre em aço (célula eletrolítica)......................8

PARTE B – Aproveitamento dos materiais de uma pilha comum......................10

PARTE C – Construção de pilhas (células galvânicas) ....................................12

Resultados e Discussões ..................................................................................14

PARTE A - Eletrodeposição de cobre em aço (célula eletrolítica) ....................14

PARTE B - Aproveitamento dos materiais de uma pilha comum .....................17

PARTE C - Construção de pilhas (células galvânicas) .....................................17

Conclusão .........................................................................................................20

Questões de verificação ...................................................................................21

Referências Bibliográficas ................................................................................22

2
Índice de Ilustrações e Tabelas

Ilustrações:
Figura 1 - Célula Galvânica .............................................................................................5
Figura 2 - Célula Eletrolítica ............................................................................................5
Figura 3 - Célula Eletrolítica em funcionamento ..............................................................9
Figura 4 - Eletrodos depois de 10 minutos de experimento ............................................9
Figura 5 - Eletrodos no final do experimento .................................................................10
Figura 6 - Capa plástica e papelão retirado da pilha......................................................10
Figura 7 - Cilindro de Zinco cortado/pasta escura da pilha ...........................................11
Figura 8 - Zinco, pasta escura e bastão de grafite retirados da pilha ...........................11
Figura 9 - Filtração pasta escura e água destilada .......................................................12
Figura 10 - Célula Galvânica: Limão, Alumínio e Grafite ...............................................12
Figura 11 - Esquema de ligação célula eletrolítica ........................................................14
Figura 12 - Gráfico da corrente em função do tempo ....................................................16
Figura 13 - Calculadora ligada - Pilha de limão, alumínio e grafite ...............................18
Figura 14 - Eletrodos utilizados......................................................................................19

Tabelas:
Tabela 1 - Massa dos eletrodos de cobre e aço pré-experimento.................................12
Tabela 2 -Correntes medidas na célula eletrolítica .......................................................15
Tabela 3 - Massa e Variação de massa dos eletrodos de cobre a aço
pós-experimento............................................................................................................16
Tabela 4 - Tensões obtidas e resultado do teste da calculadora das células
galvânicas......................................................................................................................17
Tabela 5 - Tensões medidas e esperadas das associações série paralelas (Células
Diferentes).....................................................................................................................18

3
Introdução

Uma forma de obter a energia necessária para o futuro é encontrar


maneiras efetivas de gerar eletricidade a partir de reações químicas. Fontes de
eletricidade portáteis, mas eficientes, são necessárias para equipamentos
pequenos, de corações artificiais e computadores de bolso até automóveis
elétricos e habitações espaciais. Mas como reações químicas podem gerar
energia?

Embora o homem conhecesse a eletricidade desde a Grécia antiga, seu


aproveitamento e o conhecimento de sua natureza só começaram a surgir a
partir do fim do século XVIII. Nessa época, a eletricidade era produzida por
fricção (eletricidade estática), não se conhecia ainda a corrente elétrica, tal como
chamamos hoje. Alessandro Volta (1745-1827), professor de Física,
compreendeu que a eletricidade não era gerada por animais, mas pelos
diferentes metais mergulhados em um mesmo meio líquido (o corpo animal
contém líquido). Em 1795, conseguiu-se obter eletricidade mergulhando um
pedaço de cobre e um de zinco em uma solução de ácido sulfúrico, construindo o
primeiro gerador elétrico. Para aumentar o efeito do seu gerador, Volta empilhou
laminas de cobre e zinco, separados por panos úmidos em solução de ácido.
Esse dispositivo ficou conhecido como pilha de Volta ou simplesmente pilha.

