Você está na página 1de 5

O Semi-árido da Bahia:

problemas, desafios e possibilidades*


Emmanuel Blamont**
José Rogério da Costa Vargens Filho***
Pedro Torres Filho****
Jackson Ornelas Mendonça*****

O semi-árido se assemelha a um fatores custos/beneficios duvidosos e


O CONTEXTO canyon escavado entre dois espaços implicações não controladas nos
mais prósperos, o Litoral, e o Oeste, ecossistemas.
sem que haja qualquer benefício para o Os processos de fixação das

O progresso, a modernidade,
com o que eles comportam de
potencial de melhorias para o
dia a dia, seja nos meios de produção
como nas condições de vida das
mesmo, resultante das articulações
econômicas entre os grandes espaços
do leste e do oeste.
O abismo assim criado, entre o
populações que ainda permanecem no
campo podem também falhar se não
forem levados em conta dados
objetivos do potencial econômico a
semi-árido e as regiões mais evoluídas longo prazo da área.
populações, ainda não chegaram a A era da economia de subsistência
e ricas, gerou um círculo vicioso onde
muitos pontos afastados dos grandes tende a desaparecer. Devem-se buscar
o êxodo rural e a desertificação
eixos de desenvolvimento. modelos novos, adaptados às
progressiva, provocam a falta de
Por razões múltiplas, as regiões condições sócio-econômicas deste
crescimento e, reciprocamente,
mais pobres, com condições climáticas início de século, integrando a realidade
transferem a problemática social do
e geográficas extremas ou de difícil da competitividade e da globalização.
campo para as periferias urbanas.
acesso, ficaram, apesar da revolução Nas áreas onde não existem
Esse processo, encontrado no
industrial do século e, salvo algumas elementos favoráveis às produções
ilhas de prosperidade construídas com mundo todo, é irreversível e o exemplo
dos países desenvolvidos mostra que agropecuárias em grande escala,
grande esforço de investimento do devem-se encontrar caminhos
poder público em infra-estrutura de as soluções não se encontram no alternativos, produções especializadas
irrigação e incentivos fiscais à reassentamento maciço no campo, com forte valor agregado, filosofias e
indústria de transformação e à de populações de origem rural sistemas de exploração em sintonia
economia do turismo, na estaca zero da recentemente exiladas, nem em planos com as preocupações da sociedade e o
estrada do desenvolvimento. emergenciais de curto prazo, com necessário equilíbrio ecológico.

*Extraído do trabalho “Alternativas para o desenvolvimento das regiões semi-áridas no Estado da Bahia”
**Diretor da DUNE - O Planeta Árido, organização voltada para o estudo e desenvolvimento da região semi-árida;e-mail: duna-ong@ig.com.br
***Engenheiro Civil e Mestre em Economia pela UFBA, Doutorando em Economia pela UFRJ; e-mail: rogeriovargens@nuca-ie.ufrj.br
****Engenheiro Agrônomo, Mestre em Desenvolvimento Agrícola, Professor da UEFS; e-mail: ptorres@cdlmma.com.br
*****Economista, Mestre em Ciências Sociais Rurais pela ESALQ/USP, Professor da UFBA; e-mail: jornelas@seplantec.ba.gov.br

