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CEPAL
MANUAL
FORMULAÇÃO E AVALIAÇÃO
DE PROJETOS SOCIAIS1
1Este Manual foi desenvolvido pela equipe da CEPAL que é a comissão para o Desenvolvimento Econômico para a América Latina, órgão da
ONU na década de 1990. Como documento de livre acesso o mesmo foi utilizado da mesma maneira em vários cursos no Brasil e em outros
países da América Latina. Uma versão original poderia ser encontrada no site: https://www.cepal.org/es/areas-de-trabajo/desarrollo-social.
Entretanto, no momento, o que encontramos são diversos manuais, também documentos livres, os quais seus conteúdos derivam deste manual.
Convido os alunos a visitarem este site, pois lá é possível encontrar publicações livres elaborada para o mesmo tema deste documento.
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Este Manual foi preparado por PROPOSAL para o Curso de Formulação, Avaliação e Monitoramento de Projetos
Sociais - CEPAL/ OEA/ CENDEC, 1997
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ÍNDICE
INTRODUÇÃO 4
I. CONCEITOS BÁSICOS 5
1.1 Programas e Projetos sociais 5
1.2 População-Objetivo 6
1.3 Formulação, Avaliação e Monitoramento 8
1.4 Metodologias de Avaliação 9
1.5 Impacto e Investimento 11
1.6 Ciclo do Projeto 12
II. FORMULAÇÃO DE PROJETOS 17
2.1 Identificar o problema 18
2.2 Realizar o diagnóstico 19
2.3 Realizar o estudo de mercado 20
2.4 Estabelecer os objetivos de impacto 21
2.5 Selecionar as alternativas 22
2.6 Estabelecer os objetivos de produto 23
2.7 Selecionar os indicadores 24
2.8 Estabelecer as metas 27
2.9 Especificar as premissas 28
2.10 Construir as matrizes de alternativas 28
III. AVALIAÇÃO EX-ANTE
3.1 Calcular os custos de cada alternativa 32
3.2 Realizar Matriz Custo-Impacto 40
3.3 Calcular a Relação Custo-Impacto 40
IV. PROGRAMAÇÃO E AVALIAÇÃO EX-POST 45
4.1 Construir a matriz de programação 45
4.2 Realizar o plano de operações 48
4.3 Realizar a Avaliação Ex-post 45
ANEXOS 54
Anexo 1.- Árvore de Problemas 54
Anexo 2.- Árvore de Objetivos 62
Anexo 3.- Identificação de Áreas de Intervenção 65
Anexo 4.- Técnicas de Projeção 68
Anexo 5.- Matemática Financeira 89
Anexo 6.- Fluxo de Custos 95
Anexo 7.- Matriz de Planejamento 99
Anexo 8.- Plano de Operação 99
Anexo 9.- Elementos de Metodologia e Estatística 100
BIBLIOGRAFIA 103
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INTRODUÇÃO
Este manual é um guia prático que visa a apoiar o trabalho técnico daqueles que estão diretamente relacionados com a
formulação e a avaliação de projetos sociais.
A metodologia possibilita que a partir de um problema específico se identifique a melhor alternativa para resolvê-lo.
No primeiro capítulo se definem alguns conceitos fundamentais para a formulação e a avaliação de projetos.
O segundo analisa os passos que se devem seguir para obter um projeto adequadamente formulado para ser avaliado.
O quarto capítulo apresenta os elementos necessários para programar as atividades da alternativa seleci onada e os
métodos disponíveis para realizar as avaliações ex-post.
Se incorpora um conjunto de anexos de apoio para o aprofundamento de alguns tópicos relevantes do manual.
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I. CONCEITOS BÁSICOS
Um projeto social é a unidade mínima de alocação de recursos que, através de um conjunto integrado de atividades
pretende transformar uma parcela da realidade, reduzindo ou eliminando um déficit, ou solucionando um problema.
Ter objetivos claramente definidos (se têm objetivos imprecisos não podem ser avaliados) .
Identificar a população-objetivo à qual está destinada.
Especificar a localização espacial dos beneficiários.
Estabelecer uma data de início e outra de término.
Os projetos sociais procuram, em geral, satisfazer necessidades de grupos que não possuem recursos para serem
resolvidas autonomamente através do mercado.
Nesta perspectiva, a política se traduz operacionalmente em programas e projetos que a concretizam mediante a alocação
de recursos para a implementação destes.
Na literatura tradicional se considera que os projetos são definidos pela existência de investimento fixo, isto é, porque se
alocam recursos para a aquisição de bens de capital (terreno, construção, equipamento). Os programas, em forma
alternativa, supõem a utilização de recursos somente para gastos (por exemplo, para pagar salários requeridos para a
operação). E de acordo com este raciocínio, se considera que os programas não devem ser avaliados. No entanto, os
projetos não se definem pela presença ou ausência de investimento fixo. Ainda quando este seja inexistente ou marginal,
todo projeto pode e deve ser avaliado.
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6
Quadro 1.1. - Relação entre Política, Programas e Projetos Sociais
POLÍTICA SOCIAL
PROGRAMA 1 PROGRAMA 2
Exemplos:
Cada projeto tem uma população-objetivo, espacialmente localizada, que deveria receber seus benefícios. É definida
normalmente por pertencer a uma faixa etária (lactantes), por uma localização geográfica (zona rural), por uma carência
específica (desnutridos), etc.
POPULAÇÃO
POPULAÇÃO OBJETIVO
AFETADA
(por um problema
POPULAÇÃO específico)
DO MUNICÍPIO POPULAÇÃO
(População de POSTERGADA
referência)
POPULAÇÃO POPULAÇÃO
NÃO AFETADA NÃO AFETADA
1.2.1 Focalização
A focalização é um critério utilizado para a formulação de projetos que identifica, com a maior precisão possível, o conjunto
dos potenciais beneficiários. Para isso, se requer conhecer detalhadamente as características do grupo -objetivo. Só assim
será possível desenhar um projeto que se adeque às suas necessidades e características socioculturais.
Focalizar, então implica estabelecer uma oferta de bens e/ou serviços orientada aos mais necessitados.
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Uma oferta homogênea para toda a população independentemente de suas diferenças costuma não ser adequada para
aqueles que têm maiores carências devido a barreiras culturais, analfabetismo, falta de informação sobre os programas e
projetos disponíveis, e que tiveram pouca participação na definição das políticas.
Todos os projetos sociais são formulados em relação aos beneficiários diretos (população-objetivo definida). Contudo,
também produzem impacto positivo em outras pessoas, identificadas como beneficiários indiretos.
Existem dois tipos de beneficiários indiretos, os legítimos, que não se consideram expressamente como população-
objetivo, mas cujo favorecimento concorda com o espírito do projeto. É o caso, por exemplo, das famílias dos alunos
beneficiários dos programas de alimentação, que recebem o equivalente ao valor monetário da alimentação de seus filhos.
Os beneficiários ilegítimos são favorecidos com o projeto apesar de estarem fora do espírito do mesmo. É o caso, por
exemplo, dos membros das classes média e alta que têm acesso à subsídios orientados aos grupos carentes.
Há projetos que incorporam benefícios públicos, recebidos não só pela população-objetivo, mas pela sociedade em
conjunto. Assim, as campanhas de vacinação contra a varíola, afetam a crianças imunizadas, aos laboratórios; como
fornecedores de vacinas, e à toda a população ao diminuir o risco de uma eventual epidemia, e consequentemente, os
custos de enfrentá-la.
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Para maximizar o impacto dos projetos, é fundamental contar com a participação dos beneficiári os.
A participação permite melhorar a consideração dos diversos elementos de tipo social, cultural e econômico dos
beneficiários, com o que se aumenta a probabilidade de obter um maior impacto.
A população-objetivo conhece melhor que ninguém quais são suas reais necessidades insatisfeitas. Quando estas são
definidas externamente, podem ser obtidos impactos menores aos esperados e/ou custos maiores que os necessários.
Deve-se priorizar as relações horizontais entre os executantes e os beneficiários do projeto. A frustação dos beneficiários
quanto à sua participação, pode limitar os logros do mesmo projeto.
Buscando maximizar o impacto de um projeto, seus executantes têm a responsabilidade de fomentar a participação dos
beneficiários, além da de estimular e motivá-los a trabalhar juntos em prol de um objetivo em comum.
A formulação é a etapa na qual se identifica o problema e se delineiam as alternativas de um projeto, ou seja, as opções
tecnicamente viáveis para sua solução. Estas alternativas surgem da teoria disponível e do conhecimento obtido das
avaliações ex-post efetuadas anteriormente sobre projetos análogos.
A avaliação é uma atividade que permite decidir sobre a conveniência de executar o projeto e escolher a alternativa ótima.
Assim, formulação e avaliação são as duas faces de uma mesma moeda. Um projeto não pode ser formulado a menos que
se saiba como será avaliado, porque só a partir da metodologia de avaliação é possível determinar qual é a informação que
se deve coletar para sua formulação.
A avaliação, então, serve de ponto de referência para a formulação do projeto, permitindo medir os custos e o impacto (ou
os benefícios) dele, assim como as relações existentes entre ambos.
Existem dois tipos de avaliação, em função do momento em que se realiza e do objetivo visado:
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Ela permite estimar tanto os custos como o impacto (ou benefícios) e assim tomar a decisão (qualitativa) de
implementar ou não o projeto.
A partir dela é possível priorizar diversos projetos e identificar a alternativa ótima para chegar aos objetivos de
impacto pretendidos.
b) Avaliação ex-post que é feita tanto na fase de operação como uma vez
terminado o projeto. Cumpre duas funções:
• uma qualitativa, que permite decidir se se deve ou não prosseguir com o projeto - quando se realiza durante a
fase de operação -, ou definir conveniência de formular outros projetos similares - quando se realiza depois que
o projeto está concluído -. outra,
• quantitativa, que surge em projetos que se encontram em implementação e possibilita decidir se é ou não
necessário
reprogramar.
O monitoramento se relaciona diretamente com a gestão administrativa e consiste num exame contínuo ou periódico
durante a etapa de operação do projeto. Realiza-se com vistas a controlar o cumprimento dos prazos das atividades
programadas, assim como a provisão de insumos para determinar se foram recebidos a tempo, em quantidade, qualidade e
preço previstos e se os produtos cumpriram com as especificações (em quantidades, qualidade e tempo) em função da
programação prevista.
Mesmo que avaliação e monitoramento possam realizar-se durante a fase de operação, o monitoramento se preocupa do
cumprimento da programação proposta, enquanto a avaliação ex-post centra sua atenção na relação entre os resultados
obtidos e os custos.
1.4 Metodologias de Avaliação
As metodologias usadas para avaliar projetos buscam comparar os custos com os objetivos procurados (benefícios ou
impacto). A forma em que se medem os custos é sempre igual; o que varia é a forma de medir os benefícios.
Pode-se distinguir três metodologias de avaliação, cujas principais características se apresentam a seguir:
a) Análise Custo-Benefício (ACB): parte de um princípio muito simples que é o de comparar os custos com os
benefícios econômicos do projeto. Se estes são maiores que os custos, existe uma primeira indicação de que o
projeto deveria ser aprovado.
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É requisito básico da ACB que os custos e benefícios do projeto sejam expressos em unidades monetárias,
portanto, é uma metodologia adequada para a análise de projetos produtivos, uma vez que nestes tanto os custos
como os benefícios são de tipo econômico.
No caso dos projetos sociais, os benefícios dificilmente podem ser expressos em unidades monetárias. Imputar
valores a variáveis nutricionais, educacionais, de saúde, etc. implica, em definitiva, fixar um preço para a vida
humana.
A ACB é utilizada quase que exclusivamente na etapa ex-ante, para tomar uma decisão a respeito da execução,
rejeição ou postergação de um projeto. No entanto, para projetos sociais é igualmente relevante a avaliação ex-
post já que permite determinar os custos incorridos e o impacto obtido e, em função das relações entre eles,
manter a programação original, reprogramar ou cancelar o projeto.
b) Análise do Custo Mínimo (ACM): compara os custos monetários (tanto em uma avaliação ex-ante como ex-post),
com a possibilidade de alcançar eficientemente objetivos que não se podem expressar em dinheiro. A ACM deixa
de lado a análise dos objetivos (benefícios), assumindo que eles derivam de uma decisão política, e se dedica a
assegurar que sejam alcançados com custos mínimos. Ou seja, se limita a garantir a eficiência, via minimização
de custos, omitindo-se a respeito da eficácia (impacto) do projeto.
c) Análise Custo-Impacto (ACI): compara como a ACM, os custos (monetários) com a possibilidade de alcançar
eficientemente os objetivos do projeto. A ACI, contudo, não se restringe a avaliar a eficiência de um projeto , mas
também avalia seu impacto, determinando em que medida o projeto alcançará ou alcançou seus objetivos, que
mudanças produzirão ou produziram na população-objetivo e quais são seus efeitos secundários.
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Quadro 1.3 - Comparação entre ACB, ACM, ACI
A magnitude do impacto obtido por um projeto não é necessariamente uma função linear do investimento. Aumentar o
investimento de um projeto não implica aumentar na mesma proporção seu impacto.
Por exemplo, mesmo que o investimento seja muito elevado, se um projeto de nutrição não entrega a quantidade de
alimento necessária por beneficiário, levando em consideração a distribuição intrafamiliar dos bens alimentícios, poderia ter
um impacto igual a zero. Se não se aumenta a quantidade de calorias e proteínas por porção, pode-se aumentar de modo
ilimitado o investimento sem produzir nenhuma alteração no impacto.
Investimento
Impacto
Investimento
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Impacto
Tempo
O êxito de um projeto não é derivado da magnitude do investimento, mas do impacto que ele produz em função dos
objetivos procurados.
No processo de um projeto com investimento em ativos fixos apresentam -se três "estados" básicos: pré-investimento
(formulação), investimento e operação. No primeiro, pode-se distinguir a ideia do projeto, o estudo do perfil, a análise de pré-
viabilidade e viabilidade; no segundo, as etapas de desenho e execução; o terceiro começa quando o projeto entrega os
bens ou serviços que justificaram sua implementação.
Cada uma destas etapas está associada a um conjunto de estudos que são necessários para conhecer e avaliar diversas
características do projeto. A medida que se vão cumprindo estas etapas, se adquirem maiores informações, diminuindo o
risco de implementar um projeto ruim, mas aumentam os custos da avaliação.
Portanto, só se deve aprofundar os estudos quando o tamanho do projeto o justifique. Quanto maior seja o volume de
recursos comprometidos, maiores e mais detalhados devem ser os estudos, antes de implementá-lo. Se o projeto for
pequeno, pode-se passar diretamente do perfil à operação.
