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I- CONCEITOS BÁSICOS

1. MINERALOGIA: É a ciência que trata das espécies inorgânicas chamadas


minerais, que isoladamente ou formando rochas, constituem a crosta terrestre.

2. MINERAL: É um elemento ou composto químico com composição


definida, produto de reações inorgânicas, com estrutura interna regular e
ocorrência natural no globo terrestre.

3. GEMOLOGIA: É a ciência, ramo da Mineralogia, que estuda as substâncias


naturais denominadas gemas ou pedras preciosas.

4. GEMAS: São substâncias minerais e algumas de origem biológica, que apresentam


qualidades de beleza, durabilidade e raridade. Entre as gemas podemos encontrar
algumas rochas como material ornamental, por exemplo: mármore, diorito, obsidiana
e outras.

5. ESPÉCIE MINERAL: É toda amostra mineral independente, todo grão


constituinte de uma rocha.

6. AGREGADO CRISTALINO: É a reunião de dois ou mais indivíduos minerais.


Podem ser indivíduos da mesma espécie mineral (uniminerálicos) ou de espécies
diferentes (pluriminerálicos). Os agregados podem ser irregulares (rocha), sub-
regular (drusas, geodos) e regular (geminados).

7. VARIEDADE MINERALÓGICA: As variedades mineralógicas ou gemológicas são


indivíduos de uma espécie com diferenças na cor, na transparência, etc.

8. CRISTAL: É um indivíduo de uma espécie mineral que possui uma forma


geométrica externa definida consequência de uma estrutura atômica determinada.

9. CRISTALOGRAFIA: É ciência que estuda os cristais e as leis que regem seu


crescimento, forma externa e estrutura interna. Toda substância cristalina se
organiza num dos sete sistemas cristalinos: cúbico, tetragonal, trigonal, hexagonal,
ortorrômbico, monoclínico e triclínico. (Ver ilustração)

10. HÁBITO CRISTALINO: É a forma característica e comum em que o mineral se


cristaliza. (Ver ilustração)
11. CLASSIFICAÇÃO QUÍMICA: Os minerais podem ser classificados
quimicamente em substâncias simples e compostas. As substâncias minerais simples
são formadas pela cristalização de átomos da mesma natureza química, por
exemplo, o ouro, o diamante, etc., Chamados elementos nativos. Os minerais
compostos são aqueles formados por átomos diferentes. A classificação química
deles está
baseada na natureza química de seu radical aniônico. Podem ser: sulfetos,
sulfossais, óxidos, hidróxidos, haloides, carbonatos, nitratos, boratos, sulfatos e
cromatos, fosfatos-arseniatos-vanadatos, tungstatos e molibdatos, silicatos.
A identificação do mineral pode, em alguns casos, obrigar o reconhecimento de um
ou outro elemento químico que participa da formula do mineral. Todos os testes
químicos são destrutivos e, portanto, só se aplicam para os minerais brutos. Eles se
dividem em testes pirognósticos, analises por via úmida (ataque químico) e técnicas
analíticas sofisticadas (difração e fluorescência de Raios X, absorção atômica,
microssonda eletrônica,etc.). Os testes mais
usados pelos gem6logos são os pirogn6sticos. Os ensaios são feitos com pequenas
lascas do mineral e os mais comuns são os seguintes:

AQUECIMENTO EM PINÇAS COM PONTAS DE PLATINA

Destina-se a determinação da fusibilidade e da cor da chama, no caso de existir


elementos voláteis na composição do mineral. A fusibilidade e a maior ou menor
facilidade pela qual um mineral sofre fusão pelo calor, os graus de fusibilidade são
dados pela escala de Kobell, onde o nº 1 corresponde ao grau de fusão mais fácil e
nº 7 ao mais difícil:
1 – Estibinita
2 - Calcopirita
3 - Granada Almandina
4 - Actinolita
5 - Ortoclásio
6 - Bronzita
7 – Quartzo
A cor da chama e a coloração que muitos minerais emprestam à chama durante o
aquecimento. A cor da chama pode identificar a presença dos seguintes elementos
na composição do mineral:
Elemento Cor da chama Tonalidade
Lítio vermelha carmezim
Estrôncio vermelha púrpura
Cálcio vermelha amarelada
Sódio amarela intenso
Bário verde amarelada
Boro verde brilhante
Cobre verde esmeralda
Fósforo verde azulada (fraco)
Zinco verde azulada
Chumbo azul celeste

AQUECIMENTO EM TUBO FECHADO

Aquecendo o mineral em - tubos fechados podem ser obervados os fenômenos de


desprendimento de gases e formação de sublimados nas paredes frias do tubo. Os
gases desprendidos podem ser: CO2' SO2' 02' NH3' HF, NO2. A formação dos
sublimados que se condensam nas paredes do vidro são:
Substancia Sublimado
Água gotas de liquido incolor
Enxofre líquido vermelho a amarelo escuro e
sólido amarelo a branco
Arsênico solido preto com brilho metálico
Mercúrio glóbulos metálicos cinzentos

Alem dos ensaios pirognósticos, o gemôlogo pode usar o ataque químico, para
provocar o aparecimento de figuras de corrosão, e desta forma, auxiliar a
identificação dos minerais brutos que não possuem forma geométrica definida.
Os elementos existentes em um cristal, ou seja, faces, arestas, vértices, acham-se
arranjados de maneira simétrica. Essa simetria pode ser definida em relação a um
plano de simetria, um eixo de simetria e um centro de simetria. Denomina-se plano
de simetria, um plano imaginário que divide um cristal em duas metades, cada uma e
a imagem especular da outra.
Eixo de simetria e uma linha imaginária que passando pelo centro do cristal permite
girá-lo. O número de vezes que uma parte qualquer do cristal aparece num giro
completo, sobrepondo-a exatamente, determina a natureza do eixo.
Centro de simetria e um ponto no centro do cristal por onde todas as linhas
imaginárias, partindo dos vértices, das arestas e ou das faces, se cruzam a igual
distância.

GEMINADOS: São agregações muito particulares porque apresentam uma


regularidade controlada por leis de simetria. Os indivíduos geminados são
simétricos em relação a um plano, chamado de plano de geminação. São curiosas e
interessantes as geminações que apresentam valor gemológico por sua beleza
natural.

1. Espinélio - geminado por contacto de dois indivíduos octaédricos interpenetrados.

2. Fluorita - cristais geminados por interpenetração de dois cubos.

3. Pirita - geminado cruz de ferro, interpenetração de dois pentagonododecaedros.

4. Quartzo - geminado lei do Brasil, constituído de dois indivíduos unidos por um


plano de geminação que contem os eixos principais dos cristais.

5. Quartzo - geminado lei do Japão, constituído pelo contato de dois indivíduos


dispostos em V.

6. Quartzo - geminado lei do Delfinado, constituído de dois indivíduos associados


por meio de um eixo de geminação coincidente com o eixo principal dos cristais.

7. Estaurolita - geminado em forma de cruz de dois ou mais -indivíduos ( Cruz


Latina) com os braços a quase 90º, um do outro.

8 e 9. Rutilo - geminado em V ( dois prismas tetragonais) e geminado em roseta


(vários indivíduos prismáticos).

10. Crisoberilo - geminado múltiplo, estelar, de três indivíduos.


11. Albita - geminado polissintético com disposição paralela de vários indivíduos
laminares.

12. Diamante - o diamante pode se apresentar sob a forma de geminados diversos.


A figura refere-se a uma geminação múltipla, estelar, rara, descrita por Fersmann e
Goldschmidt e observada em um espécime brasileiro.

II- PROPRIEDADES FÍSICAS


Propriedade e a qualidade inerente aos corpos. É o que distingue particularmente
uma coisa da outra do mesmo gênero.
As propriedades físicas dos minerais são excelentes meios de informação para a
identificação das espécies gemol6gicas.
As substancias da mesma espécie tem qualidades idênticas
.
1. COR: A cor vista no mineral resulta do comprimento de onda do raio de luz parte
dele poderá bater na superfície do mineral e voltar (reflexão da luz), outra parte
poderá atravessar a gema (refração da luz) e outra poderá ser absorvida. Tudo
isso acontece simultaneamente e em proporções diferentes, variando de uma
espécie mineral para outra, quando a luz incide numa gema. Os minerais podem ser
classificados em dois grupos. Os chamados idiocromáriticos são aqueles cuja cor e
devida à presença de um elemento que forma parte essencial de sua composição
química. Por exemplo: o cobre na malaquita- Cu2CO3(OH)2 , o ouro- Au, o magnésio
na rodocrosita - MnCO3 etc. Nos denominados alocromáticos, o elemento corante
está presente em tão pequena quantidade que se pode admitir tratar-se de uma
impureza do mineral.A maioria das gemas são alocromáticas, isto e, são incolores no
estado puro. Os elementos químicos responsáveis pela cor nas gemas: são: cromio,
ferro, manganês, titânio, vanádio, cobalto, níquel,cobre, urânio e em alguns casos
alguns dos elementos pertencentes ao grupos das “terrasraras".

2. BRILHO: É uma propriedade que depende da luz. Pode-se dizer que brilho e a
quantidade de luz refletida por uma superfície mineral. Os principais tipos de brilho
são:
Metálico: possui o aspecto brilhante de um metal. Ex: galena .
Adamantino: característico de minerais transparentes e de índice de refração
elevado. Ex: Diamante.
Vítreo: apresentado pela maioria dos minerais transparentes e com índice de
refração médio. Ex: quartzo .
Resinoso: o que possui aspecto de resina. Ex: blenda .
Nacarado: o que tem aspecto da pérola. Ex: muscovita .
Sedoso: o que possui aspecto da seda. Ex: calcita fibrosa .
Gorduroso: apresenta o aspecto de estar coberto por uma camada de gordura. Ex:
calcedônia
3. DIAFANEIDADE: É uma propriedade que depende da quantidade de luz que
consegue atravessar a gema. Quanto à diafaneidade as gemas podem ser:
Transparentes: quando se vê, com clareza, um objeto através da gema. Ex: quartzo
hialino.
Translúcidas: quando se vê o objeto, mas o seu contorno não e nítido. Ex:
calcedônia.
. Opacas: quando não se vê o objeto através da gema.Ex: jaspe.

4. DUREZA: É a resistência que a superfície lisa de um mineral oferece ao ser


riscado por um objeto de teste pontiagudo. Friedrich Mohs (1773-1839),
mineralogista vienense, foi o idealizador da escala de 10 minerais dispostos em
ordem de dureza crescente. A escala de Mohs compara a dureza de uma substância
em relação à dureza de outra tomada como padrão. Temos assim uma escala de
dureza relativa.

Para determinar a dureza relativa de um mineral ou gema, é necessário verificar


quais os minerais da escala que ele pode riscar e quais os que não pode. A natureza
física do mineral pode dificultar ou mesmo impedir a determinação correta da
dureza.
Isso ocorre com mineral pulverulento, granular ou que facilmente se estilhaça ou
ainda que ao ser pressionado se separa em grânulos, ate mesmo por minerais de
dureza menor que ele.
Nesse caso e necessário inverter o procedimento, ou seja, depois de tentar riscar
o mineral A com o mineral B, tentar riscar o mineral B com o A. Um mesmo mineral
pode mostrar graus variados de dureza dependendo das direções em que são
experimentados.
Às vezes essas diferenças são tão pequenas que só podem ser descobertas com
auxílio de aparelhos de precisão. Em outros caos são tão distintas que são
detectadas com facilidade.
A cianita e um mineral que apresenta duas durezas: 5, paralelamente ao
comprimento das placas do cristal e 7, a 90º do comprimento. 0 instrumento que
auxilia a determinação da dureza dos minerais e o conjunto de canetas com pontas
de dureza. Basta apenas deslizar a caneta, com certa pressão, numa superfície
plana do mineral, limpar a região e com auxílio de uma lupa verificar se houve algum
risco.

ESCALA DE MOHS

DUREZA MINERAL OBSERVAÇÕES

1 Talco São riscados pela unha


2 Gipsita
3 Calcita Riscada por uma moeda de cobre
4 Fluorita São riscados por canivete
5 Apatita
6 Ortoclásio Riscado por uma lima de aço
7 Quartzo
8 Topázio Riscam o vidro
9 Coríndon
10 Diamante Risca todos os anteriores e não e riscado
por eles

5- TRAÇO: É a cor do pó fino de um mineral. Essa propriedade pode ser


determinada esfregando o mineral sobre uma peça porcelana não polida, conhecida
como placa para traço, que tem dureza 7, não podendo ser aplicada em minerais de
maior dureza. No caso do mineral ser muito duro, e aconselhável produzir um pouco
de pó com uma lima de aço e depois esfregá-lo sobre a placa,
e verificar a cor deixada.

6. RESISTÊNCIA A APLICAÇÃO DE FORÇA: É a resistência que um corpo se


opõem a ruptura. Essa propriedade depende da coesão molecular, isto e, do quanto
de força que uma molécula se liga a outra.
Os termos seguintes descrevem os vários tipos de resistência.

Tenacidade: e a resistência ao choque, batida ou pancada. Ex: nefrita, jadeita.


Obs: Não confundir esta propriedade com a dureza.

Friabilidade: e a não resistência ao choque e quebradiço. Ex: diamante. .


Maleabilidade: e a transformação em laminas, por percussão. Ex: ouro, prata, cobre.