O ramo da química que estuda como reações químicas podem gerar


eletricidade e como a eletricidade pode ajudar com que as reações sejam feitas
é chamado de eletroquímica. Ainda que não fosse totalmente conhecido, o que
ocorria na pilha de Volta eram duas reações químicas simultâneas, conhecidas
hoje por reações de oxidação e de redução. Uma reação de oxidação é aquela
onde há perda de elétrons. Veja um exemplo de uma semi-reação de oxidação:

𝑀𝑔(𝑠)→𝑀𝑔(𝑠)2+ +2𝑒−

Já uma reação de redução é o ganhar elétrons. Veja o seguinte exemplo:

𝐹𝑒(𝑎𝑞)3+ + 𝑒−→𝐹𝑒(𝑎𝑞)2+

Ambas as semi-reações são apenas conceituais: os elétrons nunca


estão realmente livres.

Que a pilha de Volta era um sistema que realizava reações químicas de


oxidação e redução, já foi dito, porém a eletroquímica dá um nome a esse
sistema: célula eletroquímica.

As células eletroquímicas são dispositivos nos quais a corrente – fluxo de


elétrons através de um circuito - é produzida por reações espontâneas ou
utilizada para a realização de reações não-espontâneas. Quando a corrente é
produzida, o dispositivo é chamado de célula galvânica. Quando a corrente é
utilizada para realizar as reações, o dispositivo é chamado de célula eletrolítica.

Uma célula galvânica consiste de dois eletrodos (condutores metálicos)


que fazem contato elétrico com o conteúdo da célula, e um eletrólito (meio
condutor iônico), dentro da célula. A oxidação ocorre em um eletrodo, chamado
4
de ânodo, e a redução ocorre no outro, chamado de cátodo. O fluxo de elétrons
em uma célula galvânica é sempre do ânodo para o cátodo. A figura 1 mostra
uma célula galvânica, seus eletrodos e o fluxo de elétrons:

Figura 1 - Célula Galvânica

Eletrólise é o processo de forçar uma reação a ocorrer na direção


não-espontânea, para isso utilizando corrente elétrica. Uma célula eletrolítica é o
dispositivo no qual a eletrólise tem lugar. O arranjo dos componentes é diferente
do da célula galvânica: geralmente os dois eletrodos estão no mesmo
compartimento e há somente um tipo de eletrólito. Como em uma célula
galvânica, a oxidação ocorre no ânodo e a redução ocorre no cátodo, e os
elétrons passam por um fio externo do ânodo para o cátodo. Mas ao invés da
corrente espontânea da célula galvânica, uma corrente deve ser fornecida por
uma fonte externa. Esta corrente movimenta os elétrons pelo fio em uma direção
pré-determinada. O resultado é forçar a oxidação em um eletrodo e a redução
em outro. A figura 2 mostra o fluxo de elétrons de uma célula eletrolítica:

Figura 2 - Célula Eletrolítica

No esquema acima, os elétrons emergem do ânodo (-) da célula


galvânica e entram na célula eletrolítica pelo seu cátodo (-). Os elétrons saem da
célula eletrolítica pelo seu ânodo (+) e entram na célula galvânica pelo seu
5
cátodo (+). Neste caso, se a reação na célula galvânica é mais fortemente
espontânea que a reação da célula eletrolítica, então o processo todo é
espontâneo.

Quando se descobriu à eletricidade, uma das grandes perguntas foi como


estocá-la e utilizá-la sem precisar de cabos. O surgimento das pilhas atendeu
bem essa demanda e sua tecnologia revolucionou o mercado nos ramos mais
variados. Com essa nova tecnologia os cientistas puderam criar materiais e
instrumentos que não dependiam das tomadas, mas sim de fontes portáteis de
energia e aplicá-las em ramos diversos como automobilística (como a bateria de
carro), eletrodomésticos, eletrônicos, robótica (hoje com células de energia
muito mais sofisticadas), etc.

As pilhas e sua tecnologia são essenciais em vários locais e usos:


hospitais são dependentes de geradores para caso o sistema falhar; em
aparelhos biomédicos, como as pernas mecânicas e controladores de insulina;
em computadores pessoais portáteis (laptop); no ramo das telecomunicações,
as quais foram essenciais na criação e popularidade dos celulares e telefones
sem fio; na tecnologia de transformar energia, onde está sendo muito explorada
em novos meios de geração de “energia limpa”, como a luz solar e suas células
solares.

