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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE

CENTRO DE EDUCAÇÃO – CED


CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E
INSTITUCIONAL

MERYSANY SILVA DOS SANTOS

DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL E A


APRENDIZAGEM: A NECESSIDADE DA IDENTIFICAÇÃO PRECOCE

FORTALEZA - CEARÁ

2020
1

MERYSANY SILVA DOS SANTOS

DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL E A


APRENDIZAGEM: A NECESSIDADE DA IDENTIFICAÇÃO PRECOCE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso de Especialização em Psicopedagogia Clínica
e Institucional do Centro de Educação da
Universidade Estadual do Ceará como requisito
parcial à obtenção da certificação de especialista em
Psicopedagogia Clínica e Institucional.

Orientadora: Profa. Dra. Lídia Andrade Lourinho

FORTALEZA - CEARÁ
2

À Deus, pela vida e por todas as


oportunidades que recebemos
diariamente.
À minha família por todo apoio e amor.
E ao curso de especialização em
psicopedagogia na pessoa de seus
professores que me oportunizaram novos
desafios na caminhada do aprender.
3

AGRADECIMENTOS

À Deus e à Nossa Senhora, por terem-me iluminado em todos os meus passos,


minha eterna devoção e gratidão.
Aos meus amados pais, José Bezerra e Maria Liduina, por terem me educado
segundo os valores da humildade e honestidade.
À minha querida e amada irmã Sanymery, pelo apoio incondicional em todas as
etapas da minha vida, o que me possibilitou vencer muitos desafios e concretizar
grandes sonhos. O meu amor eterno e minha profunda gratidão por toda a
abdicação e dedicação.
Ao meu marido, Alexandre, pelo apoio incansável em importantes etapas da minha
vida, e pelo seu carinho, zelo e companheirismo em todos os momentos.
À minha filha amada Ana Mércia, que com sua energia contagiante, sua doçura, seu
carinho, amor e sincera inocência, me ensinou a sentir o amor de mãe que mostra a
vida de uma forma mais simples, alegre e descomplicada.
À minha sobrinha Sandy, que sempre me ajudou a encarar obstáculos da vida de
uma forma mais simples, prática, direta e sincera.
À minha enteada Hanna, que ao longo da construção desse trabalho me incentivou
com palavras de apoio e incentivo.
À minha orientadora, professora Dra. Lídia Andrade Lourinho, por toda confiança
depositada em mim desde o início do curso. Sou muito grata por todos os
ensinamentos durante esse período.
À professora Cleilza, por todo incentivo, apoio, ensinamento e amizade que me
concedeu no decorrer do curso e para a realização deste trabalho.
Às Fonoaudiólogas e amigas Helainy Viturino e Valéria Rabelo, obrigada pelo auxílio
precioso na condução deste trabalho e pelos livros e materiais de apoio que peguei
emprestado.
À Pricila Aragão um anjo enviado por Deus para realização desse trabalho.
Às professoras, Rosa, Anny, e Eveline pelas orientações, valiosas sugestões, bem
como pela disponibilidade durante o estágio clínico e institucional.
A todos os professores das disciplinas da especialização pela convivência e pelos
ensinamentos proporcionados.
4

Ao Programa de Pós-Graduação em Psicopedagogia da UECE na pessoa da


professora Sâmia Gomes, por todo suporte oferecido e prontidão quanto se fez
necessário apoio. Minha imensa gratidão.
5

"Para entender o que o outro diz, não basta entender suas palavras, mas também
seu pensamento e suas motivações."
(Lev Vygotsky)
6

RESUMO

No Distúrbio de Processamento Auditivo Central – DPAC, também denominado


como Disfunção Auditiva Central ou Transtorno do Processamento Auditivo, a
criança escuta, mas não compreende bem o que é falado, e isso é caracterizado
pela dificuldade de decodificação dos sons (capacidade de entender o que ouviu);
de codificação (capacidade de construir uma informação com base no que ouviu); de
prosódia (capacidade de pronunciar corretamente as palavras); e de memória
auditiva. O presente trabalho teórico tem objetivo geral analisar sobre a importância
da identificação precoce da Desordem do Processamento Auditivo Central e suas
interferências na aprendizagem. de aprendizagem da criança com DPAC.
Identificou-se que o trabalho do psicopedagogo, no que se refere ao diagnóstico
precoce é auxiliado pela intervenção Fonoaudiológica e Educacional, consiste nas
estratégias que apoiam o processo de ensino e aprendizagem das crianças que
apresentam DPAC, busca estratégias que favorecerão positivamente o aprendizado,
auxiliando a escola e a família. Conclui-se que, os estudos científicos nessa área
necessitam de pesquisadores que busquem um de aprofundamento maior na
temática, visto que, na literatura, são poucos os achados que discutem as
contribuições da psicopedagogia no processo

Palavras-chave: Distúrbio de Processamento Auditivo Central. Psicopedagogia.


Aprendizagem.
7

ABSTRACT

In Central Auditory Processing Disorder - DPAC, also known as Central Auditory


Dysfunction or Auditory Processing Disorder, the child listens, but does not
understand well what is spoken, and this is characterized by the difficulty in decoding
sounds (ability to understand what heard); coding (ability to build information based
on what you heard); prosody (ability to pronounce words correctly); and auditory
memory. The present theoretical work has the general objective of analyzing the
importance of early identification of Central Auditory Processing Disorder and its
interferences in learning. It was identified that the work of the psychopedagogue, with
regard to early diagnosis is aided by the Speech Therapy and Educational
intervention, and with regard to the strategies that support the teaching and learning
process of children with CAPD, seeks strategies that will positively favor learning,
helping the school and the family. It is concluded that, scientific studies in this area
need researchers who seek a deeper study of the theme, since, in the literature,
there are few findings that discuss the contributions of psychopedagogy in the
learning process of children with COPD.

Keywords: Central Auditory Processing Disorder. Psychopedagogy. Learning.


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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO................................................................................... 9
2. OBJETIVOS....................................................................................... 11
3. O PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL – PAC...................... 12
3.1 . Processamento auditivo central.................................................. 12
3.2 . Audição e sua fisiologia.............................................................. 14
3.3 . Habilidades do processamento auditivo central......................... 23
4. A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL –

DPAC................................................................................................. 22
4.1 . Principais características............................................................ 24
4.2 . Diagnóstico precoce da DPAC................................................... 27
4.3 . Diagnóstico na perspectiva clínica.............................................. 28
4.4 . Diagnóstico na perspectiva educacional..................................... 30
5. IDENTIFICAÇÃO DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO

AUDITIVO CENTRAL........................................................................ 32
5.1. Identificação no ambiente familiar............................................... 37
5.2. Identificação no ambiente escolar............................................... 40
5.3. Identificação no ambiente psicopedagógico............................... 44
6. CONCLUSÃO.................................................................................... 48
REFERÊNCIAS....................................................................................... 50
9

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho teórico tem como tema: O Distúrbio de


Processamento Auditivo Central – DPAC, uma desordem do processamento auditivo
que pode levar a criança a não compreender a fala, dificultando sua maior
compreensão na presença de ruído. Zalcman e Shochat (2007), descrevem a DPAC
como uma alteração da audição, que na maioria das vezes, impede o indivíduo de
analisar e/ou interpretar os sons.
A pesquisa tem foco a importância do diagnóstico precoce e o papel da
família, do professor e do psicopedagogo nesse diagnóstico, bem como, identificar
maneiras de contribuir para atuar com essas crianças que apresentam dificuldades
de aprendizagem nas séries iniciais (REF).
Observa-se que essa problemática prejudica o aprendizado do educando,
haja vista, que o DPAC tem provocado inúmeras discussões entre pais, educadores
e demais profissionais de áreas afins que talvez, por falta de informações, associam
essas dificuldades com várias outras, tais como: preguiça, má alfabetização,
desmotivação para as tarefas escolares, entre outros. A partir dessas colocações é
preciso traçar mecanismos que oportunizem o aprimoramento das habilidades do
processamento auditivo central para os alunos que apresentam essa desordem
(REF)..
Esse trabalho tem como finalidade pesquisar uma pesquisa teórica sobre
o que é o DPAC, como os profissionais de educação, pais e psicopedagogos podem
atuar nessa identificação precoce e como colaborarem de forma efetiva com os
profissionais responsáveis pelo diagnóstico (fonoaudiólogos e otorrinolaringologista)
no intuito de melhorar a aprendizagem dos alunos.
Visto que, o objetivo geral consiste em analisar sobre a importância da
identificação precoce da Desordem do Processamento Auditivo Central e suas
interferências na aprendizagem.
Com isso, o trabalho visa apresentar uma melhor compreensão e
definição sobre os conceitos do Processamento Auditivo Central (PAC), sua
desordem, habilidades e características, bem como contribuir de forma eficaz com
pais, professores e profissionais multidisciplinares para identificação precoce desse
10

diagnóstico em crianças com idade de se alfabetizarem, evidenciando as


contribuições da Psicopedagogia.
Na primeira seção descreve o processamento auditivo central; na
segunda seção apresenta a desordem do processamento auditivo; na terceira seção
discuti a importância da identificação precoce e na última seção aponta as
contribuições da psicopedagogia nessa identificação.
11

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral:

Analisar sobre a importância da identificação precoce da Desordem do


Processamento Auditivo Central e suas interferências na aprendizagem.

2.2 Objetivos específicos

1- Conhecer sobre o Processamento Auditivo Central e sua desordem;


2- Identificar a necessidade do diagnóstico precoce da Desordem do
Processamento Auditivo Central;
3- Discutir a importância do diagnóstico precoce para a aprendizagem na
perspectiva da psicopedagogia.

 
12

3. O PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL

Com intuito de favorecer um entendimento sobre o termo Processamento


Auditivo Central (PAC), elencou-se um encadeamento de ideias para facilitar a
leitura desta sessão, que foi organizado de acordo com os seguintes tópicos:
Processamento Auditivo Central, Audição e sua fisiologia, Habilidades do
Processamento Auditivo Central.
Atualmente a literatura sobre o assunto é restrita, são poucas as
referências que oferecem contribuições, pois o interesse e as pesquisas são novos,
os primeiros estudos são da década de 50. No Brasil, começou a ser incorporados
na prática e como estudo científico por volta de 1997, sendo os Estados Unidos os
pioneiros sobre os estudos do Processamento Auditivo Central (PAC) (NUNES,
2015).
Considerando as opiniões de alguns dos autores estudados, fica claro
que apenas identificar e diagnosticar não são ações suficientes para apoiar o
indivíduo que apresentada a Desordem do Processamento Auditivo Central (DPAC),
é necessário ir além, unindo conhecimentos para conduzir essa desordem
juntamente com os pais, professores, psicopedagogos e uma equipe multidisciplinar
(PEREIRA & SCHOCHAT, 1997; KATZ, 1999 e NUNES, 2015).

