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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE PSICOLOGIA DEPARTAMENTO DE FUNDAMENTOS DE PSICOLOGIA ENFASE: COGNICAO E PERSONALIDADE PROFESSOR: CARLOS EDUARDO L. S. NORTE, PSICOLINGUISTICA CRONOGRAMA PSICOLINGUISTICA 2019/2 DATA TEMA DA AULA - TEXTO (05/ago | ABERTURA DO CURSO (GRUPOS, CRITERIOS DE | LINGUAGEM: DEFINICAO, PROBLEMA. AVALIACAO, BIBLIOGRAFIA ETC) E CATEGORIZAGAO DAS ‘ABORDAGENS 12/ago | ASPECTOS HISTORICOS DA LINGUAGEM PERPLEXIDADES E PERSPECTIVAS DA LINGUISTICA NA VIRADA DO MILENIO | 19/ago_| PERCEPCAO DA LEITURA E DA FALA PERCEPGAO DALEITURAEDAFALA | 26/ago_| OFICINA OFICINA (02/set__| COMPREENSAO DA LINGUAGEM ‘COMPREENSAO DA LINGUAGEM 09/set | OFICINA OFICINA 16/set__ | PRODUCAO DA LINGUAGEM _ PRODUGAO DA LINGUAGEM 23/set_ | OFICINA OFICINA 30/set_ | AL PROVA INDIVIDUAL, O7/out | AVALIACAO CLINICA DA LINGUAGEM DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM E PRINCIPIOS DE AVALIACAO. 14/out _ | VESPERA DE FERIADO VESPERA DE FERIADO : 2i/out | INSTRUMENTOS PARA AVALIACAO DA TESTES ANELLE E BATERIA MONTREAL LINGUAGEM 28/out _| FERIADO (Dia do Servidor Publico) FERIADO (Dia do Servidor Publico) (04/nov _| SUPERVISAO DOS SEMINARIOS ‘SUPERVISAO DOS SEMINARIOS. I1/nov | SEMINARIOS CASOS CLINICOS EM ‘SURGIMENTO TARDIO DA PSICOLINGUISTICA LINGUAGEM + TRANSTORNO FONOLOGICO-SINTATICO DA LINGUAGEM 18/nov | SEMINARIOS CASOS CLINICOS EM DISLEXIA + DISCALCULIA PSICOLINGUISTICA _ 25/nov | SEMINARIOS CASOS CLINICOS EM ‘AFASIA DE WERNICKE +AFASIA DE PSICOLINGUISTICA, BROCA O2/dez_| A2 ENTREGA DOS RELATORIOS se dio por narrativas, DESBERRELRESSISISISSIISIISLUUIILLITTTT) expressa uma hipétese de qu es petmiindo a negocio vac A seni an gi Pp eso dieivo ou represent, - oa mis ert eins pi situagdes probleméti Fecusam a ideia de um mundo exterior a see representado; toda cog. nigeria encamada na vida como copra don ¢scu mundo numa deris tina di ag : natural. Sem uma diregio prvilegiada ‘ou mundo a ser representado, o que se entende por inteligéncia? ‘Aqui ela é entendida como capacidade de compartlhamento de ‘um mundo entre dois ou mais sres, sja pela linguagem ou nfo, ¢ fica caracterizado 0 desafio de se tomar a inceligéncia num sentido bastante diverso do sentido instrumental, de mera solucio de p bblemas, no qual a nossa cognicio teria apenas a fungao de espelhar ‘0 mundo em um sentido unidirecional Bibliografia comentada VIAUD, G. A inteligencia, Lisboa: Europa-América, 1964. ata-se de uma boa apresentagio, ainda que relacionada 3s abordagens do perfodo pré-cognitivsta GARDNER, H. A nova eincia da mente, Sio Paulo: Esse 1995. um veto que oferece una stalizaio (pelo menos at 2 dead de 1980) na abordager de diveros temas dence els 0 da intligincia. | Antwun Anus Lea Fenscies — ‘Linguagem Definicao, problema e categorizao das abordagens CComparando com osdemaisasunto até agora isto lings gem pode no ter 0 mesmo deaque no campo d sci os intligencia¢ mera, Contudo, ela seapresenea que peep, intligncia e memiria. C ve um objeto abordado pelos mais diversos saber, enviesdo pele mais versa quest modes cones, POSTS rons prrpectassobea linguager ngu,scningssi clingustin, piso da lingage sofa de Hage ee da nguger mesmo as CTCs qu Beam cP Jes anes) que concsaula parece aa es PESTS 1 objeto obsur0 ‘Ane que se pos pensac a ingungem coma mobos ergs ated pesos da rns POT ae end acomo seein por cds cone svyaagaen, Pura eos ota poste A ee rors que pei Trad uma questo roel PS a abordagens. NovAMente © (Go, seri novament Tima clasifiagio das dives specimen apres atl 6 EY soaas a perspectvas desastse como © rel? mesmo que #0 = mporine ARREST TTT IT Sd de ‘Ouseas quests seriam ainda possiveis, como a reagio enteo pensamento ea lnguagem (qual delas sera fansSo isi eprede- cesora, a discuss sobre o seu modo de aquisisio (opond tess