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Cogumelos e intoxicações

Universidade de Évora, ICAAM, Pólo da Mitra, 2013


Alexandra Quitoles, Iara Neca, Raquel Bárrios

Cogumelos e intoxicações

Introdução

Os fungos são organismos vivos heterotróficos, ou seja, não produzem o seu próprio
alimento. Contrariamente ao que a maioria das pessoas pensa, nem todos os fungos são
decompositores. Os fungos dividem-se, consoante o seu tipo de vida, em parasitas,
saprófitas (decompositores) e micorrízicos (Martins, 2001).

A frutificação é a estrutura de reprodução sexuada destes organismos e tem uma grande


variedade de formas, cores e sabores, sendo os cogumelos as frutificações dos fungos.
Vários fungos como as leveduras não originam cogumelos.

Os cogumelos são atualmente muito utilizados na alimentação, na medicina, na


ornamentação e na luta biológica contra a processionária do Pinheiro (Martins, 2001).

Existem cogumelos comestíveis e não comestíveis, ou seja, alguns são bastante


benéficos para a nossa saúde e uma fonte rica em nutrientes e no entanto outros são
nocivos para a saúde devido à existência de toxinas, sendo alguns deles, potencialmente
letais. Contudo, a maioria dos cogumelos não são tóxicos mas também não são
comestíveis, pois apesar de não terem qualquer toxicidade não são muito apreciados
devido ao seu sabor, cheiro ou aspeto. Todos os cogumelos que se dizem comestíveis
são-no porque alguém resolveu provar e teve resultados positivos (Santos-Silva, 2013).

Apesar de existirem cogumelos muito diversificados existem também cogumelos muito


idênticos, como é o caso dos cogumelos Chantharellus cibarius, Hygrophoropsis
aurantiaca e Omphalotus olearius Estes cogumelos apresentam muitas semelhanças
físicas, sendo distinguidos apenas pela existência de pregas (Cantharellus cibarius,
comestível) em vez de lâminas (Hygrophoropsis aurantiaca, suspeito de toxicidade e
Omphalotus olearius, muito tóxico). Devido às inúmeras semelhanças entre eles,
ocorreram vários casos de intoxicações (Louro, 2013).

O maior problema da maioria das intoxicações provocadas por cogumelos, que levam à
morte do individuo que o ingere, é o facto de aquelas só serem detetada muito tempo
depois da sua ingestão.

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Casos não fatais, estão associados à síndrome gastrointestinal - vómitos, dor abdominal
e diarreia – e quase nunca necessitam de apoio médico. No entanto, nos casos mais
graves, que são aqueles acompanhados de desidratação, evoluem favoravelmente entre
as 12 e as 48 horas.

Em Portugal o tema dos cogumelos não é muito abordado e as pessoas têm receio de
comer porque devido à falta e até à errada informação que é fornecida (Brandão et al.,
2011).

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Resultados

As intoxicações por cogumelos são atualmente classificadas consoante o tempo de


latência desde a ingestão até ao aparecimento de sintomas. Desta maneira a toxicidade
precoce inclui os síndromes normalmente mais ligeiros, nos quais os sintomas surgem
em menos de 6 horas após a ingestão, a toxicidade tardia engloba os síndromes
potencialmente mais graves, cujos sintomas surgem 6 horas após a ingestão, e a
toxicidade retardada abarca as síndromes em que os sintomas surgem 24 horas após a
ingestão, constituindo, também intoxicações graves (Brandão et al., 2011).
Rui Tato Marinho, hepatologista, afirma que “a maior parte dos casos de
envenenamento por ingestão de cogumelos acontece às pessoas que dizem saber
distingui-los”. Os cogumelos pertencem a um reino pouco explorado pelo homem
comparativamente à enorme diversidade de fungos existentes no mundo.

A espécie Amanita phalloides é perigosa pois facilmente "engana", sendo a responsável


pelo internamento de 5 tailandeses em Novembro de 2010. "são muito idênticos aos
cogumelos silvestres que se podem comer. Esse é um perigo porque as pessoas podem
confundi-los", explicou o clínico Rui Tato Marinho. Os primeiros sintomas de
envenenamento por ingestão de cogumelos são dores de barriga e diarreia (Silva, 2010).

A insuficiência hepática é responsável por 90% da morte de indivíduos resultante dos


casos mais graves da ingestão de cogumelos tóxicos e refere-se à alteração das funções
do fígado em maior ou menor grau, ou seja, quando há dificuldade em desempenhar as
funções normais de metabolizar e sintetizar proteínas. As células do fígado começam a
morrer levando à sobrecarga dos rins e, posteriormente, à sua falência nesta situação a
pessoa morre. Exemplo disso é a notícia dada a 2011-12-16 pelo Jornal de Noticias “O
homem, que morreu por insuficiência hepática, tinha 55 anos e era um dos cinco
doentes que, segundo o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), se dirigiram,
na segunda-feira à noite, às instalações dos Bombeiros de Sines com dores abdominais,
vómitos e mal-estar geral. Concluiu-se que todos tinham ingerido cogumelos
venenosos. Três dos homens foram encaminhados para o hospital Curry Cabral, em
Lisboa, um foi para o Santo António, no Porto, e o quinto para Coimbra. O doente que
está no Porto, com 36 anos, aguardava ainda por um fígado cerca das 11.00 horas.

