clínica em oclusão
e dentística
Odontologia pré-clínica
em oclusão e dentística
Presidente
Rodrigo Galindo
Conselho Acadêmico
Alberto S. Santana
Ana Lucia Jankovic Barduchi
Camila Cardoso Rotella
Cristiane Lisandra Danna
Danielly Nunes Andrade Noé
Emanuel Santana
Grasiele Aparecida Lourenço
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
Paulo Heraldo Costa do Valle
Thatiane Cristina dos Santos de Carvalho Ribeiro
Revisão Técnica
Ana Carolina Castro Curado
Márcia Cristina Aparecida Thomaz
Mário Sérgio Giorgi
Editorial
Adilson Braga Fontes
André Augusto de Andrade Ramos
Cristiane Lisandra Danna
Diogo Ribeiro Garcia
Emanuel Santana
Erick Silva Griep
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
ISBN 978-85-8482-878-4
2017
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Sumário
Vamos lá?
Unidade 1
Convite ao estudo
Bem-vindo!
Competência geral
Competência técnica
Objetivos
Vamos às atividades!
Seção 1.1
Diálogo aberto
No Sistema universal, a dentição decídua nas crianças recebe seu nome por meio
das letras de A a T. Já à dentição permanente, dos jovens, adultos e idosos, atribui-se
a numeração de 1 a 32. Iniciando na arcada superior, lado direito do paciente, com
o número 1 até o terceiro molar do lado esquerdo – 16; seguindo do número 17 no
terceiro molar inferior, lado esquerdo do paciente, até o número 32, correspondendo
ao terceiro molar inferior direito do paciente.
Figura 1.1 | Classificação das cavidades de acordo com o número de faces envolvidas
oclusal e distal.
• Intracoronárias (Inlay).
• Extracoronárias (Onlay).
Vocabulário
1. Paredes
2. Ângulos diedros
• Segundo grupo: formados pela união de uma parede circundante com a parede
de fundo.
3. Ângulos triedros
Reflita
É muito importante rever o conteúdo de Ciências Morfofuncionais,
principalmente as características anatômicas dos dentes.
Classificação de Black
Classe I
Classe II
Cavidades preparadas nas superfícies lisas que se iniciam nas faces proximais de
molares e pré-molares.
Figura 1.6 | Esquemas de áreas dos dentes com cáries e preparos cavitários de Classe II
Classe III
Cavidades preparadas nas faces proximais dos incisivos e caninos, sem remoção
do ângulo incisal.
Figura 1.7 | Esquemas de áreas dos dentes com cáries e preparos cavitários de Classe III
Classe IV
Cavidades preparadas nas faces proximais dos incisivos e caninos, com remoção e
restauração do ângulo incisal.
Figura 1.8 | Esquemas de áreas dos dentes com cáries e preparos cavitários de Classe IV
Classe V
Figura 1.9 | Esquemas de áreas dos dentes com cáries e preparos cavitários de Classe V
Pesquise mais
Assista a este vídeo e procure mais conhecimentos sobre a nomenclatura
e classificação das cavidades. Disponível em: <https://youtu.be/
JQTSWRAiiLM>. Acesso em: 6 jun. 2016.
Classe VI
Classificação feita por Howard e Simon: cavidades preparadas nas bordas incisais
e nas pontas de cúspides.
Figura 1.10 | Esquemas de áreas dos dentes com cáries de Classe VI de Howard e Simon
Figura 1.11 | Esquemas de áreas dos dentes com cáries de Classe I de Sockwell
Exemplificando
Como podemos nomear esta cavidade?
R: Cavidade simples.
R: Cavidade oclusal.
R: Classe I.
Fonte: <http://143.107.206.201/restauradora/dentistica/temas/amalgama/amalgama_03/amalgama_03_
arquivos/image004.jpg>. Acesso em: 6 jun. 2016.
Instrumentos operatórios
Assimile
Cavidades terapêuticas são decorrentes de preparos cavitários ou de
adequações cavitárias, para a remoção de lesões de cárie, fraturas,
abrasão, erosão e abfração.
• Instrumentos rotatórios.
• Laser.
• Abrasão a ar.
2. Enxadas: semelhante aos cinzéis, com um ângulo de até 20° na lâmina. São
usadas para alisar e planificar as paredes da cavidade.
Instrumentos rotatórios
Atenção
Pesquise mais
Acesse o artigo indicado a seguir e procure mais conhecimentos sobre a
importância da nomenclatura e sobre a classificação das cavidades.
Ao especialista em dentística
Grato,
Atenção
Como você pôde observar, existem diferentes formas de nomear os
elementos dentais e também as cavidades. Revise o conteúdo e procure
assimilar as formas comumente mais utilizadas pelos cirurgiões-dentistas.
Avançando na prática
Acidente ciclístico
Descrição da situação-problema
Lembre-se
Nomenclatura dos dois dígitos (FDI).
Resolução da situação-problema
Seção 1.2
Diálogo aberto
Olá, aluno! Seja bem-vindo a mais uma seção de estudos deste livro didático!
verificou que as faces proximais estavam íntegras e fez o planejamento para o preparo
cavitário para a restauração em amálgama de prata.
Como ele pode prever o pós-operatório para esse paciente? Como se classifica
essa lesão de cárie? Quais os cuidados que ele deve tomar para não agravar o quadro
de sensibilidade descrito pelo paciente? Quais as características do preparo cavitário
para receber a restauração em amálgama?
Considerações biológicas
Esmalte
Assimile
A associação do flúor à hidroxiapatita, formando a fluorapatita, o seu
mecanismo de ação na prevenção da cárie dental e o entendimento
do processo DES-RE (desmineralização-remineralização) são assuntos
muito valiosos para retomarmos a fim de entender o processo de
instalação da cárie.
Cortes transversais dos prismas de esmalte humano. Note que as orientações dos cristais são diferentes nos corpos (B) do que
nas caudas (T) enquanto que a estrutura lembra o formato de buraco de fechadura.
Fonte: adaptada de Meckel; Griebstein e Neal (1965, p. 775).
Complexo dentino-pulpar
Tipos de dentina
Dentina secundária – Elaborada durante toda a vida do dente, após a sua erupção,
lentamente. Responsável pela diminuição fisiológica da câmara pulpar e do canal
radicular.
- Periferia: 15000/mm2.
2. Dentina patológica
Dentina reparativa – A última tentativa de evitar que a cárie atinja a polpa. Dentina
formada dentro da câmara pulpar, na direção do estímulo agressor, responsável pela atresia
pulpar. Os casos de abrasão intensa também levam à deposição de dentina reparativa.
• Pressão excessiva.
• Condição de assepsia.
Reflita
Preparo cavitário – é considerado um estímulo positivo que pode provocar
a dor, dependendo da intensidade, do estado de vitalidade pulpar e do limiar
de dor do paciente. A agressão e a alteração pulpar manifestada por meio da
dor, decorrente de um preparo cavitário, nunca tem causa isolada, embora
possa haver um agente agressor desencadeador de maior intensidade.
Vocabulário
Cemento
Exemplificando
Desgaste geométrico na região cervical, geralmente seguido de grande
sensibilidade em função da exposição das estruturas internas, causado por
fatores como: maloclusão, bruxismo e hábitos parafuncionais. O estresse
gerado na região oclusal leva à distribuição das forças, culminando na
fragmentação dos prismas na área de maior fragilidade (na região cervical
o esmalte é muito fino), no seu deslocamento e no aparecimento de uma
lesão cervical não cariosa (LCNC) denominada abfração.
Polpa
pequena extensão M-D até a região de istmo, as paredes circundantes mesial (M) e
distal (D) podem ficar paralelas entre si; quando ultrapassar a região do istmo, serão
convergentes e quando a cárie atingir em extensão as fóssulas M e D, as paredes
circundantes M e D devem estar ligeiramente expulsivas – 10° a 15° (essas diferenças
devem ser consideradas para acompanhar os prismas de esmalte nessas regiões);
paredes circundantes vestibular (V) e lingual (L) podem ser paralelas entre si ou
ligeiramente convergentes para oclusal, dependendo da largura V-L da lesão de cárie;
devemos preservar as cristas marginais, as vertentes das cúspides e pontes de esmalte
(presente nos dentes 34, 44, 16 e 26) respeitando a necessidade de manutenção de
remanescente com espessura que determine a resistência da dentina e esmalte para
suportar a técnica restauradora (ao menos 1 mm de esmalte e dentina na ponte de
esmalte). As margens da cavidade não devem ficar na área de contato oclusal com o
dente antagonista, evitando a oclusão na interface dente-material restaurador.
Pesquise mais
Como ele pode prever o pós-operatório para esse paciente? Como se classifica
essa lesão de cárie? Quais os cuidados que ele deve tomar para não agravar o quadro
de sensibilidade descrito pelo paciente? Quais as características do preparo cavitário
para receber a restauração em amálgama?
com água das canetas de alta e baixa rotação; utilizar as pontas diamantadas para
esmalte e brocas em dentina, sempre de boa qualidade e novas, com boa capacidade
de desgaste ou corte, para não aquecer o remanescente; realizar movimentos
intermitentes para não aquecer o remanescente dentário, promover o mínimo desgaste
com preparos conservadores; cuidado ao utilizar o jato de ar para não desidratar a
dentina e promover a movimentação do fluido dentinário causando sensibilidade pós-
operatória. O preparo cavitário oclusal deve ser realizado removendo o mínimo de
estrutura dental sadia, ter as paredes circundantes ligeiramente convergentes para
oclusal, mínima extensão V-L envolvendo apenas 1/3 da distância intercuspídica e com
profundidade maior do que a largura. A forma de conveniência se dá pela própria lesão
de cárie oclusal, e a remoção somente da dentina cariada, inicialmente com curetas
de tamanho compatível com a lesão e brocas carbide com boa capacidade de corte,
em baixa rotação, com refrigeração constante, movimentos intermitentes evitando o
aquecimento do remanescente.
Atenção
Avançando na prática
Fratura de cúspide mésio-vestibular do dente 46 sem sensibilidade dolorosa
Descrição da situação-problema
Lembre-se
Resolução da situação-problema
por isso o relato de dor é menor ou até mesmo ausente. Essa dentina é
chamada de:
a) Dentina esclerosada.
b) Dentina secundária.
c) Dentina patológica.
d) Dentina osteoide.
e) Dentina reparativa.
Seção 1.3
Diálogo aberto
Olá, aluno! Seja bem-vindo a mais uma seção de estudos deste livro didático!
Além desses cuidados com o preparo das cavidades, como já citamos anteriormente,
devemos considerar a idade e o risco de cárie do paciente. Mais recentemente, a
aplicação de um Protocolo Básico de Atendimento permite que a cárie dental e a
doença periodontal sejam controladas e que a sua prevenção seja efetiva. Assim, hoje
podemos realizar preparos cavitários reduzidos baseados no conceito de máxima
prevenção e mínimo desgaste, chegando até a 1/9 da distância intercuspídica.
Assimile
Protocolo Básico de Atendimento: índice de placa bacteriana (IPB), índice
de sangramento gengival (ISG) e de sacarose (IS) obtido a partir de um
inquérito da dieta do paciente, auxilia na avaliação individual do risco de
cárie do paciente, análise e controle dos fatores etiológicos, decisões sobre
medidas preventivas e sobre o plano de tratamento de cada paciente.
Pesquise mais
Exemplificando
Antes de iniciar qualquer tipo de preparo, deve-se realizar a profilaxia com
uma pasta de pedra pomes/água e escova de Robinson.
Cavidades classe I
Reflita
2. Forma de contorno: define a área a ser incluída no preparo. Realizada com brocas
329, 330 ou 331 em movimentos intermitentes de mesial para distal acompanhando
o sulco oclusal.
• Paredes circundantes mesial (M) e distal (D): se a cárie acometer a fóssula central
com pequena extensão M-D até a região de istmo, as paredes M e D podem ficar
paralelas entre si para acompanhar os prismas de esmalte nessa região. Quando a cárie
atingir em extensão as fóssulas M e D, as paredes circundantes devem estar ligeiramente
expulsivas (10° a 15°) para acompanhar os prismas de esmalte nessa região.
• Paredes circundantes vestibular (V) e lingual (L) podem ser paralelas entre si ou
ligeiramente convergentes para oclusal, dependendo da largura V-L da lesão de cárie
e da inclinação das vertentes triturantes das cúspides, como descreveremos a seguir
na forma de resistência.
Figura 1.24 | Imagem ilustrativa mostrando o posicionamento da broca com inclinação de
10° a 15° ou paralela
• Seguir com broca esférica carbide de tamanho compatível com a lesão de cárie em
ponto (nº 6, 4, 3), em baixa rotação, sob refrigeração, movimentos intermitentes (para
evitar o aquecimento).
• Inclinação das vertentes triturantes das cúspides interfere na inclinação das paredes
circundantes: com faces oclusais mais rasas, com menor inclinação das vertentes
triturantes, as paredes circundantes podem ficar menos retentivas (Figura 1.25-B). Mas
se houver cúspides mais altas e sulcos oclusais mais profundos, com maior inclinação
das vertentes triturantes, mais retentivas poderão ficar as paredes circundantes (Figura
1.25-C). Seguindo essa configuração, os prismas de esmalte ficam paralelos à parede da
cavidade.
• Ângulo cavo superficial: 105° a 115° e ângulo da margem de amálgama entre 70°
e 90°.
Figura 1.26 | Lesão de cárie oclusal, diferentes inclinações das vertentes triturantes, paredes
circundantes com menor ou maior convergência para oclusal
• Caso a extensão V-L seja maior do que a largura, devemos realizar as retenções
adicionais através de sulcos, orifícios ou canaletas quando o dente for receber uma
restauração em amálgama de prata.
Figura 1.27 | Molar seccionado no sentido V-L mostrando o posicionamento da broca 329
ou 330
7. Acabamento das paredes em esmalte: não deixar esmalte sem suporte dentinário;
cavo superficial regularizado visa melhorar a adaptação do material restaurador às
paredes da cavidade; melhorar o vedamento marginal e diminuir a infiltração marginal.
