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InterfacEHS

Revista de Saúde, Meio Ambiente e Sustentabilidade

Saúde
Meio Ambiente
Sustentabilidade

Dossiê
Biossegurança
e visagismo

volume15 • número 2
são paulo, verão de 2020
InterfacEHS
Revista de Saúde, Meio Ambiente e Sustentabilidade

Saúde
Meio Ambiente
Sustentabilidade

Dossiê
Biossegurança
e visagismo
Ficha Catalográfica

InterfacEHS – Revista de Saúde, Meio Ambiente e Sustentabilidade.


v. 15, n. 2 – verão, 2020 – São Paulo: Centro Universitário Senac.

Trimestral
ISSN 1980-0894

Portal InterfacEHS: http://www3.sp.senac.br/hotsites/blogs/InterfacEHS/


interfacehs@sp.senac.br
EDITORIAL

Caro leitor,

A Revista InterfacEHS traz até você em sua segunda edição de 2020, Dossiê de artigos científi-

cos relacionados com Biossegurança e Visagismo – Os impactos da pandemia COVID 19. Os arti-

gos tratam de temas atuais elaborados pelos alunos do primeiro período do curso de Bacharelado

em Estética e Cosmética do Centro Universitário SENAC Santo Amaro na disciplina de Projetos

Integrador I. O primeiro artigo do Dossiê trata-se sobre a questão sobre os efeitos da pandemia

do coronavírus na área de design de sobrancelhas, autoria de Renata Mieko Sabô Inoue, Mayza de

Souza Santos, Isabelle de Paiva Jorge Rosa, Isabelle Lima Duarte Acioli, Letícia Camargo de Ma-

cedo, Lorraine Mendonça Oliveira Silva, Benjamin Capellari e Isabella Tereza Ferro Barbosa, no qual

pontuam as principais adaptações de biossegurança que os clientes esperam dos profissionais

da área de design de sobrancelhas e por meio das estatísticas observam que nem todas as pes-

soas estão cumprindo o isolamento como deveriam, no que tange ao design de sobrancelhas. Na

sequência, os autores Estephany Barbosa de Oliveiras Carreiras, Isabela Graumann Broco, Paola

dos Santos Bastos, Pietra Marques Vieira, Yohana Vitória Manacelli Cavalcanti, Benjamin Capelari

e Isabella Tereza Ferro Barbosa, informam sobre o mercado de trabalho e os novos hábitos de

biossegurança em que os profissionais, da área do visagismo e cabeleireiros, deverão adotar em

seus estabelecimentos pensando na segurança dos seus clientes, seguindo todas as recomen-

dações da OMS. O artigo intitulado “Aplicação de EPI’s no atendimento de cuidados com mãos e

pés”, autoria de Ana Maria Silva Pereira, Luiza da Costa Perez, Rafaela Cecere Campelo, Sabrina

Ramos de Oliveira, Sophie Bruder Kohler, Benjamin Capellari e Isabella Tereza Ferro Barbosa, ana-

lisam a aplicação dos protocolos de biossegurança, quanto ao uso adequado de equipamentos

de proteção individual por profissionais em procedimentos estéticos da área de cuidados com

as mãos e pés, compreendendo sua importância, essencialmente no que se refere ao enfrenta-

mento de doenças, como a Covid-19. Relacionado ao tema do Dossiê, os autores Brena de Souza
Silva, Danilo Pereira Santos, Gabriela Nunes Alencar Meira, Thalita Oliveira Almeida, Benjamim Ca-

pellari e Isabella Tereza Ferro Barbosa contribuem apresentando sobre as mudanças necessárias

no setor da estética, em particular a área de maquiagem, relatando os impactos e as principais

mudanças na reabertura dos estabelecimentos de beleza, visando uma atividade mais segura,

frente a pandemia COVID 19; e, os autores Luanda Wendt Muniz, Melissa Anastassiadis, Rhauana

Pavani, Tathiana de Souza Cantareli, Isabella Tereza Ferro Barbosa e Benjamim Capellari verificam

a visão dos clientes e dos profissionais do setor de barbearia, de luxo e tradicionais, sobre as ne-

cessidades desse mercado quando tudo se estabilizar desta pandemia causada pelo COVID 19.

Não menos importante deste Dossiê, o último artigo refere-se sobre estética e depilação: como

sobreviver à crise do COVID-19 de autoria de Izabella Thereza Simão de Britto, Jackeline Dias da

Silva, Stefanie Barton, Benjamin Capellari e Isabella Tereza Ferro Barbosa.

Na sequência, temos dois artigos científicos, sendo: “Protocolos de eficácia de repelentes

de insetos – abordagens teóricas”, autoria de Gisele Neres Rodrigues; Carla Aparecida Pedriali

Moraes; Emília Satoshi Miyamaru Seo e João Paulo Correia Gomes e o artigo intitulado “Qualificação

e atuação do esteticista no mercado de trabalho na região do Butantã e Morumbi”, autoria de

Abia Sousa, Anna Scansani, Barbara Moura, Marcia Fernandes, Melina Martins e Verena Honegger,

Benjamin Capellari e Isabella Tereza Ferro Barbosa.

Os autores, a equipe editorial e os avaliadores ad hoc da Revista InterfacEHS têm trabalhado

intensamente para produzir uma revista com artigos que tratem de temas relevantes, onde o

método científico seja explicitado e cujas análises e conclusões constituam contribuição

relevante para a área de Saúde, Meio Ambiente e Sustentabilidade.

Espero que a leitura dos artigos contribua para o enriquecimento de seu aprendizado.

Tenha uma ótima leitura!

Emília Satoshi Miyamaru Seo

Editora
InterfacEHS
Revista de Saúde, Meio Ambiente e Sustentabilidade

Dossiê
Biossegurança
e visagismo

volume15 • número 2
são paulo, verão de 2020
DOSSIÊ
Biossegurança e Visagismo
Os Impactos da Pandemia Covid 19

Recebemos um convite para escrever o prefácio. Aceitamos


e pensamos como devemos proceder para escrever um. Que
responsabilidade! Inicialmente, precisamos escrever sobre as
dificuldades que passamos. Tudo era novo. As aulas remotas,
os alunos, as etapas dos artigos e, além disso, a vivência de um
momento de isolamento social. Pois então, é necessário escre-
ver sobre o afeto, a sensibilidade, as emoções vividas na elabo-
ração deste trabalho. Não foi fácil, mas com o esforço dos alu-
nos e dos orientadores conseguimos obter um ótimo resultado.
Por fim, o objetivo deste dossiê é mostrar algo do que se pode
fazer, utilizando a fusão do conhecimento da biossegurança, os
diversos segmentos do visagismo, e a preocupação da humani-
dade com a pandemia.
Os autores narram inúmeros problemas gerados pela Covid-19,
as preocupações dos clientes e possíveis ações para minimi-
zar os impactos financeiros gerados pela crise. A experiência
foi única. Elaboramos artigos com temas tão atuais e com alu-
nos do primeiro período do curso de Bacharelado em Estética e
Cosmética do Centro Universitário Senac Santo Amaro. Agrade-
cemos imensamente fazer parte desse trabalho e poder auxi-
liarmos os alunos tão dedicados e focados na sua elaboração.
Aproveitem a leitura, fruto de uma nova geração de pesquisado-
res de saúde e bem estar, preocupados com os eventos atuais
e seus reflexos no bem estar coletivo.

Professores Orientadores
Adriana Aparecida de Alcantara Luna
Benjamin Capellari
Emília Satoshi Miyamaru Seo
Isabella Tereza Ferro Barbosa
Índice

Efeitos da pandemia do coronavírus na área de design de sobrancelhas 09


Análise mercado trabalho cabeleireiros após pandemia Covid 19 22
Aplicação de EPI’s no Atendimento de Cuidados com mãos e pés 31
Efeito do Coronavírus na Estética e Maquiagem 40
Análise da percepção dos impactos gerais da pandemia nos segmentos de barbearia 47
Estética e depilação como sobreviver à crise do COVID-19 58
Protocolos de eficácia de repelentes de insetos abordagens teóricas 66
Qualificação e atuação do esteticista no mercado de trabalho na região do Butantã e Morumbi 81
Efeitos da pandemia do coronavírus na área de design de
sobrancelhas

The coronavirus pandemic’s effects on the eyebrow design market.

Renata Mieko Sabô Inoue, Mayza de Souza Santos, Isabelle de Paiva Jorge Rosa,
Isabelle Lima Duarte Acioli, Letícia Camargo de Macedo, Lorraine Mendonça Oliveira
Silva, Benjamin Capellari e Isabella Tereza Ferro Barbosa
Centro Universitário SENAC – SP
Bacharelado em Estética e Cosmética
Reemieko@gmail.com, mayzassantos26@gmail.com, isapaiva.ddus@gmail.com,
acioliisabelle@gmail.com, leticiazikadopote@gmail.com, lorraine0081@outlook.com,
bencapellari@gmail.com, isabella.tfbarbosa@sp.senac.br

Resumo. O novo coronavírus é o causador da atual pandemia global que circula no


Brasil, por essa razão foi decretado isolamento social. Após a pandemia, a área da
estética sofrerá diversas mudanças em relação à biossegurança. Ela deverá ser mais
rigorosa e os profissionais deverão estar mais atentos quanto a isso. Com a finalidade
de contribuir para o ajuste da área da estética aos novos hábitos sociais diante da
pandemia, essa pesquisa busca avaliar a expectativa dos consumidores do serviço de
design de sobrancelhas sobre as adaptações com a biossegurança. Como método de
estudo foi utilizada uma pesquisa exploratória-descritiva para definir alguns conceitos
e analisar a experiência dos clientes no ambiente de trabalho do profissional designer
de sobrancelhas. Os dados quantitativos foram obtidos através de um questionário
enviado virtualmente e elaborado com 13 questões fechadas. Com a pesquisa, foi
possível pontuar as principais adaptações de biossegurança que os clientes esperam
dos profissionais da área de design de sobrancelhas e através das estatísticas
observa-se que nem todas as pessoas estão cumprindo o isolamento como deveriam.
Palavras-chave: Visagismo, Estética, Coronavírus, Design de sobrancelhas,
Biossegurança.

Abstract. The new coronavirus is the cause of the current global pandemic that is
affecting Brazil and is the reason behind the social distancing policies that were put in
place. After the pandemic, the beauty industry will have to apply multiple changes to
its biosecurity measures. These measures will have to be stricter and the professionals
will have to ensure that they are being followed. The following research was done to
analyse clients’ expectations in regards to the changes being made to biosecurity,
focusing on clients of eyebrow designers, with the intention of aiding in the changes
that will have to be made to the industry due to the social distancing habits caused by
the pandemic. An exploratory-descriptive investigation was done to define certain
concepts and analyse the experiences of clients who frequent professional eyebrow
designers. The quantitative data was obtained through a survey made up of 13
questions that was shared virtually. Through this research, it was possible to identify
the main biosecurity changes that the clients expect from the beauty professionals
and the statistics show that not everyone is following the recommended social
distancing measures
Key words: Visagism, Aesthetics, Coronavirus, Eyebrow Design, Biosecurity.
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Saúde, Meio Ambiente e Sustentabilidade
Volume 15 número 02
Dezembro de 2020 São Paulo: Centro Universitário Senac
ISSN 1980-0894

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1. Introdução

O coronavírus é o causador da pandemia global, pertence a uma família de vírus (CoV)


que circula no Brasil. Os vírus dessa família podem causar desde resfriados comuns a
doenças mais graves, como a Síndrome Aguda Respiratória Severa (SARS) e a
Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS). Recebeu a denominação SARS-CoV-2
pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e a doença que ele provoca tem a
denominação COVID-19. (DASA, 2020)
Segundo a OMS, uma pandemia é a disseminação mundial de uma nova doença. O
termo é utilizado quando uma epidemia - grande surto que afeta uma região - se
espalha por diferentes continentes com transmissão sustentada de pessoa para pessoa.
Atualmente, há mais de 120 países com casos declarados da infecção. (BRASIL, 2020)
De acordo com Brasil (2020), a última vez que a OMS declarou uma pandemia foi em
2009, para o H1N1. Há 100 anos, o mundo enfrentou uma outra pandemia, a de gripe
espanhola.
Na última pandemia, se observou o aumento do uso de álcool em gel, como também
uma maior importância com a higiene das pessoas e as relações entre elas (OLIVEIRA,
2020). Já é de conhecimento geral que o mundo também não será mais o mesmo após
o atual isolamento. As mudanças irão partir desde a forma como nos divertimos ao
modo como gastamos dinheiro. Alguns hábitos como evitar aglomerações, o uso de
máscaras em público (que na atual situação mundial está sendo tão comum) talvez se
percam com o passar do tempo, mas o ato de se importar com o próximo e fazer o bem
(que está ainda mais presente durante a pandemia) pode ser que continue frente
quando tudo isso passar. (CNN, 2020)
A estética, mais especificamente a área de design de sobrancelha também sofrerá
mudanças. Pensando em oferecer mais segurança para o cliente e também para o
profissional, as mudanças em salões de beleza e em estúdios de beleza seriam deixar
um espaço entre um cliente e outro, diminuir o fluxo de pessoas, higienizar
frequentemente o ambiente; e assim ter mais responsabilidade com a biossegurança
para os profissionais e clientes. (DONATELLI, 2010 e OLIVEIRA, 2020)
Donatelli (2020), ressalta a questão da biossegurança, recomenda para os
estabelecimentos que sejam retirados todos os enfeites, revistas, máquinas de café,
bebedouros; e que seja adicionado álcool em gel, sabonetes líquidos, lixeiras com
pedais e lenços de papel descartáveis. Alguns hábitos de limpeza devem ser seguidos
diariamente e logo após o uso como, por exemplo, higienizar as máquinas de cartão de
crédito, esterilizar todos os equipamentos e utensílios, limpar a maca/cadeira após cada
atendimento e principalmente realizar o uso correto dos EPIs se atentando em trocar a
máscara a cada duas horas.
O presente artigo tem como objetivo analisar os efeitos causados pelo novo coronavírus
na área da estética, com foco na área de design de sobrancelhas que se encontra
contida no visagismo. A partir do levantamento bibliográfico e com uso de uma pesquisa
exploratória e descritiva, avalia-se os conceitos e caracteriza-se o que os consumidores
esperam da área de design de sobrancelhas em relação a adaptação com os desafios
após a pandemia.

2. Revisão bibliográfica
Para a compreensão da complexidade da área da estética com foco no visagismo é
fundamental após realizar o levantamento bibliográfico entender conceitos como, por
exemplo, mercado de trabalho. Este, se refere às diferentes formas de trabalho,
podendo ser prestadas de forma manual e intelectual, logo, funciona como uma troca
de mão de obra ou experiência por um salário. (BORGES; LIMA; LINA; VAZ, 2019)
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Ainda sobre mercado de trabalho apresenta-se outra definição, segundo Castilho (2013)
mercado de trabalho é: “[...] o intercâmbio cotidiano de capacidade produtiva entre
trabalhadores e empresas que, juntamente com suas instituições, alocam recursos e
renda entre si.”
Vários fatores influenciam o mercado de trabalho e o afetam positivamente e
negativamente, esses fatores são: empregabilidade, empreendedorismo, inflação e
investimentos, porém, desses fatores vamos abordar apenas a empregabilidade e o
empreendedorismo. (BORGES; LIMA; LINA; VAZ, 2019)
O mercado de trabalho na área da beleza aumenta cada vez mais devido a estética e o
visagismo fazerem parte do dia-a-dia das pessoas que procuram se adaptar nos padrões
estéticos impostos pela mídia e pela sociedade; junto a eles, o faturamento do setor de
cosméticos tem um aumento proporcional. (FISCHER; PHILLIPI e MACEDO, 2010 e
BRITO, 2010)
Este aumento na área da beleza também é estimulado pelo aumento da renda nas
famílias, a chegada da mulher no mercado de trabalho, os preços acessíveis dos
produtos e as facilidades no pagamento. (SILVA, 2015)
Voltando aos fatores de influência do mercado de trabalho, o empreendedorismo pode
ser definido como uma forma de desenvolver uma atividade econômica através do seu
próprio negócio. (BORGES; LIMA; LINA; VAZ, 2019)
Esse termo não se trata de um assunto novo, ele faz referência a toda ação inovadora
do homem e tem a finalidade de aperfeiçoar as suas relações com os outros, assim
como com a natureza. Portanto, desde sempre existiram inovação e criatividade para
identificar oportunidades e transformar conhecimentos em novos produtos. A presença
da mulher vem crescendo cada vez mais no mercado de trabalho, principalmente o
interesse em serem empreendedoras. Pode se afirmar que quando se aumenta o
empreendedorismo, se aumenta a geração de empregos e renda. (CUSTÓDIO, 2011 e
VIEIRA; OLIVEIRA e SOUZA, 2016)
“Os empreendedores são reconhecidos como pessoas que atendem as necessidades da
sociedade, pois os mesmos buscam sempre abrir os negócios de acordo com que a
sociedade necessita e assim melhorar o avanço do mercado. [...]” (VIEIRA; OLIVEIRA
E SOUZA, 2016)
No objetivo dessa pesquisa foi citada a área de design de sobrancelhas. Para entender
um pouco dessa área precisamos definir o conceito do visagismo, que é um setor que
está contido na estética.
“Visagismo é um termo derivado da palavra francesa visage, que significa "rosto". Por
meio das técnicas desta arte é possível embelezar ou transformar o rosto, utilizando
cosméticos, tinturas, o corte de cabelo entre outros, harmonizando-os. [...]”
(HALLAWELL, 2017).
Ainda segundo Hallawell (2017), o visagista precisa saber muito bem sobre dois
conceitos: harmonia, que é o equilíbrio entre todos os elementos que são usados para
criar uma imagem; o outro conceito seria a estética e ela é definida como "a filosofia
das belas-artes; ciência que trata do belo, na natureza e nas artes".
Algumas categorias do ambiente de beleza estão relacionadas ao rosto humano e se
encaixam na posição do mercado do visagismo. Por atuar com o mercado da estética
existem várias possibilidades de atuação. Algumas áreas como salões de beleza, SPA,
consultórios estéticos, entre outros, são algumas das possibilidades de atuação.
(FISCHER; PHILLIPI e MACEDO 2010)
Agora que ficou entendido o conceito do visagismo, é preciso entender qual o papel das
sobrancelhas para, assim, entender qual é o objetivo do profissional designer de
sobrancelhas.

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As sobrancelhas têm como papel: harmonizar, dar expressão e muitas vezes mostra a
personalidade de uma pessoa. Nos últimos anos, o trabalho do designer de sobrancelhas
ganhou muito destaque, “[...] o profissional dessa área é especializado em trabalhar a
imagem das mesmas e transformá-las em algo que destaque todo o conjunto da face,
suavizando ou modernizando a expressão.” (RAMTHUM; SILVA; PAGANINI, 2012).
Na área de design de sobrancelhas, há um mercado em expansão e com potencial de
crescimento. As oportunidades de trabalho estão em salões, clínicas especializadas em
design e até atendimento à domicílio. Para que se tenha destaque, os profissionais
dessa área não podem, e nem devem se contentar em ter apenas uma especialização
em sobrancelhas, mas também expandir seu conhecimento para áreas como o
visagismo e harmonização facial. Os professores que instruem estes futuros
profissionais também devem estar atentos e preparados para encararem as mudanças
e novas criações nesse mercado e assim fornecerem os melhores e mais atuais serviços
na área. (MARQUES, 2010 e REDAÇÃO, 2019)
A área da estética, incluindo a área de design de sobrancelhas, deve respeitar
corretamente as normas de biossegurança. Pode se definir esta como um conjunto de
medidas que busca prevenir, minimizar ou eliminar riscos às atividades de pesquisa,
produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, que possam
comprometer a integridade e saúde do homem, dos animais, do meio ambiente e a
qualidade dos serviços desenvolvidos. (FRANÇA; ALENCAR; BACELAR et al., 2017)
Por estarem expostos a uma grande variedade de microrganismos que podem ser
causadores de doenças infectocontagiosas, os profissionais de saúde e bem-estar
necessitam de uma maior compreensão das normas de biossegurança nas suas práticas,
para assim, atuarem com mais segurança, implementando ações educativas,
prevenindo riscos e promovendo a qualidade de vida. (SECRETARIA DA SAÚDE, 2001
apud QUEIROZ; MEJIA, 2015)
Entre as medidas de biossegurança, é recomendado que os profissionais façam o uso
dos equipamentos de proteção individual (EPIs), que incluem: luvas, avental, máscara,
touca, entre outros. Estes equipamentos têm o objetivo de minimizar riscos.
Especificamente na área de design de sobrancelhas, é essencial que antes de realizar o
processo de retirada dos pelos, os materiais que serão utilizados sejam esterilizados
para reduzir o risco de contaminação. (RIBEIRO, 2018).

3. Método
Com a situação atual em que o mundo se encontra em relação ao coronavírus (Covid-
19), os profissionais da área de saúde e bem-estar deverão estar atentos com os
cuidados de biossegurança do seu ambiente de trabalho e para com seus clientes depois
que essa fase passar e o atendimento ser normalizado. Visto que o objetivo da pesquisa
é analisar a opinião dos consumidores em relação as mudanças na área de design de
sobrancelhas, este público será o foco da pesquisa.
Nesse estudo, foi utilizada a pesquisa exploratória e descritiva. Na definição dos
conceitos contidos na revisão bibliográfica foi realizado um levantamento bibliográfico
a partir de materiais encontrados virtualmente.
Este levantamento parte de uma pesquisa bibliográfica que caracteriza-se por um
conjunto de materiais escritos ou gravados, por meio eletrônico ou mecânico, sendo
elaborados e publicados por outros autores, através de livros, dicionários, enciclopédias,
publicações de revistas, jornais e meios eletrônicos (SANTOS, 2000 apud INÁCIO et al,
2013).
Além do levantamento bibliográfico, como dito anteriormente, foi utilizada a pesquisa
exploratória que, segundo Oliveira (2002), é a que encontra diretrizes ou práticas que
necessitam ser modificadas, tendo uma elaboração de outras possibilidades para que
assim possam ser realizadas as mudanças.
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Enquanto a pesquisa exploratória permite a formação de ideias para entender o


conjunto do problema, a pesquisa descritiva procura quantificar os dados colhidos e por
fim analisá-los estatisticamente. (MALHOTRA, 2001)
Para a obtenção dessas estatísticas, utilizou-se como material a elaboração de um
questionário desenvolvido através da plataforma Google Forms (2020). Este, foi
constituído por 13 perguntas fechadas e objetivas com opções de respostas e enviado
por meios virtuais para pessoas do sexo feminino e masculino com idade a partir dos
15 anos. Seu objetivo é facilitar a análise e obter informações com exatidão, para assim
chegar a um resultado. (DANTAS; FRANCO, 2017)
Com os dados coletados, os resultados foram analisados e contabilizados
estatisticamente.
O questionário funcionou como apresentado na figura 1. Inicialmente eram
apresentadas as três primeiras perguntas do questionário. Se a resposta da terceira
pergunta fosse “sim” as perguntas continuariam, caso contrário, o questionário
terminaria por ali e as respostas eram enviadas.

Figura 1. Sequência de execução do questionário

Qual sua idade?

Qual seu sexo?

Já utilizou serviços de
Esse profissional fazia SIM ENVIAR
o uso correto de EPIs?
um(a) designer de NÃO
sobrancelhas? FORMULÁRIO

Os materiais foram Adaptações de


esterilizados antes do biossegurança nos
uso? estabelecimentos

Você desrespeitou o Estabelecimentos de


isolamento para ir à um beleza deveriam ser
estabelecimento de
considerados como
beleza?
serviços essenciais?

Você pretende se É possível manter os Sua autoestima foi


Você pretende cobrar o
atentar quanto à cuidados pessoais em afetada devido ao
biossegurança? profissional quanto a isso?
casa? isolamento?

Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

4. Resultados e discussões
Os resultados expostos a seguir descrevem os resultados obtidos a partir do
questionário e de sua relação com os conteúdos teóricos abordados no artigo. O
questionário foi composto por 13 questões que buscaram avaliar a opinião dos clientes.
Quando se inicia esse tipo de pesquisa, é preciso conhecer melhor o público que está
sendo entrevistado, para assim se estabelecer uma base de dados mais sólida. Por esse
motivo iniciou-se o questionário com perguntas sobre a idade e o gênero das pessoas
entrevistadas.
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Foram entrevistadas 411 pessoas e se identificaram como 91,9% do sexo feminino e


8,1% do sexo masculino e com a faixa etária apresentada na Figura 2.

