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RAH
ELE
NAMA
YWO
RM
HISTÓRIA E FUNDAMENTOS
DA FISIOTERAPIA
autores do original
SANDRA HELENA MAYWORM
1ª edição
SESES
rio de janeiro 2016
Conselho editorial sergio cabral , roberto paes e gladis linhares
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida
por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2015.
ISBN 978-85-5548-249-6
Apresentação do Capítulo
Objetivos da sua aprendizagem
1 Conceito de Fisioterapia 12
1.1 História da Fisioterapia no mundo 13
1.2 A Fisioterapia no Brasil 19
Atividade 31
Referências 32
Apresentação do Capítulo
Objetivos da sua aprendizagem
2 Introdução 35
2.1 Diretrizes Nacionais Curriculares para o curso de Fisioterapia 38
2.2 O Projeto Pedagógico do Curso 43
Atividade 50
Referências 50
Apresentação do Capítulo
Objetivos da sua aprendizagem
3 Breve reflexão sobre a legislação e a autonomia profissional do fisioter-
apeuta 54
3.1 O Decreto-lei 938/69 - legitimando a profissão 55
3.2 Criação do Conselho Federal de Fisioterapia de Terapia Ocupacional
(Coffito), Conselhos Regionais de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Crefi-
tos) e algumas resoluções. 58
3.3 Código de Ética do fisioterapeuta | RESOLUÇÃO Nº 424, DE 08 DE
JULHO DE 2013 66
3.4 Diferenciações nas funções do Coffito e dos Crefitos e entidades clas-
sistas e culturais do fisioterapeuta 68
3.5 Conselho Federal de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional | COFFITO
68
3.6 Conselhos Regionais de Fisioterapia e Terapia Ocupacional | Crefitos
69
Referências 71
4. Recursos Fisioterapêuticos 74
Apresentação do Capítulo
Objetivos da sua aprendizagem
4 Termoterapia 75
4.1 Crioterapia 78
4.2 Fototerapia 80
4.3 Eletroterapia 82
4.4 Galvanização e iontofonese 82
4.5 Eletroestimulação funcional 84
4.6 Corrente russa 84
4.7 Neurostimulação sensorial transcutânea 85
4.8 Microcorrentes 85
4.9 Cinesioterapia 86
4.10 Recursos Terapêuticos Manuais 90
4.11 Hidroterapia e hidrocinesioterapia 91
Atividade 93
Referências 94
Apresentação do Capítulo
Objetivos da sua aprendizagem
5 Locais de ações e intervenções fisioterapêuticas 98
5.1 Fisioterapia Clínica 110
5.2 Saúde Coletiva 113
5.3 Educação 115
5.4 Outras atividades 116
5.5 Exigências Legais 117
Atividade 117
Referências 118
Apresentação do Capítulo
Objetivos da sua aprendizagem
6 Educação Continuada 122
6.1 Especialidades na Fisioterapia 125
Atividade 134
Referências 134
Apresentação
Prezado(a) aluno(a),
OBJETIVOS
• Apresentar o conceito de Fisioterapia;
• Apresentar a processo histórico da Fisioterapia no mundo e no Brasil;
• Relacionar o processo histórica da profissão ao seu conceito e reconhecimento.
capítulo 1 • 11
1 Conceito de Fisioterapia
Ciência da saúde que estuda, previne e trata os distúrbios cinéticos funcio-
nais intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano, gerados por alte-
rações genéticas, por traumas e por doenças adquiridas, na atenção básica,
média complexidade e alta complexidade. Fundamenta suas ações em meca-
nismos terapêuticos próprios, sistematizados pelos estudos da Biologia, das
ciências morfológicas, das ciências fisiológicas, das patologias, da Bioquímica,
da Biofísica, da Biomecânica, da cinesia, da sinergia funcional, e da cinesia pa-
tológica de órgãos e sistemas do corpo humano e as disciplinas comportamen-
tais e sociais (COFFITO, 2013).
A partir desse conceito, podemos concluir que a Fisioterapia:
• Muito além de uma profissão, é uma ciência e, como tal, baseia-se em pes-
quisas desenvolvidas na área e está sempre em evolução;
• Faz uso de mecanismos terapêuticos próprios, com base nas ciências bá-
sicas. Para isso, adota procedimentos relacionados ao conhecimento de recur-
sos físicos e naturais, de ação isolada ou conjunta, como eletroterapia, masso-
terapia, crioterapia, termoterapia, hidroterapia, fototerapia, mecanoterapia e
cinesioterapia (sobre os quais discutiremos no Capítulo 4);
12 • capítulo 1
• Tem como referência o modelo biopsicossocial, com visão global do as-
pecto físico dos sistemas do corpo humano, além dos comportamentais e so-
ciais. A Fisioterapia proporciona uma visão integral do ser e do adoecer, que
compreende as dimensões física, psicológica e social. Além das habilidades
técnico-instrumentais, é importante, no seu diagnóstico, a interação dos fato-
res sociais, psicológicos e biológicos, para avaliação do estado de saúde da pes-
soa e orientação se necessário, além da prescrição e do tratamento adequado.
capítulo 1 • 13
mais precisamente desde a Idade da Pedra (Figura 1), quando o homem pré
-histórico buscava o sol e regatos com águas cristalinas e frias não apenas para
consumo, mas também para tratamento a fim de amenizar um sofrimento,
uma dor. A utilização de recursos físicos, bem como de água, luz, eletricidade,
calor, frio e o movimento, tem contribuído bastante e há um longo tempo para
a promoção, preservação e recuperação das condições de saúde funcional das
populações. Esses são os chamados recursos fisioterapêuticos.
“Quando um homem se machucava durante a caça ou luta, ele esfregava o local com as
mãos, para aquecê-lo, e mergulhava o membro machucado na água para aliviar a dor.
Esses são, na verdade, os dois princípios básicos da Fisioterapia seguidos até hoje: a
massoterapia (massagem com as mãos) e a hidroterapia (tratamento com água).”
Na Antiguidade, período compreendido entre 4.000 a.C. e 395 d.C., era gran-
de a preocupação com pessoas que apresentavam as chamadas diferenças incô-
modas, termo utilizado para abranger o que, na época, era considerado doen-
14 • capítulo 1
ça. Havia uma preocupação em se eliminarem essas diferenças incômodas por
meio de recursos, técnicas, instrumentos e procedimentos. Os agentes físicos
já eram utilizados para reduzir essas diferenças. Embora não existissem fisiote-
rapeutas naquela época, os médicos que havia já conheciam os agentes físicos
e os empregavam em terapia – como, por exemplo, a eletroterapia sob forma de
choques com um peixe elétrico no tratamento de certas doenças (REBELATTO
e BOTOMÉ, 1999).
capítulo 1 • 15
“As ordens religiosas eram inimigas do corpo. Os hospitais da Idade Média tinham ca-
ráter eclesiástico; estavam junto dos mosteiros mais importantes, e suas salas de en-
fermos encontravam-se imediatamente ao lado das capelas. Havia, inclusive, altares na
sala dos enfermos, não havendo local apropriado para a realização de exercícios.”
16 • capítulo 1
O Humanismo e as Artes desenvolveram-se e possibilitaram, paralelamen-
te, a retomada dos estudos relativos aos cuidados com o corpo e o culto ao fí-
sico. Jeronimus Mercurialis, um humanista do século XVI e autor do livro Arte
Ginástica, publicado em 1569, apresentou princípios definidos para a ginástica
médica, que compreendiam:
2 • Regularidade no exercício;
capítulo 1 • 17
geral composto de quatro partes: pedagógica, médica, militar e estética, que in-
corporavam os ensinamentos do Tui Na. Na mesma época, o alemão Friedrich
Ludwig Jahn criou outro sistema de prática gímnica (de ginástica geral), mais
individual.
18 • capítulo 1
Segundo Rebelatto e Botomé (1999), a clínica, a cirurgia, a farmacologia, a
aplicação de recursos elétricos, térmicos, hídricos e a adoção de exercícios fí-
sicos sofreram uma evolução dirigida para o atendimento do enfermo. Surgiu
então a ideia de atendimento hospitalar. Em pleno século XIX, vários estudio-
sos europeus contribuíram para o desenvolvimento do que, posteriormente,
foi definido como campo da Fisioterapia. Na Suécia, Gustav Zander criou uma
série de exercícios terapêuticos realizados com máquinas e diferentes equipa-
mentos, e, em 1864, fez demonstrações dos aparelhos que havia criado para
exercícios ativos, assistidos e resistidos; era o início da mecanoterapia. No mes-
mo século, Frenkel criou um método de tratamento para a ataxia, com base na
repetição lenta de movimentos específicos e coordenados, ensinados até hoje
nas universidades brasileiras.
capítulo 1 • 19
mento das primeiras escolas de ensino médico destaca-se como a grandiosa
obra dos portugueses no país, em particular os avanços obtidos na cidade do
Rio de Janeiro.