Assimile
A extensão lingual do preparo sempre será realizada quando a cárie seguir pelo sulco
secundário ocluso-lingual/palatino ou se a cárie estiver apenas no final do sulco lingual,
terço médio do dente, sem se comunicar com a oclusal e não houver um remanescente
de esmalte suportado por uma dentina sadia de ao menos 1 mm para resistir às cargas
oclusais.
O preparo da caixa oclusal será o mesmo descrito nos itens 1 a 8 do preparo cavitário
classe I simples (O).
O preparo da caixa lingual será realizado com as brocas 329, 330 ou 331 ou com auxílio
da ponta diamantada 1090 ou 1091 quando estiver em esmalte, seguindo a inclinação
do sulco secundário ocluso-lingual OL. As paredes laterais, mesial e distal, ligeiramente
convergentes para oclusal, acompanharão a inclinação do sulco secundário.
Atenção
Arredondamento do diedro áxio-pulpar para evitar a concentração de
esforços que cria efeito de cunha e leva à fratura da restauração. Essa
manobra também aumenta a espessura de amálgama nessa região (forma
de resistência). Utilizar os instrumentos cortantes manuais: recortadores
de margem gengival.
Lembre-se
Acabamento das paredes em esmalte
O dente que apresenta a lesão de cárie é o segundo molar inferior do lado esquerdo.
O fato de o paciente não apresentar dor é importante nessa fase do diagnóstico para
a avaliação do tipo e extensão de lesão de cárie, associado à imagem radiográfica e,
posteriormente, ao exame táctil da dentina, durante o preparo cavitário. Para o preparo
cavitário e posterior restauração com amálgama de prata, o cirurgião-dentista deve
estar atento aos princípios biológicos associados à realização do preparo para evitar que
nesse momento o dente seja ainda mais agredido, ou seja: observar a refrigeração com
água das canetas de alta e baixa rotação; utilizar as pontas diamantadas para esmalte
e brocas em dentina, sempre de boa qualidade, com boa capacidade de desgaste ou
corte; realizar movimentos intermitentes para não aquecer o remanescente dentário;
promover o mínimo desgaste com preparo conservador; ter cuidado ao utilizar o jato
de ar para não desidratar a dentina e promover a movimentação do fluido dentinário,
Atenção
É muito importante rever o conteúdo da fisiologia da dentina, as
características da dentina patológica e o diagnóstico do tipo de lesão de
cárie para o correto planejamento do preparo cavitário e para a escolha
do material restaurador. Nesse caso o paciente não relata dor; se ao
realizar a remoção da dentina esta se apresentar resistente à curetagem,
com intensa calcificação e ausência de fluido, que explica a ausência
de dor, provavelmente estaremos frente à uma cárie crônica e à uma
dentina esclerosada.
Avançando na prática
Um paciente com relato de sensibilidade
Descrição da situação-problema
Quando o estudante analisa a radiografia, observa que no sulco mesial há uma cárie
extensa próxima à polpa e que a face mesial está íntegra. Qual será o preparo indicado
nesse caso? O que haverá de diferente nesse preparo, comparado ao anterior?
Lembre-se
Resolução da situação-problema
Seção 1.4
Diálogo aberto
Olá, aluno! Seja bem-vindo a mais uma seção de estudos deste livro didático!
Dando sequência aos preparos cavitários para amálgama de prata, nesta seção
estudaremos os procedimentos para a realização dos preparos cavitários de classe II.
Após o conteúdo desta seção e de toda a unidade, você será capaz de avaliar um
paciente por meio da classificação das cavidades dentais, identificar os instrumentos
operatórios manuais e rotatórios utilizados em dentística, e pensar o preparo cavitário
em dentística.
Assimile
A extensão do preparo cavitário é determinada por:
Antes de iniciar qualquer tipo de preparo, é preciso realizar a profilaxia com uma
pasta de pedra-pomes/água e escova de Robinson. Também é necessário avaliar a
relação oclusal com o dente antagonista por meio de carbono para articulação.
Assimile
Cavidades preparadas nas superfícies lisas que se iniciam nas faces
proximais de molares e pré-molares.
Figura 1.33 | Imagem ilustrativa de cárie proximal com manutenção de dentina e esmalte
na crista marginal. Dente com preparo tipo túnel na face mesial do 25 e slot horizontal na
distal
Reflita
Vamos relembrar:
2. Forma de contorno: define a área a ser incluída no preparo. Realizada com brocas
329, 330 ou 331 em movimentos intermitentes de mesial para distal, acompanhando
o sulco oclusal.
Na caixa oclusal:
• Paredes circundantes vestibular (V) e lingual (L) podem ser paralelas entre si ou
ligeiramente convergentes para oclusal, dependendo da largura V-L da lesão de cárie
e da inclinação das vertentes triturantes das cúspides, como descreveremos a seguir
na forma de resistência.
Na caixa proximal:
• Parede cervical:
Atenção
Quando a caixa proximal é confeccionada, o diedro áxio-pulpar fica em
ângulo reto e cria um efeito de cunha que leva à fratura da restauração.
Para evitar a concentração de esforços, faz-se o arredondamento do
diedro áxio-pulpar (Forma de Resistência). Utilizar os instrumentos
cortantes manuais: recortadores de margem gengival.
• Seguir com broca esférica carbide, em baixa rotação, sob refrigeração, movimentos
intermitentes (para evitar o aquecimento).
• Ângulo cavo superficial: 105° a 115° e ângulo da margem de amálgama entre 70°
e 90°.
Figura 1.37 | Lesão de cárie oclusal, com diferentes inclinações das vertentes triturantes
• Caso a extensão V-L seja maior do que a largura, devemos realizar as retenções
adicionais através de sulcos, orifícios ou canaletas quando o dente for receber uma
restauração em amálgama de prata.
Figura 1.38 | Molar seccionado no sentido V-L mostrando o posicionamento da broca 329
ou 330
7. Acabamento das paredes em esmalte: não deixar esmalte sem suporte dentinário;
cavo superficial regularizado visa melhorar a adaptação do material restaurador às
paredes da cavidade; melhorar o vedamento marginal e diminuir a infiltração marginal.
Reflita
Os preparos cavitários podem ser finalizados com a utilização de
instrumentos cortantes manuais e quando este cuidado é tomado as
restaurações mostram-se mais duradouras minimizando a recidiva de cárie.
Lembre-se
Acabamento das paredes em esmalte
Exemplificando
Figura 1.40 | Simulação de um slot vertical na mesial de um segundo pré-
molar, conservador, com limite cervical na altura do ponto de contato com
o dente vizinho
Exemplificando
Figura 1.41 | Simulação de uma cárie proximal, sem envolvimento da crista
marginal e slot vertical na mesial de um segundo pré-molar, com acesso por
palatina
Pesquise mais
Estude mais sobre o assunto em MASOTTI, A. S.; Conceição E. N.
Restaurações de amálgama. In: Ewerton Nocchi Conceição. Dentística:
Saúde e Estética. 2. ed. Porto Alegre: Artmed., 2007, 584 p. Neste
capítulo os autores abordam as restaurações de amálgama descrevendo
características dos preparos cavitários e preparos mais extensos, protocolo
de restauração e dicas clínicas!
Atenção
Para a resolução desse caso foi importante o auxílio do exame radiográfico,
pois nos dois dentes não era possível verificar a presença de cárie nas
proximais durante o exame clínico.
Uma representação gráfica dos dentes envolvidos pelas lesões da cárie é: primeiro
molar inferior esquerdo 36 e segundo molar inferior esquerdo 37. A alteração da
papila gengival na região pode ser causada por erro na utilização do fio dental, pois o
paciente relatou dificuldade para passar o fio e isso pode estar causando um trauma
no tecido gengival. A presença de cárie nas faces proximais pode estar associada à
deficiência de higienização nessa área, manutenção de placa bacteriana, que também
pode ser o agente etiológico da alteração gengival. No dente 36, vamos realizar um
preparo cavitário de classe II MOD com as seguintes características: na caixa oclusal,
parede pulpar ligeiramente abaixo do limite amelodentinário; paredes circundantes
convergentes para oclusal (dependendo da inclinação das vertentes triturantes);
ângulos internos arredondados; ângulo cavo superficial entre 105° a 115°. Na caixa
proximal, paredes laterais convergentes para oclusal, formando um ângulo reto com
a superfície externa; parede axial em dentina e convergente para oclusal; diedro áxio-
pulpar arredondado; acabamento no esmalte cervical: reto ou aplainado; ângulos
internos arredondados.
Lembre-se
Os princípios biológicos dos preparos cavitários sempre devem ser
considerados durante o preparo dos dentes, em qualquer técnica
restauradora.
Avançando na prática
Fratura
Descrição da situação-problema
Resolução da situação-problema
O acadêmico deverá realizar a radiografia dos dentes para correto diagnóstico. Para
resolver a sensibilidade do dente 26, o cirurgião-dentista deve realizar um preparo cavitário
classe II do tipo slot horizontal, acessando diretamente a lesão na mesial do dente.
Referências
Convite ao estudo
Seja bem-vindo!
Para entender melhor esta unidade, vamos apresentar uma situação próxima
da realidade profissional: um curso de Especialização em Prótese Dentária
recebe inúmeros pacientes com queixas de cefaleia e outras algias articulares e
musculares. Com o intuito de capacitar futuros profissionais na área odontológica,
esse curso abriu suas portas para uma nova experiência. Selecionou dois alunos
do curso de Especialização em Dentística Operatória e dois do próprio curso
de Prótese Dentária. Ao longo de um mês, os estudantes da área da saúde
realizaram um treinamento e acompanharam toda a anamnese, incluindo os
fatores estéticos, oclusais e psicológicos dos pacientes triados no curso.
Bons estudos!
Seção 2.1
Diálogo aberto
Seja bem-vindo!
Apresentaremos agora uma situação a ser resolvida nesta seção: um dos alunos do
curso de Especialização em Prótese Dentária acompanhou um paciente que estava
com dor de dente devido a uma fratura coronária, consequência de uma cárie no
molar inferior direito. Ele foi anestesiado e seu dente foi restaurado; o aluno preencheu
as fichas e o paciente foi dispensado. Após o efeito da anestesia, esse paciente sentiu
que sua boca não fechava como antes e que uma interferência o impedia de ocluir
seus dentes, então ligou para ser atendido. Devido a problemas de agenda do curso, o
procedimento de ajuste foi marcado para a sessão seguinte. O aluno que acompanhava
o caso observou que o paciente relatou, por telefone, que aquele "incômodo oclusal"
não existia mais e desmarcou a consulta. O que houve?
Tendo em mente essa situação-problema, reflita: por que aquele contato oclusal
deixou de incomodar? Após duas semanas, esse mesmo paciente observou que, ao
fechar sua boca, havia um desvio na linha média, como se ele estivesse "mordendo
torto", e o músculo temporal, do mesmo lado da restauração, começou a doer. Além
disso, ele passou a apresentar frequentes cefaleias. Qual a implicação da restauração
nessas dores que o paciente sente agora? Será que é necessário realizar algum outro
tipo de exame? Houve também um fator externo: devido a problemas econômicos, foi
demitido da empresa em que trabalhava, fato que lhe trouxe desarmonia profissional e
familiar. Esses fatores psíquicos terão influenciado como fatores desencadeantes dessas
dores? O aluno acrescentou todos esses relatos na ficha de anamnese do paciente e
levou o caso ao professor do curso, para ser discutido com a turma.
Nesta seção de estudo, vamos entender melhor sobre a situação desse paciente.
Por que, quando passou o efeito da anestesia, ele sentiu algum contato oclusal
estranho, dificultando a oclusão de seus dentes? E por que, no dia seguinte, parecia
que o contato havia normalizado? Por que, após alguns dias, passou a apresentar
dificuldades para abrir a boca, dores musculares e cefaleia?
O que o termo Princípios básicos de oclusão e dentística significa para você? Como
vimos na introdução à situação de realidade, esses procedimentos consistem no ato
de aplicar técnicas para preparar um dente, destruído por cárie ou trauma, até a sua
completa restauração. Coloque-se no lugar do dentista e reflita: de que maneira você
deve atuar para restabelecer a morfologia oclusal do paciente e preservar a integridade
de todo o sistema mastigatório?
Reflita
Você saberia exemplificar clinicamente uma situação que possa causar
desordem temporomandibular?
morder objetos, roer as unhas, morder os lábios, são situações que geram
hiperatividade muscular. Toda situação de estresse muscular continuada
torna-se em potencial um "fator predisponente" ou "desencadeante" de
quadros de disfunção.
Assimile
Por isso é importante que você preste bastante atenção ao conteúdo que será
exposto a seguir.
Conceito de oclusão
Este conceito deve chamar a sua atenção! Entenda que todos os órgãos e estruturas
que compõem o sistema são importantes e interdependentes, e, como tal, devem
ser avaliados, diagnosticados e tratados. Todos os trabalhos restauradores devem ser
ajustados seguindo os princípios básicos da oclusão.
Reflita
Reconstruir a anatomia oclusal de maneira “perfeita” é impossível de se
conseguir. O que conseguimos é uma anatomia fisiologicamente aceita
(CARDOSO, 2005, p. 45).
Figura 2.1 | Reconstrução da anatomia oclusal através de uma restauração indireta tipo
onlay
Seja qual for o trabalho restaurador, por reconstrução direta na dentística, ou indireta
através de coroas parciais (inlay, onlay) ou coroas totais, não pode representar um fator
de agressão. Deve aliar estética e função, incorporando-se ao sistema mastigatório sem
interferir em qualquer posição ou movimento. Para isso, devemos colocar os princípios
de oclusão em prática!
2. Relações maxilomandibulares
Reflita
DVR - DVO = EFL (espaço funcional livre é a diferença entre dimensão
vertical de repouso e dimensão vertical de oclusão). É importante para a
fonética do paciente.