3.1. Processamento auditivo central

Será apresentado um breve conceito sobre PAC, que se refere à


capacidade do cérebro de interpretar os sons, sendo uma habilidade desenvolvida
na qual é possível distinguir diferentes tipos de ruídos (KATZ, 1992). Resumindo,
“PAC é o que fazemos como que ouvimos” (KATZ, 1999, p. 486), sendo o
processamento “o resultado da conversa que a orelha tem com o cérebro” (MUSIEK,
1994, apund Web palestra Dra. Pinheiro, 2019).
Primeiramente, deve-se fazer referência sobre a aprendizagem, pensar
nos processos que estão envolvidos para que ela aconteça. Na intenção de que
essa aprendizagem ocorra de forma satisfatória, vários fatores devem ser
considerados, dentre eles a integridade de alguns sentidos, como da audição, as
habilidades auditivas e cognitivas, memória, atenção, entre outros, pois, no PAC
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ouvir bem significa interpretar os sons que vem do ouvido e chega no nosso cérebro
(MUSIEK, 1999).
O termo PAC é utilizado para descrever o caminho que a onda sonora
fazsonora faz até o cérebro onde é feito o reconhecimento e interpreta da
informação ouvida, sendo essa interpretação um conjunto de habilidades que o
cérebro tem para entender ou dar significado aquilo que ouvimos (MUSIEK, 1996),
ou seja, é a “Eficiência e eficácia do Sistema Nervoso Central em utilizar a
informação auditiva” (ASHA, 2005, apu Web palestra Dra. Pinheiro, 2019). O ouvido
é na verdade o condutor do som. Alguém fala, o som chega no ouvido, passa por
ele e entra numa estrutura que é chamada de tronco cerebral. É esse tronco que
leva a informação para o córtex (KATZ & TILLERY, 1997).
Assim, esse processamento é o caminho que chega nas áreas do
cérebro, das quais fazemos as associações, acontecendo a compreensão sonora.
Exemplo disso é, desde barriga da mãe, a criança está ouvindo e fazendo o
desenvolvimento do seu sistema auditivo, sabendo que essa aprendizagem auditiva
inicia durante a gestação (KUSHNERENKO, 2003). Esse é um processo totalmente
aprendido, tornando-se ativo após o nascimento, onde a criança agora consegue
reconhecer a voz dos pais, porque desde ventre materno estava absorvendo essas
informações (AAMODT E WANG, 2013; STAMPA, 2015).
Portanto, quanto mais a mãe dialogar com essa criança, melhor vai ser o
seu desenvolvimento, visto que, através da audição se consegue captar essas
informações e fazer associações. O bebê precisa guardar esses dados e utilizá-los a
partir das experiências nas relações que ele constrói com o mundo sonoro
(PEREIRA & CAVADAS, 2003).
Sendo possível, se o sujeito tiver um bom desenvolvimento auditivo.
Desse modo, quanto mais estimulada a criança, melhor será o seu processamento,
tanto nos estímulos não verbais como no entendimento da fala e linguagem (BELLIS
2003). Quando a criança é capaz de falar suas primeiras palavras e consegue dar
significado para elas, a audição é essencial para que ocorra a associação dessa
fala. A estimulação adequada nesse período do desenvolvimento infantil possibilita
uma conexão neural e a aprendizagem desse indivíduo (CHERMAK & MUSIEK,
1992).
14

É relevante que nos primeiros anos de vida da criança, ela seja


estimulada de forma adequada, sendo necessária a interação entre fatores
biológicos e ambientais para que ocorra a maturação das vias auditivas e o
desenvolvimento da linguagem. São as estimulações sociais, afetivas e sensoriais
que ajudarão no desenvolvimento cognitivo (REF).
Portanto, PAC é a habilidade de ouvir, entender e responder às
informações que ouvimos por meio dos canais auditivos, compreendendo seus
significados em relação ao ambiente.

3.2. Audição e sua fisiologia

Uma abordagem rápida sobre a fisiologia da audição é importante para


que se possa entender melhor o PAC, algumas noções básicas são necessárias
para compreender a anatomia e fisiologia do sistema auditivo, relacionando
principalmente à fisiologia das estruturas do sistema nervoso que são mais
importantes em todo processamento dos estímulos sonoros do indivíduo (ref).
Entre os cinco sentidos do corpo humano, a audição é a que melhor
contempla o desenvolvimento linguístico e cognitivo, pois ao falar em sons, cheiros
ou sabores, compreende-se que essas informações são processadas e
decodificadas até chegar ao cérebro. Portanto, sabe-se que hoje em dia a audição
vai além da simples capacidade de perceber ruídos sonoros (PEREIRA, 2018).
Para Ferreira (2009), o sistema nervoso, tanto periférico como central,
retém na memória o significado de um estímulo que chega ao córtex cerebral,
através dos sentidos (visão, audição, gustação, olfato e tato). Pela percepção do que
é ouvido somos capazes de desenvolver a comunicação, favorecendo os níveis
cognitivos através do diálogo do indivíduo.
O entendimento sobre a anatomia do ouvido é importante para
compreender o trajeto que o som faz a partir da orelha até chegar ao cérebro
(SACALOSKI et al., 2000).

[...] quando um estímulo sonoro chega ao pavilhão auricular ou orelha, esse


som é captado, passando pelo conduto auditivo externo chegando à
membrana timpânica. A membrana timpânica vibra. Essa vibração faz com
que o martelo, que está preso a ela, se movimente e consequentemente
mova a bigorna e o estribo, como numa engrenagem. O estribo provoca a
movimentação da membrana da janela oval, que liga a orelha média à
15

interna. Esse movimento faz com que haja também um descolamento nos
líquidos que se encontram dentro da cóclea, estimulando assim o órgão de
Corti. Ocorre, então, a transmissão do impulso nervoso através do nervo
auditivo. Esse impulso é processado por meio de diversas estruturas do
sistema nervoso central, até chegar ao córtex cerebral, para que possamos
compreender o significado dos sons que ouvimos (MEDEIROS, 2008, p.
466).

Esse trajeto do som que Medeiros (2008) refere-se é a capacidade


biológica em ouvir e interpretar os sons que chegam no cérebro. Exemplificado na
Figura 1.

Figura 1 – Sistema auditivo periférico e central

Fonte: Livro Transtorno do processamento auditivo central, Pereira, 2018, p. 11.

São três os componentes do sistema auditivo:

[...] o Condutivo, esse componente é composto pela orelha externa e média;


Sensorial, o componente (a cóclea) que transforma o impulso sonoro em
elétrico e por fim o componente Neural, que é responsável pela atividade
central, fazendo parte do sistema nervoso que tem como função
discriminação, localização e reconhecimento do som, compreensão,
atenção seletiva e memória auditiva. Condutor e Sensorial faz parte do
sistema periférico, onde tem a função de detecção e transmissão dos sons
(STEINER, 1999, p. 10)

Por isso, a parte periférica é relevante para que se possa receber a


informação. É importante destacar o papel de alguns núcleos para interpretação do
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som recebido pelo ouvido. É possível associar determinadas funções a algumas


estruturas do sistema auditivo central.
Nunes (2015), explica de forma objetiva todo sistema auditivo para a
compreensão da PAC, conforme figura abaixo.

Figura 2 – São as vias auditivas centrais.

Fonte: NUNES, 2015 p 12.

A seguir encontra-se alguns núcleos do sistema auditivo e uma resumida


explicação.
17

Núcleos cocleares: Encontra-se a competência auditiva, denominada localização


(PHILLIPS, 2007). Essa região acaba recebendo ao mesmo tempo distintas
estimulações sendo dividido em três diferentes regiões (NUNES, 2015);
Núcleos do complexo olivar superior: Aqui é identificado dois importantes
núcleos: o medial e o lateral, que são agrupados e destacados, (KATZ, 1999).
Exemplo: Essas competências nos alertam no caso do som de um grito, no qual
saberá se grito seria um sinal de perigo ou não, discriminando o tipo de grito, através
da frequência sonora, mediríamos. A autora (NUNES, 2015 p. 14), diz que “à
diferença de intensidade, à localização e à lateralização do som captado pelo
ouvido”;
Núcleos do colículo inferior: Atenção ao estímulo sonoro, é sua principal
responsabilidade. Mas também tem um relevante papel nos reflexos auditivos,
acontecendo um sobressalto. Fisiologicamente tem uma parte significativa na
representação da localização do som e a diferenciação da direção desse som,
direita e ou esquerda, (PHILLIPS 2007; NUNES 2015);
Corpo geniculado medial: Sua divisão ventral, encontra-se como sendo auditiva,
(KATZ, 1999). Sendo como outras regiões do troco cerebral capaz de “reconhecer
diferenças de frequência, força e tempo de um som” (NUNES, 2015, p. 14);
Córtex auditivo: Tem um papel fundamental na relação sinal-ruído (MUSIEK &
BARAN, 2007), ou seja, na interpretação acústica do som, criando uma boa conexão
para o diálogo quando tem outros ruídos competindo (NUNES, 2015). É responsável
pela localização do som; atenção seletiva; Memória auditiva. O córtex auditivo fica
no plano temporal, região do sistema auditivo central. Uma lesão no córtex auditivo
pode afetar o processamento da fala (KATZ, 1999);
Corpo Caloso: É onde acaba o sistema auditivo. É um sistema que junta os
hemisférios direito e esquerdo, portanto não é considerado como núcleo auditivo,
mas um suporte de ligação (NUNES, 2015). A maturidade do corpo caloso pode ser
tardia. A região esquerda do corpo caloso faz a análise do som linguístico (MUSIEK
& BARAN, 2007).

É importante saber como acontece o funcionamento da audição, pois


todos os sentidos são relevantes, complementam-se. Sendo o ouvido uma região
cheia de detalhes, como foi observado nas explicações acima, pois o processo inicia
18

com a orelha captando os sons e fazendo com que passem pelo canal auditivo e
seus sistemas, complementando assim todo o PAC.
Continuando com a abordagem sobre a fisiologia e anatomia, é preciso
entender que o som chega ao cérebro do indivíduo, e esse é capaz de identificar o
que ele significa. Abaixo segue o entendimento sobre esse percurso sonoro
(GIELOW, 2001).

O Processamento Auditivo Central é como o sistema auditivo periférico e


central recebe, analisa e organiza aquilo que ouvimos. O som, ou estímulo
sonoro percorre um longo caminho pelo sistema nervoso, desde a orelha
até o córtex cerebral, passando por várias “estações” do chamado tronco
cerebral. Cada “estação” é responsável por diferentes habilidades como a
atenção a um som, a detecção de onde ele vem e a identificação do seu
significado, entre outras funções (MEDEIROS, 2008, p. 467).

