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INSTITUTO LUTERANO DE ENSINO SUPERIOR DE ITUMBIARA


CURSO DE AGRONOMIA

LEIDIANE BARBOSA DA SILVA

METODOLOGIA ALTERNATIVA PARA O TESTE DE FRIO EM SEMENTES DE


SORGO

Itumbiara, abril de 2008.


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LEIDIANE BARBOSA DA SILVA

METODOLOGIA ALTERNATIVA PARA O TESTE DE FRIO EM SEMENTES DE


SORGO

Monografia apresentado ao curso


de Agronomia, do Instituto Luterano de
Ensino Superior de Itumbiara – Goiás,
como requisito parcial para obtenção do
titulo de Bacharel em Engenheiro
Agrônomo orientado pela professora Dra.
Mirian Gotardo.

Itumbiara, abril de 2008.


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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

S586m Silva, Leidiane Barbosa da


Metodologia alternativa para o teste de frio em sementes de
sorgo. / Leidiane Barbosa da Silva ; orientadora Professora doutora
Mirian Gotardo. Itumbiara,2008.

25 f. il.
Monografia ( Conclusão do Curso de Agronomia ) – Instituto
Luterano de Ensino Superior de Itumbiara,2008.
Inclui bibliografia

1. Semente de Sorgo 2. Teste de Vigor 3. Teste Frio


CDU :.631.53.02:633.17

Bibliotecária Responsável: Terezinha Aparecida de Freitas Castro Piedade CRB/1 - 1384


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Dedico essa monografia a quem é a “Suprema Ciência


da Sabedoria, que a mente humana pode descobrir em
cada um dos processos do universo estampados na
natureza”; Deus e meus pais.
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Agradecimento

Ser grato é um grande atributo da alma humana. A gratidão é um sentimento que


quando cultivado credencia os seres para viver em um plano que não pode ser vivido sem a
presença de tão nobre sentimento.
A faculdade de recordar é uma grande aliada no cultivo de sentimento de gratidão.
Recordar é fazer retornar ao coração o que nele já esteve. Recordo os momentos vividos
comigo mesmo, as lutas oriundas das dúvidas quando a vontade nem sempre se fazia presente.
Recordo o desprendimento de familiares, quando absorvido pelos estudos privava-os de
minha presença. Dos colegas, companheiros de caminhada que sempre apresentaram um
aporte positivo para conquista do objetivo final.
Sou eternamente grato aos meus pais, ter nascido para essa vida, é o maior
benefício que pode receber o espírito humano. Meus pais me propiciaram essa oportunidade.
Deus sabe o tanto que eu os amo.
O meu namorado que me ajudou em tantos problemas ao longo dessa jornada,
coisa simples, mas que tornam muito complicadas quando se não tivesse-o presente não
conseguiria vencer sozinha.
Sou muito grata a Professora Mirian Gotardo que me orientou nessa árdua etapa
de aprender a fazer pesquisa. Com suas oportunas observações, com seu tino de pesquisadora
soube dar a um conjunto de expectativas, dúvidas e incertezas a culminação feliz desse
trabalho.
Enfim agradeço a minha mãe Lindalva e ao meu pai Marley por serem acima de
tudo meus grandes amigos, minha homenagem, meu carinho e minha eterna gratidão pela
oportunidade de mais um sonho na minha vida.
Obrigado!!!!!!!!
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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Valores de F obtidos na analise de variância dos dados referentes teor de água,
germinação, envelhecimento acelerado, teste frio rolo de papel sem terra, teste frio rolo de
papel com terra, teste frio caixa plástica com terra e emergência de plântulas em campo ......17
Tabela 2: Médias dos dados referentes teor de água, do teste de germinação (TPG) e do teste
de envelhecimento acelerado de cinco lotes de sorgo ..................................................... ......18
Tabela 3: Médias dos dados referentes à porcentagem de germinação quanto às três
metodologias do teste frio e emergência de plântulas em campo de cinco lotes de sorgo ......19
Tabela 4: Coeficiente de correlação linear (“r “) entre as metodologias utilizadas para o teste
frio com a emergência de plântulas em campo de cinco lotes de sorgo ........................... ......21
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RESUMO