Sua fórmula simples e eficaz fez com que a indústria também crescesse.
Empresas como a Duracell e Rayovac fabricam milhares de pilhas e baterias
buscando, fomentadas pelo avanço tecnológico e pela competição, a melhoria
de sua composição para maiores eficácia e duração, o que comprova que tal
tecnologia tende a se expandir cada vez mais.

Neste experimento iremos realizar a confecção de células


eletroquímicas e verificaremos a composição de uma pilha comum.

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Objetivo

Este experimento tem por objetivo nos fornecer parâmetros práticos e


teóricos do conceito de conversão de energia em pilhas tanto convencionais
como as não convencionais, de maneira que transmita-nos uma base no
conceito geral do tema citado.

Para tanto, faz-se a utilização de instrumentos pré-estabelecidos, onde


teremos como objetivo primordial a identificação de tensão e corrente elétrica
com o auxílio de objetos propícios a tal propósito, após o reconhecimento prévio
dos mesmos, possuiremos as condições mínimas necessárias para se realizar
conversões de energia e possíveis associações, ao qual estudaremos
individualmente.

Além disso, visa-se também o reconhecimento de algumas reações


espontâneas denominadas eletroquímicas, ponto este, em que faremos a
utilização de materiais obtidos através do desmembramento de uma pilha
comum, onde estudaremos os fenômenos de eletrólise através da
eletrodeposição de cobre em aço (prego) realizados neste procedimento,
detalhando-o e discutindo posteriormente.

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Materiais e Métodos

Materiais

Para a realização deste experimento, foram necessários uma pilha


comum e uma bateria 9V, luvas descartáveis, um alicate, uma tesoura, uma
espátula, uma faca de serra, quatro béqueres de 50 mL, um béquer de 25 mL,
um bastão de vidro, uma bacia e uma escova, um funil pequeno, um papel filtro,
ácido clorídrico 1 mol.L-1, limões, um multímetro, água destilada, uma placa de
cobre e um prego de aço, papel alumínio, uma calculadora que funcione com
uma pilha AA, fios e “jacarés” para conexão, uma balança analítica, um
cronômetro e um vidro relógio.

Métodos

PARTE A – Eletrodeposição de cobre em aço (célula eletrolítica)

A primeira coisa feita foi lixar a placa de cobre e o prego de aço, retirando
assim qualquer oxidação anterior e limpá-los com um papel toalha, para retirada
de poeira. Feito isso os dois materiais foram pesados em uma balança analítica,
e seus pesos anotados.

Com a ajuda de um multímetro, foi medida a tensão da bateria e seus


pólos, determinados.

Para a montagem da célula eletrolítica, foram adicionados 25 mL de acido


clorídrico em um béquer de 50 ml; o prego de aço foi conectado ao pólo negativo
da fonte e mergulhado na solução; a placa de cobre foi mergulhada na solução e
conectada a porta COM do multímetro; com o multímetro ajustado para medida
de corrente continua, foi conectado da porta A do multímetro ao pólo positivo da
fonte, acionando ao mesmo tempo um cronômetro e registrando a corrente
inicial. No primeiro minuto de experimento, a corrente foi registrada a cada
quinze segundos e nos demais a cada trinta segundos, durante 15 minutos. O
sistema montado pode ser observado na Figura 3.

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Figura 3 - Célula Eletrolítica em funcionamento

Com 15 minutos de experimento, a corrente foi interrompida, os eletrodos


retirados da solução e levados para a secagem, em uma estufa e pesados
posteriormente em uma balança analítica. As Figuras 2 e 3 mostram a situação
dos eletrodos aos 10 minutos de experimento e depois de acabado,
respectivamente.

Figura 4 - Eletrodos depois de 10 minutos de experimento

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Figura 5 - Eletrodos no final do experimento

PARTE B – Aproveitamento dos materiais de uma pilha comum.