O PAC é uma entrada sensorial, quando o som chega no cérebro, esse é


capaz de interpretar e entender o ruído sonoro. O sistema auditivo central abrange
grandes vias auditivas, “o tronco cerebral, vias subcorticais, córtex auditivo – lobo
temporal, corpo caloso, também áreas não-auditivas centrais (lobo-frontal, conexões
temporo-parietais, lobo occipital”, conforme, (PEREIRA, 2018 p. 11). Exemplificado
na figura 3 que apresenta o hemisfério central, conforme abaixo:

Figura 3 – Hemisfério cerebral - Quatro lobos:

Fonte: Pereira, 2018 p.11.


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É importante saber que estruturalmente este cérebro está hábil pois


precisamos das habilidades auditivas para entender o que é puramente auditivo e
como encontra-se a parte que é do processamento da informação.

3.3. Habilidades do processamento auditivo central

A habilidade auditiva é a capacidade que nosso cérebro tem em lidar com


as informações (PEREIRA, 1997). Entende-se que a audição possibilita a
comunicação verbal e a interação social, por ser um dos sentidos mais importantes
para aprendizagem do sujeito.
Erber (1982), completa ao dizer que, ouvir um som significa analisar um
evento fisiológico distribuído no tempo e, para que este processo ocorra na sua
perfeição e preciso que o sujeito tenha habilidades auditivas.
Para tanto, é preciso uma via auditiva capaz de detectar o som,
discriminar, localizar, reconhecer e compreender, ter atenção seletiva e memória”
sendo esses processos nomeando por habilidades auditivas (ALMEIDA, 2011).
Existes diferentes habilidades auditivas, que são desempenhadas, tais
como: localização, lateralidade, discriminação (perceber diferentes sons),
reconhecimento (ouvir e saber o significado das coisas), aspectos temporais
(relacionados com a frequência do som, se é mais grave ou agudo, por exemplo) e
sons competitivos, conforme diferentes autores relacionam (BOOTHROYD, 1986;
MUSIEK, 1994; KELLY BR, 1994; PHILIPS, 1995; ASHA, 1999 E JACOB LCB,
2000).
Outra habilidade é quando o indivíduo consegue manter uma conversa,
mesmo que tenha outros ruídos no ambiente, isso é chamado de figura-fundo, que é
a capacidade de manter a conversação e atenção, esquecendo barulho diversos
(PEREIRA, 1997).
De acordo com as autoras (PEREIRA & SCHOCHAT, 1997) apresentam
as habilidades como mensagens sonoras e o entendimento da fala:

detecção: capacidade de identificar presença ou ausência de som;


discriminação: capacidade que o indivíduo tem de perceber diferenças
sutis mediante estímulos sonoros a que são expostos;
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localização: capacidade de identificar o sítio gerador do estímulo sonoro,


mesmo variando a distância, direção e intensidade;
figura-fundo: capacidade que o indivíduo tem de distinguir os sons da fala
na presença de outros sons de fala semelhante;
fechamento auditivo: capacidade de identificar os sons da fala quando
apresentados de forma incompleta acusticamente;
reconhecimento: capacidade de reconhecer sons previamente
apresentados; compreensão: capacidade de interpretar o estímulo sonoro,
ou seja, dar significado à informação auditiva captada;
memória: capacidade de armazenar e recuperar os estímulos sonoros
(PEREIRA & SCHOCHAT, 1997, p. 27-35).

Algumas etapas desse processamento, são citadas por Azevedo (1996) e


Pereira (1993), quando correlaciona as habilidades com a linguagem (fala) e os
estímulos sonoros. Sendo a Compreensão uma conduta fixada, pois traz o
significado de uma noção acústica. Atenção é a preferência do som entre outros, na
atenção, fala da atenção seletiva, exemplo, quando o indivíduo conversa e dirige ao
mesmo tempo. Detecção do som sendo a existência do som.
O treino auditivo, segundo Pereira (1997), intensifica as habilidades
auditivas, sendo a memória utilizada no momento que a pessoa ordena sons em
sequência e esses conhecimentos acústicos são recuperados sempre que
indispensáveis pelo sujeito.
O aprimoramento do sinal acústico tem relação na sensação sonora,
consegue ser uma prática pessoal, pois está associada com a qualidade, frequência
e intensidade do estímulo do som no controle dos recursos cognitivos (ASHA, 1996).
Precisamos entender as habilidades para saber o que é estritamente
auditivo, pois o PAC é influenciado pela idade, exposição precoce e estimulação
sensorial, visto que, são essenciais para o desenvolvimento das estruturas e vias do
sistema nervoso central e sua maturação, para que suas estruturas continuam
fazendo sinapses e aumentando sua eficiência até a juventude (BELLIS 1997;
BELLIS, 2003).
As habilidades auditivas são responsáveis pela análise e interpretação do
som, linguagem e aprendizagem, para que o desenvolvimento infantil aconteça de
forma completa, faz-se necessária à interação entre fatores biológicos e ambientais
para que esse indivíduo tenha uma boa socialização, são necessárias estimulações
sociais, afetivas e sensoriais que influenciarão no desenvolvimento cognitivo que
ocorre no período de desenvolvimento da linguagem e de maturação das vias
auditivas(REF).
21

Deste modo, mesmo aquela criança que detecta normalmente os sons,


pode mostrar alguma dificuldade no processamento auditivo, dificultando suas
interpretações e provocando problemas com a linguagem e aprendizagem. Por isso,
a próxima sessão irá referir-se ao conceito e identificação dessa Desordem do
Processamento Auditivo Central (DPAC).
22

4. A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL (DPAC)

Nesta seção será abordado o que é a DPAC, suas principais


características e seu diagnóstico precoce, visto que, para o entendimento sobre o
assunto, conceituar a desordem e classificar quais são esses sintomas, é de suma
importância para o processo de aprendizagem do indivíduo, onde essa desordem
não atrapalhe no sucesso da aquisição dos seus conhecimentos.
DPAC é uma desordem do processamento, onde o indivíduo ouve
normalmente, ou seja, seu aparelho auditivo está dentro da normalidade, mas tem
dificuldades em compreender os sons, e suas perdas sonoras estão no
processamento da informação recebida, podendo essa informação ser afetada pela
inabilidade de danos da capacidade biológica ou por uma falha nas experiências
com o meio acústico (ASHA, 2005).
A criança inicia o processamento das informações a partir do ventre
materno. Quando começa a interagir com o mundo à sua volta pode aperfeiçoar
esse processo, inclusive a partir de sua entrada na escola. Nesse ambiente fica mais
fácil para os pais e professores detectarem de forma precoce as alterações no
Processamento Auditivo Central. Uma vez que a maturação do sistema auditivo
ocorre nos primeiros anos de vida (KATZ, 1999), sendo o diagnóstico crucial para
intervir nessa desordem, reparando dessa maneira os comprometimentos que a
DPAC traz para vida acadêmica desse indivíduo.
O impacto dessa desordem na linguagem e na vida diária desse sujeito,
pode variar de ouvinte para ouvinte nas mais diversas situações do cotidiano
(PEREIRA, 1997). A criança com DPAC pode apresentar inúmeras queixas
escolares e familiares na sua comunicação e aprendizagem, como por exemplo,
atraso no seu desenvolvimento escolar, escuta comprometida, falta de concentração
e atenção, esquecimento, não consegue executar instruções orais complexas, sendo
dispersa, agitada ou muito quieta (PEREIRA, 2018).
A DPAC é denominada em alguns estudos científicos como Distúrbio,
Transtorno ou Perturbação (DPAC, TPAC ou PPA), onde o Distúrbio do
processamento auditivo central é caracterizado pela deficiência das habilidades
auditivas, proporcionando dificuldade no processamento das informações acústicas
pelo sistema nervoso central (ASHA, 2005). Podendo estar associada com doenças
23

do desenvolvimento (autismo, dislexia, otites, privação sensorial) e doenças


neurológicas (TDAH, doenças do comportamento, esclerose múltipla) segundo
(KATS, 1999).
Para Pereira e Schochat, as Manifestações Comportamentais são
alteração no processamento auditivo central das crianças em fase de
desenvolvimento infantil. São elas, manifestações quanto a: “Comunicação oral,
escrita, a socialização, problemas com o desempenho escolar e audição” (PEREIRA
& SCHOCHAT, 1996, p. 43).
A mesma autora, fala que existe uma disfunção, ocasionando a desordem
no reconhecimento auditivo dos sons verbais, causada por lesões nas vias auditivas,
onde essa inabilidade pode ocorrer por fatores biológicos ou por falta de estímulos
sonoros do meio em que o sujeito vive (PEREIRA,1997).
O Tratado de Audiologia Clínica, considera um déficit, sendo associado a
vários problemas e dificuldades de aprendizagem, tais como: quebra em um ou mais
aspectos do processamento auditivo central, dificuldades com fonemas e limitação
na compreensão da leitura e escrita. Considera também características familiares,
como por exemplo, um dos pais ter apresentado problemas semelhantes na sua
juventude. No caso de gêmeos, há a hipótese de o fator genético influenciar nessa
desordem (KATZ 1999).
Segundo Katz (1999) também menciona a otite média (infecção no
ouvido, ocasionada por repetição ou secreção) como uma patologia, onde ocorre um
comprometimento leve ou temporário da audição. Essa disfunção poderá estar
diretamente ligada aos problemas de linguagem e aprendizagem, pois o tempo de
resposta da criança torna-se mais lento. Ressalta que essas otites são comuns na
primeira infância e afeta diretamente o processamento auditivo central que está em
rápido desenvolvimento, onde sua maturação ainda não está completa, sendo que
essas perdas acústicas serão significativas e terão um impacto na vida desse
sujeito, podendo essa infecção ser uma das causas da DPAC (KATZ 1999).
Para Nunes (2015), a desordem é uma Perturbação do Processamento
Auditivo (PPA), essa autora não traz o termo (Central), identificando nessa
perturbação as competências que estão alteradas, são:

[...] dificuldades na localização sonora e lateralidade; discriminação auditiva;


reconhecimento dos padrões auditivos e percepção dos aspectos temporais.
24

Tais dificuldades podem incluir a resolução temporal, o mascaramento


temporal, a integração temporal, a ordenação temporal, o desempenho
diante da degradação de sinais acústicos e a percepção de sons. Apesar
das dificuldades auditivas expressas, geralmente as crianças com PPA
apresentam limiares normais de níveis de audição e ausência de alterações
cognitivas (NUNES, 2015, p.17).

