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É muito bom quando se pode aprender com os filhos

Por Thomas Benes Felsberg

Das grandes lições que aprendi ao longo da vida, eu diria que


paternidade foi a maior delas. Não existe um curso para aprender a lidar
com os filhos e a trajetória é plena de tenta�vas, erros e acertos. Mas,
confesso, é uma experiência única e um caminhar conjunto que nutre,
alimenta o amadurecimento, revigora a compreensão e na qual,
sobretudo, prevalece a forte relação de amor entre pais e filhos.

Enganam-se aqueles que imaginam tratar-se de uma tarefa fácil. Como


profissional liberal conciliar família e trabalho sempre foi extremamente
desafiador. Costumo dizer que o profissional liberal tem 100 chefes e não
um só; o que se traduz em enorme dificuldade para alcançar esse tão
almejado equilíbrio.

Como pai, procurei me nortear pelo respeito à individualidade de meus


filhos. É claro que sempre ficamos ansiosos para que eles cresçam e
sejam bem-sucedidos em suas escolhas. Não nego ser di�cil enfrentar
conflitos de toda ordem – geracionais e de opinião – mas é preciso
entender e aceitar que nossa influência não tem alcance infinito, vamos
até certo ponto e, a par�r daí, os filhos deixam de ser as crianças que um
dia criamos para alçarem voo solo.

A verdade é que não existe uma fórmula para o sucesso, e sim um


caminho com erros e acertos. Ser pai é um aprendizado constante, que
exige tentar ensinar com muito amor, o exercício constante da alteridade,
resiliência frente às dificuldades do percurso e convicção de que nossos
princípios e valores foram transmi�dos da melhor forma possível.

Naturalmente, com o passar dos anos, ganhamos em lucidez e


capacidade de entendimento, o que considero uma dádiva. Hoje, prefiro
não viver o futuro e sim o presente. Prefiro desfrutar bons momentos,
aqui e agora, cercado da família e das pessoas que amo nesse tênue
equilíbrio entre trabalho e vida pessoal que ainda tenho dificuldades em
manter.

Mas assim é a vida. Um eterno ir e vir e um constante aprendizado como


ser humano ao desempenhar os diferentes papéis ao longo de nossa
existência.

Os desafios são muitos e em cada papel vivenciamos o ciclo natural da


vida porém ser pai é para sempre!

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