Utilizando-se de luvas, óculos de segurança e avental, a primeira coisa feita foi


retirar a capa plástica e o papelão que recobre e pilha, para isso utilizando um
alicate. O próximo passo foi cortar a parte de baixo e a parte de cima da pilha,
transformando-a em um cilindro oco. A Figura 4 mostra a pilha sem suas
proteções externas.

Figura 6 - Capa plástica e papelão retirado da pilha

Para a retirada do bastão de grafite e da placa de zinco, foi feito um corte


transversal no zinco, mostrado na Figura 5.

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Figura 7 - Cilindro de Zinco cortado/pasta escura da pilha

Retirado o zinco, ele foi lavado para a retirada da pasta eletrolítica e


amassado, a fim de formar uma placa de zinco. O bastão de grafite foi separado
dos demais componentes e não foi limpo, pois a pasta eletrolítica nele faz-se
necessária para o próximo experimento. A pasta escura foi colocada em um
béquer de 50 mL e misturada com 10 mL de água destilada e filtrada em um funil
com um papel filtro, como mostrados nas Figuras 6 e 7.

Figura 8 - Zinco, pasta escura e bastão de grafite retirados da pilha

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Figura 9 - Filtração pasta escura e água destilada

PARTE C – Construção de pilhas (células galvânicas)

A primeira pilha foi feita com um limão, alumínio e grafite.

Primeiramente o limão foi amassado com o fim de liberar seu suco em seu
interior. Feito isso, foram feitos dois cortes em sua superfície e os eletrodos de
alumínio e grafite lá foram colocados, como mostrados na Figura 10. O sistema
foi conectado ao multímetro para medição de sua tensão. Com a tensão medida,
foi realizado um teste, onde foi verificado se uma calculadora ligaria com a pilha
de limão, alumínio e grafite. Depois do teste os eletrodos foram retirados e
limpos com água destilada. Esta pilha também foi feita utilizando o zinco no lugar
do alumínio.

Figura 10 - Célula Galvânica: Limão, Alumínio e Grafite

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Para a confecção da segunda pilha, a solução obtida na filtração da
PARTE B foi diluída em água destilada para o volume de 40 mL. Com a solução
em um béquer, os eletrodos foram mergulhados, sua tensão medida e o teste da
calculadora feito. Esta pilha também foi feita utilizando o zinco no lugar do
alumínio.

Para a terceira pilha, 40 ml de acido clorídrico 1 mol.L-1 foi adicionado a um


béquer e os eletrodos lá mergulhados. Foi verificada a tensão desta pilha e o
teste da calculadora realizado. Esta pilha também foi feita utilizando o zinco no
lugar do alumínio.

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Resultados e Discussões

PARTE A - Eletrodeposição de cobre em aço (célula eletrolítica)

Após lixar e limpar a placa de cobre e o prego de aço foi medido, com a
balança analítica, a massa de cada eletrodo. A Tabela 1 apresenta os resultados
obtidos.

Placa de Cobre Prego de aço

Massa(g) 0,9240 1,3420

Tabela 1 - Massa dos eletrodos de cobre e aço pré-experimento

Utilizando o multímetro, a tensão da fonte foi medida (a bateria comum).

𝑇𝑏𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎=9,18 𝑉

Foi separado no Béquer 25 ml de ácido clorídrico (1,0 mol L-1) e, em


seguida, um aparelho foi feito conforme demonstrado na Figura 11. A seta indica
a ordem na qual cada material foi conectado.

Figura 11 - Esquema de ligação célula eletrolítica

O multímetro foi ajustado para medir a corrente elétrica e o cabo vermelho


foi conectado no pólo positivo da fonte. A partir deste momento, as medições do
multímetro foram anotadas periodicamente durante 15 minutos e os resultados
obtidos estão na Tabela 2. Após 600 segundos (10 minutos) a variação na
corrente era muito pequena, por isso o multímetro foi reajustado para medir a
corrente com maior precisão.