Para autora, essa PPA está relacionada com causas apontadas por
diversos fatores, tais como: Intercorrência na gravidez ou parto; Otites média na
primeira infância onde as perdas auditivas acontecem pela orelha externa e média
vias condutivas; questões com “neuromaturação” das vias auditivas; Dificuldade de
aprendizagem Disfunções, dislexia, déficit de atenção e hiperatividade, entre outros.
Já para Pereira (2018), essa desordem é um Transtorno que a criança
apresenta por ter dificuldades em lidar com as informações que chegam através da
audição, pela questão funcional do seu sistema nervoso central. Sua dificuldade é
de interpretação, não processando de forma prática o som que chega aos ouvidos.
Relaciona as dificuldades diárias como questões comportamentais e no
desempenho escolar por meio da compreensão da linguagem.
Os estudiosos trazidos nessa sessão concordam que o termo desordem,
é usado para conceituar a DPAC. Atribuem que o distúrbio acomete o
processamento das informações, levando o sujeito a ter dificuldade na compreensão
dos sons que chegam pela audição, porém, sendo capaz de detectar a presença dos
ruídos, por não apresentar surdez. No entanto, há um comprometimento na
interpretação dos sons a sua volta, causando-lhe prejuízos ao seu desenvolvimento,
na comunicação, linguagem e na interação social.

4.1. Principais Características da DPAC

Diversos autores classificam as características da DPAC como


“Dificuldade” ou “Déficit”. Sendo que o sujeito que apresenta esse déficit ou
dificuldade é capaz de detectar os sons, mas não compreende. Essa falta de
interpretação sonora poderá acarretar prejuízos no seu desenvolvimento, e
apresentar diversas características (LAGROTTA & CÉSAR, 1997; KATS,1999;
BELLIS, 2003; NUNES, 2015; PEREIRA, 2018).
25

Conforme a autora Pereira (1997), as características do indivíduo com


DPAC, são destacadas a partir do processo de alfabetização visível quando a
criança apresenta as dificuldades listadas na tabela abaixo:

Tabela 1 – Características apresentadas pelo sujeito com DPAC


DIFICULDADES CARACTERÍTICAS
DECODIFICAÇÃO Dificuldade de aprender por estar num ambiente ruidoso, do
qual sua atenção fica comprometida, além da dificuldade de
concentração, deixando o sujeito disperso, agitado ou
distraído, apresenta dificuldade de socialização, onde sua
interação com o meio social poderá ficar afetada.
CODIFICAÇÃO Dificuldade de entender por não conseguir ouvir as
informações corretamente, porém, percebe todos os sons a
sua volta, distraindo-se facilmente ou com respostas
inconsistentes, além de dificuldade em seguir e executar
instruções orais ou escrita “onde estão as memórias
secundárias que contêm conhecimento sobre fonologia,
sintaxe, semântica etc”, não capta corretamente ordens,
regras e significado das palavras, não entende palavras de
duplo sentido, inverte letras ao escrever.
ORGANIZAÇÃO Dificuldade de aquisição do conhecimento formal e a
organização dos sons da fala em uma sequência particular
determinada pelas regras da língua, por exemplo, por
exemplo (b, d, p, q), ou sons semelhantes e disgrafia.
Tabela elaborada pela autora
Fonte: Pereira, 1997, p. 53

Essas dificuldades evidenciam-se nesse período do desenvolvimento,


pela necessidade dessa criança utilizar várias funções executivas (memória e figura-
fundo, por exemplo) para controlar seus pensamentos, emoções e ações do
cotidiano, principalmente escolar (PEREIRA, 2018).
As características são déficit onde os sintomas comportamentais se
apresentam de forma distinta entre os sujeitos, pois depende de quais habilidades
auditivas estão comprometidas. Classificados em dois modelos: “subperfis primários
(Decodificação, Prosódia e Integração) e secundário (Associativo – Linguístico e
26

Organização de Saída/Resposta) nas seguintes manifestações comportamentais”


(PEREIRA, 2018, p.14):
 Déficit de decodificação auditiva – Ocorre quando a criança tem sua
audição prejudicada no recebimento de informações em meio a ambientes ruidosos,
afetando diretamente a compreensão, discriminação e reconhecimento inclusive em
lugares com sons competitivos, como por exemplo, televisão ligada, shopping, entre
outros. Tem queixas frequentes de déficit das habilidades fonológicas apresentando
dificuldade e troca nos sons produzidos, inversão de letras e vocabulário limitado.
Sua atenção é reduzida, provocando fadiga quando não tem estímulos visuais,
comprometendo assim sua eficiência nas habilidades de figura-fundo, ou seja, focar
atenção em apenas um estímulo específico.
 Déficit de integração auditiva – A criança apresenta dificuldades em
manter o ritmo das atividades, principalmente quando a comunicação oral e escrita
acontece de forma simultânea, necessitando de tempo para elaborar e realizar a
execução dessas atividades. Processa de forma lenta a informação solicitada,
esquecendo ou não conseguindo dar sequência, já que muitas vezes o professor
exige mais de uma atividade ao mesmo tempo, como por exemplo, enquanto a
criança ainda está escrevendo uma frase, já foi solicitada outra tarefa, ficando difícil
para esse sujeito terminar ou completar suas atividades diárias. Dificuldade em
identificar a ideia central de um texto, problemas com a leitura, escrita, gramática,
ortografia e situações problemas, onde as dificuldades com palavras com duplo
sentido, como no caso de piadas, muitas vezes não sendo possível extrair a palavra
chave da mensagem, prejudicando assim a compreensão daquilo que foi lido ou
ouvido. As habilidades que envolvem instrumentos musicais também podem ser
afetadas, ficando difícil manter a concentração no movimento das mãos e no som,
como no caso dos instrumentos de corda.
 Déficit de prosódia ou não verbal – É quando a criança apresenta
problemas na linguagem no que se refere a entonação, intenção, ritmo musical,
reprodução de melodia, entre outros. Dificuldade em executar uma leitura silenciosa,
extrair a sílaba tônica das palavras, vocabulário limitado e uso das regras de
pontuação prejudicados, não obedecendo na leitura e escrita as entonações e
pontuações necessárias. Seus maiores atrasos são nas aulas de Português,
Matemática, Música e Artes.
27

 Déficit de associação auditivo-linguístico – A criança apresenta


comprometimento na memória auditiva e auditiva de curto prazo, onde fica difícil
lembrar comandos longos, principalmente aqueles que envolvem os tempos verbais
e as formas temporais. Suas dificuldades na escola começam a aparecer com mais
frequência a partir do 3º ano do ensino fundamental, pois os conteúdos estão mais
complexos e exigindo regras e fórmulas gramaticais, sendo a partir desse período
escolar que acontece a defasagem no seu desempenho acadêmico.
 Déficit de organização de saída/resposta – Refere-se ao desempenho
escolar e aspectos comportamentais , associado com dificuldades de organização,
sequenciação e planejamento, como também na realização das funções executivas
e motora fina e ampla, por exemplo, dificuldade com os movimentos que envolvem o
corpo, correr, saltar e movimentos finos, tais como, encaixe de peças, quebra-
cabeça, entre outros. Nesse sentido as crianças são consideradas desorganizadas,
esquecidas e apresentam dificuldades em seguir direções e dependendo da sua
posição em sala de aula, sua audição fica comprometida, pois ruídos do ambiente
externo ou interno atrapalharão sua concentração e memória curta.
Considerando as características abordadas nesta sessão, pode-se dizer
que é de suma importância o papel da família, escola e profissionais
multidisciplinares para identificação dessas características na criança com DPAC,
onde o diagnóstico precoce ajudará esse sujeito que apresenta os sintomas a ter
uma orientação adequada para suas dificuldades. Facilitando para o professor
trabalhar suas intervenções em sala de aula, os pais compreenderem melhor seus
filhos e os demais profissionais disporem de uma atuação terapêutica adequada
para trabalhar com essa desordem do processamento, contribuindo de forma
eficiente no aprendizado dessa criança.

4.2. Diagnóstico Precoce da DPAC

O ato de diagnosticar se faz necessário para determinar uma doença ou


transtorno, pois com essa investigação será possível buscar soluções, tratamentos e
cura. Quanto antes forem identificados, melhor será seu tratamento. A partir dos
sintomas apresentados, inicia-se uma apuração, por isso a busca por estes sintomas
28

é muito importante para que se defina junto aos profissionais responsáveis um


diagnóstico da doença ou transtorno.
Na DPAC ainda existem muitas dificuldades de identificação, pois
conforme a autora Pereira (1997), são recentes os estudos sobre a PAC, que tem
atraído cada vez mais pesquisadores de diferentes áreas (Neurologistas, Pediatras,
Otorrinolaringologistas, Fonoaudiólogos, Psicólogos, Psicopedagogos, entre outros),
que buscam no enfoque multidisciplinar trabalhar em conjunto para contribuir no
diagnóstico e intervenções da DPAC, como também para evitar um diagnóstico
equivocado, pois essa desordem apresenta algumas características que podem ser
confundidas facilmente com outros transtornos, como os déficit de atenção e
dislexia.
Envolver as mais diversas especialidades médicas e educacionais
contribuirá no desenvolvimento dessa criança, onde cada vez mais fica evidente a
presença de criança com DPAC nas escolas e consultórios médicos, necessitando
desse diagnóstico para melhorar as orientações terapêuticas e educacionais.
O diagnóstico surge a partir do envolvimento da criança com o mundo
letrado, onde acontecerá as primeiras suspeitas para o os sintomas da DPAC,
identificada através das dificuldades de aprendizagem, iniciada na alfabetização.
Dificuldade de compreender a professora no ambiente ruidoso da sala de aula e
déficit no desempenho escolar são alguns exemplos desses sintomas.

4.3. O Diagnóstico na Perspectiva Clínica:

Para que a identificação da DPAC ocorra adequadamente, são


realizados alguns exames, testes e avaliação do Processamento Auditivo Central
para detectar a DPAC. Alguns autores trazem o diagnóstico por meio de testes
específicos onde quem realiza são os fonoaudiólogos. A avaliação do PAC deve ser
feita a partir do exame de audiometria (LAGROTTA, 1997; PEREIRA, 1997; KATS,
1999; PEREIRA, 2018).
Katz (1999) fala da importância do Audiologista, trazendo esse
especialista como sendo o responsável em realizar a audiométrica que catáaloga os
déficits funcionais do sistema nervoso auditivo central, verificando o funcionamento
dessas vias a partir da região periférica até a região central. O resultado deste
29

exame constará se a audição desse sujeito apresenta lineares normais, leves,


moderados ou até severos de surdez.
Para Pereira (1997), a audiometria traz um caráter quantitativo para a
avaliação da PAC, pois ela mostra o som mais baixo que esse sujeito é capaz de
ouvir, no entanto, esse exame é capaz de classificar a audição. Já a avaliação do
Processamento Auditivo Central é uma avaliação qualitativa, que pesquisará as
habilidades auditivas, simulando escutas direcionadas para a compreensão e
interpretação auditiva.
A autora também apresenta quais são os testes, suas características e
período de aplicação de acordo com cada idade do desenvolvimento infantil. São
eles (PEREIRA, 1997):
 3 anos e meio a 4 anos e meio: Nesse período é muito difícil avaliar a
criança, sendo possível apenas realizar os testes nos níveis:

Localização sonora em cinco direções;


Memória sequencial verbal e não-verbal (utilizando três instrumentos
barulhentos);
Reconhecimento de monossílabos e de frases com figuras (PSI);
Testes específicos relacionados com a relação sinal/ruído +5dB (5dB
positivo e 10d3 negativo (PEREIRA, 1997, p. 50).

