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Níveis de Vocabulário: De acordo com Garcia (1976, p. 169), “Todo indivíduo medianamente
culto dispõe de quatro tipos de vocabulário: o da língua falada ou coloquial, o da linguagem
escrita, o de leitura e o de simples contato. Os incultos ou analfabetos conhecem certamente
apenas o primeiro. Os dois primeiros tipos constituem o nosso vocabulário ativo que serve à
expressão do nosso pensamento. Os dois últimos representam o nosso vocabulário passivo que
é responsável apenas pela compreensão do pensamento alheio”.
Vocabulário de leitura compreende aquelas palavras que pessoalmente não empregamos nem
na língua literária nem na coloquial, mas cujo sentido nos é familiar. O vocabulário de leitura nos
permite entender facilmente uma página impressa sem necessidade de recorrer ao dicionário.
Famílias Etimológicas: Etimologia é a ciência da origem das palavras. “Por famílias etimológicas
entende-se um grupo de vocábulos cognatos, ou seja, originários de um radical comum. Formam-
se famílias etimológicas através da agregação, ao radical (ou radicais), de vários morfemas: afixos
(prefixos e sufixos), desinências, vogal temática, vogal e consoante de ligação” (XAVIER, 2001, p.
24).
Ex.: leg – do latim legere, ler, colher - lenda, lendário, legenda, legendário, legível, colégio.
Famílias Ideológicas: Segundo Xavier (2001, p. 25), “as palavras podem inter-relacionar-se,
também, pela comunidade ou afinidade de sentido. Isto é o que se chama família ideológica, em
realidade um conjunto de termos irmanados pelo mesmo núcleo de significação, séries de
sinônimos afiliados por uma noção fundamental comum”.
Ex.: casa, domicílio, habitação, lar, morada etc.
Campo Associativo: “As palavras se associam também por uma espécie de imantação
semântica; muito frequentemente, uma palavra pode sugerir uma série de outras que, embora não
sinônimas, com elas se relacionam, em determinada situação ou contexto, pelo simples e
universal processo de associação de ideias. É o agrupamento por afinidade ou analogia, que
poderíamos chamar de campo associativo“ (GARCIA, 1976, p. 167).
Ex.: A palavra mar pode evocar-nos uma série de outras não necessariamente sinônimas como:
vastidão, amplidão, imensidade, infinito, mobilidade, horizonte etc.
Os conceitos de campo semântico e campo lexical frequentemente são confundidos por não
estarem devidamente diferenciados ou definidos. Tanto um quanto outro são utilizados pela
linguística textual a fim do melhor e mais adequado uso das palavras da língua portuguesa. Para
entendê-los melhor proponho alguns esclarecimentos conceituais:
Nenhum falante consegue dominar TODO o léxico da língua que fala, já que o mesmo é
modificado constantemente mediante de palavras novas e várias outras que não são mais
utilizadas. A quantidade de palavras que fazem parte do léxico de uma língua é imensa!
Impossível guardar todas na memória!
O campo lexical é o conjunto de palavras que pertencem a uma mesma área de conhecimento e
está dentro do léxico de alguma língua.
São exemplos de campos lexicais:
O campo semântico é o conjunto de possibilidades que uma mesma palavra ou conceito pode
assumir em determinados contextos. O conceito de campo semântico está ligado ao conceito de
polissemia.
Uma mesma palavra pode tomar vários significados diferentes em um mesmo texto, dependendo
de como ela for empregada e de que palavras a acompanham para tornar claro o significado que
ela assume naquela situação.
Por exemplo:
O campo semântico pode também ser o conjunto das expressões que são utilizadas para
expressar um mesmo conceito.
Exemplos:
1) Campo semântico em torno do conceito de morte: bater as botas, falecer, ir dessa para a
melhor, passar para um plano superior, falecer, apagar etc.
Polissemia
Poli = vários
Semia = sentido
Exemplos:
As palavras “fabricar” e “romper” podem ter vários significados dependendo do contexto em que
estão inseridas.
balas = manufaturar
ninho = construir
advogados = engendrar
FABRICAR moedas = cunhar
a própria desgraça = maquinar
um ídolo = inventar, forjar
Ambiguidade ou Anfibologia
Ana disse à amiga que seu namorado havia chegado. (O namorado é de Ana ou da amiga?)
O pai falou com o filho caído no chão. (Quem estava caído no chão? Pai ou filho?)
SINONÍMIA E ANTONÍMIA
SINONÍMIA: Duas palavras são sinônimas quando se identificam exatamente (sinônimos perfeitos)
ou aproximadamente (sinônimos imperfeitos) quanto ao significado. Raramente as palavras
apresentam sinonímia perfeita.
Exemplos:
Amor e ódio
Euforia e melancolia
Abrir e fechar
Resistir e ceder
HOMONÍMIA E PARONÍMIA
HIPONÍMIA E HIPERONÍMIA
Partindo do princípio de que as palavras estabelecem entre si uma relação de significado, observe
este enunciado:
Fomos à feira e compramos maçã, banana, abacaxi, melão... Nossa! Como estavam baratas, pois
são frutas da estação.
Atendo-nos aos vocábulos “maçã”, “banana”, “abacaxi”, “melão” e também “frutas”, perguntamo-
nos: existe alguma relação entre eles? Toda, não é verdade? Desse modo, ao observar o conceito
de hiperonímia e hiponímia, chegaremos à conclusão ora pretendida. Note:
Hiperonímia = como o próprio prefixo já nos indica, esta palavra confere-nos uma ideia de um
todo, sendo que deste todo se originam outras ramificações, como é o caso de frutas.
Hiponímia = demarcando o oposto do conceito da palavra anterior, podemos afirmar que ela
representa cada parte, cada item de um todo, no caso: maçã, banana, abacaxi, melão. Sim, essas
são palavras hipônimas.
