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RECIFE
2020
LEONARDO SANTOS DE LIRA
RECIFE
2020
LEONARDO SANTOS DE LIRA
BANCA EXAMINADORA
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Nome, titulação, assinatura e instituição a que pertence
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Nome, titulação, assinatura e instituição a que pertence
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Nome, titulação, assinatura e instituição a que pertence
RESUMO: O objetivo deste trabalho é estudar as causas supralegais de extinção de
punibilidade. O Estado é detentor exclusivo do dever de punir. A punibilidade é a
consequência do crime, ou seja, quando se pratica o fato típico, ilícito e culpável
aquele comportamento descrito na lei em abstrato. O art. 107 do Código Penal prevê
as causas de extinção de punibilidade. No entanto, seu rol, é
meramente exemplificativo. Desse modo, subsistem outras causas de extinção da
punibilidade antevisto tanto no Código Penal, quanto na Legislação Penal
Extravagante. Admitem-se ainda outras causas de extinção da punibilidade não
previstas em lei, vale dizer admitem-se causas supralegais de extinção da
punibilidade, tema deste trabalho. Para analisar a temática se analisará incialmente a
extinção de punibilidade, verificando-se o dever do estado de punir e a teoria geral da
extinção de punibilidade, com a finalidade de expor contextualiza-la. Por último
estudar-se-á as causas extintivas de punibilidade, finalizando-se pelo objeto do
trabalho, ou seja, as cláusulas supralegais.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 3
2. PENA E PUNIBILIDADE......................................................................................... 4
2.1 Função da Penal .................................................................................................. 4
2.2 Punibilidade ......................................................................................................... 6
3 BREVES APONTAMENTOS SOBRE A PUNIBILIDADE NO DIREITO PENAL
BRASILEIRO .............................................................................................................. 8
3.1 O Dever do Estado de Punir ............................................................................... 8
3.2 Teoria Geral da Extinção de Punibilidade ....................................................... 11
4. CAUSAS DE EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE E AS CAUSAS SUPRALEGAIS . 13
4.1 Causas de Extinção de Punibilidade ............................................................... 13
4.2 Causas Supralegais .......................................................................................... 17
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 20
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 21
3
1 INTRODUÇÃO
2. PENA E PUNIBILIDADE
1 O perdão judicial como causa extintiva da punibilidade criminal/ Ana Luiza de Oliveira Silva Alves. Rio
de Janeiro: Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Bacharel em Direito, 2014. 65 f.
6
2 CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal, volume 1, parte geral: (arts. 1º a 120). 16. ed. São Paulo:
Saraiva, 2012. p. 383.
3 CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal, volume 1, parte geral: (arts. 1º a 120). 16. ed. São Paulo:
Saraiva, 2012. p. 383.
4 GOMES, Luiz Flávio. Funções da pena e da culpabilidade no direito penal brasileiro. Pro Ominis. São
implica em trazer novamente ao convívio social aquele que veio a cometer algum tipo
de infração e se encontra cumprindo pena.
Ainda segundo Cesar Roberto Bitencourt, para as teorias preventivas, a pena
não visa retribuir o fato delitivo cometido, e sim prevenir a sua prática, cuidando para
que o agente não volte a delinqüir. A pena não se basearia, portanto, para a Teoria
Preventiva, na idéia de se fazer justiça através da imposição de uma sanção, mas sim
no intuito de inibir, tanto quanto possível, a prática de novos fatos delitivos, limitando-
se a tal fim.5
No que tange à fixação da pena, deverá ser analisado o artigo 59 do Código
Penal, o qual fundamenta que caberá ao magistrado analisar os quesitos de
culpabilidade, antecedentes, conduta social, personalidade do agente, motivos,
circunstâncias e consequências do crime, bem como o comportamento da vítima, para
que, assim, possa se definir a pena e sua quantidade aplicável dentre as possíveis, o
regime inicial de cumprimento e, se cabível, a substituição da pena privativa de
liberdade.
2.2 Punibilidade
5 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal 1 - Parte Geral. 17ª Edição. Editora Saraiva.
São Paulo, 2012.