Figura 2. Faixa Etária dos entrevistados

175
Quantidade de pessoas

150
125
100
75
50
25
0
25 a 29

40 a 44

55 a 59
15 a 19

20 a 24

30 a 34

35 a 39

45 a 49

50 a 54

60 a 64

65 a 69
Idades
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

Observa-se que o público entrevistado tem, em sua grande maioria, entre 15 e 24 anos.
Em seguida foi realizada uma filtragem dos entrevistados para que continuassem
respondendo o questionário apenas as pessoas que já utilizaram os serviços de um(a)
designer, uma vez que na revisão bibliográfica, o profissional designer de sobrancelhas
é especializado em trabalhar a imagem para destacar todo o conjunto da face,
suavizando, modernizando e harmonizando a expressão. (RAMTHUM; SILVA;
PAGANINI, 2012)
Deste modo, as pessoas que já utilizaram os serviços do profissional dessa área podem
falar com mais propriedade sobre suas experiências nos ambientes de trabalho desses
profissionais.
Foi possível observar que 79,6% dos entrevistados já utilizaram e tiveram interesse nos
serviços de um(a) designer de sobrancelhas e que 20,4% nunca utilizaram os serviços
de um(a) designer.
Entre as medidas de biossegurança, é recomendado que os profissionais façam o uso
dos equipamentos de proteção individual (EPIs), que incluem: luvas, avental, máscara,
touca, entre outros para minimizar riscos. (RIBEIRO, 2018)
Observou-se pela percepção dos clientes como os profissionais lidam com as normas de
biossegurança e se os mesmos utilizam os equipamentos de proteção necessários
apresentado na Figura 3.

Figura 3. Uso de EPIs pelos profissionais.

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touca, entre outros para minimizar riscos. (RIBEIRO, 2018)
Observou-se pela percepção dos clientes como os profissionais lidam com as normas de
biossegurança e se os mesmos utilizam os equipamentos de proteção necessários InterfacEHS
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apresentado na Figura 3.

Figura 3. Uso de EPIs pelos profissionais.

50.2% Utilizavam todos os EPIs


6.7%
Apenas alguns

43.1%
Não utilizavam nenhum

Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

A figura 3 aponta que a maior parte dos profissionais (50,2%) fizeram o uso correto
dos EPIs durante o atendimento; 43,1% utilizaram apenas alguns e 6,7% não fizeram
uso dos equipamentos de proteção. Esses resultados são semelhantes ao estudo de
Fernandes e Souza (2016), onde 66,67% dos profissionais não utilizam os EPIs e
33,34% não utiliza os mesmos. Estes autores evidenciam que a falta dos EPIs pode ter
relação com a falta de informação por parte dos profissionais quanto aos riscos em que
estão expostos.
Na área de design de sobrancelhas, é essencial que antes de realizar o processo de
retirada dos pelos os materiais que serão utilizados sejam esterilizados para reduzir o
risco de contaminação. (RIBEIRO, 2018)
Dessa forma, os entrevistados foram questionados se o profissional que realizou o
design de sobrancelhas esterilizou os materiais antes do uso. Assim, é possível avaliar
o nível de preocupação dos clientes quanto às medidas de biossegurança e a
transparência do profissional com seus clientes (Figura 4).

Figura 4. Esterilização dos materiais.

54.4%
Foram esterilizados
Não foram esterilizados
Não sabem
39.4%

Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

Em relação a esterilização dos materiais, observa-se que 54,4% responderam que não
sabem se o profissional faz o uso da autoclave para a esterilização dos materiais antes
e depois de realizar os procedimentos nos clientes, 39,4% desconhecem os
procedimentos de esterilização e 6,1% responderam que os profissionais não
esterilizaram os materiais antes do uso. Os resultados corroboram com os da pesquisa
de Vieira (2013), onde 79% dos clientes afirmaram não ter conhecimento se o
profissional esterilizou os materiais utilizados e somente 39,5% dos clientes afirmaram
que os materiais foram esterilizados antes do uso.
Por estarem expostos a uma grande variedade de microrganismos que podem ser
causadores de doenças infectocontagiosas, os profissionais de saúde e bem-estar 15
necessitam de uma maior compreensão das normas de biossegurança nas suas práticas,
para assim, atuarem com mais segurança, prevenindo riscos e promovendo a qualidade
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de vida. (SECRETARIA DA SAÚDE, 2001 apud QUEIROZ; MEJIA, 2015). Sendo assim,
foi questionado a percepção dos clientes quanto à biossegurança do ambiente de
trabalho do profissional que frequentaram conforme Figura 5.

Figura 5. Biossegurança do local.

O local parecia limpo e seguro


6.7% 1.8%

Não reparei
4.9%
86.5% Não achei limpo

Mais ou menos

Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

A percepção foi de 86,5% dos entrevistados acharam limpo e seguro o ambiente onde
costumam realizar seus procedimentos de beleza; 6,7% não acharam o local com boas
condições de higiene; 4,9% não reparam e 1,8% não acharam limpo. Os resultados
apresentados se assemelham com os obtidos por Souza, Marchi e Bettega (2008) onde
99% dos clientes consideraram a limpeza do chão como positiva, 96% avaliaram
positivamente a limpeza dos banheiros e 93% consideraram positiva a limpeza dos
mobiliários.
Segundo a OMS, uma pandemia é a disseminação mundial de uma nova doença. O
termo é utilizado quando uma epidemia se espalha por diferentes continentes com
transmissão sustentada de pessoa para pessoa. (BRASIL, 2020)
Por conta da pandemia do coronavírus, foi decretada a quarentena afim de diminuir o
número de casos de contágio da doença (Covid-19), porém, 85% das pessoas
respeitaram esse isolamento e o restante continuou fazendo uso desse serviço.
A seguir, foi analisado se os clientes vão continuar atentos aos cuidados após a
pandemia (Figura 6) exigindo os mesmos padrões de exigência com a biossegurança.

Figura 6. Atenção aos cuidados após a pandemia.

Estarão atentos
8.3%
0.6%
Confiam no profissional
91.1%
Não estarão atentos

Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

Os resultados apresentados foram que 91,1% das pessoas responderam que estarão
atentas enquanto 8,3% responderam que confiam no profissional e 0,6% das pessoas
responderam que não estarão atentas.

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Em seguida, as pessoas que estarão atentas quanto aos cuidados de biossegurança


foram questionadas e 91,7% afirmaram que pretendem cobrar o profissional e 8,3%
afirmaram que não.
O público entrevistado foi questionado se esses estabelecimentos deveriam ser
considerados como serviços essenciais e continuarem abertos. Os resultados foram que
13,1% respondeu que os estabelecimentos de beleza deveriam contar como um serviço
essencial e 86,9% disseram não deveriam ser considerados.
O fechamento dos estabelecimentos de beleza interferiu na autoestima das pessoas.
Durante a quarentena, 60,6% das pessoas afirmaram que sua autoestima não foi
afetada pelo fechamento dos estabelecimentos de beleza e 39,4% foram afetadas.
No período de isolamento, 89% dos entrevistados alegam que conseguiram manter os
cuidados pessoais em casa, já os 11% restantes disseram que não foi possível manter
os cuidados pessoais.
Após a pandemia do coronavírus, novas medidas de biossegurança deverão ser
adotadas (Figura 7) e os entrevistados deram sua opinião. Essa pergunta foi essencial
para a pesquisa, visto que estava incluso no objetivo caracterizar o que os consumidores
esperam da área de design de sobrancelha em relação a adaptação com os desafios
após a pandemia.

Figura 7. Adaptações na biossegurança dos estabelecimentos após a pandemia.

Providenciar lixeiras com acionamento por pedal 81.3%


Uso correto dos EPIs 94.5%
Disponibilizar álcool em gel para clientes e profissionais 94.5%
Limpar poltrona/maca após cada uso 90.8%
Mostrar ao cliente que o material a ser utilizado foi esterilizado 86.5%
Contratar equipe de limpeza 45.6%
Exigir uso de máscara para os clientes 82.6%
Espaçamento entre clientes 86.2%
Placa informativa com cuidados de biossegurança seguidos 79.5%
Limpar teclado da máquina de cartão de crédito a cada uso 87.2%

Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

Percebe-se que as adaptações na biossegurança dos estabelecimentos após a pandemia


estão de acordo com a literatura e os entrevistados concordam que o dono do
estabelecimento deve disponibilizar álcool em gel e fazer o uso correto de EPIs.

5. Considerações finais
O presente estudo nos permitiu ter uma visão mais ampla sobre a área de design de
sobrancelhas.
Com os resultados obtidos no questionário, foi possível perceber que o público que mais
utiliza serviços de um(a) designer de sobrancelhas é o público feminino com idades
entre 16 e 30 anos.
De forma geral, percebe-se que nem todos os profissionais fazem o uso correto dos
equipamentos de proteção individual e que a grande maioria não informa aos seus
clientes que os materiais a serem utilizados foram esterilizados antes do uso. Em

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compensação, o local frequentado pela maioria dos entrevistados parecia seguir as


normas de biossegurança e ser muito limpo.
Com a pandemia do coronavírus, as pessoas foram orientadas a ficarem em casa e
cumprirem o isolamento, para assim, tentar diminuir o número de contaminados ao
mesmo tempo. Como visto nessa pesquisa, nem todas as pessoas estão preocupadas
com a gravidade da doença causada por esse vírus, 15% das pessoas entrevistadas
frequentaram um estabelecimento de beleza durante a quarentena. Assim, pode-se
perceber o quanto a autoestima das pessoas é importante para elas, porque mesmo
com a situação atual em que estamos vivendo com a pandemia de Covid-19, as mesmas
saíram de suas casas e correram o risco de contrair a doença para utilizar serviços de
um estabelecimento considerado como não essencial nessa pandemia.
Quando essa situação passar, os clientes estarão ainda mais atentos e serão mais
exigentes quanto aos cuidados de biossegurança dos estabelecimentos em que
frequentam. Como observado na pesquisa, a maioria das pessoas pretendem cobrar
dos profissionais sobre esses cuidados e esperam algumas mudanças nesses
estabelecimentos. Com isso, foi possível concluir que os principais cuidados que essas
pessoas apontam para os profissionais darem mais importância são o uso dos EPIs, a
disponibilização de álcool em gel para os clientes, limpar a máquina de cartão de crédito,
a presença do espaçamento entre clientes e mostrar que todos os materiais foram
esterilizados antes do uso.

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Análise da percepção sobre o mercado de trabalho no segmento


dos cabeleireiros após a pandemia do Covid 19.

Analysis of the perception of the labor market in the hairdressing segment after the
Covid pandemic 19.

Estephany Barbosa de Oliveira Carreiras, Isabela Graumann Broco, Paola dos Santos
Bastos, Pietra Marques Vieira, Yohana Vitória Manacelli Cavalcanti, Benjamin Capelari,
Isabella T. F. Barbosa
Centro Universitário SENAC
Bacharelado em Estética e Cosmética
Estephany.carreiras07@hotmail.com, isabelabrocco@gmail.com, paola.bastos@icloud.com,
pietra2001@hotmail.com, bencapellaria@gmail.com, isabella.tfbarbosa@sp.senac.br

Resumo. A Estética é a área que trabalha visando à saúde e bem estar das pessoas,
abrangendo técnicas e conceitos. O visagismo busca a harmonização, auxiliando na
criação de uma imagem pessoal a partir de características físicas e comportamentais.
Devido à pandemia, o artigo foi desenvolvido com o objetivo de informar o mercado
de trabalho sobre os novos hábitos de biossegurança para os profissionais da área e
cabeleireiros. A pesquisa executada analisou os efeitos da pandemia decorrente do
coronavírus na área de cabelo, tendo como base opinião dos clientes e dos
profissionais, coletando dados sobre a expectativa do cliente em relação a
biossegurança desses estabelecimentos e quais medidas os profissionais pretendem
adotar. O presente artigo apresenta a preocupação dos clientes em relação ao cenário
pós pandemia, mostra a exigência em relação a higienização do local e indica que os
profissionais estão dispostos a investir para garantir a saúde e bem estar deles e dos
clientes.
Palavras-chave: cabeleireiros, visagismo, mercado de trabalho, biossegurança,
COVID19.

Abstract. The esthetics is the area that works towards people's health and well-
being, covering techniques and concepts. Visagism seeks harmonization, helping to
create a personal image based on physical and behavioral characteristics. Due to the
pandemic, the article was developed with the aim of informing the job market about
new biosafety habits for professionals in the field and hairdressers. The research
carried out analyzed the effects of the pandemic resulting from the coronavirus in the
hair area, based on the opinion of customers and professionals, collecting data on the
customer's expectations regarding the biosafety of these establishments and what
measures the professionals intend to take. This article presents the concern of
customers in relation to the post-pandemic scenario, shows the demand in relation to
the hygiene of the place and indicates that the professionals are willing to invest to
guarantee the health and well being of them and the clients.
Keywords: hairdressers, visagism, labor market, biosafety, COVID19.

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15 número 02
Vol. 15 de
Dezembro nº2020
02 –São
Dezembro
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Universitário Paulo: Centro Universitário Senac
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1. INTRODUÇÃO

A pandemia é o termo utilizado para uma enfermidade disseminada de forma ampla,


como o coronavírus, que se originou na China e se espalhou rapidamente para os
outros países. O impacto negativo dessa pandemia na saúde é imensurável, com mais
de 13.596.877 casos confirmados e mais de 473.437 de mortes, apenas na América,
até o dia 03 de setembro de 2020 e esse número só aumenta de acordo com
Organização Pan-Americana da saúde (OPAS, 2020).
Isto atinge toda a economia mundial e os hábitos da sociedade, mediante a isso,
houve a paralisação dos serviços não essenciais, determinada pelos governos
estaduais e municipais, que segue a recomendação da Organização Mundial da Saúde
(OMS, 2020), a fim de minimizar a transmissão e os casos de mortes pelo novo vírus.
Em relação ao setor de serviços estima-se que terá quase 25 milhões de desempregos
em todo o mundo, afirma a Organização Internacional do Trabalho (OIT, 2020), sendo
uma porção afetada, o mercado da beleza. Com essa situação precisa se reinventar
para obter toda a segurança aos frequentadores.
A empregabilidade é o termo dirigido à capacidade de conseguir um emprego ou de se
manter no mesmo, ou seja, com isolamento social pela pandemia, o maior desafio dos
autônomos e informais será manter-se no mercado de trabalho, uma vez que o
número de pessoas frequentando os estabelecimentos de beleza é bem menor
(VALORINVESTE, 2020). Sendo assim, além de adotar estratégias para contornar a
influência econômica causada pelo vírus, terão de adotar medidas de biossegurança
ainda mais rigorosas para a remoção ou minimização dos riscos à saúde.
Os estabelecimentos de cabelo, visagistas, terão de se adaptar as mudanças que
devem ser implantadas, como uso de equipamentos de proteção individual e a
higienização de objetos de uso comum, como bancadas, cadeiras, secadores,
tesouras, pentes e escovas também é essencial (BEAUTY FAIR, 2020).
Devido à pandemia, o artigo foi desenvolvido com o objetivo de informar o mercado
de trabalho e os novos hábitos de biossegurança em que os profissionais, da área do
visagismo e cabeleireiros, deverão adotar em seus estabelecimentos pensando na
segurança dos seus clientes, seguindo todas as recomendações da OMS
(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2020).

2. MERCADO DE TRABALHO
O mercado de trabalho na Estética ganhou expansão juntamente com a preocupação
das pessoas com a aparência, buscando perfeição, para que se encaixem em padrões
estéticos desenvolvidos e estruturados socialmente. Portanto, as técnicas aplicadas e
os cosméticos desenvolvidos visam sempre alcançar a necessidade de cada indivíduo
ou até mesmo apenas despertar o interesse em usar ou comprar determinado serviço
ou produto.
Além disso, o mercado de trabalho na Estética, em sua maioria, é ocupado por
mulheres. Isso se deve por questões sociais relacionadas com a inclusão de gênero na
sociedade. Sabe-se que, antigamente as mulheres tinham obrigações domésticas e
eram submissas aos homens, sem conquistar um espaço social, moral e
consequentemente sem se inserir no mercado de trabalho. No entanto, esses aspectos
mudaram e mostram que a mulher com o tempo foi conquistando espaço, voltando a
estudar o que garante um engajamento em conquistar o mercado de trabalho e se
manter nele (CASTRO, 2011).
As áreas de atuação são variadas, uma vez que o mercado é amplo dando espaços
para trabalhar com maquiagem profissional, terapia capilar, visagismo no qual ajuda

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na elaboração da imagem pessoal, além de poder desempenhar funções em hospitais,


clínicas e, academias. A senadora Martha Suplicy, observou que há muitos números
de informalidade nesse setor e para garantir segurança jurídica aos profissionais e aos
comércios, foi aprovado em 2016 pela Comissão de Direitos Humanos (CDH), leis nos
direitos dos contratos dos profissionais, como, carteira assinada com todos os
regulamentos das leis do trabalho (CLT), mas ainda não é obrigatório incluir em todos
os estabelecimentos.
Em relação a especialização na carreira acadêmica de uma esteticista pode ressaltar
que ela pode tanto trabalhar na área quanto dar aula. Para a profissional que escolhe
trabalhar na área ao invés do ramo Acadêmico, seu espaço é visto como um
empreendedorismo que precisa de atenção estratégica, é preciso investir parte do seu
tempo para planejar ações e divulgações para aumentar a qualidade e quantidade de
atendimento.

3. EMPREGABILIDADE
A área da estética é essencial para todo mundo, e está crescendo em todos os
setores. A cientista social Catherine Hakim, estudou e criou o conceito de “capital
erótico” que basicamente significa que pessoas que são mais atraentes esteticamente,
são mais bem-sucedidas economicamente. Isso significa que a empregabilidade na
estética crescerá cada vez mais, mesmo com o abalo da crise econômica, pois as
pessoas estão sempre em busca da estética e consequentemente se destacar no
mercado de trabalho com a influência da “beleza” (ANHANGUERA EDUCACIONAL,
2014).
A crise na empregabilidade atual, diante do cenário do novo coronavírus – Covid 19,
apresenta muitas pessoas desempregadas. A revista Inovação na Estética
(FREGONEZE, 2016), menciona ainda, alguns métodos para alavancar pequenas e
grandes empresas na estética, por exemplo: pensar fora do normal, disponibilizar um
menu de serviço bem formado (despertando a vontade de comprar), investir em
marketing de experiência, conhecer as inovações tecnológicas, garantir o feedback da
sua equipe e novas ideias, entre outras estratégias.
O site da Globo, também fez uma reportagem, escrita por Shopfisio (2018), sobre o
que fazer em crises e, foi recomendado pelo SEBRAE, fazer sociedades com marcas
cosméticas; comercializar produtos naturais, orgânicos e ecológicos; fazer parcerias
com academias de ginásticas, clínicas dermatológicas, spas, lojas de aparelhos
estéticos e se tiver possibilidades de fazer procedimentos mais simples em domicílios,
é uma boa estratégia do mesmo modo.

4. RECONHECIMENTO PROFISSIONAL
Nas últimas décadas, houve uma expansão acelerada e significativa de instituições
que tem ensino superior no Brasil e a oferta de cursos de formação tecnológica e/ou
bacharelado na área de cosmetologia e estética.
As propostas de formação instituídas em tal área produzem pesquisas em relação aos
referenciais e organização didático-pedagógica. Os projetos pedagógicos da atuação
profissional em relação à cosmetologia e estética observaram que estão coerentes
com a legislação e que a concepção de trabalho educação em seus projetos.
Segundo Veiga (2003), o profissional tem necessidade de reconhecimento. Para isso,
necessita respeitar as diferenças, agir de forma ética e consciente, num ambiente
organizado. Desta forma, o seu trabalho representa um instrumento social que
organiza as relações e é digno da pessoa cidadã.
De acordo com a FEBRAPE (2005), as esteticistas devidamente reconhecidas e
legalizadas têm um papel fundamental em relação à sociedade, como promover e
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oferecer em diferentes regiões do país a possibilidade de gerar o benefício da saúde e


bem estar através do atendimento estético.
A carta (Ofício nº 009/2005) enviada pela FEBRAPE para o presidente da Câmara
Federal o Deputado José Aldo Rebelo Figueiredo, em apoio à profissão de esteticista, e
sua Presidente Rosângela Façanha apresenta um argumento de defesa: "a profissão
de estética possui direito, como qualquer outra profissão habilitada legalmente, de
obter sua devida regulamentação”. A Constituição Federal de 1988, dispõe em seu
artigo nº 5, a liberdade do exercício, bem como a exigência de qualificação
profissional.
Os cursos de graduação de cosmetologia e estética vêm crescendo cada vez mais a
partir do ano 2000, além de satisfazer a carência desse profissional, ele cumpre com o
decreto 2.406/79 artigo 3: "as ações educacionais devem atender às expectativas da
sociedade e as tendências do setor produtivo".
Os profissionais da área da estética estão se preparando cada vez mais a sua
valorização e o seu reconhecimento profissional. Os cursos de graduação tendem a
atender essas expectativas em relação à sociedade, preparar para uma enorme
exigência no mercado de imagem, valorizar à qualidade de vida, respeitar as
diferenças e proporcionar o bem estar ao consumidor mais crítico e exigente.

5. BIOSSEGURANÇA
A biossegurança é um conjunto de ações voltadas para a prevenção, proteção do
trabalhador e\ou cliente, minimização os riscos inerentes às atividades. Com isso, as
medidas preventivas visam remover ou minimizar os riscos inerentes em um
determinado local de trabalho ou pesquisa, garantindo a segurança de profissionais,
clientes e meio ambiente como um todo.
Com a expansão dos serviços de beleza como os salões de cabeleireiro, aumenta-se o
número de consumidores, o que exige ainda mais do profissional, uma conduta ética e
rigorosa nos cuidados do seu local de trabalho. Em relação à estética, determinou que
após o reconhecimento da profissão, se tornou obrigatório seguir as normas
estabelecidas pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a fim de garantir
a proteção de cabeleireiros, manicures, esteticistas e seus clientes (TONETTA;
AGOSTINI, 2017).
O cenário de pandemia, agrava ainda mais a necessidade das ações preventivas, tais
como, fazer o uso de equipamentos de proteção individual toucas, luvas, jaleco,
máscaras, sapatos fechados e pro - pés. A higienização do local de atendimento deve
ser impecável antes e após qualquer procedimento, assim como a desinfecção e
esterilização dos instrumentos. Objetos cortantes, como as agulhas que devem ser
descartadas no descarpack após o uso material, pois há probabilidade de
contaminação se caso não o fizer da maneira correta.
Além disso, é de suma importância que profissionais e clientes estejam atentos a
forma de contágio do novo coronavírus Covid-19, como também outros meios de
riscos.

6. METODOLOGIA
A análise dos impactos negativos decorrentes do novo coronavírus, o qual afetará
todo o mercado de trabalho da beleza, os cabeleireiros e visagistas precisam buscar
formas de se adaptar a essas novas mudanças, e principalmente maior atenção na
higienização do ambiente e dos equipamentos utilizados. Diante disso, foi aplicado um
questionário desenvolvido na plataforma do Google, com o objetivo de contribuir com
informações cruciais para auxiliar esses profissionais a voltarem suas atividades de
forma segura e atendendo as exigências de seus clientes.
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Para isso, foi feita uma pesquisa qualitativa exploratória que contém cinco perguntas
em cada questionário, com resultados estatísticos, buscando coletar informações de
acordo com opiniões de clientes e profissionais. A finalidade é entender as
expectativas dos clientes em relação à biossegurança do local e como os profissionais
pretendem supri-las gerando credibilidade ao retorno das atividades pós o isolamento
social.
Foi realizada também, uma revisão bibliográfica, ou seja, uma pesquisa qualitativa
para a coleta de informações a partir de artigos científicos, sobre o mercado de
trabalho e a empregabilidade na Estética, além de obter dados sobre a biossegurança
e relacioná-la com o cenário após a pandemia, para descrever quais são as normas e
como devem ser aplicadas, para garantir um melhor atendimento.

7. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados abaixo descrevem os dados coletados através do questionário aplicado,
além de conectar com todas as informações descritas no presente artigo. O
questionário que continha 10 perguntas em seu total, sendo 5 direcionadas para
clientes e 5 para profissionais de salões de cabeleireiro, com objetivo absorver a
opinião de ambos sobre o cenário de beleza após a pandemia.
Através dos resultados, conclui-se que os profissionais tendem a carecer de medidas
de segurança ainda mais rígidas, evitando a proliferação decorrente do vírus
COVID19. E para tal modificação será necessário estabelecer uma logística funcional
com as devidas mudanças.
Inicialmente, será apresentado os resultados do questionário aplicado aos clientes dos
salões de beleza, o qual obteve um total de 254 respondentes, sendo 84,3% dos
entrevistados afirmam buscar um profissional mediante a vontade de realizar algum
procedimento no cabelo, e o restante 15,7% se mantém em isolamento.
Com relação, aos entrevistados que buscam um profissional durante a pandemia, foi
questionado sobre qual a frequência de uso do serviço conforme pode ser observada
na Figura 1.

