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Millan Puelles - Fundamentos de Filosofia

O que é definição nominal e definição real?


R= Definição nominal é toda definição que diz o significado gramatical da
palavra, podendo ser sinonimica ou etimológica e a definição real é a
essência do objeto de definição.

Qual a definição da filosofia?


R= A definição nominal etimológica da filosofia é “amor a sabedoria”, é amar
e admirar a sabedoria, mas não é uma admiração sentimental, mas uma
admiração intelectual de onde a sabedoria é objeto almejado pelo intelecto. A
filosofia é a sabedoria participada, pois a não-sabedoria é infra-humana, a
sabedoria pura, plena e infinita é divina e a sabedoria humana é filosofia, que
participa da sabedoria divina finitamente. Sinonimicamente a filosofia tem
historicamente certas relações, os Estoicos associam a filosofia e a sabedoria
a um exercício da virtude, de paciência e de calma, sempre associando o
filósofo a um homem virtuoso, que tem a capacidade de lidar com as
situações da melhor forma possível, os escolásticos associam a filosofia
como propriamente a razão humana sendo diferente da fé que é divina,
porém é frequentemente associada com a prudência e o positivismo que por
fim deturpou e desprezou o conceito de filosofia associando a mera
especulação sem fundamento, algo fantasioso e o filósofo a alguém
despretensioso, esse conceito é absurdo e infelizmente o positivismo deixou
essa mácula no pensamento geral do ocidente. A filosofia é algo humano e
“in fieri”, é transeunte, não é nem a ignorância nem o conhecimento mas é o
médio entre um e outro, é a passagem da potência (não-conhecimento) ao
ato (conhecimento), é o meio do cumprimento potencial do conhecimento. A
filosofia é a ciência de todos os seres por suas causas últimas, é a ciência do
todo.

Qual a função da filosofia?


R= A filosofia é algo inútil, não tem utilidade porque não serve a outro fim se
não a si mesmo, tudo aquilo que é útil tem sua função e baseia sua
existência em algo outro que não seja a si mesmo, ou seja seu valor subsiste
em outra coisa, mas a filosofia tem um valor por si própria. A utilidade é de
fato uma forma de valor, mas é a mais baixa pois funciona como um valor
médio e é automaticamente menos valoros que seu fim, a metafísica que é a
parte mais nobre da filosofia, é a filosofia pura, a “philosophia simpliciter” é
classificada por aristóteles como uma ciência livre, é o saber pelo saber, é
uma capacidade natural humana, a finalidade da filosofia é indefinível, ela
serve a infinitos fins.

Qual a diferença entre fé e filosofia?


A filosofia já foi bem definida anteriormente, é a sabedoria humana, é um
elemento racional da humanidade, e o que seria a fé? A fé é um ato do
entendimento, de fato é um ato intelectual, pois toda “crença” todo “crer” é um
juízo do entendimento, porém o “querer crer” é um ato da vontade, no caso
da fé essa vontade é movida pela graça de Deus, a fé é uma crença em algo
sobrenatural que naturalmente não poderíamos ter conhecimento, a fé
verdadeira é movida pela graça divina. De acordo com Santo Tomás de
Aquino “crer é o ato do entendimento que assente a verdade divina imperado
pela vontade, que Deus move mediante a graça”. A crença em algo
sobrenatural “não é evidente” porém também nem por isso “é evidente que
não”, a crença só é crença porque algo não é evidente nem que é verdadeiro,
nem que é falso. Portanto se mostra claro que a vontade precisa atuar sobre
o entendimento para que o entendimento creia, só que tratando-se de uma
crença transcendente, uma fé verdadeira, essa crença é movida por Deus,
mediante a graça. Por isso a diferença entre fé e filosofia é fundamental, a
filosofia pertence naturalmente a faculdade intelectiva, é puramente humana,
é um ato natural da humanidade, enquanto a fé é movida sobenaturalmente,
de modo que os dados da filosofia são acessíveis e dedutíveis enquanto os
da fé são revelados. A fé funciona como norma negativa para a filosofia,
servindo para o crente como uma forma de descartar qualquer filosofia que a
contradiga, contudo não serve como norma positiva pois não prova a filosofia
que não a contradiz. Entretanto a fé serviu também como estímulo pois os
dados revelados da fé serviram como princípios para a filosofia, e aquele que
crê conseguiu alcançar muito mais verdades que aquele que não crê.
Qual a diferença entre teologia natural e teologia sobrenatural/teologia
sagrada?
A teologia natural é o estudo de Deus através da filosofia e da razão natural,
esta não pode conhecer a Deus além Dele como causa primeira ou como
causa eficiente, sendo apenas a teologia sobrenatural a partir da fé capaz de
conhecer a Deus profundamente através dos dados revelados, posto que a fé
se torna um princípio para desenvolver conclusões, ou seja se torna uma
premissa lógica para toda teologia sobrenatural. A fé possui dois sentidos
nesse aspecto, um sentido objetivo e um sentido subjetivo, o sentido objetivo
é a fé como o conjunto de dados revelados e o sentido subjetivo é a fé no
próprio ato individual de crer nesses dados.
Na teologia filosófica ou natural, só se conhece a Deus como causa de outros
seres e não absolutamente, só se conhece a Deus de forma indireta.
A teologia sobrenatural utiliza das verdades reveladas pelo Logos para inferir
conclusões, ele usa a sua razão para inferir novas conclusões lógicas através
da fé que lhe fora revelada, dessa forma a fé é a causa principal e eficaz das
teologia sobrenatural, estando a filosofia apenas a seu serviço, e à serviço de
seus princípios, tornando-se “ancillia theologiae”.

O ENTE LÓGICO

1. A lógica como instrumento da ciência.

A lógica é a capacidade de inferir verdades de outras verdades, é essa


capacidade de dedução, é o poder discursivo do entendimento, é esse poder
que dá ao homem a capacidade produzir provas e sem provas de nenhuma
verdade não é possível alcançar verdade alguma, produzir conhecimento
científico algum, visto que a ciência nada mais é que a busca pelas verdades.
A lógica não é o mesmo que o entendimento, quando se infere uma
conclusão, é o entendimento que obtém, porém não extrai essa conclusão do
seu próprio ser, se não que extrai de certas premissas, as premissas
funcionam como princípio ativo para a geração de conclusões. A lógica
natural é exatamente essa operação, o entendimento através da premissa
extrai conclusões.

Portanto o entendimento é o poder de obter conclusões a partir de premissas,


porém é um poder abstrato a espera de princípios quais ele possa exercer
sua força, e dessas premissas extrair outras premissas e dessas, outras, e
assim por diante, mas sem os primeiros princípios nada aconteceria.

Os Primeiros princípios são os princípios que sustentam toda ciência, assim


como sustenta todo raciocínio vulgar, é aquilo que é inteiramente evidente.
Tomás de Aquino chama de sementes da ciência, não precisando de nada
anterior a ele, é aquilo que é basilar.

Dado que a lógica é propriamente uma função racional e a razão é um


instrumento da ciência, poderia ter uma ciência que estudasse às leis da
razão e portanto a lógica natural, posto que ela não é infalível, a razão pode
falhar por diversos motivos.

O ordenamento da lógica natural seria uma lógica artificial, é como uma arte
lógica, do mesmo modo que um artista possui técnicas de arte ao qual se
baseia. Porém, não é indispensável a ciência o uso da lógica artificial, mas se
a ciência deseja se aperfeiçoar é imprescindível que haja o uso da lógica
artificial, tal como o artista pode-se deixar guiar por seus instintos naturais ou
se submeter à um rigor técnico. É a lógica então a ciência das ciências visto
que é a ciência que estuda os princípios e as leis que dão origem a toda
ciência.

2. O objeto da lógica
Foi estabelecido anteriormente o objetivo e a finalidade da lógica, mas é
necessário que seja estabelecido o objeto, a mateŕia da lógica, aquilo qual a
lógica se dirige. O objeto da arte lógica é aquilo que afeta e fundamenta toda
ciência, isso é a razão.

Essa conclusão é verdadeira, porém ainda assim é muito vaga, podemos


dizer que toda arte se refere a uma atividade humana, qual estabelece
normas diretivas, essas normas supoem a existência de 3 coisas: 1) A
faculdade humana que fundamenta essa atividade, o poder da qual essa
atividade emana, 2) Aquilo qual a faculdade se dirige, sua finalidade e 3) A
possibilidade de haver falhas na relação entre a a faculdade e a finalidade da
faculdade. Baseando-se nisso podemos inferir que a lógica não é um mero
estudo da razão como poder, da razão geral, mas sim da razão como
fundamento para o conhecimento científico, de forma semelhante não é a
lógica o estudo da ciência e de seus objetos, mas a ciência segundo a razão,
a ciência segundo seus princípios racionais, não é também a lógica um mero
estudo dos possíveis desvios que faz a razão não conseguir alcançar o
conhecimento científico, na verdade a lógica visa aproximar a razão do
conhecimento científico, guiar a razão para um caminho seguro para o
conhecimento científico bem como entender as leis que garantem essa
jornada racional rumo ao conhecimento científico.