Sectibilidade: o mineral e denominado séctil quando pode ser cortado em lâminas


delgadas com canivete. Ex: gipsita.

Ductibilidade: e a facilidade com que o mineral pode ser estirado e transformado


em fio. Ex: ouro .

Flexibilidade: o mineral e flexível quando pode ser curvado, com certa facilidade,
mas não retoma sua forma primitiva quando cessada a pressão. Ex: talco .

Elasticidade: e a facilidade com que o mineral, após ter sido encurvado, retoma a
posição original. Ex: muscovita.

7. DENSIDADE RELATIVA: A densidade relativa de um mineral e o número que


exprime a relação entre o seu peso e o de um volume igual de água a 4ºC Se um
mineral tem 3,5 por densidade relativa, significa que ele pesa 3,5 vezes tanto
quanto o mesmo volume de água.
A densidade relativa e de fácil determinação e fornece dados importantes para a
identificação das gemas, particularmente quando se trabalha com minerais raros e
lapidados, casos onde não se pode danificar os espécimes.

Dentre os métodos indiretos utilizados para determinar a densidade relativa,


destacamos três:

MÉTODO DA BALANÇA HIDROSTÁTICA.

Está baseado no principio de Arquimedes que diz:"todo corpo dentro de um líquido


sofre um empuxo, de baixo para cima, igual ao peso do volume do líquido que ele
desloca". Portanto, ao pesar uma gema no ar e de - pois dentro da água, a segunda
pesada sofrera uma diminuição de peso igual ao peso do volume de água que a gema
deslocou.

Se chamarmos P1 o peso da gema no ar P2 o peso da gema na água A densidade


relativa será: DR - P1 ou DR - P1- P2
Na determinação da DR usamos uma balança de dois braços, de modo que na
primeira pesagem colocamos a gema num prato e os contra pesos no outro. Para a
segunda pesagem substituímos um dos pratos por uma cestinha que ficará imersa
num copo com água.
Colocamos a gema nessa cestinha e os contra pesos no prato. Anotamos os valores
obtidos em ambos procedimentos e aplicamos a fórmula acima e teremos a
densidade relativa. . Método dos líquidos pesados.
Esse método se baseia
no principio da flutuação. Observando o comportamento de uma gema ao ser imersa
num líquido de densidade relativa conhecida, pode acontecer três situações:
1º A gema flutuar - significa que a densidade relativa da gema e menor que a do
líquido.
2º A gema permanecer em equilíbrio no interior do líquido - significa que a
densidade relativa da gema e igual a do liquido.
3º A gema afundar - significa que a densidade relativa da gema e maior que a do
líquido.

Os líquidos pesados mais usados na determinação da densidade relativa são:

Bromofórmio com densidade relativa 2,89.


Iodeto de metileno com D.R. 3,33 .
Solução de Clerici com D.R. 4,15.

O líquido menos tóxico, menos perigoso de se usar e o bromofórmio. Com ele pode-
se fazer uma bateria de densidade relativa diluindo-o com líquido de densidade
baixa como o monobromonaftaleno, cuja D.R. e 1,49.
OBS: As densidades mais utilizadas. são: 2,65, 2,70 e 2,80.

METODO PICNÔMETRO

O picnômetro consiste num frasco ou balão volumétrico de vidro, em cujo gargalo


esmerilhado se adapta uma tampa larga, através da qual foi perfurada uma abertura
capilar graduada.

PROCEDIMENTO COMO EXEMPLO:


1º Pesa-se a gema (peso) M = 32g
2º Pesa-se o picnômetro cheio com água destilada ate a marca do traço P = 200g.
3º Esvazia-se parcialmente o picnômetro, coloca-se a gema, completa-se o conteúdo
ate a marca com água destilada e pesa-se novamente T = 224g
4º O peso da água deslocada pela gema (volume) e a diferença entre o resultado do
item 2 mais o do Item l (peso da gema) menos o Item 3

D.R.= P/V = M/P+M-T = 32/ 200+32-224 = 32/8 = 4,00

A densidade relativa encontrada sugere que a gema em questão seja um coríndon.


8. CLIVAGEM
É a propriedade que alguns minerais possuem de se deixarem separar em
superfícies planas e paralelas quando se aplica uma força adequada. Essas direções
ou planos paralelos, chamam-se planos de clivagem. Um mineral pode possuir um ou
mais planos de clivagem bem como também não apresenta-lo no caso de não haver
tal propriedade.
Os planos de clivagem são constantes para cada espécie mineral e independentes
da forma externa. A maneira de se produzir clivagem, consiste em colocar uma
lamina metálica fina sobre o cristal, paralelamente ao plano de clivagem e dar um
golpe seco.
Dependendo da facilidade com que um cristal pode ser clivado pode-se distinguir
entre uma clivagem muito perfeita ou prominente como nas micas, calcitas e
perfeita como nos feldspatos , topázios; distinta nas fluoritas, indistintas no caso
das granadas, apatitas e inexistentes nos quartzos, turmalinas.

9. FRATURA
É a maneira pela qual o mineral se rompe, quando se aplica um golpe, produzindo
superfícies irregulares. Segundo o tipo da superfície produzida, a fratura pode
ser:
 . Concóide - quando a fratura tem superfícies lisas, curvas, semelhantes à
superfície interna da concha. Ex: vidro, quartzo,etc. .

 Fibrosa ou estilhaçada quando o mineral se rompe mostrando estilhaços ou


fibras. Ex: malaquita, labradorita .
 Desigual ou irregular quando o mineral se rompe formando superfícies
rugosas e irregulares. Ex: berilos, ouro,etc.

10. FIGURAS DE CORROSÃO


Figuras de corrosão são pequenas depressões, que aparecem geralmente nas faces
externas dos minerais decorrentes de ataques químicos naturais ou provocados em
laboratório, cuja forma geométrica reflete o grau de simetria do mineral. As
figuras de corrosão são diferentes para as diversas espécies minerais e seu
conhecimento vem auxiliar o gemólogo na identificação dos minerais.

III- PROPRIEDADES FÍSICAS DEPENDENTES DA LUZ


Propriedades ópticas são aquelas que se manifestam sob a ação da luz. A luz e uma
vibração eletromagnética de determinados comprimentos de onda. O olho humano
percebe comprimentos de ondas que se situam na faixa de 400nm a 700nm
( nanômetro = gr. nanos anão; medida que equivale a um milionésimo do milímetro).

A luz branca ou espectro visível, portanto, e o conjunto de comprimentos de onda


que vão do vermelho ao violeta:
vermelho 700nm - 640nm
Laranja 640nm - 595,5nm
Amarelo 595,5nm -575nm
verde 575nm - 500nm
azul 500nm - 440nm
Violeta 440nm 400nm
Cada comprimento de onda , separadamente, constitui a luz monocromática.
A velocidade da luz no vácuo ou no ar e de 300.000 Km/seg. nos meios
transparentes, com densidade óptica maior, sua velocidade será menor.

Um raio luminoso, ao atingir uma superfície de separação, entre dois meios ópticos
diferentes, sofre: reflexão, refração e absorção.

Há reflexão, quando a, luz atravessa um meio óptico menos denso, por exemplo o
ar, incide, obliquamente, numa superfície de separação com densidade óptica maior,
gema, e retorna ao primeiro.

Na reflexão as leis fundamentais são:


1º O angulo de incidência e igual ao de reflexão.
2º O raio incidente, o raio refletido e a normal óptica estão no mesmo plano.

Quando um raio luminoso deixa um meio menos denso (ar) e entra, obliquamente, em
outro mais denso (gema), ele muda sua trajetória e velocidade. Damos o nome de
Refração a esse comportamento da luz

O grau de refração e constante nos vários tipos de materiais, por isso, usamos essa
propriedade óptica na identificação das gemas. O grau de refração e definida como
a relação proporcional entre a velocidade da luz no ar e velocidade da luz na gema.

Exemplo: Velocidade no ar (v1) 300.000 Km/seg.


Velocidade no diamante (v2) 125.000-Km/seg.

IR= V1/V2= 300.000/125.000 = 2,4

A velocidade da luz no ar e 2,4 vezes maior que a velocidade da luz no diamante.

O índice de refração das gemas e medido com o refratômetro onde os valores


podem ser lidos diretamente numa escala. O aparelho tem seu uso limitado para
índices que vão de 1,40 ate 1,80 e somente em pedras que apresentam alguma face
plana e bem polida.
É possível, ainda, medir o índice de refração através do método de imersão.
Observa-se o comportamento de uma gema imersa num líquido de índice de refração
conhecido, onde são avaliados a claridade, definição e espessura do contorno e das
arestas.
Quando a gema, imersa num líquido apresentar:
 Contorno branco e arestas das facetas escuras, a gema tem índice de
refração mais baixo.
 Contorno preto e arestas das facetas brancas, a gema tem índice de
refração mais alto.
 Contorno incerto, colorido, líquido gema tem o mesmo índice de refração.

Dentre os líquidos de possível utilização, temos:


Tetracloreto de carbono 1,46
Tolueno 1,50
Monoclobenzina 1,526
Dibrometo de etileno 1,54
Monobromobenzina 1,56
Ortotoluedína 1,57
Bromofórmio 1,59
Monoiodobenzina 1,62
Monobromonaftaleno 1,66
Monoiodonaftaleno 1,705
Iodeto de metileno 1,745

A refração e simples quando o raio permanece indivisível no meio que atravessa. A


refração e dupla quando o raio se divide em dois outros e cada um segue direção
diferente.
A refração simples ou dupla está ligada à forma cristalina.
Os minerais transparentes, pertencentes ao sistema cúbico apresentam refração
simples, dizemos que são monorrefringentes.
A refração simples aparece também nos corpos não cristalizados, nas substancias
amorfas como vidros e plásticos.
A dupla refração e uma propriedade que se apresenta nos demais cristais dos
outros seis sistemas de cristalização, dizemos que eles são birrefringentes.

POLARISCÓPIO

As gemas são isótropas quando apresentam as mesmas propriedades ópticas em


todas as direções. Essas gemas são monorrefringentes e não apresentam
pleocroísmo.
As anisótropas são as gemas cujas propriedades ópticas variam conforme a direção
em que são observadas. A propagação da luz numa substancia anisótropa e tal, que
numa direção tem valor mínimo e na outra, perpendicular a ela, tem valor máximo.
Entre esses extremos ocorrem uma série de valores intermediários. Essas gemas
são birrefringentes.
O polariscópio e o instrumento utilizado para identificar a monorrefringência
(isotropia) e a birrefringência (anisotropia) nas gemas.

O polariscópio consiste em duas placas de polaróide montadas de tal forma que uma
pode girar sobre a outra. O polaróide inferior chama-se polarizador e o superior
analisador.
Se a gema colocada entre os polaróides, num giro de 360º,setornar,alternadamente,
clara e escura, em intervalos de 90º, pode-se adiantar que ela exibe
birrefringência.
Se a gema permanecer escura ou clara em todas as posições, significa que se trata
de material monorrefringente. As gemas birrefringentes podem apresentar-se
como monorrefringentes, quando observadas nas direções de eixo óptico.
Portanto ao estudar uma gema deve-se coloca-la em varias posições para confirmar
ou não sua birrefringência.

As gemas birrefringentes coloridas apresentam o fenômeno de pleocroísmo, isto é,


uma diferente capacidade de absorção da luz para cada um dos raios refratados.
Isso significa que um raio de luz branca incidente, dará origem a dois raios
refratados de tonalidades ou, em alguns casos, cores diferentes.
As gemas birrefringentes dos sistemas tetragonais, trigonais e hexagonais são
dicroícas, apresentam dois raios refratados de tonalidades diferentes.
As gemas birrefringentes dos sistemas ortorrômbico, monoclínico e triclínico são
tricóicas, apresentam três raios refratados de tonalidades diferentes.
As gemas monorrefringentes e as substancias amorfas não exibem pleocroísmo. O
dicroscópio e o instrumento usado para detectar o pleocroísmo das gemas
birrefringentes coloridas e está baseado no principio de que os dois ou três raios
de tonalidades diferentes vibram em planos perpendiculares.
Para observar o pleocroísmo, a gema deve ser colocada frente ao orifício
retangular do dicroscópio este deve ser girado lentamente, até aparecerem duas
tonalidades ou cores diferentes. A gema deve ser examinada em mais de duas
direções.
DICROSCÓPIO DE CALCITA

A luz branca, estudada anteriormente, é composta de comprimentos de ondas que


vão do vermelho ao violeta. Quando essa luz branca passa através de uma gema
colorida, certos comprimentos de onda presentes são absorvidos, total ou
parcialmente, outros passam livremente. A mistura dos vários comprimentos de
onda emergente da gema produz a sensação de cor.
Cada espécie gemológica absorve diferentes comprimentos de onda em
intensidades diferentes, de acordo com o teor dos elementos químicos
cromatíferos presentes. A cor na gema e, portanto, a somatória dos comprimentos
de onda que sobraram da absorção seletiva.
Algumas vezes essas cores são bem diferentes umas das outras e outras vezes a
diferença que existe entre elas e tão sutil - que o olho humano não consegue
perceber.
Nesses casos recomenda-se o uso de filtros de cor para revelar os diferentes
constituintes que podem produzir cores semelhantes. Entre os vários tipos de
filtros existentes o mais comum é o filtro de Chelsea.
O uso desse filtro restringe-se a detecção da presença de crômio e cobalto como
elementos cromatíferos das gemas.