Figura 1 – Frequência de uso do serviço.

Quanto a frequência foi possível observar:


• 40,2% utilizam esse serviço somente quando necessário, para cortar o cabelo
e em ocasiões especiais; e
• A maioria dos clientes utilizam esse serviço mensalmente;

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• Observa-se também que a frequência é relativamente baixa para


procedimentos designado ao cabelo.

Outro questionamento, foi a opinião de clientes referente à higienização dos


estabelecimentos (Figura 2) do qual eles frequentavam antes da pandemia a fim de
entender o conhecimento dos profissionais da área sobre biossegurança.

Figura 2 –Higienização dos estabelecimentos.

Os dados revelam um fator positivo:


• 91,1% das respostas apontam como boa ou excelente a higienização dos
estabelecimentos e
• 8,9% necessitam de melhorias.

A Figura 3 reflete as expectativas dos clientes em relação à biossegurança


propriamente dita do estabelecimento após pandemia. Essa abordagem visa auxiliar
os profissionais da área em relação ao que é esperado deles pelos clientes.

Figura 3 – Medidas essenciais que devem ser adotadas.

Observa-se que os consumidores têm o conhecimento necessário das medidas de


segurança para os estabelecimentos e elas irão interferir na sua escolha.

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Houve ainda uma sugestão da possibilidade de ter um aquecedor para deixar os seus
instrumentos de trabalho, pois o vírus é pouco resistente ao calor.
Com base nessas respostas, concluímos que o conhecimento ainda é leigo, por parte
dos clientes, referente à biossegurança, automaticamente não tendo ciência sobre do
quão complexo e perigoso é o vírus.
A outra abordagem é o assunto sobre a saúde do consumidor, onde busca-se
entender a viabilidade da esterilização das tesouras após o seu uso, ou não (Figura 4).

Figura 4 – Opinião sobre a esterilização de tesouras.

Quanto a esterilização de tesouras, a maioria (80,8%) julgam uma excelente ideia


para a evitar contágio de possíveis doenças transmissíveis.

A seguir, será apresentado os resultados dos profissionais da beleza, em especial, os


cabelereiros. O objetivo foi coletar as informações do funcionamento da biossegurança
no estabelecimento antes da pandemia causada pelo COVID19, e quais produtos de
higiene era utilizados para a desinfecção do local (Figura 5).

Figura 5 - Higienização do local antes da pandemia em relação aos equipamentos.

Os dados indicam que a maioria dos estabelecimentos possuíam uma preocupação


com a higienização, mas é preocupante a não utilização de nenhuma das alternativas
por 12.5% dos entrevistados.
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Quando questionados sobre a limpeza geral dos seus estabelecimentos, os resultados


obtidos declaram que 81,3% dos profissionais realizavam uma limpeza geral diária, no
entanto, 18,8% declaram que a limpeza era semanalmente.
E por último, foi elaborada uma pergunta direcionada aos 16 cabelereiros que
permitiam ao entrevistado, assinalar mais de uma alternativa com o intuito de filtrar
informações das mais variadas medidas de prevenções que os estabelecimentos
poderão adotar pós a pandemia causada pelo Covid 19 (Figura 6).

Figura 6 - Quais complementos os profissionais pretendem aderir no seu


estabelecimento.

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o presente trabalho, foi possível ampliar o conhecimento em relação ao
parâmetro da área de Estética, de sua influência entre clientes e profissionais, uma
vez que analisado nas respostas que 84,3% das pessoas utilizam desses serviços,
sendo de cabeleireiro especificamente.
Foi possível absorver informações referentes à biossegurança, em relação a
expectativas dos clientes sobre a conduta dos profissionais ao retornarem esses
locais, inclusive foi analisado que 27,2% esperam que os mesmos usem máscaras e
luvas na realização de qualquer procedimento.
Portanto, a empregabilidade desses profissionais, muitas vezes autônomos ou
informais, exigem que saibam passar por crises, como por exemplo, essa pandemia,
desafiando cada vez mais a capacidade de se manterem inseridos na área. Mediante a
isso é de suma importância, a adaptação dos profissionais nessa nova realidade, e
invista em medidas preventivas, garantindo um atendimento seguro, como
apresentado nesta pesquisa. Vale ressaltar que nos comentários, 25% dos
respondentes concordam que implantação de barreiras como de vidros, é uma ótima
alternativa para o distanciamento social e 56,3% profissionais assumem a
necessidade de serem mais rigorosos em relação à biossegurança de seus
estabelecimentos.

REFERÊNCIAS
BORBA, Tamila J.; THIVES, Fabiana Marin. Uma reflexão sobre a influência
da estética na auto estima, auto motivação e bem estar do ser
humano.: profissionalismo. 2012. 21 f. TCC (Graduação) - Curso de Estética e
Cosmética, Universidade do Vale do Itajaí, Vale do Itajaí, 2012. Cap. 2.
BRASÍLIA.MINISTÉRIO DA SAUDE. Biossegurança em saúde: prioridades e
estratégias de ação. 2010. Disponível em:
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FEBRAPE. Federação Brasileira dos Profissionais Esteticistas. Ofício nº
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VALDAMERI, Gildete Aparecida. A FORMAÇÃO PROFISSIONAL
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Cultura Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Educação, Universidade
do Vale do ItajaÍ, Vale do Itajaí, 2010. Cap. 2.

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APLICAÇÃO DE EPI’s NO ATENDIMENTO DE CUIDADOS COM MÃOS


E PÉS

APPLICATION OF PPE’s IN THE SERVICE OF HANDS AND FEET CARE

Ana Maria Silva Pereira, Luiza da Costa Perez, Rafaela Cecere Campelo, Sabrina Ramos
de Oliveira, Sophie Bruder Kohler, Benjamin Capellari, Isabella Tereza Ferro Barbosa
Centro Universitário SENAC – CAS
Bacharelado em Estética e Cosmética
anamariareginasilva881@gmail.com, luizacperez@hotmail.com, rafaelaccampelo@gmail.com,
sabrinaramos2010@gmail.com, sophie.bruder900@gmail.com, bencapellari@gmail.com,
isabella.tfbarbosa@sp.senac.br

Resumo. A preocupação com a beleza e bem-estar, levou ao crescimento das áreas da


estética, e a expansão da mulher no mercado de trabalho. A área de manicure e
pedicure é muito reconhecida, ganhando novos serviços e aumentando sua procura.
Com isso, a responsabilidade do profissional da beleza aumenta, por tratar-se de uma
área com alto risco de contaminação devido à proximidade de contato e aos materiais
biológicos e a biossegurança tem o papel importante de escudo e proteção acerca desses
riscos. Diante da situação atual da Covid-19, medidas de segurança ocasionaram em
uma quarentena, evidenciando mais a importância da biossegurança quanto a higiene e
ao uso de EPI’s. Esses profissionais obtiveram queda na procura de seus serviços, tendo
de estabelecer planos de prevenção a propagação de doenças, para segurança do
profissional e cliente. A aplicação do questionário a consumidoras dos serviços de
cuidado com mãos e pés promoveu à pesquisa identificar o nível de conhecimento a
sobre o uso de EPI’s, de clientes e profissionais, nível refletido em seus atendimentos.
Em 34% das clientes alegam subestimação dos riscos por profissionais sem EPI’s.
Palavras-chave: beleza, profissional, EPI’s, biossegurança, manicure e pedicure.

Abstract. The concern with beauty and welfare, led to the growth of the areas of
esthetics, and the expansion of women in the labor market. The area of manicure and
pedicure is very recognized, gaining new services that lead to greater demand. With this,
the responsibility of the beauty professional increases, as it is an area with a high risk of
contamination due to the proximity of contact and the biological materials in it. The
biosecurity has the important role of shielding and protection about these risks. Facing
the current situation of Covid-19, the security measures caused in a quarantine,
highlighting more the importance of biosecurity on hygiene and the use of PPEs. These
professionals obtained a drop in demand for their services, knowing that it will be
necessary to establish plans to prevent the spread of diseases, establishing the safety of
the professional and client. The application of the questionnaire to consumers of hand
and foot care services promoted the research to identify the level of knowledge about
the use of PPE's, both of clients and professionals, standard reflected in their attendance.
In 34% of clients claims underestimation of risks by professionals without PPE’s.
Key words: beauty, professional, PPE’s, biosecurity, manicure and pedicure.

Interfacehs
Saúde, Meio Ambiente e Sustentabilidade
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1. Introdução

As áreas da Estética e Cosmetologia têm ganhado cada vez mais ascensão no mercado de
trabalho, impulsionado por padrões estéticos impostos em massa nas redes sociais,
levando a constante preocupação com a aparência e o bem-estar. Outro fator listado pela
ABIHPEC (2005) pode explicar contribuição deste crescimento, a elevação da taxa de
expectativa de vida, em que a preservação da juventude se torna uma “necessidade”.
Portanto, as pessoas têm buscado por procedimentos estéticos e cosméticos com
requisitos de agregar benefícios a saúde, e, em paralelo, a autoestima. A área da estética
abrange uma grande diversificação de setores de trabalho, o que possibilita um grande
leque de procedimentos a seus clientes.
Todos esses setores da área da saúde e bem-estar possuem em comum as
responsabilidades com a biossegurança. A biossegurança tem um papel fundamental na
estética impondo medidas essenciais a proteção e não propagação de doenças infecciosas
e virais, visto que são profissões que promovem um risco biológico aos profissionais da
área e a seus clientes.
Atualmente, o mundo se colocou numa posição apreensiva com a chegada do Coronavírus
– Covid-19, que se propagou com rapidez a nível global levando a morte de muitas
pessoas. A Covid-19 é uma doença infecciosa com alto nível de contágio por desenvolver
problemas respiratórios semelhantes quando comparados aos sintomas da gripe,
promovendo tosses, febre e a dificuldade para respirar. Sua transmissão se dá pelo
contato com uma pessoa infectada, através da tosse e de espirros, ou pelo contato com
objetos infectados levando aos olhos, nariz e boca. Como a doença é provocada por um
novo vírus, estudos ainda são desenvolvidos para a criação de vacinas eficazes. Até que
seja remediado, o mundo adotou medidas de biossegurança de extrema importância para
declinação da doença, entre as principais: a limpeza das mãos com frequência, uso de
álcool gel 70%, uso de máscaras e evitar sair de casa, principalmente sem uso da máscara.
O trabalho procura contribuir para a área da estética e cosmetologia ressaltando a
importância da biossegurança, com foco específico de sua aplicação em áreas da estética
de cuidados com pés e mãos, tanto em situações cotidianas quanto a possíveis
enfretamentos e adaptações diante de doenças infecciosas, como o caso da Covid-19.
Sendo assim, o objetivo deste artigo busca analisar a aplicação dos protocolos de
biossegurança, quanto ao uso adequado de equipamentos de proteção individual por
profissionais em procedimentos estéticos da área de cuidados com as mãos e pés,
compreendendo sua importância, essencialmente no que se refere ao enfrentamento de
doenças, como a Covid-19. Essa análise foi obtida através da realização de um
questionário direcionado as consumidoras desses serviços estéticos com base em suas
experiências de atendimento. O foco da pesquisa procura salientar a segurança individual
e coletiva que a biossegurança, quando aplicada, proporciona aos diversos riscos.

2. Revisão bibliográfica
O mercado de trabalho da estética é altamente competitivo, pois esteticistas “não
encontram plena aceitação do mercado, que prefere contratar outros profissionais da área
da saúde para os procedimentos estéticos.” (BRITO, 2010). De acordo com Schmidtt,
Oliveira e Gallas (2008), a emancipação da mulher no mercado de trabalho trouxe a
exigência da boa aparência e da beleza padronizada, não apenas para mulheres, mas
também para homens e adolescentes. Nessa exigência e busca da perfeição, “as cirurgias
plásticas têm se tornado um mercado rentável.”. O mercado da estética possui grande
quantidade de empresas pequenas e trabalho autônomo, pois “o empreendedorismo tem
sido a alternativa para a geração de emprego e renda.” (WRIGHT; SILVA; e SPERS, 2010).

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O Visagismo é a área que trabalha com a personalização da imagem pessoal de cada


indivíduo de acordo com as propostas requeridas pelo cliente. De acordo com Araújo,
Sebben e Ellery (2005), os profissionais do Visagismo realizam nessa solicitação uma visão
ampla e não objetiva, sendo serviços não padronizados variando de pessoa para pessoa
de acordo com suas características e intenções. Os profissionais da área da estética
utilizam de conceitos visagistas para proporcionar uma harmonia quanto aos
procedimentos estéticos realizados. Essa área é muito ampla possuindo vários
direcionamentos podendo ser presentes nos serviços de designers de sobrancelhas,
cabeleireiros(a), esteticistas, manicures e pedicures, entre outros, podendo através desse
conhecimento chegar a um "senso harmônico".
A ampliação e diversificação do mercado de estética tem ganhado impulso com a
empregabilidade. A empregabilidade de um profissional na área da estética é influenciada
pelo curso que o profissional exerceu: o ensino superior técnico ou o superior de
tecnologia. “O Técnico em Estética possui formação de nível médio obtido através do curso
de Qualificação Profissional em Estética Facial e Corporal [...]. Já o Tecnólogo em Estética
possui formação de nível superior obtida em Faculdades ou Universidades, através do
curso de Formação Tecnológica em Estética, Cosmetologia, Beleza e Imagem Pessoal
[...].” (BRITO, 2010).
Apesar da área de manicure e pedicure serem áreas antigas, seu reconhecimento
profissional só foi concretizado em 2012 com a lei nº 12.592/2012, que define a profissão,
reconhece e reafirma seu dever quanto a biossegurança, porém a lei não ressalta as
especificidades da profissão, presentes em outras profissões, como exemplo: formação
escolar mínima em cursos legais reconhecidos pelo Ministério da Educação, aplicações das
recomendações sanitárias para assegurar o exercício disciplinado por legislação própria,
com direitos, deveres, punições e garantias, como definição de piso salarial, jornada de
trabalho, de pedido de exames médicos que afirmem as boas condições de trabalho com
a biossegurança. Essa área apresenta grande número de profissionais sem certificação,
em que recorrem a cursos mais curtos e práticos para iniciar com mais rapidez no mercado
de trabalho, como observado nos dados coletados de Garbaccio (2013), em que 53,2%
das profissionais concluíram o ensino médio, mas apenas 34% procurou realizar esses
cursos. Fatos que dizem muito respeito ao conhecimento e aplicação da biossegurança.
Segundo Garbaccio (2013), a melhora e especialização dos profissionais de estética, e sua
relação com o setor de saúde, tem promovido a preocupação com a biossegurança e seus
riscos para o mercado da estética. A atividade estética é uma área com alto risco de
contaminação devido à proximidade do profissional/cliente, sendo a biossegurança
fundamental para este campo. A biossegurança é o conjunto de procedimentos adaptados
para a prevenção e proteção do trabalhador. O uso de EPI’s (equipamentos de proteção
individual) é obrigatório para proteção do profissional, afastando a possibilidade de
transmissões de doenças, como hepatite B e C, HIV, infecções e reações alérgicas. As
toucas, máscaras e luvas descartáveis, protegem o profissional e o cliente do contato com
materiais biológicos, como sangue.
A doença viral Covid-19 tem trazido preocupantes consequências as profissionais da
beleza/estética, e outros segmentos da área da saúde. Com a queda na procura por
serviços, é preciso se ajustar e estabelecer planos de contingência para a execução de
seus serviços. Atualmente, as formas de contato e cuidado são de importância e a
implementação dos procedimentos devem seguir à risca as regras da biossegurança.
Foi criado um plano de contingência para uso emergencial dos profissionais, pela
empreendedora na área da beleza Gleyce Persil (2020), sendo um ponto abordado, a
tranquilização dos clientes, demonstrando que as medidas de biossegurança tem sido
tomadas e garantidas mostrando total apoio ao combate da Covid-19.
Com isso, o empreendedorismo entra no que se refere ao planejamento de como os
serviços serão realizados após a remediação da doença, e novas oportunidades de criação
de equipamentos de proteção, tudo isso se aplicado agregará uma imagem mais positiva

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do estabelecimento perante seus clientes e a demais que se veem preocupados com esse
cenário.

3. Metodologia
Trata-se de uma pesquisa para analisar o mercado da área de beleza de manicure e
pedicure, e entender a importância dos elementos de biossegurança para os clientes, e
como a pandemia do Covid-19 irá impactar esse mercado de trabalho.
O método utilizado foi o de pesquisa exploratória com base fundamentada na aplicação da
biossegurança na área da saúde e bem-estar de cuidados com pés e mãos, analisados
com a aplicação de um questionário direcionado aos consumidores desses serviços, onde
busca identificar se são tomados os devidos cuidados, principalmente em cenários como
da Covid-19.
O questionário busca entender o conhecimento que os clientes possuem sobre os EPIs e
sobre as boas práticas de biossegurança, e se a atual pandemia irá impactar nas normas
de biossegurança, para prevenir a propagação de futuras doenças. Foi direcionado a 50
clientes de serviços de manicure e pedicure, de forma online, a fim de analisar a
importância da aplicação da biossegurança, a autonomia das clientes, o atendimento
domiciliar perante a pandemia, e como esse cenário impactará no mercado de trabalho.

4. Resultados e discussões
A pesquisa foi motivada pelas medidas de segurança impostas pela doença viral Covid-19
a população como o uso de máscaras. Esse fato ressaltou a importância da adesão de
equipamentos de proteção individual (EPI’s), sobretudo, a profissionais da saúde e dos
mais variados segmentos.
Para tal foi elaborado um questionário direcionado a clientes dos serviços estéticos de
cuidados com mãos e pés com base em suas experiências, por ser uma área com grande
proximidade de contato aumentando a chance de riscos biológicos, portanto, sendo
necessário o uso de EPI’s por esses profissionais. Observou-se que 58% das consumidoras
não sabem o que é biossegurança voltada a área e que 34% das consumidoras relataram
a ausência do uso de equipamentos de proteção individual pelos profissionais em seus
atendimentos.
Na primeira questão procura identificar qual a frequência de uso desses serviços (Figura
1).
Figura 1- Rotina de uso dos serviços de manicure e pedicure

16% Algumas vezes ao mês


28% 1 vez ao mês
6% Apenas em ocasiões especiais.
Raramente

22% Mais de 1 vez pq semana

28%

Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

Observa-se que a área de cuidados com mãos e pés são serviços, em maioria, constantes
e presentes na vida de tais consumidoras, apontando-se que 72% utilizam desses serviços
mensalmente, tendo casos de 16% das consumidoras fazendo usos semanais.

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Posteriormente, foi questionado sobre um ponto de extrema relevância sobre o


conhecimento dessas consumidoras em relação aos cuidados de segurança que devem ser
tomados para garantir a saúde do profissional e do próprio consumidor. A biossegurança
demanda a aplicação de requisitos importantes para a prevenção a riscos (biológicos,
químicos, de acidentes, físicos e ergonômicos). Em meio à crise da Covid-19, alguns
desses requisitos se tornaram obrigatórios a toda população, porém 42% de todas as
consumidoras não possuem o conhecimento direcionado aos procedimentos de manicure
e pedicure.
Nota-se que 80% das consumidoras realizam esses procedimentos apenas com um
profissional de sua confiança e apenas 20% delas efetuam com profissionais alternadas,
o que se deve ao fato de possivelmente serem clientes de salões de beleza e clínicas
estéticas em que há grande quantidade de profissionais da área. Porém a maioria das
consumidoras, 34%, relataram a ausência de todos os equipamentos de proteção
individual em seus atendimentos, esses indicados e de uso obrigatório de profissionais de
manicure e pedicure, sendo evidente a falta de conhecimento e aplicação das normas de
biossegurança pelos profissionais, que não tem prezado pela saúde individual e coletiva,
ao cliente. Apenas 26% relatou o uso correto e de todos os EPI’s, o que corresponde a
ciência das normas de biossegurança e de seus riscos, quando ausentes.
Outra informação importante foi que 70% das clientes, durante a quarentena e os
estabelecimentos fechados, não fizeram uso de nenhum desses procedimentos, e que 56%
das consumidoras remarcaram por conta do Covid-19. que fizeram uso desses serviços
(30%). As clientes que tiveram seus procedimentos realizados durante a quarentena,
totalizaram em 30%, resultado que vai contra as medidas de segurança requeridas.
Durante a quarentena, somente estabelecimentos considerados essenciais se mantiveram
abertos com a aplicação de medidas de segurança, como farmácias. Foi questionada a
opinião pessoal das clientes quanto a indisponibilidade desses serviços estéticos: 82% das
consumidoras consideram dispensável a abertura desses estabelecimentos durante a
quarentena, podendo ser justificada pelo excesso de pessoas nesse tipo de
estabelecimento, além do contato próximo presente durante atendimento. A parcela
mínima de clientes de 18%, julga esses estabelecimentos essenciais para o bem-estar e
renovação da autoestima proporcionados por esses serviços.
Posteriormente, foi questionada a localidade da realização de seus atendimentos: 76%
preferem em salões de beleza/centros de estética pois há maior preparação e adequação
a prática de tais serviços.
Os últimos questionamentos da pesquisa reuniram dados diretamente ligados ao mercado
de trabalho da estética focalizado em cuidados com pés e mãos pós quarentena da Covid-
19. Tal assunto tem causado crescente preocupação por seus profissionais, entretanto,
tais perguntas obtiveram resultados positivos quanto o mercado de trabalho, que se
mantém “abalado” no momento, porém com potencial de recuperação à medida que as
consumidoras demonstraram o interesse pessoal de continuar a frequentar esses espaços
e fazer uso de seus serviços.
A maioria das consumidoras, em 68%, apontaram terem conseguido manter seus cuidados
com pés e mãos sozinha sem o serviço desses profissionais durante a quarentena, e 32%
não conseguiu. As consumidoras que não conseguiram realizar esses cuidados retornarão,
pois precisarão desses serviços, e 88% das clientes conseguiram manter seus cuidados
com mãos e pés, mas ainda exprimem o desejo de serem atendidas por profissionais da
área após quarentena.
Isso demonstra que apesar de terem mantido os seus cuidados, elas não possuem o
conhecimento e habilidade total para a prática. A porcentagem de 12% das consumidoras
que relataram não pretender retornar aos salões e centros estéticos, pode ser explicada
pelo receio causado pela a pandemia.

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Ao abordar o comportamento das clientes pós pandemia, observa-se a preocupação com


a biossegurança e 98% alegam a necessidade do uso dos equipamentos de proteção
individual pelos profissionais, a fim de evitar riscos a sua saúde.
Discussão
Os profissionais da estética, em geral, precisam estabelecer os requisitos a seus serviços,
agregando esteticamente na aparência e autoestima, mas, em paralelo, necessitam
assegurar o cuidado com aspectos que possam ocasionar o comprometimento da saúde.
Foi apontado que 66% das consumidoras relataram a ausência dos EPI’s, sendo que 34%
relatou a ausência de todos os equipamentos de proteção e 32% relatou a presença de
somente alguns desses equipamentos durante seus atendimentos. Esse resultado é
semelhante ao exposto no artigo de Garbaccio (2013). Em sua pesquisa direcionada a
profissionais da área, observa-se que 66% das profissionais possuem o conhecimento
sobre biossegurança, mas somente aplicada por 61%, utilizando os EPI’s necessários.
A adequação quanto as normas de biossegurança por um profissional estão relacionadas
com as boas práticas durante um atendimento. Desta forma, garantem a integridade dos
profissionais, do estabelecimento e de seus clientes, visando diminuir ou evitar a
exposição aos riscos nele presentes.
Essa inadequação dos profissionais durante atendimentos pode ser explicada pela
ausência de conhecimento. Segundo Garbaccio (2013), os profissionais entrevistados
relataram alguns motivos como: não acreditar que haja risco a saúde nesses
estabelecimentos (salões) e a falta de treinamento. Além disso, existem fatores por eles
apontados como: preço elevado dos equipamentos, falta de tempo para realizar medidas
de biossegurança e ausência do uso de EPI’s. Acreditam ainda que os clientes fixos não
possuem doenças. Essas argumentações estão diretamente associadas a deficiência de
conhecimento da biossegurança e seus riscos demostrando a falta de conscientização.
Os dados coletados neste artigo destacam a crença de que os clientes não possuem
doenças e nem os profissionais, pois possuem uma relação de confiança. Mesmo tratando-
se de profissionais que, em maioria, realizam os atendimentos sem o uso de EPI’s. Outro
resultado é a falta de preparo, de conscientização e o desconhecimento destes
profissionais e de seus clientes, na aplicação de exigências de segurança. Fatores refletidos
em seus atendimentos implicando na saúde pessoal de ambos.
Com o advento da Covid-19, a conscientização e preocupação têm sido constantes o que
leva a maioria dos clientes (98%) a ter maior discernimento ao avaliar seus
procedimentos, fato este que demandará de ajustes e inovações por parte dos
profissionais em seus atendimentos.