É claro que a razão pode desfigurar a verdade científica, mas na verdade é


essencial que a razão a configure. Configurar a verdade não significa que a
razão vai criá-la, mas na verdade apenas irá formatá-la, sistematizá-la de
acordo com as coisas. Não é essa configuração algo propriamente real, mas
ideal, visto que se fosse algo real não poderia ser o conhecimento resultante
algo verdadeiro, corromperia o conhecimento verdadeiro com algo
meramente subjetivo e arbitrário, a razão fornece a moldura para a verdade,
mas ela se fundamenta nas coisas mesmas. Essa configuração é aquilo que
a razão põe sobre a verdade, a lógica se encarrega de estudar justamente
essa ação da razão sobre a verdade científica. Inclusive é dito que tudo que
se recebe, é recebido segundo a forma do receptáculo. Por isso a lógica não
é uma ciência mesma, as ciências são sistemas de verdade e apesar de
serem ordenadas, não significa que elas estudem aquilo que as ordena ou o
modo como se ordenam, as ciências estudam os seus objetos, as verdades
cientifícas, Já a lógica se ocupa de estudar o que a razão impõe sobre essas
verdades, a ordem em si mesma. Por tudo isso é uma ciência das ciências.

Muitos desejam colocar a psicologia como a ciência que estuda esses atos
da razão, porém não pode sê-lo, pois a psicologia estuda a razão como algo
real e não como algo ideal, a lógica estuda os atos subjetivos e ideais da
razão não consistindo em nenhum objeto da realidade sensível. Não significa
que quando a razão segue as leis lógicas ela não siga as leis psicológicas,
porém é bem verdade que a razão deduzindo as coisas erroneamente ou
acertadamente continua seguindo as leis psicológicas, portanto elas nada
acrescentam ao objeto e objetivo da lógica, é o mesmo que em um jogo de
xadrez, as leis físicas atuam sobre o movimento físico da mão sobre as
peças, porém em nada essas leis físicas ajudam ou acrescentam ao jogador
que deseja saber as leis do jogo, são leis que atuam idenpendentemente se o
movimento subjetivo do jogo é bom ou ruim.

3. La distinción entre propriedades lógicas y propiedades reales.

De 1. O homem é um ser racional podemos deduzir 2. O homem é sujeito de


uma proposição, o primeiro fala do homem enquanto ser em si mesmo, fala
do homem enquanto sua essência, o segundo fala do homem apenas como
objeto de conhecimento, posto que do primeiro o homem se deixar de ser
racional deixa de existir, enquanto o segundo o homem se deixar de ser
sujeito de uma proposição permanece existente. De modo que se alguém
nega a primeira proposição nega o próprio homem, sua própria essência e
mesmo que a 1. esteja errada a 2. continua correta. A proposição 1 trata o
homem diretamente enquanto a 2 refletidamente, segundo algo que lhe é
extrínseco, ser um objeto do juízo. As propriedades reais são portanto
propriedades relativas ao próprio ser da coisa, enquanto as propriedades
lógicas são relativas as coisas enquanto são conhecidas.

Quando falamos de algo apenas enquanto ele é conhecido, falamos de


objetos, quando falamos de algo segundo ele em si mesmo, quando falamos
de algo segundo sua essência própria, falamos de coisas. As propriedades
lógicas são propriedades de objetos, enquanto as propriedades reais são
propriedades de coisas.

Quando as coisas se ordenam num sistema científico, elas se ordenam em


propriedades lógicas, isso significa que a ciência também possui
propriedades ordenadoras que não reais. Podemos dizer então que a lógica é
a ciência que estuda os artifícios científicos e seu objeto são as propriedades
lógicas. A estas se denomina secundae intentiones, significa segunda
intenções. As primeiras intenções são as propriedades reais, posto que assim
como o ser é anterior ao ser-conhecido, as propreidades reais são anteriores
as propriedades lógicas.

A lógica tem por objeto algo que não é real nem pode ser, se não que existe
para e pela razão, são portanto entes de razão. Se a razão é suprimida o
objeto da lógica também é suprimido. Seu ser se resume a ser objeto de
conhecimento.

A diferença entre entre de razão e ente real é o modo como se dão no


entendimento como objeto, os entes reais também podem ser objetos de
conhecimento, mas o são de forma secundária e não é essencial que o
sejam, mas os entes de razão são apenas objetos de conhecimento, não se
constituem como nada real, que se subsiste por si próprio, seu ser está na
razão. O ente de razão não é a mesma coisa que um ente possível, um ente
possível é um ente que pode vir a existir, o ente de razão pelo contraŕio, é
impossível que ele exista, o ente possível é um ente real meramente
potencial, inclusive, até mesmo os entes reais atuais são entes reais
possíveis, posto que de fato é possível que eles existam, mas não se limitam
a mera possibilidade, visto que também existem atualmente e isso os difere
dos entes meramente possíveis. O ente real é o que é capaz de ser
independente do entendimento.

Existem tantas espécies de entes de razão quanto existem espécies de


oposição ao real.
Este último se divide de um modo geral em absoluto e relativo. Os entes reais
absolutos são aqueles que não são relativos mesmo que possam ter relações
e mesmo que seja necessário para eles que tenham relações. O ente real
relativo pelo contrário não é o que pode ter relações com algo, mas sim a
relação propriamente dita. O ente real absoluto consiste em ter uma negação,
por exemplo a negação da visão é a cegueira, a negação do bem é o mal, a
negação do ente real absoluto de fato existe, mas existe como um não-ser,
não é um ser propriamente dito, mas a negação de um ser, portanto existe
negativamente, consiste em uma realidade negativa, é um ente real
deficiente. Se a razão torna positivo ou toma como positivo essa realidade
negativa, esse não-ser, isso não é nada mais do que um ente de razão, posto
que apesar de que o mal e a cegueira existam absolutamente, estes não são
entes reais positivos, são negativos, pois se referem ao não-ser, a ausência
de algo. A cegueira é a não-visão e o mal é o não-bem. A primeira classe de
entes de razão são então os entes absolutos negativos concebidos como se
fossem positivos.

A segunda classe de entes de razão são o que se opõem as relações reais,


são portanto as relações de razão, enquanto pai e filho consistem numa
relação real, enquanto pedro com o conceito homem “pedro é homem”,
enquanto sujeito de uma proposição, é apenas uma relação de razão, visto
que se se elimina a relação, pedro continua existindo e continua sendo
homem, também se diz que pedro só é sujeito de tal proposição se alguém a
pensar.

A qual desses entes constituem as propriedades lógicas? Se chegamos a


conclusão de que essas propriedades são revestidos pelas coisas quando
estão ordenadas por um sistema, facilmente se conclui que não pode ser
nada absoluto, nem negativo nem positivo, o que se constitui como algo
plural e ordenado nada mais é que algo que se relaciona com os outros
membros da ordem e com a própria ordem. E esses entes não podem ser
reais, posto que as propriedades lógicas são meros entes de razão,
concluímos então que as propriedades lógicas ou as segundas intenções são
meros entes de razão.

Nem toda relação de razão é uma propriedade lógica, é apenas uma


propriedade lógica aquilo que constitui como ordenador de um sistema
científico. O sistema científico não é mais que um mero tecido de relações de
razão.

A arte da lógica consiste na aplicação das leis das propriedades lógicas.


Enquanto a ciência da lógica consiste no estudo dos artifícios que as
propriedades determinam na ciência e as leis que a ordenam.