atsts, constusiviseas, ambientalseas ¢ mesmo reducionists, cm que aprender uma lingua seria elimina possibilidadeslinguls- ticas a discussio sobre a natureea do seu objeto de extudo (se & 4 fla cotidiana ou a Lingua como estruturaabseata) ou, and, 2 concep de ser humano dai advinda (esti ser da natureza 04 ds cular) No que tange 3 questio do conhesimento, © que est em jogo a posibilidade de linguagemsceletr 0 mundo (represenagio) fou produz-lo, Segundo Tedesco (1994), assumir uma ou outea possblidade implica uma diferente coneeieagio da linguagem, ‘sim, na perspctva represenacionista, a linguagem se define gras invariants, tliadas como um sistema dotada de leis ¢ por um sujet (individual ou universal) na rentaiva de designar 0 ‘mundo real (angio referencia), Por out ldo, ela pode se vita como um conjunto de normas contingents, locas e impessais, saptasa produit, na relagio comunicativa, tanto sueto quanto 0 rmando. Em grausdvinos a tcorias piclégicasdelinguagem serem examinadas pertencem 4 um ou outro tip, ainda que as lagens rpresentacionistas seam dominantes. Antes de pas- abo ‘emesis teria pscoigicas propria = cipido exame das abordagenslinguistica da flosofa da linguagem, Ale de seem inspradoras de algumas teoraspsicoldgcas, els representam as contrbuigdes mais dcisivas do campo, no qual a logis € apenas uma rea minortiria, cae floofia da lnguagem : tum saber relativamente recente, fundado no in cio do séclo XX por Saussure, ¢ ope as abordagens anteriores, + bascadas ms formas eri das igus clsicas (como o rego € sdo-as is formas populates, primitvas infantis latin), comtastan : as aborlagens anteriores, como acs altos. Em outa pales iz 5 ologia do dela XIX, exavam caladss em uma concepsio Golan, A inglca, pr ouzo lad, roma ag sm paler una dess parties, mas como wm sistema arbi rarrvatde por um conjunto derelagBesem que os falantes trian ‘rede Spano Pei (1992) eros ds panes Tnhogon a nguica:ogeratiamo eo earuturaimo. A primeit ty comorepecmante icone eed ida crame das shordagens prpriamentepscolgias. A egunds seria Seedobada em ts abordagen:oestruturalismo bloomeldiano, {losemitea eo exruurlsmo funcional *"O estruturalismo desponta nos Estados Unidos sob o comando de Leann Blomfield nspirado o rabalho de autores beavio~ tina como Max Mayer Albert Weis, ntadamente no modelo cimuloreposta (E-), plo uals busca examina o context tm que ceeas formas lingulsticas (como os fonemas) podem aps reer O significado de um deserminado enunciado aqui nio seria ‘ion lagi deste com o bjetospretensamenteeferidos, mas to comporeamento dos falnces e dos ouvintes (eu etimulose repost) or tl ro © porno tomar alinguagem a partir de tm conjuno de regrasimutiveis, oexruturalsme bloomBeldiano diana dis abordagensrepresentacionias. ‘A losis, baseida no trbao de Hjemese eda Escola deCopenhague, busca, por si vez, radial a concep saussu- sana dalinguagem como um stem formal Por uma metodolgia puramentededutiva cla busca elementos minimos da inguagem «suas poses combinagSe. Divide inguagem em expresso (os fonemas) econo (opensamenta),e ambos dviir-iam em substancia (0 continuo de sons e imagens ments) e forma (que marariadisingSes nests fuxos).Tat-se de uma tora de dif clasfcagt, pos ao mesmo tempo em que conduza um cero for malismo,admite a poréncia da inguagem de producc mundos didiidée PPOSOSESESEREEESESSESSSSIISLELELELELULLULELLUEL a Contudo, a escola mas conhecida o estrurutalismo funcional, ou Circulo Linguistico de Praga, nascido em 1928 ecomposo per Nicolas Troubetskoy, Roman Jakobson, André Martine, Emile Benveniste e Eugenio Costiu. esruturl,poisentadar conta dos termos linguistics minimos ede as regras de combinasdo (como sistema female funciona, pois consideraa fungiocomuicatia como esencial linguagerm. Quanto 30 aspect esutua,alingua ‘gem mesma seria composta por uma ste de sistemas