A avaliação do vigor em sementes de sorgo é uma preocupação constante de produtor, usuário


e tecnologistas de sementes. Desta forma o trabalho teve por objetivo identificar quais
metodologias proporciona a separação de lotes em diferentes níveis de vigor, e também
identificar quais metodologias oferecem maior correlação em campo, visando mais
praticidade em sua condução. O experimento foi conduzido utilizando cinco lotes de sorgo da
cultivar DKB 599 provenientes da Monsanto do Brasil, safra 2006/7. A princípio as amostras
foram avaliadas previamente por meio dos testes padrão de germinação (TPG),
envelhecimento acelerado (EA), e teor de água (TA). Empregou-se diferentes metodologias
para condução do teste frio, sendo utilizadas rolo de papel sem terra, rolo de papel com terra,
caixa plástica com terra e emergência de plântulas em campo. O delineamento utilizado foi
inteiramente casualizados (DIC) com quatro repetições de 50 sementes, e as médias foram
comparadas pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade. Foi realizado também uma análise de
correlação linear entre as diferentes metodologias do teste frio com emergência de plântulas
em campo. De acordo com os resultados obtidos observou-se que o teste frio com rolo de
papel sem terra e o teste frio com rolo de papel com terra foram os mais adequados para
separar os lotes em diferentes níveis de vigor, porém o rolo de papel sem solo foi o indicado
para introdução da análise de rotina dos laboratórios de sementes, por serem de fácil
execução.
Palavra chave: Sorgo, Sorghum bicolor, Teste de vigor
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ABSTRACT

The appraisement of vigor in sorgho seeds, it, is a constant preoccupation for producers,
usuaries and thecnologist of seeds.
Thinking about it, this work had two objectives: identify what methods can be used to
proportionate the separation of lots in different vigor levels and also what methods offer more
correlation in camp, aimming more practice condution.
The experiment was done by using five sorgho lots of DKB 599 by Monsanto of Brazil,
2006/7 havest. First, the samples were appraised by Germination Test (GT), Acelerated
oldering (AO) and Water Tenor (WT). It was used different methods for the rolls with dirt,
plastic box with dirt and emergency of plants in camp.
The tracement used was casualited with four repititions of 50 seeds an the measures were
compared by Tukey Test with 5% of probability.
It was also realized a test of linear correlation among differents methods of Cold Test With
emergency of plants in camp.
According to the results it was possible to observe that the cold test in paper rolls without dirt
an the cold test in paper rolls with dirt were the best way to separate lots in different vogro
levels, but the paper roll without dirt was indicated for the introduction of test realized in
laboratories of seeds, because they, re easier to deal with.

Key words: Sorgho, Sorghum bicolor,Vigor Test


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SUMÁRIO

Introdução...................................................................................................................... ......10
Revisão de Literatura ..................................................................................................... ......11
Materiais e Métodos....................................................................................................... ......14
Resultado e Discussão.................................................................................................... ......17
Conclusão ...................................................................................................................... ......22
Bibliografia.................................................................................................................... ......23
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INTRODUÇÃO

O sorgo é originário da África, sendo cultivado, porém em todos os demais


continentes devido a sua grande capacidade de adaptação a diferentes condições
edafoclimáticas, refletindo em características agronômicas, tais como resistência a seca, ao
calor e fotoperíodo. Assim apresenta-se como opção para os sistemas de rotação e sucessão de
culturas em varias regiões produtoras de grãos (VICENTE, 1973).
No Brasil, o sorgo começou a ser cultivado em diferentes escalas, devido o grande
interesse pela cultura, em função do mesmo ser um importante componente para ração animal
e principalmente para produção de grãos, em função disso o mesmo detém status de
prioridade dentre os produtos da agricultura brasileira (ARAUJO, 1996).
O uso de sementes de elevada qualidade é um dos pré-requisitos fundamentais
para se conseguir maior produtividade na lavoura. Com a crescente demanda de semente de
alta qualidade para o estabelecimento de agricultura mais produtiva e sustentável, cresce
também a necessidade de monitorar cada fase do seu processo produtivo. Com isso para
identificar lotes de sementes com alto vigor, torna-se necessário o uso de testes adequados
para a espécie em questão (MARCOS FILHO, 1999).
Dado o crescente interesse pela cultura, faz-se necessário estudos para
proporcionar otimização do rendimento e qualidade do produto. Logo o uso de sementes com
alto potencial fisiológico é fundamental no processo (NAKAGAWA, 2000).
Portanto o trabalho teve dois objetivos: 1) Identificar metodologias que
promovam a separação dos lotes em diferentes níveis de vigor, 2) Identificar quais
metodologias oferecem maior correlação em campo.
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REVISÃO DE LITERATURA