Bahia Agric., v.5, n.2, nov. 2002 Socioeconomia 45


De vi do à fa lt a de po lí ti ca s O semi-árido baiano abrange uma mente os meses do verão - e o período
institucionais inovadoras em grande área de 360 mil quilômetros quadra- seco se estende, em média, por 6 a 8
escala, as regiões endemicamente dos, que corresponde a 64% do territó- meses. A vegetação predominante é a
atingidas por problemas de escassez de rio estadual e a 51,7% de todo o semi- caatinga. Estas condições, entretanto,
recursos hídricos e que não possuem árido nordestino, onde vivem 48% da variam expressivamente a depender da
potencial de irrigação (apenas 2,9% população baiana, cerca de 6,3 milhões localização geográfica.
dos 56 milhões de hectares do território de pessoas. Trata-se de uma imensa É fundamental ressaltar que as chu-
baiano são irrigáveis), caminham em região caracterizada por baixos índices vas no semi-árido além de serem mal
grande velocidade, para um perigoso de pluviosidade, irregularidade na dis- distribuídas durante o ano, como mos-
processo de desertificação, ecológica e tribuição das chuvas e temperaturas tra o Quadro 1, são também irregulares
social. médias elevadas. ao longo dos anos. A região está sujeita
É fundamental observar, porém, a longas estiagens cíclicas que devas-
que o semi-árido baiano não é uma tam as atividades agrícolas e sujeitam a
região homogênea, tanto em relação a população local a condições extremas
DELIMITAÇÃO E fatores geoclimáticos como em relação de sobrevivência.
às atividades econômicas que são
CARACTERIZAÇÃO desenvolvidas. Quadro 1
DO SEMI-ÁRIDO A variedade de
relevos, microcli-
Alguns subespaços geoclimáticos do semi-árido baiano.
Percentual de
Período
mas e disponibili- Subespaço Localização Precipitação
mais
chuva no Duração do
Vegetação
A região semi-árida do Estado da dades hídricas
geográfica média anual
chuvoso
trimestre mais período seco
chuvoso
Bahia foi delimitada pela Resolução reflete fortemente Faixa do semi-
Transição
Nº 10.929 - Julho/1994 do Conselho a diversidade agrí- Agreste árido vizinha à
800 – 1000
mm
verão 40 – 45% 4 a 5 meses
Caatinga e
Mata
região litorânea Atlântica
Deliberativo da SUDENE, agregando cola. A pluviosi- Região central da Transição
um total de 257 municípios. Com a Chapada
dade média anual Diamantina Bahia com
800 – 1000
verão 45 – 50% 4 a 5 meses Caatinga e
mm
criação do município de Barrocas, do semi-árido baia-
altitudes elevadas Cerrado
Vasta área ao
desmembrado do município de no varia entre 600 e norte do Estado
Serrinha através da Lei Estadual Nº 800 mm. Cerca de baiano Norte (divisa com Piauí, 400 – 600
verão 50 – 55% 7 a 9 meses Caatinga
Pernambuco, mm
7.620 de 30 de março de 2000, consi- metade da chuva Alagoas e
dera-se extra oficialmente que o está concentrada Sergipe)
Extremo norte
Estado da Bahia possui atualmente 258 no trimestre mais Catarina baiano (divisa Menos
Raso da de
verão 55 – 60% 9 a 11 meses Caatinga
400 mm
municípios incluídos no semi-árido chuvoso - geral-
com Pernambuco)
(SEI, 2001, p. 13), conforme Mapa 1.
Mapa 1 - Semi-Árido na Bahia No século passado, os períodos
mais significativos de estiagem ocor-
reram em 1931/33, 1955/58, 1979/83,
1986/88, 1992/94 e 1997/2000. Deste
modo, os dados estatísticos sugerem
que as secas estão se agravando e se
repetindo com mais freqüência, prova-
velmente como resultado, também, da
ação antrópica sobre o meio ambiente.
Na região semi-árida estão locali-
zadas importantes cidades, como Feira
de Santana, Vitória da Conquista,
Jequié e Itapetinga, todas situadas
numa faixa de transição entre o litoral e
o sertão. A economia destas cidades é
articulada com o litoral baiano e baseia-
se principalmente na indústria e nos
serviços. Entretanto, o restante do
semi-árido não possui grandes cidades,
à exceção de Juazeiro.
Na maior parte da região semi-
municípios do semi-árido árida, a agricultura é a principal ativi-
dade econômica e grande parte da popu-
lação reside no campo e trabalha em
atividades agrícolas. Sua população
apresenta os piores indicadores sociais
Fonte: Banco do Nordeste do Brasil
e econômicos do Estado da Bahia.