hierarqiza- dos abertseinerdependentes, comoofonolico,0 morfaligico, ‘lexical sintiico. Quanto 20 aspect funcional, considers, de forma semelhante ao gestaltismo, o valor dos elementos dados nas suas elagdes. Desa forma, por exemplo, sentido e a fanco de tum signo seriam dados no conjunto das suas relades numa fase (sineronia) ou com seus posiveissubscurs ala (dscroni). Ja as FangBes da linguagem sf vistas a relaso comunicativa, con Siderando 0 emissor (fungi expressva), 0 receptor (angio ape- Iatva), 0 ebdigo Fangio metalingusics), referene (fungi re- ferencial), a mensagem (Fangio poética) ¢ 0 anal Fanci fica. ‘Assim como a glossematia, a escola esrucural-funcional em uma posigio ambigua: ao mesmo tempo em que é formal 20 aponcr para os ivarianes univers da linguagem, recuse represenasio 20 comicla como produrora da relidade. ‘A flosofia da linguagem, por sua vez. no tm como met 4 descrigio dalinguagem como sistema, masa discuss des pro- priedade na solusio de problemas iloséficos. Nese conjunto, és posturas principaisserfo consideradas: a posit igi, a Feno~ renolégicae a pragmatics. A primeira, capitaneada por Gord Frege, Bertrand Russell e Ludwig Wirgenstein, em sua primera fase, considera Fangio essencial da linguagem referencia 0s obje- tos, referéncia que aqui se identifia com a possibilidade de estagem empirca deum determinado enunciad,Significagi,resabildade referencia equvalemse na determinagio da natureza itima da linguagem: representar o mundo. Tudo o que mio fos estivel er. considerado caente de sentido, ‘As demas esolassio reagbes 20 postvismo ligioo. A feno menologia, representada por Husserl e Mereau-Ponty,eecusa «ssa distingfo positivist, sustentando o carter permanentemente significative da linguagem, o ql esata gurantido pela intencio- nalidade da consciénca (vero capitulo sobre perepsio), uma ver ‘que esta estaria sempre voleada para o mundo, independentemente da testabildade dos enunciados, Haver sentido aio se resume pois, fungao referencia e 3 representaio. Nao havera, porta to, um sentido absolut garancido pelo mundo objetivo. mas ee seria devidamente pespectivado pelo sujit. Em outaspalavias, fade, em Snguges i ra cond dan de enc Spe podar 0 mundo deforma ppc, Na plas de Tieden ngungem a como unc ie repr Iran Mai umaer-tcmor ag uta pointe os ands stam mjc da ene dado secplanente sto nentonl nfo quale al deforma ou Umno pont passer epracnad omnes eta deca 1 pwr espreciaconia e cond pa eoncpo pag, deena pla esa de Gf Joh Sere Jo Ane Pal Grice pare dit fee de Ween ma sun fe de eu peat. Se Tenmenolgase ope lio do siglo 3 esabi Jeu pmpdieaconptese ea ding 3 uno See fn inspec i of True con Presa consi compendia aan gor dengue da inguges co, pom Sus vis pba eso Asn dane seen por Asin ds eto onsen eI reminds cntor eo peermatos Os Psten cre pr veer come por xp, "0 ota a dorm am webtc a oa eindox ‘mais a um determinado ato avalivel apenas por suas “condig6es de ‘licidade” (como, por exempl, a0 dizet “eu aposto", & necesito haver um apostadore algo em questi). Porém o grande paso dos Pragmatistas ndo esti nesta distingio, mas na subordinagio dos ‘nunciados constatativos aos perormativos: todos seriam julgados pela adequagio as “condigbes de flicidade”, Considerada como ‘performance, a linguagem seria dividida em tes tipos de ato: 1) © locucionario (proferimento com significado referencia); 2) 0 ilocucionstio (a intengio de produse eft); e 3) 0 perlocucioné tio (efeto no ouvinte). O significado de um enunciado se produz ra relagio entre os dois tkimos, Neste sentido, a linguagem & umn a a ser avaliado no na sua capacidade de representar o mundo, sas na adequagio © negociagio entee as interes do falantee seus fis. Psicologia da linguagem e psicolingutstica Como jé foi destacado, a contribuisiespsicldgicas a0 campo

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