6. Consideração final
O mercado da beleza é uma das áreas com risco de contaminação devido à proximidade
do profissional com o consumidor, sendo a biossegurança e boas práticas fundamentais.
Com isso, a pesquisa desenvolvida buscou entender a importância dos elementos da
biossegurança para seus consumidores e profissionais, e como a pandemia da Covid-19
irá impactar esse mercado de trabalho. O questionário também tentou decifrar o
conhecimento que os clientes possuíam sobre boas práticas de biossegurança, e se a
pandemia irá impactar na conscientização das normas de biossegurança, para prevenir a
propagação de doenças virais como a Covid-19, HIV, Hepatites virais etc.
Conclui-se que o uso de EPI’s, como toucas, máscaras e luvas descartáveis, são
necessários, de uso obrigatório aos profissionais da área da saúde, visto que proporcionam
grandes chances de contágio pelo contato aproximado a materiais biológicos, dentre
demais riscos. Sua não aplicação está conexa a falta de conhecimento e aplicação das
normas pelos profissionais, negligenciando a saúde individual e coletiva nos atendimentos.
O conhecimento das consumidoras é de extrema importância, por fazerem uso regular de
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serviços que, se não cuidados podem comprometer a saúde do profissional e do cliente.


Fazendo-se necessário a reeducação dos profissionais sobre o tema.

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Efeito do Coronavírus na Estética e Maquiagem.

Effect of Coronavirus on Aesthetics and Makeup.

Brena de Souza Silva, Danilo Pereira Santos, Gabriela Nunes Alencar Meira, Thalita
Oliveira Almeida, Benjamim Capellari, Isabella Tereza Ferro Barbosa.
Centro Universitário SENAC – SP
Bacharelado em Estética e Cosmética
brenaevania@icloud.com, danilllus@hotmail.com, gabrielands2011@hotmail.com,
thalitaoliveiraalmeida18@gmail.com.

Resumo: Com a pandemia do Covid-19 o mercado na área da maquiagem enfrenta


dificuldades devido às normas de fechamento dos estabelecimentos. Esses locais
apresentam riscos para a população, sendo que seus procedimentos favorecem na
disseminação do vírus. Como consequência dessa situação, a pesquisa procurou
identificar como o Coronavírus está intervindo nas empresas de beleza, quais
providências a serem tomadas de acordo com a biossegurança e como esses locais
podem se reestruturar para não enfrentarem uma crise em seu faturamento e clientela.
Assim, o estudo foi realizado através de uma pesquisa quantitativa e os resultados
apontaram que a funcionalidade de serviços foi comprometida na maioria dos
estabelecimentos, sendo que alguns tiveram que recorrer a empréstimos bancários e
dispensar seus funcionários. Pode-se concluir que o proprietário que abrangeu suas
atividades na área de maquiagem obteve resultados positivos com a oferta de cursos
online e vendas de produtos, não sofrendo impactos desfavoráveis.
Palavras-chave: Covid-19; Estética; Maquiagem; Biossegurança.

Abstract: With the Covid-19 pandemic, the makeup market faces difficulties due to the
establishment's closing rules. These places present risks to the population, and their
procedures favor the spread of the virus. As a consequence of this situation, the
research sought to identify how the coronavirus is intervening in beauty companies,
what measures to be taken according to biosecurity and how these places can be
restructured in order not to face a crisis in their billing and clientele. Thus, the study was
carried out through a quantitative survey, and a questionnaire was prepared for the
owners of the establishments, containing 10 open and closed questions. The results
showed that the functionality of services was compromised in most establishments, with
some having to resort to bank loans and dismiss their employees. It can be concluded
that the owner who covered his activities in the makeup area obtained positive results
with the offer of online courses and product sales, without suffering unfavorable impacts.
Key words: Covid-19; Aesthetics; Make up; Biosecurity.

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1. Introdução

Atualmente, a sociedade enfrenta um grave problema no nosso país que é o COVID-19,


(mais conhecido como Coronavírus). O mesmo, é de uma família de vírus que causam
infecções respiratórias e a transmissão ocorre por meio de gotículas de saliva, espirro,
tosse, aperto de mão, entre outras coisas. A contaminação do vírus atingiu a condição
de pandemia, pois está presente em todos os continentes, e no Brasil, já atingiu mais de
135 mil de óbitos no mês de setembro de 2020 conforme dados oficiais (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2020).
Com a finalidade de conter a propagação do vírus, foi adotada a política sanitária
denominado “Fique em casa”. A Prefeitura de SP decretou que os estabelecimentos
fossem fechados promovendo um isolamento social. Essa medida exigiu dos profissionais
da área, maior criatividade para superar a crise econômica, fidelizar o seu cliente,
minimizar o desemprego, evitar a queda no faturamento e a necessidade de refletir
sobre os protocolos de segurança (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020).
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, todas as normas de biossegurança
devem ser adotadas e utilizadas para a prevenção de doenças tanto para a clientela
quanto para o profissional no ambiente de trabalho. Para isso, é fundamental, o uso de
todos os equipamentos de proteção individual (EPI’s), o descarte correto, a higienização
do local dentre outras (ANVISA, 1999). E, enquanto, não houver nenhum método eficaz
para combater o vírus, as recomendações são: lavar as mãos, passar álcool 70%, usar a
máscara e não compartilhar objetos.
Este artigo tem o objetivo de identificar os efeitos desse novo vírus nos
estabelecimentos, o medo das pessoas com a disseminação e de frequentar certos
locais, além de detectar a problemática dos profissionais diante essa situação, e como
pretendem enfrentar a situação pós pandemia , visando contribuir para o entendimento
das mudanças necessárias no setor da estética, em particular a área de maquiagem,
relatando os impactos e as principais mudanças para a reabertura, tornando uma
atividade mais segura.

2. Revisão bibliográfica
Pensando em como será o retorno dos estabelecimentos após a pandemia surge a
principal questão, de como o mercado e sua empregabilidade irá reagir quando o pico do
novo vírus for menor e houver o fim da quarentena. Com a queda da clientela e as
portas fechadas é necessário tomar novas providências quanto às prestações de serviços
e as medidas de segurança para evitar a disseminação do Covid-19, com isso, vale
ressaltar as estratégias de marketing ativo para não deixar o movimento cair em
momentos de crise como esses, investir em publicidade e alavancar o e-commerce se
torna uma boa opção em todo o processo de isolamento e após. Na área de estética que
já é uma área muito concorrida, o profissional que se aliar ao marketing profissional,
segundo Lucas Cruz que é especializado nessa área, com certeza terá vantagens como,
além de atrair clientes, fidelizar os mesmos, que é algo muito importante, além de
melhorar a reputação da empresa. E para que isso aconteça basta apenas usar a
internet como principal ferramenta para divulgação e anúncio de sua empresa, seu
negócio ou produtos para ampliar seu relacionamento com os clientes e criar uma
imagem e identificação, para que quando tudo se estabilizar, as pessoas busquem ir até
você por conta de seu conteúdo digital, já que praticamente todo mundo hoje em dia
tem acesso à internet (CRUZ, 2020).
É importante que a equipe se mantenha firme e mesmo em momentos difíceis como
esses, é oportunidade de mudar conceitos e ter uma ampla visão de negócios. Quanto às
medidas de segurança os cuidados devem ser os mesmos e até mais reforçado quando a
proliferação for mais baixa, já que é um vírus que pode se propagar novamente e com
facilidade e também as pessoas estarão mais atentas e irão buscar por locais com mais
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segurança, sendo assim cabe as clinicas e salões de beleza fazer o uso dos EPI´s (luvas
descartáveis, máscara, avental...) de forma correta e manter a higiene do espaço e dos
materiais a cada atendimento (GIMENES, 2020).
Em meio ao que estamos vivendo, por mais que o mercado da beleza seja um que
sempre está em alta, a situação não deixa de ser preocupante. Houve nitidamente uma
queda na procura de serviços (pelo fato de cada vez menos pessoas estarem
frequentando locais públicos), assim como clientes desmarcando agendas para aderir ao
movimento “fique em casa” e se prevenir. Estamos cientes que após esse momento as
coisas prosseguirão de forma diferente de como era e é provável que os proprietários
coloquem um funcionário para exercer mais de uma função para não precisar contratar,
além de se preocuparem mais com questões de biossegurança, ainda mais nessa área
que é ligada a saúde (PERSIL, 2020).
O mercado de trabalho de maquiagem, assim como todos de beleza, foi muito afetado e
é provável que demore para voltar ao normal, já que após o fim da pandemia, os
cuidados serão redobrados e muitas pessoas poderão ficar apreensivas por conta do
toque. Segundo Joana Gontijo, através do site.
“Estado de Minas Saúde”, para quem atua com maquiagem e lida diariamente com um
alto fluxo de clientes nos institutos de beleza, é fundamental limpar, por exemplo, os
pincéis após cada trabalho ou, se o próximo cliente entra logo após o anterior, procurar
outro conjunto de pincéis. Em relação aos produtos, como corretivo e batom, é
recomendado não os passar diretamente na pele. A máscara de cílios pode ser aplicada
com pincéis descartáveis, assim como as sombras.

3. Método
Foi realizada uma pesquisa quantitativa com aplicação de um questionário, de acordo
com a literatura, para profissionais empreendedores que foram direta e indiretamente
atingidos pela pandemia denominada Covid-19 e com a quarentena imposta no estado,
levantando as principais questões sobre os efeitos dos mesmo causados na área de
beleza.
O questionário foi aplicado na região do Estado de São Paulo, no período de 15 a 30 de
maio de 2020, para profissionais atuantes, como: Manicures/Pedicures, Maquiadores,
Esteticistas e Cabeleireiros, com idade maior ou igual a 18 anos, e que tenham o seu
próprio negócio.

4. Resultados
Teoricamente, sabe-se que os profissionais estão com dificuldades por conta do vírus,
mas não se pode afirmar os empreendedores reais apontam o resultado o que acontece
na prática.
A figura 1 apresenta a faixa etária dos empreendedores entrevistados.

Figura 1 – Faixa Etária

0
Quantidade
19 a 21 22 a 30 31 a 39 mais 40
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Observa-se que 44% está na faixa de 22 a 30 anos. E todos os entrevistados são


empreendedores.
Quanto a situação financeira, uma parcela de 25% teve de recorrer a empréstimos
bancários para o pagamento das contas, como aluguel, água e luz a fim de sobreviver
durante a quarentena e o restante, acredita-se que estavam de alguma forma
preparados para alguma variação do mercado.
Os empreendedores pesquisados relataram na pesquisa que com a pandemia, toda a
cadeia de clientes e serviços foi atingida, pois os clientes demonstraram medo, uma vez
que os serviços prestados são de extremo contato em maioria dos casos.
Um caso isolado, porém, muito curioso, foi de uma empreendedora do ramo de
maquiagem que trabalha com e-commerce e cursos online que obteve um resultado
extremamente satisfatório durante a quarentena. Acredita-se que pelo fato de as
pessoas estarem em casa com o tempo ocioso, buscaram novas oportunidades na
internet, e o resultado demonstra a necessidade de se reinventar para enfrentar
situações.
Uma das dúvidas que amedrontam os empreendedores e os funcionários, é o fato de que
não se tem uma previsão de tempo para que o isolamento social e fechamento dos
estabelecimentos acabe. Na figura 2 representada abaixo vemos um percentual de como
anda a preparação para uma possível prorrogação nessa situação.

A Figura 2- Aspecto financeiro caso a quarentena seja prorrogada.

29%

71%

Sim Não

Os resultados apontam ainda que 29% dos entrevistados conseguem se manter estáveis
financeiramente caso a quarentena imposta seja estendida por mais alguns dias. Porém,
71% dos entrevistados, não conseguirão se manter.
Em relação a funcionários, a grande maioria dos entrevistados 75% não trabalha com
registros em carteira, isso ajuda a manter um melhor controle financeiro nesse momento
difícil. A esmagadora minoria 25% que utilizam o modelo CLT com os colaboradores
estão pagando normalmente ou 60% do salário.
Os resultados mostram que os empreendedores estão apreensivos com o futuro em
relação ao comércio e como os clientes irão se comportar quando tudo passar. Acredita-
se que o tempo estimado para que tudo se normalize é de mais de seis meses.
Novas medidas terão que ser adotadas para que os clientes se sintam confiantes para
voltar a frequentar salões, além da conscientização quanto a higienização, limpeza e
cuidados básicos.

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5. Discussões
A análise dos resultados demonstra que a pandemia afetou a funcionalidade da maioria
dos estabelecimentos de beleza, por conta de haver a necessidade de os serviços serem
presenciais e por conta do toque.
Com isso, esses estabelecimentos estão dispensando os seus funcionários, causando o
desemprego nesta área conforme apresentado na matéria da BBC News – Brasil
publicado em 27 de março 2020 com o título: “Coronavírus: o desespero de pequenos
empresários forçados a fechar as portas”.
A Reportagem cita alguns empreendedores com dificuldades para manter seu negócio,
um exemplo é a manicure Rose da Silva (2020) que diz que não poderá atender em seu
salão, por conta que a Prefeitura determinou que todos os estabelecimentos fiquem
fechados a partir desta sexta-feira (20), até o dia 5 de abril, tendo como exceções
apenas as padarias, farmácias, postos de combustíveis, restaurantes, supermercados e
feiras livres.
Além de Rose Silva, outros setores e empreendedores também foram pegos de
surpresas como citado no texto acima por não serem essenciais. Alguns proprietários
estão recorrendo a empréstimos bancários para tentar controlar a situação. Houve o
caso também de um estabelecimento ser fechado sem previsão para reabertura, por
conta de a proprietária ter que decidir entre se manter ou manter sua empresa. Os
estabelecimentos com funcionários tiveram que reduzir o salário, mas na maioria houve
necessidade de dispensá-los enquanto os estabelecimentos que não possuem
funcionários, estão se mantendo com o caixa atual.

6. Considerações finais
Pode-se concluir que a pandemia do novo Covid-19 afetou significativamente os
estabelecimentos de beleza, comprometendo assim a funcionalidade de seus serviços.
Por outro lado, houve um estabelecimento voltado à maquiagem que além de ser físico
também é online, e fez o uso da tecnologia em prol de suas vendas e por conta da crise
do vírus estão obtendo números altos em relação aos lucros.
Em perspectiva ao futuro, aqueles que conseguirem se manter durante esse momento,
provavelmente colocarão seus funcionários para exercerem mais de uma tarefa para não
ter necessidade de contratar mais pessoas, já que a questão financeira estará debilitada.
Quanto a biossegurança, é certo afirmar que o mercado de trabalho tanto na estética
como na maquiagem terá de se enfrentar cada vez mais com rigor, focando e
preservando assim na saúde do cliente como do profissional.

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Universidade Federal de Minas Gerais (ufmg). Docente da Pontifícia Universidade


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Análise da percepção dos impactos gerais da pandemia do covid-


19 nos segmentos de barbearia

Analysis of perception of the general impacts of the COVID-19 pandemic in the barber
shop segments

Luanda Wendt Muniz, Melissa Anastassiadis, Rhauana Pavani, Tathiana de Souza


Cantareli, Isabella Tereza Ferro Barbosa e Benjamim Capellari.
Centro Universitário SENAC
Bacharelado em Estética e Cosmética
luandaws@hotmail.com, melissaanastassiadis@gmail.com,rhauanapavanii@gmail.com,
tathiana.cantareli@gmail.com

Resumo. A Estética e o Visagismo são áreas que trabalham a imagem, beleza, em


relação a autoestima e bem-estar das pessoas interferindo na saúde, sendo, portanto,
vitais na sociedade. A barbearia é um dos segmentos afetados pelo vírus Covid-19
repercutindo no mercado de trabalho, empregabilidade, biossegurança e reconhecimento
profissional. Esse trabalho foi elaborado com o objetivo de verificar a visão dos clientes e
dos profissionais do setor de barbearia, de luxo e tradicionais, sobre as necessidades
desse mercado quando tudo se normalizar. Foi realizada uma pesquisa exploratória,
técnica quantitativa composta pela aplicação de dois questionários com questões de
múltipla escolha, um para clientes e outro para profissionais. A pesquisa mostrou os
impactos da pandemia do Covid-19 causada nos segmentos de barbearia baseada na
opinião dos entrevistados. A maioria considera importante toda a questão de
biossegurança, inclusive neste momento frente a pandemia do Covid-19. Observou-se
como os homens estão cada dia mais preocupados com a estética, em busca de serviços
que oferecem melhora da aparência.
Palavras-chave: Visagismo; Barbearia; Biossegurança; Pandemia.

Abstract. Aesthetics and Visagism are areas that work the image, beauty, in relation to
self-esteem and well-being of people interfering in health, being, therefore, vital in
society. Barbershop is one of the segments affected by the Covid-19 virus affecting the
labor market, employability, biosecurity and professional recognition. This work was
elaborated with the objective of verifying the vision of customers and professionals in the
barbershop sector, luxury and traditional, about the needs of this market when
everything is normalized. An exploratory, quantitative technique was carried out,
consisting of the application of two questionnaires with multiple choice questions, one for
clients and one for professionals. The research showed the impacts of the Covid-19
pandemic caused in barbershop segments based on the opinion of the interviewees. Most
consider the whole issue of biosafety important, including at this time in the face of the
Covid-19 pandemic. It was observed how men are increasingly concerned with
aesthetics, in search of services that offer improvement of appearance.
Key words: Visagism; Barbershop; Biosecurity; Pandemic.

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1. Introdução

A Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou em março de 2020 a pandemia do vírus


SARS-CoV-2 (COVID-19), tendo origem na China. Trata-se de uma doença que pode ser
assintomática ou levar ao óbito através de síndromes respiratórias graves (AQUINO et
al., 2020). Os impactos da pandemia de COVID-19 no mercado de trabalho são severos
a curto prazo, quebrando total ou parcialmente a produção em vários setores, falência
de empresas e piora na economia nacional (BRASIL, 2020). O impacto do COVID-19 na
Estética e Cosmética suscitou uma nova questão sobre normas de biossegurança. Com
todos os estabelecimentos fechados estuda-se a adoção de medidas mais rígidas para
todos os profissionais da área da beleza (SEBRAE, 2020).
Muitos profissionais já praticavam as normas de biossegurança que agora serão
redobradas, como evitar agendar vários clientes para não causar aglomerações,
necessidade de lençóis descartáveis nas macas, uso de luvas, aventais e máscaras
descartáveis nos procedimentos de massagem e de contato entre cliente e profissional,
disponibilizar álcool em gel para os clientes e procurar desinfetar assiduamente os
equipamentos, objetos metálicos e o próprio ambiente de trabalho (BEAUTY FAIR, 2020).
A biossegurança é essencial no combate ao vírus, trazendo mudanças de hábitos, sendo
essas de extrema importância pois ainda não existe a vacina contra o vírus, sendo
indicadas as INFs (Intervenções Não Farmacológicas), com o intuito de impedir a sua
propagação em massa. As INFs podem ser: lavar as mãos constantemente, distanciamento
social, a utilização de máscara, a utilização correta de EPI’s, além do descarte correto dos
materiais, limpeza frequente dos ambientes e superfícies etc. Será uma preocupação tanto
dos profissionais, clientes e todos os envolvidos (GARCIA; DUARTE, 2020).
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) (2020), cerca de 25 milhões
de pessoas no mundo ficarão sem emprego, sendo os informais os mais prejudicados
(SINDICATO NACIONAL DOS DOCENTES DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR,
2020). A esperança é a normalidade do comércio e da indústria e que novas profissões
surjam. Dentre essas pode-se citar os profissionais da área da estética, que entram no
mercado como fonte de promoção da elevação da autoestima, melhorando a aceitação
pessoal dos clientes no meio em que vivem e trabalham, prestando serviços de consultoria
de imagem através dos conceitos do visagismo. Esse tem seu significado oriundo de Visage
(que em francês é rosto), e é uma arte construída através de técnicas onde se torna
possível o embelezamento, transformações no rosto e corpo através de cosméticos, além
de corte de cabelo com o objetivo de se construir uma imagem pessoal única e particular.
O objetivo da presente pesquisa é contribuir para o retorno das atividades de estética com
foco na importância da biossegurança, como foco especificamente no setor de barbearia
na área do visagismo, através de pesquisa exploratória e descritiva.

2. Revisão bibliográfica
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e
Cosméticos (ABIHPEC, 2020), o Brasil hoje é o quarto no ranking mundial em consumo de
produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (HPPC). Deste modo fica fácil
entender a grandiosidade do setor de beleza. Verifica-se ainda que, apesar da forte crise
enfrentada pelo Brasil, a média anual de crescimento do setor nos últimos 10 anos foi de
4,1%. Foram registrados cerca de 500.000 salões de beleza em todo o Brasil. O que
contribui para esse número é o aumento de franquias no setor, sejam de salões de beleza,
esmalteria ou design de sobrancelhas, sem contar que a metade disso são de salões ainda
na informalidade (SALOMÃO, 2020).

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“O desemprego vai explodir. Nessa estratégia de isolamento geral as empresas não vão ter
dinheiro para pagar salário, consequentemente vão ter que demitir seus trabalhadores.”
(GOEKING; LEWGOY, 2020). Com essa afirmação entende-se que todos nichos de
mercado sofrerão consequências graves no pós-pandemia, onde o setor da beleza apesar
de muito representativo na economia do país também entrará em um período de recessão.
Alguns traçaram um plano de contingência para passar pela crise, criando por exemplo
escalas de trabalho entre funcionários, reduzir o número de agendamento de clientes e
aumentando o tempo entre um atendimento e outro, reduzindo assim o número de pessoas
circulando o mesmo espaço e consequentemente aplicando os conceitos de biossegurança.
A biossegurança na área da estética e beleza tem como objetivo a prevenção de doenças
no local de trabalho, tanto para profissionais quanto para clientes, pois todos estão
expostos a riscos físicos, químicos ou biológicos. A procura pelos procedimentos estéticos
está cada vez maior, se faz necessário o comprometimento com as medidas de
biossegurança como a utilização de todos os EPIs, o descarte correto de materiais
contaminados e limpeza e desinfecção do ambiente por exemplo (SOBRINHO et al., 2014).
O profissional da área de barbearia está exposto à diversos riscos, como o risco
ergonômico, no caso de movimentos repetitivos com máquina, como riscos químicos no
contato com alisantes de cabelo ou até mesmo riscos físicos como utilizar secador de
cabelo e navalha (TUIUTI, 2020).
Após a lei 12.592/12 ter sido sancionada, se tornou obrigatório que todos seguissem as
normas estabelecidas pela ANVISA, para que se possa garantir a proteção dos profissionais
e seus clientes. Os profissionais de que trata esta Lei deverão obedecer às normas
sanitárias, efetuando a esterilização de materiais e utensílios utilizados no atendimento a
seus clientes” (JUSBRASIL, 2012).
O profissional da área da Estética e Cosmética dispõe de uma enorme gama de setores
que pode atuar na área do embelezamento, sendo o visagismo uma ferramenta para
auxiliar no processo da criação da imagem. Essa criação da imagem pessoal é feita através
de técnicas de cores, traços, personalidade, entre outros fatores que visam melhorar a
imagem que a pessoa quer passar, para que seja mais harmônica. Para atuar nesse
mercado se utiliza de muito contato com materiais, toque, itens esses que muitas vezes
são compartilhados e atualmente enfrentando esse grave problema da pandemia atitudes
simples devem ser incorporadas para que o profissional possa atuar para minimizar os
riscos de contaminação. Regras de higiene básicas, como lavar as mãos a cada contato
com clientes, ou a utilização de equipamentos descartáveis, a higienização eficaz deles já
é um enorme passo. Além disso, os profissionais sempre devem utilizar máscaras faciais
quando estiver em contato direto com o cliente, e se for atendimento em clínica própria
disponibilização de álcool em gel, mantendo o local limpo e arejado, e no caso de ter ar
condicionado limpar o filtro do ar sempre que possível. Com o cenário atual, onde a
economia se encontra paralisada e o mercado da beleza ainda não conseguiu se inserir
nessa realidade existe a possibilidade também de trabalhar com consultoria de imagem
através de home office, onde são feitas chamadas de vídeo com o cliente, quando for
possível, para manter um certo afastamento social, mantendo um atendimento individual
de conhecimento do cliente e traçando estratégias para lidar com a nova dinâmica da
sociedade sem tantas perdas (OLIVEIRA, 2015).