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Segundo fonte do Hospital de Santo António, o estado do doente veio a agravar-se. Em


Lisboa, dois dos três doentes receberam um transplante de fígado na madrugada de
quinta-feira, enquanto o terceiro aguardava ainda por um órgão ao início da noite de
quinta-feira.”

Na primavera de 2004, o serviço de pediatria do HESE detetou um caso de intoxicação


provavelmente causada pelo cogumelo Amanita verna. Três indivíduos deram entrada
no serviço de pediatria após a ingestão de cogumelos duvidosos. Os macrofungos
consumidos foram recolhidos “junto a azinheiras por um familiar inexperiente,
chegando às vítimas dentro de sacos de plástico, bastante sujos, com cheiro
característico da silarca”. Um dos indivíduos levantou suspeitas devido à presença de
uma “aguadilha” no estipe, “mas o facto do ‘truque do alho’ não ter dado sinal de
alarme levou ao consumo”. O início dos sintomas verificou-se 12 horas após a ingestão
mas só se registou agravamento clínico a partir das 36 horas; dois deles necessitaram de
internamento por insuficiência hepática (Morgado et al, 2006).

Existe uma grande diversidade de cogumelos em todo o território português, porém,


muitos deles são desconhecidos pela maioria das pessoas e a grande semelhança entre
eles leva a confusões graves.
O grande problema desta grande diversidade é a falta de conhecimento pois esta leva a
que as pessoas comam cogumelos venenosos pensando que estão a comer cogumelos
comestíveis, as pessoas arriscam sem ter um conhecimento forte das diferenças entre
eles.

Confusões como comer Amanita phalloides que é tóxica em vez de Tricholoma


equestre conhecido como míscaro ou confundir Amanita verna com Amanita ponderosa
são muito frequentes e levam a graves problemas na saúde do individuo que as ingere.

As descrições dos cogumelos que se seguem foram adaptadas de: Santos-Silva (2007),
Federação dos Produtores Florestais de Portugal (2008) e Matos (2010).

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Amanita rubescens e Amanita muscaria

O Grupo das Amanitas é grande e diversificado havendo Amanitas tóxicas e Amanitas


comestíveis sendo por isso necessário conhecê-las.

Amanita rubescens

Nome comum: amanita vinhosa, pé vermelho

Este cogumelo cresce em qualquer solo de bosque principalmente no outono e na


primavera e forma micorrizas. A nível gastronómico é um cogumelo bastante apreciado,
porém, são necessários cuidados, pois confunde-se facilmente com outros cogumelos
tóxicos como, por exemplo, o A. pantherina. Apesar de ambos possuírem chapéus de
cores muito semelhantes, podem diferenciar-se através da sua carne que no caso da
Amanita rubescens é cor-de-rosa e no caso da A. pantherina é imutável.

Amanita rubescens possui um chapéu com diâmetro que varia entre os 5 e os 15 cm.
Tem numerosos restos do véu da volva em forma de verrugas de algodão branco. É um
cogumelo que possui lâminas largas, livres e brancas tal como os seus esporos. Possui
um pé cilíndrico que é mais grosso na base, estreitando na parte superior. Possui
também volva.

“Amanita rubescens”

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Amanita muscaria

Nome comum: amanita mata mosca, mata bois, frades de sapo

Amanita muscaria é um cogumelo que surge em diversos habitats. É um cogumelo


tóxico que se desenvolve principalmente na primavera e no outono.

É um cogumelo com chapéu de cor vermelha e diâmetro entre os 8 e os 24 cm e que


possui restos do véu esbranquiçados. As suas lamelas são livres, geralmente de cor
branca. A parte do seu pé tem a forma de um bolbo envolvido por anéis irregularmente
rompidos. Possui uma volva bem definida tornando-se não evidente com a idade.

“Amanita-mata-moscas (Amanita muscaria) – tóxico”, Os Cogumelos e os seus Venenos - Celeste Santos


e Silva e Rogério Louro – Universidade de Évora

Amanita ponderosa e Amanita verna

A Amanita ponderosa e a Amanita verna são dois cogumelos muito idênticos. Ambos
podem ter cor branca, anel e volva o que provoca confusão e dificuldade em distingui-
los.