A agricultura constitui uma importante atividade agrícola no Brasil, que graças á


alta rentabilidade econômica, vem apresentando altos índices de crescimento nos últimos anos
(FERNANDO, 1994).
Entre as culturas de grande interesse sócio-econômico para o Brasil, destaca-se o
sorgo (VICENTE, 1973), o qual assume papel importante na expansão da fronteira agrícola
(ARAUJO, 1996).
Um dos problemas a serem resolvidos na cultura do sorgo é o fornecimento de
sementes de qualidade, uma das ferramentas essenciais para alcançar esses resultados é a
análise de sementes.
O desempenho das sementes é determinado pelo teste padrão de germinação.
Porém, nota-se que há algum tempo, pesquisadores, produtores de sementes e agricultores,
não têm se mostrado satisfeitos com o uso exclusivo de informações fornecidas por esse teste
que identifica o potencial fisiológico das sementes, sob condições idéias (MARCOS FILHO
et al, 1987).
Marcos Filho (1999) e Carvalho & Nakagawa (1999) relataram que as condições
ambientais exercem influência acentuada sobre manifestação do potencial fisiológico das
sementes e, portanto, se a semeadura for realizada em condições ambientais desfavoráveis, a
emergência de plântulas normais pode ser inferior à determinada em laboratório.
Portanto, há necessidade da inclusão de testes, em programas de controle de
qualidade, que permitam, pelo menos, identificar diferenças no potencial fisiológico de lotes
com alta germinação ou viabilidade, além de detectar possíveis diferenças no potencial de
desempenho entre lotes com germinação ou viabilidade semelhantes (MARCOS FILHO,
1999). Nesse sentido, os testes de vigor, têm se constituído em ferramentas de uso cada vez
mais rotineiro, pela indústria de sementes e pesquisadores.
13

Os testes de vigor representam importante parâmetro para a caracterização do


potencial fisiológico das sementes. Tem sido desenvolvido para proporcionar informações
adicionais ao teste de germinação, porém, não para substituí-lo. A escolha de determinado
teste de vigor deve ser baseada no conhecimento da relação entre a resposta da semente a
determinado teste com o seu comportamento em campo, para que se possa dimensionar a
confiabilidade das informações obtidas e aplicá-las corretamente na tomada de decisões
(MARCOS FILHO, 1999). Os testes avaliam diferentes aspectos do comportamento das
sementes, ou seja, um mesmo lote pode exibir reações variáveis em função da característica
que foi avaliada e do genótipo. Neste sentido vários autores (KRZYZANOWSKI, 1999;
MARCOS FILHO, 1994) destacaram a utilização conjunta dos resultados de vários testes para
avaliação do vigor de sementes. Há vários fatores que afetam o vigor entre eles estão os
genéticos apresentados pelas sementes, durante a produção que é afeta pelas condições
ambientais, formação da floração e fertilização é quando floresce em condições diferentes,
maturação da semente, danos mecânicos e microorganismo e insetos.
Os testes de vigor têm procurado estabelecer relação entre os resultados em
laboratório e a emergência de plântulas em campo. Porém, com o aumento das adversidades
das condições do ambiente, os testes perdem a capacidade de estimar o potencial de
emergência de plântulas, tornando seus resultados praticamente nulos, sob condições de
campo extremamente desfavoráveis (CARVALHO, 1994).
O objetivo dos testes de vigor é identificar possíveis diferenças no potencial
fisiológico de lotes de sementes que apresentem poder germinativo semelhante e dentro de
padrões de comercializáveis (MARCOS FILHO et al., 1987), ou seja, distinguir com
segurança lotes com maior ou menor probabilidade de apresentar bom desempenho após a
semeadura e/ou durante o armazenamento.
Os progressos mais expressivos na avaliação do potencial fisiológico de sementes
são os relativos aos testes de vigor, sendo que o mais pesquisado e o teste frio (MIGUEL,
1999).
O teste frio é um dos mais antigos testes de vigor. Foi desenvolvido em 1920, e
tem como principio básico a exposição das sementes a baixa temperatura, alta umidade e
agentes patogênicos (quando se utiliza terra procedente de áreas de cultivo da espécies), pode
funcionar como instrumento de grande valor para a seleção previa de lotes de sementes,
quanto ao seu desempenho, em uma ampla faixa de condições ambientais. Esse é considerado
um teste de resistência, pois o lote de sementes que melhor resistir às condições adversas é
considerado o de maior potencial fisiológico. De forma geral, se os resultados do teste frio se
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aproximarem dos obtidos no teste de germinação, há grande possibilidade desse lote


