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A Transferência do Pecado para o Santuário

O pecado era transferindo para o Santuário quando cometido ou por


ocasião do sacrifício oferecido pelo pecador?

Dois posicionamentos:

1. A postura tradicional adventista:

a. Quando o pecador ia ao Santuário, seu pecado estava sobre ele.


b. O animal absorvia simbolicamente o pecado do pecador.
c. Ao aplicar o sangue do animal no Altar transferia o pecado para
o Santuário.

2. A postura de alguns eruditos (Desmond Ford):

a. O pecado contaminava (era transferido) o Santuário no


momento em que era praticado.
b. Quando o pecador ia no Santuário, seu pecado já havia sido
transferido.
c. O sangue aplicado no Altar purificava o Santuário, não o
pecador, do pecado.

Os eruditos sustentam o seu posicionamento baseados


em três textos bíblicos:
Levítico 20: 2 e 3
Números 19: 13
Números 19: 20
Desmond Ford entendia que o Santuário era contaminado no ato do
pecado (no momento em que era cometido) e não pela confissão do
pecador ao oferecer um sacrifício lá no Santuário.
O sangue do sacrifício quando aplicado nas pontas do Altar purificava o
Santuário e não o pecador. O pecado já estava no Santuário e agora
precisava purificar apenas o Santuário através da aplicação do sangue nas
pontas do Altar.

Afinal, o pecado era transferido para o Santuário no momento em que


era cometido ou por ocasião do sacrifício oferecido pelo pecador?

Resposta: em ambos os momentos.

Explicando:
No hebraico existem três palavras especiais para referir-se ao pecado.

Hatta`t – pecado.
Awon – iniquidade, ser culpado de um mal.
Pesha – transgressão, rebelião.

Os três tipos de pecados eram transferidos para o Santuário – Ver Levítico


16:21.

Como entravam esses três tipos de pecados no Santuário?

Evidências sugerem que os pecados pesha entravam no Santuário de uma


maneira e os pecados awon e hatta`t entravam de outra maneira.
Pecados pesha – Os eruditos usam três textos (Levítico 20: 2 e 3, Números
19: 13, Números 19: 20) para defenderem a transferência do pecado para
o Santuário no momento que era cometido.
A Bíblia não usa nenhuma das três palavras hebraicas para pecado nesses
textos, mas uma atenção especial revela que todos eles eram pecados
pesha.
Levítico 20: 2 e 3 – adoração pagã e sacrifício de crianças ao deus
Moloque = rebelião, apostasia aberta.
Números 19:13 e 19 – recusa deliberada (rebelião) da purificação após
tocar em um morto/cadáver.
Nota: havia perdão para os pecados pesha. Ver Êxodo 34:7 e Isaias 43:25.

Pecados hatta`t e awon – O serviço de sacrifícios tratavam somente com


os pecados hatta`t e awon.
Os sacrifícios hatta`t são descritos em detalhes em Levítico 4 e são
chamados de pecados involuntários ou por inadvertência. Pecados não
desafiantes ou de rebelião.

Nota: Levítico não diz que estes pecados eram transferidos para o
Santuário. Mas sabemos que eram transferidos pelas seguintes razões:

Levítico 4:20 – Afirma o propósito do sacrifício ritual: ``... e o sacerdote


por eles (pecadores) fará expiação, e eles (pecadores) serão perdoados``.
A palavra expiação vem da palavra hebraica kippur = expiar, eliminar.
Yom kippur = dia da expiação ou da eliminação.

Levítico 4:26 - ``... o sacerdote fará eliminação por ele, no tocante ao seu
pecado, e este lhe será perdoado``.
O rito do sacrifício eliminava o pecado do pecador. O pecador era
perdoado. Não era o Santuário que era purificado, expiado ou eliminado.
A palavra ``por`` nesse versículo é uma tradução da preposição ``mim``
que também pode ser traduzida como ``de``.

O texto poderia ficar assim: ``o sacerdote eliminará o pecado dele``


(pecador).
Se o pecado do pecador era eliminado, perdoado na hora do sacrifício no
Santuário, então não havia sido transferido para o Santuário no momento
em que cometeu o pecado. Era esse o momento de confissão e contrição.
Deus assumia a responsabilidade pelo pecador, e essa responsabilidade
permanecia sobre Ele até o Dia da Expiação.
A transferência dos pecados do pecador para a vítima (sacrifício)
representa a transferência dos nossos pecados a Cristo (Isaias 53:4 - 6 e 1
Pedro 2:24).

Assim podemos entender que os pecados eram transferidos das


seguintes formas:

Forma legal
1. Através do sangue por ocasião do sacrifício oferecido pelo pecador e o
sacerdote levava o sangue e aplicava nas pontas do Altar.
2. Através da carne quando o sacerdote comia partes do sacrifício e entra
no Santuário.

Forma ilegal (de maneira diferente ou não convencional)


3.Diretamente através do pecado pesha.
4. Através das impurezas cometidas no Santuário.
Impurezas (Lv 15:31; 21:12,23; 20:3; Sl 79:1; 74:7; Jr 2:7; 7:30; 32:34; Ez
9:7; 23:39; Ml 2:11; Sf 3:4)
a. Por um homem impuro (leproso, etc);
b. O sacerdote que não está em condições de oficiar, mas que entra no
santuário para servir;
c. Cadáveres na área do templo (ex.: guerra);
d. Conquistador inimigo que entra no templo;
e. Colocação de um ídolo na Arca do templo;
f. Adoração de um ídolo pagão na área do templo;
g. Sacrifício humano, especialmente de crianças, ao deus Moloque, por
exemplo.

No Yom Kippur tudo era tratado e eliminado.

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