É uma posição esquelética, não dentária, que pode ser obtida em qualquer paciente,
dentado ou desdentado. Por ser fisiológica, requer normalidade das estruturas.
Reflita
Exemplificando
Quando o profissional deve utilizar a ROC em suas reabilitações?
Ex.: prótese total, prótese fixa total (dentes/ implantes), PPR extensas.
Reflita
Sabendo que a RC é uma posição terapêutica, e que idealmente deveria
haver coincidência da posição de RC e da MIH, ou seja, ROC, como
proceder clinicamente na hora de fazer ajustes de uma restauração de
resina, amálgama, ou de uma coroa protética?
3. Movimentos mandibulares
Esse deslocamento, para frente, para baixo e para o meio, do côndilo de balanceio,
forma, com o plano sagital, o ângulo de Bennett, o qual influencia na direção dos sulcos
vestibulares e linguais dos dentes posteriores. Isso deve ser observado na escultura da
dentística.
Assimile
Pesquise mais
"Quando um só dente posterior fizer contato no Lado de Trabalho, deixa
de ser Função em Grupo, para ser considerado Interferência em Trabalho
(McNEILL, 2000).
Para saber mais sobre esse assunto, faça a leitura do texto complementar
Ciência e prática da oclusão, de McNEILL:
Oclusão aplicada aos procedimentos clínicos na Figura 2.10 | Oclusão mutuamente protegida
dentística
Fazer coincidir a RC com a MIH, ou seja: a ROC
Direcionamento axial das cargas oclusais
Relação oclusal do tipo cúspide/fossa
Guia anterior definida
Contatos bilaterais efetivos nos posteriores em
ROC
Além disso, deve seguir alguns requisitos para ajuste oclusal: conhecer bem as
estruturas que compõem a anatomia dentária, localizar os pontos de contato cêntricos
e excêntricos e saber quando parar (MACIEL, 1998; CARDOSO, 2005; CONCEIÇÃO,
2007; FERNANDES NETO e cols, 2013; MENDES, 2011; OKESON, 2013).
Tabela 2.4 | Ajuste oclusal das restaurações em relação cêntrica
Contato que desvia a mandíbula contra a linha Desgastar vertente lisa da cúspide de contenção
média ou a língua: entre vertente lisa da cúspide até o contato ocorrer da ponta da cúspide na
de contenção contra vertente triturante, de não fossa
contenção
Contato que desvia a mandíbula contra a linha Desgastar o contato que se localiza mais
média ou a bochecha: entre vertente triturante próximo da ponta da cúspide ou o dente mais
das cúspides de contenção cêntrica desfavorável
Contato que desvia a mandíbula para anterior: Observar a posição dos dentes: se estiver boa,
aresta longitudinal mesial da cúspide palatina desgastar ambos ou apenas o de posição
contra aresta longitudinal da cúspide vestibular inadequada
inferior
Contato sem desvio: ponta da cúspide de Avaliar o LT: se durante o movimento a cúspide
contenção cêntrica contra fossa ou facetas do de contenção cêntrica não tocar antagonista,
antagonista desgastar na fossa
Quando esses princípios não são respeitados, podem surgir complicações clínicas,
por exemplo, deslocamento ou fraturas das restaurações, desgaste excessivo no material
restaurador na área de contato, desestabilizando a oclusão.
Avançando na prática
Caso clínico apresentando desordem temporomandibular
Descrição da situação-problema
Um segundo aluno relatou o caso clínico de outra paciente do curso e propôs que,
mediada pelo professor, a turma também tentasse apresentar uma solução para esse
problema.
"Paciente do sexo feminino, 32 anos, cuja queixa principal é dor muscular bilateral
próxima à articulação temporomandibular, com limitação de abertura da boca. Relata
que a dor iniciou após fraturar os dois incisivos centrais superiores, durante a mastigação
de um alimento duro. Na anamnese, durante a manobra de palpação muscular, a dor
foi positiva para os músculos temporais, especialmente nos feixes anteriores e nos
pterigoideos bilateralmente. A paciente foi moldada e os modelos anatômicos foram
montados em articulador semiajustável (ASA). Tanto na análise oclusal funcional feita no
exame clínico quanto na análise dos modelos montados em ASA, detectou-se contato
prematuro, em fechamento, entre a vertente triturante da cúspide mésio-palatina do 26,
que recebeu uma restauração classe II MOD em amálgama, e a vertente triturante da
Lembre-se
Para resolver esse problema, é preciso rever os conteúdos apresentados
na seção “Princípios oclusais e sua aplicabilidade na dentística” bem como
os estudos sugeridos sobre Músculos mastigatórios.
Resolução da situação-problema
Para entender melhor o que acontece com esses pacientes, você aprenderá, nas
próximas seções de ensino, a moldar os pacientes, obter um modelo de estudo e
montá-lo em articulador semiajustável, para análise funcional da oclusão dos pacientes.
Bons estudos!
Seção 2.2
Diálogo aberto
Olá, aluno! Seja bem-vindo!
dores musculares na região temporal, cefaleia, e sua boca estava desviando, como se
estivesse "mordendo torto".
Vamos lá?
Reflita
Você seria capaz de assegurar ao paciente que refazer a restauração anterior
garantiria longevidade? Por que será que o paciente passou a apresentar
também algia muscular, limitação de abertura e desvio da mordida? Serão
os dentes ausentes, 16 e 47, e a extrusão do 46 responsáveis pela fratura
da restauração do 22?
2. Tipos de moldagem
No caso das próteses fixas, deve ser a réplica exata do dente, incluindo o preparo
e uma quantidade suficiente de superfície não preparada para possibilitar a localização
e a configuração correta da linha de término por parte do dentista e do técnico. Para
isso, existem técnicas específicas de afastamento gengival ou técnicas que utilizam
casquetes de moldagem.
Pesquise mais
4. Moldeiras
6. Tipos de materiais
Existem vários materiais disponíveis no mercado, cada qual com suas indicações,
vantagens, desvantagens e prescrição dos fabricantes. Basicamente, classificam-se
em anelásticos, como o gesso, godiva e pasta zinco-eugenólica; e elásticos, como o
alginato, hidrocoloides reversíveis, mercaptanas, siliconas e poliéteres. A seguir, serão
apresentados os principais.
Higienização dos moldes em silicona por condensação: lavagem com água (fria)
após retirada da boca; utilizar líquidos como: glutaraldeído ácido a 2% ou hipoclorito
de sódio de 0,5 a 1%.
Possuem uma silicona vinílica, sendo que a pasta catalizadora apresenta também
platina e a pasta base é chamada de silicona híbrida. Uma ligação cruzada ocorre por
meio de uma reação de adição sem formação de subprodutos devido ao equilíbrio de
6.4 Poliéter
Vocabulário
Tempo de espatulação: tempo que o profissional dispõe para realizar a
manipulação do material até a colocação na moldeira.
Compatibilidade com o gesso: o molde deve ser bem limpo com água fria para
remover saliva e eventual sangue e o modelo de gesso, após a presa, não deve ser
mantido em contato com o alginato por períodos de várias horas, para evitar alterações
na superfície do modelo.
Assimile
Nos casos de moldagem para pacientes dentados, com desordem
temporomandibular, o material de escolha para moldagem anatômica é o
alginato, devido às características de facilidade de manipulação, à produção
de menores deformações aos tecidos-suporte, à boa fidelidade de cópia e
baixo custo. Suas alterações dimensionais, sinérese e embebição, podem
ser minimizadas seguindo as orientações do fabricante no manuseio.
No caso das próteses, devem ser sempre desinfetadas antes de serem enviadas
ao laboratório de prótese e quando retornadas ao consultório para prova. Após a
desinfecção, os modelos ou próteses devem ser embalados em sacola plástica, não
sendo necessário adicionar desinfetante na embalagem, apenas esponja molhada
em água (umidificador). Um método para a esterilização das próteses é a realização
de aquecimento das soluções desinfetantes. O hipoclorito de sódio a 5,25% a uma
temperatura de 37 °C inativa micro-organismos, partículas virais de hepatite B e
da imunodeficiência humana (HIV), além de esporos, no tempo de exposição de 1
minuto, sendo eficaz, rápido e barato, agindo como um agente desinfetante. Quando
houver necessidade de esterilização das próteses, em casos de pacientes suspeitos ou
portadores de HIV ou HBV, essa técnica pode ser recomendada.
Os moldes devem ser lavados com água corrente e secos com papel toalha antes
da desinfecção para remover depósitos de saliva e sangue. As siliconas, mercaptanas
e poliéteres deverão ser imersos durante 10 minutos no glutaraldeído a 2%. Para os
alginatos, recomenda-se aspersão com hipoclorito de sódio a 1%, por no máximo 10
minutos. Todos os materiais de moldagem devem ser novamente lavados com água
corrente para a remoção dos agentes desinfetantes, secos com papel toalha e, em
seguida, preenchidos com gesso adequado. Após a presa do gesso, fazer aspersão no
modelo com hipoclorito de sódio a 1%.
Exemplificando
Caro aluno, vamos lembrar daquele paciente cuja restauração "soltou"
e do estagiário preocupado. Para facilitar o diagnóstico oclusal, ele deve
fazer a moldagem de estudo e montá-la em um articulador. A moldagem
indicada é exatamente a descrita anteriormente: seleção da moldeira,
individualização com cera, preparo do material e moldagem com alginato.
Simples assim! Lembre-se de que a cópia tem que ser fiel para possibilitar a
visualização dos contatos oclusais e possíveis desarmonias.
Atenção
Foi possível observar nos modelos de estudo a extrusão dos dentes 46 e 17,
devido às ausências dos antagonistas 16 e 47, criando um travamento entre
as cúspides disto-vestibular do 46 e mésio-vestibular do 17. Isso impede que
o paciente possa ir livremente para posição de RC, desejada na deglutição
inicial, por isso o desvio para frente e para o lado oposto da mandíbula,
exatamente no ponto em que se localizava a restauração do dente 21.
Assim, pode-se comprovar a inter-relação da dentística e oclusão.
Avançando na prática
Caso clínico de dentística e oclusão
Descrição da situação-problema
Lembre-se
Para resolver esse problema, o aluno deve rever os conteúdos apresentados
na seção Princípios oclusais e sua aplicabilidade na dentística.
Resolução da situação-problema
Seção 2.3
Diálogo aberto
No departamento criado dentro do curso de Especialização em Prótese, para
diagnóstico e tratamento das disfunções temporomandibulares, um fato continuava
a intrigar nosso aluno. Um paciente fraturou o incisivo central superior esquerdo (21),
o qual foi restaurado com resina dentro de todos os princípios biológicos e preceitos
da dentística. Um mês depois, o aluno encontrou o mesmo paciente e ficou muito
surpreso com sua queixa: "Doutor: minha restauração soltou!". Durante a anamnese, foi
possível observar que havia ausência dos molares 16 (primeiro molar superior direito) e
47 (segundo molar inferior direito). O dente 46 (primeiro molar inferior direito), devido
à ausência do antagonista, sofreu um processo de extrusão. Além disso, o paciente se
queixou de que estava com dores musculares, perto do temporal, cefaleia, e que sua
boca estava desviando, como se estivesse "mordendo torto". O professor, mediando o
ocorrido, orientou o aluno a fazer uma moldagem de estudo e a montar os modelos
de estudo no articulador para uma análise oclusal.
Nesta seção você aprenderá novos conceitos, conhecerá o arco facial, a montagem
do modelo superior, técnicas de obtenção da relação cêntrica e a montagem do
modelo inferior. Além disso, aprenderá a realizar a análise da montagem. Ou seja,
por meio de montagens dos modelos de estudo no articulador, o aluno, mediado
pelo professor, poderá fazer uma análise oclusal, observando em detalhes os contatos
dentários em abertura e fechamento, terá uma visão desses contatos por lingual, e
poderá verificar, durante os movimentos excêntricos de lateralidade ou protrusão, se
há algum contato nocivo que cause uma deflexão ou laterotrusão mandibular, ou
observar ainda se há alguma interferência oclusal, quer seja por uma restauração
de dentística ou reconstrução protética, ou quem sabe por alterações oclusais após
perdas dentárias, que possam justificar a fratura dessa restauração.
Vamos lá?
1. Conceito
6. Arco facial
6.1. Conceito
Vocabulário
Plano de Frankfort: linha que une o pório (margem superior do tragus) até
o infraorbitário.
Plano de Camper: linha que une a borda superior do tragus até a borda
inferior da asa do nariz.
Porio
Orbitário
Guia condilar.
Figura 2.28 | Ramo superior Figura 2.29 | Ramo superior Figura 2.30 | Ramo Inf.
ramo ramo
parafuso superior
superior
da placa de mola
montagem
pino incisal parafuso
parafuso do da placa de
pino incisal placa de alheta
montagem montagem
elemento condilar
Figura 2.31 | Mesa incisal Figura 2.32 | Ângulo de Bennett Figura 2.33 | Caixa condilar
guia condilar inclinação da
parafuso guia condilar
alheta
da alheta
parafuso
da mesa
incisal
Figura | 2.34 Ramo superior Figura 2.35 | Poste condilar Figura 2.36 | Ramo sup.
ramo
superior parafuso da
guia condilar guia condilar
guia condilar
alheta expansor da
mola guia condilar
As hastes horizontais devem ficar paralelas com o plano horizontal. O plano oclusal,
a linha interpupilar e a linha da comissura nem sempre estão paralelos ao horizonte. A
referência ideal é o plano horizontal. O clínico deve permanecer em frente ao paciente
e observar o paralelismo. No caso de desnivelamento, ajustar o arco facial.
parte chanfrada dos espaçadores deve estar voltada para as guias e a marca horizontal
do espaçador deve ser alinhada com a que existe na parte posterior da guia condilar.
