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MADRASSAH E ESCOLA BAITUL ILM

Língua Portuguesa
GRAMÁTICA I
Prof. Ricardo Brito
2020
PORTUGUÊS

CONTEÚDOS GRAMATICAIS – FICHAS INFORMATIVAS

1. Tipos e Formas de Frases


Tipos
- Declarativo (Refere, informa, caracteriza, descreve situações)
- Interrogativo (Formula uma questão)
- Exclamativo (Exprime sentimentos e emoções)
- Imperativo (Transmite um conselho, pedido, ordem)

Formas
- Afirmativa (Exprime uma afirmação)
- Negativa (Exprime uma negação)
- Enfática (Inclui-se um elemento dispensável mas que dá realce à frase)
- Neutra (Não se incluiu o elemento dispensável)
- Ativa (O sujeito pratica a acção expressa pelo verbo)
- Passiva (O sujeito recebe ou sofre a acção expressa pelo verbo)

2. Forma activa/passiva
- Nas frases em forma activa, o sujeito pratica a acção expressa pelo verbo.
Ex.: Esta personagem representa toda a nobreza.
- Nas frases em forma passiva, o sujeito sofre (ou recebe) a acção indicada pelo verbo.
Ex.: Toda a nobreza é representada por esta personagem.

Nota 1: Quando se muda a forma da frase, os elementos sintácticos desta podem passar a
desempenhar funções diferentes na frase. Assim temos as seguintes:

Frase activa Frase passiva


sujeito Agente da passiva
Verbo (voz activa) Verbo (voz passiva)
Complemento directo sujeito
Outras funções sintácticas mantém-se iguais

Nota 2:a voz passiva dos verbos forma-se com o auxiliar do verbo ser ou estar + o particípio
passado do verbo principal.
Exemplo:
eu fiz o trabalho/o trabalho foi feito por mim.
Os trabalhadores constroem os prédios/ os prédios são construídos pelos trabalhadores.
A aluna fará os trabalhos/os trabalhos serão feitos pela aluna

3. Subordinação/Coordenação

 Orações Subordinadas – Estas orações exigem sempre a existência de uma oração


subordinante ou coordenada na frase e são introduzidas por conjunções ou locuções conjuncionais.
Principais relações de subordinação:

- Subordinadas Causais: Relação de causa (visto que, porque, dado que);


- Subordinadas Temporais: Relação de tempo (quando, assim que);
- Subordinadas Condicionais: Relação de condição (se);
- Subordinadas Finais: Relação de fim, de objetivo (a fim de que, para que);
- Subordinadas Comparativas: Relação de comparação (bem como, tal como, assim, como);
- Concessivas: Indicam uma circunstância que se opõe à acção, mas não a impede (ainda
que, mesmo que);
- Subordinadas Consecutivas: Introduzem uma consequência (de maneira que, de forma que);
- Subordinadas Completivas: Completam o sentido da oração anterior (que);
- Subordinadas Relativas Restritivas: Limitam o significado da oração anterior (que – no interior da
frase);
- Subordinadas Relativas Explicativas: Introduzem uma ideia adicional (que – separado por
virgulas).

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 Orações Coordenadas – Estas orações têm sentido sem uma oração principal, embora
algumas peçam a presença de outra oração coordenada. Principais relações de coordenação:

- Coordenadas Copulativas: Ideia de adição (e, nem, também, não só... como também).
- Coordenadas Adversativas: Ideia de oposição (mas, porém, no entanto, contudo)
- Coordenadas Disjuntivas: Ideia de alternativa (nem...nem, ou...ou, ou)
- Coordenadas Conclusivas: Ideia de conclusão (logo, por isso, então, portanto)

4. Classes Morfológicas
Classes Variáveis:
Substantivos, Determinantes, Pronomes, Adjectivos, Verbos, Numerais.
Classes Invariáveis:
Advérbios, Preposições, Conjunções, Interjeições.

a.
Substantivos
Os nomes (substantivos) designam seres, objectos ou sentimentos. Flexionam-se em Género,
Número e em Grau. Dividem-se em subclasses:

-Concretos: Designam tudo o que é físico ou palpável (livro, papel…).


-Comuns: Indicam qualquer um dos seres de uma espécie (árvore…).
-Próprios: Individualizam um ser (Lisboa…)
-Colectivos: Designam um conjunto de seres ou objectos da mesma espécie (multidão).
-Abstractos: Designam sentimentos, estados, acções, qualidades, estados ou conceitos,
seres não físicos/palpáveis (amor, colheita…).
Género: masculino e feminino.
Número: singular e plural.
Grau: normal, aumentativo e diminutivo. (ex: casa, casinha e casarão)* consulta uma gramática para
veres as excepções.