20 • capítulo 1
“Graças à energia electrica, podemos mesmo dispensar a massagem e a Gymnastica,
localizando o movimento a um ou mais músculos, substituindo-as pela electromassa-
gem e pela electrogymnastica, recursos estes preciosos em virtude de não exigirem
esforços e fadigas da parte do doente.” (grafia original)
capítulo 1 • 21
“São tantas as observações, tão numerosos os trabalhos de physiologia e clinica de-
monstrando os magníficos resultados dos banhos de luz, de vapor, irradiações, duchas,
electricidade, massagem, cultura physica etc., que devem constituir, sem dúvida, com a
dietética, o ponto de apoio principal na cura das doenças.
22 • capítulo 1
“Apesar do ambiente propício, onde o esmero educacional é paralelo à cultura, Recife
se ressente de algumas particularidades indispensáveis à vida atual. Um gabinete fisio-
terápico completo, que preenchesse os requisitos exigidos pela concepção científica,
com as finalidades tão altamente benéficas da sua razão de ser, não me consta até hoje
tenha-se instalado nesta cidade.
capítulo 1 • 23
O exercício físico e as outras maneiras de atuar caracterizam a Fisioterapia no
século XX.
24 • capítulo 1
Figura 4. Sessão de recuperação ocupacional. - Clínica Ortopédica e Traumatológica – década de
1950
capítulo 1 • 25
“Na década de 1950, a incidência de poliomielite atingia índices alarmantes, e, como
consequência, um número elevado de indivíduos, portadores de sequelas motoras, ne-
cessitavam de reabilitação. Também nessa época, o número de pessoas acometidas
pelos acidentes de trabalho no Brasil se apresentava como um dos maiores da América
do Sul, e essa expressiva faixa populacional precisava ser reabilitada para reintegrar o
sistema produtivo do país.” (BOTOMÉ; REBELATTO, 1999)
26 • capítulo 1
Murray, cujo filho portador de deficiência havia se submetido a tratamento de
Fisioterapia em Londres.
capítulo 1 • 27
“[...] Verificam-se, assim, intromissões incompreensíveis de certos círculos sobre outros
que ainda estão em fase de desenvolvimento, negando-se-lhes assim a capacidade
de dirigirem seus assuntos de Motu Próprio, e resulta paradoxo demais, quando isto
acontece num país tão exuberantemente democrático como o Brasil. Deve-se extin-
guir, para sempre, a falsa paternidade de constituírem-se indevidamente em advogados
de terceiros. O direito à soberania individual e profissional é inviolável. Defendendo e
usando esse direito, nos encontramos perfeitamente aptos e capacitados para traçar o
futuro da profissão de Fisioterapeutas [...].”
“[...] Deixamos, já faz tempo, a menoridade tutelar, [grifo nosso] e, por isso, da mesma
maneira que respeitamos os direitos dos outros, exigimos intransigentemente defender
o que nos pertence. O Fisioterapeuta de hoje, como o do futuro, não é mais o profissio-
nal de 10 anos atrás.”
28 • capítulo 1
“Não compete aos dois últimos o diagnóstico da doença ou da deficiência a ser corri-
gido. Cabe-lhes executar, com perfeição, aquelas técnicas, aprendizagem e exercícios
recomendados pelo médico, que conduzem à cura ou à recuperação dos parcialmente
inválidos para a vida social. Daí haver a Comissão preferido que os novos profissionais
paramédicos se chamassem Técnicos em Fisioterapia e Terapia Ocupacional, para mar-
car-lhes bem a competência e as atribuições. O que se pretende é formar profissionais
de nível superior, tal como acontece a enfermeiros, obstetrizes e nutricionistas. Diante
disso, não há como evitar os nomes de Técnicos em Fisioterapia e Técnicos em Terapia
Ocupacional.”
capítulo 1 • 29
“Este conclave gerou uma carta com 12 conclusões, cujo item primeiro é elucidativo
para o tema, verbis: Recomendar que os assuntos relacionados com a classe de Fisio-
terapeutas sejam sempre tratados com a participação do órgão representativo destes
profissionais, que é a Associação Brasileira de Fisioterapeutas.”
30 • capítulo 1
teriormente seria a primeira presidente do Conselho Federal de Fisioterapia e
Terapia Ocupacional (Coffito), o trabalho e empenho dos membros da ABF e de
suas regionais foi, naquele momento, incansável.
COMENTÁRIO
No próximo capítulo, refletiremos sobre a formação do fisioterapeuta e sua autonomia profis-
sional, relacionando sua história, relatada neste capítulo, com a atual legislação.
ATIVIDADE
Acesse o site do Conselho Federal de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional (Coffito), www.
coffito.org.br, e pesquise informações relacionadas às nossas discussões: conceito, sím-
bolo, história e autonomia profissional da Fisioterapia.
capítulo 1 • 31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Mattos V & Kabarite, A - Avaliação Psicomotora – um olhar para além do desempenho, Rio de Janeiro
– WAK editora, 2013
Coste, J C – A Psicomotricidade. 4ª edição, Rio de Janeiro, Guanabara-Koogan, 1989
BARROS, F. B. M. de. (Org.). O fisioterapeuta na saúde da população: atuação transformadora. Rio de
Janeiro: Fisiobrasil, 2002.
BARROS, F. B. M. de. Autonomia profissional do fisioterapeuta ao longo da história. In: Revista
FisioBrasil, Brasil, n. 59, p. 20-31, 2003.
BISPO JUNIOR, J. P. Formação em fisioterapia no Brasil: reflexões sobre a expansão do ensino e os
modelos de formação. In: História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro. v.16, n.3, jul.-set.
2009. p.655-668.
BRASIL. Decreto-Lei nº. 938, de 13 de outubro de 1969. Diário Oficial da União, out. 1969.
COFFITO – Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia ocupacional. Definição de Fisioterapia e áreas
de atuação. Disponível em: http://www.coffito.org.br/site/index.php/Fisioterapia/definicao.html.
Acesso em: 22/08/2015.
FIGUEIRÔA, R. M. Aspectos da Evolução histórica do fisioterapeuta no Brasil em especial no Rio de
Janeiro. Monografia de Pós-graduação Lato sensu em docência superior, Rio de Janeiro, 1996. [Não
Publicada.]
FREITAS, M. S.; SAYD, J. D. A atenção básica como campo de atuação da Fisioterapia no Brasil: as
diretrizes curriculares resignificando a prática profissional. Tese. Curso de Pós-graduação em Saúde
Coletiva. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. 2006.
GIUSTINA, B.; VILSON, L. A história da Fisioterapia e ações multidisciplinares e interdisciplinares na
saúde. Trabalho de conclusão de Curso de Fisioterapia. Universidade do Sul de Santa Catarina.
NOVAES, R. Pequeno histórico do surgimento da Fisioterapia no Brasil. Texto utilizado no curso de
graduação em Fisioterapia, da UNISANTA, pela disciplina História da Fisioterapia e Ética, em 1998.
[Não Publicado.]
REBELATTO, J. R.; BOTOMÉ, S. P. Fisioterapia no Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Manole. 1999.
SANCHEZ, E. L. Histórico da Fisioterapia no Brasil e no mundo. In: Atualização Brasileira de
Fisioterapia, ano II, v. I, n. 3, 1984.
32 • capítulo 1
capítulo 1 • 33
2
Formação
Acadêmica - o
primeiro passo
para o Mercado de
Trabalho
Apresentação do Capítulo
Uma nova filosofia surgiu nos últimos anos para avaliação profissional no merca-
do de trabalho (inclusive para os fisioterapeutas): a intitulada CHA – conhecimento,
habilidade e atitude.
OBJETIVOS
Neste capítulo, pretende-se que sua aprendizagem seja referente a:
34 • capítulo 2
• Trazer reflexões sobre as atuais Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de graduação
em Fisioterapia;
• Relacionar essas reflexões à formação do egresso no curso de Fisioterapia.
2 Introdução
O fisioterapeuta pode ser definido como um profissional de nível superior
da área da Saúde, pleno e autônomo, que atua isoladamente ou em equipe em
todos os níveis de assistência, incluindo prevenção, promoção, desenvolvimen-
to, tratamento e recuperação da saúde em indivíduos, grupos de pessoas ou
comunidades. É o profissional que cuida da saúde da população com ênfase
no movimento e na função, prevenindo, tratando e recuperando disfunções e
doenças, sendo, portanto, seu principal objeto de trabalho a saúde funcional
(BARROS, 2003).