4. Relaciones de la lógica con otras ciencias

a. O psicologismo é refutado posto que lida com entes reais, entes de


relações reais enquanto a lógica lida com relações de razão

B. O lógico deve estudar o ato de apreender, de julgar e de discursar para


perceber a diferença entre as propriedades lógicas que estão ali inseridas:
“ser universal”, “ser sujeito de uma proposição”, “ser término médio em um
raciocínio”.
C. A epistemologia se difere da lógica posto que não estuda os artíficios
lógicos que são princípios científicos, pelo contrário questiona a possibilidade
destes últimos ou questiona a sua extensão e o seu alcance.
D. “todo ser vivente é racional, cavalo é ser vivente, logo cavalo é racional”
está certo em sua forma, mas errado em sua mateŕia é uma verdadeira
conclusão, mas não é uma conclusão verdadeira. “pedro é racional”, “pedro é
homem”, “logo todo homem é racional”. Está errado em sua forma, mas certo
em sua matéria, portanto é uma conclusão verdadeira, mas não uma
verdadeira conclusão. A epistemologia estuda o enunciado das coisas, a
relação das conclusões com a realidade, com aquilo que enuncia, a
possibilidade do conhecimento, enquanto a lógica estuda a possibilidade de
que verdadeiras conclusões sejam também conclusões verdadeiras, ou seja
é a relação entre as premissas e sua conclusão.
E. A lógica prova a possibilidade de verdades científicas e também como ela
pode ser demonstrada.
F. A lógica de Hegel se fundamenta num panlogismo, posto que ele estuda o
ser como o ser conhecido, e funde a lógica com a ontologia, porque enquanto
a lógica só estuda os entes de razão enquanto princípios para verdades
científicas, a ontologia estuda o ente enquanto ente, porém a extensão das
duas ciências é igual, posto que não há nada que não seja ser e não há nada
cujas propriedades lógicas não possam ser aplicadas, logo ao estudar o ser
enquanto ser conhecido se funde as duas ciências
G. A ontologia e a lógica ambas estudam objetos imateriais, porém a lógica
estuda objetos imateriais segundo sua irrealidade, já a imaterialidade da
ontologia é da mesma realidade do ser conhecido abstratamente como ser.
H. P ser nutre e mantém toda a lógica é algo que facilmente se percebe nas
propriedades lógicas, mesmo que distintas das reais, não são inteiramente
independentes, se não que se fundamenta nelas. Os atributos que se
derivam do ser conhecido estão condicionados pelos pertencentes a ser
simplesmente dito. Assim, por exemplo, a propriedade do ser sujeito da
proposição “o homem é um animal racional” convém ao homem não em si
mesmo, se não em sua condição de conhecido, porém o que o homem é em
si mesmo faz ser possivél que ele, em sua condição de conhecido, seja
sujeito dessa proposição.
I. Se se suprime o ser, são eliminados o último fim e o fundamento primeiro
de toda a ciência lógica. Não significa que lógica e ontologia são o mesmo, o
fim e o fundamento de uma coisa são coisas que a diferenciam. A ontologia
excede a lógica e vai além. Porém isso não significa que os seus mundos
não são parecidos, a sua extensão é a mesma e elas se relacionam. Husserl
cai no problema de criar uma lógica totalmente independente da ontologia e
da metafísica.
J. Loǵica formal se preocupa com verdadeiras conclusões com a forma de
todo raciocínio, enquanto a lógica material se preocupa com conclusões
cientificamente verdadeiras, com a matéria do raciocínio. A lógica formal se
preocupa com a teoria do conceito, a do juízo e a do raciocínio. As duas
primeiras servem a última e a última está em função das outras. A lógica
material pode ser simples ou completa, a lógica material completa são as
proposições que consta no raciocinio demonstrativo, os quais, por sua vez se
constituem de conceitos, que são a matéria simples desse raciocínio, esta
lógica é chamada de lógica predicamental.
Capítulo IV: O conceito
1. Conceito Formal e Conceito Objetivo:
Conceitos >>>>> juízos >>>>> raciocínio

O ato de conceber ou apreender algo não afirma nem nega nada, se não que
toma nota de algo. A simples apreensão é puramente representativa e
natural. Santo Tomás chamava essa apreensão de intelecção dos
indivisíveis. Toda definição manifesta uma estrutura conceitual.O ato de
apreender algo é conceituado como “conceito formal’ e o conteúdo do que é
apreendido é “conceito objetivo” Francisco Suárez disputationes

A mente concebe aquilo que é puramente formal, o que o entendimento


verifica. O conceito formal que é mentalmente concebido é o conceito
objetivo apresentado à nossa mente segundo a individualidade do sujeito, o
conceito formal é algo real no sujeito pensante, o conceito objetivo é um
objeto do entendimento, é o que se coloca objetivamente frente ao
entendimento. por isso quando falamos “árvore” para 4 homens terão 4
conceitos formais diferentes, mas um só conceito objetivo. A lógica estuda o
conceito objetivo, mais espeficiamente, o estudo da lógica é o estudo dos
conceitos objetivos enquanto conceitos: na medida que se aplica o estudo de
suas propriedades lógicas, o estudo do lógico do conceito é o estudo dos
atributos irreais que os conceitos tomam quando são apreendidos pela
mente, quais atributos as coisas adquirem quando se fazem objetos de um
conceito formal?

2. El universal

Aquilo que apreendemos pelos sentidos é singular e concreto “um homem


específico” o conceito universal diferentemente faz referência a um conceito
que não se limita a um indivíduo específico, quando falamos “o homem”
falamos do homem universal, porém quando falamos “aquele homem”
falamos do homem singular. A universalidade destes conceitos não é algo
próprio deles, visto que o que os faz serem universais é a sua própria
singularidade física, a universalidade é algo uno que é relativo a vários,
portanto eles sofrem uma transmutação, transmutação esta que não é real se
não anularia o próprio conceito, é uma propriedade lógica chamada de
significação universal. Esses conceitos são entitativamente singulares
mas significativamente universais. Ou como diz os tomistas
“universales in significando”

O termo universal é um signo arbitrário ao qual se atribui uma relação da


razão com uma pluralidade de objetos; esta relação só afeta o signo na
medida em que é conhecido e é, portanto, uma propriedade lógica ou
segunda intenção: a propriedade lógica de significado universal

Quando eu penso no conceito de homem e tento entender esse conceito ou


explorá-lo mentalmente isso já não é mais um mero ente de razão se não que
se fundamenta na realidade, é portanto uma transição essencial.

O universal é um conceito objetivo, posto que constitui uma essência


universal e não é individualizado.

“O universal é o que é apto para ser em vários seres” Santo Tomás de


Aquino
A natureza universal que está individualizada na realidade tem uma estrutura
que deve ser distinguida. O que é nele uma natureza universal e o que é a
universalidade dessa natureza. A natureza universal é um ente real, porém é
singularizado e concretizado na realidade e a razão a universaliza e a
transforma numa relação de razão universal. Isso não significa que a
natureza universal pode existir por si mesma, ela é um ente real potencial
que para ser atual tem como condição necessária sua singularização e
concretização e a razão universaliza essa natureza que é singularizada na
realidade. A natureza universal não é capaz de existir em si mesma mas é
capaz de existir quando é concretizada e singularizada.

A matéria da universalidade é aquilo que há de essencial nela e sua forma é


aquilo que a razão atribui ao transformar numa relação de razão

O universal se refere a uma abstração, toda vez que se abstrai dos seres sua
individualidade é possível conceber algo relativo a uma pluralidade de seres.

A relação da universalidade tem como sujeito uma natureza abstrata, seu


término são todas as coisas que possuem essa natureza e seu fundamento é
o próprio caráter abstrato que essa natureza tem no intelecto.

Los predicables

A predicabilidade é um atributo do universal, o conceito homem não só pode


ser universalizado dos homens como pode ser predicado deste. A
predicabilidade é fundamentada no universal, posto que se não fosse assim
não poderia ser aplicado universalmente, é dito do universal que é: “unum in
multis et de multis”, que por ser universal pode ser predicado de uma
pluralidade de objetos. Quando se diz “in multis” se diz o universal enquanto
universal e quando se diz “de multis” se diz o universal enquanto
predicadicabilidade.
A predicabilidade tem como sujeito a natureza abstrata, tem como término as
coisas que fundamentam essa natureza, mas nesse caso essas coisas são
vistas não como universalizadas mas como sendo capaz de receber a
atribuição do universal e por último seu fundamento é a universalidade qual
as naturezas abstratas podem ser concebidas conotativamente aos seres
capaz de realiza-las.

A natureza abstrata homem se torna universal quando sem deixar de ser real
a razão adota uma relação de razão universal aplicada a qualquer homem
determinado, cuja universalidade não poderia existir em nenhum homem
concreto e singular determinado. Já o universal pode ser predicabilidade
quando, sem deixar de ser universal, mas baseando-se no que é se
concebe na mente como algo provisto de relação de razão e pode ser
aplicado a uma pluralidade de seres como uma natureza atribuida.

Um homem determinado e o homem universal tem uma mesma matéria e


diferentes formas

Dividir os universais pela matéria é apenas dividir as diferentes naturezas


segundo sua qualidade extramental.

Dividir os universais pela forma é classificar os diferentes tipos de universais.


Predicamentos: divisão por matéria
Predicabilidade: divisão por forma

O primeiro distingui as coisas tais como são em si mesmas, despidas de


qualquer propriedade lógica, enquanto o segundo distingue as coisas ou as
naturezas reais mas enquanto são conhecidas ou abstraídas.

O homem enquanto substância e a brancura enquanto acidente se trata de


uma diferença predicamental. O homem enquanto humano e espécie e
enquanto gênero animal se trata de uma diferença predicativa.