Diante dos resultados das provas e do teste específico, o fonoaudiólogo já


será capaz de identificar se existem traços de DPAC nessa criança.
 4 anos a 7 anos de idade:

Inclui os testes especiais de localização, de memória sequencial verbal e


não-verbal; A partir dos seis anos utiliza os testes específicos (PSI) em
português, caso a criança esteja colaborando pode-se acrescentar o teste
dicótico de dissílabas” (PEREIRA, 1997, p. 51).

Nessa idade começacomeça a ficar mais fácil encontrar o diagnóstico,


pois a criança já tem uma maturidade no seu desenvolvimento sensorial e
educacional, onde esse indivíduo já tem acesso ao ambiente escolar.
 8 anos de idade em diante:

Sugere-se realizar em ambulatório dos Distúrbios da Audição;


Testes especiais de localização e memória sequencial verba e não-verbal,
com quatro objetos;
Testes específicos em (SSI) em português;
Testes de escuta, memória ou fala filtrada;
30

Testes de escuta monótica com sílabas (consoantes/vogal, dissílabas


(SSW) e sons não-verbais;
Testes de figura-fundo para sílaba e palavras;
Testes direcionados para orelha direita e esquerda, tanto com sons verbais
como não-verbais (PEREIRA, 1997, p. 52).

A partir dessa idade de 8 anos os testes se tornam mais complexos,


respeitando as etapas do desenvolvimento do sistema auditivo, onde essa criança
interagirá de forma mais eficiente para fechar o diagnóstico de DPAC. Como por
exemplo.....
É de suma importância que todos os profissionais multidisciplinares
tenham conhecimento desses testes para que possam criar condições e
intervenções capazes de melhorar as habilidades auditivas e interferir diretamente
no desempenho da criança, tanto em sua comunicação como também nas questões
sociais, educacionais e psíquica desse sujeito, sendo esse diagnóstico precoce
muito importante, pois, com ele será possível melhorar o desempenho escolar,
contribuindo para uma melhor reabilitação terapêutica e fonoaudiológica (PEREIRA,
1997).

4.4. O Diagnóstico na Perspectiva Educacional:

Na perspectiva educacional será realizada uma investigação na busca


pelos sintomas e características da DPAC, onde os profissionais de educação
tornam-se responsáveis por encaminhar as crianças para uma avaliação
multidisciplinar. Por meio de suas observações diárias em sala de aula, são capazes
de identificar alguns sintomas e contribuir de forma eficaz para que se realize o
diagnóstico precoce.
Pereira (2018) acrescenta orientações gerais para o ambiente
educacional, ajudando os pais e professores nas observações e identificação dos
sintomas da DPAC junto as crianças, observando e investigando se:
 A criança apresenta dificuldade de atenção e audição em ambiente
ruidoso;
 Apresenta uma falta de concentração, memória e agitação excessiva;
 Parece não escutar os comandos da professora, mas ouve todos os
sons a sua volta, distraindo-se facilmente;
31

 Tem dificuldades em ouvir histórias, realizar brincadeiras com regras e


ordens;
 Demonstra confusão ao relatar fatos;
 Apresenta esquecimento frequente;
 Apresenta erros de linguagem oral e escrita;
 Tem alterações nos sons da fala e troca alguns fonemas;
 Tem interação social comprometida;
 Apresenta baixo rendimento escolar entre outros.
Como para os pais e professores não é possível realizar o diagnóstico da
DPAC, deve-se iniciar uma investigação a partir do ambiente escolar e familiar, no
intuito de conhecer e entender como está o comportamento dessa criança em meio
a ambientes ruidosos, o seu desenvolvimento acadêmico e a sua interação com o
outro, sendo um desafio constante, principalmente para os docentes, pois precisam
estar atualizados sobre o que é DPAC e quais seus sintomas (PEREIRA, 2018).
32

5. IDENTIFICAÇÃO DA DPAC NO AMBIENTES FAMILIAR, ESCOLAR E


PSICOPEDAGÓGICO

Trazendo uma abordagem para a família, escola e a psicopedagogia, esta


seção considera identificar a DPAC no ambiente doméstico, educacional e clínico,
contribuindo para que ocorra um diagnóstico precoce, sendo de suma importância o
envolvimento de todos, no processo de desenvolvimento integral do indivíduo
portador da desordem do processamento auditivo central(ref).
Atualmente família e escola, passam por transformações em suas
relações, no tocante às questões: sociais, educacionais, culturais e tecnológicas, na
busca por melhores condições e qualidade de vida (NUNES & VILARINHO, 2001).
Assim, consideradas como instituições sociais responsáveis pela instrução e
socialização do ser humano.
Estas duas instituições precisam trabalhar em conjunto para que seja
possível o diagnóstico precoce. A preocupação é identificar no começo os
transtornos que afetam a aprendizagem de seus filhos e alunos, sendo ainda mais
relevante para os pais e professores, que buscam incessantemente por avaliações e
metodologias de reabilitação destes distúrbios, com intuito de melhorar suas práticas
e manejo para que esses indivíduos tenham suas necessidades atendidas (PAÍN,
1989).
Escola e família precisam construir e fortalecer laços afetivos com as
crianças para que sejam gerados vínculos (WALLON, 1995). Sendo necessário,
portanto, que estes vínculos ajudem na observação, orientação e identificação dos
sintomas das dificuldades ou transtornos apresentados por esses indivíduos. Assim,
poderão realizar as devidas intervenções na aprendizagem desse sujeito, de forma
satisfatória, considerando-se que é na infância onde ocorre amplo desenvolvimento
(PIAGET, 1982).
Desde os primeiros momentos de vida do indivíduo a família,
informalmente, desempenha o papel de cuidar e educar. São apresentadas normas,
hábitos e valores que o nortearão em seu processo de desenvolvimento. A partir de
um ensino formal, adquirido através das instituições de ensino, este sujeito
consolidará de forma significativa suas aprendizagens, previamente adquiridas,
33

tornando-se protagonista do seu conhecimento, sendo a família e a escola co-


particípes desse processo (LIBÂNEO, 2005).
Considerando o ato de educar uma ação desafiadora, estas duas
instituições, escola e família, precisam unir-se para possibilitarem a identificação dos
sintomas e realizar as intervenções necessárias, a contento. A criança que
apresenta suspeita de DPAC ou que já foi diagnosticada, requer da escola e da
família, uma relação de proximidade (PEREIRA, 2018), pois, juntas contribuirão de
forma efetiva, para que sejam realizadas as intervenções fundamentais e
apropriadas, modificando o cotidiano desse sujeito.
Cabe aos pais a necessidade de atenção para procurar ajuda
especializada quando necessário, ao desconfiarem de alguns sintomas podem ser
perceptíveis por volta dos 3 anos e meio de idade, como por exemplo, a percepção
do som no ambiente ruidoso. Muitos pais podem se confundir, quando as crianças
ainda são pequenas, na percepção desses sintomas, relacionando a dificuldade
apresentada por seus filhos, como falta de maturidade no desenvolvimento
(PEREIRA, 1997).
Entende-se que o papel da família é de suma importância para que ocorra
um diagnóstico adequado, pois o processo de ensino aprendizagem inicia-se muito
antes da criança ingressar na escola.
Para a escola, caberá ao educador o papel de mediar seu aluno no
desenvolvimento de suas capacidades e habilidades físicas, mentais e afetivas. As
crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem durante os anos iniciais,
requerem da escola um preparo por parte de seus educadores, para que seja
possível identificar os sintomas e características de possíveis necessidades ou
transtornos, intervindo diretamente junto a estes indivíduos. Observa-se que é
durante este período que o sujeito demonstra com mais facilidade os sintomas da
DPAC, principalmente, por se encontrarem em um ambiente escolar (NUNES, 2015).
É vital que a família esteja atenta sobre como ocorre o desenvolvimento
cognitivo da criança, se apresenta sinais de alguma dificuldade de aprendizagem.
Sendo, portanto, possível essa detecção, é fundamental alertar o professor para que
esse possa observar se as habilidades, competências e ensinamentos estão
acontecendo de forma eficaz na vida desse sujeito (COLL,1989). A atuação do
professor na busca por um diagnóstico precoce será significativa na condução desse
34

problema, contribuindo positivamente, para que esse indivíduo supere seus


desafios.
Para que uma investigação consiga alcançar um diagnóstico correto,
necessita-se envolver o eixo família-escola. A partir daí inicia-se o processo de
diagnóstico, conforme Fernandez (1991), pode-se falar de diagnóstico como “um
olhar através de”, ou seja, verifica-se inicialmente, se na história familiar existem
casos de DPAC ou de dificuldades de aprendizagem e se no desenvolvimento dessa
criança, ocorreu um atraso na aquisição da linguagem, percepção dos sons ou
perdas auditivas, como otites, por exemplo, e se na escola ocorreu algum déficit de
aprendizagem, assim, excluindo, a possibilidade e associações com outros
distúrbios.
O papel dos pais é muito importante, pois são eles que conhecem seus
filhos muito bem, por este motivo, devem ficar atentos às frustrações, tensões,
ansiedades, baixo desempenho e desenvolvimento (PAÍN, 1989). Conforme a
autora, é deles a responsabilidade de ajudar a criança a ter resultados melhores e
deverá ser a partir deles a busca por profissionais que realizem um diagnóstico
multidisciplinar acerca das dificuldades da criança, porque quanto mais cedo for
realizado o diagnóstico e intervenção, maiores as oportunidades de sucesso desse
sujeito.
De acordo com Lagrotta & César (1997), destacam alguns sinais que
podem ajudar a escola, família e profissionais multidisciplinares na identificação dos
sintomas da DPAC, seguem enumerados:
 Quando a criança é desatenta;
 Não consegue se localizar sonoramente;
 Tem dificuldade em memorizar;
 Apresenta reação exagerada para sons intensos;
 Sua reação é lenta ao responder a estímulos auditivos;
 É bastante agitado ou ao contrário, muito quieto;
 Apresenta dificuldade em acompanhar conversas quando tem ruídos
externos;
 Tem dificuldade de leitura, confunde a ordem dos fatos ou não
compreende a história. Fica confuso ao narrar uma história. Não
35