Analogamente, no ramo inferior, colam-se os postes condilares correspondentes a essa
distância: postes nos orifícios mais internos correspondem à distância pequena; nos
orifícios intermediários, à distância média; e nos mais externos, à distância grande.
As guias condilares devem ser ajustadas com uma angulação de 30º (trinta graus)
bilateralmente, como preparação à colocação do arco facial. As guias dos movimentos
laterais devem ser colocadas em 15º (quinze graus). Para montagem do modelo inferior,
pode ser posicionado em abertura máxima para fora, em grau negativo, para melhor
travamento.
12. Passo a passo da montagem em ASA: paciente dentado com disfunção articular
mediano).
Figura 2.41 | Forquilha com godiva, posicionamento do modelo, montagem do arco facial
Figura 2.42 | Ogiva no meato acústico externo, nasion, montagem arco facial
• Levantar o ramo superior do ASA afastando sua parte frontal do apoio sobre a barra
transversal.
Assimile
Lembre-se de que o paciente citado na SP apresenta uma disfunção
articular que precisa ser diagnosticada. Portanto, não podemos montar o
articulador na posição em que ele está habituado, pois poderão ocorrer
erros no diagnóstico. Note que:
Técnica frontal: o paciente deve ser colocado deitado na cadeira com a cabeça para
trás, permanecendo de boca aberta num espaço aproximadamente de 1 cm. Na maxila,
o polegar e o indicador da mão esquerda do profissional se apoiam na face vestibular
dos caninos ou primeiro pré-molar, até que as pontas desses dedos se projetem para
os bordos incisais/oclusais desses dentes. Na mandíbula, o polegar da mão direita é
apoiado na região cervical dos incisivos inferiores ou no mento, enquanto o indicador e
os outros três dedos firmam o mento na parte inferior. Com leve pressão e movimentos
oscilatórios, a mandíbula deve ser manipulada para RC. Os dentes inferiores de início
tocarão na ponta dos dedos na arcada superior, os quais serão afastados lentamente, até
que o paciente estabeleça o primeiro contato em cêntrica.
Técnica bilateral: na técnica bilateral (DAWSON, 2008) o paciente deve ser reclinado
na cadeira. O profissional fica atrás do paciente e sua cabeça é posicionada entre os
braços e o peito do profissional para dar estabilidade. Os polegares são colocados na
região mentoniana e os outros dedos seguram a mandibular. Com leve pressão dos
polegares para baixo e dos outros dedos para cima, manipula-se a mandíbula com
pequenos movimentos oscilatórios até chegar na RC. O paciente em relaxamento vai
fechando a boca lentamente até sentir o primeiro toque dos dentes.
Figura 2.44 | Técnica frontal (a) e bilateral de Dawson (b) para obter a RC
(a) (b)
Fonte: adaptada de Cardoso (2005, p. 6). Fonte: adaptada Dawson (2008, p. 108).
Pesquise mais
O JIG de Lucia, do ingles: Jaw Interference Guide – Guia de Interferência
Mandibula, é um dispositivo de resina acrílica quimicamente ativada,
confeccionado e posicionado nos incisivos centrais superiores, que
funciona como um “desprogramador” da memória da posição de máxima
intercuspidação.
(a) (b)
(c)
Fonte: arquivo pessoal da autora.
Recolocar o pino guia incisal no ASA, com a extremidade arredondada voltada para
baixo, e ajustar numa abertura de 2 mm (acima da linha de circunferência do pino).
Ajustar a mesa incisal para dar apoio ao pino. Colocar o ramo superior do ASA (que já
está com o modelo superior montado) na posição invertida sobre uma bancada, adaptar
o registro em cera, colocar o modelo inferior sobre o registro, conferir o assentamento
dos modelos na cera. A seguir, hidratar, fazer ranhuras na base do modelo inferior,
adaptá-lo na cera com ligeira pressão, fixar com elástico ou palitos de madeira, ou godiva
de baixa fusão. Preparar o gesso, colocar uma porção sobre o modelo e outra sobre a
placa de montagem do ramo inferior, checando se os côndilos estão na posição mais
retruída; fechar o articulador até que o pino guia incisal toque na porção arredondada da
mesa incisal e aguardar a presa do gesso. Após a presa do gesso, retirar a cera, levantar
o pino incisal até a linha zero e verificar se a montagem está correta.
Figura 2.47 | Pino guia incisal 2 mm acima da linha de circunferência, para compensar a
altura do registro em cera. Modelos montados no ASA
Reflita
Atenção
Observamos melhor, nos modelos de estudo, a extrusão dos dentes 46 e
17, devido às ausências dos antagonistas 16 e 47, criando um travamento
oclusal entre as cúspides disto-vestibular do 46 e mésio-vestibular do 17,
Resolução da situação-problema
Avançando na prática
Descrição da situação-problema
Seção 2.4
Diálogo aberto
Olá, aluno! Seja bem-vindo!
Vamos lá?
Reflita
Você seria capaz de eleger a técnica de moldagem e o material mais
indicado para reproduzir fielmente as estruturas bucais do paciente com
disfunção articular? Vimos na Seção 2.2 que o tipo de moldagem depende
da finalidade à qual ela se destina, além disso os aspectos biomecânicos
do suporte da prótese influenciam na escolha da técnica de moldagem.
Vimos também que nenhum material odontológico é 100% fidedigno.
Considerando as alterações dimensionais, as vantagens, as desvantagens
e o preço, qual o material mais indicado para moldagens anatômicas?
Moldagem anatômica
Assimile
Comparando as vantagens e desvantagens entre os materiais, e considerando
a relação custo/benefício, o material de escolha para moldagem anatômica,
para obtenção de modelo de estudo, é o alginato, devido às características
de facilidade de manipulação, por produzir menores deformações nos
tecidos suporte e por ter boa fidelidade de cópia e baixo custo. Com
relação às alterações dimensionais, o alginato pode sofrer sinérese, ou seja,
perda de água, e embebição, ganho de água, o que pode ser minimizado
seguindo as orientações do fabricante no manuseio.
Lembre-se
Lembre-se de que podemos variar a temperatura da água, de acordo com
a temperatura ambiente, para variarmos a viscosidade ou o tempo de
geleificação do material. Porém, nunca podemos variar a quantidade de
água! Devemos seguir as especificações do fabricante.
Exemplificando
Caro aluno, aquele paciente mencionado na SP, cuja restauração "soltou”,
teria o diagnóstico oclusal facilitado se fosse feita a moldagem de estudo e
montagem em ASA. A moldagem indicada é exatamente a descrita acima:
seleção da moldeira, individualização com cera, preparo do material e
moldagem com alginato. Simples assim! Lembre-se de que a cópia tem
que ser fiel para possibilitar a visualização dos contatos oclusais e possíveis
desarmonias oclusais que possam contribuir para desordem do sistema
estomatognático.
Atenção
Avançando na prática
Caso clínico de dentística e oclusão
Descrição da situação-problema
Lembre-se
Resolução da situação-problema
Diagnóstico: a alteração do plano oclusal devido às ausências dentárias 23, 24, 26,
36 e 37, além da extrusão e distalização do 25 e inclinação do 35, gerou uma condição
oclusal de travamento. A ausência de proteção mútua entre dentes anteriores e
posteriores pode gerar uma sobrecarga oclusal no 12, manifestada clinicamente pela
falha na restauração.
Referências
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DAWSON, P. E. Avaliação, diagnóstico e tratamento dos problemas oclusais. Rio de
Janeiro: Artes Médicas, 1980.
DRAGO, C. Restaurações Implantossuportadas: um guia passo a passo. 2. ed. São
Paulo: Livraria Editora Santos, 2008. 244 p.
FERNANDES NETO, A. J.; NEVES, F. D.; SIMAMOTO JUNIOR, P. C. Odontologia Essencial
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FRADEANI, M.; BARDUCCI, G. B. Tratamento protético: uma abordagem sistemática à
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GUANDALINI, S. L.; MELO, N. S. F. O.; SANTOS, E. C. P. Biossegurança na odontologia:
controle na infecção. 2. ed. Curitiba: Odontex, 1999.
HOBO, S.; ICHIDA, E.; GARCIA, L. T. Osseointegration and Occlusal Rehabilitation. 3.
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KAISER, F. PPR no laboratório. 2. ed. Curittiba: Editora Maio, 2002. 277 p.
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LE GALL, M. G.; LAURET, J. F. Oclusão e função: abordagem clínica com enfoque para
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LUCIA, V. O. A technique for recording centric relation. J Prosthet Dent. v. 14, p. 492-
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MACIEL, R. N. Oclusão e ATM: procedimentos clínicos. São Paulo: Livraria Santos, 1998.
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McNEILL, C. Ciência e prática da oclusão. São Paulo: Quintessence, 2000. 538 p.
MENDES, W. B.; MIYASHITA, E.; OLIVEIRA, G. G. Reabilitação oral: previsibilidade e
longevidade. Nova Odessa: Napoleão, 2011. 768 p.
MEZZOMO, E.; SUZUKI, R. M. Reabilitação oral contemporânea. São Paulo: Livraria
Editora Santos, 2006. 873 p.
Convite ao estudo
Bem-vindo!
Competência geral
Competência técnica
Objetivos
Vamos às atividades!
Seção 3.1
Diálogo aberto
Caro aluno, vamos estudar a partir de agora a proteção do complexo-dentino
pulpar: biomateriais, técnicas de manipulação e isolamento do campo operatório.
Assim, vamos relembrar a situação baseada na realidade destacada no Convite ao
estudo sobre a Clínica Odontológica da Universidade? Assim como as clínicas
particulares ou consultórios odontológicos, essa clínica recebe inúmeros pacientes
com diferentes necessidades, que apresentam lesões de cárie, com relatos de dor
ou não. Dependendo da extensão da lesão de cárie, de sua localização, da idade do
paciente e do estado de vitalidade pulpar, o nosso desafio é a escolha da proteção do
remanescente dentário mais indicada para conservar a vitalidade pulpar, reverter os
possíveis estágios iniciais de agressões à polpa e, finalmente, restaurar o dente, tendo
o amálgama de prata como uma alternativa de tratamento restaurador.
Reflita
Quando falamos em condição pulpar, devemos rever o conteúdo
abordado sobre as estruturas que compõem o dente, com especial
atenção à estrutura da dentina, suas características, os tipos de dentina e
sua inter-relação com o tecido pulpar.
Na prática, esse fenômeno ocorre toda vez que estímulos como jato de
ar (extravasamento do fluido dentinário), calor (evaporação do fluido), pressão
(movimentação do fluido) e produtos hipertônicos, como açúcar (deslocamento do
fluido) são aplicados sobre a superfície dentinária.
Dessa maneira, podemos concluir que, quanto menor for a camada de dentina
remanescente, ou seja, quanto maior e mais profundo o preparo, maior será a chance
de uma contaminação bacteriana. Isso se deve ao fato de que a quantidade e o
diâmetro dos túbulos dentinários aumenta conforme a profundidade da lesão de cárie
e do preparo cavitário, a saber:
• Condição pulpar.
1. Anamnese:
2. Exame clínico:
• Período de exposição de remanescente dentário: por lesão não cariosa, por cárie
ou fratura.
• Térmicos: calor – bastão de guta percha; frio – gás refrigerante ou bastão de gelo.
Pesquise mais
Acesse este link e procure mais conhecimentos sobre diagnóstico das
patologias da polpa dentária. Disponível em: <http://143.107.206.201/
restauradora/polpa.htm>. Acesso em: 24 mar. 2017.
Do ponto de vista de agressões por traumas oclusais, devemos lembrar que estes,
normalmente, são gerados por contatos prematuros que transferem toda a carga
mastigatória para um determinado ponto de uma restauração, estimulando de maneira
agressiva o periodonto e a pressão intrapulpar. Esse aumento de pressão intrapulpar
pode tornar o dente mais sensível às variações térmicas. Segundo Brännström, se
a dentina sofrer pressão suficiente para que haja sua deflexão, haverá sensibilidade
dolorosa, ou seja, se a força for tal que ultrapasse o módulo de elasticidade da dentina,
haverá pressão nas terminações nervosas ocasionando o fenômeno da dor.
Assimile
Deflexão: deformação de uma estrutura em função de uma carga
aplicada.
Agora que conhecemos a condição pulpar, qual a melhor forma de manter essa
condição?
Atenção
Profundidade cavitária
• Muito profunda com exposição pulpar: remanescente menor do que 0,5 mm, em
que se observa solução de continuidade com o tecido pulpar pela coloração rósea ou
presença de sangramento.
• Bastante profunda: cavidade cujo remanescente dentinário é menor que 0,5 mm,
permitindo a visualização da coloração rósea da polpa.
Figura 3.3 | Representação de uma cavidade bastante profunda com exposição pulpar
Atenção
Devemos manter a maior quantidade de dentina durante o preparo
cavitário, por isso removemos a cárie em ponto, tentando preservar a
parede de fundo o máximo possível.
Idade do paciente
• Biocompatibilidade.
• Adesão.
• Insolubilidade.
Mas não existe, até o momento, um material para a proteção dentino-pulpar que
preencha todos esses requisitos. O que devemos fazer é uma correta e minuciosa
análise para que possamos aproveitar as melhores propriedades de cada um deles
conforme a situação clínica apresentada. Em última análise devemos conhecer as
propriedades de cada material disponível para que, de posse das observações feitas
em cada cavidade a ser restaurada, sejamos capazes de relacioná-los a fim de que
possamos decidir qual material indicar e como utilizá-lo corretamente. Atualmente
podemos lançar mão dos seguintes protetores pulpares:
Pesquise mais
Essa breve apresentação não tem como objetivo abordar todos os
conhecimentos sobre esses materiais, é necessário que se complemente
Tratamento expectante
a) Oportunidade de restauração.
b) Técnica restauradora.
Exemplificando
Observe as cavidades a seguir, nos dentes 25 e 26. No dente 25 foi realizado
um preparo cavitário no qual a parede de fundo se localiza abaixo do JAD
cerca de 0,5 a 1,0 mm e no dente 26 ultrapassa metade da espessura
da dentina, mantendo ainda 0,5 mm de dentina remanescente, que está
levemente escurecida e resistente às curetas.