Nos projetos que não requerem investimento fixo (como ocorre frequentemente com os projetos sociais), não é preciso fazer
estudos de pré-viabilidade nem análise de viabilidade. Um projeto de complementação alimentar seria um exemplo deste
caso.
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Gráfico 1.2 - Etapas do ciclo de um projeto com investimento
IDÉIA
P
R
É Espera Rejeita
V PERFIL
I
A Rejeita
B Espera r
I
L
I PRÉ -VIABILIDADE
D
A
D Espera
Rejeita
E e
VIABILIDADE
Rejeita
Espera
V
I DESENHO
A
B
I
L
I EXECUÇÃO
D
A
D
E
OPERAÇÃO
15
16
Gráfico 1.3 - Etapas do Ciclo de um projeto sem investimento
F
O IDÉIA
R
M
U Espera Rejeita
L
A
Ç
à PERFIL
O
Espera Rejeita
O
P
E
R OPERAÇÃO
A
Ç
Ã
O
No entanto, em alguns projetos sociais deve-se cumprir com todas as etapas do ciclo do projeto. É o caso da construção de
hospitais onde o investimento fixo é de considerável magnitude.
A seguir se desenvolve em forma breve cada uma das etapas do ciclo do projeto.
a) A ideia do projeto.
A primeira fase é a criação da ideia do projeto. Nesta, já é preciso responder a um conjunto de perguntas que se
aprofundarão nas fases posteriores. Os aspectos mais relevantes são:
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Que necessidades serão atendidas e, em consequência, quais sãos os bens e/ou serviços que constituirão os
produtos do projeto?
Quando iniciar o projeto? Em alguns casos há condicionantes temporais que limitam a possibilidade de
começar a operação do projeto.
Que critérios serão utilizados para a determinação de preços, em relação aos usuários do projeto?
b) Etapa de Perfil.
Com as informações disponíveis, nesta etapa se visualizam as alternativas básicas de implementação do projeto e se
analisa sua viabilidade técnica, efetuando também uma primeira estimativa de custos e de impacto, mediante a
comparação das alternativas "sem" projeto, "com" projeto e a resultante de otimizar a situação de base.
Considerando o anteriormente dito, esta etapa supõe recolher um conjunto de informações que permita conhecer em forma
preliminar os diversos aspectos do projeto, tais como: a oferta existente, a demanda insatisfeita, a localização espacial e
seus motivos, os aspectos técnicos vinculados às opções consideradas, a magnitude do investimento requerido, os
aspectos financeiros e a organização exigida para a execução e operação.
Se a avaliação é positiva a nível de perfil, se pode optar por dar início à etapa subsequente. Dependendo do tamanho do
investimento, deve-se decidir entre continuar aprofundando o estudo de pré-viabilidade ou passar diretamente ao desenho e
execução ou operação do projeto. Um resultado negativo implica abandonar a ideia, temporária (postergação) ou
definitivamente.
Nesta fase se estudam com mais detalhe as alternativas propostas. Para isto, devemos considerar:
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I. O estudo de mercado, que inclui a demanda esperada para os bens que o projeto ofertará ou os serviços que
prestará e a oferta existente para os mesmos.
II. A análise tecnológica centrada no estudo dos custos de investimento e de capital de giro implicados no projeto.
III. A localização e a escala (tamanho), com todas as restrições e condicionantes que podem incidir sobre elas.
V. Os requerimentos organizacionais e condicionantes legais que afetam o projeto. Deve-se considerar a existência
de leis e regulamentos restritivos ou de fomento que o afetam direta ou indiretamente.
VI. O momento ótimo para começar o projeto segundo os condicionamentos temporais existentes.
Quando há investimento fixo (terreno, construção, equipamento), podem ocorrer três situações diferentes:
1) que o investimento tenha uma vida útil ilimitada e os resultados sejam independentes do início da operação;
3) que o investimento tenha uma vida útil limitada e os resultados sejam função do tempo e do momento de concretização
do projeto.
Os resultados obtidos nesta fase devem ser submetidos a una análise de sensibilidade, considerando os efeitos produzidos
por mudanças nas variáveis relevantes do projeto. Para isso, se modificam certas variáveis, mantendo as demais constantes
e se recalculam os fatores afetados.
O informe permite decidir entre prosseguir com um estudo de viabilidade, realizar uma análise complementar, ou
abandonar o projeto em forma temporária ou permanente.
Na pré-viabilidade se identifica a melhor alternativa, que será desenvolvida detalhadamen te na análise de viabilidade,
otimizando a alocação de recursos até a operação do projeto, incluindo as obras civis (tamanho e localização), o programa
de desembolsos e a organização requerida para a construção, pré--operação e operação do projeto.
Terminada esta análise o projeto está formulado, e corresponde tomar uma decisão com respeito à sua implantação. Na
realidade, quando um projeto chega até esta fase, já está implicitamente aprovado; podendo quando muito, sofrer pequenas
modificações ou adiamentos. Por isso, as etapas de elaboração do perfil e a pré-viabilidade são fundamentais para a
eliminação dos projetos.
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1.6.2 O investimento
(aplicável a projetos que requerem investimento fixo)
a) Desenho
Marca o início do processo de investimento. Seu aspecto central é o desenvolvimento dos detalhes da execução,
considerando todos os requisitos e especificações da arquitetura e engenharia que exige a natureza da obra.
b) Execução
É o processo de alocação dos insumos previstos para obter os produtos programados em cada uma das fases da obra, de
acordo ao cronograma e ao caminho crítico determinados na viabilidade.
1.6.3 Operação
Em projetos que requerem investimento fixo, a operação começa depois que este se termina. Em projetos sem investimento
fixo, se realiza uma vez finalizada a formulação a nível de perfil.
Nesta etapa é necessário distinguir duas fases, a primeira ‚ a posta-em-marcha do projeto (pré-operação) e a segunda, a
plena operação do projeto.
FORMULAÇÃO:
AVALIAÇÃO EX-ANTE:
A identificação do problema constitui, talvez, o exercício mais complexo da formulação, dada a quantidade de variáveis inter-
relacionadas que afetam o contexto do mesmo. Sua definição clara e precisa é o primeiro requisito para alcançar o impacto
buscado.
Aqui são particularmente relevantes os conceitos de problema e necessidade, que determinam os objetivos do projeto e que
permitem estabelecer ordenadamente os meios e alternativas para satisfazer tais necessidades.
Para identificar o problema temos que recolher e analisar toda a informação disponível. Devem-se combinar os dados que
permitam identificar a situação em que se encontra a população-objetivo nas áreas definidas como prioritárias dentro da
política social com a percepção que tem essa população sobre suas próprias necessidades e a importância relativa dada a
cada uma delas.
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Nesta fase corresponde efetuar uma detalhada observação da realidade e obter a maior quantidade possível de
antecedentes. O ideal é dispor de um estudo de base da população, onde cada entrevistado associe uma pontuação
segundo a importância que atribui a cada um dos problemas destacados pela mesma população.
Um procedimento adequado é realizar um censo que inclua uma pergunta de qualificação de importância, no qual cada
pessoa associe uma pontuação a cada problema tratado, em uma escala, por exemplo, de 1 a 5 pontos.
Problema 1 1 2 3 4 5
Problema 2 1 2 3 4 5
.
.
.
Problema j 1 2 3 4 5
Se não se dispõe de um estudo de base, é possível trabalhar com dados secundários, revisão bibliográfica, consultas a
especialistas e informantes--chaves, etc.
Existe um problema?
Qual é o problema?
Quais são os elementos essenciais do problema?
Quem está(ão) afetado(s) pelo problema? Ou seja, qual é a população--objetivo?
Qual é a magnitude atual do problema e suas consequências?
Conta-se com toda a informação relevante acerca do problema para realizar um estudo acabado?
Dispõe-se de uma visão clara e definida do meio geográfico, econômico e social do problema?
Quais são as principais dificuldades para enfrentar o problema?
Uma técnica que permite sistematizar de maneira ágil e ordenada a informação coletada é a Árvore de Problemas (causas e
efeitos). Trata-se de uma técnica participativa que apoia o trabalho de gerar ideias criativas na busca do problema, suas
causas e consequências. Ainda que seja um esquema simplificado, serve para identificar dificuldades e possibilita chegar a
um consenso sobre as causas e efeitos dos mesmos.
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A partir da identificação do problema é possível determinar o objetivo geral. Consiste em colocar o problema em termos de
ação positiva com o fim de contar com um guia na definição de objetivos mais específicos e na busca das possíveis
alternativas de solução dos mesmos.
Cabe ressaltar que ao definir cada alternativa do projeto, é preciso trabalhar mais profundamente na determinação dos
objetivos específicos.
O diagnóstico se realiza uma vez identificado o problema e o objetivo geral do projeto. Tem duas funções básicas:
I. A descrição, que caracteriza o problema e sua incidência e distribuição na população-objetivo. A linha de base resume
esta informação. Sem ela não é possível formular adequadamente o projeto e não será viável determinar seu impacto.
Portanto, é preferível não realizar nenhum projeto enquanto não se dispõe da linha de base.
II. A explicação apresenta a estrutura causal quantitativa das variáveis que determinam o problema. Isto permite
estabelecer qual é a quantidade de produto ou serviço que se deve entregar para modificar em uma unidade as
variáveis dependentes especificadas nos objetivos. Um projeto entrega produtos e/ou serviços, que devem produzir o
impacto buscado. Se não está claro quais são os produtos e/ou serviços e suas quantidades, que permitem modificar
situação-problema, resulta impossível formular adequadamente o projeto.
As funções anteriormente expostas se complementam com a identificação dos grupos relevantes para o projeto e o papel
que podem cumprir no mesmo. Corresponde identificar a todos os grupos de interessados (pessoas, entidades, etc.) que
possam influenciar no problema, favorável ou desfavoravelmente (que apoiem as ações de mudança que formam parte do
projeto ou que estejam contra elas).
Esta informação serve de orientação para conhecer o apoio ou rejeição que o projeto pode obter.
Exemplo:
Projeto: Melhoramento da educação primária da Região Austral.
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Grupos Relevantes: Ministério de Educação
Prefeitura
Professores
Centro de Pais
Estudantes
Organizações de desenvolvimento educacional
A quantidade de recursos e tempo utilizados para realizar o diagnóstico deve ser compatível com a escala do projeto. O
diagnóstico não deve ser maior que o projeto, porque assim pode perder utilidade para solucionar o problema concreto que
o originou.
Uma vez que foi estabelecido claramente o problema e se dispõe de um diagnóstico adequado, deve -se complementar com
uma estimativa do tamanho da demanda.
Busca conhecer o tamanho da demanda existente para solução de um problema, tanto para a situação atual como para o
lapso de tempo de duração do projeto. Responde à pergunta de quantos produtos e/ou serviços deve o projeto entregar para
que, somados à oferta já existente, se satisfaça à demanda.
Se as alternativas consideram a entrega de diversos produtos e/ou serviços, que podem incidir na demanda, tem -se que
revisar estes antecedentes para formular adequadamente o projeto e, eventualmente, retificar o estudo de demanda.
Deve-se especificar claramente as carências reais, assim como o custo total que tem a população -objetivo para satisfazer
suas necessidades via mercado.
É necessário considerar:
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Este estudo deve abranger todo o horizonte do projeto, o que exige dimensionar a situação atual e estimar a futura. Não há
métodos infalíveis para este tipo de estimativa. As alternativas geralmente utilizadas para realizar estas projeções se
encontram apresentadas no Anexo 4.
Na análise da demanda é fundamental a participação da comunidade. O contato direto com os grupos afetados muitas
vezes é essencial para interpretar e priorizar os problemas que enfrentam.
Também se deve analisar a oferta de produtos e/ou serviços alternativos que podem satisfazer a demanda ao longo de toda
a vida útil do projeto.
• Identificar os agentes que a geram (o setor privado, o Estado, projetos sociais de outras organizações, ONG, etc.),
• Definir as variáveis que determinam o tamanho da oferta (preço dos bens complementares e substitutos),
• Calcular os efeitos que teria a realização do projeto sobre a oferta dos demais agentes (incidirá nos preços dos produtos
substitutos e/ou complementares, diminuirá a oferta dos demais, etc.).
Com a informação sobre a oferta e a demanda pode-se dimensionar o déficit existente. Este dado é de primordial
importância para fixar as metas do projeto, que devem cobrir este déficit.
O cálculo do déficit não é mais que a diferença entre a demanda e a oferta para cada um dos p eríodos considerados na
vida útil do projeto.
É preciso determinar o impacto que se pretende provocar, isto é, a magnitude da modificação que o projeto pretende
produzir no problema que enfrenta a população-objetivo, qualquer que seja a alternativa implementada.
O objetivo último de um projeto social não é a entrega de bens ou serviços, mas o impacto que isto produz, eliminando ou
diminuindo o déficit ou problema.
Para definir um ou mais objetivos de impacto deve-se considerar a Árvore de Problemas e o diagnóstico.
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Os objetivos de impacto devem ser:
* Mensuráveis: - Existem instrumentos que permitirão medir o logro dos objetivos estabelecidos?
A complementaridade deve ser determinada mediante a combinação de modelos teóricos e considerações técn icas:
a) Os modelos teóricos resultam de diversas áreas de conhecimento e permitem determinar as relações entre objetivos
(variáveis).
Exemplos:
Objetivos de impacto:
a) Diminuir a incidência da mortalidade infantil na população rural, ao nível da existente no meio urbano.
c) Melhorar o nível nutricional das crianças entre 6-14 anos da cidade de Iquique, a nível equivalente ao da média
nacional.
d) Diminuir a taxa de desemprego dos jovens do distrito de Las Flores a 15% da PEA jovem, no máximo.
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Mediante a técnica da árvore de objetivos (meios e fins), transforma-se cada elemento da árvore de problemas em um
objetivo. Assim, as causas passam a ser meios para produzir mudanças nos objetivos de impacto e os efeitos se convertem
nos fins buscados pelo projeto (ver Anexo 2).
Uma vez estabelecidos os objetivos de impacto do projeto, é preciso determinar a importância de cada um, o que resulta
das prioridades expressadas pela população-objetivo.
Definidos os objetivos de impacto e com base no diagnóstico, podem ser estabelecidas as áreas de intervenção, ou seja, os
meios viáveis para o logro dos objetivos procurados. A partir delas, se desenvolvem as diferentes alternativas do projeto.
Deve-se levar em consideração as prioridades, limitações e probabilidade de êxito de cada alternativa, tendo em vista a
capacidade institucional existente e as vantagens comparativas que apresentam.