3. Método
A proposta desse trabalho é o desenvolvimento e aplicação da metodologia de pesquisa
exploratória e descritiva com o objetivo de traçar um paralelo entre as diferenças na
aplicação das práticas de Biossegurança nas barbearias tradicionais e nas barbearias
consideradas de luxo.

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Os métodos utilizados foram pesquisa bibliográfica e levantamento de campo. Quanto a


abordagem, foi realizada pesquisa qualitativa e quantitativa. Quanto a natureza, trata-se
de uma pesquisa básica e aplicada. A técnica quantitativa utilizada nesse trabalho científico
foi de questionário, onde foram elaboradas duas listas de perguntas específicas sendo uma
enviada para o público consumidor em geral e a outra foi enviada apenas para profissionais
que estejam atuando no setor de barbearia.
As barbearias destacam-se como um dos mercados em expansão da atualidade, tornando-
se um empreendimento rentável, que possibilita atender a diversos tipos de públicos que
podem ser divididos por exemplo, entre as faixas etárias, serviços adicionais que estes
oferecem, atendimento diferenciado ou mesmo a sua localidade. Essas características
foram consideradas para elaboração do questionário que trata da aplicabilidade da
Biossegurança e se esta se dá de maneira igualitária nos dois setores de barbearia
levantados, tradicionais e de luxo, sendo feito um estudo através dos dois questionários e
posteriormente um gráfico comparativo das informações adquiridas, através do aplicativo
de criação de planilhas eletrônicas da Microsoft (Excel). Os questionários foram do tipo
estruturado e não disfarçado, sendo disponibilizados para o público através do serviço
gratuito de formulários online Google Forms.

4. Resultados e discussões
Os resultados apresentados a seguir descrevem as respostas obtidas através dos
questionários aplicados e tem relação direta com todo o conteúdo teórico levantado até
agora neste artigo. Os questionários foram compostos por perguntas de múltipla escolha
para as respostas, sendo oito questões direcionadas aos clientes e 10 questões diretas para
os profissionais. Responderam às perguntas um total de 161 pessoas, onde pode-se ter
uma ideia geral sobre o tema do artigo através das respostas dos mesmos.
Inicialmente, a intenção foi identificar o perfil dos frequentadores desse serviço, a faixa
etária dos clientes e suas rendas mensais, conforme figuras 1 e 2.

Figura 1 - Idade

18 a 25
37.1%
26 a 35

22.4% 36 a 45
17.2%
46 ou mais
23.3%

Fonte: Google Forms


Figura 2 – Rendimento mensal

De 1 a 2 salários mínimos
15.8% 18.4%
De 3 a 4 salários mínimos
De 5 a 6 salários mínimos
34.2% 31.6%
Acima de 7 salários mínimos

Fonte: Google Forms


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Saúde, Meio Ambiente e Sustentabilidade

Observa-se que a maioria dos entrevistados tem 46 anos ou mais e apresentam uma renda
mensal de 3 a 4 salários mínimos. Em seguida foi questionado a característica do
estabelecimento aonde costuma cortar e/ou fazer a barba e a sua frequência (Figuras 3,
e 4). Percebe-se que 43,1% dos entrevistados costumam cortar o cabelo e/ou fazer a
barba em barbearia tradicional de bairro, 37,9% costuma frequentar salão de cabeleireiro
unissex de bairro e somente 12,9% frequentam barbearias especializadas. A maioria dos
consumidores (42,2%) costumam utilizar desses serviços uma vez ao mês.

Figura 3 – Característica do estabelecimento

12.9% Salão cabeleireiro unissex de bairro

43.1% Salão cabeleireiro grandes redes

Barbearia tradicional de bairro


37.9%
Barbearia especializada
6.1%
Fonte: Google Forms
Figura 4 – Frequência

25% 14.7% 2 vezes por mês


1 vez por mês
18.1%
1 vez a cada 2 meses
42.2% Mais do que 2 meses

Fonte: Google Forms

A seguir, foi questionado sobre o diferencial do estabelecimento e a qualidade do serviço


(Figura 5 e 6).

Figura 5 – Diferencial

6.8%
12.1%
Preço
Atendimento
16.4%
Localização
64.7%
Outros

Fonte: Google Forms

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Figura 6 – Qualidade do serviço/produto

2.9%
0.6%
42.6% Ótimo
Bom
Regular
53.9%
Ruim

Fonte: Google Forms

A maioria dos frequentadores fizeram a escolha pelo atendimento (64,7%), enquanto


12,1% prioriza a localização e 16,4% o preço. Quanto a qualidade do serviço, 53,9% dos
clientes consideram o local que frequentam como ótimo. Outro ponto levantado, foi em
relação ao preço e a higienização do local apresentado nas Figuras 7 e 8.

Figura 7 – Preço

6.1% 1%
4.2%
43.5% $$$$$
$$$$
$$$
$$
45.2% $

Fonte: Google Forms


Figura 8 – Nível de higienização

0.9%
25% Muito importante
Importante
Pouco importante
74.1%

Fonte: Google Forms

Os consumidores entrevistados consideram os preços razoáveis ou baixos (98,7%) e


99,1% julgam muito importantes a questão da higienização. O outro questionário foi
destinado aos profissionais da área sobre os serviços prestados e o perfil dos seus clientes.
A Figura 9 e 10 apresenta os dados referente a faixa etária e o método utilizado no corte.

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Figura 9 – faixa etária

32.5% 18 a 25 anos
7% 26 a 35 anos
16.3% 36 a 45 anos
46 ou mais
44.2%

Fonte: Google Forms


Figura 10 – Método utilizado para o corte

4.6% Máquina de corte, tesoura e navalha


11.6%
Máquina de corte, tesoura e máquina
32.6% de acabamento
Tesoura e navalha
51.2%
Tesoura e máquina de acabamento

Fonte: Google Forms

A maior parte dos consumidores estão entre 26 e 35 anos, além do público acima dos 46
anos ser bastante significativo. Desses mais de 50% fazem corte com máquina associados
a tesoura e navalha. A partir desses dados, foi perguntado qual era a forma de descarte e
o tempo de uso das lâminas (Figura 11 e 12).

Figura 11 – Local de descarte da lâmina

4.6%
14%
Caixa específica para o descarte
Lixo comum
81.4% Outros

Fonte: Google Forms

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Figura 12 – Tempo de descarte das lâminas

4.7%
9.3%
No uso a cada cliente
No uso a cada 2 clientes
No uso a cada 3 clientes
86%

Fonte: Google Forms

As informações apresentadas demonstram que os profissionais fazem o descarte da lâmina


utilizando um local adequado e o tempo de descarte é após a utilização em dois clientes,
descartando, sem a menor consciência, os riscos. Alegam ainda que a troca das lâminas
geraria um valor considerável.
A fim de observar se os profissionais possuíam conhecimentos sobre a biossegurança foi
perguntado como é a desinfecção da navalha e dos materiais após o uso conforme
apresentado nas Figura 13 e 14.

Figura 13 – Modo de desinfecção da navalha

4.7%
9.3% Somente sabão, água e álcool 70%
11.6% Esterilização em Autoclave
Somente sabão e água
26% Somente álcool 70%
48.8%
Outros produtos

Fonte: Google Forms


Figura 14 – Desinfecção/esterilização pós uso

9.3% Pré-lavagem, limpeza, enxágue, álcool


7% 70%, agentes químicos e autoclave
Somente sabão, água e álcool 70%
41.9%
Somente sabão, água e estufa
41.8%
Outros produtos

Fonte: Google Forms

A maioria dos estabelecimentos desinfeta as navalhas por meio da autoclave, o mais


indicado e os demais objetos são higienizados com materiais básicos. A fim de obter

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maiores informações, foi questionado a frequência de higienização dos materiais e a


limpeza geral do estabelecimento (Figura 15 e 16).
Figura 15 – Frequência de higienização

4.6%
16.3% 7% Após cada uso
Com intervalo de tempo (3 em 3 horas)
Após o expediente
72.1% 1 ou 2 vezes por semana

Fonte: Google Forms


Figura 16 – Limpeza geral do estabelecimento

Antes do expediente
9.3%
41.9% Após o expediente
20.9% Constantemente ao longo do dia

27.9% Uma vez por semana

Fonte: Google Forms

Desta forma, ficou bem evidente que a maioria dos profissionais envolvidos na pesquisa
se preocupam com a higienização e limpeza após cada atendimento. Observa-se também
que as boas práticas e cuidados com a saúde são extremamente importantes para os
profissionais questionados, julgando importante a aplicação de novos hábitos para a nova
realidade do mundo, após a pandemia. Além disso, o descarte dos resíduos também foi
apontado como item importantíssimo nas dependências da empresa. O conceito de
biossegurança compreende um conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização
ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino,
desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, que possam comprometer a saúde
do homem, dos animais, das plantas, do meio ambiente e a qualidade no trabalho
desenvolvido (TEIXEIRA; VALLE, 1996).

5. Considerações Finais
Neste trabalho observou-se como os homens estão cada dia mais preocupados com a
estética e a aparência, em busca de serviços que oferecem a satisfação e qualidade com
responsabilidade. Foi visto que a diferença de região, desde áreas consideradas nobres até
nas periféricas a diferença do público alvo e preços dos serviços eram bastante diferentes.
Com o levantamento dos dados feito, pode-se analisar que os homens costumam
frequentar as barbearias de bairros com 43,1% apresentado no gráfico e a minoria
costumam frequentar salões de grande porte. Quanto aos clientes que participaram da
pesquisa, a idade varia entre 18 a 46 ou mais, sendo os maiores números de respondentes
tendo 46 ou mais, e com uma renda média de 3 a 4 salários mínimos. O número de
empreendedores na área de barbearia a cada dia vem aumentando, por ter um leque
abrangente de clientes procurando por esses serviços. Eles vêm inovando suas ideias e
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abusando da criatividade para atrair mais clientes, porém também se verificou que a
barbearia tradicional, de bairro, já tem sua clientela bastante fidelizada. A partir dessa
pesquisa, foi possível conhecer mais desse ramo que é tão importante na área da estética,
ver como o mercado de trabalho funciona nesse tema, quem são os maiores
frequentadores, suas necessidades, exigências e a sua importância.

Referências
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<https://m.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/CADERNO%20DE%
20TENDENCIAS%202019-2020%20Sebrae%20Abihpec%20vs%20final.pdf>.
Acesso em: 28 abr. 2020.
AQUINO, Estela M. L.; SILVEIRA, Ismael H.; PESCARINI, Julia M.; AQUINO,
Rosana; SOUZA-FILHO, Jaime A.; ROCHA, Aline S.; FERREIRA, Andrea; VICTOR,
Audêncio; TEIXEIRA, Camila; MACHADO, Daiane B.; PAIXÃO, Enny; ALVES, Flávia
J. O.; PILECCO, Flávia; MENEZES, Greice; GABRIELLI, Ligia; LEITE, Luciana;
ALMEIDA, Maria C. C.; ORTELAN, Naiá; FERNANDES, Qeren H. R. F.; ORTIZ,
Renzo J. F.; PALMEIRA, Raquel N.; PINTO-JUNIOR, Elzo P.; ARAGÃO, Erika;
SOUZA, Luis E. P. F.; NETTO, Manoel B.; TEIXEIRA, Maria G.; BARRETO, Mauricio
L.; ICHIHARA, Maria Y.; LIMA, Raíza T. R. S. Medidas de distanciamento social no
controle da pandemia de COVID-19: potenciais impactos e desafios no
Brasil. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 25, supl. 1, p. 2423-
2446, Junho 2020. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
81232020006702423&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 28 abr. 2020.
BEAUTY FAIR (comp.). Mercado da beleza reforça medidas de segurança
contra a pandemia de Covid-19. Fique alerta!: Para barrar a disseminação do
Coronavírus, entidades, gestores e profissionais do setor divulgam guias de boas
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Disponível em: <https://beautyfair.com.br/mercado-da-beleza-reforca-medidas-
de-seguranca-contra-a-pandemia-de-covid-19-fique-alerta/>. Acesso em: 28 abr.
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BRASIL, Ministério da Economia. Nota informativa: Medidas de Combate aos
Efeitos Econômicos da COVID-19. 2020. Disponível
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GARCIA, Leila Posenato; DUARTE, Elisete. Intervenções não farmacológicas para
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GOEKING, Weruska; LEWGOY, Júlia. Desemprego vai explodir no Brasil com
coronavírus. A dúvida é o tamanho da bomba: o coronavírus virou de cabeça
para baixo o quadro que se esperava para o mercado de trabalho. mas há
economistas mais e menos pessimistas. O coronavírus virou de cabeça para baixo
o quadro que se esperava para o mercado de trabalho. Mas há economistas mais
e menos pessimistas. 2020. Disponível em:
<https://valorinveste.globo.com/mercados/brasil-e-
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OLIVEIRA, Nara Simone de. A CARREIRA DE MAQUIADORES: UM ESTUDO DE


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SOBRINHO, Hermínio M. R.; GOMES, Clayson M.; FERREIRA, Bruna D.; CUNHA,
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Estética e depilação: como sobreviver à crise do COVID-19

Aesthetics and hair removal: how to survive the COVID-19 crisis

Izabella Thereza Simão de Britto, Jackeline Dias da Silva, Stefanie Barton, Benjamin
Capellari e Isabella Tereza Ferro Barbosa
Centro Universitário SENAC – SP
Bacharelado em Estética e Cosmética
Izabella28044@gmail.com, Jackelinesilva.123@hotmail.com, Barton.ste@gmail.com

Resumo. Este artigo trata dos profissionais da estética, especificamente na área do


visagismo no setor da depilação. Muitos são os problemas encontrados pelos
profissionais da área durante a Pandemia do Coronavírus. O mercado e empregabilidade
estão em baixa, por isso, o objetivo do trabalho foi responder, pela visão do cliente,
qual a melhor forma de retornar o giro financeiro para essa área. Para isso, busca-se
entender as necessidades, desejos e preocupações dos clientes. Foi realizada uma
revisão bibliográfica com fontes pré-existentes sobre o assunto e um questionário
voltado para o cliente. Conclui-se que a biossegurança deve ser o ponto principal,
incluindo o distanciamento, equipamentos de proteção individual e higienização. A
preocupação dos clientes é o contágio pelo COVID-19, então medidas devem ser
tomadas para evitar esse problema e serem mais atrativas para os clientes.
Palavras-chave: depilação na pandemia; volta dos atendimentos; biossegurança.

Abstract. This article deals with aesthetic professionals, specifically in the field of
visagism in the waxing sector. There are many problems encountered by professionals
in the field during the Coronavirus Pandemic. The market and employability are down,
so the objective of the work was to answer, from the customer's point of view, the best
way to return the financial turnover to this area. We seek to understand the needs,
desires and concerns of customers. A bibliographic review was carried out with pre-
existing sources on the subject and a questionnaire aimed at the client. It is concluded
that biosecurity must be the main point, including distance, personal protective
equipment and hygiene. The concern of customers is contagion by COVID-19, so
measures must be taken to avoid this problem and be more attractive to customers.

Key words: hair removal in the pandemic; return of customer service; biosecurity.

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02 –02Dezembro de 2020, São Paulo: Centro Universitário Senac
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1. Introdução

O Coronavírus (Covid-19) vem gerando muitos impactos econômicos nos mais variados
tipos de serviços, e um deles é na área da estética. Por não ser considerado um serviço
essencial, clínicas e spas foram afetadas em relação ao mercado de trabalho.
A empregabilidade na área da estética durante o período da pandemia do Covid-19, é
pouco alterado pois exercem trabalho autônomo. Além disso, pessoas já empregadas
dificilmente perderão seu posto, pois demissão é caro e as clínicas, spas e outros centros
estéticos não podem arcar com altos valores neste momento delicado. O que é esperado
é uma suspensão temporária do contrato, autorizado pelo governo, onde a pessoa passa
a receber menos.
De acordo com o Sebrae, para que a área da estética ainda esteja presente nos
investimentos das pessoas, é necessária a revisão dos custos fixos da clínica e uma
reorganização administrativa e dos clientes, a fim de manter o contato aquecido e se
reinventar diariamente (SEBRAE, 2020).
O setor de beleza e bem-estar não está incluso em serviços essenciais, mas permanece
sendo um hábito de consumo. O declínio será ocasionado porque grande parte da
clientela é idosa e por haver uma taxa de mortalidade maior nessa faixa etária,
aumentando sua preocupação.
Segundo o gestor da empresa Depillon, Leonardo Pena, será necessário que os
profissionais façam um planejamento ainda anterior à saída do isolamento social.
“Todos nós que trabalhamos com espaços de beleza iremos iniciar do zero. Por isso,
devemos planejar como será a retomada, inclusive para manter a empregabilidade do
setor”, destaca ele. Pena também enfatizou a preocupação em produzir uma cartilha
com orientações sobre os novos serviços e comportamentos a serem adotados na
reabertura dos salões de beleza, clínicas de estética, esmaltarias e estúdios de
depilação, dentre outros. Além disso, será fundamental a análise dos custos e redução
dos gastos devido a diminuição do fluxo de atendimento (SEBRAE, 2020).
Já para quem planeja montar um negócio depois desse momento de crise sanitária, os
especialistas aconselham buscar recursos, técnicas e capacitações para ampliar o
empreendimento no meio digital, observando as novas formas de consumo.
O foco sempre é ter um planejamento, definir qual é o público, quanto vai ofertar e se
o cliente está disposto a pagar pelo serviço, além dos meios que serão utilizados para
acessar esse público (LIMA, 2020).
O objetivo deste artigo é de contribuir para o retorno das atividades dos trabalhadores
do setor de visagismo, em especial, os depiladores. Através da percepção do cliente
frente a situação da pandemia, busca-se explicar como será a volta de seu trabalho,
quais medidas são recomendadas para atrair clientes neste momento e trazer uma visão
realista sobre os atendimentos nesse período conturbado.

2. Revisão bibliográfica
A empregabilidade para quem busca um emprego novo é praticamente nula por conta
de a experiência também ser nula. Com exceção de empreendedores, que podem
enxergar oportunidades de trabalho sem necessidade de contratação. Venda online e
por delivery de produtos estéticos é uma boa ideia para quem precisa de um emprego
na área e ser autônomo, pois há muita movimentação e procura neste momento desse
tipo de serviço (PERSIL, 2020).

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Em relação ao mercado da beleza e essa nova fase em que se enfrenta o Covid-19, se


enfatiza a queda na procura por serviços e um número considerável de clientes
desmarcando suas agendas, incluindo a clientela fixa que tem horário cativo. É preciso
executar um plano de contingência para passar por essa crise, elaborando uma agenda
mais reduzida a fim de evitar grandes fluxos de clientes e buscar alternativas para o
cliente reagendar e não cancelar (PERSIL, 2020).
Devem ser enfatizados os cuidados redobrados com a biossegurança, principalmente
em relação à criação de protocolos e respeito às orientações da OMS. (BARCHETTA,
2020). Pode-se resumir os cuidados como: a higienização completa, esterilização de
possíveis equipamentos utilizados, primordiais nesse momento de pandemia (SEBRAE,
2020).
Além disso, dar preferência para a ventilação natural, manter portas e janelas abertas;
evitar muitos objetos de decoração e tapetes, para facilitar a limpeza e higienização
completa do local; aumentar a frequência de limpeza e disponibilizar papel toalha. É
importante utilizar os EPIs seguindo as normas da vigilância sanitária e espalhar lixeiras
para evitar a contaminação. O profissional responsável pela coleta do lixo deve estar
paramentado com luvas e máscaras descartáveis (SEBRAE, 2020).
Nesse período de pandemia, é importante pesquisar todos os agendamentos sobre a
saúde do cliente, se ele apresentou algum sintoma relacionado ao Covid-19, se viajou
recentemente e se está dentro de algum grupo de risco.

3. Método
Na pesquisa bibliográfica, foram analisados sites e artigos de fontes confiáveis, como o
SEBRAE, a Beauty Fair e a Universidade da Beleza. A pesquisa girou em torno do
impacto que a crise está gerando sobre os clientes, e qual a realidade do mercado em
meio a pandemia. Outro ponto importante dessas pesquisas foi sintetizar as medidas e
meios necessários para o retorno às atividades no mercado da estética, da forma mais
favorável.
Para responder o objetivo, foi elaborado um questionário desenvolvido a partir da
plataforma Survio (2020), com 14 questões de múltipla escolha, destinados à clientes
da área do visagismo, mais especificamente da depilação.
A coleta de dados foi aplicada no período de 14 a 30 de maio de 2020, investigando os
principais desejos, necessidades, preocupações e opiniões dos consumidores do serviço
de depilação e serviços estéticos.

4. Resultados e discussões
O questionário foi respondido por 74 pessoas, sendo 95,3% mulheres e 4,7% homens.
Os entrevistados demonstraram a intenção de voltarem a frequentar as clínicas e
estabelecimentos estéticos (89,2% positivas) quando a normalidade for reestabelecida.
Outra abordagem, foi sobre as preocupações dos entrevistados sobre a reabertura dos
estabelecimentos de beleza (Figura 1).

Figura 1. Preocupações dos entrevistados sobre a reabertura dos estabelecimentos

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Figura 1. Preocupações dos entrevistados sobre a reabertura dos estabelecimentos

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Observa-se que 70% dos entrevistados querem evitar o contágio com o Covid-19, 30%
preferem evitar aglomeração, 20% citaram a falta de dinheiro e 20% mencionaram à
falta de higienização do local. Nota-se que os consumidores estão mais preocupados
com a sua saúde e com as regras da biossegurança.
Quanto aos cuidados pós pandemia, o que o cliente gostaria de visualizar nos
estabelecimentos está apresentado na Figura 2.

Figura 2. O que o cliente gostaria de visualizar nos estabelecimentos

A maior preocupação dos entrevistados é a higienização constante dos instrumentos e


do ambiente (79%) e cerca de 2% não se preocupam.
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Os entrevistados responderam também sobre o local que eles achavam mais apropriado
para serem atendidos, 13,8% disseram à domicílio, 47,7% preferem ser atendidos no
estabelecimento e os outros 38,5% apresentam interesse nas duas formas de
atendimento.
A Figura 3 apresenta as formas de atrair os clientes.
Figura 3. Formas de atrair os clientes

Quando questionados sobre como as clínicas de estética e estabelecimentos de beleza


devem se portar para atraí-los, uma parcela de 20% responderam com promoções e
descontos, 43% com medidas de biossegurança reforçada e 43% tem interesse que os
profissionais ofereçam um atendimento individualizado.
Aos entrevistados foi perguntado ainda sobre a forma de aquisição dos produtos de
beleza (Figura 4).
Figura 4. Forma de aquisição dos produtos de beleza

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Pode-se concluir que com o efeito da pandemia e isolamento social, a maioria das
pessoas realizaram as compras pela internet, evitando o contato e as possíveis
aglomerações nas lojas físicas.
A ansiedade dos entrevistados para o retorno das clínicas estéticas (Figura 5) foi medida
numa escala de 1 a 5 (sendo que 1 representa nada empolgado e 5 extremamente
empolgado).
Figura 5. Ansiedade dos entrevistados para o retorno das clínicas estéticas

Percebe-se que 29,2% não estão empolgados para o retorno das atividades dos
estabelecimentos de beleza e clínicas de estética, enquanto 43,1% anseiam a sua volta
com entusiasmo.
Os entrevistados foram questionados sobre os procedimentos estéticos que mais
fizeram falta durante o isolamento (Figura 6).
Figura 6. Procedimentos estéticos que mais fizeram falta durante o isolamento

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Os procedimentos que mais fizeram falta foram: 52% designer de sobrancelha; 43%
depilação; 39% manicure/pedicure e 32% tratamentos capilares.
Foi solicitado aos entrevistados, a importância dos cuidados pessoais, estabelecendo
uma escala de 1 a 5, sendo 1 sem importância e 5 com muita importância. Observa-se
que 83,1% dos entrevistados se preocupam com a sua aparência e somente 4,6% pouco
se preocupam.
Finalmente, foi questionado quais as expectativas dos clientes pós isolamento social
(Figura7).

Figura 7. Expectativas dos clientes pós isolamento social

Os entrevistados demonstraram as seguintes expectativas: atendimentos retomados


com cautela, a higienização garantida e a qualidade dos serviços assegurada.