Figura 3.4 | Cavidades terapêuticas
R: Cavidade rasa.
Como o acadêmico pode representar o elemento dental? Como se classifica essa lesão
de cárie? Como podemos avaliar a condição pulpar com base nas informações disponíveis?
Quais os materiais mais indicados para a proteção do complexo dentino-pulpar?
Lembre-se
Classificação das cavidades pela profundidade da parede de fundo do
preparo cavitário, sugerida por Mondelli em 1998.
Avançando na prática
Tenho um dente que brilha e dói quando mastigo
Descrição da situação-problema
Resolução da situação-problema
Seção 3.2
Diálogo aberto
Olá, aluno! Seja bem-vindo a mais uma seção de estudos deste livro didático!
Um paciente chega à Clínica da Universidade com uma lesão de cárie no dente 37, já
dizendo ao estudante responsável por seu exame clínico que não quer receber aquela
restauração “cinza”, pois ouviu dizer que ela tem mercúrio, que pode causar problemas
para a saúde. Durante o exame clínico se constatou a presença de placa bacteriana
na região cervical de muitos dentes, as papilas gengivais dos dentes posteriores
se apresentavam avermelhadas e com aumento de volume. Após a radiografia do
dente, o estudante observou a presença de cárie nas faces mesial e distal com limite
cervical subgengival. Qual o dente comprometido e qual a classificação da cavidade
que será realizada para a remoção da cárie? Qual o material mais indicado para essa
situação clínica? Como orientar esse paciente sobre as vantagens e desvantagens das
restaurações em amálgama de prata? Que informações devem ser abordadas sobre a
toxicidade do mercúrio?
Atenção
Lesão subgengival: lesão de cárie cuja margem cervical se localiza abaixo
do limite gengival.
Assimile
Baixo custo, autosselamento, longevidade, facilidade de manipulação,
desempenho clínico satisfatório, além do comportamento inerte frente
aos tecidos bucais, fizeram do amálgama o material mais utilizado no
mundo para restaurações diretas durante muitos anos.
Indicações
que a estética não seja um fator principal (ex.: terço cervical da face vestibular do 2°
molar superior), podemos indicar o amálgama de prata, pois este apresentará melhor
lisura de superfície, dificultando a retenção de placa bacteriana.
Propriedades
• Baixa resistência à tração: como não é um material adesivo, fica evidente que não
possua resistência à tração.
Como já foi citado anteriormente, o amálgama de prata possui como uma de suas
características principais a longevidade clínica, inclusive em restaurações extensas
com correta indicação e seguindo o protocolo de preparo e restauração (AMORE,
R., ANIDO-ANIDO A., PAGANI C., 2001). Comparando com os outros materiais, ele
só leva desvantagem em relação ao ouro, cuja longevidade clínica pode ultrapassar
os vinte anos. Materiais como resinas compostas e cimentos de ionômero de vidro
apresentam longevidade clínica praticamente igual à metade da longevidade do
amálgama.
Composição
Vocabulário
Amalgamação: processo de mistura do mercúrio líquido com um ou mais
metais ou ligas para formar um amálgama.
A prata, geralmente entre 65% e 74%, é responsável pelo aumento das propriedades
mecânicas e pela diminuição do escoamento da massa. O estanho, geralmente
entre 24% e 29%, facilita a amalgamação, aumenta a taxa de escoamento, diminui
a velocidade de cristalização, além de ser o maior responsável pela corrosão do
amálgama. O cobre (até 29%) aumenta a resistência à compressão, determina maior
lisura superficial, menor alteração dimensional, menor degradação marginal, menor
corrosão, menor corrente galvânica e menor “creep” ou escoamento. O zinco,
quando presente até 2%, diminui a corrosão da liga, aumenta a plasticidade durante
a trituração, aumenta a durabilidade da restauração, melhora a adaptação marginal,
mas seu contato com a umidade antes da cristalização do material pode provocar
expansão tardia e falha na restauração.
Vocabulário
Trituração: processo de mistura das partículas da liga com o mercúrio em
um equipamento chamado amalgamador.
A B C
A – Partículas de liga convencional de limalha (X100); B – Partículas esféricas para amálgama odontológico (X500); C – Pós de
liga típica de fase dispersa com alto teor de cobre mostrando as partículas de prata-estanho em forma de limalha e as partículas
de prata-cobre esféricas (X500).
Quadro 3.2 | Símbolos, estequiometria e denominação das fases que estão envolvidas na
presa dos amálgamas dentais
(γ + Eutético) γ1 + η
+ → +
Hg (γ + Eutético)
Observe que não se forma a fase γ2 pois ela foi substituída pela fase η. A eficácia
das partículas ricas em cobre em prevenir a formação de fase γ depende da sua
porcentagem na mistura.
Cada partícula da liga apresenta uma única composição (60% prata, 27% de estanho
e 13% de cobre em peso). Atualmente, pequenas quantidades de índio ou paládio
também são encontradas nessas ligas.
( γ / ξ) + Hg → γ1 + η + γ
Observe que a fase γ2 não se forma nessa reação, embora em algumas ligas pouca
quantidade dessa fase indesejável possa aparecer.
Reflita
A expansão tardia do amálgama é responsável por aproximadamente 17%
das falhas nas restaurações de amálgama e pode ser evitada realizando
uma trituração adequada, evitando a contaminação com água ou saliva
de amálgamas que contêm zinco.
Trituração
Conteúdo de mercúrio
Cada partícula de liga deve ser envolvida pelo mercúrio, a falta de mercúrio irá
produzir uma mistura seca e granulosa, produzindo uma superfície de restauração
rugosa e porosa, o que estimula a corrosão. O excesso de mercúrio produzirá uma
redução acentuada da sua resistência.
Condensação
favorece uma menor fração da formação em volume das fases da matriz. As ligas do
tipo limalha requerem uma condensação mais vigorosa que produz elevados valores
de resistência à compressão, iniciando por condensadores com porção ativa menor
contra os ângulos da cavidade, passando para condensadores maiores à medida em
que a cavidade for sendo preenchida; já as ligas de partículas esféricas necessitam de
uma pressão mais suave durante a condensação além da utilização de condensadores
de porção ativa maiores, para produzir boa resistência à restauração.
Porosidade
Escoamento / Creep
Quanto maior for o escoamento da liga, maior será a taxa de fraturas marginais
nas restaurações. Devemos selecionar ligas que apresentem escoamento de no
máximo 3%, segundo a especificação n. 1 ANSI/ADA. É influenciado pelas fases da
microestrutura do amálgama. A fase γ1 tem influência fundamental no escoamento
do amálgama; a fase γ funciona como um agente de carga, diminui o escoamento;
a presença da fase γ2 está relacionada a taxas mais altas de escoamento. Além da
ausência da fase γ2, as ligas com alto teor de cobre de composição única exibem
baixos valores de creep, provavelmente devido aos bastões de η que funcionam como
uma barreira à deformação da fase γ1. Outro fator importante nas taxas é a manipulação
da liga, procurando diminuir as proporções mercúrio/liga, triturar adequadamente e
aumentar a pressão de condensação. A correta manipulação do amálgama aumenta
sua resistência e diminui as taxas de escoamento.
O amálgama pode ser encontrado na forma de pó da liga que deve ser manipulada
com o mercúrio, o que requer uma técnica de proporcionamento precisa. Pode ser
encontrado na forma de comprimidos, de pastilhas pré-proporcionadas ou de cápsulas
descartáveis com quantidades pré-proporcionadas de liga e mercúrio, que são as mais
utilizadas atualmente.
Lembre-se
Para realizar uma boa restauração de amálgama é importante a realização
de um preparo cavitário adequado, seguindo os princípios para sua
confecção, a partir da escolha da liga mais indicada de acordo com o
protocolo restaurador, que você irá conhecer e aplicar em outras seções.
Exemplificando
Um paciente se apresenta no consultório com lesão de cárie no dente
46 Classe II MOD (complexa, segundo o número de faces) e na mesial
do dente 47, que já possuía uma restauração de amálgama. Percebe-se
Pesquise mais
Acesse o link indicado a seguir e encontre mais informações sobre
o amálgama de prata. Disponível em: <http://libdigi.unicamp.br/
document/?code=vtls000220573>. Acesso em: 24 mar. 2017.
Atenção
Avançando na prática
Lembre-se
Os princípios biológicos dos preparos cavitários sempre devem ser
considerados durante o preparo dos dentes em qualquer técnica
restauradora.
Paciente se apresenta com uma lesão de cárie que acomete a face oclusal e distal
do dente 46, com acúmulo de placa nas faces proximais dos dentes posteriores. Após
a radiografia, observa-se a face mesial íntegra, a cárie na distal e na oclusal, em que se
observa proximidade ao tecido pulpar. Após a remoção da cárie, você constata que,
na face distal, essa cárie se estende para o limite gengival e a parede gengival não
apresenta esmalte em todo o cavo-superficial; na face oclusal você encontra uma
cavidade profunda, mas com todo o cavo-superficial suportado por dentina. De que
dente estamos tratando? Classifique a cavidade e descreva uma opção de proteção
Resolução da situação-problema
Nesse caso estamos tratando do primeiro molar inferior do lado direito em uma
cavidade Classe II OD, cavidade composta. Uma opção para a proteção dentino-
pulpar é a aplicação de cimento de ionômero de vidro na parede pulpar até que haja
uma distância do limite amelodentinário de 2 mm para criar uma espessura adequada
de amálgama. A liga de amálgama deve ser de alto teor de cobre de composição
única, em que há um aumento das partículas de liga residuais e redução da matriz. As
partículas de prata-cobre, bem como as de prata-estanho, têm função de agente de
carga resistentes, resultando em um aumento da resistência do material com menor
degradação marginal da restauração; durante as reações de cristalização, fase γ2 é
praticamente eliminada.
Seção 3.3
Diálogo aberto
Olá, aluno! Seja bem-vindo a mais uma seção de estudos deste livro didático!
Atenção
Para realizar uma boa restauração em amálgama de prata é importante
que você tenha realizado um preparo cavitário adequado.
Matriz
Requisitos: deve ter pequena espessura para não causar a falta de contato com o
dente adjacente; ser flexível o suficiente para adequar-se ao contorno do dente; ter
rigidez para permitir a inserção e condensação do material sem deformar; ter altura
compatível com a altura do preparo cavitário, devendo ficar de 1 a 2 mm acima do
cavo-superficial; e deve ser descartada após sua utilização.
Assimile
Sempre que o preparo cavitário envolver a perda de uma face e, portanto,
do contorno da cavidade, você terá que utilizar uma matriz para possibilitar
a condensação do amálgama e auxiliar na reconstrução do contorno
anatômico.
A – matrizes convencionais em tira; matriz tipo bumerangue; B – matriz com extensão para as faces proximais sendo preparada
pelo brunidor; C – arredondamento da face proximal.
Fonte: elaborada pelo autor.
Porta-matriz
Pesquise mais
Foram desenvolvidos vários tipos de matrizes individuais para utilizar em
cavidades compostas e complexas. Pesquise sobre alguns tipos: Matriz de
Hollemback; Matriz soldada; Matriz rebitada; Matriz em “T” e automatriz.
Disponível em: <http://143.107.206.201/restauradora/dentistica/temas/
amalgama/amalgama_09/amalgama_09.pdf>. Acesso em: 24 mar. 2017.
Encunhamento
Requisitos: podem ser de madeira (as mais utilizadas), plásticas e elásticas, e estão
disponíveis em diversos tamanhos. As cunhas de madeira têm formato de pirâmide
triangular, devem ser ajustadas com o auxílio de lâminas de bisturi ou discos de lixa,
para melhor adaptação no espaço interdental. Geralmente são inseridas no espaço
interdental de lingual para vestibular, devido à maior amplitude da ameia lingual.
Figura 3.15 | Exemplo de simulação de preparo cavitário MOD em manequim (A); sistema
de matriz e cunhas instaladas com erro na seleção do tamanho da cunha, mantendo
espaço entre parede cervical e matriz por mesial (B) e correta seleção da cunha na mesma
face mesial (C)
Atenção
Observe que as cunhas são importantes para manter a tira de matriz bem
adaptada à parede cervical do preparo cavitário. Caso você não tenha
esse cuidado, certamente a restauração apresentará excesso cervical.
Seleção da liga
Lembre-se
Trituração
Vocabulário
Creep ou escoamento: deformação produzida por tensões no interior do
amálgama que pode causar a expansão tardia e fraturas da margem da
restauração.
Inserção e condensação
Quando o amálgama chegar até a parede pulpar, a cavidade proximal oposta passa
a ser preenchida da mesma forma, até chegar na altura da parede pulpar (Figura 3.19 A).
Figura 3.18 | Inserção e início de condensação
Brunidura pré-escultura
Figura 3.20 | Cavidade preenchida com amálgama de prata em excesso e início da brunidura
É realizada em movimentos de vai e vem, com pressão para que o mercúrio aflore,
fique na porção superficial da massa e seja removido durante a escultura. Tem como
função melhorar a adaptação do material às margens da cavidade, mantendo o
excesso para a escultura.
Escultura
Atenção
A velocidade de cristalização do amálgama é informada pelo fabricante:
Rápida: 3 a 6 minutos.
Regular: 6 a 10 minutos.
Lenta: 10 a 15 minutos.
Reflita
Para reduzir os riscos de contaminação do profissional e do paciente com o
mercúrio, é importante seguir algumas recomendações: utilizar equipamento
de proteção individual (máscara, óculos de proteção, luvas, gorro e vestir
avental), utilizar isolamento absoluto do campo operatório durante a
restauração e a remoção de restaurações, descartar todos os resíduos de
amálgama em um recipiente inquebrável que tenha fecho hermético, sob
um filme de água ou solução fixadora de radiologia. As cápsulas abertas
devem ser descartadas da mesma forma, pois contêm resíduos de mercúrio.