Isso tudo é possível ser pensado junto ao Projeto Pedagógico de Curso (PPC)
de sua instituição acadêmica. Ele é um documento que tem por finalidade apre-
capítulo 2 • 35
sentar à comunidade acadêmica o curso de Fisioterapia da instituição. Deve ser
elaborado de maneira participativa e incluir representantes de todos os seg-
mentos envolvidos com o curso, tendo como base o Plano de Desenvolvimento
Institucional (PDI) e o Projeto Pedagógico Institucional (PPI).
36 • capítulo 2
• No DECRETO-LEI n° 938 de 13 de outubro de 1969 – DOU nº 197 de
14/10/1969, que regulamenta a profissão de fisioterapeuta; na Lei 10.172 de
09/01/2001, que aprova o Plano Nacional de Educação, organizando-se segun-
do os Parâmetros Curriculares – SESU-MEC (1997);
“O Projeto Pedagógico do Curso da Instituição busca garantir aos seus egressos uma
formação integral, que alie fundamentação teórica e atuação prática, ambas indispen-
sáveis às necessidades de atuação dos profissionais demandados pela sociedade e
que possibilite o contato com o conhecimento global do segmento em que irá atuar.
Tem a preocupação de promover o conhecimento, as competências e habilidades para
a inserção no mercado de trabalho.”
capítulo 2 • 37
2.1 As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino de
graduação em Fisioterapia (CNS, 2002)
38 • capítulo 2
gico-funcional, prognóstico, prescrição, indução do tratamento, reavaliação e
alta do paciente/cliente com base científica, tendo o hábito de leitura de artigos
de qualidade para praticar a Fisioterapia baseada em evidências;
capítulo 2 • 39
Comunicação – Os profissionais de saúde devem ser acessíveis, pois comu-
nicar “é se fazer entender”, e devem manter a confidencialidade das infor-
mações a eles confiadas, na interação com outros profissionais de saúde e o
III público em geral. A comunicação envolve comunicação verbal, não verbal
e habilidades de escrita e leitura; o domínio de, pelo menos, uma língua
estrangeira e de tecnologias de comunicação e informação;
A saúde é um direito e, como tal, deve ser reconhecida por seus profissio-
40 • capítulo 2
nais, contribuindo para condições dignas de vida, atuando a fim de garantir a
integralidade da assistência. Deve ser entendida como um conjunto articulado
e contínuo em ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos,
exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema.
capítulo 2 • 41
Para essa formação tão ampla, com conhecimentos, competências e habili-
dades específicos, são necessários conteúdos essenciais para o curso de gradu-
ação em Fisioterapia, que devem estar relacionados com todo o processo saúde
– doença do cidadão, da família e da comunidade, integrado à realidade epide-
miológica e profissional, proporcionando a integralidade das ações do cuidar
em Fisioterapia. Esses conteúdos devem contemplar (art. 6º – CNS, 2002):
42 • capítulo 2
Vemos, nesse artigo, o quanto é complexa a formação do profissional fi-
sioterapeuta e enxergamos um desencadeamento de conhecimento que se dá
desde as Ciências Básicas, Sociais e Humanas, com direção a conhecimentos,
competências e habilidades para a atuação fisioterapêutica – avaliação, fecha-
mento do diagnóstico cinesiológico-funcional, prognóstico, orientação e pres-
crição do tratamento fisioterapêutico até a alta fisioterapêutica.
capítulo 2 • 43
e eletrotermofototerapia, quando o aluno vai a campo desenvolver atividades
práticas assistidas estruturadas, promovendo um aluno proativo, favorecendo
o aprender a aprender.
44 • capítulo 2
Assim, o curso busca pensar estrategicamente, planejar e realizar ações
bem-sucedidas, que incentivem a criação de um ambiente de aprendizado
constante, o qual deverá ser incorporado à situação de trabalho, atrelando as
competências individuais e a promoção da saúde, bem como potencializando
as contribuições dos segmentos que compartilham o conhecimento na área de
Fisioterapia.
A flexibilização;
B interdisciplinaridade;
C ação-reflexão-ação;
D contextualização.
capítulo 2 • 45
A flexibilização curricular possibilita a ampliação dos horizontes do conhe-
cimento e o desenvolvimento de uma visão crítica mais abrangente, pois permi-
te ao aluno ir além de seu campo específico de atuação profissional, oferecendo
condições de acesso a CHA para formação em outras áreas profissionais.
46 • capítulo 2
O curso de graduação em Fisioterapia deve ter um projeto pedagógico,
construído coletivamente, centrado no aluno como sujeito da aprendizagem e
apoiado no professor como facilitador e mediador do processo ensino-aprendi-
zagem. Esse projeto pedagógico deverá buscar a formação integral e adequada
do estudante por meio de uma articulação entre ensino, pesquisa e extensão/
assistência (CNS, 2002).
capítulo 2 • 47
são docentes da instituição, ficando a critério deles a aceitação do tema suge-
rido. Após sua conclusão, o TCC deverá ser aprovado por banca examinadora
e apresentado publicamente, com as devidas correções ou a aprovação direta.
Constitui-se tal trabalho um meio de estimular a iniciação científica e também
de envolver acadêmicos e docentes em atividades de pesquisa e extensão uni-
versitária, oferecendo oportunidade de divulgação da produção acadêmica e
aperfeiçoamento dos docentes na elaboração de trabalhos científicos.
48 • capítulo 2
O Programa de Extensão busca concretizar sua missão e realizar seus ob-
jetivos promovendo uma série de atividades extracurriculares destinadas à co-
munidade em geral. As políticas de extensão exigem o delineamento de uma
série de objetivos, estratégias e ações, além de abrangerem diferentes sujeitos
institucionais, demandando uma estrutura organizacional e uma infraestrutu-
ra capaz de viabilizar a concretização de suas metas.
capítulo 2 • 49
saúde, imersos em um sentido de reabilitação em que a recuperação do corpo
biológico constituiu-se seu grande objeto de trabalho.
Segundo Barros (2003):
ATIVIDADE
Leia as Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de graduação em Fisioterapia, disponí-
veis em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES042002.pdf.
Pesquise no Sistema de Informações Acadêmicas (SIA) da instituição a estrutura curri-
cular do seu curso e compreenda os ciclos de aprendizagem oferecidos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROS, F. B. M. de. Autonomia profissional do fisioterapeuta ao longo da história. In: Revista FisioBrasil,
Brasil, n. 59, p.20-31, 2003.
CNE. Resolução CNE/CES 4/2002. Diário Oficial da União, Brasília, 4 de março de 2002. Seção 1, p.
11. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/CES 4, de 19 de
fevereiro de 2002. Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de graduação em Fisioterapia.
FERNANDES, J.D.; FERREIRA, S.L.A.; OLIVA, R. et al. Diretrizes estratégicas para a implantação de
uma nova proposta pedagógica na Escola de Enfermagem da Universidade da Federal da Bahia. In: Rev.
50 • capítulo 2
capítulo 2 • 51
3
Conhecendo sua
legislação
Apresentação do Capítulo
capítulo 3 • 53
OBJETIVOS
• Apresentar, de maneira dinâmica, a regulamentação da Fisioterapia;
• Trazer reflexões sobre a regulamentação e a atuação fisioterapêutica;
• Relacionar essas reflexões à formação do profissional de Fisioterapia junto ao mercado
de trabalho;
• Apresentar COFFITO e CREFITOs e associações de classe, diferenciando-os.
54 • capítulo 3
Nos anos seguintes, várias associações regionais ligadas à ABF foram cria-
das, e todo o empenho dos seus associados estava voltado para a legalização da
profissão, que ocorreu em 1969.
CURIOSIDADE
Os bastidores da história da regulamentação da Fisioterapia, revelados pela fisioterapeu-
ta Sonia Gusmann, indicam que as circunstâncias que o país atravessava, com a democracia
sufocada pelo regime militar, ocasionalmente favoreceram a legalização da profissão. A ex-
pressão graças – como se fosse uma dádiva divina – pelo AVE do Presidente Costa e Silva
afirma essa casualidade que propiciou a aproximação dos fisioterapeutas ao grande escalão
militar, retirando da pauta da regulamentação as possíveis interferências de outros atores
sociais, especialmente a classe médica. Tal fato facilitou a aprovação de um texto que vinha
ao encontro das aspirações dos fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, que caminhavam
juntos na luta por essa regulamentação (FREITAS, 2006).
capítulo 3 • 55
Em relação ao estabelecimento dos atos privativos do fisioterapeuta, o refe-
rido Decreto-lei afirma:
É muito provável que, diante das aflições na época por conta da indefinição
do futuro da profissão, como destacamos anteriormente, associada à oportu-
nidade de regulamentação da profissão por “vias mais rápidas”, essas incoe-
rências estivessem presentes no documento (FREITAS, 2006). Contudo é im-
portante citar que, após a criação dos Conselhos de Classe (Conselho Federal
de Fisioterapia e Terapia Ocupacional e Conselhos Regionais de Fisioterapia e
Terapia Ocupacional), em 1975, algumas resoluções foram elaboradas para a
reafirmação desse profissional com características diferentes da de um mero
executor, que serão objeto de análise no decorrer deste capítulo.