A árvore de objetivos possibilita desenhar as diferentes áreas de intervenção e, a partir delas, estruturar as alternativas do
projeto (ver Anexo 3).
Sempre deve ser considerada como alternativa a otimização da situação de base. Isto supõe atividades de baixo custo, que
visam a aumentar a eficiência e a eficácia dos serviços existentes. Num projeto de saúde onde se estuda a construção de
um novo centro de atenção primária, a otimização da situação de base implica mudanças na administração atual do(s)
consultório (s) pré-existente(s) ampliando a cobertura ou melhorando a qualidade dos serviços, para alcançar os objetivos
de impacto procurados.
Definidas as alternativas, deve-se elaborar uma breve descrição de cada uma delas.
Em função dos recursos disponíveis e do caráter do projeto (com ou sem investimento fixo) deve-se realizar estudos
complementares nas seguintes áreas:
b) Localização: selecionar para o projeto a localização que gere o maior nível de benefícios para os usuários e para a
comunidade, ao menor custo social. Na localização de um projeto influem a posição geográfica da população -objetivo,
os acessos às matérias primas ou insumos, as facilidades de infraestrutura e serviços públicos básicos, as vias de
comunicação e meios de transporte, a qualidade e/ou preço do terreno, as tendências de desenvolvimento do
município, a preservação do patrimônio histórico-cultural, as condições climáticas o controle ecológico e do meio-
ambiente.
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c) Tamanho: fixa a escala de produção e/ou de entrega de serviços necessários para eliminar o déficit detectado. Deve
contemplar especialmente a relação entre custos fixos e variáveis para otimizar a utilização da capacidade instalada e
maximizar economias de escala.
Requerimentos para a produção. Selecionado o processo técnico, deve-se descrever as funções dos
diferentes meios de produção requeridos e as dificuldades que poderiam surgir com cada um deles:
terreno, edifícios, móveis e equipamentos; mão-de-obra; matérias-primas e auxiliares; serviços de água,
energia, transporte, etc.; assistência técnica e licenças.
O produto ou serviço proposto por cada alternativa é o meio através do qual se espera produzir o impacto desejado. Ca da
alternativa pode entregar um ou mais produtos ou serviços (consultas, subsídios, etc.) diferentes, porém todos orientados a
lograr os mesmos objetivos de impacto.
É preciso especificar com claridade os produtos ou serviços que cada uma das alternativas entregará e a população-
objetivo que se beneficiará com eles, para determinar se afetarão de algum modo os resultados dos estudos da oferta e
demanda realizados. Se isto ocorre, devem ser feitas novas análises incluindo os efeitos previstos da alternativa considerada.
Os objetivos de produto se referem ao tipo de produtos e/ou serviços que cada alternativa entrega à população-objetivo.
Portanto cada alternativa pode ter seus próprios e diferentes objetivos de produto.
* Precisos
* Quantificáveis
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* Realistas
* Alcançáveis no prazo estabelecido
Exemplos:
Objetivos de Produto:
Os objetivos de produto definidos em cada alternativa podem requerer um conjunto de insumos e atividades, dependendo
da quão complexa seja a realização de cada produto. Por exemplo, a entrega de rações alimentícias exigirá a construção
de refeitórios e cozinhas, equipamento de refeitório e fogões, insumos alimentícios, pessoal, etc.
Os indicadores definem o sentido e o alcance de um projeto (avaliação ex-ante) e medem o logro dos objetivos em cada
uma de suas etapas (avaliação ex-post). Tem-se que definir indicadores para cada um dos objetivos de impacto e de
produto.
Cada alternativa pode ter diferentes indicadores de produto, porém não variarão os indicadores de impacto, já que devem
ser iguais para todas as alternativas selecionadas.
29
Ser confiáveis: diferentes avaliadores devem obter os mesmos resultados ao medir um mesmo projeto com
os indicadores propostos.
Apresentar-se em forma independente para cada objetivo e fase do projeto. Por exemplo, não se pode
assumir indicadores de produto para medir impacto.
Exemplo:
Obj. Impacto: Elevar a qualidade da educação municipal no Distrito de
Vergel à média nacional.
Indicadores de impacto:
- Resultados na Prova Nacional de Rendimento Escolar
- Taxa de repetência
- Taxa de abandono escolar
30
Se um objetivo de impacto tem mais de um indicador, como no exemplo anterior, deve-se estabelecer o peso de cada um.
A ponderação de cada indicador pode ser determinada através de técnicas de projeção como as apresentadas no Anexo 4
(método Delfi e modelos teórico-matemáticos).
Às vezes, não existem indicadores que permitam medir diretamente os objetivos. Em tal situação, tem -se que construir
dimensões operacionais, obtendo-se os denominados indicadores indiretos.
Exemplo:
Para cada indicador se devesse especificar os meios de verificação, explicitando as fontes de informação de onde foram
obtidas. Estas podem ser primárias, isto é, internas ao projeto (pesquisa de campo para o caso da avaliação ex-post) ou
secundárias, como as estatísticas oficiais.
Exemplo:
Primária
31
- Consultas médicas prestadas Registros do Consultório
- Alunos formados Inspeção em terreno
Secundária
As metas são estimativas a respeito do impacto que produz cada alternativa e a quantidade de cada produto que entrega. Ou
seja, as metas, tanto de impacto como de produto, são independentes para cada alternativa.
As metas se definem em termos de quantidade, qualidade e tempo, utilizando como base os indicadores selecionados para
medir cada objetivo. Por exemplo, se o objetivo de impacto é melhorar o nível nutricional de crianças entre 6 -14 anos, pode-
se utilizar indicadores antropométricos que permitem quantificar a taxa de desnutrição por tipo (I, II e III) e estabelecer metas
de redução destes tipos em períodos definidos.
As metas devem ser fixadas em relação às necessidades insatisfeitas estabelecidas no estudo de mercado, mas como nem
sempre é possível cobrir o déficit total, as metas podem ser inferiores à demanda insatisfeita.
Exemplo:
Metas de impacto:
- Diminuir a taxa de desnutrição dos tipos I e II em 50% em 2 anos.
- Diminuir em 20% a taxa de mortalidade infantil em 4 anos.
- Aumentar em 12% anual o número de jovens de 18-24 anos que
entram ao mercado de trabalho formal.
- Diminuir os casos de malária em 80% em 3 anos.
32
As metas nos objetivos de produto devem especificar:
Exemplo:
Metas de Produto:
Entregar 800 rações alimentícias ao mês.
Aumentar em 25% a quantidade diária de atendimentos de saúde nos consultórios.
Capacitar a 500 microempresários em 1 ano.
Eliminar 50 os focos de mosquitos em 3 anos.
Ao estabelecer as metas de um objetivo que tem mais de um indicador, deve-se ter presente que seu logro supõe modificar
os valores destes indicadores, cuja ponderação está determinada pela magnitude da sua incidência no logro do objetivo.
A estimativa razoável da meta definida é fundamental para fazer uma adequada avaliação ex-ante. Para isso, se
utilizam o método Delfi, os resultados de avaliações anteriores e/ou os modelos teórico-matemáticos, já mencionados.
Ao estabelecer as metas deve-se explicitar as premissas consideradas. As premissas ou suposições são as condições
externas que afetam o projeto, mas que estão fora do seu controle.
Exemplo:
Meta de Produto:
- Alcançar uma cobertura de 70% dos alunos de escolas pública entre
12 e 17 anos que recebem cursos de educação sexual.
Premissas:
- A política de educação sexual do Ministério é estável.
- A posição das Igrejas não interfere no desenvolvimento do projeto.
- Os diretores dos colégios mantêm seu apoio ao projeto.
Quando uma premissa é imprescindível para a implantação do projeto, e é improvável que se cumpra, estamos ante um
projeto que não é realista e convém mudar de estratégia.
Não é necessário explicitar todas as premissas associadas à concretização das metas, mas só aquelas que são críticas e
prováveis.
33
2.10 Elaborar as matrizes de alternativas
A matriz é um marco lógico que organiza e resume a informação de cada alternativa - objetivos de impacto, objetivos de
produto, metas (estabelecidas segundo os indicadores), fontes de verificação e premissas - e permite realizar comparações
entre elas.
A seguir se apresentam três alternativas resumidas nestas matrizes. Trata-se de um projeto de prevenção de malária,
adaptado para fins docentes. Tem uma duração de cinco anos, ainda que o impacto estimado projetado para vinte anos.
O propósito deste exemplo não é o de resumir o projeto, mas mostrar a informação essencial que se deve incluir na Matriz
de Alternativas.
34
PROJETO: Controle da Malária
Esta alternativa oferece uma combinação de dois tipos de intervenções para controlar a malária:
redução do vetor mosquito nos focos através da construção de canais de drenagem e tratamentos
médicos supressivos e radicais de casos de malária.
* IPA - Incidência Parasitária Anual de Malária por mil habitantes
35
36
PROJETO: Controle da Malária
37
A técnica central desta alternativa é a dedetização de casas com inseticida durante os dois primeiros
anos do projeto, objetivando eliminar o vetor mosquito das moradias. Esta alternativa também propõe
tratamentos médicos supressivos e radicais.
* IPA - Incidência Parasitária Anual de Malária por mil habitantes
38
PROJETO: Controle da Malária
39
Esta alternativa apresenta uma combinação das Alternativas 1 e 2, com diferentes magnitudes em
relação às metas a lograr em cada produto
* IPA - Incidência Parasitária Anual de Malária por mil habitantes
40
III. A AVALIAÇÃO EX-ANTE
Definidas e descritas as alternativas, elas devem ser avaliadas para identificar a que tem a melhor relação entre os custos
implicados e o impacto que produz.
A análise custo-impacto (ACI), que permite identificar a alternativa que tem a melhor relação entre eficiência e eficácia,
seleciona a opção que apresenta o menor custo por unidade de impacto.
A ACI requer dois tipos de análise, a de custos (eficiência) e a de impacto (eficácia), para depois avaliar a relação entre
ambas.
Para cada uma das alternativas propostas deve-se identificar os custos relevantes que se tem que incorrer durante a vida do
projeto.
Custos de capital: são aqueles destinados a adquirir bens cuja duração para o projeto é superior a um ano.
Normalmente, os desembolsos devem ser feitos durante a execução do projeto para que os bens possam ser
utilizados na etapa de operação. Mas, durante a operação costuma ser preciso repô-los ou efetuar ampliações. Os
custos de reposição ou de ampliação também formam parte dos custos de capital. Os custos de capital mais
comuns nos projetos sociais são os de terreno, construção, equipamentos e investimentos complementares.
Custos de manutenção: são os relativos a materiais e serviços que se adquirem para o cuidado dos bens de
capital, com o fim de manter tanto a quantidade como a qualidade da entrega de produtos e/ou serviços. Por
exemplo, manutenção e reparação de equipamentos, de edifícios, etc. Normalmente se calculam como uma
proporção fixa dos custos de capital do projeto para cada período.
Custos de operação: se derivam da compra de bens e/ou serviços cuja vida útil é inferior a um ano. Neste item se
contemplam os necessários para que o projeto funcione e entregue o produto ou serviço desejado.
41
a) Diretos - derivados de insumos e pessoal imprescindíveis para a realização do projeto. Exemplo: Num projeto de
refeitórios escolares são os alimentos, salários de pessoal, combustíveis, etc.
b) Indiretos - não são imprescindíveis, porém permitem aumenta a eficiência do projeto. Exemplo: Neste mesmo
projeto, os custos indiretos seriam administração, supervisão, treinamento, etc.
Custos adicionais dos usuários: nos projetos sociais é preciso considerar os custos que deve incorrer a
população-objetivo para receber os serviços e/ou os produtos que entrega o projeto, tais como os custos de
transporte, o valor do tempo da viagem e de espera (medido em horas homem, dividindo o salário -mínimo
mensal por 240 horas de trabalho ao mês), etc.
É importante considerar os custos alternativos ou de oportunidade. Estes se referem, por um lado, ao valor que têm as
doações e o trabalho voluntário, que não por serem gratuitos, deixam de significar um vaporável aporte. Se não são incluídos
como custo, se assume que os recursos aportados são infinitos. Estes custos alternativos devem ser considerados ou nos
custos de capital ou nos de operação, conforme seja o caso.
Por outro lado, o capital também tem um custo de oportunidade que deriva do que poderia render se fosse destinado a
investimentos alternativos, tais como aplicações financeiras, ações ou outro tipo de projeto. Normalmente, nos projetos
sociais, este custo equivale a uma taxa de desconto (juros) de 12% ao ano
(ver Anexo 5).
Nestes cálculos se consideram os custos relevantes. Os gastos menores, como materiais de escritório e utensílios, devem
ser agrupados como um item genérico.
Os custos devem ser considerados em termos de preço de mercado. Isto permite transferir o custo dos insumos e bens ao
longo do tempo considerando somente a inflação.
Porém, os preços de mercado devem ser ajustados determinando os preços reais que deve pagar a sociedade. Estes
ajustes têm duas origens:
• Impostos. Do ponto de vista privado os impostos correspondem a custos, mas para a sociedade não o são e,
portanto, não devem considerados. O projeto paga os preços de mercado; porém os impostos incluídos no preço
são arrecadados para serem utilizados pelo setor público em fins prioritários, dentre os quais, a realização de
projetos sociais. Portanto, para fazer os cálculos da avaliação, devem-se considerar os preços de mercado
descontados os impostos.
42
• Distorções do mercado. Os preços-sombra são aqueles através dos quais o setor público ( Ministério do
Planejamento, Fazenda, etc.) trata de determinar a verdadeira escassez relativa que têm os bens e serviços
utilizados pelo projeto.
Os custos de oportunidade e as consequentes modificações nos preços de mercado devem ser utilizados na avaliação.
Entretanto, para a elaboração do orçamento, no qual se consideram os desembolsos previstos, deve-se utilizar os preços de
mercado ( os que realmente se pagarão).
O fluxo de custos é uma matriz que contém todos os custos que se deve incorrer no projeto em cada período ( em geral,
anuais), separados por itens (de capital, de operação, de manutenção e de usuários).
- Os períodos começam no "ano zero", que corresponde à etapa de investimento do projeto. Os períodos seguintes
incluem os custos de operação, de manutenção e reposição ou ampliação do investimento. No último período do
projeto deve-se incluir, como receita, o valor residual do investimento, que é a estimativa do preço pelo qual se pode
vender os bens de capital ao término do projeto. O terreno tem um valor residual igual ao valor inicial, ou seja, se
recupera em 100%.
- Os valores utilizados nos fluxos devem ser expressados em valores constantes, como Reais de 31/01/97, dólares
de 1 de janeiro de 1996, etc.
