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CURSO DE EPIDEMIOLOGIA APLICADA AOS

SERVIÇOS DE SAÚDE - EPISUS FUNDAMENTAL


TURMA 11

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIGILÂNCIA EM


RUSSAS, CEARÁ, 2021

TREINANDO: RENATA BEZERRA DA SILVA

TUTOR: Luiz Osvaldo R. Silva

RUSSAS/CE, 2021
1- INTRODUÇÃO

A identificação das doenças, prevenção, investigação e controle, exigem uma

equipe de trabalho em saúde, treinada e capacitada na prática e nos princípios na área

da epidemiologia. O EpiSUS é um programa de formação continuada que se concentra

na detecção e resposta a doenças ou eventos de importância para a saúde pública no

âmbito nacional e internacional. Diante da necessidade de atualização, e qualificação,

se faz necessário aprimorar conhecimentos a cerca dessa temática tão importante,

melhorando habilidades a fim de desenvolver uma vigilância proativa.

A operacionalização da vigilância compreende um ciclo de funções específicas

que permite conhecer o comportamento da doença, ou agravo, e as ações para que a

tomada de decisão seja oportuna e eficaz.

No município de Russas/CE, local de desenvolvimento desse trabalho, o ciclo de

vigilância epidemiológica acontece, inicialmente, através de três portas de entrada:

Unidade de Pronto Atendimento (UPA), Hospital e Casa de Saúde de Russas (HCSR) e

Unidades Básicas de Saúde (UBS). Todos os níveis do sistema de saúde têm atribuições

importantes de vigilância epidemiológica e quanto mais eficiente for a realização do

trabalho no nível local, maior será a qualidade das ações de controle a serem

desenvolvidas. Além disso, a atuação competente no nível local estimulará maior visão

do conjunto nos níveis estadual e nacional, atingindo os problemas prioritários a serem

enfrentados, em diferentes situações operacionais.

A partir disso, teremos como finalidade avaliar o ciclo de vigilância nesse

município, com o propósito de fazer uma análise de como estão acontecendo todas as

etapas: suspeita, diagnóstico e detecção; coleta de dados e notificação; análise e

interpretação; comunicação; ação e, por fim, a avaliação. Com base nessas

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informações, serão tomadas medidas a fim de corrigir possíveis falhas no ciclo de

vigilância local.

2- METODOLOGIA

O tipo de pesquisa utilizada foi a coleta de dados com abordagem qualitativa.

Os cenários utilizados foram: uma Unidade Hospitalar e duas Unidades Básicas

de Saúde (uma localizada em zona rural e outra em zona urbana) do município de

Russas/CE.

Russas é uma cidade de Estado do Ceará. Os habitantes se chamam russanos. O

município se estende por 1 591,3 km² e contava com 78 194 habitantes no último

censo. A densidade demográfica é de 49,1 habitantes por km² no território do

município. Vizinho dos municípios de Palhano, Quixeré e Baraúna, Russas se situa a 76

km ao Norte-Oeste de Mossoró. Situado a 7 metros de altitude, de Russas tem as

seguintes coordenadas geográficas: Latitude: 4° 56' 21'' Sul, Longitude: 37° 58' 43''

Oeste.

O município sedia a Área Descentrada de Saúde (ADS) Russas, que abrange os

cinco municípios da nona região de saúde (Russas, Palhano, Morada Nova, Jaguaruana

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e Jaguaretama) e possui as seguintes entidades de saúde: 20 Unidades Básicas de

Saúde, onde comportam 25 Equipes de Saúde da Família; 01 Policlínica Estadual; 01

Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) Estadual; 01 Hospital Polo (Hospital e

Casa de Saúde de Russas); 01 Hospital e Maternidade; 01 Centro de Atenção

Psicossocial; 01 Centro de Reabilitação tipo II; 01 Base do SAMU e uma Unidade de

Pronto Atendimento (UPA).

Os sujeitos participantes da entrevista foram: a enfermeira responsável pelo

setor de epidemiologia do Hospital, as enfermeiras e gerentes das Unidades Básicas de

Saúde.

O instrumento utilizado para coleta de dados foi a ficha de entrevista.

A análise de dados foi feita através de avaliação das informações coletadas por

meio do instrumento; observação dos ambientes no momento da entrevista; e da

utilização da matriz SWOT (FOFA) – ferramenta de estudo visual capaz de identificar

pontos fortes e fracos, que ajuda na tomada de decisão e planejamento.

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3- RESULTADOS

A coleta de dados aconteceu em três ambientes de saúde do município de

Russas/CE. O primeiro deles foi a Unidade Básica de Saúde da Catumbela, localizada na

zona urbana da cidade. Essa UBS contém duas Equipes de Saúde da Família: Catumbela

I – 1708 famílias/ 4111 pessoas/ 07 agentes comunitários de saúde e Catumbela II –

938 famílias/ 2745 pessoas/ 05 agentes comunitários de saúde.

segundo foi a Unidade Básica de Saúde de Lagoa grande, localizada na zona rural, há

47km do centro da cidade. Essa UBS possui 483 famílias/ 1250 pessoas/ 09 agentes

comunitários de saúde.

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O terceiro, e último ambiente avaliado, foi o Hospital e Casa de Saúde de

Russas, localizado no centro da cidade. É uma unidade de saúde filantrópica, que

atende exclusivamente SUS, possui 109 leitos, possui laboratório próprio e funciona

todos os dias da semana, 24h por dia. Atende as especialidades: traumatologia,

pediatria, obstetrícia, cirurgia e clínica médica.

partir dos

dados

coletados nas visitas, utilizamos a ferramenta de gestão e planejamento chamada

SWOT (FOFA), método esse que permite analisar cenários, determinando as forças e

fraquezas, além das oportunidades e ameaças. Segue, abaixo, o SWOT de cada

unidade de saúde visitada.

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Diante da análise de dados foi possível perceber algumas falhas comuns nas

três Unidades de Saúde visitadas. Como: falha na comunicação, número insuficiente de

profissionais, ausência da sala de situação e não realização de análise de dados.

A partir disso, recomendamos às Unidades de Saúde visitadas quanto a

importância da efetiva comunicação interna no serviço, através de reuniões semanais

com a equipe, no intuito de informar, e alinhar, a situação epidemiológica.

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Recomendamos, ainda, à Coordenação de Vigilância Epidemiológica do

Município, a necessidade de visitas periódicas em todas as unidades notificadoras,

além da comunicação entre os setores envolvidos.

Orientamos a Secretária de Saúde quanto a importância de termos número

suficiente de funcionários nas Unidades Básicas, além da necessidade de ter um núcleo

de vigilância epidemiológica no hospital (durante a semana e nos finais de semana),

como também a implantação da sala de situação em todas as unidades, incentivando a

análise de dados, para que as outras etapas do ciclo de vigilância aconteçam

efetivamente.

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4 – BIBLIOGRAFIA

CIDADE BRASIL. Município de Russas/CE. Disponível em: https://www.cidade-


brasil.com.br/municipio-russas.html. Acesso em 14 de julho de 2021.

ESP – ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ. Curso de Aperfeiçoamento


EpiSUS Fundamental. Disponível em https://espvirtual.esp.ce.gov.br/?project=curso-
de-aperfeicoamento-episus-fundamental. Acesso em 11 de julho de 2021.

FUNASA – FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE. Guia de Vigilância Epidemiológica


– Volume I – AIDS/Hepatites virais – Brasília, agosto 2002. Disponível em
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/guia_vig_epi_vol_l.pdf. Acesso
em 11 de julho de 2021.

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