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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

ESCOLA DE ENGENHARIA – DELET


ENG04408 CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA II
PRÉ-RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA nº 03
LUCAS SANTOS PAIM 00268683

OBJETIVO
Estudar o conceito da força eletromotriz produzida por um gerador síncrono, e também analisar as suas
características funcionando a vazio.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Geradores síncronos são máquinas síncronas utilizadas para converter potência mecânica em potência
elétrica CA.
Para uma máquina síncrona operar como gerador síncrono, é necessário se produzir um campo magnético
no rotor, a partir disso a potência mecânica é conectada ao eixo de rotação da máquina, e necessita ter velocidade
angular constante, assim cria-se um campo magnético girante dentro da máquina. Esse campo magnético girante
induz um conjunto de tensões trifásicas nos enrolamentos de armadura.
.

Figura 1- Curva do gerador síncrono á vazio.

Ensaio a vazio: O ensaio a vazio em um gerador síncrono tem como objetivo determinar grandezas da
máquina, a principal é o ponto de saturação, que pode ser visto na figura 1, e encontra-se no ponto onde a curva
deixa de seguir a linha de entreferro, a partir desse ponto o material já está saturado magneticamente.

1
Para realizar o ensaio a vazio, a máquina necessita estar livre de carga em seus terminais do estator, então
o enrolamento de campo do rotor é energizado com corrente CC e posto a girar com velocidade síncrona
(constante), aquela que produz a frequência nominal das tensões. Após, aumenta-se gradualmente a corrente de
campo e é possível obter a curva de fluxo magnético versus corrente de campo.
A bobina é enrolada em um material ferromagnético, conforme a corrente de campo é aumentada, o campo
magnético no material também é aumentado e consequentemente aumentaremos o fluxo magnético. Porem em
determinado ponto o material ferromagnético satura, pois seus domínios magnéticos já estão todos orientados. A
partir desse ponto o campo magnético não aumenta mais, logo o fluxo magnético também não aumentará.
A tensão gerada nas fases do estator é dada por:
𝐸𝑎 = 𝐾ϕω
Em que K é uma constante que representa os aspectos construtivos da máquina.
A velocidade síncrona ω também é constante, assim apenas o fluxo ϕ varia. Como o fluxo magnético é
proporcional à corrente de campo 𝐼𝐹 , temos que a tensão interna gerada 𝐸𝑎 é proporcional à corrente 𝐼𝐹 . Assim
em uma curva 𝐸𝑎 versus 𝐼𝐹 também teremos saturação.

Força eletromotriz: A força eletromotriz no alternador é produzida por indução eletromagnética. Ela
segue a lei de Faraday, que diz que uma força eletromotriz é gerada através da variação de fluxo magnético em
relação ao tempo.

No gerador síncrono a geração da força eletromotriz dá-se através do campo magnético do rotor girar em
relação ao estator, assim é induzida uma eletricidade nos enrolamentos de armadura.

Em termos matemáticos pode-se expressar a FEM pela derivada do fluxo concatenado em relação ao
tempo. Repare que o fluxo concatenado pode ser escrito pelo fluxo magnético multiplicado pelo número total de
espiras do enrolamento.
𝑑𝜆 𝑑(𝑁𝜙)
𝜀= = [𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1]
𝑑𝑡 𝑑𝑡
Em situação que há um campo magnético uniforme (campo magnético produzido no rotor do gerador
síncrono) e polos do rotor alinhados com o eixo magnético de uma fase do estator pode-se escrever o fluxo
concatenado por:
⃗ ∙A
𝜆 = 𝑘𝑒𝑛𝑟 𝑁𝐵 ⃗ = 𝑘𝑒𝑛𝑟 𝑁𝐵A cos 𝜃 = 𝑘𝑒𝑛𝑟 𝑁|𝐵||A| cos(𝜔𝑡) [𝑑𝑒𝑓𝑖𝑛𝑖çã𝑜 1]
Em que kenr é um fator de depende do aspecto construtivo da máquina. Repare que o seguir do
equacionamento se dá pelas aplicações das propriedades do cálculo vetorial. Aplicando a definição 1 na equação
1:
𝑑𝜆 𝑑(𝑘𝑒𝑛𝑟 𝑁|𝐵||A| cos(𝜔𝑡))
𝜀= = = −𝑘𝑒𝑛𝑟 𝜔𝑁|𝐵||𝐴| sin(𝜔𝑡)
𝑑𝑡 𝑑𝑡
Como o campo magnético produzido no rotor é uniforme, bem como a área não varia, pode-se escrever:

𝜀 = −𝑘𝑒𝑛𝑟 𝜔𝑁𝜙 sin(𝜔𝑡)


Ou seja, a expressão acima pode ser usada para determinar a tensão gerada nos enrolamentos de armadura
do gerador síncrono. Vale ressaltar que a frequência angular ω é a frequência mecânica, não a frequência elétrica.
Pode ser útil conhecer o valor eficaz (ou valor RMS) da expressão acima, pois usualmente ao utilizar os
voltímetros analógicos do laboratório estaremos a medir a tensão RMS. Ao aplicar a definição, encontra-se:
2
𝜀𝑒𝑓 = √2 ∗ 𝑓𝑚𝑒𝑐 ∗ 𝑘𝑒𝑛𝑟 ∗ 𝑁 ∗ 𝜑𝑝
Em que ƭmec é a frequência mecânica de giro, em Hertz.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Utilizar o conjunto de bancada do motor CC acoplado pelo eixo à máquina síncrona. Realizar as devidas
ligações para acionamento do motor CC e preparar a máquina síncrona para atuar como gerador, isto é, receber
energia mecânica e convertê-la em energia elétrica. Utilizar o tacômetro acoplado ao computador para medição
de rotação do eixo do conjunto. Em simultâneo, utilizar amperímetros e voltímetros para datação dos valores
relacionados às correntes de campo e armadura da máquina CC, à tensão de armadura da máquina CC, à corrente
de campo do gerador síncrono, à tensão de linha da armadura do gerador síncrono e também observar a forma de
onda da tensão de linha do gerador síncrono com o auxílio de um osciloscópio. Com isso, fazer uma tabela que
relacione a tensão de linha gerada com a corrente de campo do gerador síncrono e uma tabela que relacione a
tensão gerada com a rotação do rotor da máquina. Se for possível medir a potência mecânica durante o ensaio
será possível determinar as perdas rotacionais da máquina.

REFERÊNCIAS
[1] Fundamentos de Máquinas Elétricas 5ªed - Stephen Chapman
[2] Material online UFPE - Eduardo Fontana, PhD

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