Nota:alguns são biformes (têm uma forma para o masculino e feminino; uma para o singular e
outra para o plural) e outros uniformes (têm uma única forma para o género ou para o número).

b. Determinantes
Os determinantes precedem o nome, concordando com este em número e género e muitas
vezes definindo-o.

- Artigos
- Definidos: Definem o nome (o/a, os/as)
- Indefinidos: Não definem o nome (um/uma, uns/umas)
- Demonstrativos: Demonstram o estado ou posição do nome (este, esse, aquele, o mesmo, o
outro, o tal – os mesmos no feminino e no plural).
- Possessivos: Exprimem a posse do ser/objeto
- Um possuidor: (meu/minha, teu/tua, seu/sua – os mesmos no plural)
- Vários possuidores: (nosso, vosso, seu – os mesmos no feminino e no plural)
- Indefinidos: Referem-se ao nome de modo vago (Variáveis: algum, nenhum, todo, muito, pouco,
tanto, outro, certo, qualquer – os mesmos no feminino e no plural; Invariável: cada)
- Interrogativos: Questionam o nome (Variáveis: qual/quais, quanto/quantos; Invariável: que).

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c. Pronomes: Os pronomes substituem os substantivos, para evitar repetições de nomes.
* algumas subclasses são iguais ao determinante

- Pessoais: Indicam quem fala, com quem se fala ou de quem se fala.

C. I. com
Número Sujeito C. Direto preposição sem preposição
Singular eu, tu, ele/ela me, te, se/o/a me, te, lhe mim, ti, si/ele/ela
nós, vós, nos, vos, nós, vós,
Plural eles/elas se/os/as nos, vos, lhes si/eles/elas

- Possessivos: Exprimem a posse do ser/objeto


- Um possuidor: (meu/minha, teu/tua, seu/sua – os mesmos no plural)
- Vários possuidores: (nosso, vosso, seu – os mesmos no feminino e no plural)
- Demonstrativos: Demonstram o estado ou posição do ser/objeto (este, esse, aquele, o mesmo, o
outro, o tal – os mesmos no feminino e no plural).
- Indefinidos: Referem-se ao ser/objeto de modo vago (Variáveis: algum, nenhum, todo, muito,
pouco, tanto, outro, certo, qualquer – os mesmos no feminino e no plural; Invariáveis: alguém, algo,
ninguém, tudo, outrem, cada, nada)
- Interrogativos: Questionam o ser/objeto (Variáveis: qual/quais, quanto/quantos; Invariável: que, o
quê, quem, onde).
- Relativos: Fazem referência, ao ser/objeto (Variáveis: o qual, cujo, quanto – os mesmo no feminino
e no plural; Invariáveis: que, quem, onde)

d. Adjectivos

São palavras variáveis que caracterizam o nome/substantivo, atribuem-lhe características, qualidades


ou propriedades.
 Género: podem ser biformes, quando têm duas formas: masculina e feminina, e uniformes,
quando têm apenas uma forma.
 Número: podem ser biformes, quando têm duas formas: masculina e feminina, e uniformes,
quando têm apenas uma forma.

Flexão em Graus

 Grau Normal: o adjetivo caracteriza o nome. (ex: O Zacarias é inteligente.)


 Grau Comparativo: estabelece-se a comparação entre dois nomes.
- Comparativo de Superioridade (ex.: O Albano é mais inteligente que o Zacarias)
- Comparativo de Igualdade (ex.: A Catarina é tão inteligente como o António)
- Comparativo de Inferioridade (ex.: A Daniela é menos inteligente que o Tomás)
 Grau Superlativo Absoluto: a característica atribuída pelo adjectivo é intensificada.
- Superlativo Absoluto Analítico (ex.: O Diogo é muito inteligente)
- Superlativo Absoluto Sintético (ex.: A Diana é inteligentíssima)
 Grau Superlativo Relativo: a característica destaca o sujeito.
- Superlativo Relativo de Superioridade (ex.: A Ana é a mais inteligente)
- Superlativo Relativo de Inferioridade (ex.: O Osvaldo é o menos inteligente).

Nota: Alguns adjectivos têm graus Superlativos Absolutos Sintéticos irregulares.


ex.: nobre – nobilíssimo
fácil- facílimo
fiel- fidelíssimo
doce- dulcíssimo
pobre- paupérrimo
feliz- felicíssimo
amável- amabilíssimo
antigo- antiquíssimo

* Consulta uma gramática para conheceres mais casos.