- Os bens de capital se alocam na proporção em que serão utilizados para as atividades do projeto. Por exemplo,
para implementar um projeto de educação para adultos se utiliza em certos horários, uma e scola primária já
existente, e se considera como custo de capital no projeto só a proporção que se ocupa da infraestrutura
mencionada. Este é o valor que deve ser incluído no fluxo de custos.
- A vida útil dos bens de capital são os anos esperados de sua duração produtiva. Ela depende das especificações
técnicas de cada bem, incluindo sua obsolescência (técnica e econômica). Para as construções, por exemplo, se
costuma considerar 30 anos.
Se o projeto dura mais que a vida útil de algum dos bens de capital que utiliza, será necessário fazer um
investimento de reposição. Em caso contrário, existirá um valor residual equivalente ao tempo de vida útil que lhe
resta.
Antes de construir o fluxo é conveniente abrir todos os custos do projeto, detalhando preço unitário, quantidade, vida útil e
valor residual.
43
O Anexo 6 se apresenta um exemplo de fluxo de custos.
O fluxo de custos requer ser calculado em termos de valor presente ( momento prévio ao início do projeto ou período 0 ),
utilizando uma taxa de desconto que é geralmente de 12% anual. O valor presente é o que tem hoje uma determinada
quantidade de dinheiro que se deve gastar ou que deve se ganhar no futuro (dentro do horizonte do projeto). Cem Reais de
amanhã valem menos que cem Reais hoje devido ao custo de oportunidade, portanto, o valor presente é sempre um
montante menor que o do futuro.
O valor presente dos custos de um determinado período é dado pela seguinte fórmula:
F
P= i
i
(1+i) n
VP = I0 +
F + F + F
1 2 3
+...+
Fn
Ou,
VP = I0 + i =1
n F i
(1+ i)
n
2
Normalmente os projetos contemplam períodos de um ano de duração. por isso de agora em adiante faremos
referência a períodos anuais.
44
analisada
I0 = custo do investimento (realizado no período zero)
F i = custo no futuro , em cada período de operação da alternativa
(1, 2 ..., n)
i = taxa de desconto
n = número de períodos entre o presente e cada ano de operação
da alternativa (1, 2 .., n)
Utilizando a fórmula anterior deve-se calcular o valor presente (VP) dos seguintes itens:
Usando como exemplo o projeto de controle da malária anteriormente tratado, as alternativas têm um custo total (CT)3 de:
3
Por motivos estritamente didáticos alguns dados de custos foram modificados, pelo que o exemplo apresentado não
coincide totalmente com o estudo original.
45
O passo seguinte é calcular os custos médios de cada período ajustado pela taxa de desconto (anualidade ) do projeto.
Para isto, aos valores presentes se aplicam a seguinte fórmula:
i
A = VP
1− (1+i) ( − n)
Onde: A = anualidade
VP = valor presente do total de períodos (anos) do projeto
i = taxa de desconto
n = número de períodos (anos) do projeto 4
4
Nem sempre a duração das alternativas é igual. Neste caso o valor presente se calcula com um “n” diferente para
cada uma, mas ao calcular a anuidade, deve-se considerar uma mesma quantidade de períodos, que resulta do tempo
transcorrido desde t 0 até o horizonte do projeto.
46
ALT 3: US$ 1.632.847
Para maiores informações sobre estes cálculos, revisar Anexo 5 ( Matemática Financeira).
A matriz de custos resume o custo anualizado de cada item e permite comparar os diferentes custos de cada alternativa em
uma avaliação ex-ante.
* O número de Serviços Anuais Prestados (SAP), que é a quantidade média de serviços ou produtos entregados à
população-objetivo em cada período de duração do projeto. Deve-se considerar tantos SAP quantos produtos se
entregam. Assim, se uma alternativa entrega dois produtos, tem -se que calcular SAP1 e SAP2.
Exemplo: No caso do projeto de controle da malária, existem de três a quatro produtos por alternativa, o que leva a:
* O Custo por Unidade de Produto (CUP), que é o valor monetário de entregar uma unidade de produto ou serviço à
população-objetivo. Se calcula dividindo o CTA pelo SAP.
CUP = CTA/SAP
De cada SAP se obtém um CUP. Se existe mais de um produto, o CUP respectivo se calcula dividindo à proporção
que lhe corresponde no montante do CTA pelo respectivo SAP.
O CUP é um indicador da eficiência de cada alternativa do projeto. Em uma avaliação ex-ante permite determinar
qual é a alternativa que gera uma unidade de serviço ou produto com o custo mínimo.
47
Exemplo: (em US$)
A partir destes cálculos se constrói a matriz de custos. Ela resume a seguinte informação:
ALTERNATIVAS CAT CAC CAE CAK CAM CAOD CAOI CAO CAAU
ALT 1
48
ALT 2
ALT 3
( Continuação )
ALTERNATIVAS CTA SAP 1 SAP 2 SAP n CUP 1 CUP 2 CUP n
ALT 1
ALT 2
ALT 3
A eficiência na geração de produtos ou serviços de um projeto social não implica, necessariamente, eficácia no alcance de
seus objetivos de impacto. Para isso, tem-se que realizar a análise de impacto. Está visa a:
Em uma avaliação ex-ante o impacto de cada alternativa é uma estimativa, derivada dos objetivos propostos.
Tendo estimado os custos e o impacto de cada alternativa se constrói a Matriz Custo -Impacto, na qual cada alternativa
aparece consignando o custo total anual (CTA), o custo por unidade de produto (CUP) e o impacto médio anual 5 para cada
objetivo.
A seguir se desenvolve uma matriz custo-impacto usando como exemplo a avaliação ex-ante do projeto de Controle da
Malária.
5
O impacto médio anual é o resultante da divisão entre o impacto total logrado por cada alternativa na “linha de
comparação” ( meta de impacto ) e o horizonte do projeto. Pode ocorrer como neste caso, que o horizonte do projeto
seja maior que o de cada alternativa em particular.
49
Projeto Controle da Malária em Honduras:
ALT 1 - Intensiva em obras civis para eliminar focos e em tratamentos médicos supressivos e radicais.
ALT 2 -intensiva em aplicação de inseticidas, incluindo também tratamentos médicos supressivos e radicais.
ALT 3 - Intervenção intermediária entre as Alternativas 1 e 2 , que inclui obras civis, aplicação de inseticidas e
tratamentos médicos.
OB - Lograr a diminuição da malária a um "nível controlável" ( uma taxa de Incidência Parasitária Anual de
Malária - IPA - entre 1.0 e 2.5, o que significa que finalizado o projeto as operações de controle sejam mantidas pelo
país sem o uso de recursos externos).
50
CTA = Custo total anual
O CUI se calcula para todos os objetivos de impacto de cada alternativa ( neste exemplo há só um). Seus resultados
aparecem na seguinte matriz:
ALT 1 337.240
ALT 2 268.559
ALT 3 385.105
CUI = 337.240
Quando o projeto tem mais de um objetivo de impacto, a comparação vertical (por colunas) dos respectivos CUI permite
selecionar a alternativa que produz o custo mínimo em cada objetivo.
Tendo selecionado os custos mínimos, se calculam as diferenças em valores absolutos por objetivo para cada alternativa.
Exemplo:
51
Dado que o custo mínimo no Objetivo 1 é US$ 268.559 , se realizam os seguintes cálculos:
ALTERNATIVA:
Isto significa que lograr uma unidade de impacto implementando a ALT 1, custa US$ 68.650 a mais que com a ALT 2. Na
ALT 3 este custo adicional é de US$ 116.546.
Estes cálculos são feitos para cada um dos objetivos e se resumem na seguinte matriz:
As diferenças em valores relativos (%) se determinam dividindo as diferenças relativas pelo custo mínimo para cada
objetivo, e multiplicando o resultado obtido por 100.
Exemplo:
Neste caso o custo mínimo se obtém na ALT 2. O cálculo é o seguinte:
ALTERNATIVA
ALT 1 68.680 / 268.559 x 100 = 25.6 %
ALT 2 0 / 268.559 x 100 = 0.0 %
52
ALT 3 116.546 / 268.559 x 100 = 43.4 %
Tais resultados indicam que alcançar 1% de impacto custa 25,57% mais na ALT 3 que na ALT 2.
Estes cálculos se fazem para cada um dos objetivos e se resumem na seguinte matriz:
A análise realizada busca identificar a alternativa que otimiza a relação custo-impacto, ou seja, qual tem o menor custo para
produzir uma unidade de impacto ou grau de alcance dos objetivos.
Se houver mais de um objetivo de impacto, tem os que somar em cada alternativa os resultados da matriz anterior, obtendo
os totais para cada uma das linhas. Assim se estabelece uma classificação ordenada das alternativas em função dos
respectivos graus relativos de eficiência e eficácia.
53
O último passo do modelo contempla a inclusão da priorização comunitária dos objetivos de impacto do projeto. Para isto se
multiplicam as diferenças relativas de cada alternativa em cada objetivo pelo ponderador derivado da importância.
O ponderador de importância se calcula a partir dos dados recolhidos na fase de Identificação do Problema.
1. Quando os dados correspondem à informação primária que reflete uma pontuação independente para cada
objetivo (do modo proposto no item 2.1), o ponderador corresponde ao complemento da importância
Ponderador = 1 - Importância
Para calcular a importância, uma vez coletada a informação, calcula-se encontra a média e a moda das opiniões
comunitárias a respeito de cada objetivo e se procede da seguinte maneira.
Se existe mais de uma moda, se deve utilizar uma média entre as modas como valor da “Moda” 6.
2.- Quando os objetivos estão hierarquizados só em termos de ordem, o ponderador se calcula como a recíproca
da importância.
Ponderador = 1 / Importância
A importância de cada objetivo se estabelece em uma escala ordinal na qual a maior pontuação corresponde ao
objetivo mais importante. Assim, se existem três objetivos, o mais importante terá um valor de 3, o segundo 2 e o
terceiro 1.
6
O denominador ( 10 ) se obtém da multiplicação da escala de pontuação ( 1 a 5 ) pela quantidade de coeficientes
considerados ( 2 ).
54
A situação é diferente no caso de um projeto que visa a dois objetivos de impacto, como, por exemplo:
Ao multiplicar as diferenças relativas pelo ponderador, obteremos as diferenças rel ativas ponderadas, como as
seguintes:
Como ocorre neste caso, a inclusão da importância dos objetivos pode levar a mudar a ordem na escala e, portanto,
modificar o resultado.
55
IV. PROGRAMAÇÃO E AVALIAÇÃO EX-POST
A partir da avaliação ex-ante é necessário programar a alternativa selecionada. Isto implica descrever claramente os
insumos e ações necessários para lograr os objetivos de produto propostos. Estas ações se definem como objetivos de
atividade.
Assim como cada objetivo de impacto pode requerer um conjunto de produtos, um objetivo de produto é o resultado de uma
ou mais atividades.
Os objetivos de atividade, tanto quanto os de produto são necessários para o monitoramento. Só assim é possível determinar
se se estão realizando todas as atividades propostas para lograr os produtos e serviços desejados.
Nesta fase deve-se determinar claramente os indicadores, metas, fontes de verificação e suposições de cada ativi dade
proposta, os quais devem cumprir com os requisitos mencionados no capítulo sobre Formulação.
É importante destacar que a forma mais eficiente de programar a alternativa escolhida supõe a participação dos principais
atores que estarão envolvidos com a operação do projeto.
A alternativa escolhida se desenvolve na matriz de programação, semelhante à matriz de alternativas, mas só se elabora
para a alternativa selecionada. Inclui também, os objetivos de atividades.
A seguir se apresenta um exemplo de matriz de programação ( pode-se também desenvolver sub atividades).
56
57
Quadro 4.1 - Matriz de Programação
58
59
OBJETIVOS DE ATIVIDADE METAS FONTES DE PREMISSAS
VERIFICAÇÃO
OA 3.2. Administrar dose aos * Administrar dose a * Registro Unidades * Pacientes podem
pacientes positivos 100% de pacientes Prestadoras de ser localizados ; há
positivos Serviço de Saúde disponibilidade de
(UPSS) insumos básicos
*IPA - Incidência Parasitária Anual de Malária por mil habitantes
60
Com base na matriz de programação se prepara o plano operativo do projeto, que supõe descrever detalhadamente cada
atividade a ser realizada, o que envolve principalmente os executores do projeto.
O plano operativo é a base para o acompanhamento das atividades do projeto. Pode ser ajustado e modificado em função
das necessidades que se apresentem durante a operação.
A avaliação ex-post se efetua durante a etapa de operação para determinar se é conveniente continuar com o mesmo e os
requerimentos de reprogramação que são necessários para melhorá-lo. Esta avaliação também pode ser efetuada uma vez
que se conclua a operação.
Como na avaliação ex-ante, também na avaliação ex-post se calcula a relação entre os custos e o impacto. Neste caso, os
custos e os impactos são reais. Assim se pode determinar se o projeto produziu ( ou está produzindo ) o impacto desejado
ao custo originalmente calculado.
O procedimento de cálculo dos custos na avaliação ex-post é igual ao da ex-ante, só que neste caso se consideram os
custos realmente incorridos no projeto. Eles podem ser diferentes dos originalmente programados.
* Fluxo de custos
* Atualização de custos
* Anualização de custo
61
* Matriz de custos ( incluindo CTA, SAP, CUP )
A análise de impacto ex-post determina se o projeto produziu mudanças em função dos objetivos de impacto estabelecidos,
e a magnitude desta mudança. Realiza-se mediante a comparação entre o estado “inicial” da população-objetivo ( linha de
base ) e o estado “final”, ou situação existente depois de um período de operação do projeto ( linha de comparação ).
Existe uma família de modelos cujo objetivo é medir o impacto. Dentre eles é necessário mencionar:
Exige selecionar aleatoriamente uma amostra7 que se divide também aleatoriamente, em sub-amostras; o grupo com
projeto ou população beneficiária (grupo-experimental) e o grupo sem projeto (grupo de controle ). Estas sub-amostras se
selecionam antes de iniciar a operação do projeto ( na situação de linha de base) e devem diferenciar-se unicamente pelo
fato de que a primeira recebe os bens ou serviços do projeto e a segunda não.
Levando em consideração a seleção aleatória de ambos grupos, as diferenças iniciais entre eles, se existem, devem ser
mínimas, ou seja, entre X e Y8 não deve haver diferenças estatisticamente significativas.
Se as diferenças iniciais forem estatisticamente significativas, é preciso realizar uma nova seleção ou distribuição da
população em cada grupo, caso contrário não se poderia medir o impacto.
O modelo compara a situação em que se encontravam os dois grupos na linha de base ( LB ), com a situação na linha de
comparação ( LC ). A partir daí se verificam as mudanças geradas pelo projeto.