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Tempo(s) 0 15 20 45 60 90 120 150 180

Corrente(µA) 3500 2470 2320 2320 2320 2320 2320 2320 2320

Tempo(s) 210 240 270 300 330 360 390 420 450

Corrente(µA) 2300 2331 2332 2332 2332 2331 2332 2332 2333

Tempo(s) 480 510 540 570 600 630 660 690 720

Corrente(µA) 2334 2335 2333 2333 2333 2334 2334 2333 2334

Tempo(s) 750 780 810 840 870 900

Corrente(µA) 2333 2333 2335 2334 2334 2333

Tabela 2 - Correntes medidas na célula eletrolítica

Durante os 15 minutos, foi observado o desprendimento de gases


(surgimento de bolhas) na solução na região próxima ao prego. Inicialmente com
maior intensidade e depois diminuindo. Na solução há elétrons livres, pois
ocorre a seguinte dissolução:

𝐻𝐶𝑙(𝑎𝑞) + 𝐻2𝑂(𝑙) → 𝐻3𝑂(𝑎𝑞)+ + 𝐶𝑙(𝑎𝑞)−

A bateria (fonte) cria uma polaridade negativa no prego e uma positiva na


placa de cobre. Os íons se aproximam da placa de cobre forçando a seguinte
semi-reação:

𝐶𝑢 → 𝐶𝑢2+ + 2 𝑒−

Os elétrons doados fluem, através do circuito, para os íons. Dessa


forma, os elétrons livres na solução são conduzidos do prego (que repele os
elétrons - cátodo) para a placa de cobre (que atrai os elétrons – ânodo). Por isso,
os íons tenderão a ficar próximos do prego.

Na mesma intensidade (em número de elétrons doados), no pólo negativo


teremos:

2𝐻3𝑂+ + 2 𝑒− → 𝐻2 + 2𝐻2𝑂

As bolhas liberadas próximas ao prego são formadas pela liberação do


gás. Após um tempo, os íons de hidrogênio no ácido se desgastam e a
quantidade de bolhas diminui. Foi observado também que o prego apresentava
uma coloração diferente e um volume ligeiramente maior que o inicial indicando
a deposição de algum material sobre ele. A placa de cobre apresentava algumas
regiões acinzentadas. Após os 15 minutos de observação, o aparelho foi
desfeito e a massa dos eletrodos foi novamente medida e comparada com a
massa perdida (sinal negativo) ou depositada em cada eletrodo. Os valores
medidos foram apresentados na Tabela 3.

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Placa de Cobre Prego de Aço

Massa(g) 0,9215 1,3412

Variação(g) 0,0025 0,0008

Tabela 3 - Massa e Variação de massa dos eletrodos de cobre a aço pós-experimento

A Figura 12 é o gráfico da variação da corrente elétrica em função do tempo


com os dados da Tabela 2.

Variação da corrente em função do tempo


4000

3500

3000

2500
Corrente (A)

2000

1500

1000

500

0
0 5 10 15 20 25 30 35
Tempo (s)

Figura 12 - Gráfico da corrente em função do tempo

Considerando a corrente elétrica constante, para calcular a carga elétrica


total transferida entre os eletrodos bastaria multiplicar o valor da corrente
constante pelo tempo transcorrido. Contudo, a corrente varia com o tempo. Por
isso, para calcular a carga elétrica total transferida, dividimos o tempo
transcorrido em intervalos de tempo infinitesimais de tal forma que nestes
intervalos a corrente é constante, então multiplicamos cada valor da corrente por
este intervalo infinitesimal e somamos todos os produtos. Se houvesse uma
função definida C(t) para o valor da corrente em qualquer tempo t, seguindo
estes procedimentos, estaríamos integrando esta função com respeito ao tempo.