* Os adjectivos apresentados a seguir são casos especiais de comparativos e superlativos

- bom/melhor/óptimo
- mau/pior/péssimo
- grande/maior/máximo

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- pequeno/menor/mínimo

e. Verbos

Os verbos variam em:

 Pessoa – 1ª, 2ª, 3ª;


 Tempo – Presente, pretérito, futuro.
 Modo – Indicativo, Conjuntivo, Condicional, Infinitivo e Imperativo;
 Número – Singular e Plural;
 Voz – Ativa, passiva,

O Verbo é a palavra essencial para exprimir uma ideia ou apresentar um enunciado.

INDICA:

Acção – Bruna andava pela escola.


Estado – O Iago estava apaixonado.
Desejo – Queria muito uma escola na praia.
Fenómeno da natureza – Choveu sem parar naquele dia.

O QUE É UMA CONJUGAÇÃO?

Trata-se do conjunto de formas dessa categoria gramatical para estruturar um pensamento. Tais como:
pessoa, número, modo, tempo e voz.

3 CONJUGAÇÕES:

- verbos da 1ª conjugação – são os verbos terminados em –ar (andar, falar, estudar);


- verbos da 2ª conjugação – são os verbos terminados em –er ou -or (correr, comer, pôr);
- verbos da 3ª conjugação – são os verbos terminados em –ir (partir, ouvir, sorrir).

* Há verbos irregulares que devem ser estudados à parte, pois têm vários radicais.

Verbos regulares Verbos irregulares


Eles estudam eles fazem
Eles estudavam eles faziam
Eles estudaram eles fizeram
Eles estudarão eles farão
Eles estudem eles façam
Eles estudassem eles fizessem

PESSOA E NÚMERO

O verbo concorda com o ser ou coisa que pratica a ação. As pessoa são três e podem estar no singular ou no
plural.

Exemplo: Eu falo, Tu falas, Ele fala, Nós falamos, Vós falais, Eles falam.

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TEMPO

A flexão de tempo indica o momento em que se dá o facto expresso pelo verbo:

Presente. O facto ocorre no momento em que se fala.


Ex. Ana Paula espera a filha na escola.
Pretérito perfeito. Indica um acontecimento prolongado, ocorrido no passado.
Ex. A Joana faltou à aula.
Pretérito imperfeito. Apresenta um acontecimento prolongado ou repetido no passado.
Ex. Em 1943, ele combatia na II Guerra Mundial.
Pretérito mais-que-perfeito. Localiza um acontecimento num passado anterior a um outro (passado)
tomado como referência.
Ex. Quando ele chegou, a mãe já telefonara.
Futuro. O facto ainda vai ocorrer
Ex. Assistirei ao filme no domingo.
Tempos compostos – verbo auxiliar e um principal.
Ex. Ana Luís estava a vir para a escola

MODO
Indica a maneira e a circunstância em que o facto é descrito. São cinco:

Indicativo – O fato é dado como certo, real, definitivo.


Ex.: A Terra gira à volta do Sol.

Conjuntivo – O conjuntivo apresenta a acção como uma possibilidade, um desejo ou uma dúvida.
Ex.: Fosse eu rico nada de isto aconteceria.
Gostaria que viesses.
Talvez o problema se resolva.

Imperativo – o imperativo está associado à expressão de uma ordem, de um pedido, convite etc.
Ex.: Faça o que eu estou a dizer.
Não se mexam.

Condicional – O condicional é utilizado para indicar acontecimentos que ocorreriam no futuro ou no


presente, caso se verificassem as condições.
Ex.: Eu entregaria o relatório amanhã caso o computador já estivesse arranjado
Fecharia a loja se os clientes já tivessem saído

Infinitivo – Apresenta uma acção, qualidade ou estado de um modo vago, como uma simples ideia, em
abstracto.
Ex. Para conseguires o que desejas, tens de esforçar-te mais.
Foi conveniente termos telefonado naquele momento?

VOZ
Designa o modo pelo qual o sujeito se relaciona com o verbo. São duas:

1. Activa. O sujeito é o agente, pratica a acção expressa pelo verbo:


Ex. Os laboratórios pesquisam substâncias e fabricam remédios.
2. Passiva. O sujeito sofre a ação expressa pelo verbo:
Ex. Os remédios são fabricados pelos laboratórios.