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Amanita ponderosa

Nome comum: silarca

A Amanita ponderosa é muita apreciada especialmente na Beira Interior e Alto Alentejo


e há pessoas que se dedicam à sua apanha para venda aos restaurantes locais.

Possui chapéu convexo a plano com dimensão de 8 a 13 cm, branco quando jovem e
ocre rosado quando maduro.

Tem pé com forma bolbosa de dimensões que variam dos 4 a 10 cm, branco ou rosado.

Possui anel e volva.

“Amanita ponderosa” – J.O.A. AMARANTE

Amanita verna

Nome comum: anjo da morte

Possui chapéu globoso com dimensões entre 4 a 9 cm, branco, liso e brilhante. As suas
lâminas são brancas assim como as suas esporadas. O seu pé é cilíndrico, com base
bolbosa de 4 a 12 cm, branco. Possui anel e volva.

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“Amanita verna” - Sputnik Drug Information Zone.

Amanita phalloides e Tricholoma equestre

Amanita phalloides é indicado como um dos cogumelos responsáveis pela maioria das
intoxicações nas populações. Isto deve-se à grande parecença entre ele e o famoso
míscaro muito apreciado pela maioria das pessoas. Ambos têm cor branca entre outros
aspetos e, ao contrário do mito de que o mesmo tipo de cogumelos está junto na mesma
área, estes cogumelos podem estar muito próximos e facilitar assim a confusão.

Tricholoma equestre

Nome comum: míscaro

Tricholoma equestre é um cogumelo que predomina em todo o território português mais


frequentemente no outono e na primavera. É um cogumelo muito apreciado e muito
procurado pelas populações.
Este cogumelo possui um chapéu hemisférico ou convexo de 5 a 10 cm de diâmetro que
vai aplanando e deformando com a sua maturação. Tem uma cutícula viscosa e
separável da carne. De cor amarelo azulado tornando-se ocre quando maduro.

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Tem lâminas amareladas muito irregulares e o seu pé é cilíndrico e amarelo como as


lâminas. A sua carne é branca e sem odor.

“Tricholoma equestre”– Movimento Novos Rurais

Amanita phalloides

Nome comum: cicuta verde

A Amanita phalloides é uma espécie de cogumelo altamente venenosa que pode causar
a morte após a sua ingestão. A Amanita phalloides pode ser encontrada em florestas,
normalmente junto de carvalhos, nogueiras e/ou coníferas.
Possui chapéu com diâmetro de 3,5 a 15 cm, convexo e com superfície lisa. A cor do
chapéu varia entre verde azeitona e amarelo acastanhado, sendo raramente branco. As
suas lamelas são livres, fechadas, moderadamente largas, em tom branco quase creme,
que passam a cor de vinho com concentrações elevadas de ácido sulfúrico.
O pé tem entre 4 a 18 cm de comprimento, 1 a 3 cm de largura e tem base larga e por
vezes bulbosa. Os esporos têm dimensões que variam de 6 a 10 µm e com cor branca.

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“Amanita phalloides” - Sputnik Drug Information Zone

Cantharellus cibarius, Hygrophoropsis aurantiaca e Omphalotus olearius

Existem três tipos de cogumelos diferentes que possuem muitas características


semelhantes entre eles. Cantharellus cibarius, Hygrophoropsis aurantiaca e
Omphalotus olearius são facilmente confundidos e apenas Cantharellus cibarius é
comestível.

Cantharellus cibarius

Nome comum: cantarelas, canários, gema de ovo

O Cantharellus cibarius é um cogumelo micorrizíco que vive associado a folhosas,


como sobreiros e carvalhos. É um cogumelo que frutifica na primavera e no outono. Do
ponto de vista gastronómico é muito apreciado e bastante conhecido, tendo a
particularidade da sua carne nunca se estragar. Confunde-se facilmente com o
Omphalotus olearius que é tóxico.

Tem um chapéu de 4 a 10 cm de diâmetro de cor amarelo vivo. 0s seus esporos são


amarelo intenso. O seu odor é agradável e o seu sabor é doce.

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“Cantharellus cibarius” – 2006, S.T. Bates (AMP)

Hygrophoropsis aurantiaca

Nome comum: falso cantarelo

Hygrophoropsis aurantiaca é um cogumelo que pode ser encontrado durante o outono


até ao início do inverno.
Possui um chapéu convexo com 3 a 6 cm de diâmetro. A sua cutícula é amarela e
separável da carne. As suas laminas são delgadas e apertadas da mesma cor que o
chapéu.
Tem um pé cilíndrico maciço, oco, da mesma cor do chapéu. Carne escassa e
amarelada. Os seus esporos têm cor creme.