apresentar capacidade para germinar sob ampla variação das condições de umidade e
temperatura do solo (CICERO & VIEIRA, 1994).
Atualmente, o teste de frio é mais utilizado para a cultura do milho, no entanto,
em função da confiabilidade dos resultados fornecidos, há interesse em padronizá-lo para
outras espécies. A literatura indica carência de pesquisas com sementes de sorgo. Existem
trabalhos empregando o teste frio na avaliação do potencial fisiológico de sementes de sorgo
(KRZYZANOWSKI, 1991), soja (BARROS, 1999 e MOLINA, 1987), porem os estudos com
relação aos aspectos metodológicos e sua utilização, têm se concentrado nas sementes de
milho.
A pesquisa tem apontado algumas variações para a metodologia do teste, com a
utilização do papel toalha com terra, reduzindo a quantidade de substrato e o espaço
necessário, que muitas vezes se tornam fatores limitantes para os laboratórios. Caseiro,
(2000), sugeriram a utilização de rolos de papel toalha sem terra, esta variação, quando
sensível na determinação do potencial fisiológico das sementes, é interessante porque, além
de reduzir o espaço, elimina o uso de terra como substrato, minimizando os seus
inconvenientes, relativos à higiene e dificuldades na padronização.
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MATERIAIS MÉTODOS

O experimento foi conduzido no laboratório de Analise de Sementes do Instituto


Luterano de Ensino Superior de Itumbiara-GO, com sementes de sorgo de cinco lotes da
cultivar DKB 599 da safra 2006, proveniente da Monsanto do Brasil, Unidade de Cachoeira
Dourada – MG.
Para caracterização previa de cada lote foram determinados teor de água (TA),
germinação (TPG) e vigor (EA) descritos a seguir.
Determinação do teor de água (TA) - O teor de água das sementes foi
determinado pelo método da estufa a 105ºC +- 3ºC por 24 horas, com quatro repetições de 50
sementes por lote.
Teste padrão de germinação (TPG) - Foram utilizadas 200 sementes (quatro
sub-amostras de 50 sementes) para cada lote, semeadas em rolo de papel Germitest,
umedecido com quantidade de água equivalente a 2,5 vezes o peso do substrato seco, e
colocados para germinar à temperatura de 27ºC. As contagens foram realizadas no quinto e
oitavo dias após a instalação do teste computando-se o numero de plântulas normais, de
acordo com as Regras de Análise de Sementes (BRASIL, 1992).
Teste de envelhecimento acelerado (EA) - As sementes foram colocadas em
caixa plásticas de germinação (dimensões de 11 cm X 11 cm X 3 cm), sobre tela plástica,
separando-as da água e distribuídas de maneira a formar camada única. Quando necessário foi
utilizado mais de uma caixa plástica para acondicionar a quantidade mínima de sementes
necessárias para realizações do teste de germinação (200 sementes).
No fundo da caixa foi colocados 40 mL de água destilada. A seguir estas caixas
contendo as sementes foram mantidas em câmara de envelhecimento, na temperatura de 42ºC,
no período de 72 horas. Decorrido o tempo de envelhecimento, as sementes foi retiradas da
câmara e colocadas para germinar, conforme metodologia anteriormente apresentada para o
16