46 Socioeconomia Bahia Agric., v.5, n.2, nov. 2002


O semi-árido apresenta algumas
poucas e localizadas “ilhas de prosperi- FILOSOFIA DE
dade”, onde a agricultura é desenvolvi-
da a partir de bases mais modernas.
INTERVENÇÃO
Exemplo é a Microrregião de Juazeiro,
pólo da moderna agricultura irrigada. Premissas para uma política pública
Entretanto, a agricultura de sequeiro,
predomina na maior parte da região. As O semi-árido baiano não é uma
principais atividades agropecuárias de região homogênea, apresenta uma
sequeiro no semi-árido são: mandioca, grande diversidade de relevos e micro-
feijão, milho, sisal, mamona, casta- climas e que nele coexistem muitas
nha, pinha, umbu, palma forragei- atividades agropecuárias de sequeiro.
ras. Na maioria destas atividades, os Cada uma apresenta características
cultivos são realizados em pequenas peculiares e pode estar geografica-
áreas através de técnicas rudimentares, mente concentrada ou dispersa na
com baixo grau de tecnologia. região. A partir da análise do trabalho
Essas culturas são as mais impor- “Especialização da Agricultura e
tantes, em termos de valor bruto da pro- Organização do Espaço Agrícola no
dução e pessoal empregado, ou as mais Estado da Bahia” (SEI, 2001a), é pos-
recomendadas para o semi-árido baia- sível concluir que o semi-árido baiano
no. Entretanto, é necessário mencionar
não é uma região de especialização
que existem outras atividades agríco-
agrícola. Quase todos os municípios da
las de sequeiro na região, das quais se
destacam: - café - que, embora não região são “não-especializados” ou
sendo uma cultura adequada ao semi- “fracamente-especializados” na agri-
árido, se faz presente na região em algu- cultura, ou seja, produzem mais de três
mas zonas onde as condições geocli- produtos agropecuários, sem que a pro-
máticas permitem; - algodão - ocupa dução de nenhum deles prevaleça for-
alguns espaços do semi-árido, especi- temente sobre os demais.
ficamente no entorno dos municípios Por outro lado, a análise das ativi-
de Brumado e Guanambi; - cana-de- dades agrícolas não permite concluir
açúcar - trata-se de um cultivo tradicio- que qualquer das culturas menciona-
nal de baixo nível tecnológico para das deva ser totalmente descartada da
produzir exclusivamente aguardente e região semi-árida. Assim, não se pode
rapa dura ; - bovi nocu ltur a - está prescrever um único tipo de pecuária
presente em todos os municípios e se para toda a região, uma vez que a bovi-
distribui de forma relativamente homo- nocultura é adequada a diversos subes-
gênea no semi-árido baiano e enfrenta paços - a exemplo da Microrregião de
grandes dificuldades na época da seca, Itapetinga e a caprino/ovinocultura é
porque o animal é exigente em relação mais apropriada ao Norte baiano. O
à água e, principalmente, em relação à mesmo pode ser dito dos demais tipos
alimentação; - caprino e ovinocultura - de agricultura: se estes não são ade-
são animais apropriados ao clima quados, por exemplo, às condições
semi-árido. Mais rústico, a desvanta- climáticas da Chapada Diamantina ou
gem do mercado mais restrito e menos do Raso da Catarina, não significa que
organizado tende a ser superada com a
não o sejam para as condições de
implantação de matadouros sob inspe-
outras zonas do semi-árido.
ção estadual e federal, removendo-se
Com base nestas premissas, pode-
assim, um dos principais entraves ao
desenvolvimento destes tipos de se concluir que não existe uma solução
criação na região semi-árida. Os única e universal para a agricultura de
caprinos e ovinos são animais mais sequeiro no semi-árido baiano. O
apropriados para serem criados no sucesso da agricultura na região
semi-árido do que o gado bovino. depende de consórcios entre as mais
Superadas as questões relativas à diversas culturas cujo desenvolvimen-
comercialização, estas atividades to deve ser apropriado aos micro-
seriam mais rentáveis em muitas zonas climas específicos dos distintos micro-
do semi-árido do que a bovinocultura. espaços geográficos.

