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VÍNCULO EMPREGATÍCIO
UBER x MOTORISTAS
Rio de Janeiro
Set/2016
Impresso por Iago Alace, CPF 473.960.908-81 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não
pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 09/04/2021 10:45:56
Parecer
Relatório:
não diária) nos serviços prestados, portanto, quanto a isso não há dúvidas. O
que a justiça e os doutrinadores tem discutido e um dos itens principal para
desmistificar essa relação é a subordinação, se o motorista é subordinado a
plataforma UBER, vejamos então: o aplicativo define a rota, a forma de
pagamento (semanal), os critérios que devem ser adotados pelo motorista no
atendimento (e caso não seja cumprido o mesmo poderá ser penalizado), a
UBER impede que o motorista possa filtrar suas corridas, o motorista é pago
em forma de “comissão” após a retirada dos 25% por parte do aplicativo, dentre
outros detalhes que já mencionamos, é suficiente para caracterizar
subordinação?
Fundamentação:
Seguindo essa linha, nos remeto ao artigo 7º, XXII c/c art. 225, § 3º, CF, que
discorre a respeito da segurança do trabalhador, aos direitos sociais que são
fixados nas Leis 4.886/66 (representantes comerciais) e 12.690/12
(cooperativados) que seguem o mesmo padrão de trabalho que os motoristas
da UBER.
O art. 7º, I, CF nos traz ainda outra curiosidade, a relação de emprego protege
o empregado com relação a despedida arbitrária ou justa causa, se
analisarmos com calma, o motorista da UBER, que preste um bom serviço mas
tenha “inimigos” em sua vida pessoal, podendo ser denunciado na plataforma
apenas a nível de pirraça, poderá ser banido do aplicativo, de forma arbitrária,
sem que saiba o motivo, simplesmente por “não agradar aos padrões exigidos”,
e quem o protegerá disso? Destaca-se aqui a necessidade da EVOLUÇÃO, da
regulamentação, da visibilidade em cima de todas as formas de trabalho para
que se evite a escravização com nomes refinados.
apreciar as provas dos autos de forma específica, para analisar com acuidade
as diferenças muitas vezes tênues, mas que distinguem o empregado do
representante comercial. Faz-se imprescindível, portanto, serem encontrados
os requisitos da relação empregatícia, mormente a subordinação jurídica, pois,
mesmo que as partes tenham pactuado contrato de representação comercial,
de natureza civil, existindo nos autos os elementos de convicção quanto à
ocorrência de trabalho subordinado, configurando a sujeição do autor ao poder
diretivo da reclamada, nos moldes exigidos pelos artigos 2º e 3º da CLT , o
reconhecimento da relação de emprego é medida que se impõe. In casu,
restou provada a presença da subordinação jurídica, bem como os demais
requisitos da relação empregatícia, quais sejam, pessoalidade, onerosidade e
habitualidade, o que afasta a relação autônoma do contrato de representação
comercial prevista na Lei 4.886 /65. HORAS EXTRAS E REFLEXOS.
TRABALHO EXTERNO. Restando provado que o reclamante, apesar de
realizar o seu labor externamente, tinha o seu horário de trabalho controlado
pela empregadora, não se configura o enquadramento deste no art. 62 , I da
CLT . Logo, faz jus o empregado ao recebimento do valor correspondente ao
labor extraordinário comprovado nos autos. DANOS MORAIS. Se por um lado,
a cobrança e fiscalização fazem parte do poder diretivo do empregador, por
outro lado, como titular do empreendimento econômico e detentor dos meios
de produção, está obrigado a manter um ambiente sadio, respeitando a
integridade física l de todos aqueles que colocam o trabalho a sua disposição”
Conclusão:
A exploração por parte da UBER para com seus motoristas é clara, e o sistema
de penalização “às escuras” é bárbaro em uma geração que se entitula “de
direitos”, mas não é capaz de enxergar que a mesma empresa que não se
responsabiliza por quaisquer ônus oriundos do serviço prestado através da
plataforma, não pensa duas vezes antes retirar os seus valores exacerbados
das quantias adquiridas com o suor e determinação daquele motorista, ficando
certo que não existe a cultura solidária da cooperação. O motorista não possui
alternativa, senão, seguir minuciosamente as regras rígidas dispostas pelo
aplicativo em sua plataforma.
Referências bibliográficas:
http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2015/09/uber-perde-acao-de-motoristas-
por-reconhecimento-trabalhista-nos-eua.html
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2016/08/associacao-de-motoristas-
denuncia-uber-por-irregularidades-trabalhistas.html
Impresso por Iago Alace, CPF 473.960.908-81 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não
pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 09/04/2021 10:45:56
http://oglobo.globo.com/sociedade/tecnologia/correcao-motorista-do-uber-
funcionaria-conclui-comissao-na-california-1-16472682
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI237918,41046-
Motorista+do+Uber+podera+ser+considerado+empregado+no+Brasil
http://idgnow.com.br/mobilidade/2016/03/21/irritados-com-ganhos-baixos-
motoristas-do-uber-prometem-greve-em-sp/
http://aplicacao.tst.jus.br/dspace/handle/1939/30176
http://www.nytimes.com/2015/06/18/business/uber-contests-california-labor-
ruling-that-says-drivers-should-be-employees.html?_r=0
http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/motoristas-do-uber-
empregados-ou-autonomos/