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Nota: Os tempos compostos estão no mesmo Modo que se está a abordar. Junta-se sempre o
Particípio Passado do verbo principal. O auxiliar pode sempre ter ou haver.
Modo Indicativo (Tempos Compostos)
- Pretérito Perfeito: Presente do auxiliar
- Pretérito Mais-que-perfeito: Pretérito Imperfeito do auxiliar
- Futuro Perfeito: Futuro simples Indicativo do verbo auxiliar

Modo Conjuntivo (Tempos Compostos)


- Pretérito Imperfeito: Presente do auxiliar
- Pretérito Mais-que-perfeito: Pretérito Imperfeito do auxiliar
- Futuro Perfeito: Futuro simples do auxiliar
Modo Imperativo
Ordem, conselho ou pedido (só apresenta a 2ª pessoa do Singular e do Plural. Ex.: “Passa a
bola!”; “Espere um pouco.”, etc...). É característica do discurso directo.

Modo Condicional
Ação, qualidade ou estado dependente de uma condição.
- Simples (ex.: faria (se)... dirias (se)... viríamos (se...))
- Composto: Auxiliar no condicional

Modo Infinitivo (Pessoal)


Apresenta uma acção, qualidade ou estado de modo vago ou abstracto.
- Simples (ex.: Para conseguires isso, tens que te esforçar mais)
- Composto: Infinitivo pessoal do auxiliar

Modo Infinitivo (Impessoal) – Forma Nominal


Este infinitivo é uma forma nominal porque pode desempenhar, de certa forma, a função de um
nome.
- Simples (ex.: É preciso avisá-lo! [avisar = o aviso])
- Composto: Infinitivo do auxiliar

f. Advérbios
São palavras invariáveis que servem para determinar ou intensificar o sentido de verbos,
adjectivos ou outros advérbios.

 Advérbios de Lugar: abaixo, acima, acolá, adiante, aí, além, algures, ali, antes, aqui...
 Advérbios de Tempo: agora, ainda, amanha, anteontem, antes, cedo, tarde, hoje...
 Advérbios de Modo: assim, bem, como, depressa, devagar, mal, bem, sobretudo, simplesmente,
bruscamente (e outros com o sufixo –mente, os quais nunca levam acentuação!)
 Advérbios de Intensidade ou Quantidade: bastante, bem, demasiado, muito, pouco, tanto...
 Advérbios de Afirmação: já, sim, certamente, efetivamente, também...
 Advérbios de Negação: jamais, nunca, não...
 Advérbios de Inclusão: ainda, também, mesmo...
 Advérbios de Exclusão: apenas, somente, só, unicamente...
 Advérbios de Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, talvez
 Advérbios de Designação: eis
 Advérbios Interrogativos: onde, quando, porque, porquê

Locuções Adverbiais (preposição + nome/advérbio): de manhã, de novo, em breve, por vezes...

g. Preposições
Palavras invariáveis que estabelecem uma relação entre elementos da frase. Essa relação pode
ser de: tempo, lugar, modo, companhia, causa, fim, oposição, carência, falta, conteúdo ou existência.
As preposições simples são:
a, ante, após, até, com, contra, de, desde, durante, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre,
trás.

As preposições podem contrair-se e formar preposições contraídas (ex.: a+a = à). Existem ainda
Locuções Prepositivas (abaixo de, acerca, de, diante de, à volta de, em vez de...).

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h. Conjunções

Palavras invariáveis que servem para relacionar orações dentro da frase.


Coordenativas (ver 3 – Coordenação/Subordinação)
- Copulativas
- Adversativas
- Disjuntivas
- Conclusivas

Subordinativas (ver 3 – Coordenação/Subordinação)


- Causais
- Temporais
- Condicionais
- Finais
- Comparativas
- Concessivas
- Consecutivas
- Completivas/Integrantes

5.Funções Sintáticas

Os elementos que podem constituir uma oração são: Sujeito, nome predicativo do sujeito,
Predicado, Atributo, Vocativo, Complemento Determinativo, Complemento Circunstancial, Agente da
passiva e Aposto.

◊ Sujeito – quem pratica a ação


Tipos: Simples (um nome, palavra ou expressão), Composto (mais que um nome, palavra ou
expressão), Omisso/Subentendido (não está expresso mas é possível identificá-lo), Indeterminado
(não pode ser determinado, ou seja, não se sabe que praticou a acção) ou Inexistente (quando não
existe – fenómenos naturais, verbo haver com o sentido de existir, verbo ser indicando tempo).