teste padrão de germinação. As avaliações foram realizadas no quinto dia, após o plantio das
sementes.
Teste frio – Método da caixa com terra - Como substrato foi utilizado mistura
de 2/3 de areia e 1/3 de terra, tendo esta sido coletada da camada arável de uma área
previamente cultivada com sorgo. O substrato foi colocado em caixas plásticas com
dimensões de 26 cm de comprimento X 16 cm e largura X 8,5 cm de altura. As sementes
foram semeadas e cobertas com camada aproximadamente 3 cm do mesmo substrato. A
irrigação foi feita ajustando a umidade do substrato para 70% da sua capacidade de campo. As
caixas foram tampadas e colocadas em câmera fria tipo BOD, regulada à temperatura de 10ºC
durante sete dias. Após esse período o material foi retirado e mantido à temperatura ambiente
(25 a 27ºC) por cinco dias, quando então procedeu-se a contagens das plântulas normais
(BRASIL, 1992).
Teste frio – Método do rolo de papel sem terra - Amostras de 50 sementes
foram distribuídas em duas folhas de papel germitest, umedecidas com quantidade
equivalente 2,5 vezes o seu peso. Foram cobertas com uma terceira folha de papel germitest e
enroladas. Os rolos de papel foram colocados em sacos plásticos, amarrados e vedados com
fita adesiva e mantidos em câmera fria do tipo BOD, a 10ºC, durante sete dias. Após esse
período o material foi mantido em temperatura entre 25ºC e 27ºC, por cinco dias, quando
então foi feita a avaliação das plântulas normais (BRASIL, 1992).
Teste frio – Método do rolo de papel com terra - Amostras de 50 sementes

foram distribuídas em duas folhas de papel germitest, umedecidas com quantidade

equivalente 2,5 vezes o seu peso e cobertas com 100 gramas de terra/areia. Foram cobertas

com uma terceira folha de papel germitest e enroladas. Os rolos de papel foram colocados em

sacos plásticos, amarrados e vedadas com fita adesiva e mantidos em câmera fria do tipo

BOD, a 10ºC, durante sete dias. Após esse período o material foi mantido em temperatura de

(25 - 27ºC), por cinco dias, quando então foi feita a avaliação das plântulas normais.
17

O teste de emergência de plântulas em campo - foi realizado em cinco canteiros


de 1m x 0,90, divididos em sulcos de 1 m de comprimento e espaçadas a 40 cm. As
semeaduras foram feitas de acordo com sorteio prévio dos lotes. Após a semeadura os sulcos
foram cobertos e irrigados uniformemente, operação essa repetida sempre que necessário. A
contagem das plântulas emergidas foi realizada aos 14 dias após a semeadura (NAKAGAWA,
1994).
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado (DIC) com quatro
repetições de 50 sementes. Os dados foram submetidos a testes estatísticos de normalidade do
erro, com as formulações das hipóteses e a homogeneidade da variância. Procedeu-se a
analise de variância, com aplicação do teste de F em níveis de significância de 5% de
probabilidade (FERREIRA, 2000).
Foi feita analises de correlação linear simples entre os métodos para a execução
do teste frio e emergência em campo, e anotados os níveis de significância.
18

RESULTADO E DISCUSSÃO

As análises de variância dos dados obtidos na avaliação do teor de água,


germinação, envelhecimento acelerado, teste frio rolo de papel sem terra, teste frio rolo de
papel com terra, teste frio caixa plástica com terra e emergência de plântulas em campo
encontra-se na tabela 1.
Na tabela 1, observa-se que os valores de F foram significativos para os testes
envelhecimento acelerado, teste frio rolo de papel sem terra e teste frio rolo de papel com
terra. Nota-se pelos valores de F que o teste padrão de germinação e teste frio caixa plástica
com terra não houve efeito significativo, ou seja, não notou-se diferença de germinação entre
os lotes, por meio deste testes.

Tabela 1 - Valores de F obtidos nas análises de variância dos dados referentes ao teste padrão
de germinação (TPG), envelhecimento acelerado (EA), teste frio rolo de papel sem terra
(TFRPST), teste frio rolo de papel com terra (TFRPCT), teste frio caixa plástica com terra
(TFCPCT) e emergência de plântulas em campo (EM).
TESTES AVALIADOS
Causas de variação TPG EA TFRPST TFRPCT TFCPCT EC

Lotes (L) 1,11ns 5,20** 13,92** 7,05** 2,45ns 3,40**

Média geral 75,09 67,98 65,04 60,98 63,69 72,81

**- significativo ao nível de 5% de probabilidade, respectivamente.


ns
não significativo ao nível de 5% de probabilidade, respectivamente

Os dados referentes a teor de água (TA), germinação (TPG) e envelhecimento


acelerado (EA), em função dos lotes encontram-se na Tabela 2.