“Hygrophoropsis aurantiaca” - Concours photo catégorie "champignons"

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Omphalotus olearius

Nome comum: Lanterna do Diogo

O cogumelo Omphalotus olearius aparece na primavera e no outono, normalmente


sobre raízes de plantas como a oliveira, o carvalho e o castanheiro.
O chapéu pode atingir entre 10 a 15 cm de diâmetro, tem uma cor alaranjada brilhante,
depois castanho, afunilado com os bordos ondulados. Apresenta lamelas muito
decorrentes, de cor amarela ou laranja, por vezes, fosforescentes no escuro.
O pé é fibroso, pode chegar a 15 cm de altura e apresenta a mesma cor do chapéu ou
amarelo. A carne é de cor amarela, com odor a azeite.
É um cogumelo tóxico, provocando vómitos e diarreia, quando ingerido.
Pode confundir-se com o cogumelo Cantharellus cibarius, mais pequeno, que é
comestível.

“Omphalotus olearius” – Matos (2010)

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Discussão

Embora muitas pessoas não o saibam, o reino dos fungos é um dos três mais
diversificados. Existe uma grande variedade de fungos e cogumelos e, por vezes, o
pouco conhecimento das pessoas neste assunto leva a erros que podem ser fatais.

O ser humano esteve, desde sempre, habituado a arriscar na vida. A realidade é que as
pessoas sabem que há cogumelos venenosos, porém, a vontade de provar algo que
dizem ser tão bom fala mais alto! O grande contra desse desejo de experimentar algo
novo é o facto de as pessoas não se informarem primeiro acerca do tema. O Homem é
capaz de ir para o campo procurar um cogumelo muito famoso e saboroso sem ligar às
semelhanças existentes entre alguns cogumelos. Muitos indivíduos desconhecem que
um cogumelo muito bom e comestível pode ser parecido a um cogumelo tóxico. E uma
confusão entre eles pode levar à morte de quem ingere o cogumelo venenoso. Deste
ponto de vista colocam-se algumas questões: “Se até uma pessoa especializada pode,
num momento de distração, confundir dois cogumelos, qual será a probabilidade disso
acontecer a um inexperiente?”; “Com a quantidade/qualidade de meios de comunicação
e informação que existe nesta época, como é que ainda é possível que as pessoas
continuem a morrer por causa de cogumelos?”.

O grande contra de alguns cogumelos é o tempo que a pessoa intoxicada leva até ter
sintomas. Algumas vezes, os sintomas só aparecem passadas 48 horas e, nesse
momento, já não há muito a fazer. O veneno já está em circulação e é praticamente
impossível pará-lo! Isto também acontece porque os médicos não têm conhecimento de
todos os cogumelos e dos efeitos das suas toxinas. Para se conseguir salvar mais
indivíduos intoxicados por cogumelos, seria necessário a existência de pessoas
especializadas nos hospitais.

Existem também vários mitos acerca da comestibilidade dos cogumelos. Muitas pessoas
continuam a acreditar que truques como o “truque do alho”, a “colher de prata”, entre
outros, são completamente fiáveis e, embora por vezes, achem o cogumelo tóxico ao
fazer o truque e o mesmo não apresentar que o cogumelo é tóxico, as pessoas acabam
por ingeri-los e, por vezes, têm graves problemas de saúde.

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Para uma maior segurança dos indivíduos que querem e gostam de comer cogumelos, é
fundamental uma maior informação acerca dos mesmos e não acreditar nos mitos que,
apesar de antigos, são totalmente falsos.

Agradecimentos

A realização deste trabalho só foi possível graças ao auxílio e colaboração de pessoas e


entidades que contribuíram para a sua concretização:
Ao Ciência Viva pela oportunidade de frequentar o estágio do Programa OCJF;
À Universidade de Évora e ao ICAAM, em particular à Drª Joana Perdigão, por nos
terem acolhido;
Á Profª Drª Celeste Santos e Silva e ao Mestre Rogério Louro por todos os
ensinamentos prestados.

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Referências Bibliográficas

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Silva, A. (2011) Intoxicação por cogumelos em Portugal. Acta Med Port., 24(S2): 269-
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Federação dos Produtores Florestais de Portugal. (2008). Guia de Campo Cogumelos


Silvestres. Lisboa. 72 p.

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Louro, Rogério (2013). Évora. Comunicação pessoal.

Martins, F. Xavier. (2001). Aproveitamento dos recursos micológicos. A Pantorra, 1:


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Matos (2010). Plantifungi.

Morgado, L., Martins, L., Gonçalves, H., Oliveira, P. (2006). Estudo de intoxicações
causadas por ingestão de macrofungos na região do Alto Alentejo. A Pantorra, 6: 65-74.

Santos-Silva, C. (2007) Os cogumelos do Parque de Natureza de Noudar. Edição EDIA.


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Santos-Silva, Celeste (2013). Évora. Comunicação pessoal.

Silva, Elizabete. (2010). Jornal de Noticias Portugal. (on-line).

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