6 CUNHA, Rogério Sanches. Manual de direito penal: parte geral- 4. ed. rev., ampl. e atual.- Salvador:
7 ESTEFAM, André Direito penal: parte geral .7. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018. p 563.
8 GRINOVER, Ada Pellegrini ; CINTRA, Antônio Carlos de Araújo ; DINAMARCO, Cândido Rangel .
Teoria geral do processo. 24. ed. São Paulo: Malheiros Ed., 2002.
9 GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: parte geral, volume I / Rogério Greco. – 19. ed. – Niterói,
10 ESTEFAM, André Direito penal: parte geral .7. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018. p 563.
11BITENCOURT, Cezar Roberto Tratado de direito penal: parte geral 1. 24. ed. São Paulo: Saraiva
Educação, 2018. p. 48.
10
julgado da sentença, causas de extinção do direito de punir. Essas causas não afetam
o crime, pois a punibilidade não é requisito deste.12
A relação existente entre o autor de um crime e a vítima é de natureza
secundária, uma vez que esta não tem o direito de punir. Mesmo quando dispõe da
persecutio criminis não detém o ius puniendi, mas tão somente o ius accusationis, cujo
exercício exaure-se com a sentença penal condenatória. Consequentemente, o
Estado, mesmo nas chamadas ações de exclusiva iniciativa privada, é o titular do ius
puniendi, que tem, evidentemente, caráter público.13
As denominadas condições objetivas de punibilidade, na maior parte das vezes,
são tratadas pelos autores quando do estudo analítico do crime. Damasio Jesus
salienta que estas devem ser cuidadas de forma diversa, pois pressupõem o crime
completo em todos os seus requisitos e cumprem somente a função de fazer possível
a aplicação da pena.14
Contudo, nem sempre foi assim. Conforme prelecionam Antônio Carlos de
Araújo Cintra, Ada Pellegrini Grinover e Cândido Rangel Dinamarco:
12 SALIM, Alexandre de Azevedo. Direito Penal: parte geral. 7. ed. Salvador: Juspodvim, 2017. p. 559.
13 BITENCOURT, Cezar Roberto Tratado de direito penal: parte geral 1. 24. ed. São Paulo: Saraiva
Educação, 2018. p. 48.
14 JESUS, Damásio. Direito penal: parte geral. 34. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. v. 1. p. 203.
15 CINTRA, Antônio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel.
bem em não fazer valer o seu ius puniendi, razão pela qual haverá aquilo que o Código
Penal denominou extinção da punibilidade.16
A extinção de punibilidade é o desaparecimento da pretensão punitiva ou
executória do Estado, em razão de específicos obstáculos previstos em lei, por razões
de política criminal. Inexiste fundamento de ordem técnica para justificar a causa de
extinção da punibilidade; todas decorrem de vontade política do próprio Estado, por
meio do Legislativo, de impedir a punição ao crime que seria imposta pelo Poder
Judiciário. Guilherme de Souza Nucci observa ainda que não se deve confundir
extinção da punibilidade com condição objetiva de punibilidade, condição negativa de
punibilidade (também denominada escusa absolutória) e com condição de
procedibilidade.17
16 GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: parte geral, volume I / Rogério Greco. – 19. ed. – Niterói,
RJ: Impetus, 2017. p. 865.
17 NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de direito penal: parte geral. Rio de Janeiro: Forense, 2017. p.
1067
18 Jesus, Damásio. Direito penal: parte geral. 34. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. v. 1. p. 198.
12
tipo penal, embora mantenham o seu caráter refratário ao dolo do agente, isto é, não
precisam por este estar envolvidas.19
Quanto a pena o mesmo autor a esclarece que não é um momento precursor
do iter criminis, mas o efeito jurídico do comportamento típico e ilícito, sendo culpado
o sujeito. O crime, realizado em seus requisitos, não deixa de existir pela ocorrência
de condição posterior, exceto se esta vier a excluir um deles.20
As causas de extinção da punibilidade, salvo a anistia e a abolitio criminis, não afetam
os requisitos do crime, mas somente excluem a possibilidade de aplicação da sanção.