56 • capítulo 3
O uso do termo paciente indica uma proposta de atuação voltada para o in-
divíduo doente e, portanto, já em fase de tratamento.
“Um exemplo interessante, que ocorreu durante uma atuação de dois acadêmicos,
juntamente com o supervisor, no estágio referido, ilustra bem as considerações feitas
até aqui: ao chegarem à casa de um senhor que possuía diversos comprometimentos
físicos, decorrentes de um acidente vascular encefálico (AVE), que já vinha sendo aten-
dido pela Fisioterapia, verificou-se que sua pressão arterial estava muito elevada. Tal
fato contraindicava a execução dos procedimentos de Fisioterapia que estavam sendo
desenvolvidos. Ao indagarem sobre o uso correto da medicação prescrita pelo médico
da Unidade Básica de Saúde (UBS) que o acompanhava, o senhor em questão ficou
nitidamente constrangido. A esposa, que acompanhava o atendimento, informou que a
sogra, que morava junto com o casal, achava que os remédios dados pela esposa ao
seu marido tinham a finalidade de matá-lo. Por conta dessa “crença”, a sogra, sempre
que podia, pegava os remédios e os jogava no lixo. Consequentemente, o filho dela não
tomava os remédios com a frequência determinada e havia quase uma semana que
se encontrava sem a medicação. Diante dessa situação, algumas providências foram
tomadas pelos acadêmicos e pelo supervisor: providenciou-se a medicação anti-hiper-
tensiva que estava prescrita, junto à UBS; ao mesmo tempo, foi feita uma reunião com
a família para esclarecimento sobre a importância do uso da medicação. Quando retor-
naram à UBS, informaram a situação a todos os profissionais de saúde, sugerindo uma
maior atenção para o caso. Ao relatarem a visita domiciliar na folha única do prontuário
da família, os acadêmicos registraram o seguinte: “não houve atendimento de Fisiotera-
pia, pois o paciente encontrava-se com a pressão arterial muito elevada.”
capítulo 3 • 57
“Cabe o esclarecimento de que esses acadêmicos estavam no nono período, faltando
apenas um período para se formarem. Apesar de estarem participando de algumas
discussões sobre as características da atuação profissional na atenção básica, aquele
foi o primeiro contato deles com esse campo de trabalho. Porém, ficaram evidentes, no
relato do prontuário, os indícios sobre uma não identificação das ações que tiveram no
caso descrito uma intervenção que pode ser feita pelo fisioterapeuta nesse nível de
atenção à saúde. Não reconheceram, até mesmo, que as providências tomadas e das
quais participaram seguramente foram mais significativas para a manutenção da vida
dessa pessoa do que o atendimento que inicialmente estava proposto.”
58 • capítulo 3
COMENTÁRIO
O Conselho Federal de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional (Coffito) é uma au-
tarquia federal, criada em 17 de dezembro de 1975, com objetivos de normatizar e exercer o
controle ético, científico e social das atividades da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional, das
profissões de fisioterapeuta e de terapeuta ocupacional e das empresas prestadoras de tais
tipicidades assistenciais ao meio social.
Funcionar como Tribunal Superior de Ética nas demandas que envolvam profis-
IV sionais fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais.
capítulo 3 • 59
Na década de 1970, no cenário mundial, discutiam-se novos conceitos de
saúde e novas concepções do processo saúde–doença. Havia uma preocupação
mais vinculada à qualidade de vida e procurava-se articular, como dimensões
explicativas, a biologia humana, os estilos de vida, o ambiente e os serviços de
saúde. A publicação do documento A New Perspective on the Health of Cana-
dians, em 1974, por Marc Lalonde (LALONDE, 1974), marca o início do moder-
no movimento da promoção da saúde e apresenta a perspectiva da história so-
cial das doenças.
Esse documento tem como objetivo principal especificar, com detalhes, as exi-
gências necessárias à legalização desses profissionais junto ao Crefito, condição
imperativa para o exercício da profissão. Para tal, trata dos seguintes assuntos:
• Disposições preliminares;
• Direito à inscrição e à franquia profissional;
• Processamento da habilitação no Crefito;
• Documentos de identidade profissional;
• Transferência e baixa do vínculo de habilitação;
• Registro do consultório; publicidade profissional;
• Obrigações pecuniárias e débitos.
60 • capítulo 3
O planejamento, a programação, a ordenação e a supervisão de métodos e
I técnicas fisioterápicos e/ou terapêuticos ocupacionais que visem à saúde nos
níveis de prevenção primária, secundária e terciária;
Reflete o movimento da saúde então vigente, pois define como atos desse
profissional planejar, programar, ordenar, coordenar, executar e supervisionar
métodos e técnicas fisioterápicos que visem à saúde nos níveis de prevenção primá-
ria, secundária e terciária.
“[...] Prescrever, ministrar e supervisionar terapia física que objetive preservar, manter, de-
senvolver ou restaurar a integridade de órgão, sistema ou função do corpo humano [...].”
capítulo 3 • 61
O termo terapia está diretamente relacionado ao substantivo terapêutica,
que se refere à parte da Medicina que estuda e põe em prática os meios adequa-
dos para aliviar ou curar os doentes.
ATENÇÃO
Art. 7º. Constituem condições indispensáveis para o
exercício das profissões de fisioterapeuta e terapeuta
ocupacional:
I - formação profissional de nível superior em curso
oficial ou reconhecido, de instituição de ensino autori-
zada nos termos da lei; e
II - vinculação, pela inscrição ou pela franquia profis-
sional de que tratam os artigos 12 e 18, ao Conselho
Regional de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional
(Crefito) com jurisdição na área do exercício da ativi-
dade profissional.
62 • capítulo 3
“A Fisioterapia é uma ciência aplicada, cujo objeto de estudo é o movimento humano em
todas as suas formas de expressão e potencialidades, quer nas suas alterações pato-
lógicas, quer nas suas repercussões psíquicas e orgânicas, com objetivos de preservar,
manter, desenvolver ou restaurar a integridade de órgão, sistema ou função.”
capítulo 3 • 63
cumento Programa de Ação Mundial para Pessoas com Deficiência, aprovado e
divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1982, ressaltou que
o direito dos “deficientes” (termo utilizado no documento) situava-se no mes-
mo patamar de oportunidades dos demais cidadãos, ao afirmar que a eles tam-
bém caberia usufruir, em condição de igualdade, das melhorias nas condições de
vida. Uma visão abrangente e multidimensional se faz presente e compreendeu
ações de reabilitação como treinamento e empowerment do portador de defi-
ciência, intervenções sociais amplas, adaptação do meio ambiente e proteção
dos direitos do portador (BODSTEIN; RAMOS; HORTALE, 2003).
64 • capítulo 3
REZENDE, M. de; MOREIRA, M.R.; AMÂNCIO FILHO, A. et al. A Equipe Mul-
tiprofissional da Saúde da Família: uma reflexão sobre o papel do fisioterapeu-
ta. In: Ciência & Saúde Coletiva, 14 (Supl. 1): 1403-1410, 2009.
capítulo 3 • 65
aula que fortaleçam e inovem o processo de planejamento, gestão e educação
na saúde.
66 • capítulo 3
Em julho de 2013, houve um desmembramento dessa resolução, com a
criação da Resolução nº424, que estabelece o Código de Ética e Deontologia
da Fisioterapia: trata dos deveres do fisioterapeuta, no que tange ao controle
ético do exercício de sua profissão; informa que compete ao Coffito zelar pela
observância dos princípios desse código, que o Coffito funciona como Conse-
lho Superior de Ética e Deontologia Profissional e que os Conselhos Regionais
de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional, em suas respectivas circunscrições,
funcionam como órgão julgador em primeira instância.
