HELLINGER, Bert. Ordens do amor: um guia para trabalho com constelações
familiares. São Paulo: Cultrix, 2003.
Bert Hellinger nasceu em 1925, na Alemanha, e formou-se em Filosofia,
Teologia e Pedagogia. Como membro de uma ordem de missionários católicos, estudou, viveu e trabalhou durante 16 anos no sul da África. Aprofundou seus estudos e pesquisas tornando-se psicanalista e, por meio da dinâmica de Grupos, da Terapia Primal, da Análise Transacional, de diversos métodos hipnoterapêuticos. Desenvolveu sua própria Terapia Sistêmica e Familiar a qual conhecemos como Constelações Familiares.
Hellinger desenvolveu vários estudos que culminaram diversas obras,
dentre as traduzidas para o português cito: A Paz começa na Alma; Amor a segunda vista; A fonte não precisa perguntar pelo caminho; Essencial é simples; Ordens da Ajuda; Pensamentos a caminho; Um lugar para os excluídos; A simetria oculta do amor; No centro sentimos leveza; Para que o amor dê certo; Ordens do Amor, entre outros. Em Ordens do Amor, Hellinger leva o leitor a conhecer a Constelação Familiar através da transcrição de cursos ministrado por eles. Desta forma a leitura se torna prática e nos conduz à compreensão da técnica que desenvolveu. Apresenta a fenomenologia como uma das bases da Constelação Familiar. Ter uma postura fenomenológica é ter um olhar sem vícios e juízos, requer uma disposição para agir. Nos torna capazes e prontos para a percepção e, para alcançarmos uma compreensão é fundamental ausência de intenção. O autor aborda as ordens de amor estabelecidas nas relações humanas. Com essa leitura aprendemos que todos os membros da família tem o direto de pertencer o que é determinada pela Lei do Pertencimento, quando esta não é respeitada e algum membro é excluído, essa exclusão poderá ser compensada por outro membro familiar em geração futura, o que significa que poderá imitar ou representar inconscientemente o excluído, seguindo seu destino. A exclusão de um membro vai atuar de forma maléfica em outros membros do sistema, já quando os membros são reconhecidos e horados o sistema ganha força e encontra a paz. Trata da Lei da Hierarquia, na qual os membros anteriores tem precedência sobre os posteriores, e quando há inversão na hierarquia, isso gerará uma desequilíbrio ao indivíduo e ao sistema familiar. A relação entre os pais precede a relação com os filhos, os vínculos de uma primeira família precedem os vínculos de um casamento ou família posterior. Outra lei abordada é referente ao equilíbrio entre o dar e tomar. Nas relações entre os pais e filhos, pais dão e filhos tomam. O sistema sempre busca equilibro e para isso busca a compensação que muitas vezes é feita por algum descendente. Todos os ensinamentos acontecem com a descrição de casos reais e conduzidos por Hellinger, nesses cursos que referenciaram a obra, resguardando a identidade dos envolvidos, o que deixa o leitor em contato direto com a técnica. Aprendemos ainda que técnica da constelação familiares nos mostram caminhos para a solução dos emaranhamentos. Mesmo com tantos exemplos, a solução encontrada na Constelação Familiar e única para cada sistema familiar, ou seja, não podemos padronizar as soluções encontradas, cada caso deve ser analisado dentro de sua singularidade. Dentre todos os assuntos abordados no texto, me chamou a atenção e, ainda atrai muito minha atenção, a Lei do Equilíbrio (dar e tomar), observo esta lei como algo bem concreto e de fácil percepção. Um assunto abordado nesse livro que considerei bem interessante está na página 35 do livro físico com o subtítulo: A individualização diminui a intimidade nas relações, que fala que como a relação ganha amplitude com a chegada do filho, mesmo havendo perda de intimidade.