E frutas? “Frutas” representa, portanto, uma palavra hiperonímica de todas as que a ela se
relacionam!!!
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO
Em determinados contextos, uma palavra pode ser usada no seu sentido próprio, real ou não
(figurado).
SENTIDO CONOTATIVO: É a palavra usada não no seu sentido esperado, mas de forma
figurada. É a linguagem poética, literária, diferente da linguagem comum.
Para ilustrar com mais exemplos, vou marcar C para sentido conotativo e D para sentido
denotativo nas frases a seguir:
(__________) Meu pai é meu espelho.
(__________) Quebrei o espelho do banheiro.
(__________) Essa menina tem um coração de ouro.
(__________) A Praça da Sé fica no coração de São Paulo.
(__________) Fez um transplante de coração.
(__________) Você é mesmo mau: tem um coração de pedra.
(_____________) Para vencer a guerra era preciso alcançar o coração do país.
(____________) Completou vinte primaveras.
(____________) Na primavera, os campos florescem.
(____________) O leão procurou o gerente da Metro.
(____________) O metro é uma unidade de comprimento.
(____________) Estava tudo em pé de guerra.
(____________) Ela estava com os pés inchados.
(____________) É órfão de afeto.
(____________) Muito cedo ele ficou órfão de pai.
Atividade
1) Afetividade: frieza.
A afetividade na turma e emocionante.
7) Lato: estreito,justo.
A menina gosta de roupas Lato.
8) Prática:teoria,ideia,fundamento.
Os alunos aprendem na prática.
Homonímia: Para Xavier (2001, p. 19), “É a propriedade de duas ou mais palavras, embora
diversas pela significação, apresentarem a mesma estrutura fonológica”, isto é, as palavras
homônimas se escrevem ou se pronunciam de modo idêntico, mas diferem no sentido. Podem ser:
Homônimos Perfeitos: São aqueles em que há completa homofonia, isto é, possuem a mesma
grafia e pronúncia.
Ex.: rio (acidente geográfico) e rio (forma verbal), livro (verbo) e livro (subst.).
Homônimos Homógrafos: São formas que se escrevem com as mesmas letras, mas têm
pronúncias desiguais, possuem a mesma grafia, mas a pronúncia é diferente.
Ex.: retorno (ô) (subs.) e retorno (ó) (v.), governo (é) (v.) e governo (ê) (subst.).
Homônimos Homófonos: São formas em que o som permanece o mesmo, possuem a mesma
pronúncia, mas a escrita é diferente.
Ex.: cozer (cozinhar) e coser (costurar), concerto (de música) e conserto (de consertar algo
quebrado).
Paronímia: Segundo Xavier (2001, p. 20), paronímia “É a circunstância da existência de palavras
que se assemelham quanto à forma, sem nenhuma relação de significado”, isto é, palavras que
possuem uma pequena diferença na grafia e na pronúncia.
Ex.: emergir (vir à tona) e imergir (mergulhar), descrição (ato ou efeito de descrever) e
discrição (qualidade ou procedimento de discreto).
MAL / MAU
Obs.: BOM e MAU possuem formas especiais para o comparativo de superioridade e superlativo:
melhor e pior, mas podemos empregar as formas mais bom, mais mau quando comparamos
duas qualidades de um mesmo ser. Isto também vale para grande e pequeno. O advérbio BEM
admite a forma mais bem quando for de intensidade, acompanha adjetivo.
MAS / MAIS
Ex.: A criança caiu, mas não se feriu. (A criança caiu, porém não se feriu)
Este aluno é o mais inteligente (Adj.) da classe. (... é o menos inteligente ...)
Eu tenho mais figurinhas (subst.) que você. (... tenho menos figurinhas ...)
DEBAIXO / DE BAIXO
Ex.: Você pode tomar este vinho, pois ele é de baixo teor alcoólico. de alto teor alcoólico.
Andei esta rua de baixo a cima. (de cima a baixo)
Debaixo da cama, havia muitos brinquedos. (sob a cama ...)
ONDE / AONDE
Ex.: Onde você mora? (morar em algum lugar) / Aonde você vai? (ir a algum lugar)
Ex.: Em fim de tarde, nós costumávamos nos reunir na praça. (No final da ...)
Eles, enfim, chegaram. (Eles, finalmente, chegaram)
Os alunos se reuniram a fim de discutir a questão do aumento. (Os alunos se reuniram com a
finalidade de ...)
Nós tínhamos opiniões afins. (Nós tínhamos afinidade nas opiniões)
SE NÃO / SENÃO
Ex.: Você ganhará um pirulito se não fizer barulho. (... ganhará um pirulito caso não faça...)
Fui logo para a escola, senão teria que explicar aquela bagunça. (Fui logo para a escola, ao
contrário teria que ...)
Ex.: Estamos a cerca de cem metros da escola. (Estamos a aproximadamente cem metros...)
Os professores discutiam acerca do salário. (... discutiam sobre o salário)
Recebi seu recado há cerca de dois dias. (Recebi seu recado faz aproximadamente ...)
d) Por quê = prep.. + pron. interrogativo - usado em final de perguntas ou antes de pausa.
HIPERONÍMIA E HIPONÍMIA
Hiperonímia: “Chama-se hiperônima a palavra que possui um sentido mais geral, com relação a
outras de sentido mais específico” (MESQUITA, 1999, p. 158).
Ex.: peixe é hiperônimo de sardinha, atum, cação; dizer é hiperônimo de murmurar, ironizar,
explicar.
Hiponímia: “São palavras de sentido mais específico, com relação a outras de sentido mais geral”
(MESQUITA, 1999, p. 159).
Ex.: girafa, morsa são hipônimas de mamíferos.