◊ Predicado – é o que se diz acerca do sujeito

- Predicado Nominal (constituído por um verbo copulativo «ser, estar, continuar, parecer, ficar» que
exige o nome predicativo do sujeito, que é o elemento que atribui a característica do sujeito. Ex.:
Essas peças são textos cómicos. Sujeito + predicado nominal [verbo copulativo + nome predicativo do
sujeito])

– Predicado Verbal
- Com verbo intransitivo: o verbo só por si transmite o conteúdo da acção.
- Com verbo transitivo: o verbo passa a acção para um ser ou ideia.
 Transitivo Directo: Exige complemento directo [“o quê”] (ser sobre o qual recai directamente
a acção do verbo)
Predicativo do Complemento Directo: Nome que caracteriza o Complemento Directo. É pedido
pelos verbos transitivos directos: «achar, considerar, declarar, nomear».
 Transitivo Indirecto: Exige complemento indirecto [“a quem”] (ser sobre o qual recai
indirectamente a acção)
 Transitivo Directo e Indirecto: Exige complemento directo e complemento indirecto [“o
quê, a quem”].

◊ Atributo – Adjectivo que se junta ao nome para o caracterizar. É acessório e dispensável.

◊ Vocativo – Nome ou expressão que se chama ou invoca. É acessório na oração, e próprio do


discurso directo.

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◊ Complemento Circunstancial
- De tempo
- De lugar
- De companhia
- De modo
- De causa
- De fim
- De meio

◊ Agente da Passiva – ser que pratica a acção sofrida pelo sujeito na frase passiva.

◊ Aposto – nome ou expressão que dá uma explicação sobre outro nome ou expressão.

6. Formação de Palavras

O léxico português enriquece-se mais frequentemente e criativamente a partir da


formação de novas palavras tendo por base outras já existentes (palavra
primitiva). Os processos mais frequentes de formação de palavras são a
Derivação e a Composição.

Composição:
Consiste na formação de uma nova palavra a partir da junção de duas, ou mais, palavras
primitivas. A palavra adquire um novo significado.

Aglutinação: união de palavras primitivas, sofrendo alterações e ficando sujeitas a um único acento.
EX.: embora (em+boa+hora)

Justaposição: união de palavras primitivas por um hífen, mantém os acentos. EX.: beija-flor
(beija+flor)

Derivação:
Formação de uma nova palavra a partir de um elemento (afixo) que se junta à palavra primitiva.
(prefixo - antes da palavra; sufixo – depois da palavra)

Derivada por prefixação: elemento no início da palavra primitiva. EX.: reler (re+ler)

Derivada por sufixação: elemento no fim da palavra primitiva. EX.: malvadez (malvado+ez)

Derivada por prefixação e sufixação: elemento no início e no fim da palavra primitiva (EX:
infelizmente (in+feliz+mente)

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*Vê com atenção o esquema e os exemplos:

FORMAÇÃO DE PALAVRAS

Processos de Formação de Palavras

Derivação Composição

Afixação Justaposição Aglutinação

Prefixação
Sufixação
prefixação e sufixação

DERIVAÇÃO
 AFIXAÇÃO

Consiste na adição de afixos – morfemas (unidades mínimas de significação)- que


se acrescentam à forma de base ou radical ( palavra primitiva já existente) –
formando novas palavras.
pré - escola - r

prefixo base ou sufixo


radical
 Os prefixos são afixos que se colocam no início da forma de base. – ie.
Des+conforto-.
 Os sufixos são afixos que se colocam no final de uma forma base. – ie –
feliz+mente.
 A junção de um sufixo a uma forma base pode originar:
- Nomes – felicidade
- Verbos – felicitar
- Adjetivos – felicíssimo
- Advérbios – felizmente

COMPOSIÇÃO

 JUSTAPOSIÇÃO

As palavras que se combinam para formar palavras compostas por justaposição estão
ligadas por hífen. Cada uma das palavras mantém a acentuação própria.
Menino-prodígio
Obra-prima
Azul-marinho
Beija-flor
Caminho de ferro
Couve-flor
Chapéu-de-sol
Mil-folhas

 AGLUTINAÇÃO
As palavras compostas por aglutinação resultam da fusão dos elementos que a constituem.
Subordinam-se a um só acento, o do último elemento. Na maior parte dos casos sofrem
alterações ortográficas.
 Bancarrota, Planalto (plano+alto), Corrimão (corre + mão)
Em alguns casos a nova palavra perdeu a ideia de composição dos elementos que a formam:
 Qualquer (qual + quer ); Embora (em boa hora)

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7. DISCURSO DIRECTO E INDIRECTO

Algumas Regras
Discurso direto Discurso Indireto

Sinais de pontuação: Geralmente, o ponto final (.)


dois pontos (:)
travessão (-)
aspas ("…")
ponto de exclamação e interrogação (!) (?)
ponto final (.)