5. Considerações finais
A melhor forma de sobreviver a este período é a retomada dos serviços estéticos com
cuidados de biossegurança fortemente respeitados e seguidos. O uso adequado de EPIs
deve ser reforçado, seguindo recomendações do governo e órgãos da saúde pública.
A higienização deve ser extrema, contínua e deve ser refeita a cada atendimento.
Recomenda-se que toda essa cautela seja claramente mostrada ao cliente antes e
durante seu atendimento, para aumentar a sua sensação de segurança e tranquilidade.
A separação e distanciamento entre os clientes é algo essencial para os mesmos. Sendo
assim, medidas adequadas seriam um afastamento entre as cadeiras e marcas
sinalizando o distanciamento entre pessoas dentro estabelecimento.
Quando possível, seria favorável manter um distanciamento entre o profissional e o
cliente como uma opção atraente para minimizar o contágio do Covid-19 e atenuar o
receio do consumidor.

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A divulgação realizada pelo marketing online deve ressaltar os aspectos de higiene e


biossegurança do local, mostrando como e com que frequência é realizada a desinfecção
e descontaminação do ambiente e dos equipamentos utilizados. Essa conscientização
aumentará a possibilidade de novos clientes e a recuperação dos atuais, considerando
que essa é sua maior preocupação.
Recomenda-se também, as boas práticas de biossegurança para se obter sucesso na
retomada das atividades.

Referências
ANDREZZA TORRES. Negócios de beleza: orientações para retomada
segura após quarentena(s) COVID19. Disponível em:
https://respostas.sebrae.com.br/pergunta/coronavirus-quais-as-orientacoes-
para-a-reabertura-dos-servicos-de-beleza/. Acesso em: 18 set. 2020.
ALAGOAS. RAPHAEL VON SOSTHEN. Agência Sebrae de Notícias. Coronavírus
e o mercado da beleza: quais as projeções para o futuro? 2020.
Disponível em:
http://www.al.agenciasebrae.com.br/sites/asn/uf/AL/coronavirus-e-o-
mercado-da-beleza-quais-as-projecoes-para-o-
futuro,a97684ec560c1710VgnVCM1000004c00210aRCRD. Acesso em: 17 set.
2020.
BRASIL. AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS. 5 dicas para salões de beleza
enfrentarem a crise do coronavírus. Revista Pequenas Empresas
Grandes Negócios, [S.L], p. 1-1, 23 mar. 2020. Disponível em:
https://revistapegn.globo.com/Banco-de-ideias/Estetica-e-bem-estar/n
PERSIL, GLEYCE. Coronavírus e o mercado da beleza: faturamento
despenca e desmarcações de serviços aumentam. Disponível em:
https://www.universidadedabeleza.com/coronavirus-covid19-mercado-beleza/.
Acesso em: 19 maio 2020.
PERSIL, GLEYCE. Coronavírus e o mercado da beleza: setor sofre com a
paralisação do comércio em diversas regiões do país. 2020. Disponível
em: https://www.universidadedabeleza.com/coronavirus-mercado-beleza-
paralizacao-comercio/. Acesso em: 22 maio 2020.
PERSIL, GLEYCE. COVID-19 e o mercado da beleza: 5 atitudes para
conquistar resultados em meio à paralisação das atividades. 2020.
Disponível em: https://www.universidadedabeleza.com/covid19-mercado-
beleza-resultados-paralisacao/. Acesso em: 19 mar. 2020.
REDAÇÃO. Mercado da beleza reforça medidas de segurança contra a
pandemia de Covid-19. Fique alerta! Disponível em:
https://www.beautyfair.com.br/mercado-da-beleza-reforca-medidas-de-
seguranca-contra-a-pandemia-de-covid-19-fique-alerta/. Acesso em: 16 maio
2020.

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Protocolos de eficácia de repelentes de insetos – abordagens


teóricas
Insect repellent effectiveness protocols - theoretical approaches

Gisele Neres Rodrigues1, Carla Aparecida Pedriali Moraes1 ; Emília Satoshi Miyamaru1,2
Seo; João Paulo Correia Gomes1, 2
1Centro Universitario SENAC
Grupo de Pesquisa em Sustentabilidade.
2Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares

Centro de Ciência e Tecnologia de Materiais.


(giisele2009@hotmail.com; capedriali@hotmail.com; emilia.smseo@sp.senac.br;
joao.pcgomes@sp.senac.br)

Resumo. A incidência de doenças como dengue, malária e febre amarela que estão
relacionadas aos mosquitos está aumentando e com isso a preocupação de
pesquisadores para achar um meio de combater esses casos também cresce. Os
principais vetores de doenças são da família dos culicídeos e dentro dessa família os
que mais preocupam são: o Aedes, Culex e o Anopheles. As fêmeas são hematófagas
e tem a capacidade de transmitir doenças e gerar novos mosquitos. Já os machos
alimentam-se de carboidratos como: seiva, flores e frutos. Atualmente existem meios
de combate que se baseiam em repelentes com a substância naturais e sintéticas e
podem vir em forma física de aerossol, spray, creme, loção ou gel que buscam afastar
os mosquitos e assim não acontece a picada. Este projeto tem como objetivo a
revisão bibliográfica de protocolos de eficácia de repelente de insetos.
Palavras-chave: mosquito, repelentes, produto cosmético, protocolo

Abstract. The incidence of diseases such as dengue fever, malaria and yellow fever
that are related to mosquitoes is increasing and so the concern of researchers to find
a way to control these cases also grows. The main vectors of diseases are the
culicidae and these mosquitoes family are most concerned among the different ones
are: Aedes, Culex and Anopheles. Besides diseases the bit can cause discomfort in the
skin, females are hematophagous and have the ability to transmit diseases. The males
feed with carbohydrates like: sap, flowers and fruits. Currently the control are based
in natural and synthetic insecticides and repellents and can be in the following
formulations as aerosol, spray, cream, lotion or gel. This project aims to literature
review about assessment for testing insect repellent.

Keywords: mosquito, repellents, cosmetic product, protocols

Iniciação - Revista de Iniciação Científica, Tecnológica e Artística


Edição Temática em xxx
Interfacehs
Vol. xMeio
Saúde, no Ambiente
x – (mês de publicação) de 2015, São Paulo: Centro Universitário Senac
e Sustentabilidade
Volume 15 número 02
ISSN 2179-474X
Dezembro de 2020 São Paulo: Centro Universitário Senac
ISSN 1980-0894
Portal da revista: http://www1.sp.senac.br/hotsites/blogs/revistainiciacao/
E-mail:
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1. Introdução
Estudos sobre mosquitos estão se tornando cada vez mais frequentes no Brasil por
conta de surtos de doenças como a dengue, febre amarela e malária, e isso exige
maior atenção de pesquisadores para achar meios de conter esses problemas e a falta
de cuidados com o ambiente faz com que os insetos se espalhem cada vez mais por
diversas áreas do Brasil (RIBAS e CARREÑO, 2010).
Dípteros, vulgarmente conhecidos como mosquitos e moscas, passam pelas seguintes
fases de vida (ovo, larva, pupa e adulto) e podem pertencer a classe dos
flebotomídeos que vivem em ambientes úmidos e os culicídeos que precisam de
ambientes aquáticos para o desenvolvimento e esta última família é considerada como
um dos principais vetores de doenças (FORATTINI, et al 1968).
Os estímulos de percepção são determinados pelos fatores externos como a
temperatura, iluminação do ambiente, velocidade do ar e umidade do local, e fatores
internos como: sexo, estado fisiológico, idade e a preferência alimentar influenciam a
resposta da fêmea aos odores do hospedeiro. A fonte energética da maioria dos
mosquitos machos e fêmeas está baseada na ingestão de carboidratos como seivas,
flores e frutos. As fêmeas também se alimentam de forma hematófaga porque elas
desenvolvem os óvulos e em razão a esse tipo de alimentação, elas tem mais tempo
de vida que os machos (CONSOLI, 1994).
Os mosquitos do gênero Aedes são os que transmitem Dengue, Zika vírus,
Chikungunya e Febre amarela. Os hábitos destes insetos preferencialmente diurnos e
preferem locais abertos para fazer a oviposição de seus ovos em criadouros artificiais
de água limpa. Uma característica morfológica deste inseto é a presença de cor
marrom escura com listras brancas. Já o Culex que é o vetor da dirofilariose, doença
que acomete cães podendo ser letal, tem hábito noturno, e se cria em águas paradas
e poluídas (STEFANI, 2009).
Uma característica deste artrópoda é a coloração marrom clara. Já o Anopheles, que é
o vetor da malária, preferem locais abertos e fechados, agem ao entardecer e
amanhecer. Fora as doenças que esses dípteros podem transmitir, uma picada pode
causar uma hipersensibilidade, apresentando eritema, irritação, prurido e caroços no
local (STEFANI, 2009).
Para diminuir a incidência de doenças transmitidas por mosquitos é importante adotar
hábitos como: evitar locais infestados e usar roupas de proteção, isso pode auxiliar
nesta prevenção, porém o uso de repelentes é o que traz mais resultados.
Atualmente há dois tipos de repelentes. Os naturais e os sintéticos. Os repelentes
naturais são de origem vegetal ou animal. São extraídos os óleos essenciais chamados
assim porque são fundamentais para a sobrevivência desta planta e costumam exalar
um odor desagradável aos mosquitos. Os estudos mostram que esses repelentes são
eficazes, porém com pouco efeito residual. Os mais conhecidos óleos essenciais com
função repelente são a bergamota, a hortelã, o capim-limão, o gerânio, o tea tree, o
eucalipto, a lavanda, a pimenta, a citronela, o girassol e outros (RIBAS e CARREÑO,
2010)
Já os repelentes sintéticos são desenvolvidos através de substâncias químicas,
provenientes da origem vegetal ou animal. Esta categoria de repelente, tem uma
maior duração na pele (RIBAS e CARREÑO, 2010)
Atualmente a substância mais utilizada comercialmente é o DEET (N, N-dietil-3-
metilbenzamida). Quanto maior a concentração, mais eficaz será a proteção, mas o
uso deve ser com cuidado, pois pode trazer riscos de toxicidade (FRADIN 2002).
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Um repelente tem por função estimular/inibir a parte neurológica do mosquito. Há


cinco possíveis mecanismos de ação que podem ser:
- Inibição neural seletiva - busca inibir os neurônios ligados a atração, este
mecanismo não tem a ação de repelir e sim de evitar a picada.
- Estímulo dose-dependente, efeito saturação/reverso - este mecanismo visa
estimular o neurológico fraco, que faz a atração mudando-o para o sistema
neurológico forte que faz o contrário causando uma repelência.
- Estímulo de neurônios inibitórios - ocorre uma ativação de um sistema receptor por
conta do repelente, que inibe a ação da picada do mosquito, levando o mosquito a se
afastar de quem tem sangue.
- Noticepção direta – ativa os receptores de dor do mosquito. Ativação simultânea de
vários sistemas neurológicos
- Sobre fluxo de dados - ativa vários receptores confundindo o estímulo de atração,
não sendo possível diferenciar dos demais estímulos sensoriais (ANDRADE, 2008).
A forma física de um repelente pode ser aerossol, spray, creme, loção ou gel e tem a
função de formar um filme sobre a pele com um odor repulsivo aos insetos. As
características que um repelente deve conter são: resistência a água, eficaz por no
mínimo 8 horas, repelir muitas espécies ao mesmo tempo, atóxico e pouco cheiro
(STEFANI, 2009).
Para testar a real eficácia de qualquer repelente é necessário que sejam realizados
testes que vivenciem uma rotina normal. É feito de forma que mosquitos (fêmeas)
fiquem em uma gaiola, um voluntario aplique o produto a ser testado e seja
direcionado para dentro da gaiola assim mostrando quanto tempo demorara para que
o inseto se aproxime. Deve se levar em conta antes do teste as condições em que a
espécie a ser estudada tem melhor ação, como o horário, temperatura e luz local.
(ANUAR e YUSOF, 2016)
Para se obter o registro de um repelente junto à Anvisa, os fabricantes devem seguir
as exigências da RDC 19/2013 e sua NOTA TÉCNICA Nº 01/2018-
GHCOS/DIARE/ANVISA da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (BRASIL, 2013;
BRASIL, 2018).
Para comprovação de eficácia de produtos cosméticos repelentes de insetos, a
empresa deverá apresentar, no ato da solicitação do registro, estudos de eficácia do
produto, efetuados de acordo com as diretrizes da Agência de Proteção Ambiental dos
Estados Unidos da América (EPA), da Organização Mundial de Saúde (OMS) ou outras
metodologias validadas e reconhecidas internacionalmente (BRASIL, 2013).

2. Objetivo
Este estudo tem como objetivo uma revisão bibliográfica de protocolos de eficácia de
repelentes de insetos

3. Metodologia
O artigo constituiu-se de uma revisão bibliográfica, abrangendo artigos científicos em
português e inglês no período de 1985 a 2020. Foram consultadas as bases Scielo,
Lilacs, Google acadêmico e Biological Abstract. Os descritores utilizados foram:
repelentes (repellents), DEET, insetos (insects), mosquitos (mosquito), protocolos
(protocols), cosméticos (cosmetics) e controle químico (chemical control). Também
foram incluídos relatórios de instituições ou órgãos brasileiros e internacionais que
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fazem ou recomendam programas de controle de endemias como a Organização


Mundial da Saúde (OMS).

4. Resultados/Referencial Teórico
4.1. Pele
A pele do ser humano corresponde a cerca de 15% do seu peso corporal. É o órgão
que reveste e protege o organismo interagindo diretamente com o meio exterior. Sua
função mais importante é a conservação da homeostasia (termorregulação, controle
hemodinâmico e produção e excreção de metabólitos), além de ter função sensorial e
função de defesa contra agressões físicas, químicas e biológicas. (AZULAY,2015)
Ela exerce diversas formas de proteção contra agentes externos. Essas formas são:
• físico - a melanina tem a função de neutralizar a radiação ultravioleta, a pele
mantém o equilíbrio hidroeletrolítico,
• físico-químico - que ocorre na regulação de pH da camada córnea da
epiderme;
• biológico - por conta do manto hidrolipídico com atividade antimicrobiana e
imunológica presente da epiderme por conta das células de Langerhans e na
Derme por conta dos macrófagos, linfócitos e mastócitos.
Já no sentido de percepção, os elementos nervosos existentes possibilitam o
reconhecimento do calor, frio, dor e tato (AZULAY, 2015).
Ela é dividida em três camadas, epiderme camada mais externa da pele, derme que
trabalha como suporte da epiderme e hipoderme também conhecida como tela
subcutânea (HARRIS, 2016).
4.1.1. Epiderme
Esta é a camada mais externa da pele, impermeável, não vascularizada e sua nutrição
vem da derme por capilaridade, sendo dividida em cinco estratos ou camadas
(HARRIS, 2016):
• Camada córnea - tem contato com o meio exterior rica em queratina,
composta por componentes hidrofílicos e hidrofóbico, substâncias só
conseguem permear a pele através das camadas lipídicas intercelulares,
enquanto a água fica retida pelas fibras de queratina que são altamente
hidrofílicas;
• Camada lúcida - apenas nas regiões de pele mais espessa como a sola dos
pés e mãos e tem como função a proteção mecânica;
• Camada granulosa - formada por várias camadas de células achatadas, onde
ocorre a síntese de proteínas;
• Camada espinhosa onde ocorre o processo de queratinizarão e de corpos
lamelares que posteriormente serão responsáveis pela formação do manto
hidrolipídico;
• Camada basal - é quem está ligada a derme, onde ocorre a mitose e se
encontram os melanócitos responsáveis pela pigmentação da pele, células
de Langerhans que atuam como células de defesa e células de Merkel que
atuam como células sensoriais.

4.1.2. Derme
A Derme é a camada do meio. Trabalha como suporte da epiderme e é composta por
tecidos conectivos fibrosos que são as fibras de colágeno e elastina, vasos
sanguíneos, nervos, fibroblastos (originam o colágeno e a elastina), glândulas sebácea
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e sudorípara. Essa camada é responsável pela termorregulação, é altamente


vascularizada, faz a nutrição da epiderme através dos capilares e possui defesa
imunológica junto com as células de Langerhans da epiderme (HARRIS, 2016).

4.1.3. Hipoderme
É a camada mais profunda da pele, conhecida também como tela subcutânea. Ela é
constituída por adipócitos (células de gordura), e é ricamente vascularizada. Tem
função de isolante térmica, proteger os órgãos internos e armazenamento de energia
(HARRIS, 2016).
4.2. Insetos
Os insetos são facilmente adaptáveis a diversas condições de vida. Pertencem a classe
dos artrópodes, e já existem mais de um milhão de espécies já descritas. A maioria
das espécies é benéfica ou útil ao homem, sendo importantes para o equilíbrio dos
ecossistemas através da polinização de plantas, da decomposição de matéria
orgânica, da participação ativa no equilíbrio biológico, da produção de cera, mel, seda,
melhoramento das condições do solo e fonte de alimento para peixes, anfíbios,
répteis, pássaros, entre outros. (FINKLER, 2011).
Cinco a quinze mil espécies são consideradas nocivas, embora um número dez vezes
maior possa vir a se tornar praga devido a alterações no equilíbrio populacional. Estas
espécies possuem grande importância epidemiológica, pois atuam como vetores de
transmissão de doenças ao homem (FINKLER, 2011).
As principais atividades do homem que favoreceram o aumento populacional de
alguns insetos, destacam–se o desmatamento, monoculturas, criação intensiva de
animais, superpopulação humana, condições inadequadas de escoamento de águas e
de remoção de dejetos e lixos, precárias condições de moradia, alimentação, vestuário
e higiene. Dentro da classe dos insetos, os Dípteros (mosquitos) se destacam como
vetores biológicos na transmissão de doenças como as arboviroses (dengue e febre
amarela), filariose (elefantíase), malária e oncocercose (FINKLER, 2011).
4.3. Mosquitos
Os mosquitos são insetos dípteros que pertencem a família dos culicídeos. Esta classe
é considerada o principal vetor de doenças. Com uma única picada o ser humano pode
contrair uma doença que muitas vezes pode ser fatal, por isso o combate a esses
mosquitos é de grande importância epidemiológica. São seres homometábolos, isto é,
o ciclo de vida está dividido em ovo, larva, pupa e adulto e a grande maioria é
hematófaga (FEUSER, 2018).
Os principais representantes epidemiológicos são: Anopheles, Culex e Aedes.
4.3.1. Anopheles
Anopheles é o mosquito vetor da malária que é causada por parasitos do gênero
Plasmodium. No Brasil, cinco espécies são consideradas os principais vetores:
Anopheles darlingi, Anopheles aquasalis, Anopheles albitarsis, Anopheles cruzi e
Anopheles bellator. Preferem locais abertos e fechados e tem maior atividade ao
entardecer e amanhecer (FINKLER, 2011).
4.3.2. Aedes
São vetores capazes de transmitirem diversas doenças, dentre elas destacam-se: a
dengue, o zika vírus, a febre amarela e a chikungunya. Há duas espécies principais de
mosquitos do gênero Aedes capazes de transmitir as doenças citadas acima, o Aedes
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aegypti e o Aedes albopictus. No Brasil, o principal é o Aedes Aegypti. Ele se alimenta


de néctar de flores e suco de frutos que são essenciais para a sobrevivencia de muitas
espécies de culicídeos. Mas as fêmeas se alimentam de sangue humano, pois isso é
necessário para a maturação dos óvulos. Têm hábitos diurnos, preferencialmente ao
amanhecer e ao entardecer (FEUSER, 2018).
Segundo Feuser:
A transmissão das doenças ocorre quando a fêmea pica um indivíduo infectado que se
encontra na fase virêmica da doença e se contamina, tornando-se, após um período de
8 a 12 dias, capaz de transmitir o vírus por toda sua vida através de suas picadas. Uma
única fêmea pode realizar várias alimentações curtas em diferentes hospedeiros,
aumentando a possibilidade do mosquito se infectar e transmitir doenças. Esse tipo de
conduta torna o mosquito um vetor eficiente. Uma única fêmea produz de 50 a 150
ovos, depositando-os tanto em superfícies líquidas, como em locais possíveis de serem
inundados (2018, pg 31).

4.3.3. Culex
Culex é o mosquito vetor da dirofilariose, doença que acomete cães podendo ser letal.
Tem hábito noturno e se cria em águas paradas e poluídas. Uma característica desse
artrópoda é a coloração marrom clara. As fêmeas depositam entre 100 a 300 ovos
lado a lado na terceira noite após eclosão (GOMES, 2009).

4.4. Doenças
As doenças transmissíveis por insetos acometem milhões de pessoas em todo o
mundo todos os anos causando milhares de mortes especialmente em países tropicais
e subtropicais (FRADIN, 2002).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), somente a dengue acomete 50
milhões de pessoas no mundo anualmente, causando cerca de 24 mil mortes, e a
malária, mais de 1 milhão de mortes por ano. Estima-se que uma pessoa morra a
cada 30 segundos por complicações relacionadas a picadas de insetos e que uma em
cada 17 pessoas vivas morrerá de alguma dessas doenças (FRADIN, 1998).
De acordo com a OMS, os mosquitos são os mais perigosos de todos os insetos
vetores, pois são os transmissores da malária, da dengue, da febre amarela,
Chikungunya, Zika vírus, Mayaro vírus entre outras. Pelo menos 40% da população
mundial correm risco de contrair a malária, e cerca de 40% de contraírem a dengue
(MORETTO e RABINOVITCH, 2016).

4.4.1. Dengue
A dengue é uma infecção viral sistêmica e autolimitada, transmitida por mosquitos
para o homem. Ela é uma arbovirose transmitida no Brasil pelo mosquito Aedes
aegypti. O Aedes aegypti é um mosquito de hábitos domésticos, que pica durante o
dia e tem preferência acentuada por sangue humano. As manifestações clínicas
variam de uma síndrome viral, inespecífica e benigna, até um quadro grave e fatal de
doença hemorrágica com choque (TAUIL, 2001).
Nos últimos anos, a dengue vem se alastrando no Brasil. Os números apresentados
pelo Ministério da Saúde – Serviço de Vigilância em Saúde, Brasil (2019) mostram
que a Dengue teve um aumento preocupante de casos. Veja uma comparação dos
dados abaixo:
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- 2019 = 1.393.062 casos prováveis, 527 óbitos confirmados


- 2018 = 265.934 casos prováveis, 155 óbitos confirmados
- 2017 = 239.389 casos prováveis, 185 óbitos confirmados

4.4.2. Chikungunya
Também é transmitido pelo mosquito do gênero Aedes, particularmente Ae.
aegypti e Ae. Albopictus sendo a primeira encontrada geralmente em ambientes com
maior concentração populacional e realiza a alimentação sanguínea e o repouso no
interior de habitações e ocorre na América. Já a segunda espécie, exibe
comportamento alimentar diverso, com maior frequência em áreas de menor
aglomeração humana, alimentando-se e repousando no peridomicílio e ocorre na Ásia
(HONORIO et al, 2015).
O Chikungunya (CHIKV) é um arbovirus da família Togaviridae originado na África. O
primeiro caso no Brasil ocorreu em 2014 no Amapá. “A infecção por CHIKV produz
uma síndrome febril de início súbito e debilitante que, em virtude da intensidade dos
sintomas articulares, deram origem ao nome Chikungunya, no idioma africano
Makonde que significa “andar curvado” (HONÓRIO et al, 2015).
O número de casos da doença diminuiu entre 2017 e 2018 porém em 2019 houve um
pequeno aumento, segundo o Ministério da Saúde – Serviço de Vigilância em Saúde
conforme os dados abaixo:
- 2019 = 97.900 casos prováveis, 40 óbitos confirmados
- 2018 = 87.687 casos prováveis, 39 óbitos confirmados
- 2017 = 185.593 casos prováveis,192 óbitos confirmados (BRASIL, 2019)

4.4.3. Zika Vírus


“O vírus Zika é um flavivírus (família Flaviviridae) transmitido pelo Aedes aegypti. Foi
originalmente isolado de uma fêmea de macaco Rhesus febril na Floresta Zika, daí o
nome do vírus. (VASCONCELOS, 2015)
As características de uma pessoa doente são o estado febril, as vezes vindo
juntamente com a cefaleia, exantema, mal-estar, edema e dores articulares intensas.
No entanto, apesar da aparente benignidade da doença, mais recentemente na
Polinésia Francesa e no Brasil, quadros mais severos, incluindo comprometimento do
sistema nervoso central (síndrome de Guillain-Barré, mielite transversa e meningite),
foram associados ao Zika, o que mostra quão pouco conhecida ainda é essa doença.”
(VASCONCELOS, 2015).
Do mesmo modo da Chikungunya, houve uma diminuição dos casos de Zika vírus em
2018, porém em 2019 o número de casos aumentaram segundo o Ministério da Saúde
– Serviço de Vigilância em Saúde conforme os dados abaixo.
Número de casos de Zika vírus:
- 2019 = 9.071 casos prováveis, nenhum óbito confirmado
- 2018 = 8.680 casos prováveis
- 2017 = 17.593 casos prováveis (BRASIL, 2019)

4.4.4. Malária
Essa doença é causada por protozoários do gênero Plasmodium, transmitida pela
femea do mosquito Anopheles. É relacionado ao Plasmodium falciparum, parasita da
malaria, o maior número de mortes (OMS, 2016).
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A malária é uma doença febril aguda. Os primeiros sintomas são febre, dor de cabeça,
calafrios e vômito, aparecem entre 10 e 15 dias após a infecção. Se não tratado pode
evoluir e levar a morte. Em crianças pode-se acrescentar a anemia grave, dificuldade
de respirar em relação a acidose metabólica (OMS, 2016).