Os predicamentos são universais metafísicos e os predicados universais


lógicos

Lógica predicamental é a lógica que trata da ordenação dos predicamentos e


é uma parte da lógica material.

Predicabilidade essencial e acidental.

Predicabilidade essencial = genero, especie, diferencia

Predicabilidade acidental pode ser próprio: o homem é risível (o homem ri)

Precidabilidade acidental pode ser acidente: O homem pode ser branco

El Juicio
Se o entendimento humano fosse perfeito, bastaria a simples apreensão para
conhecer as coisas tal como são em sua completude, porém o entendimento
humano é imperfeito.

Santo Tomás fala que o ser humano apreende apenas um fragmento do ser
e isso vai se dividindo em uma pluralidade de conceitos objetivos, enquanto
no ser extramental é apenas uma unidade indivisível.
O juízo é a sintése ou correlação entre conceitos objetivos, é unir
mentalmente o que na realidade extramental já se encontra unido.

Aristóteles definia o juízo como certa composição de conceitos como coisas


que são algo uno.

Aristóteles dizia que a síntese mental do juízo corresponde a unidade real


que os objetos tem.

Para Aristóteles a potência intelectiva mesmo sendo parte do ser não se


limita a este se não que estão aberta a toda realidade, esta é justamente o
que fundamenta e nutre a sua atividade.

Para Kant nosso conhecimento intelectual não se fundamenta na realidade,


se não que se fundamenta na própria constituição interna do sujeito, assim
que nossos sentidos se deparam com a realidade os dados sensoriais são
subjetivizados pelas formas apriorísticas do espaço e do tempo, enlaça e
sintetiza os elementos empíricos de uma forma que nada tem a ver com a
realidade tal como é. O juízo para Kant é diametralmente oposto ao
defendido por aristóteles.

Mas mesmo para Aristóteles não podemos identificar a síntese mental com
a unidade real, visto que essa última sintetiza quando julga, é um ato do
entendimento, mesmo que com fundamento na realidade. Enquanto a
unidade real é absolutamente UNA, suas partes estão interpenetradas, na
síntese mental cada parte é conceituada separadamente e depois
recomposta.

O estudo do juízo interessa a lógica por essa diferença entre a unidade real e
a unidade mental dos conceitos objetivos. A síntese mental é uma relação de
razão que as coisas tem enquanto conhecidas na segunda operação
intelectual.

O ato de julgar é um ente real, porém a relação de razão entre os conceitos


objetivos, a sítnese mental, é uma relação de razão.

O juízo consiste em atribuir um predicado a um sujeito. O entendimento julga


que P convém a S ou que P é S, antes de julgar o entendimento precisa ter o
conceito de P e o conceito de S e precisa ter comparado os dois conceitos
objetivos, e assim percebido uma certa identidade ou conveniência entre
eles, esta conveniência se chama apreensão da predicabilidade. O juízo
psíquico, isto é, o ato de julgar é muito simples e consiste na última etapa de
um processo que se conclui: julgando. Em contrapartida o juízo lógico - a
estrutura S é P - tem uma complexidade muito maior. Não é o ato de julgar
em si se não que é a própria relação de razão que fora da mente existe como
um ente real, uno e extramental e não depende de juízo algum.

O Juízo lógico é portanto uma relação de razão que se fundamenta em dois


entes reais, o ato de julgar (juízo psíquico) e a unidade extramental.

Santo Tomás diz que a Verdade e Falsidade são propriedades do juízo


enquanto operação intelectiva.

O juízo lógico é uma relação de razão que pode ser ou não ser
fundamentada na realidade.

A simples apreensão não contém verdade ou mentira alguma, a apreensão


“homem” não é mentira nem verdade, mas se eu formo um juízo que tal coisa
é homem pode ser verdade ou mentira. Nem a mera junção de conceitos
pode ser uma verdade ou uma mentira, quando se diz Homem sábio, não se
diz uma verdade ou uma mentira, é apenas uma intelecção, um conceito
muito complexo, apenas se fizer um juízo este homem é sábio (podendo
haver uma afirmação ou uma negação) é que se torna falseável. O ato de
julgar é o ato de proferir uma afirmação ou uma negação.

S e P se distingue de SP, dado que tanto quanto um se distingue do outro,


ambos se distinguem da unidade. Assim, na realidade homem sábio é uma
entidade absoluta enquanto na mente constitui uma relação de razão entre o
conceito homem e o conceito sábio.

2.Estructura y fundamento de la relación predicativa


O estudo do juízo enquanto operação intelectual corresponde a psicologia, o
juízo lógico enquanto relação de razão é estudo da lógica.

Quais são as propriedades lógicas cujas coisas se revestem no entendimento


no ato de julgar?

Julgar consiste na predicação de um sujeito.

Predicabilidade: simples apreensão


Predicado: predicabilidade no juízo (relação de razão denominada de
apreensão da predicabilidade)

Em toda atribuição tem aquilo que se atribui (predicado) e aquele que é


atribuido (sujeito). Predicado e sujeito são a matéria do juízo. A cópula é a
forma.

O predicado em relação ao sujeito se comporta no sujeito como determinante


do ser, e por isso pode ser considerado forma parcial, pelo mesmo motivo o
sujeito em relação ao predicado é matéria parcial, visto que matéria é tudo
aquilo que é determinado e forma é tudo aquilo que atualiza a matéria. Mas
a cópula é a forma total do juízo e o predicado e o sujeito é matéria total,
visto que se não fosse a cópula o sujeito e o predicado poderiam se
relacionar de várias maneiras diferentes.

Hegel acredita que o juízo consiste na identidade do singular com o


universal.

Por Hegel ser panlogista ele tenta associar a ontologia a lógica e portanto
tenta fundir o universal com o singular ou unificá-los e dizer que no juízo um é
o o outro.

Desta forma, o julgamento lógico aparece para nós como uma relação da
razão pela qual a mente manifesta a sua própria maneira a unidade real dos
aspectos inteligíveis de uma coisa. Santo Tomás

3. La proposición y sus especies


Assim como o termo é o signo do conceito, a proposição é o signo do juízo.

Signo natural: fumaça ao fogo


Signo convencional: palavra ao conceito

Signo: Algo que significa algo outro que não é si mesmo à mente

Términos e proposições não tem fundamento algum na realidade


extramental, porém uma vez estabelecidas, elas funcionam como expressões
de conceitos e juízos.

A proposição contém términos, sua matéria são as mesmas palavras que a


consistem, sua forma é a sua estrutura complexa por qual os términos se
organiza. Se cónvem chamar de oração todo conjunto de términos dotados
de unidade lógica. A proposição é uma oração enunciativa.

A oração tem outra espécie que não tem a função de enunciar e sim de dirigir
e ordenar as ações humanas (para qual se requer que a vontade intervenha,
porém se supõe um juízo prévio).

Toda oração é o médio de que um sujeito se vale para comunicar algo para
outro sujeito. A enunciativa tem função de comunicar um pensamento
enquanto a ordenativa tem função de ordenar uma ação.

Se o que o sujeito pede é apenas que seja atendido mentalmente, ele tem a
oração vocativa; quando se pretende responder, a interrogativa, e, por fim, se
se pretende a execução efetiva de alguma obra, a sentença é dita imperativa,
no caso de ser o superior que a dirige ao inferior e depreciativo, em vez
disso, na situação oposta.

Como teoria da ciência a lógica exclui as orações ordenativas do seu campo,


posto que por ser ordenativa não pode ser nem verdadeira nem falsa, por
não conter afirmação ou negação. A oração ordenativa também tem uma
enunciação, mas não se limita a ela, essa oração possui uma violência formal
que lhe é própria.

As orações enunciativas se denominam proposições quando se juntam


formando parte de uma argumentação, um raciocínio.

As proposições numa argumentação se dividem segundo a forma


(compositiiva ou divisiva e segundo a maneira (simples ou modal). Segundo o
primeiro critério, as proposições se dividem em categóricas (simples) e
hipotéticas (compostas). Na proposição categórica ou simples a cópula é a
palavra “é”, qual une o predicado ao sujeito. Quando a cópula une duas
proposições ao invés de um sujeito e um predicado, essa proposição se torna
hipotética ou composta, cuja verdade depende das proposições simples que
a integram.

Proposição copulativa: “o homem é um animal e Deus é um espírito


absoluto.”

Proposição disjuntiva: “S é P, ou Q é R.”

“S é P, se Q é R”

Proposição exclusiva: O homem é o único animal racional = é a junção de


duas proposições o homem é animal racional e todos os animais não são
animais racionais. Qual uma é positiva e a outra é negativa.
Proposição Exceptiva: Todo ser, Exceto Deus, é finito. Também é composta
por uma afirmação positiva e outra negativa.