O quadro a seguir permite apreciar a lógica do modelo experimental e o tipo de cálculo que se efetua ao avaliar o projeto.
7
Ver Anexo 9
8
Ver Quadro 4.2
62
Grupos Tempo
LB LC
Com Projeto X X’
Sem Projeto Y Y’
X, X’,Y, Y’= Indicador de impacto de um objetivo
A magnitude em que diferenciem as mudanças produzidas no grupo com projeto ( X’ - X ) , em cada objetivo de impacto,
em relação às observadas no grupo sem projeto ( Y’ - Y ) , será a medida do resultado do projeto no respectivo objetivo.
Sem dúvida, o modelo experimental clássico constitui uma forma vigorosa para identificar as mudanças produzidas por um
projeto9. No entanto sua aplicação se dificulta porque requer a seleção aleatória dos integrantes de cada um dos grupos na
linha de base ( LB ).
Outro obstáculo para a utilização deste modelo são as dificuldades éticas que derivam de aplicar o projeto a só uma pa rte
da população-objetivo ( ao grupo experimental ) para assim poder medir o impacto.
2) O modelo quase-experimental.
A lógica deste modelo é idêntica à do experimental clássico. Se efetuam medições nas linhas de base ( LB) e de
comparação ( LC ) e logo se comparam as diferenças. Se distingue do experimental clássico porque a inclusão à um grupo
ou outro não é determinada aleatoriamente.
9
O clássico não é o único modelo experimental, existem ouros mais, porém todos mantém o princípio de
aleatoriedade amostral. Para maior informação ver Campbell e Stanley: “Diseños experimentales y
cuasiexperimentales en la investigación social”, Amorrortu editores, Buenos Aires, 1991.
63
Este modelo é útil quando se deseja avaliar um projeto durante sua operação e já estão selecionados os “benefici ários” e os
“não-beneficiários”. Se se quer avaliar um programa de alimentação escolar que está em funcionamento, pode -se
comparar as crianças que frequentam os refeitórios escolares com as que, possuindo as mesmas características de déficit
nutricional e nível socioeconômico, não os frequentam, seja por auto-exclusão, seja porque em sua escola não funciona o
programa.
3) Modelos não-experimentais.
Estes modelos se aplicam quando a população-objetivo não pode ser comparada com o grupo de controle. Isto é, considera
somente a população beneficiária do projeto, o que impossibilita controlar a incidência de variáveis exógenas.
a) Modelo antes-depois ( sem grupo de comparação ). Se efetua uma medição “antes” que o projeto seja implementado (
LB ), e se comparam os valores obtidos com os resultados derivados de levantar uma linha de comparação “durante” a
operação ou depois que o projeto está concluído.
Grupo LB LC
Com Projeto ( C / P) X X’
X’ - X = Impacto logrado na população beneficiária ( um objetivo )
Este desenho não permite eliminar o efeito do contexto, impossibilitando, em decorrência determinar em que
medida as mudanças registradas são atribuíveis ao projeto.
Tem uma utilidade adicional quando é possível identificar variáveis de controle que permitem estimar, dentro de
certos limites , o impacto do projeto. Ou seja, quando os dois grupos são os mais parecidos possível em todas as
variáveis que possam incidir no impacto ( nível socioeconômico, nível educacional dos pais, coeficiente intelectual,
etc. ).
b) Séries Temporais. Se se dispõe de informação sobre indicadores de mudanças em um conjunto de períodos prévios e
posteriores ao projeto, é possível fazer uma análise de séries temporais, para tirar conclusões sobre os efeitos
imputáveis ao mesmo. Para isso se constroem curvas com base em medições periódicas efetuadas “antes” , “durante”
64
e “depois” da realização do projeto. Em função das formas que elas assumem, se determina o impacto do projeto e sua
magnitude.
x
x
x
x . . .
+
x . +
+ x . + +
+ x
. x
+ x . +
. +
. . + +
x .
x
..
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6
Caso 2. A curva (+) indica que houve mudanças durante o projeto, mas o
mesmo ocorre antes e depois dele, o que indica que o projeto não
pode ser considerado como a causa destas mudanças.
c) Modelo só depois com grupo de comparação. Em alguns casos é possível definir um grupo de controle, que permite a
comparação dos resultados do projeto ( “depois” ), sem contar com informação sobre a linha de base.
Em etapas pré-definidas do processo de operação do projeto se deve realizar sua análise custo-impacto.
1) Com o mesmo projeto e a programação derivada da avaliação ex-ante. Permite medir o grau em que estas estimativas
se adequaram à realidade e as razões das diferenças encontradas.
2) Com todas as alternativas estabelecidas na avaliação ex-ante. Permite determinar se a alternativa selecionada ( com
seus custos e impacto reais) era a ótima. Para uma adequada comparação é preciso ajustar os custos e impacto das
alternativas propostas, à luz da informação que entrega o mesmo projeto.
66
3) Com outros projetos já realizados, que tenham os mesmos objetivos de impacto e a mesma população -objetivo. Assim é
possível determinar, com dados reais, se o projeto apresenta ou não a melhor relaç ão custo--impacto.
67
ANEXOS
ANEXO 1.- ÁRVORE DE PROBLEMAS:
CAUSAS E EFEITOS
É uma técnica participativa que ajuda a desenvolver ideias criativas para identificar o problema e que organiza a informação
recolhida sobre este, gerando um modelo de relações causais centradas no problema.
Como na árvore de objetivos, esta técnica facilita a identificação e organização das causas e consequências de um
problema. Assim, complementa, mas não substitui o trabalho de recolher informação de base.
Na árvore de problemas o tronco é o problema central, as raízes são as causas ou problemas-causa e a copa os efeitos
ou problemas-efeito.
Cada problema é consequência de outros que aparecem abaixo dele no gráfico e, por sua vez, é cau sante dos que
aparecem acima. Ou seja, a árvore reflete a inter-relação causas-efeitos.
Deve-se configurar um esquema amplo de causa-efeito em forma de uma árvore, seguindo os seguintes passos:
68
69
BAIXO NÍVEL
FALTA DE
EDUCACIONAL DOS
COLÉGIOS
JOVENS
INCORRETO CORRETO
Os efeitos se localizam na copa da árvore, em uma sequência que vai do mais imediato ou diretamente
relacionado com o Problema Central, até níveis mais amplos ou gerais.
A sequência se detém no instante em que foram identificados efeitos suficientemente importantes como para
justificar a atenção ao problema.
70
BAIXOS NÍVEIS
DE RENDA
DOS JOVENS
BAIXA
ESPECIALIZAÇÃO
EFEITOS
LABORAL
BAIXO NÍVEL
PROBLEMA EDUCACIONAL DOS
CENTRAL JOVENS
71
3.- Identificação das relações entre os diversos efeitos que produzem o Problema Central
EFEITO 1
EFEITO 2
PROBLEMA
CENTRAL
Se os efeitos detectados são importantes, o Problema Central requer SOLUÇÃO. A melhor forma de solucioná-lo é a partir
da identificação das CAUSAS.
72
4.- Identificação das causas e suas inter-relações, no âmbito do Problema Central (nas raízes).
A sequência de identificação das causas deve ser iniciada pelas mais diretamente relacionadas com o
Problema Central, as quais se colocam imediatamente sob este. Preferencialmente, identificar poucas e
grandes causas, que depois se irão desagregando e inter-relacionando.
Uma boa técnica é a de perguntar-se por que sucede o que está assinalado em cada etiqueta. A resposta
deveria ser encontrada no nível imediatamente inferior.
Deve-se identificar todas as causas, mesmo que algumas não possam ser modificadas, e deter-se ao
chegar a um nível no qual ainda é possível manipulá-las, representando possibilidades de mudanças.
Deve-se recordar que o que se procura é dispor de um modelo c ausal orientado à formulação de um
projeto e não chegar a uma teoria exaustiva sobre o problema.
PROBLEMA
CENTRAL
73
CAUSA 2.1.1 CAUSA 2.2.1
EFEITOS
PROBLEMA CENTRAL
CAUSAS
74
Em resumo, a Árvore de Problemas deve ser construída considerando as
seguintes características:
É importante lembrar que os elementos incluídos na Árvore de Problemas devem estar apresentados nas seguintes
condições:
O projeto deve concentrar-se nas raízes (causas). A ideia é que se se resolvem os problemas ou causas, se eliminam
os efeitos negativos que estes produzem.
75
ÁRVORE DE PROBLEMAS: CAUSAS - EFEITOS
INADEQUADA
INSERÇÃO SOCIAL
76
BAIXO NÍVEL
EDUCACIONAL
DOS JOVENS
INEFICÁCIA DO MEIO-AMBIENTE
SISTEMA POUCO FAVORÁVEL
EDUCACIONAL AO ESTUDO
77
ANEXO 2.- A ÁRVORE DE OBJETIVOS:
MEIOS - FINS
A Árvore de Objetivos permite converter a situação negativa descrita na Árvore de Problemas em orientações positivas que
ajudem a dirigir as ações do projeto em desenvolvimento.
É elaborada a partir da Árvore de Problemas e do diagnóstico. Trata-se de revisar cada problema (negativo ) e convertê-lo
em um objetivo (positivo) realista e desejável. Assim, as causas se convertem em meios e os efeitos em fins.
1. Traduzir o problema central da Árvore de Problemas em um Objetivo Central. Este se define como a situação oposta ao
problema central, é um estado positivo ao qual se deseja chegar; é seu antônimo.
Esta tradução de problema a objetivo deve ser realizada considerando sempre com base na realidade, já que nem
sempre a situação inteiramente oposta é a que se pode ou se quer lograr.
2. Trocar todas as condições negativas (causas e efeitos) da Árvore de Problemas por estados positivos (meios e
fins). Esta atividade analisar cada uma das etiquetas e perguntar-se que meios possibilitam alcançar este fim. A
resposta deve ser exatamente o antônimo das causas identificadas anteriormente.
78
O resultado obtido deve apresentar a mesma estrutura que tem a Árvore de Problemas, mudando o conteúdo das
etiquetas, mas não a quantidade nem a forma como se relacionam. Se neste processo se põe em dúvida alguma das
relações, se deverá voltar a revisar a Árvore de Problemas antes de prosseguir com a de Objetivos.
79
INEFICÁCIA DO SISTEMA
SISTEMA EDUCACIONAL
EDUCACIONAL EFICAZ
CAUSAS MEIOS
3. Identificar os parâmetros do problema. Isto é, todas aquelas causas que não são modificáveis pelo projeto, seja porque
dependem de situações nas quais o ser humano não pode interferir, como o clima, desastres naturais, coeficiente
intelectual, história de vida das pessoas, etc. Ou porque se encontram fora do âmbito de ação do projeto, em instâncias
superiores (poder legislativo, governo central, etc.) ou pertencem a outra área da política social.
Estes parâmetros se marcam na Árvore de Objetivos, porém não se modifica o texto apresentado na de Problemas.
Ao identificar um parâmetro, é possível retirar de ambas árvores todas as causas dele, já que ainda quando exista
alguma causa que pode ser modificada, não produz nenhum efeito no problema central, com o que perde utilidade no
modelo.
ALTO GRAU DE
CONFINAMENTO
80
4. Terminada a identificação dos meios, deve-se converter os efeitos da Árvore de Problemas em fins. Como para as
causas, para cada efeito deve-se considerar um único fim.
81
5. Examinar a estrutura da árvore sob a lógica meio-fio e realizar as modificações que sejam necessárias em ambas
árvores.
FINS
OBJETIVO CENTRAL
MEIOS
Em resumo, a Árvore de Objetivos ( Meios Fins ) reflete a situação oposta à de Problemas, com o objeto de orientar as
ações do projeto.
Converter os problemas em objetivos não significa que se deva trabalhar em todos os campos considerados. A Árvore de
Objetivos é a base para poder efetuar a definição das alternativas de intervenção do projeto, permitindo refletir sobre as
soluções reais e viáveis dos problemas.
82
ÁRVORE DE OBJETIVOS: MEIOS - FINS
ADEQUADA INSERÇÃO
SOCIAL
BOM NÍVEL
EDUCACIONAL DOS
JOVENS
Para identificar as possíveis vias de ação do projeto, se revisa a Árvore de Objetivos e se marcam todas as áreas ou meios
através dos quais é possível intervir para lograr o(s) Objetivo(s) de Impacto do Projeto. Este seria o Objetivo Central e,
quando há mais de um, algum dos objetivos que se localizam no entorno deste, como meio ou como fim.
- Disponibilidade de Recursos
- Capacidade institucional
- Vantagens comparativas
Com este trabalho não se obtém diretamente uma alternativa, só podemos identificar as vias de ação, que para se
converterem em alternativas reais devem ser desenvolvidas em forma detalhada ( seja considerando uma área em forma
independente ou complementando duas ou mais). Isto requer especificar claramente os investimentos fixos (se há), os
recursos humanos, os insumos e as atividades necessárias para lograr as metas de produto propostas, assim como estudar
seus custos e estimar os impactos.
Em alguns casos, os meios identificados podem ser associados diretamente a um produto, por exemplo, o meio "vacinas
disponíveis" se traduz no produto vacinas. Em outros casos, no entanto a identificação do meio não estabelece um único
produto possível; por exemplo, "pessoal de saúde capacitado" se pode traduzir em diversas formas de capacitação, que vão
desde a entrega de informação através dos meios de comunicação, até a elaboração de um curso formal.
84
ÁREAS DE INTERVENÇÃO
ADEQUADA INSERÇÃO
SOCIAL
BOM NÍVEL
EDUCACIONAL DOS
JOVENS
SISTEMA MEIO-AMBIENTE
EDUCACIONAL EFICAZ FAVORÁVEL AO ESTUDO
NECESSIDADE
DE TRABAJAR
PRECOCEMENTE
85
ÁREAS DE POUCA IMPORTÂNCIA
INTERVENÇÃO DADA À EDUCAÇÃO PARÂMETROS
86
ANEXO 4. - TÉCNICAS DE PROJEÇÃO
Para a coleta e análise da informação necessária para estimar a demanda ou o impacto deve-se levar em consideração o
tipo de dados requeridos, sua fonte, confiabilidade e as suposições em que se fundamentam.
A existência de vários métodos para projetar o comportamento das necessidades insatisfeitas (demanda futura ) o briga a
analisar cada um deles para escolher o mais adequado ao projeto.