Com base nos dados da Tabela 2, verifica-se que os lotes avaliados, apresentaram
altos valores de germinação, não diferindo estatisticamente entre si.
19

Esta característica é de fundamental importância para a seleção dos lotes


experimentais, tendo em vista não existir nenhum sentido prático em comparar lotes de
sementes que apresentem diferenças de potencial fisiológico já detectadas pelo teste padrão de
germinação (MARCOS FILHO, 1999).

Tabela 2 - Resultados do teste de germinação (TPG) e do vigor de cinco lotes de sorgo


submetidos à análise previa.

ANÁLISE PREVIA
Testes Utilizados (%) 1

Lote Germinação (TPG) Envelhecimento acelerado (EA)


1 74,73 (92,0)1 A 75,80 (92,0) A2

2 74,73 (92,0) A 76,21 (92,5) A

3 77,81 (94,5) A 66,50 (83,0) AB

4 75,94 (92,0) A 64,25 (78,0) AB

5 72,24 (89,5) A 57,16 (69,5) B

C. V (%) 5,13 5,20


1/
Dados originais, porém para efeito de analise estatística foram transformado em acrsen √x/100
2/
Médias seguida de mesma letra minúscula nas linhas e maiúscula nas colunas, não diferem entre si pelo
teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

Observa-se que os lotes 2 e 1 (Tabela 2) seguidos pelos lotes 3 e 4 não


apresentaram diferença significativa quanto ao nível de vigor, avaliado pelo envelhecimento
acelerado. Contudo as maiores médias foram apresentadas pelos lotes 2 (92,5%) e do lote 1
(92,0%). Com base nos dados de envelhecimento acelerado o lote 5 apresentou menor vigor
(69,5%). Os autores MARCOS FILHO (1999) & TOLEDO (1966), observaram que para
sementes de milho o teste de envelhecimento acelerado não promove um ranqueamento de
lotes com diferentes níveis de vigor.
Os lotes apresentaram teores de água diferentes entre si (Tabela 2), porém,
conforme MARCOS FILHO (1999b), diferenças de até dois pontos percentuais entre
amostras não são comprometedoras. Variações acentuadas no teor de água entre os lotes
provocariam alterações nas sementes, sendo assim ficaria mais sensíveis às condições do
20

teste. Portanto, a diferença 0,3 pontos percentuais encontrados nos resultados de umidade dos
lotes não seria comprometedora aos resultados dos testes de vigor empregado.
Com base na Tabela 3, observa-se que para os lotes avaliados houve diferenças
entre as metodologias adotadas para a condução do teste frio, executando – se o Teste Frio
caixa plástica com terra

Tabela 3 – Médias dos dados referentes à porcentagem de germinação dos cinco lotes de
sementes de sorgo submetidos as diferentes metodologia do teste frio e a emergência de
plântulas em campo.
Metodologia alternativa do teste de frio
Lotes Teste frio rolo Teste frio rolo Teste frio Emergência de
de papel sem de papel com caixa plástica plântulas em campo
terra terra com terra
1 76,81(93,5)1 A 70,94 (88,0) A 64,25 (78,0) A 72,55 (88,5) A
2 68,60(85,5)AB 66,11(82,5)ABC 70,34 (87,5) A 64,35 (79,5) B
3 63,71(79,0) BC 66,15 (82,5) AB 59,14 (71,5) A 80,48 (95,5) A
4 60,18(74,0) BC 56,36 (68,0) C 56,85 (69,0) A 67,98 (83,5) A
5 55,92 (67,5) C 58,89(72,0)BC 54,32 (64,5) A 78,68 (95,0) A
Média 65,04 63,69 60,98 72,80
C. V 6,64 7,03 13,38 10,22
1/
Dados originais, porém para efeito de analise estatística foram transformado em acrsen √x/100
2/
Médias seguida de mesma letra minúscula nas linhas e maiúscula nas colunas, não diferem entre si pelo teste
de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