4.4.5. Leishmaniose
Ela é causada pelo protozoário Leishmania. No Brasil o principal vetor é o Lutzomya
longipalpis, flebotomíneo díptero da família Psychodidae. Ele fica tanto no ambiente
intradomiciliar quanto no peridomicílio. O cão é o principal reservatório e o homem é o
hospedeiro final. É uma doença onde não existem sintomas ou eles se desenvolvem
moderadamente com o passar do tempo como diarreia, tosse seca, adinamia,
febrícula, sudorese e discreta hepatoesplenomegalia, que podem evoluir ou não para a
forma clássica da doença (QUEIROZ, 2004).
As características de quem está doente são: febre, hepatoesplenomegalia, com
esplenomegalia volumosa, perda de peso, tosse, diarreia, dor e distensão abdominal.
Icterícia e envolvimento renal podem acontecer. Na fase mais tardia da doença, os
pacientes podem desenvolver edema e ascite” (QUEIROZ, 2004).
Para o diagnóstico da doença são necessários o encontro do parasita na medula
óssea, baço, fígado ou linfonodos descobertos por exames biológicos. Quando não há
possibilidade de diagnóstico laboratorial o início do tratamento é baseado nos achados
clínico-epidemiológicos” (QUEIROZ, 2004).

4.4.6. Difilariose canina


A Dirofilariose é uma doença causada pelo helminto Dirofilaria, transmitido por um
hospedeiro intermediário, geralmente o mosquito que pode ser Aedes, Anopheles ou
Culex. O cão é o seu hospedeiro definitivo e, por vezes, o gato e o homem podem
surgir como hospedeiros acidentais. No caso de Dirofilaria immitis, os seus adultos
vão se alojar na artéria pulmonar e no ventrículo direito do cachorro, enquanto a
Dirofilaria repens tem preferência pelo tecido subcutâneo, sendo possível a localização
errática destes parasitas (MEIRELES et al, 2014).
A dirofilariose é uma doença que apresenta duas fases ditas decisivas, a primeira fase
é onde mais se manifesta os sinais clínicos da doença e surge de 3 a 6 meses após a
infecção. Apresenta-se por problemas respiratórios que vão evoluído podendo gerar
vários outros problemas. Na segunda fase ocorre a morte do infectado podendo ser
por embolia pulmonar entre outras alterações fatais respiratórias. (MEIRELES et al,
2014)
“No homem o ciclo de vida do verme não se completa até a fase adulta e o parasita
pode ser encontrado, ainda na forma larval, em nódulo pulmonar, normalmente
confundido com uma neoplasia” (GARCEZ, 2006).

4.4.7. Febre Amarela


Esta é uma doença infecciosa não contagiosa. Ela é transmitida para o homem por
conta da picada do mosquito da família Culicidae destacando-se o dos gêneros Aedes
nas áreas urbanas e Haemagogus nas áreas rurais e floresta. Pode ser prevenida com
a vacinação e esta vacina de vírus vivo é muito segura e eficaz. (VASCONCELOS,
2003)

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A febre amarela pode causar uma coagulopatia de consumo e coagulação


intravascular disseminada. Acompanhando esse quadro, surge a icterícia. Dessa cor
amarela da pele e das escleróticas dos olhos e da febre que resulta o nome da doença
(VASCONCELOS, 2003).

4.4.8. Mayaro
“O vírus Mayaro (MAYV) é um membro da família Togaviridae e do
gênero Alphavirus. Estudos moleculares recentes reconheceram duas linhagens de
MAYV: genótipos D e L. O MAYV tem sido associado a uma doença semelhante à
dengue com erupção cutânea, febre e artralgia grave na América do Sul. A artralgia
dura várias semanas e afeta principalmente tornozelos, pulsos e dedos dos pés, mas
também pode afetar as principais articulações. O MAYV causa uma doença febril
aguda leve a moderadamente grave, com duração de 3 a 5 dias, com recuperação
sem intercorrências” (AZEVEDO,2009)

4.5 Repelentes
Os repelentes são produtos aplicados diretamente na pele, roupas ou em outras
superfícies. Eles tem a função de afastar ou inibir a picada dos mosquitos, com isso
afastam as possíveis doenças que podem ser transmitidas por esses artrópodas. Os
ativos repelentes que serão citados a seguir são eficazes contra a maioria das
categorias de insetos citadas anteriormente, o que diferencia a força destes ativos é a
espécie do inseto. (ESTEVAM, 2018)

4.5.1. Icaridina
Icaridina ou KBR 3023 (1-piperidinecarboxylic acid, 2-(2-hydroxyethyl)-1
methylpropylester): é um repelente derivado da pimenta, recomendado pela OMS
(Organização Mundial da Saúde). Quando se encontra na concentração de 10%
oferece uma proteção por um período de três a cinco horas e, a 20%, de oito a dez
horas. Sua ação é comparável a concentrações de 15-50% de DEET, mas permite
reaplicações em intervalos maiores de tempo. Estudo africano verificou que a potência
do KBR 3023 contra o Anopheles gambiae não difere do DEET, mas contra o Aedes
aegypti é de 1,1 a 2,0 vezes mais potente. Após dez horas de exposição, é mais eficaz
que o DEET e o IR 3535 e seu uso é recomendado para crianças acima de dois anos.
(STEFANI, 2009)
4.5.2. DEET
Dietiltoluamida é o princípio ativo mais utilizado em repelente para a prevenção de
picadas de insetos, como mosquitos, moscas, pulgas e outros pequenos insetos
voadores. O princípio ativo foi desenvolvido pelo exército dos Estados Unidos em 1946
com a finalidade de proteger soldados nas áreas infestadas por insetos. Quanto maior
a concentração mais tempo de duração terá a proteção, a concentração média que os
produtos ultilizam do DEET é de 25%(MARTINI, 2013). O mecanismo de ação do DEET
não é completamente confirmado. Existem hipóteses que sugerem diferentes tipos de
funcionamento. Alguns estudos têm sugerido que o DEET funciona, formando uma
barreira de vapor com um odor e sabor que é ofensivo aos insetos. O DEET é uma
substância orgânica líquida, volátil sob pressão normal e à temperatura ambiente,
sendo praticamente insolúvel em água, embora solúvel em solventes orgânicos.
(MARTINI, 2013)

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4.5.3. IR3535
IR 3535 (3-[N-acetyl-N-butyl]-aminopropionic acid ethyl ester): é um biopesticida
sintético com estrutura química semelhante ao aminoácido alanina. Na concentração
de 20%, é eficaz contra Anopheles e Aedes por um período de quatro a seis horas.
Pode ser usado por gestantes, pois possui bom perfil de segurança (STEFANI, 2009).
4.5.4. NATURAIS
Segundo Stefani:
Os óleos naturais são os mais antigos repelentes conhecidos e diversas plantas já foram
utilizadas com tal propósito. Baseiam-se em essências de ervas, frutas cítricas,
citronela, coco, soja, eucalipto, cedro, gerânio, hortelã e melissa, entre outros, e têm
sido usados por séculos, com eficácia razoável. Em geral, são altamente voláteis e,
portanto, com efeito de curta duração. Em concentração de 2%, o óleo de soja (Glycine
max) conseguiu inibir picadas de Aedes por 94,6 minutos, sendo superior apenas ao
DEET. Acredita-se que esse óleo possua um efeito mecânico adicional de repelência. O
óleo de citronela (Cymbopogon nardus), por ser extremamente volátil, confere proteção
curta e variável de menos de 20 minutos a até duas horas, em concentrações de 5 a
100%. Recomenda-se a sua reaplicação a cada hora de exposição. O óleo de andiroba
(Carapa guianensis) puro (100%) mostrou, em um estudo brasileiro, efeito repelente
discreto e muito inferior ao DEET 50%, com tempo de proteção para a primeira picada
de Aedes de 56 contra 3600 segundos respectivamente. O óleo de eucalipto-limão
(Eucalyptus citriodora - Grau de evidência AII) teve seu princípio ativo isolado
recentemente (p-menthane-3,8-diol: PMD). Em concentração de 30%, é comparável ao
DEET 20% e confere proteção de até cinco horas, sendo o mais recomendado dos óleos
naturais. Porém, há recomendação de reaplicações mais frequentes do que no caso do
repelente sintético (2009).

4.6 Metodologias de testes preconizadas pela Anvisa (Agência


Nacional de Vigilância Sanitária)
Para comprovar a ação repelente de um produto são necessários testes em laboratório
para estimar a eficiência e tempo de proteção do mesmo. Os objetivos especificos dos
testes são estimar as linhas dose-resposta e doses efetivas de um repelente, contra o
pouso do mosquito. A estimativa é calculada entre o tempo de aplicação do repelente
e o tempo do primeiro pouso do mosquito (WHO, 2009).
O teste em seres humanos é essencial, pois simula as condições reais da aplicação. O
uso de animais de laboratorio ou de membranas superficiais pode simular
inadequadamente a situação em que os repelentes em pele humana são destinados a
executar (WHO, 2009).

4.6.1 Organização Mundial de Saúde (OMS)


É com base nos protocolos desenvolvidos pela OMS que as empresas se baseiam para
fazer os testes de eficácia de seus produtos. A seguir estão algumas das exigências
necessárias para a realização desses testes.
Os testes são realizados em voluntários humanos adultos que podem ser selecionados
dentre candidatos exibindo leve ou nenhuma sensibilidade a picadas de mosquito com
um número igual de voluntários do sexo masculino e feminino (WHO, 2009).
Em preparação para os estudos de laboratório, a área de teste da pele do voluntário
deve ser lavada com sabão sem perfume e enxaguado com água, depois enxaguado
com uma solução de etanol a 70% ou álcool isopropílico em água e seco com uma
toalha (WHO, 2009).

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Considerando a possibilidade de que vários fatores possam alterar a atratividade aos


mosquitos, e que isso, por sua vez, pode afetar resultado dos ensaios de repelência,
os voluntários devem evitar uso de fragrâncias e produtos repelentes por 12 horas
antes e durante o teste. Voluntários preferencialmente não devem ser tabagistas
usuários, ou pelo menos não ultilizar o tabaco 12 horas antes e durante o teste (WHO,
2009).
Padronização da criação de mosquitos e condições de testes laboratoriais são
essenciais para garantir a confiabilidade e a reprodutibilidade dos dados. Os
mosquitos devem ser criados, mantidos e testados (em espaço separado ou sala) a
uma temperatura de 27 ± 2 C, ≥80 ± 10% umidade relativa, e um fotoperíodo 12:12
(claro: escuro). Espécies de mosquitos temperadas podem exigir modificações
condições de criação. Mosquitos adultos devem ter acesso a solução de açúcar, mas
não ter sido alimentado. As observações de repelência devem ser feitas durante o
período que correspondem a atividade de alimentação sanguínea (WHO, 2009).

4.6.2 CAGE TEST – Teste de gaiola


O teste de gaiola pode avaliar a atividade de repelir determinada substância contra
mosquitos. Ele é projetado para observar a aterrissagem do mosquito na pele não
tratada e tratada na gaiola. As vantagens deste teste é simular a real situação da
picada do mosquito, simulando desde a sondagem ao ato da picada no ser humano,
além de poder fornecer diretamente a observação do comportamento dos mosquitos
em relação aos materiais escolhidos. As desvantagens do teste de gaiola envolvem a
participação humana, e para isso ser feito da forma correta é necessário prepara-lo
com antecedência informando os termos dentro das regras de ética. Os mosquitos
usados no teste precisam ser livres de patógenos, pois o humano envolvido no teste
deve ter a garantia de que o teste não irá prejudicá-lo. A medição da gaiola está de
acordo com as diretrizes da OMS 35–40 cm por lado (ANUAR e YUSOF 2016).
A gaiola fica envolvida com mosqueteiros transparentes para facilitar a observação e
também para manter o mosquito dentro da gaiola. Com buracos também cobertos
com redes para o braço com a finalidade de acesso. De acordo com os padrões
convencionais da OMS, a gaiola precisa ser preenchida com 200 mosquitos que
ficaram com fome durante a noite e só foram alimentados com solução de sacarose.
O uso de menor número de mosquitos na gaiola (baixo de 30 mosquitos), diminui a
densidade e fornece mais precisão pois reflete melhor o ambiente típico de picadas
encontradas durante a maior parte em atividades ao ar livre e também para dar uma
condição confortável para o voluntário (ANUAR e YUSOF 2016).
A exposição é feita a cada 30 min podendo chegar a 8 h ou então até a repelencia
falhar. Cada amostra de teste é feita em triplicata a 28 ± 2 ° C e 80 ± 5% de HR com
5 min de espera entre as repetições (ANUAR e YUSOF 2016).

4.6.3 Cone Test - Teste do Cone


Este método serve para avaliar a toxicidade de inseticidas. Antes do teste é
necessário que sejam feitos os procedimentos padrões e avaliatórios da OMS. Não
envolve humanos, por isso é pouco ultilizado na intenção de testar o repelente
(ANUAR e YUSOF 2016).
São feitos em superfícies e os mosquitos chegam a superfície tratada, isso é uma das
vantagens desse método (ANUAR e YUSOF 2016).

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De acordo com o padrão da OMS o cone de plástico é colocado no topo da superfície


tratada da amostra e fixado com uma fita adesiva. Cinco a dez mosquitos fêmeas são
soprados no cone usando aspirador e mosquitos são expostos à superfície tratada. O
número de mosquitos de baixa densidade usado para esse método facilita a
observação do comportamento do mosquito. A contagem de mosquitos repousados
nas amostras são contados dentro de 3 minutos de exposição (ANUAR e YUSOF
2016).
No final da exposição, os mosquitos são transferidos para os cones de plástico para
observação adicional. O copo de plástico mantido sem inseticida e fornecido com
solução de sacarose a 10%. O número de mosquitos de teste imobilizados e
derrubados é determinada 1 h após a exposição e a taxa de mortalidade é
determinada após 24 h (FARAG et al. 2011).

4.6.4 Excito chamber test- Teste da câmara de excitação


O método da câmara de excitação é um método personalizado modificado para
observar o mosquito em mudança de comportamento na forma de afastar-se do local
tratado para o não tratado. Este método e o teste do cone não envolvem seres
humanos para atrair o mosquito (ANUAR e YUSOF 2016).
No entanto, ambos os métodos podem determinar o comportamento dos mosquitos
em direção aos materiais tratados. A caixa é feita com um painel frontal e de saída
ocupado com portal de escape único. Ele se acumula com câmara interna blindada,
estrutura de suporte de vidro e tampa da porta (ALIPOUR et al. 2015).
O mosquito não recebe alimentação durante a noite ou no mínimo 4 horas antes do
teste. O comportamento do mosquito é observado em termos de número de
mosquitos que se afastam para outro espaço e os que permaneçem dentro da câmara
que foi impregnada com o produto. A observação é gravada após 10 e 30 min de
exposição. O teste é realizado à luz do dia e repetido por quatro vezes (ANUAR e
YUSOF 2016).

5. Discussão
Quando comparados esses três métodos, o teste de cone é mais adequado para o
estudo de toxicidade de superfícies impregnadas e a concentração do ativo necessária
para matar os insetos. Ele também é muito usado para avaliar a persistência dos
inseticidas aplicados nas superfícies tratadas para verificar qual a periodicidade
necessária das reaplicações dos inseticidas e repelentes. Ele teste é muito usado na
África no controle de malária (ANUAR, YUSOF, 2016).
O teste da câmara de excitação é mais indicada para avaliar e observar a comparação
do comportamento do mosquito em áreas tratadas e não tratadas. Este estudo tem
por finalidade observar se o mosquito é atraido ou afastado pela superfície que foi
tratada (ALIPOUR et al. 2015).
O teste da gaiola (Cage Test) simula o comportamento do mosquito na pele humana,
uma vez que se insere o braço dentro da gaiola para observar o comportamento do
mosquito e avaliar se ele pousa e além disso, pica e faz o repasto sanguíneo. Portanto
esse tipo de estudo fornece resultados mais precisos em relação aos dois anteriores.
Por outro lado, esse teste envolve a participação de pessoas e há necessidade de se
garantir que não trará prejuizos aos voluntários e todos os requisitos éticos sejam
respeitados. Já os dois métodos, cone e câmara de excitação, não envolvem
participação humana.
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6. Conclusão
Para o controle das diversas doenças causadas pelos mosquitos é de extrema
importância que as pessoas tomem conciência das preucações a serem tomadas como
prevenção e é necessário a existência de repelentes capazes de proteger a todos.

Um produto eficaz deve passar por testes rígidos para comprovar a proteção real do
mesmo.

É importante salientar que todos os testes descritos neste artigo são aprovados pela
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

O teste que melhor simula a situação de uma picada de mosquito na pele humana é o
teste da gaiola.

7. Referências
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Qualificação e atuação do esteticista no mercado de trabalho na


região do Butantã e Morumbi

Qualification and performance of the esthetician in the job market at


Butantã and Morumbi region

Abia Sousa, Anna Scansani, Barbara Moura, Marcia Fernandes, Melina Martins e Verena
Honegger, Benjamin Capellari, Isabella Tereza Ferro Barbosa

Centro Universitário SENAC – CAS


Departamento de Estética e Cosmetologia - Bacharelado em Estética e Cosmética
abiakmss@gmail.com,scansani.a@gmail.com,barbaramouralima99@gmail.com,marciafernandes01@yahoo.c
om.br,melina.gerlinger1@gmail.com,verenahonegger81@gmail.com, bencapellari@gmail.com,
Isabella.tfbarbosa@sp.senac.br

Resumo. Na formação da área de estética, nota-se que há uma vasta gama de cursos
no mercado. Os cursos de formação, como o Tecnólogo e Bacharel, estão sendo mais
requisitados e tendem a crescer nas instituições de ensino. O artigo tem como
objetivo, investigar os atuais segmentos do mercado, quais ainda podem ser
explorados e a visão de profissionais da área da educação estética sobre a situação
atual e futura do setor. A necessidade da criação de um conselho é evidente, pois o
mercado de estética está em expansão e demanda mais profissionais qualificados,
devido à tecnologia avançada dos procedimentos. Procura-se, além de um
atendimento rápido, a personalização deste, de acordo com o perfil do público.
Observa-se também uma maior demanda desses serviços para o público masculino e
para a terceira idade. Sendo assim, é necessário a contínua atualização do profissional
para alcançar sucesso em sua carreira.
Palavras-chave: Estética, formação, regulamentação, tendência, mercado.

Abstract. In the aesthetics fileld of education, it is noted that there is a wide range
of courses on the market. Academic education, such as Technologist and Bachelor
courses, are being more requested and and tend to increase in educational
institutions. The article aims to investigate today´s market segments, the segments
that can still be explored and the view of aesthetic education professionals about the
current and future situation of the sector. The need of a council´s creation is evident,
as the aesthetics market is expanding and it requires more qualified professionals, due
to the advanced technology used on the procedures. In addition to a quick service, it
seeks to personalize it, according to the public profile. There is also a greater demand
for services for the male audience and for the elderly. Therefore, the professional
needs to be updated continuously, to achieve success in his/her career.
Key-words: aesthetics, academic education, regulation, trends, market.

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InterfacEHS
Saúde, – Saúde,
Meio Ambiente Meio Ambiente e Sustentabilidade
e Sustentabilidade
Volume
Vol. x15nonúmero 02
x – (mês de publicação) de 2015, São Paulo: Centro Universitário Senac
Dezembro de 2020 São Paulo: Centro Universitário Senac
ISSN 1980-0894
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Centro Universitário Senac
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Saúde, Meio Ambiente e Sustentabilidade

1. Introdução

O mercado de estética está em constante crescimento. Mas porquê esse mercado


cresce tanto? De acordo com o Senac nacional(2008), as razões do crescimento desse
mercado estão ligadas à participação crescente da mulher no mercado de trabalho,
aos novos lançamentos, ao aumento da expectativa de vida e à habitual necessidade
de utilizar recursos que retardam o envelhecimento. Ademais, a valorização da
imagem não é mais um atributo exclusivo da mulher. Homens, sejam eles adultos,
idosos ou crianças, também têm frequentado mais os espaços de beleza.
A estética no Brasil vem passando por diversas mudanças no intuito de acompanhar o
ritmo acelerado de crescimento, as tendências e as demandas do setor. As clínicas
com profissionais formados e treinados para receber os diversos tipos de clientes são
diferenciadas na área. Outro ponto importante, é a cultura do funcionário, em
executar suas funções de acordo com os valores da empresa; sendo assim, são mais
facilmente desenvolvidos (SEBRAE, 2016).
Nesse cenário, a estética foi incorporada na área da saúde e bem-estar, mostrando
uma evolução do mercado. Todos esses fatores aliados com a tecnologia mais
sofisticada exigem um maior preparo do profissional responsável, o que justificou a
criação de cursos superiores da área e também gerou a necessidade da
regulamentação da profissão.
A presente pesquisa visa contribuir para o conhecimento do setor da estética, o perfil
do profissional da área na região do Morumbi e Butantã, apresentando o
conhecimento dos mesmos sobre a regulamentação, a sua formação profissional e sua
atualização para novas tecnologias. Além de investigar os segmentos do mercado,
quais ainda podem ser explorados e a visão de profissionais da área da educação
estética sobre a situação atual e suas expectativas.