FILTRO CHELSEA

Toda gema que apresentar um deles, aparecerá vermelha quando observada através
do filtro Chelsea. Para essa observação e necessário que a pedra esteja o mais
iluminada possível e o filtro, colocado aproximadamente, a trinta centímetros dela,
deve estar bem próximos do olho do observador. As gemas de cores verde, azul e
vermelha são as que mais dados fornecem ao serem observadas com o Chelsea.
No caso da esmeralda, que absorve os comprimentos de onda do amarelo ao verde e
transmite comprimentos ao redor do vermelho, portanto vista através do filtro,
mostra-se vermelha, o que não acontece com as imitações de esmeralda como
turmalinas e alguns vidros verdes, sem crômio, que continuarão verdes.

Nas gemas azuis o Chelsea separa os espinélios sintéticos e o vidros


azuis,pigmentados com cobalto, das safiras, água-marinha, zircão, que ficam com
tonalidades esverdeadas.
Nas gemas vermelhas, uma clara identificação dos rubis, naturais e sintéticos, e a
cor vermelha brilhante característica, sendo nos sintéticos mais brilhantes. Outra
propriedade óptica, muito útil na identificação das gemas, e a luminescência.

Luminescência e a emissão de luz temporária e com determinada coloração


apresentada por certas substancias quando estimuladas por calor, atrito,
eletricidade, radioatividade,luz ou outra forma de energia abaixo do ponto de
incandescência.
Os tipos de luminescência, mais utilizados na pratica gemológica são: fluorescência
e fosforescência.
Fluorescência e a luminescência de cor visível, emitida por certas substancias
enquanto estão sob efeito de uma radiação invisível como a luz ultravioleta. Para
observar a fluorescência dos minerais, costuma-se empregar a luz ultravioleta de
comprimento de onda longo,que corresponde a radiação 365nm e a de comprimento
de onda curto, que corresponde a radiação 253,7nm.

Fosforescência e a luminescência que persiste algum tempo após cessar a radiação.


Embora não seja método decisivo na identificação de gemas, a fluorescência e um
fenômeno interessante e um método auxiliar muitas vezes de grande importância
para o gemólogo.

IV- FENÔMENOS ÓPTICOS DAS GEMAS

Além dos fenômenos normais de reflexão, refração e dupla refração, que ocorrem
quando um raio de luz incide sobre uma gema, outros acontecem devido a interação
luz e imperfeições da gema.
Acatassolamento ou efeito olho de gato,é um fenômeno luminoso que lembra o olho
de um gato 'chatoyance', do Frances - chat=gato e oeil=olho. Resulta da reflexão
da luz sobre as muitas inclusões dispostas paralelamente a uma direção
cristalográfica.
O maior efeito deste fenômeno se consegue quando a pedra e lapidada em forma de
cabochão. Esta propriedade, acatassolamento, e exibida pelo 'olho-de-gato' uma
variedade gemológica do crisoberilo.

Todas as outras gemas que apresentam esse fenômeno devem mencionar o nome da
gema. Exemplo: rubi olho de gato, turmalina olho de gato.

Asterismo. Alguns cristais quando vistos na direção do eixo vertical, mostram


raios de luz como uma estrela. Este fenômeno origina-se de inclusões dispostas,
paralelamente, em várias direções, segundo os eixos cristalográficos.
Exemplo: safira asterica ou estrelada.

Adularescência- A pedra-da-lua, uma variedade de adularia, lapidada em cabochão


apresenta um brilho branco azulado em manchas, que se desloca pela superfície ao
se mover a pedra. A causa desse efeito são a reflexão e a refração da luz na
estrutura lamelar da gema.

Labradorescência. É o jogo de cores, em tons metálicos brilhantes, característico


da labradorita, do grupo do feldspato. Os tons mais comuns são os azuis e o verdes,
sendo mais apreciadas a gemas que possuem o espectro completo. Estas cores são o
resultado do conjunto de reflexão e refração da luz na estrutura lamelar do
mineral.

Aventurinização. É um jogo de cores de reflexos brilhantes de pequenas inclusões


em forma de folhas depositas sobre um fundo opaco. No feldspato aventurina as
inclusões são de hematita ou goethita, no quartzo aventurina são lamelas de cromita
e mica.
Existe no comercio imitações de aventurina, feitas de vidro, onde as inclusões são
plaquetas brilhantes de faces de tetraedas de compostos de cobre.

Opalescencia. A opala comum exibe um aspecto leitoso, azulado, em consequência


de reflexão da luz, sobretudo as de comprimento de onda curta, isto e, azul.

Opalizaçao. É jogo de cores, característico da opala, que varia de acordo com o


angulo em que observa. Esse fenômeno e causado pela reflexão da luz quando esta
incide sobre as minúsculas esferas de cristobalita na massa de sílica gel.
V- INCLUSÕES
Inclusão e um corpo gasoso, líquido ou sólido contido na massa de um mineral. Em
sentido mais amplo, qualquer imperfeição na massa do mineral. Muitas vezes essas
inclusões não são visíveis a vista desarmada e nem com auxilio de lupa gemológica. É
necessário, para tanto, a utilização do microscópio gemológico. As inclusões nos
minerais são frequentes e nos fornecem informações sobre a origem do mineral que
as inclui, chamado hospedeiro.
Quando ocorrem juntas inclusões líquidas e gasosas elas são denominadas inclusões
bifásicas, são frequentes em turmalinas, topázios, berilos, quartzos.
Quando ocorrem juntas inclusões líquidas, gasosas e sólidas elas são denominas
inclusões trifásicas, de grande importância na identificação de esmeraldas
colombianas das de outras procedências.
Fraturas e fissuras, embora não envolvendo presença de substancias estranhas ao
hospedeiro são considerados como inclusões. Muitos tipos de inclusões são tão
característicos, que permite reconhecer uma gema natural de outra sintética, bem
como até mesmo indicar a jazida proveniente. .

INCLUSÕES SÓLIDAS:
1. Agulhas de actinolita
2. Placas ou bastonetes de hornblenda
3. Romboedros de calcita
4. Cubos de sal gema
5. Fibras de amianto
6. Diamantes
7. Crômio diopsidio
8. Cristais prismáticos de turmalina
9. Cubos, pentagonododecaedros e cachos de pirita
10. Enstatita
11. Cristais tabulares de hematita
12. Formações dendríticas de manganês
13. Vidro natural

INCLUSÕES LÍQUIDAS:
14. Cavidade com dois ou mais líquidos imiscíveis
15. Cristais negativos com líquido e frequentemente com bolha de gás.
16 e 17.Inclusões trifásicas: líquido, gás e sólido
18 .”Impressões digitais” líquido nas fissuras do mineral
19. “Asa de inseto” líquido nas fissuras do mineral
20. Agrupamento irregular de capilares, tubos extremamente finos
preenchidos por líquidos, nas turmalinas.

INCLUSÕES RESULTANTES DE CRESCIMENTO


21. Geminação polissintética, em que tomam parte numerosos indivíduos,
que formam numerosas camadas muito finas. Estas formam lamelas que dão
origem a 'estrias', limite entre os diversos indivíduos. Esse aspecto
estriado constitui inclusão
22. Linhas de crescimento
23. Discos preenchidos por líquido, cristais negativos e cristais opacos que
ocorrem em fraturas de cicatrização das safiras do Rio Coxim

VI- GEMAS SINTÉTICAS E IMITAÇÕES

0 termo “sintético” refere-se a todas as substâncias fabricadas pelo homem. No


caso especifico da gemologia e necessário fazer distinção entre os termos
sintético, reconstituição, imitação e falsificação.

Gemas sintéticas são aquelas produzidas pelo homem, em laboratório, que


conservam todas as características físico-químicas de seus correspondentes
naturais. Isto e, possuem a mesma estrutura cristalina, formula química, densidade,
índice de refração, etc. ( idênticas as das encontrados na natureza.)

Gemas reconstituídas são aquelas que se obtém artificialmente, a partir da fusão,


compressão, aglutinação de partículas menores da gema natural. Hoje em dia essa
técnica esta restrita a poucas gemas, e o caso das turquesas reconstituídas.

Gemas de imitação são gemas artificiais que se assemelham as naturais, cuja


estrutura, propriedades e composição química são diferentes. Exemplo, o espinélio
sintético azul claro imitando a Água-marinha.

As gemas de imitação são de baixo valor econômico, que transmitem a falsa


aparência de gemas mais valiosas. Falsificações são imitações fraudulentas.

Materiais de muito baixo valor são apresentados como gema. É o caso de vidro
comum, de garrafa, que lapidado, passa a ser apresentado como gema. Entre os
materiais sintetizados pelo homem encontram-se alguns que não tem equivalentes
naturais, como e o caso da zircônia cúbica, da fabulita e outros que pretendem
imitar o diamante.

São dois os métodos de obtenção de gemas sintéticas: um a partir de substancias


fundidas e outro de substâncias dissolvidas. Nos dois casos trabalha-se com
composições semelhantes as da gema natural.
O método das substancias fundidas tem duas variantes, um e o método de Verneuil
e o outro o processo do "pulling" (puxamento) do método de Czochralski.

No forno de Verneuil utiliza-se, para fundir o material, uma chama de oxigênio. O


material fundido vai sendo gotejado sobre uma base que tem um cristal da
substancia a ser sintetizada.
A variante do "pulling" e aquele em que uma semente do cristal e colocada em
contato com a fusão, em um cadinho, e então é levantado ao mesmo tempo em que e
girado.
O método de cristalização, a partir de uma solução, realiza-se quando os, elementos
necessários para a formação da gema se acham diluídos num solvente que pode ser
natureza diversa.

Assim temos os Métodos: Hidrotermal, onde o solvente e água alcalina "melt-flux",


onde o solvente e um sólido fundido, geralmente molibdato de lítio, alta pressão e
temperatura, onde o solvente á um metal como o ferro, cobalto, níquel ou liga deles,
ao qual se junta pó de grafita ou pó de diamante.
É um processo exclusivo para obtenção de diamante sintético.
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA NESTA APOSTILA

