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30/08/2021
Número: 0706092-92.2021.8.07.0018
Classe: AÇÃO CIVIL PÚBLICA CÍVEL
Órgão julgador: Vara de Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano e Fundiário do DF
Última distribuição : 25/08/2021
Assuntos: Meio Ambiente
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Advogados
MINISTERIO PUBLICO DO DISTRITO FEDERAL E DOS
TERRITORIOS (AUTOR)
RESPONSÁVEL PELOS CORTES DAS ÀRVORES NA
INTERSEÇÃO ENTRE O SUDOESTE E PARQUE DA CIDADE
(REU)
DISTRITO FEDERAL (REU)
CIA URBANIZADORA DA NOVA CAPITAL DO BRASIL -
NOVACAP (REU)
INSTITUTO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS
HIDRICOS DO DISTRITO FEDERAL - IBRAM (REU)
DEPARTAMENTO DE ESTRADA DE RODAGEM DO
DISTRITO FEDERAL - DER (REU)
DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL
(REU)
Outros participantes
PRU1 - PROCURADORIA-REGIONAL DA UNIAO - 1A.
REGIAO/DF (INTERESSADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
101710129 30/08/2021 Defesa preliminar VMA - ACP Viaduto - Sudoeste Petição
13:40
PROCURADORIA-GERAL DO DISTRITO FEDERAL
PROMAI - Núcleo Ambiental
Processo n. 0706092-92.2021.8.07.0018
I – SUMA DO CASO
Trata-se de ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Distrito Federal e
Territórios em face do Distrito Federal, NOVACAP, IBRAM – DF, DER – DF e DETRAN –
DF, com pedido liminar de paralisação da obra pública de construção de viaduto na Estrada
Parque Indústrias Gráficas – EPIG, na interseção entre o Setor Sudoeste e o Parque da Cidade.
Em resumo, foi alegado na inicial que: não teria sido observado o procedimento
legal, notadamente ante a ausência de realização de audiências públicas e ausência de
aprovação pela SEDUH e DER – DF; não teriam sido cumpridas as recomendações do IPHAN;
haveria violação aos princípios do PDTU, com indevida priorização do transporte individual;
haveria violação às escalas bucólica e gregária, notadamente em decorrência de invasão de área
verde de quadra residencial com asfalto, impedindo a livre circulação no interior do bairro.
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SAM, Bloco I, Edifício Sede - CEP 70620000, Brasília-DF
Inicialmente, é preciso destacar a suma relevância da obra pública, que faz parte
do denominado “Corredor Eixo Oeste de Transporte Público no Distrito Federal”, que constitui
um principal eixo de transporte público coletivo do Distrito Federal, que interliga o Plano
Piloto até o Sol Nascente em Ceilândia, abrangendo e beneficiando cerca de 1/3 da população
do Distrito Federal.
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Retirando a etapa da obra do seu contexto, o autor alega que a obra priorizaria o
transporte individual. Com a devida vênia, o projeto do viaduto já contempla o corredor
exclusivo do transporte público coletivo, que será implementado com a próxima obra de
requalificação da EPIG (em fase de licitação), interligando com o corredor existente na EPTG.
Ainda retirando a etapa da obra do seu contexto, o autor alega não teriam sido
cumpridas as recomendações do IPHAN. Conforme esclarecimentos da Secretaria de Obras,
todas as recomendações do órgão federal serão atendidas nas obras do viaduto E também nas
obras de requalificação da EPIG.
Ressalta-se que, tendo o IPHAN analisado e aprovado tais obras em conjunto (no
mesmo Parecer Técnico nº 148/2019-IPHAN), não há irregularidade no atendimento das
recomendações também no conjunto de ambas as obras.
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acréscimo de novas faixas ocorrerá por cerca de apenas 300 metros de comprimento,
tão-somente para adequar os pontos de interseção com as alças, sem nenhuma alteração
sequer na primeira rotatória existente.
Isso é tão evidente que a faixa de pedestre hoje existente será deslocada em apenas
20 metros para cima em direção à primeira rotatória, permanecendo no mesmo nível da via,
sem nenhum talude, o que demonstra os equívocos e exageros da inicial, ao suscitar
indevidamente relevante prejuízo na circulação de pedestres e ciclistas no interior do bairro.
Na verdade, como qualquer outra obra pública de maior porte, tem seus impactos
negativos e positivos. No caso, tanto os órgãos técnicos de aprovação do Distrito Federal e o
IPHAN concluíram que “os impactos positivos das intervenções superam em qualidade e
resultados previstos os eventuais impactos negativos”, em um longo processo
administrativo que vem tramitando desde 2009 (conforme histórico contido no Parecer
Técnico n. 148/2019 – IPHAN)
Inclusive é preciso destacar que o referido processo foi objeto de ampla análise
pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal, que conferiu detalhadamente (em mais de uma
oportunidade) o atendimento de todos os requisitos legais antes de permitir avançar para a fase
de licitação, o que afasta a probabilidade do direito alegado pelo autor nesta fase de cognição
sumária.