Proposição reduplicativa: Aquele que erra, na medida que erra, deve ser
excluído. É uma proposição que junta duas: Aquele que erra deve ser
excluído pelo seu erro. Aquele que erra não deve ser excluído pelo que não é
errôneo nele.

Kant chamava de juízos indefinidos que afirmavam um não ser de algo: “a


alma é imortal” ser imortal é não morrer, isso não diz nada do sujeito. Esses
juízos tem a mesma cópula dos afirmativos mas afirma algo do sujeito que
ele não é

Na lei do raciocínio quando há algo antecedente certo há o que deduzir dele


que seja certo. O raciocínio é inferir de um antecedente um conseguinte

Raciocínio: dedutivo ou indutivo.

Raciocínio dedutivo: procede do universal para o particular, de algo mais


amplo deduz algo mais específico ou de um universal para outro universal.
Raciocínio Indutivo: procede do particular para o universal, a partir de fatos
concretos, vai ascendendo até chegar a uma lei geral.

Aristóteles chama o raciocínio dedutivo de silogismo.

O silogismo apresenta uma prova mediada ou indireta.

As premissas demonstram a mútua respectiva conveniência ou discrepância


com a conclusão. Premissas e conclusão representa a matéria imediata do
silogismo e seus conceitos a matéria remota do silgoismo. A está matéria se
opõe a forma que é o que enlaça e unifica o conseguinte com o antecedente.

Ato de raciocinar /=/ conexão interna do seu conteúdo lógico.


A conexão não é uma propriedade ou um ente reeal.
O silogimo usa sempre três conceitos, dois conceitos estão se comparando
em relação ao terceiro. Todo homem é mortal. Pedro é Homem. Logo, Pedro
é Mortal.

Da proposição Pedro é Homem e Juan é Homem não se predica que pedro


seja Juan. Isso ocorre porque não há ai três conceitos, mas 4, o homem
Pedro e o Homem juan não são os mesmos, tem o homem¹ e Pedro e o
homem² e Juan. No caso de “todos os homens são mortais”, pedro é homem,
logo pedro é mortal, homem é igualmente aplicado visto que no primeiro caso
trata-se de homem em sua universalidade, quais TODOS os inferiores estão
incluídos.

Dictum de omni, et de nullo: tudo que é dito daquilo que é universal se diz
daquilo que se contém abaixo dele. O que se nega do universal se nega
daquilo que tudo está abaixo dele. Aristóteles.

Aristóteles afirma que o silogismo se apoia no princípio da discrepância ou da


conveniência, do qual são idênticas entre si duas coisas que se identificam
com uma terceira e diferem-se entre si duas coisas quais, com relação a uma
terceira, uma é idêntica e a outra é distinta.

A indução

A matéria próxima da indução são as proposições e a matéria remota os


términos.

A diferença da indução para o silogismo é que o termo médio não é um


universal do que se extram seus particulares ou inferiores.
A matéria e a forma da indução são meros entes de razão, de modo que na
realidade extramental nada é um número de casos que quer provar uma lei
geral. Nenhuma lei da realidade se concretiza por causa de uma indução, se
não por causa de cada caso particular e concreto.

A indução inverte o silogismo, o que se diz dos inferiores em última instância


se diz do universal.

Existe indução completa e incompleta.

Um exemplo de indução completa: “As proposições copulativas dependem do


valor das proposiçẽos categóricas que as integram, o mesmo ocorre com as
disjuntivas, e outro tanto com as condicionais, por conseguinte, toda
proposição hipotética depende das proposições categóricas que a
compõem.”

Indução incompleta só pode ser fundamentada e válida se apresenta um


número suficiente de casos para funamentar o todo. Chama-se indução
incompleta suficiente. Ela é suficiente se aquilo que se predica está a priori
nos seus sujeitos ou seja faz parte da natureza deles e se todos tem a
mesma natureza, eles terão propriedades naturais idênticas. Se não há nada
que suficiente que possa comprovar a indução ela seria incompleta, pode ser
verdadeira mas não tem valor de prova.

A dificuldade das induções incompletas é justamente de distinguir do que é


propriedade dela e do que não é. visto que existem predicados acidentais.

A propriedade deve ser algo permanente e parte da natureeza.

A Indução de baseia no princípio da razão suficiente, quando algo


independente da circunstância permanece, é uma propriedade.

Bacon e J Stuat Mill são autores de leis célebres (Tábuas e canones)


discriminativas da relação causa-efeito nos fenômenos da experiência
sensível.

O método de Bacon denomina-se “das coincidências”

Bacon e John são os autores de leis famosas ("tabelas" e "cânones") que


discriminam a relação causa-efeito nos fenômenos da experiência dos
sentidos. O método de Bacon é denominado "das coincidências" e formula
três tabelas :) mesa de presença, onde são registradas as circunstâncias
atuais quando o evento ocorre; 2) tabela de faltas, na qual são anotadas as
circunstâncias ausentes quando o evento não ocorre, e 3) tabela de graus, na
qual são registradas as circunstâncias que variam à medida que o evento
muda. De todas as circunstâncias indicadas, aquela que, estando presente
na primeira tabela, estiver faltando na segunda e variada na terceira, terá o
valor e causa.

MIll: 1- Si dos o más casos del fenómeno investigado tienen una sola
circunstancia en común, esta circunstancia, en la que coinciden todos los
casos, es la causa (o el efecto) del fenóomeno dado

Mill 2- Canone da diferença: Se em um caso que o fenomeno ocorre e em


outro que ele não ocorre só há uma circunstancia diferente, essa
circunstancia é uma causa ou efeito ou algo relevante do fenomeno.

Mill 3- Canon das variações concomitantes: Se dois ou mais casos do


fenomeno tem apenas uma circunstancia em comum enquanto em dois ou
mais em que o fenomeno não ocorre não tem nada em comum se não a
ausencia da circunstancia, essa circunstancia é causa ou efeito ou algo
importante do fenomeno.

Mill 4- canone dos residuos

OS positivistas e empiristas não acreditam que é possível um conhecimento


certo, se não que um conhecimento meramente provável, mas acreditam que
a experiência por fornecer mais casos e mais testes tem maior probabilidade
de acerto.

“Para Kant, o contrário, a indução incompleta é legitíma fonte de


conhecimento de leis universais que gozam de estrita e plena certeza, em
quanto são absolutamente necessários. Essa necessidade vem das formas a
priori que o entendimento aplica à experiência (portanto, de algo que não é
objetivo, mas puramente subjetivo). A mesma certeza e origem análoga
concedem à indução que, como Gratry, a concebe como um trânsito infinito
que necessariamente se impõe a nós pela própria força de sua fecundidade.
Em todas essas concepções, a indução se baseia não em algo objetivo, mas
em uma razão meramente subjetiva, externa à própria natureza das verdades
que a indução teria que provar.”

A justificativa objetiva da indução incompleta só é possível pela intervenção


do princípio da causalidade e da razão suficiente. A mera experiência não é
suficiente para dar certeza às leis que transcendem o número de casos
observados. Isso é o que empiristas e positivistas, sem dúvida, apontam com
todo o rigor. E se não houvesse algo que fecundasse a experiência,
permitindo-lhe passar de seus estreitos limites ao amplo arcabouço do direito
geral, a fórmula em que está contida teria apenas um valor puramente
provável, nunca o de certeza autêntica. Mas o valor da certeza plena não
pode basear-se em uma base meramente subjetiva (formas de compreensão
a priori, inclinação natural, etc.) Outra coisa é necessária: a validade muito
real do princípio da razão suficiente, em virtude da qual um efeito constante
postula uma causa constante. E o facto de ser particularmente difícil
discriminar quando um efeito é constante (nas mais diversas circunstâncias),
nada acarreta contra a validade desse princípio, cujo significado é
independente das vicissitudes da sua aplicação.”

La demonstración y la ciencia:

Foi mostrado até agora os argumentos e atributos e elementos dos


argumentos cientificos, mas para haver ciência de fato é necessário a
demonstração.

Segundo Aristóteles tem duas maneiras que podemos consideras a


demonstração, segundo sua finalidade e segundo sua estrutura.
Aristóteles dá duas definições para o raciocínio demonstrativo.
A) Silogismo científico e b) “silogismo que consta de premisas verdaderas
primeras, inmediatas, y que, respecto a la conclusión, son anteriores, más
conocidas y causas de ella”

O silogismo científico é um silogismo que produz saber, isto é aquilo que


existe, sua causa e efeio, sua relação com seu efeito. No conhecimento
etiológico as coisas são conhecidas a luz de suas causas.

A ciência se limita as coisas que podem ser atribuidas causas entitativas (in
essendo) A necessidade e certeza da conclusão através do conhecimento
etiológico é algo que é necessário para o conhecimento científico.

A ciência tem a seguinte fórmula: o conhecimento certo pelas causas.