A seleção do método está relacionada com a quantidade e qualidade da informação disponível, cujas fontes são,
geralmente, opiniões de especialistas, resultados de pesquisas e séries históricas de dados oficiais, gerados por instituições
públicas e privadas.
a) precisão, porque qualquer erro em seu prognóstico implicará um custo. Devemos minimizar o erro e, com isso,
o custo.
b) sensibilidade, dado que o meio pode se modificar, o método deve ser suficientemente sensível para detectar
mudanças graduais, assim como medir mudanças bruscas.
Os resultados das projeções da demanda são indicadores quantitativos de referência que deverão ser complementados
com comentários e observações de caráter qualitativo.
I. Método Delfi
Se baseia principalmente em opiniões de especialistas. Em geral é utilizado quando se dispõe de pouco tempo para
elaborar o prognóstico, não se contam com todos os antecedentes mínimos necessários, ou os dados disponíveis não são o
suficientemente confiáveis para realizar projeções convencionais (estatístico-matemáticas).
87
Consiste em consultar a um grupo de especialistas na área específica relacionada com o projeto, suas estimativas de
impacto e/ou demanda em cada uma das alternativas avaliadas. A eles são aplicados questionários em forma sucessiva
buscando reduzir ao máximo a margem de variação das estimativas que os especialistas realizam. O objetivo é minimizar o
desvio interquartil ou concentrar as respostas em torno da mediana da distribuição que apresentam as opiniões emitidas.
5. Pedir aos que se localizaram no primeiro e no quarto quartil que expliquem e fundamentem sua posição.
6. Solicitar aos que estão no segundo e no terceiro quartil que comentem as opiniões dos do primeiro e do quarto.
7. Iniciar novamente e processo e realizar tantas iterações quantas sejam necessárias para chegar a um grau de
acordo mínimo. Quando a realização de uma nova iteração não diminui o desvio interquartil, já não convém fazer
novas tentativas para aumentar o consenso.
O objetivo deste método é realizar uma projeção, que é ajustada através do processo de retroalimentação descrito, no qual
se produz uma convergência progressiva nas opiniões de um grupo de especialistas.
Os modelos de projeção buscam estimar a demanda ( por um determinado bem ou serviço) a partir de um modelo teórico
de associação entre variáveis. Isto é, um modelo que se compõe de uma ou mais variáveis independentes que explicam a
88
demanda. Para utilizá-los é preciso contar com informação válida e confiável a respeito de todas as variáveis incluídas ( ver
Anexo 9 ).
a) Variáveis econômicas:
O custo do bem ou serviço que entrega o projeto. Por exemplo, o custo que deve incorrer a população para
receber a consulta médica em um consultório público.
O custo dos bens ou serviços substitutos, ou seja, os produtos alternativos que permitem satisfazer a mesma
necessidade. Por exemplo, o custo de receber a mesma consulta médica em um consultório particular.
O custo dos bens ou serviços complementares, que são aqueles que não formam parte do produto que entrega
o projeto, mas que se complementam para a satisfação da necessidade.
Por exemplo, o custo, para a população, dos remédios que entrega o consultório; o custo do transporte para
chegar ao consultório; o custo do tempo de espera no respectivo consultório, etc.
b) Variáveis não-econômicas:
São todas aquelas que permitem estimar a demanda do produto, seja por relação causal ou por simples associação. Por
exemplo, a incidência da poluição atmosférica na demanda por consulta de crianças com problemas respiratórios nos
serviços de saúde.
Na maioria dos projetos sociais se utilizam dois modelos para a projeção da demanda:
Uma série histórica ( ou de tempo ) é um conjunto de observações de uma mesma variável tomadas em intervalos
de tempo iguais e ordenadas cronologicamente.
Matematicamente, uma série se define pelos valores Y1, Y2… de uma variável Y nos tempos t1 , t2,… Assim , a
demanda é uma função do tempo, simbolizada por:
Y = F(t).
89
Se assume que a demanda por um determinado bem ou serviço tem uma forma funcional estável. Assim, a
demanda futura pode ser determinada em grande medida pelo sucedido no passado, sempre e quando esteja
disponível a informação histórica em forma confiável e completa.
Crescimento populacional. É comum que a demanda pelos serviços que entregam os projetos sociais esteja
associada à taxa de crescimento demográfico da população-objetivo.
Y = F(p).
É importante ressaltar que o mais comum é que a demanda por um determinado bem ou serviço esteja associada a mais
de uma variável, tanto econômicas como não-econômicas.
Representação gráfica. Ë aplicável quando existe só uma variável independente ( por exemplo, as séries
cronológicas ).
É um sistema de coordenadas no qual o tempo ( t ) se coloca no eixo das abcissas e a demanda ( Y ) no eixo das
ordenadas.
O seguinte gráfico mostra a evolução das crianças capacitadas no período 1980-1989, numa determinada
localidade.
Y
Alunos . .
. . .
. . .
. . . .
. . . .
.. .
.
90
Anos t
2) Modelos de regressão
^
Y = a + bx
onde,
^
Y = número estimado de unidades demandadas / valor estimado do
objetivo de impacto na linha de comparação do projeto
x = custo requerido para adquirir o produto,
a = quantidade demandada se o custo é zero, e
b = quantidade em que varia a demanda ante uma variação no custo do
produto.
Y = a + bx +
ou,
91
= Y − ( a + bx)
Para desenvolver a estimativa através deste modelo, temos que calcular os valores de a y b que tornam mínima a expressão:
[Y − (a + bx)]
t =1
2
que é o somatório do quadrado das diferenças entre o valor real da variável dependente (Y) e o da estimativa realizada pelo
modelo). Ou seja, a soma total dos erros ao quadrado (ajuste por mínimos quadrados).
n xy − x y
b=
n x 2 − ( x )2
92
Exemplo: Calcular o consumo de vacinas para os anos 1997, 1998 e 1999, a partir dos consumos dos anos 1992 a
1996 ( últimos 5 anos).
x y xy x² Y
(anos) (vacinas)
1 48 48 1 53,8
2 83 166 4 70,8
3 86 258 9 87,8
4 95 380 16 104,8
Y = b + b X + b X + b X + b X +...+ b X +
0 1 1 2 2 3 3 4 4 n n
Onde b 0 equivale ao parâmetro a da equação de regressão simples e existe um valor diferente de b para cada
variável X incluída no modelo.
Assim, para calcular a demanda por um serviço de atenção primária de saúde poderiam ser selecionadas como
variáveis independentes o tamanho da população-objetivo, a taxa de risco para as doenças mais frequentes, a
renda da população, a taxa de desemprego, as condições climáticas, etc. No caso da p rojeção do impacto se
incluiria todos os produtos de cada alternativa ( caso haja mais de um).
93
A partir da seleção das variáveis mais relevantes, se deve obter uma amostra de dados de cada variável, seja de um
conjunto de populações em um tempo único ou de séries cronológicas de uma mesma população.
Um passo importante para a utilização da análise de regressão é definir de que modo interagem as variáveis
independentes para determinar a demanda. Isto significa especificar a forma da equação.
Os modelos de regressão apresentados permitem representar funções em que a relação entre a variável
dependente ( demanda/impacto ) e as independentes é linear, para o que se deve cumprir uma série de condições
(Homocedasticidade, ausência de Multicolinearidade, Esperança de Erro igual a zero, Correlação entre o Erro e as
X zero, etc.), para o que se sugere consultar um texto especializado em Econometria.
Também se pode utilizar funções não lineares, de tipo exponencial ou multiplicativa, como:
C = a + bP2+cI
C = a + bP(cY)
A seleção do tipo de função a ser utilizada deve ser feita pelo analista, tentando explicar, de forma mais adequada
possível o comportamento da demanda.
94
ANEXO 5. - MATEMÁTICA FINANCEIRA
A matemática financeira proporciona um conjunto de instrumentos que permite estabelecer a equivalência do dinheiro no
tempo ( passado ou futuro ).
O cálculo financeiro considera elementos tais como capital, tempo, taxa de juros, capitalização, etc.
A seguir se apresenta uma série de conceitos e técnicas que permitem levar o valor do dinheiro do presente ao futuro e vice-
versa.
O dinheiro é uma representação do capital ou da riqueza de um indivíduo ou de uma sociedade. A utilização desta riqueza
em um determinado momento de tempo tem um custo, que se denomina custo alternativo do capital.
Os juros são a expressão deste custo alternativo ( do capital ) no tempo. É a medida do incremento entre o montante
original, tomado em empréstimo ou investido, e o montante final, pagado ou acumulado.
Se se toma emprestada uma quantidade de dinheiro para consumir no presente, no futuro teremos que pagar o benefício
derivado de ter consumido antes de contar com o capital requerido.
Qualquer que seja o caso, existe um aumento na quantidade de dinheiro que originalmen te se tomou emprestado ou se
investiu. Este incremento sobre o montante original são os JUROS.
Os juros estão determinados por três fatores: a quantidade ( po upada ou solicitada), o período e a taxa de juros.
95
I.1 Taxa de juros
Quando os juros se expressam como uma porcentagem da quantidade original por unidade de tempo, o resultado é uma
taxa de juros calculada como abaixo indicado:
I1 − I 0
i= x100
I0
Exemplo: Se a quantidade original é $ 2000 e os juros de cada mês são $ 50, aplicando a fórmula, tere mos que a taxa de
juros mensal é de 2,5%.
I.2 Capitalização
É o processo pelo qual os juros se transformam em capital. Como este processo se desenvolve ao longo do tempo, se
entenderá como período de capitalização o intervalo ao fim do qual os juros se capitalizam.
a- Juros simples. Supõe um só período de capitalização, que coincide com o momento de devolução do principal (
amortização ).
Operacionalmente, os juros ( devidos ou pagados) se calculam utilizando unicamente o principal. Os juros totais podem ser
calculados pela relação:
I = Kni
96
Assim, a taxa de juros se define como:
I
i=
Kn
b- Juros compostos. Neste caso, há mais de um período da capitalização dos juros entre o momento em que se concede
o empréstimo e o pagamento final do principal.
Operacionalmente, em um determinado momento, os juros se calculam sobre o principal mais a quantidade total de juros
acumulados em períodos anteriores. Portanto, os juros compostos significam “juros sobre juros”.
O cálculo da taxa de juros composto (efetiva ) para este caso se converte em uma progressão geométrica de sucessi vas
taxas de juros simples ( de cada período ).
n
i = (1 + r ) - 1
A seguinte tabela apresenta um exemplo de capitalização durante um período de 10 anos, empregando capitalização por
juros simples, para uma quantidade de $10.000 e considerando juros de 6% anual.
97
0 10.000 10.000
1 600 0 10.000 600 0 10.600
1 600 0 10.000 636 0 11.236
3 600 0 10.000 674 0 11.910
4 600 0 10.000 715 0 12.625
5 600 0 10.000 757 0 13.382
6 600 0 10.000 803 0 14.185
7 600 0 10.000 851 0 15.036
8 600 0 10.000 902 0 15.938
9 600 0 10.000 956 0 16.895
10 600 16.000 0 1.014 17.908 0
Neste exemplo, na coluna “juros simples “se observa que os juros não passam a ser parte do principal, salvo no momento do
seu pagamento. No entanto, na coluna “juros compostos”, os juros de cada ano vão sendo incorporados ao capital.
A capitalização por juros compostos reflete o valor do dinheiro ao longo do tempo, o que não ocorre com a capitalização por
juros simples.
Por exemplo, se se considera uma taxa de juros de 2% m ensal, via juros simples, a taxa anual será de 24%, isto é, a taxa
mensal multiplicada pelo número de meses. A taxa de juros compostos representa a taxa de juros que efetivamente se deve
pagar, ao serem aplicados juros sobre os juros dos períodos vencidos. Neste caso, a taxa anual é:
12
i = (1 + 0.02 ) - 1
A taxa de juros reflete o custo alternativo do dinheiro ao longo do tempo, em uma situação de inteira segurança em relação
ao futuro. Isto é, a rentabilidade é previamente fixada com risco igual a zero, como quando se pede um empréstimo ou se
aplica em uma caderneta de poupança.
Em um projeto, a rentabilidade não pode ser assegurada de antemão, existe a probabilidade que este não funcione; e
assim, há um risco envolvido. A taxa de desconto é a soma da taxa de juros mais o risco do projeto e é a taxa que realmente
se utiliza para a avaliação dos projetos.
98
Taxa de Desconto= Taxa de Juros + Risco
É possível calcular o risco a partir dos resultados de lucros e perdas que tiveram projetos similares.
Para os projetos sociais não é possível determinar adequadamente a taxa de risco pela dificuldade de calcular a sua
rentabilidade. Por este motivo, a definição da taxa de desconto para os projetos sociais está a cargo de instituições
nacionais dedicadas a este tipo de projeto taxa de desconto para os projetos e geralmente se situa em torno de 12% aa.
Para fins de cálculos matemáticos, a taxa de desconto funciona exatamente igual à taxa de juros, isto é, as fórmulas
anteriormente descritas são utilizadas da mesma maneira.
Na avaliação de projetos se trabalha sempre com taxa de desconto, ainda quando ela esteja identificada pelo mesmo
símbolo matemático adotado para a taxa de juros ( i ).
II- Inflação
Em países onde a inflação ( ou seja, as mudanças nos preços relativos) é de grande magnitude, é fácil cometer erros na
estimativa dos valores reais tanto nos custos de investimento como nos de operação de um programa ou projeto.
in = ir + f + ir f
Por outro lado, dada uma determinada inflação ( f ), em que se aplica uma taxa de desconto ( i ) a taxa de juros real é dada
pela seguinte expressão:
1 + in
ir = −1
1+ f
Por exemplo, se um banco está oferecendo uma taxa de juros de 4% mensal a seus poupadores e a inflação no mesmo
período é de 2,1% , a taxa de juros real será:
99
1 + 0.04
ir = −1
1 + 0.021
III. Depreciação
Qualquer análise de custos deve reconhecer que os ativos fixos diminuem de valor com o tempo devido à sua deterioração,
obsolescência tecnológica ou outros fatores. Isto é o que denominamos depreciação.
O montante de depreciação é a diferença que existe entre o valor em que se compra um ativo fixo, ao início do projeto e o
seu valor residual, ou de venda, uma vez que cumpriu com suas funções ou que o projeto foi concluído.
Não se deve confundir a depreciação com o processo contábil de uma empresa privada que registra na conta de ativos uma
partida, geralmente calculada pelo método de depreciação uniforme, pelo desgaste derivado do uso de um equipamento,
para descontá-lo do lucro para fins de cálculo de impostos.
A= Pagamento de um montante fixo de dinheiro a intervalos regulares de tempo ( mensal, anual…). Por exemplo:
salários, prestações, dividendos,etc.
A A (anualidade) se calcula para cada período, para um tempo dado, tem um valor constante e se expressa em
unidades monetárias por tempo.