A IDENTIFICAÇÃO DAS GEMAS


ANDERSON, B.W.
AO LIVRO TÉCNICO S/A 1984 R.JANEIRO

MANUEL DE MIRÉRALOGIE DESCRIPTIVE


BÉTEKHTINE,
A. ÉDITIONS MIR 1968 MOSCOU

GEMMOLOGIA
CAVENAGO-BIGNAMI MONETA,
S. EDITORE ULRICO HOEPLI MILANO

MANUAL DE MINERALOGIA
DANA, JAMES D. e HURLBUT JR.,CORNELIUS S.
LIVROS TÉCNICOS E CIENTÍFICOS EDITORA S/A 1976 R.JANEIRO

AS PEDRAS PRECIOSAS
FRANCO, RUI RIBEIRO E SOUZA CAMPOS,J.E.de
AO LIVRO TÉCNICO S/A 1981 R.JANEIRO

GEMAS DO MUNDO SCHUMANN,


WALTER AO LIVRO TÉCNICO S/A
1982 R.JANEIRO
INSTRUMENTOS USADOS EM ANALISE GEMOLÓGICA –
CUIDADOS E MANUSEIO
A identificação de uma gema depende muito do conhecimento do analista com
relação às propriedades físicas diagnósticas que devem ser observadas nas gemas e
também na sua técnica do manuseio de instrumentos analíticos usados na gemologia.
Esses instrumentos vão desde os mais simples como as canetas de dureza até os
mais sofisticados como difratômetro de Raios X. Entre os mais frequentes na
rotina da identificação podemos destacar:
LUPA DE BOLSO É um aparelho que consta de uma ou duas lentes montadas em um
suporte cômodo para seu uso. A Lupa usada em joalheria tem que ser de dez
aumentos (10X) já que se admite que a gema pura é aquela que observada sob essas
condições não apresenta nenhuma imperfeição, especialmente para diamante. Uma
boa lupa não pode ter aberração cromática nem aberração esférica. Para observar
essas características deve-se usar um papel milimetrado que focalizado através da
lupa não mostra, na margem do campo de observação linhas coloridas ou curvaturas
nas linhas paralelas do papel.
Com a lupa pode-se observar um grande número de características de uma gema:
imperfeições de lapidação e polimento, brilho, zonas de cor, presença de fraturas e
inclusões, identificação de "doublets", etc.
Nas gemas de forte birrefringência, observa-se a duplicação das arestas do
pavilhão, quando olhadas através da mesa da pedra, assim se diferencia um
diamante de um Zircão (arestas duplicadas). As Turmalinas e Peridotos também
exibem essa duplicação.
LUPA BINOCULAR São lupas duplas que permitem a visão estereoscópica dos
objetos. Diferenciando-se dos microscópios, pois sua imagem não invertida e pela
sensação de relevo. As lupas binoculares têm maior distância focal que os
microscópios e assim deixam um maior espaço livre entre a platina, que sustenta os
objetos e a lente objetiva, facilitando o manejo dos materiais observados. Seu
maior inconveniente é o de não possuir os aumentos do microscópio, embora
aumentos de 60X a 100X sejam suficientes para os ensaios que se fazem com a lupa
binocular. Por outro lado, o menor custo das lupas binoculares fez com que seu uso
se multiplicasse entre os gemologistas. Existem no mercado algumas lupas
binoculares chamadas de "nemolite", especialmente adaptadas para a observação
gemológica. Elas têm luz do dia, campo escuro, aumentos variáveis em zoom, que as
transformam em um aparelho completo, mas de alto custo.
MICROSCÓPIO É um instrumento se grande utilidade para o gemólogo já que com
ele podemos diferenciar as gemas sintéticas cujas propriedades físicas são iguais
às gemas naturais. Essa diferenciação está fundamentada no estudo das inclusões.
O microscópio tem os seguintes sistemas: mecânico, ótico e de iluminação.
A parte mecânica consta de um tubo metálico onde se acoplam as lentes; de uma
plataforma (platina) aonde se colocam as gemas para serem observadas e de uma
cremalheira de focalização rápida e lenta.
A parte ótica é formada pela ocular ou conjunto de lentes situado perto dos olhos,
pela objetiva ou conjunto de lentes próximas do objeto estudado., pelo condensador
ou lente convergente colocada em baixo da platina. Junto ao condensador fica o
diafragma ou íris que serve para graduar a quantidade de luz que entra no sistema
óptico do microscópio.
A parte de iluminação no caso mais simples é um espelho plano-côncavo, nos modelos
mais sofisticados há uma lâmpada incorporada ao microscópio.
Os microscópios gemológicos, como os petrográficos, possuem polaróides para
poder trabalhar com luz polarizada. Em alguns casos a ocular é duplicada, o que
facilita o trabalho, já que permite o descanso da vista ao se olhar com os dois olhos
de uma só vez. No microscópio, a lente objetiva produz uma imagem ampliada do
objeto, a qual é novamente ampliada pela ocular. O aumento final se obtém
multiplicando a ampliação da objetiva pela ampliação da ocular. Convém lembrar que
toda a observação microscópica de uma gema deve ser feita com o material
submerso em um líquido de índice de refração o mais próximo possível da pedra.
Tanto a lupa binocular como o microscópio são instrumentos gemológicos muito
caros, ao redor de US$1000 a US$1800 respectivamente e, portanto requerem
cuidados especiais de manuseio. Alguns desses cuidados são os de evitar riscos nas
lentes ocular e, principalmente, na objetiva; evitar movimentos bruscos para
focalização; evitar guardar o microscópio em lugares quentes e úmidos, que são
propícios a criação de fungos nas lentes.
REFRATÔMETRO A medida dos índices de refração de uma gema constitui um dos
métodos mais simples e úteis para a sua identificação. Os refratômetros são os
instrumentos gemológicos destinados a medir os índices de refração. Constituem-se
de uma ocular e uma escala numérica. Uma semi-esfera de vidro de chumbo com
índice ao redor de 1,90 serve de base para se colocar a gema estudada. O contato
mais íntimo entre o vidro e a gema é conseguido com auxílio de um líquido 1,81
(iodeto de metileno saturado de enxofre), A quantidade de líquido deve ser a menor
possível, o suficiente para formar uma fina película de contato. O iodeto de
metileno é tóxico e seu manuseio deve ser feito sempre com muito cuidado.
A iluminação do refratômetro deve ser feita com uma luz monocromática.
Recomenda-se, para esse fim, o uso da própria luz do polariscópio. O princípio físico
de funcionamento do refratômetro está baseado na reflexão total da luz. Os raios
de luz que batem na gema com um ângulo superior ao ângulo limite refletem
totalmente e vão iluminar parte da escala numérica do instrumento. A linha que
separa o campo claro da escala do campo escuro indica o valor numérico
correspondente ao índice de refração da gema.
Acompanhando o aparelho existem dois filtros que podem ser colocados na ocular:
um deles é amarelo e serve para eliminar, na escala, o espectro da luz branca. O
outro é um polaróide que se pode usar nas determinações dos materiais
anisotrópicos, que mostram duas sombras na escala. Colocando-se o polaróide nota-
se que uma só das linhas é observada enquanto que a outra desaparece: girando o
polaróide em 90°, as linhas mudam de situação, a que era observada desaparece e a
outra passa a ser vista nitidamente. Assim, os dois índices podem ser lidos
facilmente.
Os principais cuidados que devem ser tomados no uso do refratômetro dizem
respeito ao uso do líquido, que é tóxico, e que pode danificar o aparelho se ficar
muito tempo em contato com o vidro do instrumento. Assim, terminado o uso do
refratômetro, é necessário limpar cuidadosamente, com lençol de papel, o excesso
de líquido ali depositado. Outro cuidado é com o próprio vidro do refratômetro que,
sendo mole, pode ser riscado ao colocarem-se as gemas sobre o mesmo. Riscar esse
vidro significa dificultar a leitura dos próximos índices a ponto de, com o tempo,
impossibilitar o uso do aparelho.
FILTROS DE COR - ESPECTROSCÓPIO DICROSCÓPIO
A cor de uma gema é o resultado da absorção seletiva que este material faz no
feixe de luz incidente. A luz refletida a partir do ponto de incidência é composta
por uma série de comprimentos, menos aqueles que foram absorvidos pela gema.
Cada espécie gemológica absorve diferentes comprimentos de onda em diferentes
intensidades, de acordo com o teor (ppm) do elemento químico cromatífero
presente na amostra. Assim, a cor da gema que chega ao olho do observador, é a
somatória dos comprimentos de onda que sobraram da absorção seletiva.
Algumas vezes essas cores são bem diferentes umas das outras e outras vezes a
diferença que existe entre elas é tão sutil que o olho humano não consegue
perceber. Nesses casos recomenda-se o uso dos filtros de cor e do espectroscópio
para revelar os diferentes constituintes que podem produzir cores semelhantes.

FILTROS DE COR (CHELSEA)


Entre os vários tipos de filtros existentes o mais comum é o filtro de Chelsea. O
uso desse filtro restringe-se à detecção de crômio e cobalto como pigmento das
gemas.
Toda a gema que os apresentar aparecerá vermelha quando observada através do
filtro Chelsea. Para observação é necessário que a pedra esteja o mais iluminada
possível e o filtro, colocado a 25 cm da pedra, deve estar bem próximo à vista do
observador. As pedras de cores são as que mais dados fornecem ao serem
observadas com o Chelsea. No caso da esmeralda, que absorve os comprimentos de
onda do amarelo ao verde e transmite comprimentos ao redor do vermelho, e assim,
quando essa gema é olhada através do Chelsea sua cor fica vermelha. O mesmo não
acontecerá com as imitações da esmeralda como turmalinas e vidros verdes, as
quais continuarão verdes. Nas pedras azuis o Chelsea separa os espinélios sintéticos
e os vidros azuis, tingidos com cobalto, das safiras, águas-marinhas, zircão, que
ficam com tonalidades esverdeadas.
1.- Para ajuda na distinção de esmeraldas
O filtro de cores Chelsea, também conhecido como Filtro de Esmeraldas, foi
originalmente desenhado para distinção de esmeraldas puras das imitações ou
simulações.
As esmeraldas transmitem uma profunda luz vermelha e absorvem luz na área
amarelo-esverdeada.
O filtro Chelsea é a equivalência das duas cores filtradas que tem sido
cuidadosamente selecionada para transmitir apenas a luz vermelha intensa e a luz
amarelo-esverdeada.
Quando as pedras verdes são fortemente iluminadas e olhadas através do filtro, a
maioria das esmeraldas aparecem distintamente rosa amareladas para vermelho.
(dependendo da profundidade da cor da pedra).
Entretanto, imitações de esmeraldas, tais como:
vidro verde, esmeraldas soudé, green garnettopped doublets e a maioria das
turmalinas verdes, aparecem como verde escuro quando iluminadas.
A aparência de uma esmeralda rosa/ vermelha quando vista através do filtro é
devido ao seu elemento colorido - o cromo, que está ausente de todas as pedras
parecidas com esmeraldas. As principais exceções sendo demantoide gamet e
algumas turmalinas verdes cromadas, que podem aparecer rosas através do filtro.
E também a ser observado que algumas esmeraldas puras, particularmente as
originárias da África do Sul, podem falhar a exibir rosa através do filtro por que
sua característica de cor cromada é inibida pela presença de óxidos de ferro.
Quando as esmeraldas sintéticas apareceram no mercado, o filtro Chelsea ficou
menos eficaz como teste das esmeraldas naturais por que as pedras sintéticas
também continham cromo e apareciam vermelhas através do filtro.
Entretanto um olho treinado observará que estas pedras sintéticas apresentarão
um vermelho muito mais forte através do filtro que as pedras naturais pelo seu
excesso de cromo.
Somando-se às esmeraldas há outras gemas, como rubi e espinélio vermelho, que
devem sua cor ao cromo e também aparecem vermelhos através do filtro (as
sintéticas dessas gemas comumente apresentam um vermelho mais brilhante que as
gemas naturais ).
II.- Para detectar gemas sintéticas coloridas por cobalto.
O filtro Chelsea também pode ser usado para detectar gemas sintéticas coloridas
por cobalto porque estas também aparecem rosa através do filtro.
(Fora um raro espinélio natural azul e um muito raro cobalto-caleita, nenhuma pedra
natural contém cobalto).
Como detector de cobalto nas pedras sintéticas, o filtro Chelsea pode distinguir
água-marinha, safira e zircônia azul do espinélio azul sintético vidro de cobalto azul
e quartzo sintético de cobalto azul. ( que aparecem rosa ).
Os espinélios sintéticos verdes escuros (também coloridos por cobalto) aparecem
rosa através do filtro, o que os diferenciam da maioria das turmalinas verdes.
USANDO O FILTRO CHELSEA
l.- Selecione uma forte luz branca ( preferencialmente uma lâmpada de filamentos).
2.- Posicione a pedra abaixo da luz.
Atenção: As pedras nunca devem ficar mais que um minuto, já que algumas podem
danificar pelo calor do foco proveniente da lançada de alta intensidade.
3.- Segure o filtro perto do olho e inspecione a gema pelos sinais de cor rosa ou
vermelha, enquanto observa a intensidade da cor

Em origem este filtro servia como auxiliar na distinção entre esmeraldas naturais e
suas imitações. Posteriormente encontram-se outras aplicações para ele. O filtro é
projetado com a finalidade de transmitir somente a cor vermelha viva e a cor
amarelo-verde da luz. Os melhores resultados são obtidos sob forte luz.

A- Gemas de cor verde - as esmeraldas aparecem vermelhas ou róseas de acordo


com a intensidade da cor da pedra (mais ou menos verde) a maior parte das
imitações continuam verdes mas, em raros casos, certas esmeraldas (notadamente
as da África do Sul) não dão reação rosa - as esmeraldas Sintéticas reagem como
as naturais, embora o vermelho seja mais brilhante - geralmente os Espinélios
sintéticos verdes ficam verdes, embora alguns, provavelmente devido a presença de
cromo, fiquem vermelhos - as turmalinas verdes e a Jadeíta continuam verdes - a
Granada Demantóide e o Zircão verde apresentam uma cor rosa

B- Gemas de cor azul - As Safiras, Águas-marinhas, e o Zircão azul apresentam uma


cor verde sujo. (A Safira do Sri Lanka, que contém cromo dá uma cor vermelha)
Espinélios azuis sintéticos (que imitam Água-marinha) aparecem cor de laranja
amarelada ou rosa, ao passo que as Águas-Marinhas seriam verdes ou cinza
esverdeada - as imitações de Safira, feitas com vidro ao cobalto, mostram-se
vermelho-vivas, embora algumas outras imitações, coloridas pelo ferro, não
apresentem reação vermelha alguma. Os vidros verdes reagem verde mesmo

C- Gemas de cor Vermelha - uma clara indicação dos Rubis, naturais e sintéticos, é
uma cor vermelha brilhante característica. Sendo os sintéticos, vista de regra, mais
brilhante.
ESPECTROSCÓPIO
Quando um feixe de luz branca passa através de um prisma de vidro, ele se
decompõe nas cores fundamentais, formando um espectro. Se a luz passou antes
através de uma gema colorida, se produzirá a absorção de certos comprimentos de
onda, e, por consequência aparecerão linhas escuras ou zonas de sombra nos
espectros luminosos. Baseando-se nessa propriedade física é que foram construídos
os espectroscópios de absorção, que permitem a identificação direta da gema, ou
então fornecem importantes dados, que somados aos de outros métodos,
reconhecem completamente a gema estudada.
Em alguns casos, o espectroscópio é indispensável, como por exemplo, na distinção
entre os diamantes amarelos e castanhos tratados com radiações atômicas e os
incolores naturais; nas safiras azuis naturais e sintéticas. O espectroscópio consta
de um tubo metálico com uma janela, com abertura regulável, na parte dianteira;
três prismas no seu interior; e no outro extremo uma lente ocular que gradua a
focalização do instrumento. Nos modelos de bolso o espectro das cores não está
graduado com os comprimentos de onda respectivos. A gema estudada deve ser
iluminada com luz branca de grande intensidade (250 w).
Não se recomenda usar a luz solar por causa das linhas de Fraunhofer que aparecem
no seu espectro. Antes do exame da pedra, é necessário focalizar o instrumento, o
que se consegue facilmente, orientando-se o espectroscópio para uma luz
fluorescente e movendo a ocular até que as raias do espectro apareçam nítidas.