Portanto, para que se aja de maneira ética, basta se colocar no lugar do outro.
capítulo 3 • 67
3.4 Diferenciações nas funções do Coffito e dos Crefitos e
entidades classistas e culturais do fisioterapeuta
CURIOSIDADE
Na Fisioterapia, o símbolo significa um dos elementos de identidade
visual. É figurativo e tem como função ajudar a identificar uma marca,
separando-a das demais, tornando-a única e distinta.
A serpente (no símbolo da Fisioterapia são duas) é, há milênios, asso-
ciada à sabedoria, à transmissão e à utilização do conhecimento apre-
endido de forma sábia. Já o raio, com seu brilho intenso, é uma forma
utilizada desde a Antiguidade para transmitir e identificar, de maneira
consciente, os valores e práticas corretas de vida e as técnicas utili-
zadas pela terapia (técnicas elétricas). (TRIBUZY, citado por SOUZA,
2002).
68 • capítulo 3
científicas e mercadológicas da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional no Brasil
e no mundo, assim como do debate sobre conceitos e práticas, oportunizando a
troca de informações e potencializando as parcerias estratégicas, intra e extra-
corporação, com as entidades representativas das profissões regulamentadas.
CONEXÃO
Para esclarecer suas dúvidas, acesse: http://www.coffito.org.br/site/index.php/sa-
la-de-imprensa/perguntas-mais-frequentes.html
capítulo 3 • 69
CONEXÃO
Acesse o Crefito de sua região! http://www.coffito.org.br/site/index.php/crefitos/
enderecos-crefitos-coffito.html
Saiba mais
De acordo com o Art. 7º da Lei nº 6.316 de 17 de dezembro de 1975, compete
aos Conselhos Regionais, entre outras atribuições:
ATENÇÃO
Diferenças entre conselhos, associações e sindicato
Entenda as funções de cada órgão, para saber a qual recorrer de acordo com suas neces-
sidades.
70 • capítulo 3
Os conselhos regionais foram criados para regular, orientar e
fiscalizar a atividade profissional. São entidades fiscalizadas
CONSELHOS pelo Conselho Federal – órgão hierarquicamente superior,
REGIONAIS E do qual emanam resoluções para os regionais e ao qual cabe
FEDERAIS julgar em grau de último recurso procedimentos éticos e ad-
ministrativos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROS, F. B. M. de. Autonomia profissional do fisioterapeuta ao longo da história. In: Revista FisioBrasil,
Brasil, n. 59, p. 20-31, 2003.
BODSTEIN, R.; RAMOS, C.L.; HORTALE, V.A. Programa de reabilitação comunitária: experiência de in-
clusão social da pessoa portadora de deficiência. In: FUNLAR – Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Fundação
Oswaldo Cruz; 2003.
FREITAS, M.S. A atenção básica como campo de atuação da Fisioterapia no Brasil: as diretrizes curricu-
lares resignificando a prática profissional. Tese. Saúde Coletiva. Instituto de Medicina Social da Universi-
capítulo 3 • 71
dade do Estado do Rio de Janeiro, 2006.
LALONDE, M. A new perspective on the health of canadians: a working document. Ottawa: Minister of
Supply and Services; 1974.
NAVES, C.R.; BRICK, V.S. Análise quantitativa e qualitativa do nível de conhecimento dos alunos do curso
de Fisioterapia sobre a atuação do fisioterapeuta em saúde pública. In: Ciência & Saúde Coletiva, 16
(Supl. 1): 1525-1534, 2011.
REZENDE, M. de.; MOREIRA, M.R.; AMÂNCIO FILHO, A. et al. A equipe multiprofissional da ‘Saúde da
Família’: uma reflexão sobre o papel do fisioterapeuta. In: Ciência & Saúde Coletiva, 14(Supl. 1):1403-
1410, 2009.
SOUZA, M. C. de S.; BOMFIM, A.S.; SOUZA, J. N. et al. Fisioterapia e núcleo de apoio à saúde da família:
conhecimento, ferramentas e desafios. In: O Mundo da Saúde, São Paulo - 2013; 37(2):176-184.
SOUZA, R. de C.P. Símbolo da Fisioterapia. Aula cedida. Crefito 10. Disponível em: http://www.crefito10.
org.br/cmslite/userfiles/file/slides_simboloFisioterapia.pdf.
72 • capítulo 3
capítulo 3 • 73
4
Recursos
Fisioterapêuticos
Apresentação do Capítulo
Este capítulo pretende apenas alinhar, de maneira clara e sucinta, uma apresen-
tação e noções básicas sobre alguns dos agentes físicos mais frequentemente utili-
zados: termoterapia (frio, calor superficial, calor profundo), eletroterapia (correntes
elétricas contínuas e alternadas), fototerapia (infravermelho, ultravioleta, lasertera-
pia), além do ultrassom terapêutico. Estudaremos também a cinesioterapia – o carro-
chefe da Fisioterapia –, a mecanoterapia e recursos terapêuticos manuais.
OBJETIVOS
Neste capítulo, pretende-se que sua aprendizagem seja referente a:
74 • capítulo
• Apresentar os recursos fisioterapêuticos;
• Apresentar os efeitos fisiológicos e terapêuticos desses recursos;
• Relacionar as indicações e contraindicações com a prescrição e a indicação dos
recursos fisioterapêuticos.
4 Termoterapia
A termoterapia consiste na aplicação de calor com objetivos terapêuticos.
Pode ser classificada quanto à profundidade atingida (superficial ou profunda)
e ao tipo de transmissão (por condução, convecção ou conversão).
capítulo • 75
quando da passagem da corrente elétrica para a produção de calor. Exemplos:
• Diatermia por ondas curtas: é uma corrente de alta frequência, com cerca
de 27,12MHz, que produz ondas eletromagnéticas (campos elétricos e magné-
ticos que se deslocam pelo espaço sem a necessidade de um meio de sustenta-
ção) com 11m de comprimento. A polaridade muda de posição tão rapidamen-
te que não chega a estimular os nervos motores (ver Figura 1);
ATENÇÃO
Por se tratar de um tipo de radiação, há a necessidade de vários procedimentos de cuidado,
incluindo a construção de uma gaiola de Faraday, para que essa radiação não se espalhe.
76 • capítulo
Figura 1. Ultrassom terapêutico Diatermia por ondas curtas Micro-ondas
Classificação
• Termoterapia superficial: ação do agente terapêutico de pouca profundidade;
• Termoterapia profunda: ação do agente terapêutico de grande profundidade.
capítulo • 77
Precauções e contraindicações – O calor deve ser evitado ou usado com pre-
caução em: patologia inflamatória ou traumática aguda; hemorragias ou alte-
rações da coagulação; vasculopatia aterosclerótica; áreas isquêmicas; patologia
cardiovascular descompensada; patologia neoplásica ou infecciosa; lesões der-
matológicas; alterações da sensibilidade térmica; doentes sedados ou obnubi-
lados; cartilagens de crescimento; útero grávido e cicatrizes ou feridas abertas.
4.1 Crioterapia
A terapia pelo frio, conjuntamente com a terapia pelo calor, representa se-
guramente a mais antiga aplicação terapêutica de agentes físicos. O calor e frio
são valiosos coadjuvantes na recuperação de diversas patologias, devendo ser
combinados com as técnicas cinesiológicas e com eventual abordagem farma-
cológica.
78 • capítulo
Principal objetivo terapêutico: retirar calor do corpo, o que induz os tecidos
a um estado de hipotermia com redução da taxa metabólica local e diminuição
da necessidade de oxigênio pela célula. Desse modo, há preservação celular e
a possibilidade de recuperação sem que se ocasionem danos além daqueles já
causados pela lesão primária.
capítulo • 79
sensibilidade cutânea, doentes sedados ou obnubilados, que não respondam à
dor, alergia ou intolerância ao frio e feridas abertas.
4.2 Fototerapia
80 • capítulo
à verificação da ponteira do laser.
A maior parte dos autores refere que a melhoria deve ser verificada por oca-
sião da sexta sessão de tratamento, devendo o total de sessões ser, em média, de
dez. Para a escolha do tipo de laser a se utilizar, deve-se levar em consideração o
fato de os aparelhos de Hélio-Néon produzirem efeitos mais superficiais que os
de Arsênio-Gálio. Alguns valores indicativos de densidade de energia e frequên-
cia de emissão, em diversas situações, são apresentados no Quadro 1.
capítulo • 81
4.3 Eletroterapia
82 • capítulo
do metabolismo, aumento da ação de defesa (com o aumento da irrigação san-
guínea, haverá aumento de elementos fagocitários e anticorpos).
capítulo • 83
4.5 Eletroestimulação funcional
Como estimulação russa, ela pode ser definida como uma corrente alterna-
da de média frequência, a qual pode ser modulada por “rajadas” e é utilizada
com fins excitomotores.