compreende anedota de duplo sentido. Confunde alguns fonemas e faz


troca letras;
 Dificuldade em transmitir mensagens;
 Apresenta maior dificuldade com os conteúdos de matemática e
português, demorando muito para conseguir ler e escrever;
 Confunde-se em distinguir a direita da esquerda;
 Solicita a repetição das informações mais de uma vez;
 Procura sempre pistas visuais no rosto de quem está falando;
 Tem histórico de otites por repetição na primeira infância.
Esses são alguns sintomas que o educador ou familiar poderão identificar
de forma precoce nas crianças com a DPAC. Ao perceber alguns dos sintomas, o
responsável deverá encaminhar essa criança para uma avaliação multidisciplinar, se
possível, solicitar indicação para a PAC. Assim, escola e família contribuirão de
forma efetiva na realização precoce desse diagnóstico.
Para se obter o diagnóstico de DPAC, também se faz necessária a
avaliação com um psicopedagogo, que aplicará alguns testes (PEREIRA 2018), tais
como:
 De lateralidade (direita, esquerda, mista);
 Avaliação da aquisição das habilidades (organização espacial e
temporal, discriminação e percepção visual e auditiva, memória tátil e
cinestésica, memória imediata e de longo prazo, organização de figuras
e praxias orofaciais);
 Teste de leitura (segmentação de palavras – sons unitários e em
sílabas, grupos consonantais, dígrafos, vocabulário adquirido, leitura
oral e silenciosa, com compreensão e habilidade para a aquisição
fonológica);
 Testes de linguagem escrita (ditado, escrita espontânea e material
escolar).
São solicitados parecer neurológico e teste de audição através da
audiometria.
A partir desses testes o profissional da audiologia responsável pelo
diagnóstico contribuirá de forma efetiva na condução e orientação para que o
indivíduo com DPAC busque um profissional que o ajude a obter um bom
36

desenvolvimento escolar. Pereira (1997), diz que o objetivo principal do tratamento


re-educativo é solucionar as dificuldades pontuadas a partir do diagnóstico da
DPAC, que impedem ou dificultam o desenvolvimento das habilidades necessárias
no processo de aprendizagem. Para autora, o tratamento também inclui dinâmicas
com exercícios auditivos, visuais, de memória, entre outros.
Faz parte do papel dos pais e professores o encorajamento, a ajuda, a
compreensão e a paciência com as crianças que apresentam DPAC, pois elas levam
mais tempo para realizar algumas tarefas e poderão ter de repeti-las várias vezes
para reter a aprendizagem.
As necessidades das crianças poderão ser atendidas com mais precisão
após o diagnóstico. Considerando que, haverá sensibilidade e mobilização por
partes de todos os envolvidos, após o conhecimento dos reais problemas
enfrentados pelo indivíduo portador de DPAC, como por exemplo, falta de
compreensão dos sons em ambientes ruidosos, que atrapalham o entendimento da
informação recebida. Pereira (2018), apresenta orientações gerais que podem
auxiliar na compreensão da informação falada para criança. Desta forma é
importante que os professores e familiares considerem que:

Antes de começar a falar ou passar alguma solicitação, você deve ganhar a


atenção auditiva do indivíduo com TPAC, chamando pelo nome ou dando-
lhe leves toques no ombro, garantindo que ele esteja olhando para você
quando estiver falando;
Conscientizá-lo de que ele possui alguma dificuldade para entender a
informação e que, durante uma conversa, deve olhar atentamente para o
falante e evitar realizar movimentos físicos enquanto escuta;
Exponha o conteúdo falando próximo ao indivíduo e de frente com boa
articulação, utilizando entonação rica e pausas nítidas, Que a
fala/discurso/conteúdo contenha uma linguagem clara e concisa sem
ambiguidade e que as informações sejam fragmentadas em partes menores
para que possa ser entendido efetivamente o conteúdo:
Quando for dada alguma orientação ou ordem, deve sempre se certificar
que o indivíduo compreendeu a informação fornecida, pedindo que ele
repita o que deve ser feito e não apenas perguntar se ele entendeu;
Caso não seja entendida a informação por completo, repita a mesma ordem
ou a mesma explicação quantas vezes forem necessárias, com frases e
palavras diferentes, reestruturando a mensagem e não simplesmente
repetindo a mesma frase (PEREIRA, 2018, p.28).

A família precisa buscar na instituição educacional ajuda para que esse


sujeito seja atendido da melhor maneira, suprindo suas necessidades e tendo uma
relação de troca, fazendo um intercâmbio entre os acontecimentos de casa, da
37

escola e com os profissionais multidisciplinares envolvidos no acompanhamento


desse indivíduo (PEREIRA, 2018).
Faz-se necessário iniciar as intervenções que podem ser conduzidas na
esfera clínica por uma fonoaudióloga e na esfera educacional pelos professores e
psicopedagogos, onde todos adotaram a melhor conduta para desenvolver as
habilidades desse sujeito. Pois, ao se estabelecer um diagnóstico de DPAC, cria-se
uma organização de atendimento e estruturação de apoio que visam suprir as
necessidades e o desenvolvimento de estratégias compensatórias deste indivíduo,
preenchendo, assim, as lacunas deixadas pela DPAC em seu desenvolvimento e
favorecendo a reabilitação, consequentemente, compensando as perdas que já
aconteceram referentes aos conteúdos acadêmicos e na vida dessa criança.
Trabalhar as habilidades auditivas dessa criança aos 7 e 8 anos é mais
simples do que transpor estas barreiras em uma idade de 12 anos, pois, nessa
idade, compensar os anos comprometidos é mais demorado, sem mencionar a
dificuldade para enfrentar as demandas curriculares da escola (LAGROTTA &
CÉSAR, 1997, PEREIRA, 2018). Portanto, esse é um dos grandes motivadores para
que esse diagnóstico precoce aconteça, pelo fato de que quanto mais a criança é
exposta a eventos frustrantes e traumáticos relacionados à vida acadêmica, mais os
sentimentos de fracasso podem afetar de forma ruim sua autoestima e vontade de
aprender, dessa maneira sua receptividade ao aprender poderá ficar comprometida.
Assim, faz-se necessário expor a identificação desse diagnóstico de DPAC a partir
do ambiente familiar e escolar dessa criança.

5.1. Identificação no Ambiente Familiar

É a partir da família que se encontra um espaço de interação com o meio


escolar e se desenvolvem as aprendizagens estimulando a interação o sujeito com o
meio em que vive (VYGOTSKY, 1991).
É um desafio para a família conhecer de forma precoce os sintomas e
características que possam ajudar na identificação para um diagnóstico de DPAC.
Os pais ou responsáveis muitas vezes confundem esses sintomas com preguiça,
desinteresse ou desleixo, e por esses motivos a família precisa ficar atenta a uma
série de fatores que podem estar relacionados e ajudar no reconhecimento do
38

problema. Tragada dados sobre quanto demora para a pessoa receber o


diagnóstico.
O núcleo familiar inicialmente precisa começar uma investigação sobre as
possíveis causas da DPAC e entender o que pode provocar esse transtorno.
Conforme os autores Pereira (1997) e Katz (1999), as causas podem se diversas,
dentre elas: problemas de origem genética, lesões cerebrais ou traumatismo, atraso
maturacional das vias auditivas ou por envelhecimento natural do cérebro, onde a
maior parte dos diagnósticos da DPAC são realizados em crianças e idosos.
Toda investigação requer dos familiares muita dedicação e exige
observação minuciosa. Os pais precisam ficar atentos para saber as causas
possíveis e quais são as características que essa criança apresenta, para isso, o
acompanhamento em determinadas situações do cotidiano faz-se necessário, pois
sabemos que é no núcleo familiar onde o indivíduo apresenta seus primeiros
sintomas e é essa família que tem o papel de acalmar e cuidar desse sujeito em
relação ao seu desenvolvimento enquanto pessoa (PEREIRA, 2018).
Além da família, nossas leis brasileiras também asseguram para esse
sujeito, possibilidades de acompanhamento e atenção em suas necessidades. O
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, 2009) e a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (LDB, 1996, p.1) asseguram que:

ECA - Art. 7º - A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à


saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o
nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas
de existência;
ECA – Art. 53 – A criança e o adolescente têm direito à educação, visando o
pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da
cidadania, e qualificação para o trabalho, assegurando-lhe:
I. Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II. Direito de ser respeitado por seus educadores.
LDB - Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se
desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas
instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações
da sociedade civil e nas manifestações culturais.
LDB- Art. 2º A educação, é dever da família e do Estado, inspirada nos
princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por
finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Portanto, a educação é garantida por leis e pela Constituição Federal


Brasileira de 1988, em seu artigo 205, como sendo “direito de todos e dever do
Estado e da família, [...]”, assim, todos devem ter acesso à educação, tendo a escola
39

e a família seus papéis relevantes, onde os pais devem participar de forma ativa na
vida escolar de seus filhos, principalmente daquele indivíduo que apresenta
dificuldades de aprendizagem, necessitando, portanto, de atenção e apoio de todos
(BRASIL, 1988, p. 55).
Ao buscar um diagnóstico precoce para essas dificuldades, os pais
precisam saber lidar com as alterações apresentadas pela criança e precisam
partilhar suas inquietações com pessoas e profissionais que possam ajudá-los a
identificar as reais necessidades de seu filho, procurando, inclusive, melhorar o
ambiente familiar após o resultado desse diagnóstico. Pereira (2018) apresenta
algumas orientações de como os pais podem auxiliar seus filhos com DPAC em
casa:

Reduzir o nível de ruído nos locais de estudo (desligar a música e a


televisão);
Sempre que possível, auxiliar seu filho nas atividades mais difíceis;
Atrair a atenção da criança/adolescente antes de começar a falar;
Ter situações diárias de comunicação entre pais e filhos. Ou seja, é
importante ter um tempo para ele, pelo menos 30 minutos, para que a
criança/adolescente possa contar história, cantar músicas, descrever as
atividades do dia a dia e, nesse momento evitar televisão e a música em
volume alto;
É importante o desenvolvimento de tarefas diárias que promovam a
resposta do seu filho em voz alta, trabalhando com a compreensão do
assunto abordado, isso tanto nas tarefas teóricas desenvolvidas em sala de
aula ou das atividades escolares;
Seguir as orientações passadas pelo fonoaudiólogo que realizou o exame
do Processamento Auditivo Central e/ou do fonoaudiólogo da reabilitação
auditiva. A realização dos exercícios em casa é de extrema importância
para que o tratamento ocorra de maneira mais efetiva;
Realizar os exercícios na quantidade e na frequência que foram
recomendados pelo fonoaudiólogo da reabilitação auditiva;
Sempre perguntar sobre a existência de algum recado da escola/professor,
solicitando que seu filho conte oralmente, após realizar a checagem da
agenda escolar, e caso falte alguma informação, explicar todo recado para
seu filho e pedir que ele repita (PEREIRA, 2018, p. 30).