Bahia Agric., v.5, n.2, nov. 2002 Socioeconomia 47


Desta forma, não é recomendável Se não for nacional, deve ser no míni- Os impulsos de mudança devem
que qualquer tipo de atividade agrícola mo estadual”.O desen volvi mento ser suficientes para suplantar alguns
no semi-árido seja objeto de imposição econômico é a condição prévia para dogmas que revelam um confor-
ou restrição de políticas públicas. A que possa existir contexto propício ao mismo com o atraso, criando-se defi-
vocação que a agricultura do semi- desenvolvimento social e cultural. As nitivamente as condições considera-
árido revelar no futuro deverá se base- experiências realizadas na área de das pela maioria como “o jeito certo
ar no funcionamento do sistema de urbanização de invasões em favelas de explorar a caatinga”.
mercado, com apoio de economias mostraram que o sucesso dos projetos Sabe-se há bastante tempo, que a
externas proporcionadas pelo Estado, depende, em grande parte, da capaci- implantação de explorações em gran-
que deve incentivar os tipos de ativida- dade dos mesmos em criar ou fortale- de escala, mecanizadas, computado-
des agrícolas apropriados ao macro- cer atividades econômicas gerando rizada, monitorada por satélite, de
clima semi-árido - a exemplo da capri- emprego e renda para a população grãos e outros produtos como algo-
nocultura, ovinocultura, palma forra- beneficiada com as melhorias. dão, girassol, frutas e hortaliças, etc.,
geira, sisal, mamona, pinha, caju, A “normalização” das condições não têm muita chance de sucesso nas
umbu, etc... - sem, no entanto, restrin- de vida da comunidade significa tam- zonas semi-áridas. A caatinga em
gir a exploração de outras culturas. bém que ela passa a ter obrigações questão, não tem as condições climá-
As políticas públicas essenciais financeiras (aquisição da unidade ticas e geológicas do cerrado nem a
para desenvolver a agricultura no habitacional, contas de água, luz, taxa generosidade das águas do São
semi-árido são aquelas em que o de esgoto condominial, taxa de coleta Francisco.
Estado é capaz de prover meios neces- de lixo, etc.). Na ausência de melhoria Sendo assim, existe uma incom-
sários para o agricultor plantar, colher na sua condição econômica, a comu- patibilidade profunda entre a atual
e vender o que desejar, desde que as nidade não consegue honrar esses
atividades de sua opção apresentem situação demográfica e o potencial
compromissos, acabando obrigada a econômico da região. Qualquer que
potenciais mínimos de rentabilidade e sair do bairro para invadir outra área.
sustentabilidade. seja a qualidade, a diversidade e a
Apesar de contexto, causas e efei- amplitude dos empreendimentos futu-
tos diferentes, as intervenções nas ros, é mais do que provável que não
zonas rurais devem também compor- permitirão resolver de maneira plena-
tar as indispensáveis medidas que per- mente satisfatória o atual estado de
mitirão sua manutenção, oferecer à
COMENTÁRIOS FINAIS população as condições para que cada
calamidade ambiental, econômica e
social. Isso significa claramente que
produtor torne-se, a médio-longo pra- haverá ainda muitas levas de retiran-
É mais que provável que, uma polí- zo, um “empresário rural” integrado
tica limitada apenas a um tipo de tes antes de se chegar ao ponto de equi-
numa cadeia organizada de produção, líbrio, permitindo um desenvolvi-
apoio ou um incentivo ao movimento
com a expectativa de criar emprego e mento harmonioso entre o homem e o
natural da evolução das aspirações
gerar lucros, tendo em mãos as ferra- meio físico.
dos produtores ou das oportunidades
mentas que lhe permitirão ser o agente A região Sudeste tem 92% de sua
dos mercados, não permita alcançar
principal de seu crescimento. população vivendo nas cidades, o
um grau satisfatório de desenvolvi-
A implantação de melhorias de Centro-Oeste 87% e o Sul 80%,
mento. Deve-se criar um “ambiente”
infra-estrutura é indispensável, mas não enquanto as regiões menos urbaniza-
favorável às mudanças, estabelecen-
suficiente, devido à falta de iniciativa das, Norte e Nordeste, têm respectiva-
do-se políticas de desenvolvimento
no âmbito regional, estadual e muni- das comunidades e a falta de interesse mente apenas 65 e 67,6% de suas
cipal, com apoio concreto à iniciativa por parte do empresariado externo à populações nas áreas urbanas (Alves,
privada, sobretudo na emergência de região em investir nas mesmas. Lopes e Contini, 1999). O Nordeste
propostas inovadoras. Projetos de pes- Gerado por condições físicas tem 45,7% da população rural do país
quisa como “Conservação e Gestão adversas, décadas de ausência de polí- e uma produtividade do trabalho de
Sustentável do Bioma da Caatinga” ticas adequadas e falta absoluta de que representa 1/5 daquela das três
do GEF (Global Environment informação e formação das popula- regiões sulinas.
Facility) são fundamentais para favo- ções locais, o atraso é de tal magnitu- Segundo Eliseu Alves (2000), “se
recer a emergência e a multiplicação de que a situação só pode melhorar na a região (o Nordeste) convergir para
de projetos locais. medida que forem dados passos con- relação homem-produção agrícola
Segundo Graziano (2002) “O cretos em direção à modernização, do Sudeste, o potencial de migrantes
desenvolvimento local só é viável se buscando-se opções estratégicas, tec- variará de 8 a 13 milhões”. Sabe-se
for acompanhado de um projeto na- nologia, posicionamento empresarial enfim, que o sucesso depende, às
cional coerente com esse objetivo. e comercial de ponta. vezes, da ousadia, mas sempre do