Se a punibilidade fosse requisito do crime, extinta resultaria a insubsistência dele
próprio, o que não ocorre pressupõe o crime anterior com todos os seus requisitos.21
Em regra, as causas extintivas da punibilidade só alcançam o direito de punir
do Estado, subsistindo o crime em todos os seus requisitos e a sentença condenatória
irrecorrível. É o que ocorre, p. ex., com a prescrição da pretensão executória
(prescrição após o trânsito em julgado da sentença condenatória), em que subsiste a
condenação irrecorrível. Excepcionalmente, a causa resolutiva do direito de punir
apaga o fato praticado pelo agente e rescinde a sentença condenatória irrecorrível. É
o que acontece com a abolitio criminis e a anistia.22
Guilherme de Souza Nucci adverte ainda quanto as condições negativas de
punibilidade:
19 NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de direito penal: parte geral. Rio de Janeiro: Forense, 2017. p.
1067
20 JESUS, Damásio. Direito penal: parte geral. 34. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. v. 1. p. 198.
21 IDEM. p. 198.
22 JESUS, Damásio. Direito penal: parte geral. 34. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. v. 1. p. 726.
23 NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de direito penal: parte geral. Rio de Janeiro: Forense, 2017. p.
1068.
13
tunc a anistia e a lei nova supressiva de incriminação; as outras causas têm efeito ex
nunc, não retroagindo para excluir consequências já ocorridas.24
Segundo Guilherme de Souza Nucci são causas que se comunicam aos
coautores e partícipes:
24 IDEM. p. 726.
25 IDEM. p. 1068.
26 NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de direito penal: parte geral. Rio de Janeiro: Forense, 2017. p.
1068.
27 BRASIL. Código Penal. Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Disponível em:
Nos casos que se aplicam a abolitio criminis são aqueles quando a lei pela sua
retroatividade não mais considera determinado fato criminoso como delito. A lei penal
31 IDEM. p. 563.
32 BRASIL. Código Penal. Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm Acesso em 15 nov. 2019.
33 SALIM, Alexandre de Azevedo. Direito Penal: parte geral. 7. ed. Salvador: Juspodvim, 2017. p. 563.
34 SALIM, Alexandre de Azevedo. Direito Penal: parte geral. 7. ed. Salvador: Juspodvim, 2017. p. 563.
35 BRASIL. Código Penal. Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Disponível em:
39 IDEM. p. 557.
40 NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de direito penal: parte geral. Rio de Janeiro: Forense, 2017. p.
1068.
41 MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de direito penal. 17. ed. São Paulo: Atlas, 2001. p. 434.
18
42 CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal, volume 1, parte geral: (arts. 1º a 120). 16. ed. São Paulo:
Saraiva, 2012. p. 1316
43 CUNHA, Rogério Sanches. Manual de direito penal: parte geral- 4. ed. rev., ampl. e atual.-
45 BITENCOURT, Cezar Roberto Tratado de direito penal: parte geral 1. 24. ed. São Paulo: Saraiva
Educação, 2018. p. 48.
46 BITENCOURT, Cezar Roberto Tratado de direito penal: parte geral 1. 24. ed. São Paulo: Saraiva
1070.
48 ZAFFARONI, Manual de Derecho Penal, 6ª ed., Buenos Aires, Ediar, 1991, p. 480
20
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal 1 - Parte Geral. 17ª Edição.
Editora Saraiva. São Paulo, 2012.
BITENCOURT, Cezar Roberto Tratado de direito penal: parte geral 1. 24. ed. São
Paulo: Saraiva Educação, 2018
CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal, volume 1, parte geral: (arts. 1º a 120). 16.
ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: parte geral, volume I 19. ed. Niterói, RJ:
Impetus, 2017.
JESUS, Damásio. Direito penal: parte geral. 34. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. v. 1..
MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de direito penal. 17. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
22
NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de direito penal: parte geral. Rio de Janeiro:
Forense, 2017. p. 1067
O perdão judicial como causa extintiva da punibilidade criminal/ Ana Luiza de Oliveira
Silva Alves. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro,
Bacharel em Direito, 2014. 65 f.
ZAFFARONI, Manual de Derecho Penal, 6ª ed., Buenos Aires, Ediar, 1991, p. 480