Verbos introdutórios: dizer, afirmar, Verbos Introdutórios: dizer, afirmar,


declarar, acrescentar, responder, inquirir, declarar, contar, acrescentar, responder,
pedir, perguntar… seguidos de ":" e um "-" inquirir, pedir, perguntar… seguidos de
"que" ou "se"

Uso da 1ª ou 2ª Pessoa Uso da 3ª pessoa


Verbos:
Presente Pretérito Imperfeito
Pretérito Perfeito Pretérito mais-que-perfeito
Futuro do indicativo Condicional
Futuro do conjuntivo Pretérito imperfeito do conjuntivo
Modo Imperativo Pretérito imperfeito do conjuntivo
Pronomes pessoais Pronomes pessoais
Da 1ª e 2ª pessoa Da 3ª pessoa
Eu, tu Ele, ela
Nós, vós Eles, elas
Pronomes e determinantes Pronomes ou determinantes
Da 1ª ou 2ª pessoa Da 3ª pessoa
Este (s), esse (s) Aquele (s)
Isto, Isso Aquilo
Meu (s), teu (s), nosso (s), vosso (s) Seu (s) ou dele (s)
Advérbio de lugar e de tempo
Aqui, cá Ali, lá
Aí, ali, lá Lá
Agora, já Então, naquele momento, logo,
imediatamente
Hoje Naquele dia
Ontem No dia anterior
Amanhã No dia seguinte
Logo Depois
Vocativo Complemento Directo

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8. Conectores discursivos
Conectores ou Articuladores do discurso
Os conectores ou articuladores têm como função articular, conectar, ligar grupos de palavras;
unir frases simples, formando frases complexas; estabelecer um sentido lógico entre períodos e
parágrafos, de modo a construir textos coesos e coerentes.
Repara nos exemplos:

Função Articuladores / Conectores do discurso

agrupar, adicionar ideias, segmentos, e, nem (negativa), bem como, não só… mas também, além disso,
sequências, informação mais ainda, igualmente, ainda
ou, ou… ou, ora… ora, seja… seja, alternativamente, em
apresentar opções, alternativas
alternativa, opcionalmente
mas, porém, todavia, contudo, no entanto, contrariamente, pelo
indicar uma oposição, um contraste
contrário
negar o efeito, a conclusão embora, ainda que, mesmo que, conquanto, apesar de, malgrado,
exprimir uma concessão não obstante, mesmo assim, ainda assim
exprimir relações de tempo entre os quando, mal, assim que, logo que, enquanto, entretanto, depois
segmentos do texto / discurso que, desde que, antes de, mais tarde, ao mesmo tempo
para (que), a fim de, a fim de que, de modo / forma a, com o
traduzir o fim, a intenção, o objectivo
objetivo de
como, tal como, assim como, bem como, também, mais / menos
exprimir uma comparação
do que
exprimir a causa, a razão porque, visto que, dado que, como, uma vez que, já que

introduzir hipóteses ou condições se, caso, desde que, a não ser que, contanto que
Exprimir a ideia de consequência, resultado, por isso, daí que, de tal forma… que, tanto… que, tal… que, tão…
efeito que
portanto, assim, logo, por conseguinte, concluindo, para concluir,
exprimir uma conclusão (dedução lógica a
em conclusão, em consequência, daí, então, deste modo, por
partir do já exposto)
isso, por este motivo
completar o sentido do núcleo do grupo
que, se, para
verbal
documentar
por exemplo, a ilustrar, documentando, exemplificando
exemplificar

 Outros valores são expressos, por exemplo, pelas conjunções (porque introduz um valor de
causa, etc.).
 Pelos exemplos apresentados no quadro acima, não só as preposições, as conjunções, os
advérbios e expressões que lhes sejam equivalentes desempenham a função de conectores do
discurso. De facto, também os adjectivos numerais (primeiro, segundo, terceiro, etc.) e
algumas formas verbais no gerúndio (sintetizando, prosseguindo, concluindo, recapitulando, etc.)
ou no infinitivo antecedidas de preposição (para começar, para concluir, a seguir, a encerrar,
etc.) - podem funcionar como conectores.

