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Roteiro final
Como dito a cima, que o verdadeiro saber dar-se pelos sentidos e experiências com
a natureza, É de grande importância lembrar que o autor fundamenta-se no criacionismo,
fato este comprovado uma vez que coloca a natureza como obra de Deus, a qual fora
criada para o homem cuidar, extrair as riquezas que nela estão e por fim, sendo um
caminho de aproximação dEle.
Apesar, de o autor apresentar uma receita de como deve ser a vida dos
homens, isto é, em sua obra deixa-nos claro a ideia de que o homem deve viver em
harmonia com o mundo e as pessoas que nele estão, agindo pela ética, moral e razão,
sendo educado ainda nos primeiros anos de vida, para Comenius, o ser pode estar
sujeito a erros; esses erros são a vontade de voltar ao passado, a fim conciliar coisas
findadas já, dessa maneira, seus escritos nos trazem a reflexão que tudo o que pudermos
fazer, façamos logo, pois o tempo passa e jamais volta.
Mas estes desejos são vãos, pois o dia que passa não
voltará mais. Nenhum de nós, que estamos já carregados
de anos, voltará a rejuvenescer de modo a poder dar à
vida uma nova direção e a preparar-se melhor para ela
com a instrução. Para nós, já não há remédio. Resta-nos
apenas uma coisa, uma só coisa é possível: que tudo
aquilo que pudermos fazer em proveito dos nossos
vindouros, o façamos, ou seja, demonstrado em que erros
nos lançaram os nossos professores, lhes mostremos o
caminho de evitar esses erros. E isto se fará no nome e
sob a direção daquele «que é o único que pode enumerar
os nossos defeitos e endireitar as nossas ideias tortas»
(Eclesiastes, I, 15p). (COMENIUS, 1621-1657, p.152,).
Posto isso, é importante apresentar como evitar o erro, este pode ser evitado
sob a direção da natureza, ou seja, o individuo deve ser guiado pela natureza, pois essa é
regida por uma ordem, a qual não falha, mas sim leva ao real.
Vale notar que essa escola por ele proposta, tem que ser um ambiente
harmonioso, ou seja, que não haja agrupamentos por níveis de inteligência, já que
menciona seis tipos de inteligências, as mais penetrantes e as mais obtusas, mas que
todos possam ser estimulados de forma igual, apresentando assim, um desenvolvimento
conjunto. O método exibe também a ideia de que a educação deve começar logo na
primeira idade, pois é mais fácil moldar o indivíduo, semeando-o de qualidades boas e
morais. Por fim, e não menos relevante, a escola, deve ser um meio agradável, e não
árduo e violento, como se mostra.
Por sua vez, a observação para Comenius deve ser o primeiro passo para
chegar ao conhecimento, contudo, essa observação não se prende somente a análise dos
fenômenos naturais recebidos pelos sentidos, que são levados até o intelecto, sendo
interpretados pela razão, a qual deve “colher” somente as informações boas; mas
também a observação de nós mesmos, isto é, o homem deve conhecer-se a si mesmo,
compreender seu papel no universo a partir de sua alma, tornando-se racional e
semelhante a Deus.
Feito tudo isso, torna-se claro que o homem fora posto no mundo se não
para servir a Deus, que detém o saber de tudo, servir ao próximo e a nós mesmos, isto é,
deve o ser dotar-se de qualidades, como a honestidade para com o outro e em relação a
nós mesmos, deve-se haver ciência, ou melhor, a razão para distinguir o que é real e o
que é ilusório, por último e não irrelevante, o homem fora posto no mundo, sua casa de
delícias, para usufruir dos bens que nela há, em outras palavras, Deus fez a natureza
para que nós gozemos por meio dela, enaltecendo seu nome por tudo que fez, sendo
assim a Terra, o maior exemplo de bem-estar.
Referências Bibliográficas
BOTO, Carlota. Rumos da tradição: o pensamento pedagógico do século XVII. In: A liturgia
escolar na Idade Moderna. Campinas/ SP: Papirus, 2017.