Em seguida, estuda-se a pedra com a maior intensidade de luz possível, olhando-se


pela ocular até observar um espectro nítido com suas bandas de absorção verticais.
As posições dessas absorções devem ser cuidadosamente anotadas e esse resultado
deve ser comparado com os espectros de absorção existentes na literatura
gemológica.
DICROSCÓPÍO
Outro aspecto que deve ser levado em consideração quando se estuda a cor das
gemas, é que muitas gemas são anisotrópicas. Isso significa dizer que sua cor não é
a mesma quando observada em diferentes direções. As vezes essa é vista
facilmente sem instrumentos especiais, caso da Turmalina. Entretanto, para a
maioria das gemas coloridas anisotrópicas, é necessário o uso do dicroscópio. O
dicroscópio é um pequeno tubo metálico com uma abertura quadrada em um extremo
e uma lente no outro. Em seu interior está um romboedro de espato de Islândia de
tamanho suficiente para separar completamente as duas imagens produzidas pela
birrefringência.

Quando uma gema com dicroísmo é observada através do dicroscópio uma das
imagens da janela fica com uma determinada cor e a outra imagem com cor
diferente. Algumas gemas dicróicas apresentam as seguintes cores:

Recomenda-se usar a luz do dia para iluminar a pedra que está sendo observada no
dicroscópio.
Recomenda-se, também, que a observação seja feita em várias posições diferentes
da gema, uma vez que na direção do eixo óptico não há dicroísmo.

Rubi Sintético Vermelho e vermelho alaranjado


Turmalina Verde Verde Oliva e Verde fraco
Safira Azul Azul e Azul fraco
Esmeralda Verde e Verde Amarelado
A MARCHA ANALÍTICA

A marcha analítica é o roteiro de operações que devem ser realizadas com o


objetivo de total identificação de uma pedra. Este caminho varia segundo a pedra
estudada e também pode variar de observador para observador, no sentido de se
adaptar o caminho geral para os interesses particulares de cada pessoa. Para todos
os casos parte-se do princípio de que não se pode realizar a identificação com
dados obtidos em um só aparelho, mas sim, reunir a maior série possível de
observações características e números que permitam ao finai um resultado
categórico. Em alguns casos simples, com o uso de dois ou três instrumentos, pode-
se ter a certeza de um diagnóstico; em outros mais complicados precisa-se
acumular os resultados de quase todos os instrumentos que, hoje em dia são
colocados à disposição dos gemólogos. As marchas analíticas das pedras não
transparentes e transparentes serão tratadas separadamente. As técnicas
recomendadas são usadas em pedras não cravadas.

GEMAS NÃO TRANSPARENTES


Para as pedras não transparentes a lupa 10X e a balança hidrostática são os
instrumentos de identificação mais importantes. Na observação com a lupa_
aprecia-se a cor, lapidação, resplendor (jogo de cores, asterismo, efeito aventurino,
etc), estado de conservação, textura e estrutura, brilho, etc.
O resultado destas informações já dará uma orientação clara sobre a identificação
do material. Em seguida, usa-se a balança hidrostática para a determinação da
densidade relativa., com o que na maioria dos casos, é suficiente para identificação.
Em alguns casos pode ocorrer a necessidade de outros instrumentos, como por
exemplo, a luz ultravioleta para diferenciar a fluorescência dos materiais; ou a lupa
binocular que deve ser usada com luz refletida.
Na binocular pode-se observar bolhas em imitações de vidro, inclusões fibrosas em
pedras com asterismo ou com fenômeno semelhante ao olho-de-gato, placas de mica
na aventurina verdadeira, tetraedros de cobre na aventurina sintética, manchas de
corantes acumuladas em pedras tingidas. Resumidamente, podemos mostrar o
seguinte fluxograma:
LUZ ULTRAVIOLETA
LUPA 10X BALANÇA HIDROSTÁTICA

LUPA BONOCULAR

os métodos precedidos do sinal ">" são necessários, os métodos colocados na chave


podem ou não serem usados, dependendo de cada caso.
GEMAS TRANSPARENTES Existem três instrumentos que devem ser usados
sempre: a lupa 10X, o polariscópio e o refratômetro. Na Lupa 10X deve-se observar:
cor, lapidação e polimento, estado de conservação, zoneamento, brilho, duplicação
das arestas das facetas do pavilhão, inclusões, fissuras, planos de clivagem, pedras
coladas ("doublets”), etc. No caso específico do diamante usa-se a lupa 10X para a
classificação do diamante. No Polariscópio observa-se a natureza óptica da pedra,
para tanto a pedra estudada deve ser girada ao redor de si mesma em 360 graus.
Neste giro podem ocorrer os seguintes casos: posições de iluminação e extinção de
90 em 90 graus (gema anisotropa); extinção ou iluminação em toda volta (gema
isótropa). Também se pode ver, em alguns casos, a existência de birrefringência
anômala, frequente em espinélios sintéticos e algumas granadas.
Nas pedras em que a mesa é talhada perpendicularmente ao eixo ótico, pode-se ver
cores de interferência. Neste mesmo instrumento podemos deixar a vibração do
analisados paralela ao do polarizador e, nestas condições, ao girar as pedras
coloridas, nota-se a existência ou não do pleocroísmo.
No Refratômetro mede-se o valor do índice de refração. Se for medido um só valor
em várias determinações, trata-se de uma pedra isótropa. Se foram medidos vários
valores, tomam-se os extremos e daí podemos saber se a gema é uniaxial (um dos
valores é constante) ou é biaxial (sem valor constante). Mede-se, também, a
birrefringência ou seja, a diferença entre os valores extremos.
A determinação da birrefringência pode ser muito útil na diferenciação entre
gemas como
Turmalina amarela: (1,638 1,620 = 0,018) e
Topázio amarelo (1,637 1,629 = 0,008).
Pode acontecer que os índices de refração sejam maiores que 1,81 e não são
determináveis nos refratômetros comuns, isso acontece com zircão, diamante,
rutilo sintético, YAG, titanita, algumas granadas, etc.
A impossibilidade de determinação do índice por si só já é uma indicação de tratar-
se de uma dessas gemas e que teremos de adicionar outra técnica (densidade
relativa, espectroscópio) para a completa identificação.
O uso da Balança Hidrostática para a identificação das gemas transparentes tem
dois aspectos muito importantes: o primeiro é que a determinação do valor da
densidade relativa é uma maneira de confirmar o diagnóstico já conseguido pelo
refratômetro (gemas com índice menor que 1,81); o segundo aspecto é o de obter
um valor numérico para as gemas com índices maiores que 1,81. A continuidade do
uso da balança hidrostática faz com que as determinações, que no início são
demoradas, se tornem extremamente rápidas e dignas de confiança.
Nesse momento, a balança passa a ser uma ferramenta de grande utilidade na
identificação de gemas. O Espectroscópio é um instrumento óptico que pode trazer
muita informação na hora da identificação e, assim, seu uso é aconselhável em toda
determinação. Existem casos em que sua participação é indispensável, como por
exemplo, na identificação de granadas do grupo da almandina, piropo e espessartita;
na distinção entre esmeraldas e berilos verdes; e para a identificação de diamantes
irradiados. A Luz Ultravioleta é usada para indicar, através da intensidade da
fluorescência, se os córindos e os espinélios são naturais (fluorescência fraca) ou
se são sintéticos (fluorescência forte).
O uso da Lupa Binocular é útil e, para o estudo de inclusões é imprescindível, sobre
tudo quando se trata de diferenciar materiais naturais de sintéticos. Para todos
aqueles casos que, depois de identificar a gema, percebemos que existe sintético, é
necessário usarmos a binocular para tratar, por meio de inclusões ou do
zoneamento, a perfeita caracterização de sua origem natural ou sintética.
A binocular serve também para observar com mais facilidade as arestas duplicadas
das gemas que têm birrefringência. Em alguns casos pode-se distinguir gemas que
sofreram tingimento ou tratamento térmico, já que elas mostram zonas de
coloração características, igualmente distinguem-se as modernas operações de se
destruir impurezas no diamante com o auxílio de raios laser. Nesse caso os canais
deixados pelo caminho do laser até a inclusão podem ser observados na binocular.

Existem também outros métodos que podem ser realizados durante uma marcha
analítica: alguns simples e fáceis de realizar, como a prova da atração magnética em
algumas imitações de hematita, o toque com uma ponta quente para determinar
colas e plásticos. Porém, outros são mais complicados e específicos como o
endoscópio, a transparência, a luminescência aos raios X, durarão de raios X, etc.
Da mesma forma que estabelecemos um fluxograma para gemas opacas, podemos
ter um esquema para as transparentes e o critério de prioridade nos métodos é o
mesmo das gemas opacas.

Estereocópio
Lupa binocular
LUPA 10X POLARISCÓPIO REFRATÔMETRO BALANÇA
HIDROSTÁTICA Filtro Chelsea
LuzUltravioleta
Dcroscópio
ESCOLHA DO INSTRUMENTO GEMOLÓGICO ADEQUADO
COR DE PEDRA BRUTA LAPIDADA MONTADA
Pontas de dureza Pontas de dureza
OPACA Líquidos pesados e balança hidrostática
Lampada Ultravioleta
Líquidos pesados e balança hidrostática
Refratômetro
TRANSPARENTE Pontas de dureza Pontas de dureza
INCOLOR Polariscópio, Microscópio *, Ultravioleta *
Diamante Diamante-Caneta de tinta aderente
Ponta térmica Diamante-Ponta térmica

TRANSPARENTE Como indicado acima, nas transparentes incolores e mais:


COM COR Dicroscópio e Filtros *
* Mais utilizados para distinguir naturais de sintéticas
BIRREFRINGÊNCIA OU DUPLA REFRAÇÃO
Instrumento: POLARISCÓPIO
O Polariscópio separa as substâncias birrefringentes das monorrefringentes ou
isotrópicas. Aquelas mostram, entre os dois polarizadores do equipamento, um
efeito de abrir e fechar a luz a cada 90° de giro. Deve-se girar a pedra em várias
posições, pois em algumas direções do eixo este efeito não é percebido.
As principais substâncias não birrefringentes são: o vidro, os plásticos, as gemas
criptocristalinas como a Ágata, o Jade, as gemas amorfas tal como a Opala e o
Âmbar, a Obsídiana (rocha) e as Tectitas, a as isotrópicas do sistema cúbico tal
como o Diamante, o Espinélio, a Fluorita.
Refração dupla anômala: As Granadas, o Espinélio sintético, a Opala e às vezes o
vidro podem parecer birrefringentes. O teste para distingui-los ao poraliscópio é
deixar a pedra parada na posição na qual apresenta maior brilho a abrir o analisador
(polarizante superior) ao máximo.
Se, durante esta operação o brilho da pedra continuar igual ou diminuir trata-se de
birrefringência mesmo. Se aumentar, trata-se de refração dupla anômala. Cuidado
com as granadas. Confirmar sempre pelo dicroscópio.

FIGURAS DE INTERFERÊNCIA
Uma esfera (esfera de Moore, semiesfera ou cabochão) é uma lente natural.
Também com uma lente 10X utilizada como "projetor" é fácil ver as figuras de
interferência na direção do eixo ótico dos minerais naturais birrefringentes:
uniaxiais e biaxiais.
Minerais uniaxiais: Um só eixo, uma só figura: Quartzo, Berilo, Turmalina, Córindon,
Zircão, etc. Minerais biaxiais: Dois eixos, duas figuras: Topázio, Espodumênio,
Crisoberilo, etc.
CONSELHOS PARA IDENTIFICAR UMA GEMA LAPIDADA
Na identificação de gemas, alguns pequenos cuidados são fundamentais para a
obtenção de uma conclusão correta.:

1) Limpar a gema com cuidado, usando um paninho que não solte pelos ou fibras;
2) Usar uma pinça para segurar a gema;
3) Quando usar o Polariscópio, colocar a gema em diferentes posições para
determinar com precisão a Anisotropia ou Isotropia da mesma;
4) Quando do uso do Refratômetro, os cuidados devem ser ainda maiores:
a) Limpar novamente a gema;
b) Colocar uma gota bem pequena do líquido. O líquido é usado APENAS para
expulsar o ar que fica entre a gema e o instrumento;
c) Ao colocar a gema na janela do Refratômetro, MUITO CUIDADO para não riscar
o vidro (muito sensível) do instrumento. Para evitar problemas sérios, NUNCA
arrastar a gema sobre o vidro do Refratômetro.
GEMAS SILICÁTICAS: BERILOS (Agua-Marinha)

Introdução - Cristalografia - Propriedades Físicas - Propriedades Químicas.-


Aspectos diagnósticos - Origem -- Peqmatitos - Águas-Marinhas e suas
características.
INTRODUÇÃO
O termo Berilo é usado para um grupo de minerais com muitas variedades gemo
lógicas; a Esmeralda é entre elas, a mais valiosa.
Os Berilos são silicatos com estrutura dos ciclossilicatos, ou seja, os tetraedros
formados por silício oxigênio que se ligam, seis a seis, em aneis cíclicos num radical
(Si6018). Os Silícios dos centros dos tetraedros ocupam as posições de vertices de
um hexágono regular perfeito.
Essa distribuição determina a cristalização dos Berilos no sistema hexagonal.
Entre as variedades gemológicas dos Berilos tem-se:

Esmeralda : verde grama


Berilo: verde
Aqua-Marinha: azul
Morganita: rosa
Heliodoro: amarelo
Berilo Dourado: amarelo-ouro
Bixbita: vermelho-salmão
Goshenita: incolor

CRISTALOGRAFIA
Os cristais de Berilo pertencem ao sistema hexagonal, de hábito prismático,
podendo alcançar grandes dimensões. Suas formas são simples, constituídas de um
prisma de seis faces, alongado, cuja base superior e uma superfície plana; a base
inferior esta implantada na rocha que lhe serve de base. Frequentemente estriado
e entalhado verticalmente, com sinais de corrosão nas faces.