O rolo de papel sem terra e o rolo de papel com terra proporcionaram a separação
dos lotes em três níveis de vigor, contudo estas metodologias apresentaram diferenças quanto
à ordenação dos lotes.
O rolo de papel sem terra e o rolo de papel com terra apresentam resultados
semelhantes quanto aos lotes de maior vigor. Para o teste frio rolo de papel sem terra o lote 5
apresentou menor germinação (67,5%) e o teste frio rolo de papel com terra, foi o lote 4
(68%). Os lotes 1 e 2 poderiam ser destinados a regiões cuja temperatura fosse mais baixa e
mesmo assim não sofreriam quedas acentuadas no stand final, pois responderam melhor a
simulação feita em laboratório.
O teste frio método da caixa com terra (Tabela 3) promove efeito mais drástico na
germinação das sementes do que a demais variações do teste frio. Contudo não promove a
separação dos lotes em diferentes níveis de vigor. Conforme Barros (1999) a finalidade do
teste frio é separar os lotes em diferentes níveis de vigor a fim de destina-los as regiões
temperadas cujo teste apresente maiores valores.
21

O método da caixa com terra pode ter sido o mais rigoroso devido ao uso de maior
quantidade de solo e a possibilidade de existência de patógenos de solo (Pythum, Rizoctonia,
Fusarium), os quais sob alta umidade, proporciona interferência significativa no vigor das
sementes .
As três metodologias avaliadas não apresentaram correlação com a emergência de
plântulas em campo, para os cinco lotes estudados (Tabela 4).
Os testes de vigor tem a finalidade de estimar a germinação em campo sob ampla
faixa de condições ambientais (adversas ou não). No experimento, as condições de campo
foram excelentes, ou seja, favoráveis ao estabelecidas das plântulas. Desta forma a correlação
entre emergência de plântulas em campo (EC) e o envelhecimento acelerado (EA) não foi
significativo, pois este teste proporciona envelhecimento das sementes, e, portanto causa
queda na sua germinação, (mais ou menos acentuadas conforme o grau de deterioração previa
das sementes). Os resultados do stresse após o envelhecimento acelerado (EA) proporcionado
em laboratório não foram semelhantes o resultados de germinação de plântulas em campo,
pois as condições de campo apresentaram condições ideais para o estabelecimento de
plântulas.
Com base na emergência de plântulas em campo (EC), nota – se uma inversão dos
lotes de maior e menor qualidade, quando compara – se os resultados de vigor em laboratório.
Contudo, como a emergência de plântulas em campo (EC) foi realizado sob
condições ideais, os lotes de menor vigor ( 4 e 5) evidenciados pelos testes de envelhecimento
acelerado (EA) e os testes frios, conseguiram expressar seu potencial fisiológico. Sob
condições favoráveis em campo, mesmo os lotes de menor vigor conseguiram expressar seu
potencial germinativo. Em razão das boas condições climáticas não houve um fator limitante
que afetasse a germinação das plântulas em campo, não havendo uma correlação de campo
com os testes de laboratórios.
22

Tabela 4 – Coeficientes de correlação linear (“ r “) entre as metodologia utilizadas para o


teste frio com a emergência de plântulas em campo de cinco lotes de sorgo.

Testes utilizados

Valore de “ r ”
Lote Envelhecimento Teste frio rolo Teste frio rolo Teste frio caixa
acelerado de papel sem de papel com plástica com
solo solo solo
1 0,69 ns 0,83 ns 0,88 ns 0,84 ns

2 0,84 ns 0,94 ns 0,78 ns 0,72 ns

3 0,96 ns 0,96 ns 0,93 ns 0,.63 ns

4 0,99 ns 0,98 ns 0,96 ns 0,90 ns

5 0,53 ns 0,70 ns 0,61 ns 0,41 ns

1/
ns – não significativo
23

CONCLUSÃO

Com base nos resultados do experimento conclui – se que:


• As metodologias rolo de papel sem terra e rolo de papel com terra
foram as que proporcionaram a separação dos lotes em diferentes níveis de vigor, sendo
aptas a serem utilizadas. Contudo o teste frio rolo de papel sem terra foi o indicado por ser
de fácil execução e inserção na rotina dos laboratórios de análise de sementes.
• A emergência de plântulas em campo deve ser realizado em épocas
distintas (safra e entressafra) para verificar se o teste de vigor e laboratório oferece
condições para simular o que acontece dentro de ambientes controlados .
24

BIBLIOGRAFIA

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