Estes resíduos devem ser encaminhados posteriormente para empresas
que fazem a recuperação desse material. O ambiente de trabalho deve ser
cuidadosamente projetado para evitar a retenção de resíduos e ventilado para
evitar a formação de vapor de mercúrio.
Polimento: visa dar textura final a uma restauração para que esta apresente uma
superfície o mais lisa possível e semelhante à superfície do esmalte natural, portanto,
sem presença de riscos e excessos de material.
Cuidados
Quando polir?
Acabamento
Exemplificando
Um paciente se apresenta no consultório com lesão de cárie no dente
47 Classe II MO (composta, segundo o número de faces), que é o último
dente na mandíbula do lado esquerdo do paciente. O cirurgião-dentista
deve instalar o isolamento absoluto para realizar a restauração desse
dente e o grampo deverá ser colocado nesse mesmo dente. Qual o tipo
de matriz mais indicado para esse caso?
Atenção
Essa cárie resultará em uma cavidade terapêutica complexa por envolver
as faces mesial, oclusal e distal do primeiro molar inferior do lado direito.
Para manter a vitalidade pulpar desse dente, o acadêmico deve seguir os princípios
biológicos dos preparos cavitários: observar a refrigeração com água das canetas de
alta e baixa rotação; utilizar as pontas diamantadas para esmalte e brocas em dentina,
sempre de boa qualidade e novas, com boa capacidade de desgaste ou corte,
para não aquecer o remanescente; realizar movimentos intermitentes para evitar o
aquecimento; promover o mínimo desgaste, com preparos conservadores; cuidado
ao utilizar o jato de ar para não desidratar a dentina e promover a movimentação
do fluido dentinário, causando sensibilidade pós-operatória. Na situação apresentada,
Avançando na prática
Slot vertical distal
Resolução da situação-problema
Seção 3.4
Diálogo aberto
Olá, aluno! Seja bem-vindo a mais uma seção de estudos deste livro didático!
Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de indicar corretamente cimentos
odontológicos por meio do conhecimento da composição, das propriedades e
técnicas de manipulação e inserção; identificar o protocolo de proteção do complexo
dentino-pulpar em diferentes simulações de preparos cavitários por meio de atividades
pré-clínicas utilizando hidróxido de cálcio (Ca(OH)2), cimentos de ionômero de vidro
(CIV), de óxido de zinco com e sem eugenol), agregado de trióxido mineral (MTA).
Atenção
É muito interessante relembrar que podem existir algumas alternativas
para a realização de protocolos conservadores da vitalidade pulpar para
uma mesma situação clínica. Muitos fatores vão colaborar para escolha
entre esses protocolos.
Atenção
Você lembra como é feito o diagnóstico diferencial entre cárie aguda e
cárie crônica? Quais as características da dentina patológica nesses tipos
de cárie? Procure relembrar esses conceitos!
Métodos
Deve ser utilizado quando o isolamento absoluto não puder ser instalado, ou em
casos de procedimentos de curta duração, como exame clínico, aplicação tópica de
flúor, restaurações provisórias, polimento de restaurações e cimentações de provisórias.
Apresenta vantagens como maior aceitação do paciente, menor custo, área isolada
em pouco tempo, praticidade para a realização de pequenos procedimentos etc.
Como desvantagens, permite a contaminação do material restaurador, a possibilidade
de deglutição de pequenos instrumentos e restos de material restaurador, danos
acidentais aos tecidos moles e dificuldade de controle efetivo do campo.
Materiais
Técnica de execução
• Secagem da mucosa.
• Colocação do sugador.
Técnica de remoção
• Umedecer o rolete de algodão para não injuriar a mucosa que está desidratada.
Materiais
Técnica de execução
• Anestesiar.
• Lubrificar lábios e comissura labial com manteiga de cacau, para evitar irritação
(opcional).
• Com o fio dental, passar o lençol pelo ponto de contato e adaptá-lo à região
cervical.
Atenção
Remoção
• Retirar o sugador.
Reflita
É importante ressaltar que a qualidade da dentina remanescente é um
fator de suma importância para a escolha do protocolo de proteção
pulpar mais adequado. No caso clínico apresentado, vamos considerar
que a dentina remanescente, após a remoção da cárie, está com textura
resistente à cureta e com coloração clara, indicativos de dentina saudável.
Relembrando:
Tipos de dentina
Dentina secundária – Elaborada durante toda a vida do dente, após a sua erupção,
lentamente. Responsável pela diminuição fisiológica da câmara pulpar e do canal
radicular.
2. Dentina patológica
Dentina reparativa – A última tentativa de evitar que a cárie atinja a polpa. Dentina
formada dentro da câmara pulpar, na direção do estímulo agressor, responsável pela
atresia pulpar. Os casos de abrasão intensa também levam à deposição de dentina
reparativa.
Exemplificando
Se após o acesso e definida a forma de contorno do preparo cavitário,
o cirurgião-dentista encontra na parede pulpar dentina resistente,
mineralizada, com ausência de fluido e resistente à remoção com cureta,
mesmo que de coloração escurecida, não deverá removê-la, mas sim
preservá-la, pois é uma barreira natural de proteção do tecido pulpar.
Pesquise mais
É muito importante sempre estar atualizado a respeito do desenvolvimento
dos biomateriais de aplicação odontológica, novos protocolos de
proteção são constantemente estudados e é fundamental conhecer
novas alternativas. Leia este capítulo de livro: WANG, L. et al. Tratamentos
conservadores da polpa dentária. In: PEREIRA, J. C.; ANAUATE-NETTO, C.;
GONÇALVES, S. A. (Org.) Dentística: uma abordagem multidisciplinar. São
Paulo: Artes Médicas, 2014. p. 43-71. Essa leitura ajudará na compreensão
desse tema.
Atenção
A forma correta de realizar a remoção do tecido cariado em dentina, após
o início do preparo cavitário, é iniciar o procedimento com curetas de
tamanho compatível com a lesão (sempre a maior que couber na cavidade),
em movimentos da periferia para o centro da lesão, removendo a dentina
desorganizada; seguir utilizando broca carbide de tamanho compatível
Limpeza da cavidade
Frente a uma cavidade bastante profunda, em que existe uma camada delgada
de dentina remanescente separando o tecido pulpar do meio externo, em um
dente com vitalidade pulpar preservada e que receberá o amálgama de prata como
material restaurador, devemos escolher um material que seja capaz de estimular a
ação reparadora da polpa.
Manipulação: esse material deve ser dispensado em porções iguais da pasta base e
pasta catalisadora sobre uma folha de bloco de espatulação não absorvente, ou sobre
uma placa de vidro. Deve ser manipulado por meio de mistura simples, com auxílio
da espátula n. 13, e precisa ser inserido na cavidade através do aplicador de hidróxido
de cálcio que possui uma pequena esfera em suas extremidades ativas, em uma fina
pequena extensão do bloco, para usar toda a quantidade do líquido, sem prejuízos.
Ele estará adequado para inserir na cavidade quando o material apresentar brilho
superficial e se desprender, formando um fio quando a espátula com o material for
afastada do bloco. O instrumento mais indicado para a inserção homogênea sem
bolhas é a seringa Centrix®, com a ponta agulhada (cavidades com acesso limitado)
ou com a ponta mediana, que comporta maior quantidade de material. Recolhe-se
o material, carrega-se a ponta, fecha-se a ponta com o êmbolo indicado para cada
uma das pontas. Aguarda-se a presa inicial em torno de 8 minutos, de acordo com
o cimento, com o cuidado de que o material fique contido na cavidade em ponto,
regularizando a parede pulpar.
Atenção
Seleção da liga
Trituração
Inserção e condensação
Atenção
Se o amálgama é condensado de forma adequada, a infiltração diminui
conforme a restauração vai envelhecendo na boca. Isso se deve aos
produtos de corrosão que se formam na interface dente/restauração.
Mesmo as ligas mais modernas de alto teor de cobre apresentam
habilidade para o selamento contra microinfiltração, embora o acúmulo
de produtos da corrosão seja mais lento para essas ligas.
Brunidura
Escultura
Atenção
Para iniciar a escultura o material deve oferecer resistência à ação do esculpidor.
A velocidade de cristalização do amálgama é informada pelo fabricante: Rápida:
3 a 6 minutos; Regular: 6 a 10 minutos; Lenta: 10 a 15 minutos.
Atenção
Vamos apresentar, adiante, outras situações para que outros protocolos
possam ser aplicados. Caso, ao remover a dentina cariada, haja o risco de
exposição do tecido pulpar, optamos por realizar a terapia pulpar indireta,
por meio do tratamento expectante que possibilita, em uma segunda
sessão, com resultados de condição de vitalidade pulpar preservada, a
remoção da dentina infectada e nova avaliação da proteção pulpar. A
presença de dentina esclerosada, mais mineralizada, menos permeável,
pode alterar a conduta para a mesma cavidade bastante profunda na
medida em que o hidróxido de cálcio não seria capaz de induzir os tecidos
pulpares à formação de dentina reacional.
Avançando na prática
O nosso paciente J.D.S., 25 anos, chegou à Clínica da Universidade com uma lesão
de cárie extensa no sulco oclusal do dente 36 e no dente 27, sulco pigmentando
na oclusal e se estende para lingual, sem presença de dor. Após o exame clínico
completo, o acadêmico realizou radiografias dos dois dentes. Com o auxílio do exame,
ele observou que os dentes apresentavam faces proximais, mesial e distal íntegras. Ao
realizar o exame da condição pulpar, observou que a vitalidade dos dois dentes estava
preservada. Com relação à higienização, constatou que esse paciente tem dificuldade
de remover a placa bacteriana e que novas lesões de cárie estão aparecendo, embora
tenha sido realizado um protocolo de atendimento com o objetivo de melhorar a
eficácia da técnica de higienização. Após a realização da restauração do dente 36, o
paciente retornou para o tratamento do dente 27. Depois do preparo cavitário do dente
27, o cirurgião-dentista detectou a presença de cárie em ponto no centro da parede
pulpar, voltou a examinar a radiografia periapical e observou que a lesão de cárie nesse
dente se situava aquém da metade de espessura de dentina. Após a remoção da cárie,
ele observou que a cavidade em ponto se tornara profunda. Qual a melhor forma
de realizar a proteção do complexo dentino-pulpar para manter a vitalidade desse
elemento após a redução ou eliminação do agente agressor?
Atenção
Resolução da situação-problema
Frente a uma cavidade profunda em ponto, na qual existe uma camada mais
espessa de dentina remanescente separando o tecido pulpar do meio externo, em
um dente com vitalidade pulpar preservada e que receberá o amálgama de prata
como material restaurador, devemos escolher um material que seja capaz de devolver
as características mecânicas da dentina perdida. Assim, em seguida, as paredes de
Assimile
Toda vez que o preparo cavitário apresentar perda de continuidade das
paredes circundantes será necessária a utilização de uma matriz.
Para essa situação de uma Classe I Composta OL, vamos utilizar a matriz individual
de Barton, como apresentada esquematicamente na Figura 3.28.
Com um pedaço de uma fita matriz de aço circunda-se o dente; com um porta-
agulhas, fazemos a preensão da matriz (Figura 3.29 A), soldamos em pontos, leva-se
ao dente um segundo pedaço de matriz no formato trapezoidal (Figura 3.29 B) que
é colocado entre o dente e a matriz; com um brunidor em “T” ou um condensador
Hollemback brunimos a matriz para que se adapte à face lingual do preparo,
introduzimos um cunha de madeira envolvida em godiva de baixa fusão plastificada,
que servirá também para dar mais estabilidade ao conjunto se for adaptada ao redor
deste (Figura 3.29 C, D).
Seleção da liga
Vamos, sempre que possível, optar pelas ligas de alto teor de cobre, embaladas em
cápsulas. Nesse caso, vamos supor que a escolha tenha sido pela fase dispersa, com
partículas em forma de limalha e partículas esféricas.
Trituração da liga
Inserção e condensação: nesse caso, a inserção deve iniciar-se pela caixa lingual,
contra os ângulos da cavidade, com condensadores de tamanho compatível com
a cavidade, começando com os menores, preenchendo a cavidade lingual até que
alcance a parede pulpar. A partir de então, vamos passar para condensadores maiores;
considerando como uma cavidade oclusal, seguir depositando pequenas porções de
amálgama que serão condensadas contra os ângulos internos. Com pressão adequada,
para evitar a formação de bolhas ou falhas, depositar material e condensar até que a
cavidade esteja repleta de amálgama e com um excesso de 1 mm de material acima
do cavo-superficial.
Brunidura
Escultura
Atenção
É muito importante tomar cuidado na manipulação do amálgama de
prata, sempre fazendo uso de EPI (equipamento de proteção individual),
realizar a restauração com isolamento absoluto do campo operatório.
Após a inserção e preenchimento da cavidade, os materiais que sobraram
da trituração devem ser descartados em frasco de vidro ou de plástico
duro com tampa hermética e sob selo de água, solução de fixação de
radiografias ou glicerina. Os resíduos da escultura devem ser coletados
do campo e descartados da mesma forma e as cápsulas devem ser
descartadas em lixo de resíduos contaminados. O frasco de resíduos de
amálgama deve ser encaminhado de tempos em tempos para empresas
que fazem a recuperação desses resíduos.
Referências
Análise oclusal
Convite ao estudo
Seja bem-vindo!
Para entender melhor esta unidade, vamos apresentar uma situação próxima
à realidade profissional: um novo paciente, triado no serviço de disfunção
temporomandibular, apresentou uma queixa que deixou nosso aluno intrigado:
quando ele fazia um movimento de lateralidade direita, sentia que seu dente
do lado esquerdo se movimentava. Durante a anamnese, percebeu-se que o
paciente apresentava uma restauração MOD em amálgama extensa no dente
U4
Bons estudos!
Seção 4.1
Diálogo aberto
Caro aluno!