PROPRIEDADES FTSICAS
A dureza do Berilo oscila, de acordo com variedade, entre 7 1/2 a 7 ¾, alcança oito
(8) na variedade rosa. A densidade relativa varia entre 2,60 a 2,91, os valores mais
altos são,em geral apresentados pelos de coloração rosa. O brilho e vítreo a
transparência e variável, de opaco a transparente nas variedades usadas como
gema. O Berilo é birrefringente e o índice de refração tem pequenas variações de
acordo com a coloração.

PROPRIEDADES QUÍMICAS.
O berilo e um Silicato de Alumínio e Berílio (Be3 Al Si6 O18) ,contendo pequenas
quantidades de outras substancias como Oxido de cromo, de Ferro,de Magnésio, de
Cálcio, de Lítio e traços de Fluor e Titânio. É insolúvel aos ácidos.

ASPECTOS DIAGNÓSTICOS
É reconhecido pela sua forma cristalina hexagonal e pela coloração. Distingue-se da
Apatite pela sua dureza maior. Dos minerais quartzo e Topázio distingue por suas
propriedades I.R. e D.R. e também pela ausência de clivagem.
ORIGEM
O Berilo é um mineral acessório comum de pegmatitos que são fontes naturais de
pedras preciosas. Deles provem, entre outras, a Esmeralda, a Agua-Marinha, as
Turmalinas de diversas cores, quartzo, Topázios, Crisoberilos, Espodumênios, etc.

PEGMATITOS
São rochas ígneas de granulação extremamente grossa, relacionadas geneticamente
a grandes massas Plutônicas. Os granitos, mais do que qualquer outra rocha,
possuem, pegmatitos genéticamente associados a eles; logo quando se menciona
Pegmatito sem outra referencia, podemos considera-lo como Pegmatito Granítico.

Os minerais da maior parte dos Pegmatitos são, portanto, os minerais encontrados


no Granito: Quartzo, Feldspatos e Micas, mas de grandes dimensões, com vários
outros minerais acessórios. Aceita-se que os diques de Pegmaticos estão
diretamente relacionados com a cristalização de massas maiores de rocha plutônica
associadas. O processo de cristalização produz uma concentração dos constituintes
voláteis, na porção liquida, remanescente do magma. A presença destes voláteis
(água, Boro, Flúor, Cloro e FÓSFORO) diminui a viscosidade e facilita a
cristalização. Deve ser ressaltado que esse produto final da consolidação enrique-
se de elementos raros, que originariamente estava distribuído por todo
magma.Quando este liquido residual se injeta nas rochas circunvizinhas mais frias,
ela cristaliza-se com a formação de grandes cristais entre os quais os de interesse
Gemológico.

Podemos classificar os Pegmatitos em dois grupos:


PEGMÁTITOS SIMPLES: são os constituídos por Quartzos, Feldspatos e Micas.
PEGMATITOS COMPLEXOS: contêm além dos minerais acima, minerais raros, co
mo Lepidolita, Espodumênio, Turmalina, Topázio, Cassiterita , Berilo, Zircão,
Coríndon, Crisoberilo.
Os Pegmatitos podem diferir inteiramente de região para região, com variação de
constituintes raros. As diferenças entre eles residem não só na sua morfologia, mas
também quanto à rocha que os contam, dimensões e constituição mineralógica.
Se, para alguns pegmatitosos minerais raros principais são a Turmalina, a Lepidolita
e a Brasilianita, em outros estes minerais pedem faltar completamente.
Exemplificando:
Bahia, Carnaíba; associados à Esmeralda, temos: Quartzo, Feldspatos, Alexandrita e
Molibdenita.
Ceará: associados à Esmeralda ocorrem Quartzo, Feldspatos, Apatita, Berílo, e
Anfibólios. .
Goiás: a Esmeralda esta associada à Clorita e Anfibólios.

AGUA-MAR1NHA E SUAS CARACTERÍSTICAS

Nome: devido à sua coloração azul esverdeada semelhante a agua dos mares.
Encontram-se, porém, muitas gemas absolutamente azuis, que lembram mais o
azul/ceu.
Coloração: á devida à presença de oxido de Ferro; a coloração á distribui dá
homogêneamente.
Principais jazidas:
- no Brasil, em Minas Gerais;
na URSS, nos Montes Urais;
em Madagasca, Depósitos menos. importantes são encontrados na índia, EUA e
Austrália.
Cristais: Os cristais de Água-Marinha são frequentemente de boas dimensões e não
são raros exemplares de 2 a 3cm de comprimento e largura, puros e de boa cor.
Cristais colossais são encontrados pesando alguns quilos, com boa coloração e
transparência. Como exemplo, temos duas Águas-Marinhas encontradas no Brasil em
1910 e 1956 respectivamente com 119,5 Kg e 61 Kg, de qualidade gemológica.

Apresentam-se sempre na forma de prismas hexagonais bem formada, de coloração


variada: de azul/céu de diversas tonalidades passa ao azul-verde. As gemas
brasileiras são as mais intensamente coloridas de azul, esta é uma característica
que a distingue das gemas de outras procedências.
Observação. A tendência da Água-Marinha passar do azul ao verde á
frequentemente forte para sabermos se trata-se ou não de uma Água-marinha ou
de uma Esmeralda. Se lembrarmos a diferença da natureza química dos pigmentos
corantes, tal fato pode parecer absurdo. Mas deve ser lembrado que a Esmeralda
colombiana revela a presença de óxido de ferro, ao lado do oxido de crômio.
Inclusões: O exame do aspecto interno pouco revela; as gemas são geralmente
desprovidas de defeitos e não se notam inclusões e fissuras como as da Esmeralda,
salvo pequenas inclusões:
SÓLIDAS: Micas, como Blotita e Flogopita, cristais aciculares de Rutilo, de Birita,
tubos de Quartzos, Apatita.

IMPRESSÕES DIGITAIS: Constituídas de minúsculas inclusões líquidas díspostas


como uma impressão digital, notadamente na Agua-Marinha brasileira.
INCLUSÕES LÍQUIDO-GASOSAS: são raras.
PROPRIEDADES FÍSICAS: variam levemente, de acordo com a procedência da
gema:
DENSIDADE RELATIVA: mais alto do que o dá Esmeralda; variando de 2,68 a 2,75:
siberiana: 2,68 a 2,75
sul-africana: 2,69 .
madagascar: 2,71 a 2,74 .
brasileira: 2,70 a 2,75
INDICE DE REFRAÇÃO: 1,577 - 1,533
DUREZA: 7,1 a 7,341
PLEOCROÍSMO: é pouco sensível nas variedades claras e muito distinta nas
intensamente coloridas.
.gemas azuis: azul claro, quase incolor, para azul intenso.
.gemas com tendência ao verde: azulado para esverdeado.

CONFUSOES POSSÍVEIS: a Água-Marinha pode confundir-se principalmente com


Zircão azul: óxido duplo de zircônia e silício;
Coríndon azul claro: Oxido de Alumínio;
Topázio azul: Ortossillcato de Flúor e Aludnio;
Diamante azul claro: Carbono
Turmalina azul (Indicolita)
Fluorita azul: Fluoreto de Cálcio
Euclásio azul: Silicato de Berilo e Alumínio
Vidros azuis
Sinteticos
GEMAS SILICÁTICAS: ESMERALDAS

Introdução - Sistema Cristalino e Habito - Propriedades Físicas Filtro Chelsea


Luminescência Inclusões imitações - Jazimentos.

INTRODUÇÃO A Esmeralda e a mais valiosa variedade do Berilo. Conhecida já no


antigo Egito, foi, entretanto, só depois do descobrimento das Américas que
chegaram na Europa os mais belos exemplares. O nome Esmeralda deriva-se do
grego "smaragdos", que significa "pedra ver de". Na Esmeralda, o elemento químico
que confere a cor verde e o Crômio. Entretanto, pode-se encontrar certas
Esmeraldas brasileiras em que, alem do Crômio, aparece também o Vanádio; e em
outros poucos casos, o Ferro.
SISTEMA CRISTALINO E HABITO
A Esmeralda cristaliza-se, como as demais variedades do Berilo, no sistema
cristalino hexagonal. Apresenta-se, no estado bruto, como prismas hexagonais
terminados por pinacoides basais.
Entre as faces de prisma e pinacóide pode-se observar,em alguns casos, faces de
bipirâmide. Um tipo interessante de Esmeralda e a "Trapiche". Descoberta na
Colômbia' em 1926, a "Esmeralda Trapiche" é constituída por uma mistura, no
mesmo cristal, de Esmeralda e Berilo esbranquiçado, Há casos em que essa
associação ocorre entre Esmeralda e Mica preta (Biotita)
PROPRIEDADES FÍSICAS
A propriedades físicas das Esmeraldas variam ligeiramente conforme o lo cal de
origem da gema. Na Tabela 1 são apresentados os valores de Índice de refração,
birrefringência e densidade relativa de Esmeraldas naturais de varias localidades e
de algumas Esmeraldas sintéticas,
TABELA - 1

Os valores mais frequentes das propriedades: Índice de refração, birrefringência e


densidade relativa, encontrados nas Esmeraldas naturais e sintéticas são,
respectivamente:
(1.577-1.5831/ 1.560-1.563), ( 0,006/0,003) e ( 2,70/2,65)
Nas Esmeraldas da África do Sul (Transvaal) as principais inclusões são: lâminas de
Mica verde de forma irregular e bordos arredondados; cristais lamelares de
Molibdenita, com brilho negro-acinzentado; cristais de Quartzo e Actinolita. A
Esmeralda indiana tem como inclusões características: a inclusão bifásica de forma
retangular.
Láminas de Mica paralelas ao pinacóide basal.
Na Esmeralda russa (Urais) encontram-se cristais de Actinolita na forma de
caniço de bambu, e raras inclusões trifásicas.
A Esmeralda da Áustria (Habachtal) tem inclusões de: Mica com bordas
irragulares, e Actinolita de forma acicular.
Nas Esmeraldas do Egito (Etbai) observam-se: inclusões bifásicas de peque no
tamanho que lembram um pouco aquelas que ocorrem nas Água-marinha.
As Esmeraldas sintéticas podem ser obtidas por três diferentes processos:
a. dissolução (hidrotermal)
b. fusão (melt-flux)
c. recobrimento (semissintético),
Entre as Esmeraldas sintáticas mais conhecidas temos: a Chatham (São Francisco,
Califórnia) fabricada por fusão; a: Gilson (Pas de Caiais, França 7 por fusão;
Zerfass (idar Oberstein, Alemanha) por fusão; Linde Air Products (USA) produto
hidrotermal; Lennix (Mr. Lens, Marselha - França ) por fusão; Inamori (Kyocera,
Japão) por fusão; Esmeralda russa (URSS) pro duto hidrotermal; C.S.I.R.O.
(Austrália) produto hidrotermal. Os materiais produzidos pela Casa Lechleitner
(Áustria) são híbridos (Esmeralda recoberta) com um núcleo natural e um camada
externa sintética Desses produtos um e a "Emerita" constituída de uma gema já
facetada de Água-Marinha, ou então, Berilo de baixa qualidade sobre a qual
deposita-se, por via hidrotermal, uma camada de Esmeralda artificial.
Quando a "Emerita" e colocada em um líquido com índice de refração ao redor de
1,56 (beuzilbenzoato) o revestimento e facilmente reconhecido. Outro tipo de semi-
síntese e a "Symerald", uma espécie de estratos alternados de Esmeralda sintética
e Esmeralda natural.
Essa gema e talhada com a mesma paralela aos estratos, de modo que, a alternância
desses vários estratos não seja visível do alto, quando a pera está montada,
A identificação das Esmeraldas sintéticas e feita com base nas suas inclusões.
As Esmeraldas sintéticas obtidas pelo processo de fusão (melt-flux) apresentam
um "véu" chamado de "pluma" com aspecto de bandeira de varias formas e
tamanhos. Em algumas Esmeraldas Gilson,observa-se uma serie de inclusões
retangulares de duas fases, semelhante aquelas da Esmeralda indiana. As inclusões
são sempre mais fáceis de serem estudadas quando se tem o auxílio de um bom
microscópio (50 a 60X).
Nas Esmeraldas Zerfass a "pluma", observada segundo a direção do eixo óptico da
gema, aparece com o contorno grosseiramente hexagonal, As Esmeraldas obtidas
pelo processo de fusão podem apresentar cristais de Fenacita, formados por
segregação do "líquido mãe". As inclusões características das Esmeraldas sintéticas
hidrotermais são tais de Fenacita, "plumas" e inclusões bifásicas com a forma de um
cone 4 longo e em cuja base estão um ou vários cristais de Fenacita. O aspecto
dessas inclusões bifásicas e o de um "prego". Outro tipo de Inclusão bifásica, que
costuma aparecer na síntese hidrotermal, tem a forma de tubo semelhante àquelas
da Água-Marinha.