𝑄= 𝐶 𝑡 𝑑𝑡

Geometricamente podemos dizer que estaríamos calculando a área


compreendida entre a curva C(t) e o eixo do tempo transcorrido. Existem alguns
métodos numéricos que permitem aproximar este resultado. Utilizando o método
de Newton-Cotes com a Regra 1/3 de Simpson4:

𝑄= 𝐶 𝑡 𝑑𝑡≈ℎ3 1𝐶(𝑡0)+4𝐶 𝑡1 +2𝐶 𝑡2 +4𝐶 𝑡3 +⋯+4𝐶 𝑡𝑛−1 +1𝐶(𝑡𝑛) ≈30,228𝐶

Uma forma de relacionar a quantidade de carga transferida e a massa


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perdida no eletrodo de cobre seria com a equação da Lei de Faraday:

𝑄=𝑛𝐹𝑍=𝑚𝑀𝐹𝑍

A Equação acima indica que para dois eletrodos onde houve a


transferência de uma mesma carga, quanto maior for a massa molar do eletrodo,
maior também será a massa perdida/depositada. Isso justifica a diferença
apresentada na Tabela 3 visto que o aço é constituído de átomos de ferro e
carbono.

PARTE B - Aproveitamento dos materiais de uma pilha comum

Foram obtidos, a partir da pilha, os seguintes materiais: plástico, papelão,


zinco, grafite e a pasta escura. O zinco, o grafite e a pasta escura foram
utilizados posteriormente para a confecção de pilhas “caseiras”. Além dessa
utilidade, esses materiais podem ser reciclados; atualmente 30% de toda a
oferta mundial de zinco é reciclada, por exemplo. O plástico e o papelão são
facilmente reutilizados. A filtração da mistura da pasta escura e os 10 mL de
água destilada resultou em uma solução de cloreto de amônio, que é o eletrólito
da pilha. O sólido restante é uma mistura de óxidos de manganês. A solução de
cloreto foi utilizada posteriormente como eletrólito de uma pilha “caseira”, tendo
primeiramente como eletrodos o alumínio e o grafite e posteriormente, zinco e
grafite. O sólido foi descartado.

PARTE C - Construção de pilhas (células galvânicas)

A Tabela 4 apresenta os valores obtidos das medidas feitas com o


multímetro da tensão de cada pilha e se a calculadora ligou ou não.

Alumínio Zinco

Tensão(V) Calculadora Tensão(V) Calculadora

Limão 1,150 Ligou 1,758 Ligou

Cloreto de
1,039 Ligou 0,998 Ligou
Amônio

Ácido
1,795 Ligou 2,005 Ligou
Clorídrico

Tabela 4 - Tensões obtidas e resultado do teste da calculadora das células galvânicas

Todas as pilhas ligaram a calculadora, pois todas apresentaram diferença de


potencial suficiente para tal feito.

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Figura 13 - Calculadora ligada - Pilha de limão, alumínio e grafite

A quantidade de íons dissociados no eletrólito influencia na tensão. O


ácido clorídrico apresenta uma maior dissociação, por isso teve as medições de
tensão mais altas. Da mesma forma, o cloreto de amônio (por estar pouco
concentrado) teve as medidas de tensão mais baixas.

A distância entre os eletrodos e a quantidade de íons dissociados no


eletrólito são fatores que influenciaram a diferença de tensão entre o Zinco e o
Alumínio, outro fator é que o Zinco é um material que possui um potencial de
redução maior que o Alumínio, isto é, possui uma tendência maior de receber
elétrons (e ser reduzido).

Fizemos duas ligações de pilhas em série e em paralelo. Na primeira


delas utilizamos a pilha de limão com os eletrodos Alumínio e Grafite e a pilha da
solução do cloreto de amônio com os eletrodos Zinco e Grafite. Medimos a
tensão com o multímetro e comparamos com o esperado (na associação em
série terá a soma das tensões e na associação em paralelo terá o valor médio
das tensões) obtendo os resultados apresentados na Tabela 5.

Série Paralelo

Tensão Medida(V) 1,78 1,00


Tensão Esperada(V) 2,14 1,07

Tabela 5 - Tensões medidas e esperadas das associações série paralelas (Células Diferentes)

Observamos que em ambos os casos os valores medidos estavam


próximos do esperado.
18
Os eletrodos utilizados podem ser vistos na Figura 14.