Conforme as orientações da autora, é muito importante que a família após


tomar consciência do diagnóstico da DPAC, realize com a criança esses tipos de
intervenções, sendo possível, contribuir significativamente na reabilitação auditiva e
desenvolvimento de seus filhos.
Nunes (2015), completa dizendo que as orientações feitas pelos pais
devem acontecer de forma lúdica e prazerosa para seus filhos, pois em casa os
estímulos devem ser realizados, principalmente, pelos pais ou responsáveis, tendo o
compromisso e a responsabilidade na intervenção familiar que é de suma
40

importância para o desenvolvimento infantil, onde as aprendizagens como a leitura,


memória, consciência fonológica entre outros, serão diretamente estimuladas e
aprimoradas.
É importante que os pais foquem no que a criança faz de melhor, façam
elogios por ela tentar fazer algo que considera difícil e não o deixe desistir.
Ressaltando sempre as respostas corretas e não as erradas, valorizando seus
acertos. Tranquilize o indivíduo, pois apesar das dificuldades e da confirmação da
DPAC, ele é capaz e esperto, e não o deixe sentir que o seu valor está relacionado
ao seu desempenho escolar (PEREIRA 2018).
É importante para o indivíduo, perceber que as pessoas à sua volta estão
auxiliando-a, isso o deixará mais seguro. O acompanhamento e as terapias também
auxiliam. Os pais precisam mostrar que estão interessados em sanar as suas
dificuldades, pois quanto mais ajuda, zelo, carinho, afeto e compreensão mais esse
sujeito sentirá que é capaz de evoluir em suas dificuldades (PAÍN, 1989).

5.2. Identificação no Ambiente Escolar

O ambiente escolar encontra-se numa nova era, onde os desafios nas


questões sociais, culturais, afetivas e tecnológicas crescem a cada dia. Conforme os
autores abaixo, escola é:

Uma organização em que tanto seus objetivos e resultados quanto seus


processos e meios são relacionados com a formação humana, ganhando
relevância, portanto, o fortalecimento das relações sociais, culturais e
afetivas que nela têm lugar (LIBÂNEO, OLIVEIRA E TOSCHI, 2009, p.994).

Portanto, sendo uma organização educacional precisa repensar seus


objetivos e sua função frente aos desafios e mudanças, procurando de forma
incessante um novo recomeço, as mudanças são importantes e dão um novo
significado para inserção do ser humano no ambiente escolar e nas relações.
O papel da escola é de suma relevância para formação profissional de
seus docentes, buscando aproximá-los da teoria e da prática. Assim, essa instituição
encontra mecanismos para atender de forma significativa a vida das crianças que
apresentam alguma necessidade especial no seu cotidiano, como no caso da DPAC,
onde essa instituição necessitará passar por diversas modificações físicas e
41

acústicas para que aconteça uma melhor aprendizagem de seus alunos que tem
essa transtorno (PEREIRA, 2018).
Pereira (2018) apresenta orientações para que esses professores ajudem
de forma significativa no desenvolvimento de seus alunos. Segue as orientações
para sala de aula:

Atrair a atenção da criança/adolescente antes de começar a falar;


Ter um lugar (assento) preferencial que será indicado nas orientações
seguintes, mostrando a melhor localização na sala de aula, de acordo com o
subtipo de TPAC, com finalidade de aprimorar o acesso do indivíduo à
informação auditiva;
Estar em sala com material que tenha boa capacidade de absorção acústica
com o uso de materiais absorventes (carpete, tecidos e placas de madeiras
específicas a essa função) na parede, no piso e teto, evitando, assim, a
reverberação (a reverberação deveria ser uma preocupação importante no
projeto arquitetônico da escola, mas quase nunca acorre);
Sentar o aluno longe das paredes, portas e janelas. Manter, dentro do
possível, a porta fechada;
Diminuir o nível de ruídos dentro da sala de aula;
As áreas de estudo e ou leitura devem ser silenciosas, livres de distrações
auditivas e visuais;
O aluno deve ter acesso ao conteúdo das aulas com antecedência, para se
familiarizar de antemão com conceitos e novos vocabulários, isso permite
que preste mais atenção à aula do que às palavras novas. Ou seja, seria a
utilização do pré-ensino das informações novas (que pode ser realizado
através de filmes, palavras-chave, entre outros);
Programar pequenos intervalos entre as aulas, para que o aluno mantenha
a atenção auditiva, evitando assim, a fadiga auditiva. Insistir no ensino de
uma pessoa com fadiga auditiva tornar-se frustrante para o professor e para
o aluno, pois quem tem TPAC despende mais esforço em prestar atenção e
entender a fala;
Importante que o aluno utilize o post-it (bloco auto-adesivo) para marcar o
que deve ser feito de deveres ou estudado para provas (PEREIRA, 2018, p.
29).

Quando todos passam a contribuir de forma integrada e tem por finalidade


colaborar no processo de reabilitação e desenvolvimento desse indivíduo com
DPAC, sem substituir suas terapias ou atendimentos complementares, conseguirão
realizar as intervenções necessárias. A partir do diagnóstico precoce o corpo
docente e profissionais envolvidos recebem orientações norteadoras para realização
das intervenções que ajudarão na vida escolar desse sujeito.
A instituição educacional precisa investir numa equipe multidisciplinar,
possibilitar um enfoque e ressignificado no cotidiano escolar do indivíduo portador de
DPAC, adequando suas demandas de aprendizagens no dia a dia da escola e da
sala de aula. O trabalho em conjunto desses profissionais é imprescindível para que
42

o sujeito que apresenta a desordem do processamento auditivo central enfrente


seus obstáculos com sucesso.
Para Libâneo, Oliveria e Toscho (2005, p. 293) o acompanhamento dos
mais diversos profissionais compreendem nas “ações e nos procedimentos
destinados a reunir, a articular e a integrar nas atividades das pessoas que atuam
na escola, para alcançar objetivos comuns.” Uma vez que esses objetivos
contribuirão diretamente no diagnóstico. Considerando que o papel da escola é
desenvolver o potencial de cada aluno, respeitando as características individuais,
procurando auxiliar na superação das dificuldades com os mais diversos
profissionais de educação que trabalham em conjunto na escola.
Entende-se que é papel da escola permitir a troca de experiência entre
pais, professores e diversos profissionais de educação, sendo importante a
integração entre os ambientes escola e família para se trabalhar o diagnóstico de
uma forma real e objetiva (FONSECA, 1995).
Pereira (2018), apresenta de forma objetiva orientações acadêmicas para
que a escola/professor contribua na reabilitação dos indivíduos com DPAC. Ela
divide em subtipos, fazendo uso das estratégias e orientações abaixo:
 DÉFICIT DE DECODIFICAÇÃO AUDITIVA:
 O professor deverá expor o conteúdo falando de frente, com boa
articulação, entonação e pausas nítidas e utilizando sempre uma
linguagem clara para que o aluno entenda o conteúdo;
 Usar outras modalidades de sensoriais visuais ou táteis para
facilitar os padrões sonoros da fala;
 Solicitar discretamente ao aluno que ele verbalize o que foi
solicitado para realizar na tarefa e caso perceba que ele não
compreendeu o professor repete a atividade de uma forma que ele
compreenda, devagar e pausadamente;
 Sempre que possível solicitar silencia para turma, principalmente
nos momentos de explicações dos conteúdos;
 Procurar colocar esse aluno com TPAC em um lugar estratégico na
sala, longe de portas e janelas, ventiladores e de alunos que
conversam muito em sala, melhorando dessa maneira sua
percepção auditiva;
43

 Sugerir atividades diferente em sala para envolver e trabalhar as


habilidades auditivas.
 DÉFICIT DE INTEGRAÇÃO AUDITIVA:
 O professor deverá colocar o aluno próximo dele para que o ajude
em suas necessidades, pois é importante que a criança escute bem
a voz do professor, e que essa voz chame sua atenção, sendo
animada e firme;
 Procurar dar mais tempo para o aluno realizar as atividades, de
preferência em dias de provas deixá-lo em um ambiente silencioso,
se possível em outra sala;
 Procurar métodos para exemplificar e fragmentar as atividades de
sala de aula para que assim a criança possa associar as pistas
auditivas, visuais e táteis.
 DÉFICIT DE PROSÓDIA OU NÃO-VERBAL:
 O professor antes de iniciar um novo conteúdo, procurar expor de
forma prática a teoria, colocando um vídeo curto por exemplo, para
ajudar na compreensão da nova matéria;
 Sempre lembrar de usar pistas visuais e auditivas procurando saber
se o aluno está entendendo, repetindo sempre que possível a
mensagem não entendida pela criança;
 Evitar uso de palavras que possam trazer duplo sentido para
criança, evitando sempre que possível leitura longas, procurar
pausar as leituras, dando ênfase nas sílabas tônicas, acentuação e
pontuação.
 DÉFICIT DE ASSOCIAÇÃO AUDITIVO-LINGUISTICO:
 No caso das avaliações o professor deverá da preferência para
elaborar provas de questões de múltipla escolha, evitando sempre
que possível para essa criança questões aberta que necessite dele
uma maior compreensão, memória e estratégia de escrita, pois
essas questões exigem pequenos textos e a criança poderá se
prejudicar em suas notas por erros nas questões ortográficas, por
exemplo;
44

 Estimular a memória através de leitura em voz alta, jogos e


brincadeiras
 DÉFICIT DE ORGANIZAÇÃO DE SAÍDA/RESPOSTA:
 O professor precisará ficar atento na organização dos materiais da
criança, como por exemplo, se consegue copiar todas as tarefas,
se acompanha no quadro as correções, caso a criança não tenha
realizado por completo, é importante incentivar que conclua por
meio de anotações ou bilhetes, utilizando a agenda para se
organizar e anotar o que falta concluir.
Portanto, compreende-se que essas estratégias usadas pelo professor
são essenciais para que esse sujeito com dificuldades em processar as informações
auditivas possa facilitar sua aprendizagem.
Ao longo desta seção, foram abordadas várias orientações e estratégias
para que a escola e a família busquem ajuda necessária visando melhorar o
desempenho escolar e familiar do indivíduo que apresenta sintomas ou que já foi
diagnosticado com a DPAC.
Além dessas duas instituições escola e família, o indivíduo precisa de
apoio do psicopedagogo, do audiologista e fonoaudiólogo, dentre outros, para
realização de uma investigação detalhada das estratégias e avaliações,
relacionadas à identificação e realização de um diagnóstico precoce para DPAC.