CURIOSIDADE
Essa técnica foi desenvolvida após ser verificado que os astronautas russos (e por isso,
seu nome), quando retornavam das missões espaciais, sofriam de flacidez, atrofia e fadiga
muscular, além de osteoporose. Os cientistas russos desenvolveram esse tipo de corrente
para solucionar o problema, e, após vários estudos, foi constatada uma melhora significativa
nesses astronautas.
84 • capítulo
4.7 Neurostimulação sensorial transcutânea
4.8 Microcorrentes
capítulo • 85
Esse tipo de estimulação elétrica tende a ocorrer em nível subsensorial ou
sensorial muito baixo, com operação abaixo de 1000µA.
4.9 Cinesioterapia
86 • capítulo
Vários autores relacionam o uso da cinesioterapia associada a outros recur-
sos fisioterapêuticos, mas relatam a importância do uso do movimento para
restaurar funções de órgãos e sistemas do corpo humano:
capítulo • 87
• Cinesioterapia ativa livre: nessa fase, o paciente consegue realizar o mo-
vimento de maneira independente na sua totalidade, sem a participação do
fisioterapeuta. Dependendo dos objetivos do exercício, pode-se trabalhar a re-
sistência à fadiga, o fortalecimento e a isometria, além da coordenação motora
e do equilíbrio associados;
88 • capítulo
Alongamento – Para a amplitude de movimento normal, é necessário ha-
ver mobilidade e flexibilidade dos tecidos moles que circundam a articulação,
músculos, tecido conectivo e pele, bem como mobilidade articular. As condi-
ções que podem levar a encurtamento adaptativo incluem: imobilização pro-
longada, mobilidade restrita, doença do tecido conectivo e/ou neuromuscular,
traumas, deformidades ósseas congênitas e adquiridas. As técnicas de alon-
gamento visam à manutenção da amplitude reduzida, sendo feito de maneira
passiva e/ou ativa;
capítulo • 89
Mecanoterapia – Modalidade terapêutica muito utilizada por fisioterapeu-
tas, cujos exercícios são executados de forma ativo-resistida com aplicação
de forças externas mecânicas. Para tanto, utilizam-se polias, halteres, molas,
elásticos, esteiras, entre outros equipamentos (Figura 9). Busca desenvolver,
Massoterapia
Na Índia, a medicina ayurvédica revelada nos Vedas, por volta de 800 a.C.,
já empregava a massagem como método de tratamento. Na China, há amplos
relatos de 300 a.C. e 150 anos a.C. Existem vários outros relatos antes da Era
Cristã e após. Entretanto, na Idade Média, a massagem foi banida, pois a Igreja
90 • capítulo
Católica considerava o toque humano pecaminoso. O mesmo aconteceu nos
países árabes, por pressão religiosa.
• Imersão em água quente: inserção das mãos e dos pés em recipiente com
água quente, visando à redução de edemas, ao alívio de dores localizadas e, no
caso das mãos, à melhora da mobilidade articular;
capítulo • 91
de ar comprimido, criando o turbilhonamento dela, o que proporciona redução
de edemas e liberação de aderências articulares que dificultam a realização de
movimentos de forma ativa.
92 • capítulo
Método Bad Ragaz – Utiliza princípios da facilitação neuromuscular pro-
prioceptiva na recuperação funcional. Essa facilitação foi organizada em uma
técnica de tratamento no solo, denominada método Kabat, em função do seu
criador, que utiliza sistema de movimentos em diagonal nos diversos segmen-
tos corporais, visando facilitar a propriocepção neuromuscular na recuperação
da função;
ATIVIDADE
Pesquise no youtube.com os vários recursos fisioterapêuticos e discuta com seu professor
os objetivos, as indicações e contraindicações das diversas prescrições e tratamentos fisio-
terapêuticos.
capítulo • 93
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRANCO, P. S. et al. Temas de Reabilitação. v. 1. Agentes físicos – crioterapia, termoterapia, diatermia,
electroterapia. Lisboa: Edições e Design de Comunicação. 2005.
BRANCO, P. S. et al. Temas de Reabilitação. v. 2. Agentes físicos – magnetoterapia, laserterapia, vibrote-
rapia, ondas de choque. Lisboa: Edições e Design de Comunicação. 2005 (a).
BRODY, C.; HALL, L. T. Exercício Terapêutico na Busca da Função. São Paulo: Guanabara Koogan, 2012.
GUIMARÃES, L. de S.; CRUZ, M.C. da C. Exercícios Terapêuticos: a cinesioterapia como importante
recurso da Fisioterapia. In: Lato & Sensu. Belém, v. 4, n. 1, p. 3-5, out, 2003.
KISNER, C.; COLBY, L. A. Exercícios Terapêuticos: fundamentos e técnicas. 5. ed. Rio de Janeiro: Manole. 2009.
94 • capítulo
5
Locais de
Intervenção
Fisioterapêutica e
Áreas de Atuação
do Fisioterapeuta
Apresentação do Capítulo
OBJETIVOS
Neste capítulo, pretende-se que sua aprendizagem seja referente a:
capítulo 5 • 97
5 Locais de ações e intervenções
fisioterapêuticas
As clínicas, por sua vez, podem ser locais de maior abrangência física, mais
distribuídas e bem-divididas para oferecer múltiplas ações terapêuticas de ma-
neira simultânea ou específica de acordo com os objetivos dos profissionais (Fi-
gura 1). Há clínicas que, embora somente disponham de uma área de atuação,
oferecem mais alternativas de tratamento. Por exemplo, na área de traumato
-ortopedia e que possibilita maior abrangência nos atendimentos de Fisiotera-
pia: cinesioterapia, termoterapia, eletroterapia, hidroterapia, hidrocinesiotera-
pia, reeducação postural global, pilates, trabalho muscular, propriocepção etc.
Por outro lado, há clínicas que, a partir dos mesmos recursos, atendem a
outras especialidades sem perder o foco nem a qualidade de atendimento, de
acordo com as disponibilidades físicas e geográficas.
98 • capítulo 5
O foco na atuação em clínicas é muito importante, pois, infelizmente, nem
todas atuam corretamente em relação à Fisioterapia de qualidade. Por meio
das clínicas, é possível uma quantidade excessiva de atendimentos sem que
se leve em conta a qualidade do que está sendo realizado pela Fisioterapia. O
fisioterapeuta muitas vezes se submete a comandos distorcidos e prescrições
encaminhadas sem sua prévia avaliação, o que, muitas vezes, ocasiona trata-
mentos inócuos. Submetem a Fisioterapia a questionamentos que a fragilizam
em função da falta de posicionamento e atitude profissional. Por quê? Porque
não teve uma boa formação, não valorizou o curso nem a profissão durante a
graduação, não se engajou nos movimentos que lutam pela respeitabilidade
e dignidade profissional do fisioterapeuta. Essa distorção acontece em vários
segmentos da categoria, mas tem maior destaque nas clínicas (pois existem em
maior número e são cobertas por planos de saúde).
Figura 1: Distribuiçao do emprego por setor, janeiro a abril de 2013. Fonte: CNS-maio de 2013.
capítulo 5 • 99
indica. Sem dúvida, é o maior ponto de abrangência, atuação e crescimento da
Fisioterapia.
ATENÇÃO
Para mais concursos e ofertas de vagas em hospitais e outros espaços terapêuticos
públicos, é necessário que o fisioterapeuta se apresente politicamente em reuniões dos Con-
selhos Municipais de Saúde e faça parte das organizações de diretrizes para a saúde no
município. Só assim, atuante nas políticas públicas de saúde da região, conseguirá intervir na
organização e na quantidade de vagas a serem criadas. É o fisioterapeuta que tem o conhe-
cimento do seu papel em hospitais e de como os atendimentos precoces, à beira do leito, são
responsáveis pela redução dos gastos com os pacientes.
100 • capítulo 5
sar de várias denominações, os objetivos essenciais dessas instituições governamentais são
dar assistência mais ampla às famílias, principalmente às que não dispõem de recursos mais
imediatos e eficazes. Essa assistência não se restringe aos atendimentos médicos, mas tam-
bém abrange Enfermagem, Odontologia, Nutrição, Serviço Social e, mais recentemente, Psi-
cologia, Fisioterapia, Fonoaudiologia. É importante ressaltar que esses programas não atuam
somente nas ações secundárias e terciárias da saúde; agem também de forma relevante na
atenção básica com atuação primária, controle de endemias e epidemias, fornecimento e
controle de posologia de medicamentos de uso contínuo e/ou prolongados (Figura 3).