Figura 14 - Eletrodos utilizados

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Conclusão

Neste experimento visamos à realização de diversos métodos de


conversão de energia como: reaproveitamento de pilhas, utilização de
compostos iônicos dissociáveis além de procedimentos para averiguação e
discussão de sistemas em série e paralelo.

Obtivemos diferentes resultados de tensão por meio de medição com o


multímetro, uma vez que cada uma das pilhas tinham composições particulares;
porém todas ofereceram uma tensão suficiente para que a calculadora ligasse.

Os processos de redução e oxidação ocorreram como o previsto;


observamos também, o fenômeno da eletrólise, que nada mais é, que a
conversão de energia elétrica em energia química.

Concluímos também que por meio de diferentes soluções é possível


construir pilhas, aproveitando a energia fornecida pelo processo espontâneo de
corrosão dos eletrodos, caracterizando assim, a conversão de energia química
em elétrica. As maiores tensões foram obtidas quando o ácido clorídrico estava
na montagem da pilha e as menores tensões foram medidas para as pilhas da
solução de cloreto de amônio, o que nos levou a concluir, que a célula galvânica
depende da solução em que esta inserida (mergulhada) e que o ácido clorídrico
tem a maior concentração de íons dentre as soluções estudadas; contudo a
partir de dados obtidos em literatura constatou-se que o coerente seria termos
obtido as menores tensões nas pilhas com o ácido cítrico (suco de limão), fato
este que pode ser justificado pela utilização deste, puro, enquanto que nas pilhas
de solução de cloreto de amônio, é provável que tenha havido diluição em
excesso em água.

Por fim, realizamos associações elétricas em paralelo e em série com o


sistema que fazia a utilização do ácido cítrico, cujos resultados foram realmente
satisfatórios, atingindo os valores esperados minimamente dispersos.

Com isso, portanto, pudemos acrescentar de maneira satisfatória um maior


conhecimento no conceito geral de conversão de energias, tanto nas
denominadas células eletrolíticas, como em pilhas convencionais.

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Questões de verificação

1) O que é um eletrólito? Cite alguns componentes do limão que podem


agir como eletrólitos.

Resposta: Eletrólitos nada mais são que substâncias que liberam íons
como ácidos, bases ou sais dissolvidos em água ou ainda óxidos de metais
ou sais após sofrerem fusão (na eletrólise ígnea). No limão, o eletrólito é o
ácido cítrico.

2) Quais pilhas forneceram energia suficiente para ligar a calculadora?

Resposta: Todas as pilhas forneceram energia suficiente para a


calculadora ser ligada, apesar das tensões medidas serem baixas em alguns
dos casos.

3) O tamanho da pilha influencia no valor do potencial de oxirredução?

Resposta: Não, pois o que influencia no processo de oxirredução é o


material usado como eletrodo e não o tamanho da pilha utilizada no
experimento.

4) Qual o papel do grafite nos experimentos realizados?

Resposta: Em todos os experimentos realizados o grafite se portou como


um eletrodo inerte.

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Referências Bibliográficas

[1] Atkins, P.W. Jones, L.L. Principio de Química: questionando a vida moderna e
o meio ambiente, Ed. Bookman, 2001; Paginas 603 a 606

[2] Atkins, P.W. Jones, L.L. Principio de Química: questionando a vida moderna e
o meio ambiente, Ed. Bookman, 2001; Paginas 607 a 628

[3] Atkins, P.W. Jones, L.L. Principio de Química: questionando a vida moderna e
o meio ambiente, Ed. Bookman, 2001; Paginas 629 a 634

[4] CAMPOS, F. F. Algoritmos Numéricos. LTC Editora, 2001. Páginas 211 a


221.

[5] Instituto de Metais não-ferrosos – ICZ

< http://www.icz.org.br/zinco_meioambiente.asp>

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