48 Socioeconomia Bahia Agric., v.5, n.2, nov. 2002


bom senso e de uma visão da realidade para as comunidades, permitindo-se,
sem concessões. na fase inicial, aos técnicos assumir o
REFERÊNCIAS
Provavelmente não existe uma gerenciamento, dar a necessária for-
APAEB. Proposta de convivência com o
única solução para a região, mas um mação profissional aos membros da semi-árido: uma nova política para a
conjunto, e a articulação de tentativas comunidade, identificar ao longo do pequena produção familiar do Estado da
múltiplas, explorando os mais diver- processo aqueles com potencial para Bahia. Valente, BA, 2001.
sos caminhos, com a incorporação de liderar futuramente o empreendimen-
um grupo de medidas mais amplo, que to. Num prazo a ser determinado caso AROEIRA, a eterna. Globo Rural, São
estabeleça políticas de desenvolvi- a caso, pode-se realizar a transferên- Paulo: Globo, n.187, 2001.
mento regional voltadas para a cia de responsabilidades para uma
BAHIA. SEAGRI. DDF. Florestas para o
modernização estrutural e produtiva, eventual associação ou cooperativa futuro.Salvador, 1997.
no respeito da população, da sua cul- de produtores locais que venha a se
tura, das suas tradições e do seu meio formar ou capacitar. BRASIL. Câmara dos Deputados.
ambiente. Relatório - CPI dos Medicamentos.
Uma das vias possíveis pode ser a Brasília, 2000.
elaboração de uma política de implan-
CAR. Recursos hídricos no Estado da
tação e manutenção de projetos pilo-
Bahia: ênfase no semi-árido. Salvador,
tos com a participação do terceiro 1995. (Série Cadernos CAR, 18).
setor. Tentando reverter séculos de
paternalismo, o meio acadêmico, o IBGE. Censo Agropecuário 1995/96. Rio
terceiro setor e as instituições brasi- de Janeiro, 1996. www.ibge.gov.br.
leiras adotaram uma forma de atuar
IBGE. Pesquisa da Pecuária Municipal.
com populações carentes, que bus-
Rio de Janeiro, 1999. - www.ibge.gov.br .
cam uma integração máxima da comu-
nidade no processo de montagem e IBGE. Produção Agrícola Municipal.
manutenção dos projetos. Infe- Rio de Janeiro, 2000. - www.ibge.gov.br .
lizmente essa “participação” muitas
vezes não é efetiva, por falta de empe- O BODE expiatório. Veja, São Paulo:
nho das diversas partes envolvidas, Abril, 13 jun. 2001.
por dificuldades encontradas pela O VOVÔ virou papai. Veja, São Paulo:
comunidade, pouco ou nada prepara- Abril, 3 abr. 2002.
da para lidar com mudanças nos hábi-
tos ancestrais, em entender os proje- PHARMACIA BRASILEIRA. n.29,
tos e suas implicações, ou talvez sim- nov./dez. 2001.
plesmente porque nem sempre o
REVISTA BAHIA AGRÍCOLA.
envolvimento de todos permite solu- Salvador: Secretaria da Agricultura. 1996
cionar problemas e administrar situa- - 2001.
ções.
Devido às dificuldades geralmen- SEI. Bahia em números 2001. Salvador,
te encontradas na implantação de pro- 2001.
jetos que trazem mudanças radicais
em comunidades caracterizadas pelo SEI. Especialização da agricultura e
organização do espaço agrícola no
atraso dos meios de produção, será Estado da Bahia. Salvador, 2001. (Série
provavelmente mais realista, numa Estudos e Pesquisas).
primeira fase, não estabelecer siste-
maticamente parcerias diretas com os S E R T Ã O F O RT E . P r o g r a m a d e
produtores locais, mas sim criar Desenvolvimento Sustentável da Região
empregos assalariados para os mem- Semi-árida do Estado da Bahia Sertão
bros das comunidades, a exemplo do Forte. Salvador: Governo do Estado da
Foto: Napoleão Beltrão

Bahia, 2000.
projeto “Las Gaviotas” na Colômbia. www.bahia.ba.gov.br/sertaoforte.htm
Acredita-se que, principalmente
quando se trata de inovação, é preciso SOLUÇÃO natural. Globo Rural, São
uma transferência lenta e progressiva Paulo: Globo, n.184, 2001.
dos projetos, das equipes técnicas

Bahia Agric., v.5, n.2, nov. 2002 Socioeconomia 19

Você também pode gostar