Em equipe, esses profissionais visitam as famílias para avaliar in loco aspectos socioe-
conômico-culturais – como moradia, saneamento básico, se há o mínimo cuidado necessário
voltado a crianças e idosos, frequência escolar, exploração de trabalho infantil, possíveis con-
dições de risco e epidemiologias. Além disso, eles elaboram programas sociais de assistên-
cia curativa e preventiva.
capítulo 5 • 101
Essas ações são importantes não somente para o interior dos estados, mas
também para as capitais e em todas as regiões brasileiras, desde que se tenha
vontade política para suas implantações, pois há recursos e profissionais dis-
poníveis para isso.
102 • capítulo 5
CONEXÃO
Para mais informações dobre o Nasf, acesse: http://dab.saude.gov.br/portaldab/
ape_nasf.php
capítulo 5 • 103
simplesmente por competição cobram os atendimentos domiciliares de ma-
neira aviltante e desrespeitosa à própria categoria, tornando esse tipo de aten-
dimento bastante desvalorizado, o que, na prática, não deveria ser visto desse
modo. Há a necessidade também de se fazer a diferença do atendimento do-
miciliar com equipes de Homecare, as quais apresentam algumas diferenças e
serão mais bem explicadas adiante.
CONEXÃO
REFERENCIAL NACIONAL DE HONORÁRIOS FISIOTERAPÊUTICOS
Acesse-o:http://www.coffito.org.br/site/index.php/Fisioterapia/referencial-na-
104 • capítulo 5
cional-procedimentos-fisioterapeuticos.htm
capítulo 5 • 105
Seguindo orientações do Ministério da Saúde, o PAD tem como principal
finalidade contribuir para que o usuário, após a alta hospitalar e com o quadro
clínico instável, possa receber cuidados na própria residência por uma equi-
pe interdisciplinar, reduzindo os custos hospitalares, diminuindo os riscos de
infecções e, ao mesmo tempo, dando continuidade ao tratamento de maneira
humanizada, para uma melhoria na qualidade de vida do paciente. Compõem a
equipe médico, enfermeiro, assistente social, fisioterapeuta, técnico de Enfer-
magem, terapeuta ocupacional e fisioterapeuta.
106 • capítulo 5
O fisioterapeuta deve estar presente nos seguintes esportes: atletismo, nata-
ção, futebol, basquetebol, voleibol, judô, arco e flecha, equitação, polo aquático,
nado sincronizado, saltos ornamentais, voleibol de praia, golfe, tênis de mesa,
tênis, automobilismo, ginástica olímpica, taekwondo, futsal, entre outros.
Nos últimos 20 anos, a cultura ao corpo perfeito vem ganhando cada vez
mais espaço. Mais recentemente, mas também relevante, a procura pelas aca-
demias também se voltou para o aspecto da saúde, tanto preventiva quanto
curativa – frequência essa cada vez maior por parte de pessoas de meia-idade e
idosos. Inicialmente, a atuação da Fisioterapia poderia ter sido questionada pe-
los menos conhecedores, já que a atividade realizada nesses locais está voltada
para pessoas ditas “saudáveis”. No entanto, na prática, não é isso o que ocorre.
Na fase na qual a predominância de frequência era de jovens, principalmente
capítulo 5 • 107
do sexo feminino, várias lesões eram provocadas pela prática equivocada de ati-
vidades físicas prescritas igualmente para todas as pessoas, com utilização de
cargas altas de resistência e uma estrutura corporal nem sempre compatível
com sua sustentação. As clínicas de Fisioterapia recebiam muitas jovens com
quadros agudizados ou provocados por atividades realizadas inadequadamen-
te. Desde o início da década de 1980, os fisioterapeutas já apontavam o cami-
nho, que deveria ser a associação de trabalhos entre as duas categorias: profes-
sor de Educação Física e Fisioterapeuta. Após a avaliação da Educação Física,
seria feita a avaliação da Fisioterapia, e o programa seria mais bem-direcionado
a cada pessoa. Esse critério, porém, não foi instituído ainda por muitos anos,
pois não era economicamente atrativo. Atualmente, em função das modifica-
ções ocorridas, esse trabalho passou a ser obrigatório, e o ganho real para todas
as faixas etárias abrangidas tornou-se claro, além da integração crescente entre
o fisioterapeuta, professor de Educação Física e nutricionista.
108 • capítulo 5
Também os SPAs – centros voltados para o reequilíbrio corporal, emocional
e mental de pessoas acometidas por altos níveis de stress, associados à obesi-
dade – são locais de intervenção fisioterapêutica. Em sua quase totalidade, são
extremamente aprazíveis e acolhedores, favorecendo a resposta ao tratamento
a que se propõem, aliado à nutrição adequada e prática de atividades físicas
evolutivas de acordo com a sequência terapêutica determinada. A ação da Fi-
sioterapia se torna relevante, sendo principalmente relacionada ao aspecto da
obesidade. Durante o processo de emagrecimento, deve ser levado em conta
o grau de descondicionamento cardiorrespiratório sistêmico, assim como a
readaptação osteomioarticular derivada da perda de peso evolutiva. O fisiote-
rapeuta atua nesse recondicionamento, adequação postural e de condiciona-
mento, adaptando a evolução de cada paciente às suas condições individuais.
capítulo 5 • 109
Quadro 2. Tipos de Serviço em que o Profissional Fisioterapeuta Atua
110 • capítulo 5
• Elaborar o Diagnóstico Cinesiológico Funcional, planejar, organizar, super-
visionar, prescrever e avaliar os projetos terapêuticos desenvolvidos nos clientes;
Em consultórios
capítulo 5 • 111
• Estabelecer o programa terapêutico do cliente, fazendo as adequações ne-
cessárias;
112 • capítulo 5
senvolvidas.
Programas institucionais:
capítulo 5 • 113
• Promover e participar de estudos e pesquisas voltados a inserção de proto-
colos da sua área de atuação, nas ações básicas de saúde;
Fisioterapia do trabalho
Vigilância sanitária
114 • capítulo 5
5.3 EDUCAÇÃO
capítulo 5 • 115
5.4 OUTRAS ATIVIDADES
5.4.2 Esporte
116 • capítulo 5
• Elaborar programas de assistência fisioterapêutica ao atleta de competição;
ATIVIDADE
Procure investigar em sua região (município) as áreas em que o fisioterapeuta atua e os ho-
norários de atendimento; compare sua pesquisa com o que foi exposto no capítulo.
capítulo 5 • 117
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COFFITO. Conselho Federal de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional: RESOLUÇÃO nº. 80, DE 9
DE MAIO DE 1987. In: Diário Oficial da União nº. 093 - de 21/05/87, Seção I, p. 7609. Acesso em:
out/2015.
COFFITO. Conselho Federal de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional: RESOLUÇÃO nº. 153, DE 30 DE
NOVEMBRO DE 1993. In: Diário Oficial da União nº. 247 - de 28.12.93, Seção I, p. 20.925. Acesso em:
out/2015.
COFFITO. Definição de Fisioterapia e Áreas de Atuação. Disponível em: http://www.coffito.org.br/site/
index.php/Fisioterapia/definicao.html. Acesso em: out/2015.
PORTAL DA SAÚDE. SUS. Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf). Disponível em: http://dab.saude.
gov.br/portaldab/ape_nasf.php. Acesso em: out/2015.
118 • capítulo 5
capítulo 5 • 119
6
Educação
continuada e
empregabilidade na
fisioterapia
Apresentação do Capítulo
OBJETIVOS
1. Apresentar as especializações na área de Fisioterapia;
2. Apresentar cursos de pós graduação lato sensu e stricto sensu;
3. Relacionar a educação continuada a entrada e permanência no mercado de trabalho;
4. Relacionar esses temas com as ações interdisciplinares.
capítulo 6 • 121
6 Educação Continuada
A educação continuada é uma prática na qual o desenvolvimento pessoal e
profissional dos fisioterapeutas é fundamental. Isso garante o aperfeiçoamento
das competências e habilidades do profissional bem como, uma maior visão da
realidade em que estão inseridos, visando uma construção de conhecimentos.
122 • capítulo 6
como mudança nos padrões de morte, morbidade e invalidez, que caracteri-
zam uma população específica e que, em geral, ocorrem em conjunto com ou-
tras transformações demográficas, sociais e econômicas (REBELATTO e BOTO-
MÉ, 1999).
capítulo 6 • 123
Os episódios de violência, especialmente os acidentes de tráfego, além de pro-
2 duzirem considerável número de óbitos, possuem grande poder incapacitante e
têm gerado grandes contingentes de sequelados.