Abaixo desenvolvemos as fórmulas básicas utilizadas em matemática financeira. Se consideram somente períodos
discretos de capitalização.
100
V - Valor futuro ( Achar F dado P )
Se uma quantidade de dinheiro se aplica por um período a uma taxa de juros i , a soma de dinheiro que se obterá no final
do período será:
F 1 = P + Pi
Isto é, o principal mais os juros que este rendeu no período. Colocando P em evidência, tem-se:
F 1 = P (1 + i)
Para o segundo período, se toma o resultado obtido no final do primeiro período e se somam os juros correspondentes ao
segundo período:
F2 = F1 + F1i
F 2 = P (1 + i) + P (1 + i) i
F 2 = P (1 + 2i + i2)
F 2 = P (1 + i)2
F3 = F2 + F2 i
F 3 = P (1+i) . (1 + 2i + i2)
F 3 = P (1+i)3
Por indução matemática pode-se concluir que para o período n, o valor futuro é:
101
F = P (1 + i )n (1)
F = P x (F/P, i%, n)
Para encontrar a fórmula que permite determinar o valor presente de um montante que se receberá no futuro, se discrimina
P na equação ( 1 ):
1
P=F (2)
(1 + i ) n
VII - Anualidades
Se uma quantidade de dinheiro igual a A se aplica/paga ao final de cada período, durante n períodos sucessivos, o total
obtido será a soma atualizada de cada um dos pagamentos realizados. Isto é uma anualidade.
102
A anualidade aplicada ao final do primeiro período, obterá rendimentos por n - 1 períodos, e de acordo com a fórmula de
juros compostos terá um valor futuro de:
F1 = A (1 + i )n −1
F = F + F1 + F2
F = A + A ( 1+ i )n -1 + A ( 1 + i )n - 2
Fn = A ( 1 + i )0+ A ( 1 + i )n - 1 + A ( 1 + i ) n - 2+ … + A ( 1 + i )2 + A ( 1 + i )1
Fn = A [ 1 + ( 1 + i )n - 1 + ( 1 + i ) n - 2 + … + ( 1 + i )2 + ( 1 + i )1] , ou
Fn = A [ 1 + ( 1 + i ) + ( 1 + i )2 + … + ( 1 + i )n -2 + ( 1 + i )n -1 ] (a)
( 1 + i ) F = A [ ( 1 + i ) + ( 1 + i )2 + ( 1 + i )3 + …+ ( 1 + i ) n (b)
Efetuando ( b ) - ( a ) :
( 1 + i - 1 ) F = A [ ( 1 +i )n - 1 ] , ou
A [ ( 1 + i )n - 1 ] = i F , e, finalmente,
i
A=F (3)
(1 + i ) n − 1
103
b) Valor Futuro dada uma Anualidade ( achar F dado A )
(1 + i ) n − 1
F=A (4)
i
O valor presente de uma série de pagamentos futuros se calcula a partir das equações desenvolvidas anteriormente:
1
P=F
(1 + i ) n
i
A=F
(1 + i ) n − 1
1 − (1 + i ) − n
P= A (5)
i
i
A= P (6)
1 − (1 + i ) − n
104
VIII. Tabelas de Fatores
O cálculo dos valores descritos pode ser feito utilizando uma máquina de calcular financeira ou programas
computacionais.
No entanto, desejando calcular manualmente ou com uma calculadora simples (de 4 operaçõ es), se pode usar tabelas,
construídas com base na lógica dos fatores.
105
TABELAS DE FATORES:
Achar P dado F
Taxa de Desconto
Período 0.25 0.50 0.75 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00 6.00 7.00 8.00 9.00 10.00 11.00 12.00 13.00 14.00 15.00 16.00 17.00 18.00 19.00 20.00
s
0 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000
1 0.9975 0.9950 0.9926 0.9901 0.9804 0.9709 0.9615 0.9524 0.9434 0.9346 0.9259 0.9174 0.9091 0.9009 0.8929 0.8850 0.8772 0.8696 0.8621 0.8547 0.8475 0.8403 0.8333
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107
Achar A dado P
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12 0.0847 0.0861 0.0875 0.0888 0.0946 0.1005 0.1066 0.1128 0.1193 0.1259 0.1327 0.1397 0.1468 0.1540 0.1614 0.1690 0.1767 0.1845 0.1924 0.2005 0.2086 0.2169 0.2253
13 0.0783 0.0796 0.0810 0.0824 0.0881 0.0940 0.1001 0.1065 0.1130 0.1197 0.1265 0.1336 0.1408 0.1482 0.1557 0.1634 0.1712 0.1791 0.1872 0.1954 0.2037 0.2121 0.2206
14 0.0728 0.0741 0.0755 0.0769 0.0826 0.0885 0.0947 0.1010 0.1076 0.1143 0.1213 0.1284 0.1357 0.1432 0.1509 0.1587 0.1666 0.1747 0.1829 0.1912 0.1997 0.2082 0.2169
15 0.0680 0.0694 0.0707 0.0721 0.0778 0.0838 0.0899 0.0963 0.1030 0.1098 0.1168 0.1241 0.1315 0.1391 0.1468 0.1547 0.1628 0.1710 0.1794 0.1878 0.1964 0.2051 0.2139
16 0.0638 0.0652 0.0666 0.0679 0.0737 0.0796 0.0858 0.0923 0.0990 0.1059 0.1130 0.1203 0.1278 0.1355 0.1434 0.1514 0.1596 0.1679 0.1764 0.1850 0.1937 0.2025 0.2114
17 0.0602 0.0615 0.0629 0.0643 0.0700 0.0760 0.0822 0.0887 0.0954 0.1024 0.1096 0.1170 0.1247 0.1325 0.1405 0.1486 0.1569 0.1654 0.1740 0.1827 0.1915 0.2004 0.2094
18 0.0569 0.0582 0.0596 0.0610 0.0667 0.0727 0.0790 0.0855 0.0924 0.0994 0.1067 0.1142 0.1219 0.1298 0.1379 0.1462 0.1546 0.1632 0.1719 0.1807 0.1896 0.1987 0.2078
19 0.0540 0.0553 0.0567 0.0581 0.0638 0.0698 0.0761 0.0827 0.0896 0.0968 0.1041 0.1117 0.1195 0.1276 0.1358 0.1441 0.1527 0.1613 0.1701 0.1791 0.1881 0.1972 0.2065
20 0.0513 0.0527 0.0540 0.0554 0.0612 0.0672 0.0736 0.0802 0.0872 0.0944 0.1019 0.1095 0.1175 0.1256 0.1339 0.1424 0.1510 0.1598 0.1687 0.1777 0.1868 0.1960 0.2054
21 0.0489 0.0503 0.0516 0.0530 0.0588 0.0649 0.0713 0.0780 0.0850 0.0923 0.0998 0.1076 0.1156 0.1238 0.1322 0.1408 0.1495 0.1584 0.1674 0.1765 0.1857 0.1951 0.2044
22 0.0468 0.0481 0.0495 0.0509 0.0566 0.0627 0.0692 0.0760 0.0830 0.0904 0.0980 0.1059 0.1140 0.1223 0.1308 0.1395 0.1483 0.1573 0.1664 0.1756 0.1848 0.1942 0.2037
23 0.0448 0.0461 0.0475 0.0489 0.0547 0.0608 0.0673 0.0741 0.0813 0.0887 0.0964 0.1044 0.1126 0.1210 0.1296 0.1383 0.1472 0.1563 0.1654 0.1747 0.1841 0.1935 0.2031
24 0.0430 0.0443 0.0457 0.0471 0.0529 0.0590 0.0656 0.0725 0.0797 0.0872 0.0950 0.1030 0.1113 0.1198 0.1285 0.1373 0.1463 0.1554 0.1647 0.1740 0.1835 0.1930 0.2025
25 0.0413 0.0427 0.0440 0.0454 0.0512 0.0574 0.0640 0.0710 0.0782 0.0858 0.0937 0.1018 0.1102 0.1187 0.1275 0.1364 0.1455 0.1547 0.1640 0.1734 0.1829 0.1925 0.2021
26 0.0398 0.0411 0.0425 0.0439 0.0497 0.0559 0.0626 0.0696 0.0769 0.0846 0.0925 0.1007 0.1092 0.1178 0.1267 0.1357 0.1448 0.1541 0.1634 0.1729 0.1825 0.1921 0.2018
27 0.0383 0.0397 0.0411 0.0424 0.0483 0.0546 0.0612 0.0683 0.0757 0.0834 0.0914 0.0997 0.1083 0.1170 0.1259 0.1350 0.1442 0.1535 0.1630 0.1725 0.1821 0.1917 0.2015
28 0.0370 0.0384 0.0397 0.0411 0.0470 0.0533 0.0600 0.0671 0.0746 0.0824 0.0905 0.0989 0.1075 0.1163 0.1252 0.1344 0.1437 0.1531 0.1625 0.1721 0.1818 0.1915 0.2012
29 0.0358 0.0371 0.0385 0.0399 0.0458 0.0521 0.0589 0.0660 0.0736 0.0814 0.0896 0.0981 0.1067 0.1156 0.1247 0.1339 0.1432 0.1527 0.1622 0.1718 0.1815 0.1912 0.2010
30 0.0346 0.0360 0.0373 0.0387 0.0446 0.0510 0.0578 0.0651 0.0726 0.0806 0.0888 0.0973 0.1061 0.1150 0.1241 0.1334 0.1428 0.1523 0.1619 0.1715 0.1813 0.1910 0.2008
108
35 0.0299 0.0312 0.0326 0.0340 0.0400 0.0465 0.0536 0.0611 0.0690 0.0772 0.0858 0.0946 0.1037 0.1129 0.1223 0.1318 0.1414 0.1511 0.1609 0.1707 0.1806 0.1904 0.2003
40 0.0263 0.0276 0.0290 0.0305 0.0366 0.0433 0.0505 0.0583 0.0665 0.0750 0.0839 0.0930 0.1023 0.1117 0.1213 0.1310 0.1407 0.1506 0.1604 0.1703 0.1802 0.1902 0.2001
45 0.0235 0.0249 0.0263 0.0277 0.0339 0.0408 0.0483 0.0563 0.0647 0.0735 0.0826 0.0919 0.1014 0.1110 0.1207 0.1305 0.1404 0.1503 0.1602 0.1701 0.1801 0.1901 0.2001
50 0.0213 0.0227 0.0241 0.0255 0.0318 0.0389 0.0466 0.0548 0.0634 0.0725 0.0817 0.0912 0.1009 0.1106 0.1204 0.1303 0.1402 0.1501 0.1601 0.1701 0.1800 0.1900 0.2000
109
Exercícios de Matemática Financeira
1) Encontre o valor que terão em 5 anos $ 1.000 , dada uma taxa de juros de 14% ao ano.
Solução:
F = 1000 ( 1 + 0.14 )5
F = 1.925, 4
2) Ache o valor de cada pagamento, se se deseja acumular $ 10.000 em cinco períodos com juros de 9% por período.
Solução:
3) Se depositam $ 6.000 hoje, $ 3.000 daqui a três anos e $ 5.000 daqui a seis anos. Se a taxa de juros é de 7% ao
ano, quanto dinheiro se terá no final do sétimo ano ?
Solução:
F = 6000 ( 1 + 0, 07 )7 ; n = 7
F = 9.634, 7
Para o segundo:
F = 3000 ( 1 + 0, 07 )4 ; n = 4
F = 3.932 , 4
Para o último:
F = 5000 ( 1 + 0.07 )1 ; n = 1
F = 5.350, 0
F = 18.917, 1
4) Encontre o valor presente de $ 1.000 ao final do ano 2 , 5 e 10 respectivamente, considerando uma taxa de juros de
12% ao ano.
Solução:
Utilizando a fórmula temos para o final do ano 2:
P = 1000 [ 1/ ( 1 + 0,12 )2 ]
P = 1000 ( 0,80 )
P = 800
P = 1000 [ 1/ ( 1 + 0,12 )5 ]
P = 1000 ( 0,5674 )
P = 567,4
5) Calcule o valor presente de um equipamento hospitalar que se vende em duas parcelas, uma de $ 100.000 à vista e
outra de $ 200.000 em 6 meses. Utilize uma taxa de desconto de 4% mensal.
Solução:
O valor que se recebe à vista não deve ser atualizado. Para atualizar
a parcela, usando a fórmula, temos que:
P = 200.000 [ 1/ ( 1 + 0, 04 )6]
P = 200.000 ( 0, 7903 )
P = 158.063
P = 100.000 + 158.063
P = 258.063
6) Se $ 10.000 se aplicam a uma taxa de juros compostos de 12% durante 7 anos, quanto se acumulam?
Solução:
Dados: P = 10.000
i = 12%
n = 7 anos
111
F = P . ( F/ P , i , n )
F = 10.000 ( F/ P , 12% , 7 )
F = 10.000 x 2, 2107
F = 22.107
7) Qual é o valor presente de $ 5.000 que se receberão em 5 anos, se a taxa de juros é de 9% a.a.?
Solução:
Dados: F = 5.000
i = 9% a.a.
n = 5 anos
Como P = F x ( P/ F , i , n )
8) Quanto se deverá investir hoje para obter $ 3.000 ao fim de 3 anos, com uma taxa de juros de 12% aa ?
Solução:
Dados: F = 3.000
i = 12% a.a.
n = 3 anos
P = F x ( P/ F , 12% , 3 )
P = 3.000 x 0, 7118
P = 2.135
112
Solução:
P = 3000 [ 1/ ( 1 + 0, 0075 ) 2]
P = 3000 [ 1 / ( 1,0075 )2]
P = 3000 ( 0, 9851 )
P = 2955, 3
P = 5000 [ 1/ ( 1 + 0, 0075 )
P = 5000 ( 0, 9705)
P = 4852, 5
10) Uma escola deseja comprar um computador para uso dos alunos. Há duas opções: comprar por US $ 1.200 à vista
ou alugar por 10 meses um custo mensal de US $ 90. Considere uma taxa de desconto de 2% mensais. Qua l é a
melhor a melhor alternativa ?
11) Qual seria sua decisão se no exercício anterior fosse considerado um valor residual equivalente a 1/3 do valor original
?
12) Uma ambulância foi comprada com uma entrada de $ 2.000, e 5 prestações anuais de $ 3.200. Q uanto se está
pagando de juros se o veículo tem um preço à vista de $ 15.000 ?
113
13) Encontre o valor de cada pagamento, se se deseja acumular $ 10.000 em 5 anos com uma taxa de juros de 7% aa.