A certeza engedrada pela demonstração depende de que tenha causas para


produzir seu efeito, é uma certeza hipotética ou condicionada, enquanto a
certeza absoluta é derivada das coisas mesmas. Por exemplo a certeza de
que algo vai cair no espaço é uma certeza que deriva de uma lei, que é
condicionada, mas que poderia ser diferente é uma certeza hipotética. O
mesmo não ocorre com “o todo é maior que suas partes” que é uma certeza
absoluta. A certeza hipotética também é infalível.

A segunda definição aristotélica de demonstração é pela estrutura mesmo,


nenhuma ciência pode ser feita por premissas falsas, toda demonstração se
nutre dos primeiros princípios.

Os primeiros princípios que se apoia toda demonstração tem um caráter


duplo: original e originário. São imediatos e portanto são originais e por toda
ciencia se basear neles eles são originaros.

Uma verdadeira demonstração deve valer-se de causar reais e entitativas e


não meramente explicativas ou subjetivas.

A ciência não quer provar somente que algo é verdadeiro, e sim dizer o por
quê dela ser verdadeiro. Deus é eterno porque é omniperfeito, é algo
verdadeiro mas sua eternidade repousa na sua imutabilidade e não na sua
ominperfeição, o mesmo ocorre com a ciência, a ciência não quer só provar a
verdade algo como conhecer as causas de sua verdade.

A demonstração propter quid (tomás de aquino) se baseia na essência do


sujeito em que se estabelece nele uma propriedade é a priori pois a essência
do sujeito está a priori nele.

Uma demonstração quia é a posteriori, demonstrar algo pelos seus efeitos e


não causas e é uma demonstração imperfeita.

Demonstração a simultaneo também é quia, é a posteriori, tenta demonstrar


algo não por suas causas ou efeitos mas por aquilo que é correlativo a sua
verdade.

As verdades científicas são concernentes a entes reais, mas o modo como


elas se articulam, se organizam e se ordenam, o sistema científico em geral é
um ente de razão.

A unidade do sistema científico consiste na relação de razãao entre seus


membros.

Objeto material: o objeto em si: atos humanos


Objeto formal: o objeto como a ciência estuda, os atos humanos segundo a
psicologia ou segundo a ética. O primeiro estuda os atos humanos segundo
seu sentido subjetivo, abstraindo a moralidade, o segundo estuda segundo
sua qualificação moral, abstraindo o que é subjetivo e contingente.

O objeto formal é parte do objeto material, é uma dimensão deste


representada cientificamente pelo entendimento

Toda ciência pode ter um objeto material principal, o objeto material da lógica
são as relações de razão da simples apreensão, do juízo e do raciocínio, a
ontologia tem como objeto material o ente enquanto ente, a entidade. Porém,
o objeto material principal da ontologia é a substância, pois este é o que é
mais perfeitamente ente, sendo o acidente praticamente uma determinação
do ente principal, do mesmo modo a lógica se ocupa mais das propriedades
lógicas do raciocínio, por este ser o mais perfeito dos fundamentos científicos
e todos os outros só serem objetos do estudo da lógica em função deste
último.

As ciências especulativas versam sobre o especulável enquanto as ciências


práticas sobre o operável

A ciência prática pode ser factível ou agível, a ciência prática factível é


relativa à uma técnica, tal como um arquiteto pode fazer bem ou mal o seu
serviço, a ciência prática agível é relativa a questões morais, e por mais que
o arquiteto faça bem o seu serviço ele pode estar fazendo com um intuito
mal. O conhecimento prático factível é chamado de arte, enquanto o de
agível é prudência.

A ética lida com a moralidade da ação de uma maneira meramente


especulativa e abstrata, enquanto a prudência de uma maneira prática e
situacional.

3.La división de las ciencias especulativas

Canciller Bacon de Verulam: Três faculdades humanas predominantes


(Memória, Imaginação e Razão). Através destas se faz a história, a poesia e
a filosofia.

A história se limita a registrar dados e se divide em civil, religiosa ou natural.


A poesia lida com o ideal e não com o real e pode se dividir em dramática,
narrativa ou parabólica, a filosofia se divide em teologia natural, física e
ciência do homem. A física se divide em especulativa e operativa.

O objeto formal das ciências pode ser entendido enquanto ofício para fazer
algo ser inteligível e segundamente enquanto é em si mesmo
Santo Tomás afirma que as coisas quanto mais imateriais forem são
também mais inteligíveis e adequadas ao entendimento.

A divisão essencial da ciência é uma divisão por meio do que faz as coisas
serem cientificamente inteligíveis (quod) ou segundo a forma da
imaterialidade das coisas mesmas (quo)

Ciência de coisas materiais e dependentes da matéria para a existência


(Física)

Ciência de coisas materiais mas que possuem certa imaterialidade


(geômetra)

Teologia, metafísica e lógica: ciência de coisas imateriais.

Mais elaborado do que esse esquema é a bem conhecida distinção entre


"ciências do espírito" e "ciências da natureza". O que se entende por
"natureza" não corresponde exatamente ao mundo material, mas ao da
explicação causal objetiva e necessária, que se opõe à da "compreensão"
(Verstehen) dos fenômenos humanos livres. Desse modo, os fenômenos
psíquicos, na medida em que são objeto de leis puramente naturais, são
estudados por uma ciência natural, que é a psicologia explicativa. Por outro
lado, "compreensão" refere-se àquilo que, por ser fruto da liberdade, não
pode ser examinado à luz de um estudo etiológico estrito, mas apenas de
uma interpretação (hermenêutica) que tenta compreendê-lo por meio de seus
valores e não através de conexões naturais fixas. A compreensão da história,
por exemplo, tem um significado muito diferente daquele da ciência física.
Para reconstruir o passado humano, os métodos da ciência natural pura são
ineficazes; é necessário um insight e uma "simpatia" que possibilite que você
nos assimile ao espírito ou gênio de cada época ou de cada manifestação
histórica concreta, e uma disposição mental capaz de resgatar nessas
manifestações o que nelas é mera realidade física, mas o valor e o próprio
significado do que deu início a uma liberdade. Uma obra de arte não é
entendida da mesma forma que uma verdade matemática, etc.

O ENTE MÓVEL

1. El sentido de la física filosófica

É o ente fisicamente móvel o objeto formal da filosofia da natureza (joão de


são tomás)

A filosofia da natureza se fudamenta sobre o suposto de que entes


fisicamente móveis são, em efeito, entes e não somente meros objetos de
apreensão fisico-matemática.
Como é possível o ente físicamente móvel?” “qual é a estrutura entitativa que
dá a possibilidade para a mobilidade física?”

El ente vivo

Santo Tomás define o ser vivente como “a substância a que convém,


segundo sua natureza, mover a si mesmo.”

A alma é o que anima o ser vivente


A alma é ato primeiro do ser vivente, é essencial e substancial

A alma é o ato primeiro do corpo organizado

A alma humana é aquilo pelo qual primariamente vivemos, sentimos,


mudamos de lugar e entendemos.

A alma é um princípio unificador do organismo vivo

pero ello lo hace en tanto que forma, es decir, no en cuanto ente completo,
sino únicamente como lo que es, como un coprincipio entitativo, a la manera
de un factor parcial, que por sí solo carecería de poder suficiente. Parte
sustancialmente determinativa de una entidad.

Potencia ou faculdade: princípios próximas da operação da alma

Potencia nesse caso: poder fazer determinada espécie de operações, não é


um poder remoto ou radical, como da alma ao ser vivente, mas imediato e
formal.

1º O ente que realiza a operação, o ser vivente, que é sujeito adequado; 2º a


alma ou forma substancial do mesmo, o qual é aquilo pelo que, em última
instância, a operação pode ser realizada, 3º A faculdade ou potencia, aquilo
pelo qual proximamente pode cumprir a operação.

O homem é o único ente vivo capaz de determinar seus próprios fins

O animal meramente sensitivo tem fins impostos e meios propostos, o


homem tem fins propostos e meios propostos.

O animal conhece os médios, mas não conhece como médios em si, já que
falta a eles o conhecimento da ideia universal “ser médio para um fim”. Mas
sim, em princípio, tem a capacidade de conhecer todas as coisas que são
médios e, porém não tem a ideia universal, posto que carece da capacidade
de abstração. De onde resulta, definitivamente que o animal só tem por
objeto, o concreto. Seu conhecimento é, portanto, meramente sensível.
Assim correspondendo a vida sensiitva.

O ser humano pode abstrair os termos universais, pode referir-se ao fim de


suas operações de uma maneira objetiva, executa seus atos, conhece as
formas que fazem de princípio externo esses atos e propõe seus próprios
fins. Possui uma faculdade que transcende o concreto e apreende o
universal, é o entendimento do intelecto, é a vida intelectiva. Não se limita a
seu próprio corpo como o vegetal, nem se relaciona unicamente com outros
corpos, como acontece no animal, se não que está em princípio, aberto a
todo ente, por dispor da ideia transcendental do ente, que se supõe em todas
as ideias universais. O homem conhecer o “ser” enquanto “ser”. O homem
determina seus próprios fins e por isso tem a capacidade de ser normativo.