2. Revisão bibliográfica

O setor de estética tem como objetivo principal obter resultados tanto qualitativos
quanto quantitativos, no que diz respeito aos seus serviços. Por conseguinte, para
alcançar maior efetividade nos seus propósitos, o profissional que deseja ampliar sua
carreira no setor, tem de conhecer com profundidade o mercado (SEBRAE,2017).
Sendo assim, um estudo de campo é necessário para definir a área, analisar as
oportunidades e desafios e estudar as novas tendências (WERNER,2009).
A expansão desse mercado é acompanhada pelas inovações tecnológicas, exigindo do
profissional a necessidade de constantes atualizações para fidelizar os seus clientes e
para se tornar referência absoluta nos seus serviços exclusivos (SEBRAE,2017).
O empreendedor pode decidir livremente qual modelo de negócio prefere abrir, de
acordo com o seu projeto e recursos (WERNER,2009). Alguns estabelecimentos optam
por um atendimento mais rápido (serviço express), outros ofertam pacotes de
serviços conjuntos, de forma a oferecer mais acessibilidade e ser mais atrativo para o
cliente.
O público masculino é outra novidade, com o decorrer dos anos, houve um aumento
e sofisticação no setor de barbearia. E o setor infantil também vem ganhando
estabelecimentos próprios.
O Brasil está em quarto lugar do ranking mundial em consumo de produtos de beleza,
ficando atrás apenas dos Estados Unidos, China e Japão, conforme dados divulgados
pelo Euromonitor. O mercado brasileiro representa 7,1% do mercado mundial. De
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fato, o povo brasileiro é um dos maiores consumidores de produtos de higiene


pessoal, perfumaria e cosméticos. A maior parte do público-alvo do mercado de luxo é
composta de pessoas na terceira idade. São pessoas que já passaram da fase de
desejar produtos, mas descobriram o prazer que estes proporcionam (ABIHPEC,
2016).
Apesar das classes A e B prevalecerem com maiores movimentos nos espaços
estéticos, a classe C vem ganhando espaço, pois passaram a consumir produtos de
maior valor agregado. Adicionalmente a essas tendências, a participação crescente da
mulher no mercado de trabalho; a utilização de tecnologia de ponta e aumento da
produtividade, como redutor de preços; lançamentos constantes de novos produtos,
visando o atendimento das necessidades de mercado; aumento da expectativa de
vida, dentre outros.(SEBRAE,2017).
O mercado da beleza cria e movimenta altos investimentos em pesquisa de novos
produtos, equipamentos, prestação de serviços e estratégia de marketing, o que
naturalmente atrai um grande número de profissionais para área (Senac nacional
p.1,7 e 13). Toda essa movimentação possibilita entender porquê esse mercado é tão
dinâmico.
No mercado brasileiro, o profissional já possui algumas vantagens ao seu favor, o fato
de estar num país com grande diversidade de etnias, culturas e estilos, permite obter
uma vasta bagagem em conhecimentos e experiências. Isso é um diferencial fora do
país, além do atendimento mais acolhedor e humano. De acordo com WERNER
(2009): “A versatilidade característica dos brasileiros, quase sempre inovadores e
flexíveis, faz com que nossos profissionais sejam reconhecidos como dos mais
completos e sensíveis do mundo.”
Observa-se que além de investir no espaço é necessário investir em si, com
capacitações, mantendo-se sempre atualizado com as tendências, e isso proporciona
segurança em sua prática. Vale ressaltar, esse fator se aplica a todos os profissionais
contribuintes do espaço, não somente para o proprietário (Senac nacional p.,1,7 e
13).
Conforme Souza e Araújo (2015), quem deseja aproveitar a procura por
procedimentos na área da estética como oportunidade profissional, deve investir na
formação qualificada. De acordo com Scansani et al. (2019), é possível encontrar
formações bastante diversas entre os profissionais de estética brasileiros.
A maioria ingressa no mercado de trabalho a partir de um curso técnico. Apesar disso,
no território nacional, são oferecidos cursos superiores de tecnologia e bacharelado.
Segundo Scansani et al. (2019), na região central de São Paulo, mais especificamente
no bairro da Liberdade, 32% dos entrevistados possuíam formação a partir de cursos
livres, 14% a partir de curso de nível superior e 6%, de tecnólogo. Observa-se a
carência de uma formação adequada.
Verifica-se que os empresários das clínicas de estética possuem uma formação mais
sólida em comparação aos de salões de beleza, mas as esteticistas necessitam maior
formação pois estão em contato direto com os clientes (SEBRAE, 2019).
Historicamente, os esteticistas tinham sua formação principalmente através da
experiência e de cursos de curta duração. No entanto, com a recente evolução dos
cosméticos e equipamentos elétricos e fototerápicos utilizados para esse fim, ficou
evidente a necessidade de maior estudo e preparação dos profissionais para
preservar a saúde do cliente, garantir a segurança e eficácia dos tratamentos
estéticos (GESSNER & SILVA, 2015).
Acompanhando essa modernização, a procura por tratamentos estéticos e anti-
envelhecimento aumenta rapidamente nos dias atuais. Isso se deve ao fato da
mudança do perfil brasileiro, que agora tem sua população envelhecendo. O último
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Censo (IBGE 2010) apresenta 23 milhões de pessoas idosas, representando 11,8% da


população, tornando a terceira idade um segmento promissor.
Outros fatores responsáveis pela crescente demanda pelos tratamentos estéticos são
a mídia e redes sociais, fatores esses que dão um significado maior à imagem pessoal
nos dias atuais. Para Thompson, Coovert, Stormer apud Lira et al. (2017), as redes
sociais, ou os meios de comunicação social, são as mais fortes das influências. A
demanda por profissionais da área de estética cresce proporcionalmente ao mercado
desta área, o número de salões e clínicas atingiu recorde de meio milhão de
estabelecimentos e é estimado o crescimento de 10% (SEBRAE, 2019). É portanto
uma área que vem crescendo continuamente, culminando na criação de cursos
superiores de tecnologia em Estética e Cosmética (WANDERLEY et al. apud SALVADOR
et al., 2015). Os cursos superiores (tecnólogos) surgiram com o projeto de lei
959/2003 (FOGLIATO et al., 2018).
De acordo com Carvalho, 2006 apud Salvador e Silva, p.1508:
O curso superior de tecnologia em estética prepara o profissional, na qual
possibilita uma formação ampla, desempenhando habilidades e
conhecimentos técnico-científicos, com capacidade intelectual, reflexiva e
crítica, e atuando, primordialmente, na área da saúde preventiva. Sendo a
arte de cuidar do outro, necessita-se que o profissional seja capaz de
articular conhecimentos adquiridos com a prática e o saber-ser.

O esteticista com mais conhecimento e estudo possui maior possibilidade de


personalizar os tratamentos de acordo com seu cliente, não mais somente aplicando
protocolos padronizados e sim criando-os, pois possui embasamento para tal função.
Desta forma, faz com que os tratamentos sejam mais eficazes e seguros.
Pode-se acrescentar mais uma inovação aos esteticistas: a criação de cursos de
Bacharelado em Estética e Cosmética. Segundo o site do Mec, são 18 (dezoito) cursos
de Bacharelado de Estética no Brasil.
Estes fatos impulsionaram a regulamentação. Após muitas batalhas e mesmo sem a
formação de um conselho, a estética finalmente ganhou sua regulamentação
(SINDESTÉTICA, 2019).
Observa-se então, nos mais variados lugares e fontes (faculdades e universidades,
institutos, salões, clínicas, mídia, internet e nas ruas) que há muitas modalidades
diferentes de cursos voltados ao profissional da estética: os cursos técnicos que
duram em média 1200 horas e são de nível médio e habilitam o profissional a
trabalhar na área, segundo o site Pra Valer; curso tecnólogo é um curso superior que
tem em média dois anos e meio a três anos, de acordo com o site Guia da Carreira; o
bacharelado, que tem uma duração maior e é voltado à gestão, pesquisa e
empreendedorismo na área, como mencionado no site do Senac. Há também algumas
modalidades de cursos à distância. Adicionados a todos esses, os inúmeros cursos
livres.
Os esteticistas também podem se valer de congressos e feiras, palestras, seminários e
workshops para atualizarem-se e com esses aprenderem técnicas inovadoras e de
aperfeiçoamento (RODRIGUEZ & QUARESMA, 2013 apud FOGLIATO et al., 2018).
O levantamento bibliográfico apresenta um avanço no que diz respeito à profissão do
esteticista mas sobre a legislação ainda são poucos. Observa-se a falta de uma
regulamentação, o que gera alguns preconceitos e dificuldades, inclusive de
profissionais de outras áreas. Tal fato é devido a indisponibilidade anterior de cursos
superiores nessa área.
Com a legislação, o profissional esteticista tende a adquirir maior reconhecimento no
mercado, quebrando paradigmas, dando ênfase na segurança e legalidade dos
serviços oferecidos por esse setor. A Lei 13.643/2018, que regulamenta as profissões
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de esteticistas é um grande avanço jurídico, tornando as regras de atuação públicas,


fazendo com que os atuantes na área da estética cumpram os limites determinados e
atuem com as devidas permissões com maior segurança, que indiretamente propícia
maior confiabilidade aos que desejam usufruir da prestação de serviços realizados
pelos esteticistas, segundo Roberta Aoki, da faculdade Ibeco.
A regulamentação significa para a sociedade maior segurança no atendimento
prestado por esses profissionais, sendo uma ocupação diretamente ligada à saúde. É
de extrema valia para os esteticistas, mas também visa expandir ainda mais ofertas
de cursos e especializações que possam capacitar de forma competente. A
regulamentação pretende institucionalizar a profissionalização da categoria e inibir o
ingresso no mercado de pessoas sem qualificação adequada (MARCHET, 2012).
A profissão vem sendo reconhecida pouco a pouco, diversificando-se na criação de
novos ramos, como relata Tissi (2007). No entanto, ainda necessita de um órgão
legalmente amparador e responsável por ela.
Os conselhos existem com o intuito de controlar e fiscalizar a execução de diferentes
profissões, tendo como objetivo principal o benefício e a proteção dos profissionais,
garantindo-os benefícios e segurança, e das pessoas que recorrem aos mesmos.
Objetivando respeitar as normas de ética, direitos e obrigações. A importância da
criação de um Conselho de Classe traria, amparo e garantia a estes profissionais no
mercado de trabalho, tanto quanto a autonomia de atuação quanto ao princípio de
igualdade. De acordo com Rezende, s.d.: “Conselhos defendem e disciplinam o
exercício profissional, representando, em juízo e fora dele, os interesses gerais e
individuais dos profissionais, visando assegurar a qualidade dos serviços prestados à
sociedade”.
Torna-se relevante traçar a atual situação da profissão no mercado, especialmente na
luta diária por espaço e direitos, uma vez que a estética valoriza a especificidade da
área. Atua nos pré e pós-operatórios de cirurgias plásticas, utiliza equipamentos
eletroterápicos e técnicas manuais. Um Conselho, nesta ótica, teria suma importância
na defesa deste escopo de atuação, uma vez que, sem o apoio do mesmo, o
profissional em questão perde seu espaço para outras profissões que têm um órgão
responsável. Ainda segundo Rezende, s.d., a função pública de fiscalização é exercida
pelos conselhos profissionais, entidades de natureza jurídica e federativa, com
autonomia administrativa e financeira, mantidas pelas contribuições de cada
profissional inscrito, quando habilitado para o exercício profissional.

3. Método

A metodologia para esse artigo foi escolhida a partir do problema em questão, cuja
finalidade foi de: (1) verificar o grau de formação acadêmica e inserção no mercado
de trabalho; (2) Regulamentação da profissão na área de estética quanto aos
profissionais atuantes; (3) Tempo de atuação de clínicas de estética e como reação às
modificações e adaptações do tempo quanto aos tratamentos oferecidos e contratação
de profissionais da estética. Deste modo, existe a necessidade da realização de uma
pesquisa.
O artigo inicia-se com uma revisão bibliográfica, com o objetivo de explorar o assunto
em questão e conhecer o mercado da estética, a regulamentação da profissão e o
perfil dos profissionais inseridos neste contexto. Echer (2001) menciona a importância
da revisão de literatura:
Uma ampla revisão bibliográfica acerca do tema de pesquisa colabora para
se efetivar a contento, a tarefa de delimitação da unidade de leitura, isto é
definir exatamente o que dentro do tema escolhido optamos por pesquisar,

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também, auxilia o pesquisador na captação de fontes de ideias para novas


investigações, a orientação em relação ao que já é conhecido, a percepção
de temas e problemas pouco pesquisados e a perceber o momento em que
a situação problema está esclarecida.
A revisão de literatura é importante, também, para casos em que tem o
assunto mas não o problema. A partir da revisão de literatura pode-se ter
ideia do que já foi e do que ainda necessita ser pesquisado. O problema
pode, da mesma forma, surgir a partir de outros trabalhos, como nas
recomendações apontadas em pesquisas, artigos, livros, periódicos e
outros, o que não deixa de ser uma revisão. Conversar com pesquisadores
da área específica e examinar outros projetos pode, igualmente, ajudar o
pesquisador na resolução de suas dúvidas.
Segundo Andrade (2010), “método de abordagem é o conjunto de procedimentos
utilizados na investigação de fenômenos ou no caminho para chegar-se à verdade”.
Tendo esta informação em vista, o método de abordagem a ser utilizado será o de um
questionário com perguntas abertas e fechadas, quanti-qualitativo e exploratório, a
fim de obter respostas que demonstrem de forma mais ampla, a situação do mercado
e o perfil do profissional no que se refere aos itens 1; 2; 3.
De acordo com Barros e Lehfeld (2008):
[...](o questionário) possibilita ao pesquisador abranger maior número de
pessoas e de informações em curto espaço de tempo do que outras
técnicas de pesquisa. [...] Pode garantir o anonimato e,
consequentemente, maior liberdade nas respostas.
Os questionários foram aplicados a 17 profissionais esteticistas e 8 administradores de
clínicas ou salões que oferecem procedimentos estéticos, na região do bairro do
Morumbi e do Butantã, zona sul/oeste de São Paulo, durante o mês de novembro de
2019. Após coletadas as informações, os dados foram analisados de forma quali-
quantitativa, considerando os objetivos anteriormente mencionados. Os questionários
foram aplicados pessoalmente, via email e também por telefone, de acordo com a
preferência e disponibilidade dos entrevistados. Os questionários foram desenvolvidos
e preenchidos no Google Forms e foram tabulados no mesmo aplicativo.
Foram realizadas também duas entrevistas com profissionais da área envolvidos, com
o conhecimento sobre a regulamentação da profissão e consolidação de um conselho
de classe, com o objetivo de investigar mais sobre o assunto e esclarecer dúvidas
referentes à este tópico.
Segundo DUARTE (2004):
Entrevistas são fundamentais quando se precisa/deseja mapear práticas,
crenças, valores e sistemas classificatórios de universos sociais
específicos, mais ou menos bem delimitados, em que os conflitos e
contradições não estejam claramente explicitados. Nesse caso, se forem
bem realizadas, elas permitirão ao pesquisador fazer uma espécie de
mergulho em profundidade, coletando indícios dos modos como cada um
daqueles sujeitos percebe e significa sua realidade e levantando
informações consistentes que lhe permitam descrever e compreender a
lógica que preside as relações que se estabelecem no interior daquele
grupo, o que, em geral, é mais difícil obter com outros instrumentos de
coleta de dados.

4. Resultados e discussões

InterfacEHS – Saúde, Meio Ambiente e Sustentabilidade - Vol. x no x – (mês de publicação) de 2015


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lógica que preside as relações que se estabelecem no interior daquele
grupo, o que, em geral, é mais difícil obter com outros instrumentos de
coleta de dados. InterfacEHS
Saúde, Meio Ambiente e Sustentabilidade

4. Resultados e discussões

Os resultados expostos a seguir descrevem os resultados obtidos a partir do


questionário e de sua relação com os conteúdos teóricos abordados no artigo.
InterfacEHS – Saúde, Meio Ambiente e Sustentabilidade - Vol. x no x – (mês de publicação) de 2015
Quanto a inserção no mercado da estética, 65% das entrevistadas disseram que é
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rápida e 35% disseram o contrário. Esse resultado comprova a afirmação de Werner
(2009), confirmando que o mercado não impõe muitas barreiras.
Outro ponto importante é que 76,5% dos respondentes almejam ter o próprio negócio
e 23,4% não. Notou-se na entrevista, um dos pontos mais mencionados, foi o receio e
o medo do insucesso.
Todas as esteticistas entrevistadas acreditam no crescimento do mercado estético,
mas somente 1% fizeram um curso de empreendedorismo ou de gestão de negócios.
Com isso, é possível concluir que grande parte dos profissionais de estética só buscam
cursos relacionados a área da beleza.
De acordo com o Sebrae (2017), a falta de capacitação, planejamento estratégico, e
desconhecimento sobre o mercado, são fatores pelos quais a maioria dos
estabelecimentos, de todas as áreas acabam falindo ou fechando.
O perfil da maioria de seus clientes são 82,4% de mulheres, de faixa etária entre 26 e
65 anos e predominam as classes A e B.
A Figura 1 apresenta a escolaridade dos profissionais.

Figura 1. Escolariedade dos profissionais

Fonte: Dados da pesquisa, 2019.

Observa-se que 58,8% dos profissionais esteticistas entrevistados possuem ensino


superior completo. Isso demonstra que uma parcela não procurou cursos de formação
superior. Esse questionamento se refere à escolaridade no geral, portanto, não se
refere especificamente à área de estética.
Foi questionado sobre a formação na área estética (Figura 2).

Figura 2. Formação na área estética

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superior completo. Isso demonstra que uma parcela não procurou cursos de formação
superior. Esse questionamento se refere à escolaridade no geral, portanto, não se
refere especificamente à área de estética.
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Foi questionado sobre a formação na área estética (Figura 2). Saúde, Meio Ambiente e Sustentabilidade

Figura 2. Formação na área estética

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Fonte: Dados da7pesquisa, 2019.

Observa-se que 41,2% dos esteticistas entrevistados possuem formação técnica na


área de estética e 52.9% de formação em nível superior. Percebe-se que existe uma
distinção entre os profissionais das regiões selecionadas (Morumbi e Butantã) em
comparação aos profissionais citados por Scansani et al. (2019), que pertenciam ao
bairro da Liberdade. Observa-se então que nas regiões mais prósperas, os
profissionais são mais qualificados.
Quando questionados sobre a experiência na área, 64,7% tem mais de 5 anos e
35,3% de 1 a 5 anos de experiência. Estes dados revelam que os profissionais das
regiões estudadas possuem experiência considerável na área da estética.
Segundo Gessner & Silva (2015), é necessário um maior preparo dos profissionais
esteticistas devido à tecnologia avançada dos procedimentos atuais e, com esses
dados, os profissionais estão agregando estudos e experiência na área.
O público entrevistado afirmou: 70,6%s esteticistas criam e seguem seu próprio
protocolo. Desse modo, fica confirmado a afirmação feita por Carvalho (2006) que os
profissionais com mais preparo são capazes de articular conhecimentos adquiridos
com prática e personalizar seus atendimentos.
Os 29.4% que seguem um protocolo pré-estabelecidos relataram serem estabelecidos
pela empresa ou pelo seu superior.
Outro ponto importante é a atualização do profissional e qual a frequência conforme
apresentado na Figura 3.

Figura 3. Frequência de atualização

Fonte: Dados da pesquisa, 2019.

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Segundo o gráfico 47% dos entrevistados buscam cursos para se atualizar


anualmente e 24% não fazem cursos de atualização, enquanto somente uma pessoa
procura se atualizar bimestralmente.
As esteticistas podem se atualizar a partir de feiras e congressos, nota-se que 58,8%
costumam utilizar esses recursos, enquanto 41,2% não costumam.
Em relação à especialização, todos os questionados afirmaram ter feito cursos livres
para se especializar na área, como drenagem linfática, design de sobrancelhas,
micropigmentação, tratamentos corporais e faciais.
Entretanto, na entrevista com profissionais da área educacional, foi esclarecido que a
especialização profissional deve ser adquirida através de cursos de pós-graduação e
não cursos livres. Apenas uma pessoa respondeu que fez pós-graduação em
cosmetologia, logo, somente um profissional realmente tem especialização.
Foi perguntado também quanto à contratação, quais os requisitos necessários para
uma esteticista ser contratada(Figura 4).

Figura 4. Requisitos necessários

Fonte: Dados da pesquisa, 2019.

A partir de respostas dos administradores, no qual 50% responderam que ter curso
em nível superior é um requisito, 37,5% exigem experiência prévia.
Os administradores questionados, 75% não tem formação na área de estética mas
87,5% possuem algum curso na área administrativa. Verifica-se que não é uma
exigência que o administrador possua formação na área de estética.
Sobre a regulamentação, a maioria dos profissionais alegou que, tende a agregar,
espera-se um avanço, reconhecimento, valorização e que, com isso tenha clareza
quanto às funções de cada um dentro do setor (MARCHET, 2012).
Espera-se que, com a regulamentação em vigor, haja uma fiscalização para que,
pessoas sem formação específicas não atuem no setor com a mesma influência de um
profissional qualificado. Além disso, pressupõe-se que os atendimentos terão mais
qualidade e credibilidade, de modo que possa garantir e transmitir também ao cliente
mais segurança.
Em entrevista com duas profissionais docentes da área, aborda-se as questões sobre
a regulamentação no setor, buscando compreender melhor qual a sua importância
quais as perspectivas após essa etapa.
Ambas acreditam que a regulamentação tende a agregar em vários quesitos, inclusive
ditando diretrizes no setor do que cada profissional em suas subdivisões poderão
executar, sendo ele técnico, tecnólogo ou bacharel.
Além disso, sofrerá menos influência de profissionais de outras áreas que discordam
com InterfacEHS
a execução de algumas
– Saúde, funções
Meio Ambiente por não ser um
e Sustentabilidade profissional
- Vol. x no x – (mêsnão regulamentado.
de publicação) de 2015
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Foi perguntado também a respeito da formação a distância, pois observa-se que é um
9
recurso que vem ganhando bastante espaço, as profissionais discordam com este
modo de ensino, pois é uma Volume 15 número 02
profissão da dezembro
área deda
2020saúde e necessita de um
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conhecimento prático, o que não pode ser avaliado
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a distância.
Pode-se observar que 76,5% das profissionais sabem que a profissão de esteticista foi
Ambas acreditam que a regulamentação tende a agregar em vários quesitos, inclusive
ditando diretrizes no setor do que cada profissional em suas subdivisões poderão
executar, sendo ele técnico, tecnólogo ou bacharel. InterfacEHS
Além disso, sofrerá menos influência de profissionais de outras Saúde, Meio Ambiente
áreas que discordam e Sustentabilidade

com a execução de algumas funções por não ser um profissional não regulamentado.
Foi perguntado também a respeito da formação a distância, pois observa-se que é um
recurso que vem ganhando bastante espaço, as profissionais discordam com este
modo de ensino, pois é uma profissão da área da saúde e necessita de um
conhecimento prático, o que não pode ser avaliado a distância.
Pode-se observar que 76,5% das profissionais sabem que a profissão de esteticista foi
regulamentada e 23,5% não tinham conhecimento.

5. Considerações Finais

Na região selecionada, Morumbi e Butantã, em relação a inserção do esteticista no


mercado de trabalho, observa-se que a inserção de profissionais qualificados e
experientes é rápida, e que, apesar de o mercado da estética no geral não ser tão
exigente quanto à formação, os profissionais dessas regiões, além da experiência,
possuem em sua
InterfacEHS grande
– Saúde, maioria
Meio formação
Ambiente acadêmica.
e Sustentabilidade - Vol. x no x – (mês de publicação) de 2015

A região apresenta um diferencial, em relação aos demais bairros, principalmente no


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Morumbi, pelo poder aquisitivo que os moradores possuem, e adicionalmente, não são
muitas as opções de clínicas, segundo relataram os profissionais - o que por
conseguinte torna o Morumbi uma região próspera para empreender em clínicas de
estética. As clínicas, em sua maioria, têm contratado mais profissionais da estética, ou
seja, a contratação cresce paralelamente ao crescimento do mercado.
No que diz respeito às tendências, a demanda pelos tratamentos inovadores evolui,
impulsionando também a criação de cursos superiores na área, de modo a preparar
profissionais qualificados capazes de utilizar os recursos tecnológicos de forma segura
e eficaz, tanto para os profissionais, quanto para os clientes. Clientes masculinos e
terceira idade, também vem ganhando espaço no setor: mercados ainda não
consolidados, porém concretos.
A oferta de cursos profissionalizantes no setor também está em constante progressão,
inclusive sendo impulsionada também pela regulamentação, já que, as competências
são designadas aos profissionais com cursos superiores. No entanto, há uma
infinidade de cursos livres de pouca ou nenhuma amplitude que, de certo modo focam
em um determinado assunto, sem dar enfoque e precisão a um conteúdo complexo
como nos cursos de formação superior.
A regulamentação é de suma importância, observa-se que é um grande avanço para o
setor, tendo em vista que gerou diretrizes alinhando as funções a exercer para cada
formação dentro da área da estética, além de reconhecimento para os profissionais. A
perspectiva de melhoras é crescente, pois ainda há muito a ser feito como por
exemplo, a criação de um conselho, que possa exercer a fiscalização no setor de uma
forma geral, e propiciando menor atuação de pessoas despreparadas, diferenciando
profissionais qualificados e agregando maior valorização aos mesmos.
Finalmente, este trabalho verifica a necessidade da criação de um conselho, e o
sugere como tema para próximas pesquisas, considerando o que é necessário para
que o profissional esteticista possa participar deste conselho.

Referências

ANDRADE, Maria Margarida. Introdução à metodologia do trabalho


científico- 10a edição- editora Atlas - 2010.

AOKI, Roberta – Esclarecimentos sobre a lei 13.643/2018 – Disponível em:


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BEM PARANÁ – Cursos na área daUniversitário
Centro estéticaSenac
crescem para acompanhar a
demanda do mercado – Disponível em:
ISSN 1980-0894
<https://www.bemparana.com.br/noticia/cursos-na-area-da-beleza-crescem-
Finalmente, este trabalho verifica a necessidade da criação de um conselho, e o
sugere como tema para próximas pesquisas, considerando o que é necessário para
que o profissional esteticista possa participar deste conselho. InterfacEHS
Saúde, Meio Ambiente e Sustentabilidade

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20/11/2020.

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demanda do mercado – Disponível em:
<https://www.bemparana.com.br/noticia/cursos-na-area-da-beleza-crescem-
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Disponível em:
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na gestão de salões (2009). São Paulo, SP.
Volume 15 número 02 dezembro de 2020
Centro Universitário Senac
ISSN 1980-0894
Projeto editorial
Editoração
Nelson Jose Urssi
Equipe Senac em Moviemmnto

Fonte marca InterfacEHS Spinn


Fonte editoriais Cooper Hewitt
Fonte artigos Verdana

volume 15 • número 02
são paulo, verão de 2020

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