124 • capítulo 6
Revela a aceleração das mudanças na prática esportiva, onde consolida-se
a ideia de esporte como direito de todos. Grupos até então pouco atendidos na
questão da atividade física ganham mais atenção, como os idosos e a pessoa
portadora de deficiência. Com essa ampliação o papel do fisioterapeuta surge
já que há necessidade de investimento em recursos humanos e científicos.
Nessa mesma época, surge também o SUS, com novas estratégias de ações
de promoção e prevenção da saúde, fundamentais para a reorientação dos mo-
delos assistenciais. E nesse contexto surge a Proposta da Estratégia da Saúde
da Família.
capítulo 6 • 125
da fisioterapia que visa ao estudo, diagnóstico e tratamento de distúrbios neu-
rológicos que envolvam as funções neuromotoras, por exemplo, pacientes que
sofreram um acidente vascular encefálico (AVE). A fisioterapia neurofuncional
induz ações terapêuticas para recuperação de funções, entre elas a coordena-
ção motora, a força, o equilíbrio e a coordenação. A terapêutica em fisioterapia
neurológica baseia-se em exercícios que promovam a restauração de funções
motoras, de forma a resolver deficiências motrizes e aperfeiçoar padrões moto-
res, com importante fundamentação nos princípios neurofisiológicos da facili-
tação neuromuscular proprioceptiva.
126 • capítulo 6
• Fisioterapia do trabalho (Resolução COFFITO n.º 351, de 13/06/08) - a Lei
Federal n.º 8080/90 (Lei Orgânica da Saúde), em seu artigo 6º, parágrafo 3º,
regulamentou os dispositivos constitucionais sobre Saúde do Trabalhador
como "um conjunto de atividades que se destina, através das ações de vigilân-
cia epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos
trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos tra-
balhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de traba-
lho” - competências e habilidades que abrangem a atuação no âmbito da saúde
funcional do trabalhador. Atua em empresas e/ou organizações detentoras de
postos de trabalho, intervindo preventivamente e/ou terapeuticamente de ma-
neira importante para a redução dos índices de doenças ocupacionais. Tam-
bém conhecida em associação com Ergonomia.
capítulo 6 • 127
• Fisioterapia em atenção na Saúde Coletiva ou Fisioterapia no NASF (Núcleo
de Apoio a Saúde da Família) - Resolução COFFITO nº. 363, de 20/05/09) - Dian-
te dos novos desafios da sociedade brasileira, com profundas mudanças na or-
ganização social, no quadro epidemiológico e na organização dos sistemas de
saúde, surge a necessidade do redimensionamento do objeto de intervenção
da Fisioterapia, que deveria aproximar-se do campo da promoção da saúde e
da nova lógica de organização dos modelos assistenciais, sem abandonar suas
competências concernentes à reabilitação. Esse redimensionamento do objeto
de intervenção e da práxis profissional conduz às mudanças mais profundas,
de natureza epistemológica, na concepção e atuação do profissional fisiotera-
peuta. Frente a esses desafios e necessidades, surge a proposição do modelo
da Fisioterapia Coletiva como base para reorientação do foco de atenção e da
prática profissional do fisioterapeuta. A Fisioterapia Coletiva engloba e amplia
a Fisioterapia Reabilitadora, possibilitando o desenvolvimento da prática fisio-
terapêutica tanto no controle de dados quanto no controle de riscos.
128 • capítulo 6
que as vias aéreas estejam sem secreção e os músculos respiratórios funcio-
nem adequadamente. A fisioterapia auxilia na manutenção das funções vitais
de diversos sistemas corporais, pois atua na prevenção e/ou no tratamento
das doenças cardiopulmonares, circulatórias e musculares, reduzindo assim
a chance de possíveis complicações clínicas. Ela também atua na otimização
(melhora) do suporte ventilatório, através da monitorização contínua dos gases
que entram e saem dos pulmões e dos aparelhos que são utilizados para que
os pacientes respirem melhor. O fisioterapeuta também possui o objetivo de
trabalhar a força dos músculos, diminuir a retração de tendões e evitar os vícios
posturais que podem provocar contraturas e úlceras de pressão.
capítulo 6 • 129
de um nível desejado de atividade física, social e psicológica, após o apareci-
mento da doença. Atua, ainda, beneficamente ajudando ao controle dos fato-
res de risco tradicionais, tais como a resistência à insulina, diabetes mellitus,
obesidade, dislipidemia e hipertensão. Promove a redução de comportamen-
tos de risco, como o etilismo, a má alimentação e o stress. O principal objetivo
é aumentar a qualidade de vida, manter e otimizar a capacidade funcional do
paciente, reduzir o risco de doenças cardiovasculares através do exercício físi-
co, educação e aconselhamento.
130 • capítulo 6
aumento do fluxo expiratório, a expiração lenta e prolongada, a desobstrução
rinofaríngea retrógrada, a glossopulsão retrógrada, o posicionamento no leito
e o reequilíbrio toracoabdominal.
capítulo 6 • 131
calas padronizadas, posturografia, análise da marcha, manobras diagnósticas
com vistas a apontar a condição funcional dos sistemas relacionados ao con-
trole do equilíbrio corporal, entre outras, solicita exame complementar que
julgar necessário para identificar seu diagnóstico e subsidiar sua tomada de
decisão, bem como prescreve e executa métodos e técnicas de tratamento, ba-
seados em protocolos validados nacional e internacionalmente. A critério do
fisioterapeuta o tratamento de reabilitação vestibular poderá ainda constar de
exercícios terapêuticos sistematizados e treino funcional em solo e em meio
aquático, manobras de reposição, técnicas de terapia manual, uso de recursos
eletrotermofototerapêuticos, prescrição ou confecção de mecanismos auxilia-
res de locomoção ou indicação de dispositivos de ajuda, emprego de tecnologia
assistiva e realidade virtual, adaptação domiciliar e no ambiente de trabalho do
cliente/paciente como prevenção de quedas e outros frutos da evolução técnico
científica da profissão.
ATENÇÃO
A Saúde funcional é o objetivo da atenção fisioterapêutica. Por este motivo o CO-
FFITO, juntamente com outros Conselhos Federais da área de saúde, trabalha na
construção de uma proposta de Política Nacional de Saúde Funcional, que foi apro-
vada na 13º Conferencia Nacional de Saúde, para ser apresentada, discutida e
132 • capítulo 6
implementada pelo Governo federal.
REFLEXÃO
Hoje já se discute o fisioterapeuta em todos os espaços de saúde – academias,
clinicas, escolas, creches, maternidades, unidades básicas de saúde, hospitais, ho-
téis – e sua atuação sempre com uma visão de saúde funcional se faz necessária
em todas as áreas.
capítulo 6 • 133
Transformações na sociedade sempre ocorrerão e o fisioterapeuta deverá estar
preparado para acompanha-las.
ATIVIDADE
Procure na internet cursos de pós graduação lato sensu e strictu sensu de sua
região e comece a focar na sua especialização após sua graduação. Vamos ex-
plorar o assunto?
http://abenfisio.com.br/
http://www.coffito.org.br/site/index.php/associacoes.htmlAssobrafir
http://www.assobrafir.com.br/
http://abrafidef.org.br/
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http://abrafin.org.br/
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http://abrafit.fst.br/
http://www.fisioterapiaforense.com.br/
http://www.abradimene.org.br/
http://www.abfp.org.br/
http://fisioterapiaquiropratica.blogspot.com.br/
http://fisioterapiaatual.com.br/
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BATISTA FILHO, M. e RISSIN, A. A transição nutricional no Brasil: tendências regionais e temporais. Cad
Saude Publica, 19(Supl 1): S181-S191. 2003.
BISPO JUNIOR, J.P. Fisioterapia e saúde coletiva: desafios e novas responsabilidades profissionais.
Ciência & Saúde Coletiva, 15(Supl. 1):1627-1636, 2010.
CARDOSO, A.C.M. O trabalho como determinante do processo saúde-doença. Tempo Social, Revista de
134 • capítulo 6
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COFFITO. Definição de Fisioterapia e Áreas de Atuação. Disponível em: http://www.coffito.org.br/site/
index.php/fisioterapia/definicao.html. Acesso em: out/2015.
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saude.gov.br/portaldab/ape_nasf.php. Acesso em: out/2015.
PORTAL EDUCAÇÃO. Educação continuada. Disponível em: http://www.portaleducacao.com.br/en-
fermagem/artigos/32375/o-que-e-educacao#!2. Acesso em: out/2015.
REBELATTO,J.R e BOTOMÉ,S.P. Fisioterapia no Brasil: fundamentos para uma ação preventiva e pers-
pectivas profissionais. 2ª ed. São Paulo: Manole; 1999.
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