Existem 5 tipos de potência: Vegetativa, Sensitiva, Apetitiva, Locomotrices e


Intelectiva.

A nutrição não somente vale para manter o vegetal (ou todo ser vivente, pois
também o animal irracional e o homem, a sua maneira, tem vida vegetativa),
se não que, baixa certas condições, provoca o crescimento da substância
viva. Tal crescimento não é um simples alargamento, da mesma maneira que
a nutrição tampouco é uma simples intromissão de uma substância na outra.
A substância injetada em um ser vivo unicamente nutre na medida em que
se assimila a este. Porém essa assimilação é algo que corre a cargo do
vivente, algo que ele executa, subordinando o alimento a sua substância
específica e individual. Do mesmo modo, o crescimento é uma atividade que,
mesmo supondo (como a nutrição, a qual, segundo foi dito, é o que, dentro
de certos limites, a determina) um fator externo, tem, sem embargo, no
vivente seu princípio próprio. Por isso o mineral, que carece da capacidade
de automoção, propriamente não cresce. O alargamento do mineral não se
produz com a intususcepción (ou como minha tradução submissão) de outra
substância; es, simplesmente, uma justaposição por la que dois ou mais
corpos coordenan suas quantidades. A simples dilatação é uma força
mecânica.

Faculdade do crescimento /=/ Faculdade da nutrição

Faculdade da geração é transcendente pois não se limita ao próprio agente

O conhecimento é assim uma operação pela qual um ser se faz presente em


uma forma, de um modo imaterial.

Ler 48% para entender o conhecimento.


A forma de um objeto pode se fazer presente no próprio sujeito de forma
material e em vários sujeitos cognoscentes de forma imaterial e objetiva.

A figura da árvore que várias pessoas veem está nele como forma que
sustenta, de forma fisicamente unida, nas pessoas não está constituido de
forma material, mas de forma distinta.

O conhecimento é a operação pelo qual um ser se faz presente em uma


forma, de modo imaterial. Se os seres fossem apenas matéria só poderiam
ser informados de forma material, porém por serem constituidos de alguma
forma de imaterialidade. Quanto mais imaterial, mais forma e portanto mais
suscetível ao conhecimento.

A forma imaterial informa - na medida em que são conhecidas - de uma


materia imaterial ao cognoscente, este é em ato, através do conhecimento,
aquela mesma forma. A forma que o conhecimento recebe não constitui uma
parte dele, por não ser recebida de forma material, mas se faz presente nele,
é algo que o cognoscente está sendo na medida em que conhece. O
cognoscente é a forma conhecida de forma objetiva e intencional, posto que
de um modo natural é o mesmo que era antes de conhecê-la. O
conhecimento é um crescimento objetivo, que aumenta no cognoscente de
uma maneira formal e ideal.

O conhecimento prático se antecipa ao seu objeto

En terminológia de tradición aristotélica, la especie impresa es la huella


sensible que dejan los objetos conocidos por los sentidos; mientras que la
especie expresa es lo que la mente entiende de esta huella sensible, esto es,
el concepto

O animal não pode conhecer o ser

A sensibilidade só capta aquilo que é individual, concreto e corpóreo.


Formas singulares e concretas = a única coisa que o animal conhece,
conhecimento sensitivo, as formas são sensações e a potência é o sentido

São potências orgânicas. Conhecimento físico e Sentidos

Sentidos externos são os que tem um objeto puramente externo

Sentidos internos: se referem a objetos previamente conhecidos e


elaborados, já interiorizados por outro conhecimento.

O conhecimento intelectual alcança o objeto de maneira objetiva, não de


modo meramente físico, mas como sujeito entitativamente produzido.

O conhecimento intelectual, possui uma condição essencialmente objetiva,


como operação do cognoscente, mas que por estar aberto ao ser e sendo
sustentada por ele, não se limita ao sujeito, mas se expande
intencionalmente em todas as direções entitativas. E por isso capta a si
mesmo de uma maneira objetiva e não meramente sensitiva e subjetiva, não
como meramente um ser corpóreo mas como ser unitário de todas as suas
operações.

O ser intelectivo pode conhecer a si mesmo enquanto ente e enquanto ser


não uma distinção meramente física de suas partes.

- Sentidos superiores e inferiores, captam em diferentes graus de


objetividade
VIsão, audição, olfato, paladar e tato
Sensível per se e sensível per accidens. Sensivel por si é o que os sentidos
externos são realmente capazes de captar, a saber: las formas corpóreas
singulares e concretas, precisamente em sua singularidade e concreção.

A árvore como substancia não é sensível, mas inteligível, o que é sensível


são seus distintos acidentes concretos e singulares. A árvore é sensível per
accidens

Sensível primário: cor


Sensível secundário: quantidade ou extensão qual a cor ocupa

Sentido interno: recordação, rememoração

Sentido externo per se secundário: No mesmo ato em diferente forma


Sentido interno: em ato distinto de conhecimento mas na mesma forma

Sentido interno distinções:


1- sensório comum, forma presente = cores
2- Imaginação
3- Instinto
4- Memória
O sensório comum é a potencia pela qual se tem a sensação de qualquer
sensação externa.

Memória humana é reminiscência, é dirigda pela vontade e pelo


entendimento enquanto no animal é espontânea e simples sem uma
reconstrução de fatos ou da totalidade.

O entendimento age na percepção humana captando a substância que é


centro unificador inteligível da totalidade dos acidentes apreendidos pelas
faculdades sensíveis.

Apetite natural e apetite elícito

Todo ente capaz de conhecer é capaz de apetecer

Apetite concupscível e apetite irascível

Apetite concupscível = bem deleitável


Apetite irascível = bem árduo

Apetite concunpscível: Segue aos atos do sensório comum e da imaginação

Apetite irascível: Versa sobre um bem que convém a natureza mesma, no


caso da do animal, segue ao instinto.

LAS FACULTADES SUPERIORES DEL HOMBRE


O homem possui duas faculdades superiores: O entendimento e a vontade.

O entendimento é primário no estudo posto que a vontade supõe o


entendimento do mesmo modo que o apetite sensívele supõe o
conhecimento sensorial.

O objeto formal do entendimento humano é o ente enquanto ente.

Isso mostra que o entendimento é tão amplo quanto o ente, todo ente é, a
príncipio, objeto possível do entendimento humano.

O animal conhece, mas não entende.

O animal não pode conhecer o ente enquanto ente, não pode conhecer todos
os entes e aqueles que conhece, o conhece de um modo puramente
fenomenico, corpóreo, concreto e singular.

O entendimento é capaz de apreender o ser, enquantno a faculdade sensível


não pode conhecer nada que seja abstrato, o entendimento pode abstrair de
qualquer ente aquilo que lhe é essencial, universal, o seu caráter entitativo
mesmo.

O entendimento humano é uma potência inôrganica.

O entendimento se fosse meramente orgânico só poderia conhecer as coisas


organicamente, materialmente, concretamente e singularmente. A captação
de si mesmo é uma qualidade do entendimento que é irrealizável por uma
potência orgânica.

O entendimento pode captar as coisas materiais posto que ao capta-las as


desmaterializa ou as abstrai parcialmente. A essencia abstrata e essencial
dos seres corpóreos são predicadas deles, a medida que não tem a condição
de individualidade de seus inferiores.

Dessa forma o conceito de árvore é predicado das várias árvores concretas e


singulares, porque não consta, se não que, ao contrário, prescinde, das
diferenças individuais deles. A essência “árvore” mesmo que intelectualmente
abstraída de sua matéria individual, não é captada por nosso entendimento
como algo inteiramente livre de matéria, posto que a pensamos como ente
corpóreo. E desse modo há um rigoroso paralelismo entre as essências
abstratas das coisas materiais e o entendimento humano como potência
espiritual de uma alma unida a um corpo.

O objeto formal próprio do entendimento humano como potência de uma


alma unida a um corpo é a essência abstrata da coisa material representada
pela imaginação. Através dessa essência captada, somos capazes de
negativamente e analogicamente captarmos as coisas imateriais e
reflexivamente captarmos as coisas singulares enquanto singulares. Por isso
suarez erra em dizer que o entendimento conhece diretamente o singular
material..
Conhecemos as coisas concretas e individuais não de um modo intelectual e
sim pelos sentidos. (pois o entendimento é uma potencia inorganica)

Si nuestra alma subsiste sin materia, debe actuar entonces como una forma
que se posee a sí misma. Por no tener materia, su posesión de sí propía
debe ser precisamente inmaterial, esto es, un conocimiento. La única manera
en que una forma puede tenerse a sí misma es, en efecto, la autoposesión
inmaterial, pues lo que es forma no puede recibir como materia; pero una
autoposesión inmaterial no es otra cosa que una autocognición. En
consecuencia, el objeto formal propio del entendimiento humano como
potencia de un alma en estado de “separación” es la misma esencia del alma
separada. El entendimiento es en ella el poder por el cual, ante todo, se
conoce a sí misma, y a través de esta autocognición, capta sus accidentes
propios.