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10. Tipologias textuais

a) Carta

Estrutura da carta formal

Em cima: Timbre - nome e função da pessoa (ex.: Carlos Luís Pedroso, Diretor Comercial
Assunto – pequeníssimo resumo da carta (ex.: manuais escolares)
Data – (ex.: Maputo, 2 de dezembro de 2013)
Destinatário – pessoa a quem vai ser enviada a carta (ex.: Exmo. Professor)

No meio: Desenvolvimento do assunto


Em baixo: Despedida – (ex.: Grato pela sua colaboração
Com os melhores cumprimentos
subscrevo-me com consideração
Assinatura – (ex.: Carlos Pedroso)

Estrutura da carta informal

Em cima: Data – (ex. Maputo, 2 de dezembro de 2013:)


Destinatário – pessoa a quem vai ser enviada a carta (ex.: Querida mãe [pai, irmão, amigo (a)]

No meio: Desenvolvimento do assunto

Em baixo: Despedida – (ex.: Adeus e muitos beijinhos da tua filha ….)


Assinatura – (ex.: Joana Gonçalves)

Funções: Tipos
- comunicar com amigos e/ou familiares - formal
- exprimir sentimentos - informal
- dar ou pedir informações
- estabelecer relações comerciais ou profissionais
- reclamar junto de uma empresa

b) Texto argumentativo – o objectivo deste texto é convencer os interlocutores, justificar ou refutar


opiniões. Têm intenção de agir sobre o destinatário do discurso, para reforçar ou alterar o seu
comportamento. Caracterizam-se pela apresentação de uma opinião, uma defesa ou uma contestação e
pela exposição de argumentos a favor ou contra uma tese.

c) Texto expositivo-explicativo – Apresentam análises e sínteses informativas, através de exposições ou


explicações científicas ou pedagógicas, abordando conhecimento, problemas, propostas de resolução,
etc., para esclarecimento dos interlocutores.

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d) Textos Literários

1. Texto Narrativo

Narrar é contar os acontecimentos, as histórias ou as experiências que vivemos, ouvimos ou


imaginamos. Vários são os elementos que participam da construção de uma narrativa, ou seja, ao contar
uma história, o narrador está a falar de personagens que se envolvem numa acção levada a cabo num
determinado espaço e durante um certo tempo. Por outro lado, pode o autor da narrativa «recheá-la»
com momentos de descrição (das pessoas, dos lugares), com diálogos, com reflexões.

Categorias da narrativa e modos de expressão são, pois, dois elementos fundamentais na análise de
qualquer narrativa.

CATEGORIAS DA NARRATIVA

1. AÇÃO Relevo Central


Secundária
Delimitação Fechada (acção solucionada até ao pormenor)
Aberta (acção não solucionada)
Sequências Narrativas Situação Inicial
Acontecimentos
Situação Final
Organização das Encadeamento (ordenação cronológica das
sequências narrativas acções)
e/ou das acções Alternância (entrelaçamento das acções)
Encaixe (introdução de uma acção noutra)
2. PERSONAGENS Relevo Central
Secundária
Figurante
Processos de Directa (através de palavras da personagem
caracterização acerca de si própria, de palavras de outras
personagens, de afirmações do narrador)
Indirecta (deduções do leitor acerca da
personagem, a partir de atitudes ou acções da
mesma)
3. ESPAÇO Físico (lugar onde a acção se realiza)
Social (o meio social a que pertencem e onde se
deslocam as personagens)
4. TEMPO Cronológico (marcas da passagem do tempo – dia, mês, ano,
etc.)
Histórico (enquadramento histórico das acções)
5. NARRADOR Presença Participante
Não participante

MODOS DE APRESENTAÇÃO
Narração
Descrição
Reflexão
Monólogo/Diálogo

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2. Texto poético:
O texto poético é muito diferente do modo literário anteriormente estudado. A poesia é uma revelação do
mundo interior, dos sentimentos, das emoções, dos pensamentos, dos anseios… Por isso, o texto poético
é, fundamentalmente, um discurso de 1º pessoa, logo, um discurso do “eu”.
Uma das marcas deste discurso é a subjectividade, uma vez que o sujeito poético transmite a sua
representação pessoal do mundo.