IMITAÇÔES
O vidro verde é um dos produtos mais usados na imitação da Esmeralda.Suas
constantes físicas de índice de refração e densidade relativa são, respectivamente,
1,60 a 1,66 e 3,40 a 4,00. Existe, também, o vidro da própria Esmeralda com índice
1,5l5 e D.R. de 2,49.
Todos esses vidros exibem as tradicionais bolhas esféricas que logo denunciam a
sua natureza. As pedras duplas e triplas também podem imitar a Esmeralda. A
pedra dupla consiste na colagem de duas substancias diferentes, uma formando a
coroa da pedra e outra o pavilhão. As duas partes são coladas na altura da cintura.
A pedra dupla mais comum na imitação da Esmeralda é aquela em que a coroa é
Granada e o pavilhão é vidro verde. O reconhecimento desta imitação é feito pela
observação das inclusões aciculares da granada e pelas bolhas de ar que se dispões
no plano de colagem

FILTRO CHELSEA
O filtro Chelsea foi fabricado, ao redor de 1934, com a finalidade de reconhecer as
Esmeraldas naturais daquelas que eram antigamente chamadas de sintéticas, mas
que na verdade, são vidros verdes ou gemas duplas e triplas.
O Chelsea é um filtro que absorve os comprimentos de onda do espectro numa
faixa relativamente estreita, do vermelho escuro (690 nm) ao amarelo/ esverdeado
(570 nm).
Todas as Esmeraldas naturais têm certa absorção, em maior ou menor grau, no 600
nm, e uma emissão no 680 nm. Se confrontarmos os espectros de absorção da
Esmeralda e do Chelsea, fica claro que a única radiação de luz que passa em
quantidade apreciável é o vermelho, isto é, a Esmeralda olhada através do Chelsea
fica vermelha.
Este e um comportamento genérico que pode ter exceções. Certas Esmeraldas T
naturais podem apresentar reações diferentes como, por exemplo, mostrar um rosa
pálido (indianas) ou cinza/escuro (algumas brasileiras, rhodesianas e sul-africanas).
Na época da construção do filtro Chelsea ainda não eram conhecidos os jazimentos
africanos e brasileiros e nem existiam as Esmeraldas sintéticas (entendendo por
sintético, um produto fabricado pelo homem mas com as mesmas características
químicas e físicas do similar natural), assim, todas as Esmeraldas verdadeiras
ficavam vermelhas no Chelsea e as que não ficassem eram consideradas como uma
imitação.
Hoje em dia, entretanto, existem muitas fábricas de Esmeraldas sintéticas, de tal
modo que, uma gema verde que no Chelsea fica vermelha não precisa mais ser uma
Esmeralda verdadeira. Atualmente, o Chelsea deve ser olhado como um
Instrumento gemológico que da reação positiva (vermelho) para aquelas substancias
que têm, na sua constituição química, os elementos corantes Crômio ou Cobalto. De
modo geral, as Esmeraldas sintéticas, no Chelsea, mostram um vermelho mais
intenso do que aquele das naturais.
LUMINESCÊNCIA
Quando as Esmeraldas são observadas sob luz ultravioleta (U.V.) elas dão reação
semelhante àquela do Filtro Chelsea, ficam vermelhas. Na onda longa a tonalidade é
mais forte do que na onda curta, Geralmente, a Esmeralda que tem um vermelho
intenso no Chelsea, terá vermelho na onda longa e vermelho claro na curta. Algumas
Esmeraldas, entretanto, não dão reações em nenhum desses estímulos. O óleo usado
para esconder as fraturas de certas Esmeraldas é revelado pela fluorescência
amarelo claro, quando a gema e colocada sob a U.V. de onda longa.
INCLUSÕES
As Esmeraldas apresentam, ao microscópio, vários tipos de inclusões que permitem
o reconhecimento da natural e da sintética. Além disso, é possível sugerir, através
do estudo das inclusões das Esmeraldas naturais, o seu local de origem. As
inclusões das Esmeraldas colombianas da mina de Muzo apresentam os seguintes
aspectos:
trifásicas (Cloreto de Sadio, solução salina e dióxido de carbono),
cristais romboédricos de Calcita, e
cristais hexagonais de Parisita que tem um bandeamento em cores castanhas claras
e escuras que se alternam.
Em El Chivor (Colômbia) as inclusões são: trifásicas (como Muzo); cristais de Pirita
isolados ou em grupos, e cristais de Calcita.
Nas Esmeraldas brasileiras as principais inclusões são: Quartzo; Inclusões bifásicas
com formas irregulares ou como tubos, estes últimos lembram aqueles das Águas-
Marinhas; inclusões trifásicas alongadas.
Nas gemas de Sta. Terezinha (GO) observam-se: Piritas cúbicas com arestas vivas
ou arredondadas e faces corroídas, podendo ainda estar isoladas ou agrupadas em
vários cristais; cristais octaédricos de Cromita isolados ou em nuvens paralelas ao
pinacóide basal; lâminas de Talco e de Hematita:Calcita romboédrica: e inclusões
bifásicas.
As inclusões características das Esmeraldas da Rhodésia (Sandawana) são: cristais
filiformes ( em forma de fios) de tremolita: bandas alternadas retilíneas de
coloração clara e escura.

As pedras triplas são, geralmente, formadas por duas partes de Berilo, Quartzo ou
Espinélio sintético incolores coladas com um cimento verde, o qual transmite a sua
cor para toda a pedra. Para o reconhecimento desta imitação de Esmeralda é
suficiente que se observe a gema de perfil contra uma fonte de luz. O cimento
colorido logo se destaca das partes incolores que formam a coroa e o pavilhão da
pedra. As pedras duplas e triplas são, comercialmente, conhecidas como "Esme-
ralda soude" (Esmeralda soldada).
JAZIMENTOS
As jazidas de Esmeralda são geralmente do tipo primário, isto é, as concentrações
desse material ainda estão associadas as rochas que lhe deram origem. As
minerações mais antigas, do ponto de vista histórico, estão no Egito (Etbai, próximo
ao mar Vermelho) e na Áustria (Salisburg7).
Os principais produtores mundiais. de Esmeralda são:
Colômbia com as minas de Muzo e Cosquez, Peria Blanca, ei Chivor, Gachaíã e Borur;
Rhodesia com minas no vale de Sandawana;
Brasil com jazidas em Carnaíba (Bahia) e desde 1981 em Santa Terezinha de Goiás
(GO) ;
Rússia em xistos ao longo do rio Takovaya. Outras ocorrências menores estão no
Pakistão, India, África do Sul,Tanzânia, Austrália e Estados Unidos da America do
Norte.

GEMAS SILICÁTICAS: TURMALINAS

Introdução - Composição química - Propriedades Morfológicas - Propriedades


Físicas - Filtro Chelsea - Espectro de Absorção - Tratamento Térmico - Inclusões -
Reconhecimento - Modo de Ocorrência Principais Jazidas.
INTRODUÇÃO
De todas as gemas conhecidas, certamente é a Turmalina que possui maior
variedade de cores. Alguns cristais desse mineral, possuem duas ou três faixas
coloridas em seu comprimento, ou mostram um complexo zoneamento concêntrico
em seção transversal. Algumas das cores mais delicadas, excêntricas e sutis do
reino mineral pertencem ao grupo das Turmalinas. Como antigamente não havia
testes para identificação de gemas, baseava -se nas cores como referencia;
podemos imaginar a confusão de nomes para as gemas que ocorrem em varias cores,
como a Turmalina. Na Idade Média era conhecida sob a denominação de "Schorl",
palavra de origem alemã (expressão mineira de significado incerto). Até hoje ainda
encontramos este termo para designar Turmalinas pretas, na literatura inglesa
americana. O nome Turmalina vem de "Turamali" que, em antigo cingalês, quer dizer
"pedras preciosas misturadas", pois no antigo Cellão, (hoje Sri Lanka) não havia
métodos para identificar gemas. "Turamali" referia-se ao Zircão amarelo. Diz-se
que um pacote de pedras foi enviado a comerciantes em Amsterdam (1703),
contendo, por engano, Turmalinas e é este nome que ficou sendo registrado dentro
da Gemologia.
COMPOSIÇÃO QUíMICA É um silicato (ciclossilicato) de boro e alumínio, com a
seguinte fórmula geral.
X Y3 AL6 (B0)3 (Si 6 O18 ) (OH) 4
X = Sódio, Cálcio (radicais monovalentes)
Y = Alumínio, Ferro, Lítio, Magnésio, Manganês (radicais trivalentes)

Elementos traços: Crômio, Vanádio, Titânio.

A composição química da Turmalina é extremamente complexa. Ela e melhor


descrita como um borossilicato de Alumínio e Álcalis com Ferro, Magnésio Cálcio,
Manganês, Lítio, Potássio; Fluor e água. Não hã fórmula que cubra todas as
variações químicas do mineral.
As cores das gemas são explicadas pela presença de diversos elementos, po dando
as numerosas graduações serem interpretadas, em parte, como supervisões das
cores. Assim, as Turmalinas ricas em álcalis que contém: Sódio, Lítio (raras) e
Potássio, são incolores,vermelhas ou verdes.
As ricas em Ferro, são pretas, se o teor do Ferro for alto, azul escuras ou verde-
azuladas. Um certo teor de Ferro sem Magnésio e sem Manganês, da as Turmalinas,
tons verdes com nuances amareladas. Com a presença do Magnésio, o tom torna-se
sombrio, aumentando o teor de Cobalto e a tonalidade modifica-se para azul.
As gemas com Magnésio podem ser incolores, pardas, castanhas e amareladas e até
pretas acastanhadas. A presença de Manganês, produz cor vermelha que, conforme
a proporção de Ferro e Magnésio, é sombria ou mais viva.
Turmalinas verdes (devido ao Crômio) e outras que contêm Vanádio,foram
encontradas na Tanzânia. A Turmalina e um ciclossilicato sua estrutura permaneceu
um mistério por muito tempo, devido a complexidade. Esta formada em torno de
anuis hexagonais de Si e O, tendo uma relação de Si:0- 1:3.

PROPRIEDADES MORFOLÓGICAS
Quanto a estrutura cristalina, a Turmalina pertence ao sistema trigonal classe
piramidal-ditrigonal.

Os cristais são, geralmente, de forma longa prismática, de espessuras variadas com


um prisma trigonal dominante e prisma hexagonal de segunda ordem. A tendência
das faces, do prisma de estarem estriadas verticalmente e arredondar-se, é um
efeito devido a oscilação entre prismas de 1ª e 2ª ordem (crescimento oscilatório).
Este crescimento oscilatório da a secção transversal dos cristais a forma de um
triangulo esférico, quando vistos ao longo do seu comprimento.
Os cristais de Turmalina terminam, em geral, em faces romboédricas e escale
noédricas.
Apresentam formas diferentes nos extremos opostos do eixo verti cal, e um lado
apresenta-se mais curto do que o outro. As Turmalinas bipiramidadas são raras e
somente são encontradas nas localidades em que o mineral tenha se cristalizado
livremente no Calcário, nos Gnaisses e nos Granulitos.
Quanto ao hábito, a Turmalina apresenta-se em cristais prismáticos estriados, as
vezes granular, colunar, etc. Em algumas Turmalinas, o prisma tende a ser curto e
então, o habito e tabular. Outras Turmalinas apresentam-se em massas compactas,
apresentando textura imbricada.

PROPRIEDADES CARACTERISTICAS

CLASSIFICAÇÃO QUÍMICA: Silicato


SISTEMA CRISTALIN0: Trigonal
DUREZA: 7,0 - 7 1/2
DENSIDADE RELATIVA: 2,82 - 3,32
COR; Diversas
COR DO TRAÇO: Incolor
BRILHO: Vítreo a resinoso
CLIVAGEM: Não possui
FRATURA: Sub Concoidal a desigual
HÀBITO: Cristais prismáticos
TRANSPARÊNCIA: Transparente a opaco
DICROÍSMO: Forte
REFRAÇÃO: Dupla
ÍNDICE DE REFRAÇÃO: 1,614 a 1,666
BIRREFRINGÊNCIA: - 0,014 a 0,032
DISPERSÃO: 0,017 ( 0,009-0,011)
DADOS ÓPTICOS: CARÁTER ÓPTICO: uniaxial
SINAL ÓPTICO: (-) negativo
ESPECTRO DE ABSORÇÃO: fraco

PROPRIEDADES FÍSICAS
A Turmalina, do ponto de vista científico, é um dos minerais gemológicos mais
interessantes. Turmalina é realmente, um nome geral para um grupo de minerais
com estruturas atômicas semelhantes e composição química também semelhante.

COR: A absorção de uma porção de luz branca que penetra em uma gema
transparente ou é refletida de uma gema opaca, é responsável pela cor apresentada.
Há também, alguns agentes corantes como óxidos de Metais (Fe, Mn) que são muito
mais capazes de impor um padrão característico de cor em qualquer substancia na
qual eles predominam. Entre os agentes corantes, o Crômio e responsáveis pelos
mais ricos verdes e vermelhos, e os demais citados anteriormente, na composição
química.

VARIEDADES DE CORES: Existem Turmalinas vermelhas desde as mais claras,


róseas ate às mais escuras com misturas de castanho, violeta, laranja. A variação
entre as avermelhadas é quase infinita. A cor das verdes, é alterada por pequenas
quantidades de azul, amarelo e castanho.