Pois bem, vejamos as principais alegações da inicial (que já não tenham sido
refutadas acima):
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Conforme, se verifica, antes da edição dos Decretos suscitados pelo autor (Decreto
n. 38.247, de 01/06/2017 e Decreto n. 38.047, de 09/03/2017), em novembro de 2014 o Grupo
de Trabalho contendo membros da SEDUH e DER-DF já haviam manifestado pela
aprovação dos projetos envolvendo o Corredor Eixo Oeste, inexistindo necessidade de nova
aprovação em conformidade com a norma superveniente, que evidentemente não se aplica.
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Ora, se foi a própria SEDUH quem conduziu a análise conjunta com o IPHAN
dentro do Grupo Técnico Executivo, parece evidente que não se pode falar em ausência de
aprovação pela SEDUH !!
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art. 32 do mesmo Decreto, não havendo que se falar em sua aprovação por
esta SEDUH, senão vejamos:
Art. 32. É de competência do órgão responsável pelo trânsito a
elaboração, a análise, a aprovação e o monitoramento dos projetos que
envolvam:
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(Projeto Executivo), uma vez ter sido objeto de contrato nessa Secretaria” (Ofício n.
166/2019 – inteiro teor em anexo).
Portanto, o próprio DER entendeu que já tinha aprovado e não havia obrigação
de nova aprovação !!
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http://onibusrmtca.blogspot.com/2010/06/df-brasilia-e-entorno-apresent
am.html
http://www.agenciabrasilia.df.gov.br/042/04299010.asp?ttCD_CHAVE
=100635
http://www.st.df.gov.br/003/00301009.asp?ttCD_CHAVE=99507&btIm
primir=SIM
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Conforme se verifica, por determinação legal, a análise deve ser feita considerando
toda a intervenção (audiência pública na elaboração do plano diretor), e não apenas uma
pequena etapa. Apenas o cotejo entre os impactos negativos e positivos de toda a intervenção
pode conduzir a decisão do administrador.
É importante destacar ainda que tal análise e aprovação em conjunto no PDTU não
significou que não foram analisados detalhes e especificidades relacionadas ao viaduto. Pelo
contrário, o histórico da tramitação do processo e as atas de reunião demonstram diversos
questionamentos e debates exclusivos relacionados ao viaduto, inclusive revelando a devida
preocupação com a mobilidade dos pedestres e ciclistas. Aliás, tal questão de mobilidade foi
a principal razão para as obras não terem sido aprovadas antes.
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“Por área "non aedificandi" entende-se uma área não edificável, e não
necessariamente não pavimentável. O fundamental é garantir que a faixa
verde emoldurante das Superquadras, com largura de 20 metros, seja
preservada. Na Figura 4 podemos constatar duas cotas, de 33 e 10 metros
entre a ECB e o limite do Blogo G. A princípio, é de se imaginar que o
acréscimo de uma 3a faixa de rolamento de 3,50m e de uma 4a faixa de 3,50m,
com menor comprimento, para a entrada dos veículos vindos diretamente da
EPIG, não comprometeria a faixa verde emoldurante da SQSW 105.
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Não é demais lembrar mais uma vez que o IPHAN aprovou o projeto, levando em
consideração a necessidade de preservação da concepção urbanística de Brasília e das suas
escalas urbanas, notadamente a escala bucólica.
Na inicial foi também alegado que a referida obra impediria a livre circulação no
interior do bairro. A respeito, a SEDUH esclareceu que a questão da circulação de pedestres e
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ciclistas "foi equacionada com a proposta de calçadas provisórias sob o viaduto EPIG de
conexão entre Parque da Cidade/SHCSW, conforme demonstra a Figura 6 do Parecer
Técnico n° 148/2019 - COTEC/IPHAN/DF (67792609 folha 21/55). Esta inserção de
calçadas provisórias no projeto do viaduto é fruto de atendimento pela SINESP à
Recomendação 4 da Memória da 27ª Reunião Extraordinária do GTE (67925356).”
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Não é demais lembrar que, ao expedir cada das licenças acima, o órgão ambiental
revisita o processo de licenciamento, procede à nova análise técnica levando em
consideração o panorama ambiental da atualidade e decide se é possível a restauração dos
efeitos da anterior licença expedida, inclusive analisando se há ou não necessidade de
atualização dos estudos técnicos.
Por fim, ainda que Vossa Excelência entenda que determinada formalidade legal
não tenha sido atendida da forma mais adequada, o interesse público certamente não é pela
paralisação da obra, mas sim pela concessão de prazo para eventuais correções. Repita-se, os
órgãos públicos permanecem abertos ao diálogo com a comunidade e os órgãos de controle,
notadamente para atender as demandas possíveis, como recente fez.
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IV – DO PEDIDO
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