Aspectos formais
Verso:
Conjunto de palavras, de sentido completo ou não, com determinadas características rítmicas. Numa
composição poética escrita, ocupa uma linha, mesmo que tenha uma única palavra.
Estrofe:
Verso ou conjunto de versos, geralmente com uma unidade de sentido.
Cada conjunto, ao ser escrito é demarcado de outro por um espaço. Cada estrofe recebe, uma designação,
segundo o número de versos que apresenta.
1 Verso Monástico

2 Versos Dístico

3 Versos Terceto

4 Versos Quadras

5 Versos Quintilha

6 Versos Sextilha

7 Versos Sétima

8 Versos Oitava

9 Versos Nona

10 Versos Décima

+ De 10 Versos Irregular

 Ritmo – efeito sonoro produzido intencionalmente pela alternância entre sílabas tónicas (acentuadas) e
sílabas átonas (não acentuadas). Ao conjunto das sílabas acentuadas presentes num verso atribui-se a
designação de acento rítmico.
 Metro/métrica – medida poética que corresponde ao número de sílabas métricas de um verso. A
contagem do número de sílabas métricas:
o É efetuada apenas até à sílaba tónica (sílaba acentuada) da última palavra do verso;
o Procede-se normalmente à junção/elisão das vogais átonas finais quando a palavra seguinte
é iniciada por vogal.
EX: «Mu/dam/-se os/tem/pos/, mu/dam/-se as/von/ta/des.»
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (ùltima sílaba

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RIMA
Classificação da rima:

 Em função do esquema rimático (combinações de rima):


o Rima cruzada – a b a b
o Rima emparelhada – a a b b
o Rima interpolada – a b b a ou a b c a
o Rima encadeada – última palavra de um verso rima com o meio do verso seguinte.
EX: «E há nevoentos desencantos
Dos encantos dos pensamentos»
o Rima interior – uma das palavras (ou ambas) que rima encontra-se no interior do verso.
EX: «E eu na alma – tenho a calma»

11. Figuras de Estilo (Recursos Estilísticos)


As figuras de estilo são estratégias literárias que os escritores usam nos textos para conseguir um determinado
efeito na interpretação do leitor.

1. Personificação: consiste em atribuir qualidades humanas a tudo o que não seja humano (ideias, animais,
plantas, coisas, objectos inanimados, o irracional, etc.)
EX: "Plácida, a planície adormece, lavrada ainda de restos de calor.“ (Vergílio Ferreira)

2. Anáfora: consiste em iniciar vários versos ou frases por uma mesma palavra ou grupo de palavras. A Anáfora
pratica-se tanto em prosa quanto em verso.
EX: “Amor é fogo que arde sem se ver/ é ferida que dói e não se sente/ é um contentamento descontente/ é dor que desatina sem
doer/ é um não querer mais que bem querer”. (Camões)

3. Adjectivação Expressiva: recurso em que são utilizados adjectivos para caracterizar personagens, objectos
etc. de maneira a informar melhor o leitor. Existem três tipos de adjectivação. A adjectivação dupla (com dois
adjectivos por nome), a tripla (com três adjectivos cada) ou múltipla (com quatro ou mais adjectivos cada).
EX:“(…) os seus dois olhos redondos e agoirentos” Eça de Queiroz

4. Aliteração/assonância: a aliteração consiste na repetição do mesmo som, através da repetição de


consoantes; a assonância é a repetição dos mesmos sons vocálicos (vogais). Função: dar ritmo e imitar sons.
EX:aliteração do R “Ratos Roem Ríspidas Roupas do Rei de Roma dentRo Rabanete" (Matheus Vieira)

5. Hipérbole: consiste em exprimir uma ideia de forma exagerada.


EX:“Rios te correrão dos olhos, se chorares (…)” (Olavo Bilac)

6. Metáfora: consiste na comparação de dois termos sem o uso de “como”.


EX:"Amor é fogo que arde sem se ver" (Luís de Camões)
"Meu pensamento é um rio subterrâneo“ (Fernando Pessoa)

7. Antítese: é a exposição de ideias opostas.


EX: “Meus olhos andam cegos de te ver” (Florbela Espanca)

8. Enumeração: apresentação sucessiva de vários elementos.


EX: “…visitou pais, primos, irmãos …”

9. Comparação: associação entre dois termos diferentes, mas entre os quais algo que permite aproximá-los.
EX:“O Amor queima como o fogo.” (Camões)

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10. Perífrase: emprego de muitas palavras em lugar de poucas.
EX: “na época das temperaturas altas e da abundância de chuva” = Verão

11. Pleonasmo: uso de palavras que parecem desnecessárias por repetirem ideias, mas que servem para dar
mais força expressiva.
EX: "Subir para cima, descer para baixo“

12. Eufemismo: expressão que atenua uma realidade violenta.


EX: “Ele vivia de caridade pública“ (para não dizer ‘esmolas’)

13. Ironia: transmitir uma ideia dizendo precisamente o contrário do que se pensa, com entoação que revela a
verdadeira intenção.
EX: Não fizeram o trabalho? Que alunas aplicadas!

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