14) Um hospital compra um equipamento de Raio-X por um valor de $ 350.000, com uma vida útil projetada de 10 anos
e com um valor residual estimado em 20% do valor de compra. Qual deve ser a quantidade a ser depositada em um
fundo de depreciação, que rende 9% ao ano, para substituir o equipamento ao fim de sua vida útil ?
15) Considere o exercício 14, usando uma taxa de juros de 20% e uma inflação anual de 12%.
16) Um hospital deve comprar uma caldeira e tem duas alternativas tecnicamente viáveis, cujas características
relevantes são a seguir apresentadas:
Caldeira A Caldeira B
Custo inicial 10.000 15.000
Valor residual 500 2.000
Vida útil ( anos ) 4 8
Custo anual combustível 1.000 800
Custo anual manutenção 200 100
Se o projeto dura 6 anos, selecione a caldeira que tem o menor custo anual, considerando uma taxa de juros de
20% aa.
17) Um projeto de atenção primária de saúde, com duração de 10 anos, tem o seguinte quadro de investimentos:
Se alocam 80% ao valor imputável ao projeto ao custo do terreno já que 20% deste é utilizado por outro serviço de
atenção odontológica. A taxa de desconto vigente é de 10% aa.
Resposta:
Terreno 256
Construção 24.275
114
Equipamento 7.773
Custo Anual 32.304
Solução:
Dados: F = 2 P
i = 10%
( F/ P , 10% , ? ) = 2
Dispondo destes dois valores, um deles um pouco inferior a 2 e o outro um pouco superior a 2, podemos então
fazer uma interpolação linear:
19) Fazer o fluxo de fundos e calcular o VAN de um projeto do qual se tem a seguinte informação:
115
ano 1 300
ano 2 50% mais
ano 3 200 mais
anos 4, 5 e 6 750
* VAN corresponde a Valor Presente Líquido, definido como o valor atualizado dos benefícios menos o valor
atualizado dos custos.
** O custo de pessoal se incrementa em 10% ao ano até o quarto ano, a partir do qual se mantém constante.
O projeto tem uma duração de 6 anos e a taxa de desconto definida para o projeto é de 10% ao ano.
116
ANEXO 6.- FLUXO DE CUSTOS
A seguir apresentamos um detalhamento dos custos e um fluxo de custos correspondente à Alternativa 2 do projeto
“Controle da Malária”, considerando um horizonte de operação de 5 anos.
Para uma melhor compreensão da origem dos custos incluídos no fluxo, é conveniente discriminar as necessidades e
rendimentos dos diferentes insumos e bens de capital contemplados para o desenvolvimento de cada alternativa.
O detalhamento dos custos apresentado compõe-se de cinco colunas principais, com a seguinte informação:
A coluna ITEM contém uma lista dos diferentes insumos e bens de capital necessários.
A coluna PREÇO/ SALÁRIO indica o custo unitário de cada item (neste caso em US$ ).
A coluna QUANTIDADE/ RENDIMENTOS inclui a quantidade de unidades de cada item, quando estes são um
valor fixo, ou o número de unidades necessárias por cada produto ou serviço entregado.
Esta coluna está subdividida em outras três ( OP2 ; OP3 ; OP4 ) de forma a identificar as quantidades
associadas a cada produto em particular.
Em VIDA ÚTIL se identifica a duração da vida útil de cada um dos bens de capital.
Em VALOR RESIDUAL se inclui o valor residual de cada bem de capital ao término de sua vida útil.
A primeira parte do fluxo de custos apresenta os custos de capital, com investimentos no ano zero e custos de reposição em
diferentes anos, segundo a vida útil dos equipamentos. Note que no ano 5 só se considera o valor residual do capital.
Os custos de operação se dividem em três subconjuntos: insumos, pessoal e custos indiretos de operação.
117
Bomba Pulverizadora 72,11 56 4 0
Máscara Protetora 6,78 70 2 0
Microcomputador 3500 5 4 3 3 45
Manutenção Anual Equip. 1,5%
Insumos Pulverização 0,2911 1
Vestuário Pulverizador 71 96 1 0
e Chefe de Brigada 48
24
13
6
Inseticida ( litro/pulverização) 7,33 1
Insumos Amostras (c/u) 0,388 1
Diárias Amostras ( c/u) 0,38 1
Vestuário 71 206 1 0
Auxiliares e Chefes de 160
Avaliação 106
77
41
Insumos Diagnóstico 1
Insumos Trat. Supressivo 0,0986 1
Insumos Trat. Radical 2,356 1
Colaborador Voluntário 1,1 1 cada
(custo por amostra) amostra
Auxiliar avaliação 134 172
( 9 amostras por dia) 133
88
64
34
Chefe de Áreas 179 34
( 1 cada 5 auxiliares) 27
18
13
7
Microscopistas 140 19
( média 19.983 diagnósticos 15
por ano) 10
7
4
( Continuação )
ITEM PREÇO QUANTIDADE VIDA VALOR
SALÁRIO RENDIMENTO ÚTIL RESIDUAL
( US $ ) OP 2 OP 3 OP4 (ANOS) %
Supervisor Laboratório 172 5
(máximo 1 para cada 4 4
118
microscopistas) 3
2
1
Mão-de-Obra Pulverização 110 77
(média 217,014 38
casas por mês) 19
10
5
Chefe de Brigada 134 19
(máximo 1 para cada 4 10
pulverizadores) 5
3
1
Administração 900000
(diminui 15% ao ano
desde o ano 3)
Capacitação de Médicos 1500 3 3
( ano 1)
Manual de Operações 2,78 6000 5500
( CV e Centros de
Saúde)
Revista Anual 4 5000 5000
(do ano 2 ao ano 5)
119
FLUXO DE CUSTOS:
PERIODOS 00 01 02 03 04 05
CUSTOS DE CAPITAL
EQUIPAMENTO
AUTOMÓVEL 17920 10752 -10752
MOTOCICLETA 19500 11700 -11700
MICROSCÓPIO 61636 -30818
BOMBA PULVERIZADORA 4038 4038 -3029
MAÁSCARA PROTETORA 475 475 475 -237
MICROCOMPUTADOR 42000 23100 -26600
CUSTOS DE MANUTENÇÃO
AUTOMÓVEL 269 269 269 269 269
MOTOCICLETA 293 293 293 293 293
MICROSCÓPIO 924 925 925 925 925
BOMBA PULVERIZADORA 61 61 61 61 61
MÁSCARA PROTETORA 7 7 7 7 7
MICROCOMPUTADOR 630 630 630 630 630
CUSTOS DE OPERAÇÃO
INSUMOS
INSUMOS PULVERIZ. 58220 29110 14555 7278 3639
ROUPA PULVERIZ. 6816 4308 1704 923 426
INSETICIDA 1466000 733000 366500 183250 91625
INSUMOS AMOSTRA 144127 111184 74123 53533 28825
DIÁRIA AMOSTRA 141156 108891 72594 52429 28231
ROUPA AMOSTRADOR 14626 11360 7526 5467 2911
INSUMOS DIAGNÓSTICO 13075 10087 6725 4857 2615
INS. TRAT. SUPRESSIVO 36626 28354 18836 13604 7325
INS. TRAT. RADICAL 80926 62429 41619 30058 16183
PESSOAL
COLAB. VOLUNTARIO 408608 315212 210142 151769 81721
AUX. AVALIAÇÃO 276576 213864 141504 102912 54672
CHEFE ÁREA AVAL. 73032 57996 38664 27924 15036
MICROSCOPISTA 31920 25200 16800 11760 6720
SUPERVISOR LAB. 10320 8256 6192 4128 2064
PULVERIZADOR 101640 50160 25080 13200 6600
CHEFE BRIGADA 30552 16080 8040 4824 1608
120
CUSTOS INDIRETOS
ADMINISTRAÇÃO 900000 900000 765000 650250 552713
CAPACITAÇÃO 108000
MANUAL 31970
REVISTA 40000 40000 40000 40000
PROJETO:
INSTITUIÇÃO:
DURAÇÃO:
Cidade e data
I. Validade e Confiabilidade
Quando se trabalham com dados que pretendem refletir a realidade, é preciso analisar a qualidade dessa informação, para
não chegar a conclusões equivocadas. As principais dimensões desta análise são:
I.1 Validade
Há validade quando se mediu o que se pretendia medir. Assim os dados disponíveis podem ser utilizados para o propósito
para o qual foram coletados. A validade também pode ser definida como o grau em que as diferenças obtidas no objeto de
estudo refletem verdadeiras diferenças no atributo medido.
Sabendo-se que o verdadeiro valor da variável na unidade de análise e desconhecido, a validade do instrumento de medida
se determina pelo grau de congruência entre os resultados de sua aplicação e evidências significativas disponíveis.
a) A validade interna se relaciona com o mínimo de casos que se necessitam para interpretar uma experiência.
Responde a se os tratamentos experimentais efetivamente estabeleceram diferenças que se refletem nesta
instância do trabalho.
b) A validade externa está associada com a generalização do resultado obtido. Neste caso, o problema em
questão é a que contexto, população e variáveis se pode generalizar o efeito verificado.
I.2 Confiabilidade
A confiabilidade faz referência a se a informação foi elaborada utilizando instrumentos que refletem os verdadeiros valores
que têm as variáveis. Assim, a confiabilidade é o grau de precisão dos dados.
A estabilidade: Uma medida é confiável se o instrumento desenhado para medir uma variável que não sofre
variações ao longo do tempo, é aplicado reiteradamente sobre o mesmo objeto de análise e entrega os mesmos (
ou similares ) resultados.
A exatidão: Quanto mais semelhantes sejam os resultados da aplicação de um mesmo instrumento, realizada por
diferentes pessoas no mesmo universo, mais exato é o instrumento utilizado.
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Quanto maior seja a variabilidade entre os resultados na aplicação de um mesmo instrumento, seja por estar ve rificando sua
estabilidade ou sua exatidão, menor é o grau de precisão dele. A variância permite estimar adequadamente esta
variabilidade.
É comum que os instrumentos utilizados para a elaboração da informação não sejam totalmente precisos. É aceitável a
existência de diferenças entre os resultados da medida e a realidade. O importante é poder determinar se estas diferenças
se devem a um erro aleatório ou a um vício sistemático.
Estamos frente a um erro aleatório quando há dados que supervalorizam a realidade e outros que a subvalorizam.
Os erros se classificam em dois grupos. Por um lado, estão os erros de medição que se devem à própria medição, devido à
qualidade do instrumento ou daqueles que elaboram a informação. Por outro lado, estão os erros de amostragem ,
determinado pela quantidade de observações que se façam ( desenho e tamanho da amostra).
Existe um vício sistemático quando as diferenças entre medição e realidade têm um sinal consistente.
Tanto maior o erro de medição menor a confiabilidade. Por outro lado, basta determinar a existência de vício, sem importar
sua magnitude, para poder concluir que a medição não é confiável.
Uma analogia que permite esclarecer estes três conceitos surge de considerar o exercício de tiro ao alvo. Se os ti ros
acertam sempre no centro, o atirador é preciso; se atingem diferentes pontos em torno do centro, existe um erro - o atirador
é pouco confiável -: e, se os tiros se localizam sempre em um mesmo setor, que não seja o centro, existe um vício.
Um instrumento deve ser confiável para que possa ser válido, mas não necessariamente o contrário.
A avaliação ex-post pretende estabelecer o grau de eficiência do desempenho do projeto e determinar em que medida se
estão alcançando os objetivos perseguidos na população-meta do mesmo. E para isto necessitamos informação.
Muitas vezes não é necessário, ou é impossível , dispor de informação de todas as pessoas que constituem a população -
objetivo do projeto (censo do universo de análise). Dispondo de informação de uma parte do universo é possível fazer
inferências confiáveis da população total. Analogamente, não é necessário tomar todo o café para saber se ele está quente,
bastando com uma colherada, independentemente do tamanho da xícara.
Existem duas grandes famílias de amostras , as probabilísticas e as não-probabilísticas. Nas primeiras é condição
necessária que todas as unidades que formam o universo (pessoas, famílias, etc.) tenham uma probabilidade conhecida - e
maior que zero - de ser selecionada.
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Isto faz com que as amostras probabilísticas sejam as únicas que permitem obter informação representativa e confiável do
universo. Se esta condição não se cumpre, não se pode calcular o erro de amostragem e, portanto, não podemos saber se
os dados extraídos são ou não confiáveis, o que limita as conclusões obtidas pela medição.
A seleção da amostra probabilística requer uma ordem sequencial que convém recordar:
a) Definição do marco amostral. Uma vez estabelecido em forma precisa o universo da avaliação, deve -se elaborar o
marco da amostra. Trata-se de uma lista que compreende todas as unidades que constituem a população. Ela deve
incluir toda a informação relevante que esteja disponível.
b) Determinação de estratos. Nos projetos em que existem subconjuntos de pessoas da população -objetivo, que se
diferenciam em variáveis que podem incidir nos resultados da avaliação, é necessário associar cada unidade a cada
estrato. Por exemplo, diferenciar por idade, gênero, rural/urbano, etc.
c) Cálculo do tamanho da amostra. Quanto maior é a amostra, menor é o erro; portanto, mais confiáveis são os dados
obtidos.
O tamanho que deve ter a amostra não é função do tamanho da população, mas sim da variância existente nas
variáveis relevantes, assim como das exigências derivadas das técnicas que se utilizarão na análise e que exigem para
sua aplicação um certo número de casos. Isto supõe decidir previamente quantas variáveis serão analisadas
conjuntamente e qual é o número de valores que se considerará em cada uma delas.
Outro elemento a ser considerado é o custo incremental versus o aporte que gera a informação adicional que se obtém
ao utilizar uma amostra maior.
d) Seleção da amostra. As unidades a serem estudadas em cada estrato devem ser selecionadas aleatoriamente. Para
isto, no âmbito de projetos, pode-se utilizar:
Amostragem aleatória simples. - Se escolhe cada unidade utilizando uma tabela de números aleatórios.
Amostragem sistemática. - Se constroem tantos grupos como pessoas que serão selecionadas (todos de mesmo
tamanho ). Logo, utilizando amostragem aleatória simples, se seleciona um número do primeiro grupo. Finalmente se
escolhem todas as pessoas que têm o número selecionado em cada grupo.
Existem outras técnicas para desenho e seleção de amostras, porém não é pertinente desenvolvê-las neste manual.
Geralmente, o desenho da amostra é realizado por um especialista que propõe o tipo de amostra mais adequado aos
objetivos procurados, assim como o erro amostral que o estudo exige e que os recursos permitem. Porém, o avaliador deve
preparar o plano de análise e selecionar as técnicas que utilizará, para poder definir corretamente o tamanho da amostra a
ser utilizada.
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BIBLIOGRAFIA
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