Nesta seção você poderá aprender técnicas para obter a posição e o registro da
Relação Cêntrica (RC), reconhecer desprogramadores oclusais, regular; regular e
ajustar as guais condilares e laterais do articulador (inclinação da caixa condilar e ângulo
de Bennett), além dos fatores musculares envolvidos nas disfunções, que poderão ser
diagnosticadas através da palpação muscular.
mandibular), descrito por Lucia (1964). Tal dispositivo tem como funções: inibir
os contatos dentários posteriores, desprogramar a memória proprioceptiva do
ligamento periodontal e promover o relaxamento dos músculos da mastigação,
principalmente o pterigoideo lateral, permitindo a acomodação estável do côndilo
na fossa mandibular do osso temporal, em uma posição reproduzível.
Outros dispositivos, tais como rolo de algodão, dispositivo leaf gage de Long etc.,
podem ser utilizados com o mesmo fim, porém, o JIG oferece maior segurança.
Exemplificando
Outros dispositivos, tais como rolo de algodão, dispositivo leaf gage de
Long etc., podem ser utilizados com o mesmo fim, porém, o JIG oferece
maior segurança.
Caso isso não ocorra, utilizar a broca maxicut para eliminar o excesso de resina,
de maneira que o JIG apresente em sua face palatina dois planos inclinados, um
para direita e outro para a esquerda, formando um vértice, inclinado de incisal
para palatina (Figura 4.2). Nesse vértice ocorre o contato do incisivo inferior,
promovendo a desoclusão mínima de aproximadamente 1 mm entre os dentes
posteriores. O paciente usará o JIG por aproximadamente cinco minutos, com isso,
ocorre a perda da memória proprioceptiva dos dentes interferentes, promovendo
o relaxamento muscular e facilitando a manipulação.
Após o uso, o JIG deve ser guardado em recipiente com água, para ser
novamente utilizado durante a montagem dos modelos de estudo do paciente,
em articulador semiajustável (ASA), com o objetivo de realizar a análise oclusal.
paciente deve estar sentado com o encosto da cadeira bem inclinado e o mento
dirigido para cima, o que evita a protrusão da mandíbula. Com o JIG posicionado na
boca, apoia-se o dedo polegar frontalmente e cervicalmente na vestibular anterior
da mandíbula, próximo à gengiva inserida, e o indicador sob o mento. Peça para o
paciente relaxar a mandíbula, levantar a língua contra a parte posterior do palato,
guiando sua mandíbula para trás e para cima várias vezes, até que os côndilos se
assentem na posição de RC. Outra opção é a técnica bimanual, ilustrada na Figura
4.3.
Assimile
Os músculos contraídos são estirados pela pressão e respondem com
maior contração muscular (reação reflexa de estiramento). Deve-se,
portanto, trabalhar com movimentos lentos de abertura e fechamento,
pois qualquer pressão ou movimento rápido pode estimular os músculos
posicionadores a se contraírem, dificultando o posicionamento dos
côndilos em RC.
Reflita
Caro aluno, reflita sobre a situação-problema apresentada nas seções de
oclusão anteriores: "pacientes com discrepâncias oclusais posteriores
influenciando na fratura de restaurações anteriores". Como meio de
diagnóstico podemos fazer um JIG: deixe o paciente utilizando por
cerca de cinco minutos. Remova o JIG e observe se há ou não presença
de contato prematuro, que impeça o correto e estável fechamento da
mandíbula em ROC, ou contato deflectivo, que deslize a mandíbula de
seu fechamento estável em ROC. Se observar esses contatos ou qualquer
outra interferência oclusal, faça uma palpação muscular e verifique se há
músculos em disfunção.
Pesquise mais
Releia as situações-problemas apresentadas nas seções anteriores e
observe as coincidências: na Seção 2.1 nosso aluno observou que a
restauração do molar inferior do paciente ficou com contato prematuro,
o que ocasionou desvio na mandíbula e dor no feixe anterior do
temporal! Na Seção 2.2, o paciente apresentava ausências dos 16 e 47,
extrusão do 46 e a restauração do 21 fraturada - essa desarmonia oclusal
também desenvolveu dores no temporal. Nesta seção, você pode notar
que a dificuldade de manipular o paciente para RC pode representar
uma patologia oclusal e a palpação muscular ajuda no diagnóstico
diferencial.
2. Palpação muscular
Figura 4.12 | Músculo pterigoideo medial (esq.) e lateral (dir.): feixe superior e inferior
Assimile
Reflita
Com os modelos de estudo corretamente montados e com as guias
condilares e laterais ajustadas, podemos fazer um estudo mais preciso
sobre a oclusão do paciente, entender as disfunções e planejar o
tratamento mais adequado.
Atenção
Avançando na prática
Caso clínico de dentística e oclusão
Descrição da situação-problema
Resolução da situação-problema
a) Guias laterais.
b) Guias protrusivas.
c) Guias retrusivas.
d) Ângulo de Bennett.
e) Caixa condilar.
Seção 4.2
Diálogo aberto
Considerando que esse paciente fraturou todos os seus dentes anteriores, houve,
sem dúvida, uma "desarmonia da guia anterior"; sabendo que a guia anterior pode
Bons estudos!
Pesquise mais
MIH ou OC: é uma posição de acomodamento da mandíbula, na qual
ocorre o maior número de contatos dentários.
Assimile
O exame oclusal isolado não serve como diagnóstico de uma desordem!
Pegar o arco facial, limpar com uma gaze embebida em álcool os suportes
auriculares plásticos localizados nas extremidades do arco facial. Primeiramente,
adaptar o arco facial através do seu dispositivo de articulação ao cabo do garfo; a
seguir, posicioná-lo nos condutos auditivos externos do paciente, informando-o
que esses suportes ampliarão os ruídos causados pelos ajustes do arco facial. Pedir
ao paciente que segure com firmeza, com os polegares no garfo, estender a mão,
e com os dedos indicadores e médio, manter o arco posicionado para dentro e
para frente, aproximando ao máximo o suporte auricular plástico da ATM.
Nessa operação, é preciso certificar-se de que a presilha fique por cima do cabo
do garfo, de tal forma que os parafusos de ajuste, quando existirem, fiquem para
baixo, e o conjunto posicionado do lado direito do paciente. Apertar os parafusos
Assimile
O exame oclusal isolado não serve como diagnóstico de uma desordem!
Pegar o arco facial, limpar com uma gaze embebida em álcool os suportes
auriculares plásticos localizados nas extremidades do arco facial. Primeiramente,
adaptar o arco facial através do seu dispositivo de articulação ao cabo do garfo; a
seguir, posicioná-lo nos condutos auditivos externos do paciente, informando-o
que esses suportes ampliarão os ruídos causados pelos ajustes do arco facial. Pedir
ao paciente que segure com firmeza, com os polegares no garfo, estender a mão,
e com os dedos indicadores e médio, manter o arco posicionado para dentro e
para frente, aproximando ao máximo o suporte auricular plástico da ATM.
Nessa operação, é preciso certificar-se de que a presilha fique por cima do cabo
do garfo, de tal forma que os parafusos de ajuste, quando existirem, fiquem para
baixo, e o conjunto posicionado do lado direito do paciente. Apertar os parafusos
Figura 4.21 | Registro das edentações das pontas de cúspide nas regiões de molares e
incisal dos anteriores; verificação de básculo no modelo de estudo
Figura 4.22 | Pontos de referência para montagem do arco facial: meato acústico externo,
násio, distância intercondilar P, M ou G
Posicionar o conjunto ramo superior, arco facial e garfo sobre o ramo inferior.
Para essa manobra existe um acessório, chamado suporte do garfo, que impede
o contato do conjunto arco facial e garfo com a mesa incisal do articulador.
Esse acessório deve ser colocado no parafuso de fixação da placa de montagem
inferior. Caso não se disponha desse acessório, posicionar um rolete de cera rosa
n.º 7 para sustentar o garfo, evitando báscula deste no momento da fixação do
modelo superior ao ramo inferior do articulador.
Figura 4.24 | Apertar os dois parafusos que fixam o arco facial ao garfo com a chave
hexagonal
Figura 4.25 | Pré-individualização do ASA: caixa condilar em 30°, ângulo de Bennett em 15°,
distância intercondilar no ramo superior, com a parte chanfrada do espaçador voltada para
a aleta do ângulo de Bennett e poste condilar no ramo inferior
Figura 4.26 | Parafuso expansor regulando a DIC no ramo superior; encaixe do arco facial;
adaptação da placa de montagem
Figura 4.27 | Suporte do garfo parafusado no orifício da placa de montagem; rolete de cera
sustentando o garfo; arco facial adaptado no ASA, verificando espaço para colocação do
gesso
Figura 4.28 | Montagem do modelo superior em ASA: fixando o modelo na base com gesso
• Avaliar o espaço livre entre os dentes anteriores ao obter o primeiro toque nos
molares, pela manipulação em RC.
Figura 4.29 | Registro interoclusal em RC, com tiras de Long e com JIG de Lucia posicionados
O registro em cera obtido possui uma espessura que altera a DVO do paciente
nos modelos. Se não fizermos uma compensação dessa espessura, quando
tirarmos a cera após a montagem do modelo inferior, poderemos ter o erro de
"mordida aberta" na montagem. Para compensar essa espessura, e compensá-la
no pino guia, devemos articular manualmente os modelos em MIH: com um lápis
de ponta fina, marque no incisivo central inferior o trespasse vertical do incisivo
central superior sobre a sua face vestibular. A seguir, posicione o registro em cera
da RC no modelo superior, articule manualmente os modelos e marque com
um lápis o novo trespasse vertical anterior. Depois, meça a diferença entre as
duas marcas. Sabendo que a relação na abertura bucal entre o último molar e os
incisivos é de 1:3, quando a diferença entre as duas marcações obtidas for de 2
mm, por exemplo, significa que a distância interoclusal dos últimos molares é três
vezes menor, ou seja, aproximadamente de 0,7 mm. Considerando que a relação
de abertura entre os incisivos e o pino guia do articulador é, em média, de 1:1,5,
a diferença de 2 mm multiplicada por 1,5 será igual a 3 mm, valor este que deve
ser aumentado na dimensão vertical do articulador através do pino guia. Isso é
possível erguendo-se o ramo superior 3 mm em relação à marca zero do pino guia
(FERNANDES NETO; NEVES; SIMAMOTO JUNIOR, 2013). Ajusta-se a mesa incisal
com o pino guia apoiado em seu centro.
Figura 4.30 | Registro da dimensão vertical em MIH; registro da dimensão vertical em RC;
medida entre a diferença da marcação em MIH e RC
Figura 4.31 | Ajuste do pino guia compensando espessura da cera e ajuste do pino guia e
mesa incisal
Reflita
De que maneira você pode avaliar a precisão da montagem?
Na Seção 4.1 você pode ver como são realizados os registros em cera nos
movimentos excêntricos de lateralidade, direita e esquerda, para regular os ângulos
de Bennett; e também o registro em protrusiva, para ajustar a caixa condilar. Nesta
seção, vamos comentar a influência da inclinação condilar, do ângulo de Bennett
e da distância intercondilar na morfologia oclusal.
Caso o paciente necessite de alguma outra restauração futura, não será necessário
ajustar novamente, basta regular o articulador nas medidas preestabelecidas.
Exemplificando
Caro aluno, após leitura do assunto abordado nesta unidade, para ampliar
e reforçar o aprendizado sobre o passo a passo da montagem e ajuste do
articulador semi ajustável, assista ao vídeo disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=7M-zlySQdks>. Acesso em: 17 mar. 2017. Além
disso, assista à Webaula da Seção 4.2, e leia também o Manual de instruções
técnicas, disponível em: <http://www.bioart.com.br/manuais/7_port/
manual.pdf>. Acesso em: 17 mar. 2017, e o artigo Montagem de modelos
de próteses removíveis em articulador semiajustável, disponível em:
<http://www.revodontolunesp.com.br/files/v41n3/v41n3a11.pdf>. Acesso
em: 17 mar. 2017.
Sem medo de errar
Aquele aluno que acompanhava o paciente no serviço de disfunção
temporomandibular estava muito interessado em entender como as fraturas incisais
estariam causando dor na região do temporal e cansaço na região de masseter.
Seguindo orientação do professor, ele fez a moldagem de estudo e obteve os
modelos de diagnóstico; assim, pode observar melhor que na região dos molares
o plano oclusal estava alterado, inclusive, o molar inferior esquerdo estava em
Avançando na prática
Paciente com interferência oclusal no movimento protrusivo
Descrição da situação-problema
Lembre-se
Resolução da situação-problema
Seção 4.3
Diálogo aberto
Olá, aluno! Seja bem-vindo!
Nosso aluno teve a oportunidade de avaliar outro paciente com situação clínica
similar: por estar insatisfeito com a coloração de seus dentes anteriores, procurou um
dentista que, a fim de satisfazer a estética, sugeriu seis preparos ultraconservadores e
a instalação de facetas laminadas de porcelana de canino a canino superior. A queixa
do paciente se relacionava à frequência constante com que essas facetas se soltavam.
No exame clínico, o aluno diagnosticou alteração no plano oclusal posterior, devido à
extração precoce dos dentes 36 e 46, que não foram recolocados, causando migração
Vimos também que a oclusão é definida como a relação dos dentes superiores
e inferiores quando em contato funcional durante as atividades mandibulares. Mas
a questão é: qual será a melhor relação funcional dos dentes? Ou qual a relação
funcional ideal? Conceitos atuais consideram a saúde e o funcionamento do sistema
mastigatório, e não configurações geométricas oclusais específicas (RAMFJORD; ASH,
1984; OKESON, 2013). Ou seja, se as estruturas do sistema estomatognático estão
funcionando eficientemente e sem patologia, a configuração oclusal é considerada
fisiológica e aceitável, ainda que os contatos dentários possam ter algum desajuste.