5.3. Identificação no Ambiente Psicopedagógico

A psicopedagogia atualmente tem um papel fundamental na identificação


dos transtornos que afetam a aprendizagem dos indivíduos. O objeto de estudo da
psicopedagogia é a aprendizagem (FERNÁNDEZ, 2001), o psicopedagogo trabalha
com a hipótese de diagnóstico, abrangendo seu olhar sobre as causas das
dificuldades de aprendizagem, onde seu campo de atuação ocorre na prática clínica,
de forma individual ou grupal, e em prática preventiva, atuando nas instituições a
partir das dificuldades apresentadas e evitando o aparecimento de outras.
Para Visca (1987) a Psicopedagogia completa o processo de
aprendizagem nos parâmetros de recursos para o diagnóstico e para ações
preventivas relacionadas a aprender.
45

Portanto, os autores mencionados acima entendem a psicopedagogia


como uma área de atuação que ultrapassa as fronteiras da Psicologia e da
Pedagogia e se vincula na aprendizagem humana, através de uma atuação clínica e
preventiva. Bossa (2000) explica essas características:

O trabalho clínico se dá na relação entre o sujeito com a história pessoal e


sua modalidade de aprendizagem, buscando compreender a mensagem de
outro sujeito, implícita no não-aprender. Nesse processo o investigador e o
objeto-sujeito de estudo interage constantemente, a própria alteração torna-
se alvo de estudo da Psicopedagogia. Isso significa que nesta modalidade o
profissional compreende o que o sujeito aprende, como aprende e por que,
além de perceber a dimensão da relação entre a psicopedagogo e sujeito de
forma a favorecer a aprendizagem;
No trabalho preventivo a instituição, enquanto espaço de físico e psíquico
da aprendizagem, é objeto de estudo da Psicopedagogia, uma vez que são
avaliados os processos didático-meto-dológico e a dinâmica institucional
que interfere no processo de aprendizagem (BOSSA, 2000, apund apostila
de psicopedagogia clínica e institucional: Disciplina de introdução a
psicopedagogia, p. 21 e 22).

Conforme a autora, o trabalho clínico da psicopedagogia corresponde a


um de seus campos de atuação, cujo objetivo é diagnosticar e tratar os sintomas
emergentes no processo de aprendizagem. A distinção entre o trabalho preventivo e
clínico é fundamental para se obter um diagnóstico. O primeiro visa buscar os
obstáculos e as causas para o problema de aprendizagem já instalado; e o segundo,
estuda as condições evolutivas da aprendizagem apontando caminhos para um
aprender mais eficiente.
Para que o psicopedagogo consiga fazer um levantamento de hipótese
diagnóstica do indivíduo, ele precisa realizar testes e avaliações com a finalidade de
observar como se encontram as áreas de aprendizagem desse sujeito. São algumas
condições necessárias para aprendizagem: “Saúde física e mental; maturação;
prévio domínio (currículo oculto), motivação/afeto; atenção; memória e integração
social (FERNÁNDEZ, 2001, p. 51).” O processo de diagnóstico da psicopedagogia é
o levantamento de hipóteses. Uma boa hipótese explica uma grande quantidade de
dados observáveis que são originados de diferentes níveis de análise ou obstáculos,
conforme explica Fernández (2001):
 Os Obstáculos Epistêmicos (COGNITIVOS): quando a criança não
pode aprender além do que sua estrutura cognitiva permite;
46

 Os Obstáculos Epistemofílicos (EMOCIONAIS): quando o vínculo


afetivo que o aprendiz estabelece com os objetos e situações de
aprendizagem;
 Os Obstáculos Epistemológicos (MEIO CULTURAL): está relacionado
ao meio cultural em que o aprendiz está inserido. Passando de menos
favorecido para o meio mais favorecido;
 Os Obstáculos Funcionais (FUNÇÕES E ESTRUTURAS DO
PENSAMENTO): diferenças de funcionalidade da estrutura do
pensamento, nos aspectos figurativo e operativo.

Portanto, pode-se compreender que o objetivo da psicopedagogia é o


trabalho nas modalidades clínica e preventiva. Onde no âmbito clínico, o
psicopedagogo antes de iniciar o processo terapêutico com esse indivíduo,
necessita fazer uma avaliação diagnóstica para conhecer quais são as
características e possíveis causas da queixa apresentada pela família ou escola dos
sintomas da DPAC.
A partir dos motivos apresentados pelo sujeito dentro desse levantamento
de hipóteses, o psicopedagogo aplicará provas e testes que contribuirá de forma
significativa na verificação desse diagnóstico junto aos profissionais responsáveis
por detectar essa desordem do processamento auditivo. Conforme Chamat (2004),
todo parecer informado pelo avaliador, deverá estar pautado nas questões
observadas durante a avaliação psicopedagógica, lembrando-se que algumas
hipóteses só serão confirmadas quando esse sujeito iniciar um acompanhamento
psicopedagógico.
Compreende-se, portanto, que a psicopedagogia emergiu a partir da
necessidade de uma melhor compreensão do processo de aprendizagem do sujeito,
onde o diagnóstico psicopedagógico busca investigar e verificar quais são os
obstáculos que estão levando o sujeito à situação de não aprender ou aprender com
lentidão ou com dificuldade, a partir das queixas do próprio sujeito, da família ou da
escola (FERNÁNDEZ, 2001).
BOSSA (2000) fala que o trabalho psicopedagógico implica na
compreensão da situação de aprendizagem do sujeito, o que requer uma
47

modalidade particular de ação para cada caso no que diz respeito à abordagem,
tratamento e forma de atuação do psicopedagogo.
O trabalho do psicopedagogo na inquirição de um diagnóstico precoce é
auxiliar na intervenção Fonoaudiológica e Educacional, trazendo estratégias que
apoiam o processo de ensino e aprendizagem das crianças que apresentam DPAC,
de forma que essas intervenções psicopedagógicas favorecerão positivamente à
escola e a família.
48

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A DPAC acontece quando o sujeito escuta, mas não compreende o som,


ou seja, é um transtorno que afeta a capacidade em lidar com as informações que
chegam através da audição, pela questão funcional do sistema nervoso central. Sua
dificuldade é de interpretação, não processando de forma prática o som que chega
aos ouvidos. A DPAC se manifesta nas situações diárias como nas questões
comportamentais e no desempenho escolar por meio da compreensão da
linguagem.
Estse trabalho consistiu em uma pesquisa sobre a Desordem do
Processamento Auditivo Central (DPAC) e a necessidade do diagnóstico precoce
para o indivíduo que apresenta dificuldades de aprendizagem.
Buscou-se o conceito sobre o Processamento Auditivo Central que é a
habilidade de ouvir, entender e responder às informações que ouvimos por meio dos
canais auditivos, para compreender os significados. Trouxe uma abordagem rápida
sobre a fisiologia da audição, conhecendo suas estruturas e como sendo
importantes para o processamento da informação, pois o som entra pela parte
periférica que compreende do ouvido externo, médio e interno e chega à parte
central onde acontece o processamento, assim, o som completa seu trajeto até
chegar no cérebro onde será processado.
A DPAC acontece quando o sujeito escuta, mas não compreende o som, ou seja, é
um transtorno que afeta a capacidade em lidar com as informações que chegam
através da audição, pela questão funcional do sistema nervoso central. Sua
dificuldade é de interpretação, não processando de forma prática o som que chega
aos ouvidos. A DPAC se manifesta nas situações diárias como nas questões
comportamentais e no desempenho escolar por meio da compreensão da
linguagem.
O diagnóstico precoce a partir do envolvimento da criança com o mundo
letrado é de suma importância, pois esse ambiente favorece as primeiras suspeitas
para o sintoma de DPAC, identificado a partir das dificuldades de aprendizagem
iniciadas na alfabetização.
De acordo com os autores citados na pesquisa que falam sobreEntre os
principais achados destaca-se o impacto dessa desordem para aprendizagem,
49

elencou-se as principais características da DPAC, dentre elas: Dificuldades na


comunicação oral e escrita, memória, figura-fundo, atenção e controle dos
pensamentos, emoções e ações dentro do ambiente escolar.
Buscou-se o papel da família e da escola para identificação precoce, pois,
quanto mais rápida for essa identificação, mais esse indivíduo tem acesso as
orientações e intervenções adequadas para trabalhar essa desordem, assim,
escola/família contribuirão de forma eficiente no aprendizado dessa criança, onde o
diagnóstico surge pela necessidade desse sujeito em compreender e se envolver
com o mundo a sua volta.
Nesse trabalho o diagnóstico é apontado na perspectiva clínica onde são
realizados testes e a avaliação da PAC, sendo essa avaliação aplicada a partir dos 3
anos e meio, mas sua eficiência é a partir dos 7 anos de idade. Na esfera
educacional é realizada uma investigação a partir dos pais, professores e através do
psicopedagogo que contribui a partir de suas hipóteses diagnósticas levantadas na
avaliação inicial.
Esse trabalho buscou responder porque o diagnóstico de DPAC deve ser
precoce, pois a partir desse, é possível criar condições para melhorar as habilidades
auditivas e intervir previamente nas questões sociais, educacionais e psíquica do
sujeito, sendo possível contribuir adequadamente no desempenho escolar e buscar
melhores intervenções e terapias para esse indivíduo.
A identificação da DPAC precisa acontecer em conjunto com duas
instituições: escola/família, precisam estar atentas e buscar por ajuda especializada
quando perceber os sintomas. Esse auxílio vai acontecer por parte de diversos
profissionais multidisciplinares, onde o médico concede o diagnóstico e o
psicopedagogo realiza levantamento de hipóteses diagnosticas a partir dos sintomas
e intervém conduzindo esse indivíduo nas questões da aprendizagem.
Os resultados obtidos com esse trabalho mostraram que o conhecimento
e envolvimento da psicopedagogia sobre a DPAC precisa ser melhor difundido no
meio escolar e familiar, é de suma relevância que a psicopedagogia se aproprie dos
conhecimentos e intervenções sobre a DPAC, buscando intervenções terapêuticas
específicas para trabalhar de forma lúdica as habilidades afetadas, mediando o
sujeito no seu processo de aprendizagem.
50

Por fim, percebe-se que os estudos científicos sobre a DPAC na área


educacional, carecem de pesquisadores que tenham um aprofundamento dentro do
contexto pedagógico, pois na literatura são poucos os achados para além da
fonoaudiologia. Encontrando-se muitos embasamentos teóricos e práticos para
apoio na área clínica. Acredita-se que a psicopedagogia, na apropriação dos
conhecimentos sobre a DPAC poderá oferecer estratégias que auxiliarão de forma
satisfatória e eficiente as intervenções psicopedagógicas aos indivíduos portadores
da desordem do processamento auditivo central.
51

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