O conhecimento de si própria é imediato e direto.

A espécie impressa é a forma abstrata de um objeto concreta, material e


unitário representado pela imaginação, por ser uma potencia inorganica o
entendimento não pode apreender as formas organicas, concretas e
materiais da realidade, é a sensibilidade que atua nisso e produz imagens
sensíveis, essas imagens sensíveis não são ainda a espécie impressa, a
espécie impressa é a abstração dessas imagens, mas para abstrair essas
imagens o entendimento as universaliza. Por isso se diz que o conhecimento
começa pela sensibilidade.

A esse algo capaz de enaltecer as imagens sensíveis se chama desde


aristóteles de entendimento agente.

O homem abstrai as formas unviersais de sua matéria individual por meio da


potencia intelectiva

O entendimento passivo tem como espécie impressa aquilo que o


entendimento agente produz nele, o entendimento agente age sobre formas
inteligíveis, posto que é justamente aquele que as torna inteligíveis.
Mas o entendimento agente precisa das imagens sensíveis para produzir a
espécie impressa.

O entendimento atua como a luz que revela as cores, o entendimento através


de sua iluminação nas imagens sensíveis revela o conhecimento. As imagens
sensíveis não são meramente passivas, mas são instrumentais, são causas
eficientes subordinadas ao intelecto.

Assim como as cores não agem de forma passíva em relação a vista, mas
sim em relação a luz, do mesmo modo as imagens sensíveis agem de forma
passiva ao entendimento, mas funciona como causa ativa ao intelecto
possível.
Da mesma maneira que a luz física reflete as cores ao olho, produzindo sua
respectiva espécie impressa corpórea, o entendimento reflete as imagens
sensíveis ao intelecto, liberando a essência formal dos objetos de sua
materialidade e concretude e determinando sua espécie impressa abstrata no
intelecto.

Objeto formal é o que o objeto corpóreo tem de essencialmente abstrato em


si mesmo, por isso a espécie impressa deve ter essa mesma natureza.
Porém deve-se reconhecer que por causa disso a espécie impressa deve ter
uma dupla-causa: a sensibildiade (imagens sensíveis) e a do entendimento
(entendimento agente).

Outras teorias existem, mas são deficientes, dentre elas os sensistas (que
relegam o papel do intelecto) e os intelectualistas (que relegam o papel das
causas empíricas ou sensíveis)
Ex: de intelectualistas: (Hume, Ockham, Locke, Epicuro, Mill, etc.)

Os sensistas creem que todos os conhecimentos são meras sensações que


alternam em grau de complexidade

Os intelectualistas acreditam que o intelecto é capaz de apreender


diretamente os universais. (Inatistas e Ontologistas)

Conceitos, juízos, raciocínio

Nosso entendimento opera de uma maneira dinâmica, o objeto da operação


do entendimento não é “evolutivo” ou “histórico” pode ser até imóvel, porém
nosso entendimento age, o seu modo é dinÂmico, evolutivo e “histórico”

A vontade é um apetite elícito cujo ato supõe a possessão intelectual de uma


forma abstrata.

A vontade é determinável por todo o que de algum modo “é bom”. O


entendimento, por todo que de alguma forma “é”. E o que a vontade quer, o
quer por ser bom, assim como o que o entendimento conhece, conhece por
“ser”

O objeto formal do entendimento é o ente e o da vontade o bem

Assim o mal enquanto mal é cognoscível, mas não é apetecível. Para que
esse se afaste do mal é necessário que o entendimento, o tenha alcançado
como mal.

A vontade não se relaciona com o ente enquanto ente, mas sim com o “bem”,
e mesmo que se relacione com os bens em geral, se relaciona com eles na
medida em que são um “bem” , algo universal, existem coisas materiais e
imateriais que são um “bem”.

O ato volitivo é superior ao intelectivo no caso de coisas espirituais, porque o


objeto em questão é mais perfeito como querido (tal como é em si emsmo) do
que como entendido (tal qual é no sujeito cognoscnete)

No caso das coisas materiais o entendimento é superior a vontade. Pelo


mesmo motivo da superioridade da vontade nas coisas espirituais, porque a
vontade quer as coisas tal como são em si mesmas,o que nesse caso, é
materialidade e concretude. Já o entendimento dá um maior grau de
“espiritualidade” para as coisas materiais, as universaliza, as abstrai e capta
a sua forma.

O entendimento move a vontade para seu fim, seu objeto e a vontade move o
entendimento para a aplicação dessa atividade. O entendimento especifica a
vontade e a vontade impulsiona o entendimento.

O objeto do querer é extrínseco, o objeto do entendimento é intrínseco. É


impossível que o querer entenda e o que o entendimento queira, isso seria
admitir um objeto que fosse ao mesmo tempo intrínseco e extrínseco. Mas é
possível que se entenda o querer e que se queira o entender.

A vontade e o entendimento não se confundem nem se separam, de modo


que um sem o outro não faria sentido na unidade do ser, que é em ultima
instância quem quer e quem entende.

A vontade atua de forma imediata no entendimento e na imaginação, através


dessa última atua nos apetites sensíveis e graças a essa atua na faculdade
locomotriz.

Existem atos elícitos e imperados.

A questãao do determinismo na mente diz que somos livres porque


ignoramos aquilo que nos causa, porém a medida em que conhecemos
aquilo que causa as nossas decisões nos tornamos mais livres

Determinismo teológico: Calvino e Lutero


Determinismo Fatalista: Estoicos e maometanos, um destino é o que
determina.
Determinismo psicológico: a vontade é determinada pelo motivo ou pelo bem
mais forte proposto pela razão, Leibniz, Herbart y Wundt.
Determinismo fisiológico: reduzir a operação volitiva a um simples ato reflexo,
Spencer.
Determinismo mecanicista: É defendida por todos os materialistas, reduzir a
vontade a meros processos físico-químicos,Moleschott e Buchner

Millan-puelles apresenta 3 argumentos contra o determinismo: o argumento


da causalidade, da ordem moral e do bem como fundamento da vontade.

A diferença entre o pensar especulativo e o prático não pode constituir uma


contradição, a menos que se divida o homem em duas metades mutuamente
estranhas e inexplicavelmente unidas por uma faculdade - a de pensar -, que,
sem embargo, estária desgarrada no seu íntimo ser.
- A vontade é movida a seu ato pelo bem. Esse é o seu objeto formal.

- Para ele é preciso, sem embargo, que o entendimento apreenda como bom,
e não de um modo especulativo e sim prático.

- É necessário, para que a vontade queira, que se conheça o bom como algo
conveniente aqui e agora, na concreta circunstância real em que o sujeito se
faça.

- Se em algum momento alguém tem sua vontade determinada


univocamente, é pelo conhecimento prático e sim pela falta de conhecimento,
seja por uma paixão intensa ou por uma afecção no entnedimento que
impeça o indivíduo de possuir ou de analisar o conhecimento prático.

- “Quando o entendimento não está em estado de pertubação, quando atua


com a suficiente lucidez, não obcecado por apenas um dos aspectos de seu
objeto, o que é apreendido mostra a ambivalência de todo bem finito e, por
isso mesmo, é incapaz de determinar univocamente a vontade”.

- “É o nosso entendimento que torna possível a liberdade volitiva (Santo


Tomás), visto que ele pode apreender o bem em geral e enquanto bem e
pode analisar qualquer bem concreto não como inteira e perfeitamente bom,
mas sim como é de fato”.

O ato voolitivo é um ato concreto, que não teria lugar se a vontade não
estivesse determinada em um ou outro sentido, porém o conhecimento
prático não pode por si mesmo determina-la, por ser um conhecimento
ambivalente. Portanto, é necessário que algo saia de sua indiferença a esse
conhecimento; para o que é necessário que nossa faculdade intelectual pare
de considerar os vários aspectos do objeto e os aplique a apenas um. Ora, o
que faz com que o entendimento cesse sua atividade e se aplique a ele é -
como já visto no final da seção anterior - a vontade. Consequentemente, ao
cessar a atividade deliberativa - é disso que consiste a decisão - ela se
determina, no sentido de ser o que faz com que o entendimento, ao
permanecer com um determinado aspecto do objeto, já o especifique de
maneira concreta e determinada.

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