Reflita
Você seria capaz de assegurar ao paciente que recimentar os fragmentos
de porcelana nos dentes anteriores garantiria longevidade? Por que será
que essas facetas têm soltado frequentemente? Terão os dentes ausentes,
36 e 46, e as interferências em protrusiva e no lado de balanceio alguma
relação com o fato das facetas soltarem?
que cada cúspide, ao contatar com a superfície oposta, estabeleça três contatos
ao redor da ponta da cúspide, conhecido por tripodismo.
Figura 4.34 | Uma carga mastigatória axial ao longo eixo do dente pode ser conseguida por
(A) contatos da ponta da cúspide com uma superfície plana ou (B) contatos recíprocos das
vertentes (tripodismo)
Pesquise mais
O desenvolvimento da patologia articular vai depender também de fatores
individuais, como a tolerância às discrepâncias apresentadas, e fatores
psíquicos do paciente (CONCEIÇÃO et al., 2007; OKESON, 2013).
Figura 4.35 | Diagrama da RC condilar e dos principais deslocamentos dessa posição ideal
Figura 4.39 | Contato oclusal prematuro – desestabiliza a mandíbula sem provocar desvios,
promove a instabilidade nos côndilos, hiperatividade muscular e estresse no periodonto (A.
cúspide x crista marginal; B. cúspide x fossa)
Figura 4.40 | Contato entre a superfície mesial do dente superior e distal do dente inferior,
quando a mandíbula desliza para anterior. Esses contatos induzem o deslize mandibular
em direção anterior
Uma situação clínica bastante comum pode surgir quando um paciente possui
um dente com lesão de cárie e, consequentemente, destruição anatômica: haverá
extrusão do antagonista, devido à instabilidade oclusal, isto é, numa tentativa
de "manter o contato oclusal", o dente migra em direção ao seu oponente. Da
mesma forma, em uma restauração em amálgama (ou resina), o contorno oclusal
incorreto, por falta de material restaurador, pode determinar a mesma sucessão
de eventos.
Figura 4.46 | Duas restaurações dentárias em oclusão, em que as forças oclusais se dissipam
paralelas ao longo eixo médio dos dentes, não caracterizando distúrbio oclusal
Figura 4.47 | A. Molar superior com lesão de cárie; B. Molar restaurado, porém a restauração
está sem contatos oclusais, ficando estes nos planos inclinados das cúspides, o que
direciona as forças oclusais obliquamente em relação ao longo eixo médio dos dentes,
caracterizando distúrbio oclusal
Figura 4.48 | 3A/4A. Relacionamento oclusal estável entre dentes antagonistas íntegros;
3B/4B. Restaurações com contatos oclusais instáveis, deslizantes; 3C/4C. Restaurações
com contatos oclusais estáveis
3 4
Fonte: Fernandes Neto et al. (2006, p. 51).
Figura 4.50 | A. Molar inferior com lesão de cárie e o antagonista com extrusão; B.
Demarcação da extrusão a ser eliminada; C. Extrusão eliminada e molar inferior
corretamente restaurado
Figura 4.51 | A. Molar inferior com lesão de cárie e antagonista com extrusão; B. Molar
inferior restaurado sem a prévia eliminação da extrusão do superior; C. Interferência
oclusal no movimento de balanceio gerado pela restauração sem a eliminação da extrusão
do antagonista, causando distúrbio oclusal interferente
Assimile
Caro aluno, a situação-problema apresentada na Seção 2.1 mostra
exatamente essa situação! Volte à seção e relembre o que aconteceu
com o paciente que ficou com uma restauração em amálgama alta.
Figura 4.52 | Extrusão de um terceiro molar inferior sem antagonista, gerando uma
interferência oclusal no movimento de protrusão que leva instabilidade às ATMs e ausência
de guia anterior, causando distúrbio oclusal
aliviadas à medida que sua função não mais será necessária para manter o côndilo
em posição. O ajuste oclusal pode redirecionar o grau e a direção das forças
aplicadas por meio da mudança da localização dos contatos dentários em várias
posições mandibulares. Essa redução do estresse pode interceptar o apertamento
dentário e a duração da aplicação das forças será reduzida, aliviando o estresse
sobre os tecidos do aparelho mastigatório. Os contatos prematuros que produzem
deslocamento anterior da mandíbula são mais patogênicos sobre os dentes
posteriores do arco do que nos anteriores, considerando que haja contato entre
todos os dentes na máxima intercuspidação.
Figura 4.53 | A sobrecarga do sistema mastigatório pode afetar várias estruturas, gerando
sintomas e/ou colapso de estruturas (A. Desgaste dentário; B. Pulpite; C. Mobilidade
dentária; D. Dor na musculatura mastigatória; E. Dor na ATM; F. Dor de ouvido; G. Dor de
cabeça)
• Grupo III: Disfunção dentária (lesões não cariosas das estruturas dentárias).
Assimile
Esses sinais e sintomas de distúrbios oclusais devem ser avaliados
clinicamente e complementados pelo exame radiográfico. Normalmente
os sinais nas radiografias periapicais envolvem a lâmina dura e o espaço da
membrana periodontal; às vezes apresentam hipercementose, aumento da
densidade óssea alveolar, calcificação pulpar e fratura coronário/radicular.
Ainda como exames complementares, podemos solicitar: radiografia
panorâmica, transcraniana, planigrafia, tomografia computadorizada,
artrografia e ressonância magnética, conforme a necessidade do caso
clínico.
Exemplificando
Caro aluno, muitos indivíduos são capazes de se adaptarem às
discrepâncias oclusais dentro de limites toleráveis sem a emersão de sinais
e sintomas mastigatórios. A oclusão pode ser de importância secundária
e exacerbar sintomas após o avanço da DTM originada por outros fatores.
Leitura sugerida:
Avançando na prática
Caso clínico envolvendo dentística e oclusão
Descrição da situação-problema
Lembre-se
Sugestão de leitura:
Resolução da situação-problema
Nesta unidade, vimos que distúrbios oclusais podem gerar DTMs. Sabemos
que a maioria dos pacientes podem ter restaurações com anatomia
inadequada, por excesso oclusal ou por falta de material. Como proceder
clinicamente?
Seção 4.4
Olá, aluno! Seja bem-vindo a mais uma seção de estudos deste livro didático!
Reflita
Acesso à lesão: caso a lesão de cárie esteja recoberta por esmalte, realizar o
acesso à lesão com alta-rotação e pontas diamantadas.
Assimile
Não utilize jatos de ar sobre a área da dentina profunda, muito profunda ou sobre
exposições pulpares.
Figura 4.56 | Aplicação de uma fina camada de cimento de hidróxido de cálcio na parede
pulpar no ponto de maior profundidade
Se todo esse processo obtiver êxito, será possível observar a formação da ponte
de dentina. Para isso, aguarda-se de 60 a 90 dias a fim de obter uma resposta
tecidual mais completa.
Vocabulário
Homeostasia: habilidade de manter o meio interno em um equilíbrio
quase constante, independentemente das alterações que ocorram no
ambiente externo.
Exemplificando
Se, durante o preparo cavitário desse dente, a polpa fosse exposta
acidentalmente, seria indicada a proteção pulpar direta ou capeamento
pulpar direto, aplicando-se um material terapêutico ativo (hidróxido de
cálcio, MTA) em contato direto com a polpa. O mesmo se aplica para
dentes fraturados. Todos os pré-requisitos descritos para a terapia pulpar
indireta ou o tratamento expectante, relatados acima, se aplicam para as
exposições pulpares. Nesse caso é importante verificar a condição em
que a polpa foi exposta. Se exposta no momento em que se removia
dentina sadia, aplica-se o capeamento pulpar. Se exposta durante a
remoção de dentina cariada, devemos concluir a remoção da dentina
cariada e depois realizar o capeamento. O hidróxido de cálcio é o material
mais utilizado para esse fim. Ele deve ser depositado diretamente sobre
o tecido pulpar exposto (comumente aplicado na apresentação em pó),
recoberto pelo cimento de hidróxido de cálcio e seguido de material
restaurador provisório. Aguardar por 90 dias para executar o exame
clínico, radiográfico e avaliar a condição pulpar. Se a polpa responder
como uma polpa sadia, todo o material é removido, inspeciona-se a área
da exposição delicadamente e, se a dentina apresentar uma resistência
adequada, confirmando a formação da barreira de dentina, realizamos a
proteção pulpar e a restauração definitiva.
Pesquise mais
Técnica
Nesse caso clínico, um paciente jovem com dente que já apresentou lesão de
cárie aguda e recebeu tratamento expectante com resposta positiva, vamos realizar
a proteção pulpar para cavidade bastante profunda. É possível fazê-lo aplicando o
cimento de hidróxido de cálcio em uma fina camada somente na região de maior
profundidade, seguido do cimento de ionômero de vidro modificado por resina,
como mais uma alternativa de protocolo de proteção pulpar.
Pesquise mais
Leia este capítulo de livro para ajudar na compreensão do tema:
Avançando na prática
Cavidade classe II OD
Descrição da situação-problema
Resolução da situação-problema
Realizar profilaxia do dente a ser preparado e dos dentes contíguos 24, 25 e 26,
no mínimo. O preparo cavitário deve ser iniciado pela face oclusal, uma vez que
é possível verificar na radiografia que existe lesão abaixo do LAD, já que não há
evidência de cavitação pela face distal, onde a perda dentinária vista na radiografia
é maior. À medida que o preparo cavitário é estendido para a distal, muito
provavelmente será observada a lesão de cárie, caracterizando uma cavidade de
Classe II OD. Perguntamos: como deve ser realizada a remoção de cárie nessa
situação? Será conveniente remover todo o tecido cariado? Após o acesso à
lesão e a forma de contorno, deve ser realizada a instalação do isolamento
A partir desse ponto, o dente pode ser restaurado diretamente com o amálgama
de prata, selecionando uma liga de fase dispersa ou de partículas esféricas de alto
teor de cobre. Caso o cirurgião-dentista tenha à sua disposição apenas ligas em
forma de limalha, fica a preocupação de que as margens da restauração se tornem
manchadas pelos produtos da corrosão desse material. Assim, um outro cuidado
pode ser tomado nessa fase de proteção pulpar: obter o selamento das margens
cavitárias com a aplicação de um sistema adesivo. Você sabe que existem duas
estratégias para realizar a adesão às estruturas dentárias, portanto existem diferentes
tipos de sistemas adesivos. Uma das estratégias, utilizada nos sistemas adesivos
convencionais, é a remoção de uma camada de resíduos decorrentes do preparo
cavitário, que fica depositada na superfície da dentina, chamada de smear layer (ou
lama dentinária). A segunda estratégia utiliza monômeros com
A partir desse ponto, o dente pode ser restaurado diretamente com o amálgama
de prata, selecionando uma liga de fase dispersa ou de partículas esféricas de alto
teor de cobre. Caso o cirurgião-dentista tenha à sua disposição apenas ligas em
forma de limalha, fica a preocupação de que as margens da restauração se tornem
manchadas pelos produtos da corrosão desse material. Assim, um outro cuidado
pode ser tomado nessa fase de proteção pulpar: obter o selamento das margens
cavitárias com a aplicação de um sistema adesivo. Você sabe que existem duas
estratégias para realizar a adesão às estruturas dentárias, portanto existem diferentes
tipos de sistemas adesivos. Uma das estratégias, utilizada nos sistemas adesivos
convencionais, é a remoção de uma camada de resíduos decorrentes do preparo
cavitário, que fica depositada na superfície da dentina, chamada de smear layer (ou
lama dentinária). A segunda estratégia utiliza monômeros com
Escultura: a escultura será iniciada pela crista marginal externa com o explorador
nº 5, em seguida inicia-se a escultura das vertentes internas da cúspide, da crista
marginal e da fóssula distal do dente, que pode ser realizada com o esculpidor de
Hollemback nº 3 e 3S, de Frahm, discoide e cleoide.
1. Finalização da restauração.
Polimento da restauração:
Quando polir?
1. Borrachas abrasivas: baixa rotação; refrigerada (com água, com álcool, pastas
abrasivas, gel lubrificante); forma de taça ou chama; abrasividade decrescente:
marrom, verde e azul.
2. Pós abrasivos: baixa rotação; em forma de pasta (com água ou álcool); auxílio
de escova Robinson ou taça de borracha; abrasividade decrescente: pedra-pomes,
branco de Espanha e óxidos metálicos – amalglós.
Referências
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Janeiro: Elsevier, 2013. 592p.
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BARBOSA, G. A. S. et al. Distúrbios oclusais: associação com a etiologia ou uma
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ATM e Dor Orofacial, Curitiba, v. 3, n. 10, p. 158-163, abr./jun.2003.
BUSATO, A. L. S. (Coord.) Dentística: filosofia, conceitos e prática clínica. GBPD: Porto
Alegre: Artes Médicas, 2006.
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2007. 584p.
DAWSON, Peter E. Oclusão funcional – da ATM ao desenho do sorriso. 1. ed. São Paulo:
Ed. Santos, 2008.
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parte clínica – oclusão. São Paulo: Ed. Artes Médicas, 2013. 160p. Série ABENO.
LUCIA, V.O. A technique for recording centric relation. J Prosthet Dent 14:492, 1964.
MACIEL, R. N. Parafunções-Disfunções. In: Oclusão e ATM. Procedimentos Clínicos.
São Paulo: Santos, 1998. p. 195-202
______. ATM e dores craniofaciais: fisiopatologia básica. São Paulo: Livraria Santos
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MARCHINI, L.; SANTOS, J. F. F. Oclusão dentária: princípios e prática clínica. 1. ed. Rio
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MEZZOMO, E. et al. Reabilitação oral contemporânea. 1. ed. São Paulo: Livraria Santos
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MOHL, M. D. et. al. Fundamentos de oclusão. Traduzido por Milton Edson Miranda. São
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MOLINA O. F. Fisiopatologia craniomandibular (Oclusão e ATM). São Paulo: Editora
Pancast, 1989.