Turmalina violeta e violeta acastanhada; verde, da clara até a escura , verde


amarelada, amarela esverdeada; castanha, castanha esverdeada; lncolor; preta; azul
do claro até o escuro; castanha amarela; laranja acastanhada. Alguma dessas
variedades tem nome característico:

Violeta avermelhado Siberita


Incolor Acroíta (vem do grego "achroos"-incolor)
Vermelho róseo - Rubelita (vem do latim "rubellus"=vermelhinho,
diminutivo de "ruber" , vermelho. O nome destaca
a cor do mineral).

Verde - Turmalina verde


Azul - Indicolita (vem do grego "indikon" azul e de
"lithos" pedra).

Preta (opaca) Afrisita


Acastanhada ou Dravita
Parda
Amarelo-mel Peridoto do Ceilão

Uma variedade interessante da Turmalina mostra uma mudança de cor


assemelhando-se à Alexandrita: à luz do dia verde-amarelada; à luz artificial
laranja-avermelhada.
Há também, cristais zonados, bi ou tricolores que são multo apreciados e
colecionadores. Eles mudam de cor ao longo de seu comprimento de modo que cada
extremidade e de uma cor (verde, vermelho ou rosa) e no meio é incolor.

Há também os zoneados transversalmente, a sua largura são os chamados "melacia"


Verdes por fora e rosa vivo por dentro. São cortados em seções transversais e
usado para confecção de brincos e pendentes.
Turmalinas incolores, amarelas, alaranjadas e lilazes são bastantes raras mesmo
em forma bruta e raramente vistas em forma de gema.
Os matizes verdes misturam-se imperceptivelmente com azul. A Turmalina azul
pura, e muito rara. As principais tonalidades e, portanto, mais desejadas são: verde
oliva, azul e vermelho rosado.
As melhores Turmalinas verdes assemelham-se as Esmeraldas de melhor qual Jade,
sendo muito raras.
A cor determina o preço, portanto, as mais caras são as de cores verde-esmeralda,
as rosa- avermelhadas (Rubelitas) e as azuis puras (Indicolitas).
As com defeitos são menos desejáveis do que as completamente limpas, exceto no
caso das bi ou tricolores que, normalmente, tem inclusões e pequenos defeitos
internos.
No tesouro da União Soviética encontra-se uma Turmalina vermelha pesando cerca
de 200 quilates, que consta ter sido oferecida a Catarina II pelo rei Gustavo da
Suécia em 1770.

FILTRO CHELSEA
Duas cores podem parecer iguais a olho nu, porém, do ponto de vista do espectro de
cores, ou seja, das cores que as compõem, pode ser completamente diferentes.
Este e o caso de, por exemplo, o vermelho ou verde, de gemas diferentes ou de uma
gema natural uma imitação. O modo mais simples de revelarmos diferenças na
composição do espectro de cores de cada uma será usando um filtro de cor.
Um filtro de cor e um pedaço de vidro colorido ou gelatina, ou ate solução colorida,
que filtra a luz ou comprimentos de onda misturados, passando por ele.
Um filtro permite a passagem de algumas cores e absorve outras.
Qualquer substancia colorida transparente, de um certo modo, e um filtro de cor,
mas os mais procurados, são os que tem faixas de absorção bem definidas e reqiões
estreitas nas quais transmitem cor.
Há uma serie de filtros de cores quase puras, ou seja, uma tentativa de produzir luz
monocromática em cada uma das principais regiões do espectro.
O filtro mais usado em qemologia e um filtro dicromático - ou seja, transmite
estreitas faixas de luz em duas regiões escolhidas do espectro. O mais eficiente e
chamado Filtro de Chelsea. Transmite vermelho escuro perto de 6.900 A e verde-
amarelado (perto de 5.700 A). Através dele as substâncias podem parecer
vermelhas, verdes ou acastanhadas que é a mistura dos dois.
Por este filtro, a Turmalina não apresenta o vermelho.
As maiores partes das gemas verdes aparecem verdes em contraposição as
Esmeraldas naturais e sintéticas que aparecem vermelhas (menos as da África do
Sul e Índia que possuem Fe.).

As Turmalinas verdes da África que possuem Crômio e Vanádio mostram,


diferentemente das Turmalinas verdes normais, uma forte cor vermelha quando
vista pelo filtro.

ESPECTRO DE ABSORÇÃO
Analisa-se a luz que passa através ou é refletida da gema. Assim, o espectro de
absorção oferece um teste prático para a identificação das gemas, nos ela não e
prejudicada de modo algum. Como a cor de uma gema o resultado da absorção
seletiva, a luz branca transmitida através do material colorido mostra faixas ou
linhas de absorção, quando este mineral e examinado por um instrumento construído
para mostrar o espectro da luz transmitida através ou refletida dele.
A cor do espectro de cores que e absorvida, já que fica na substância. A absorção,
principalmente de gemas coloridas, esta em bem marcadas faixas, ou linhas escuras
mais finas, que sobrepõem, o de outra forma espectro continuo, absorvendo certas
cores ou comprimentos de ondas, quando a luz branca passa por ela. A distribuição
destas faixas ou linhas escuras, dão-nos, muitas vezes, parcial ou completa
identificação da gema. O espectro de absorção das Turmalinas é normalmente tão
fraco, que perde o valor como meio para identificação.
Na Turmalina verde, a parte vermelha do espectro e quase completamente
absorvida e o, amarelo e o verde são o transmitidos livremente, exceto por uma
fraca região de absorção (+ 5.600A).
Na parte verde há ume faixa bastante forte e estreita (+ 4.980, (atribuída ao
Ferro). Estas são acompanhadas de uma faixa mais fraca e mais vaga (4.680R).
Algumas Turmalinas verdes e principalmente azuis têm uma forte faixa no violeta.
Turmalinas vermelhas e rosas mostram uma larga região de absorção no verde do
espectro. No fim das ondas longas pode ser vista uma linha estreia há também, duas
faixas na cor azul, muito finas.
O Manganês é responsável pelo colorido vermelho-róseo e apresenta faixa larga de
absorção na cor azul e na violeta.

TRATAMENTO TÉRMICO
A influência do calor na Turmalina é variável, sendo o resultado normalmente
clarear a cor. Experiências mostram que a +- 700ºC a Turmalina rosa descolore
completamente e as verdes claream. Uma interessante aplicação de tratamento por
calor é que certas gemas verdes escuras da Africa claream até uma cor verde-
esmeralda muito atraente.
A irradiação á indicada para:
1) Criar centros de cor, que também ocorrem naturalmente a partir de materiais
incolores.
2) Intensificar alguns efeitos luminosos dos centros de cor.
3) Restaurar centros de cor que tenham diminuído por calor ou exposição a luz
natural (infra-vermelho do sol).
4) Criar centros de cor que ainda não existem naturalmente.
5) Introduzir mudanças que não envolvam os centros de cor.

A causa física exata da modificação de cor, induzida pela radiação, em muitas


gemas ainda não são inteiramente conhecida. Há grande variação de estabilidade
dos centros de cor, quando submetidos ao calor e a luz. Na irradiação da Turmalina,
podem ocorrer as seguintes mudanças:
1) Intensificação da cor rosa (Rubelitas).
2) Intensificação da cor azul nas Turmalinas bicolores.

Todas estas mudanças são permanentes sob ação da luz do dia e calor (até 3OOºC).
Nas Turmalinas vermelhas, com tratamento por calor, pode-se "eliminar sobras
parecidas com a fumaça dos Quartzos". As de cor acastanhado escuro (Dravitas),
podem ser transformadas em gemas de belo tom rosa com tratamento apropriado
de calor.

INCLUSÕES
As inclusões vistas em Turmalinas são, em geral, cavidades filiformes que vistas sob
lentes de grande aumento, demonstram ser tubos cheios com líquido e muitas vezes
contendo bolha de gás. São inclusões bifásicas. Esses tubos, geralmente, estão
dispostos paralelamente ao comprimento de cristal e, se abundantes são a causa do
efeito "chatoyance" que se vê na Turmalina.
W. F. Eppler, entretanto, tem outro ponto de vista e afirma que as inclusões que
causam "chatoyance", são fibras de cristal (Asbesto, Serpentina, Rutilo). Películas
finas são, também, inclusões comuns e se elas são vistas num determinado ângulo
que faça com que a luz incidente seja totalmente refletida delas aparecem como
manchas pretas.
A Rubelita tem fraturas internas características, que são, a grosso modo, paralelas
ao eixo vertical dos cristais.Em geral, são cheias de gás e dão reflexos como um
espelho. É multo raro uma Rubelita pura sem inclusões de modo que se tornaram tão
aceitas na joalheria quanto os "jardins" das Esmeraldas.
A Turmalina verde raramente contém essas fraturas. Ela é caracterizada por
inclusões líquidas e gasosas filiformes, distribuídas igualmente e abundantemente
pela gema. A Rubelita também tem essas inclusões líquidas, mas, raramente com a
quantidade da Turmalina verde. As inclusões líquidas pequeninas da Turmalina verde
tem aparência diferente das inclusões de outras gemas. As Turmalinas de outras
cores tem inclusões similares porque o ambiente e o mesmo. As bicolores e
principalmente as tricolores quase nunca estão completamente livres de inclusões
ou defeitos internos pequenos (fraturamentos, bolhas etc.).
Esse mineral tão cheio de inclusões é, por sua vez, inclusão na Safira proveniente
de Kashmir.
RECONHECIMENTO
Como temos Turmalina em uma tal variedade de cores e tons, há a possibilidade de
confundir com outras gemas. A Turmalina é reconhecida por sua secção transversal
triangular arredondada característica dos cristais. É também, facilmente
identificada por sua forte birrefringência, caráter uniaxial negativo (-). Topázio,
Damburita, Andaluzita e Apatita, tem birrefringência muito mais alta.
Distingue-se da Hornblenda pela ausência de clivagem prismática.

MODO DE OCORRÊNCIA A ocorrência mais comum e característica da Turmalina


é nos pegmatitos graníticos e nas rochas que circundam esses depósitos. A maior
parte desse material é de cor negra, porém, encontram-se também as variedades
de outras cores. A Turmalina também ocorre, normalmente, em Xistos, Calcários
cristalinos, Rochas ígneas mais Silicosas, Gnaisses, Granulitos e Rochas
semelhantes.
Este mineral e comum em zona de metamorfismo de contato como resultado da
ação& líquidos percolantes pela ação mineralizante de gases quentes do magma
fluído. A associação característica a dos minerais normais de Pegmatito: Feldspato-
alcalino, Quartzo, Muscovita. Encontramos, também, Turmalina associada a minerais
gemológicos como Berilo, Coríndon, Espodumênio, Topázio, Granada Fluorita,
Apatita, Lepidolita, Escapolita, Cassiterita.
A Turmalina frequentemente forma-se com o Quartzo, em grupos de cristais
formando grandes drusas apresentando cristais de Turmalina incrustados. Essas
drusas são muito procuradas por colecionadores. A Turmalina encontrada em
cavidades, cresce da borda para o centro,formando qeodos, sendo bastante rara.
Os cristais crescem livremente, individualizados e não como os do Quartzo.
É comum encontrarmos a Turmalina em aluviões recentes ou antigos e como seixos
rolados em correntes d’água.
PRINCIPAIS JAZIDAS
Há numerosas localidades de ocorrência da Turmalina através do mundo mas o
material gemológico é menos distribuído.

A primeira fonte de Turmalina parece ter sido Sri Lanka que ainda produz seixos
rolados de boa qualidade em tons amarelos e castanhos, dos depósitos de aluviões
no SE da ilha.

No SE de Mogok, no alto Burma, há extenso depósito aluvional de Gnaisse de


composto e Granito contendo Turmalina vermelha de boa qualidade. A mina e
trabalhada intermitentemente e muitas vezes por mineiros chineses, pois
antigamente esta Turmalina vermelha era muito apreciada na China, onde era usada
para fazer um botão característico para um certo grau de Mandarim.
A principal localidade para Turmalina em gema é perto de Mursinka nas montanhas
Urais da URSS com cristais de boa qualidade, azuis, vermelhos, vermelho-violáceos.
Este mineral aparece na Argila amarela, produto da desintegração do Granito no
qual se formaram. A cidade de Shaitanka, ao norte de Sverdlovsk produz cristais
vermelhos, estes são encontrados em drusas num granito de granulação grosseira.
Outra localidade russa é Nerchinsk na Transbaikalia onde encontramos Turmalinas
perto do rio Uralga.
O distrito de Pala, na cidade de São Diego, Califórnia, produz muita Turmalina dos
Pegmatitos da região. As cores encontradas variam do preto ao azul escuro, até
verdes e rosas vivos, até o vermelho pálido. Hã, também, Turmalinas incolores.
Pode-se dizer que quase todas as cores das Turmalinas são encontradas em
depósitos de San Diego, se faltando as de cor castanho que não estão bem
representadas. Há também, as Turmalinas bi e tricolores, e todos os tipos de
zoneamentos concêntricos ou em camadas paralelas ao eixo vertical do cristal
prismático. Encontramos, também, zoneamento em camadas paralelas ao plano basal
do cristal. Em alguns cristais zonados as cores parecem fundir-se gradualmente, em
outros não.
No começo do século XX, a Turmalina de Pala era comercializada na China. A.
Turmalinas vermelhas e rosas alcançavam preços muitos altos, pois, os chineses
poliam e esculpiam nelas as mais diferentes formas. Com o fim de dinastia Manchu
(1912), acabou o mercado oriental e a mineração de Turmalinas foi muito diminuída.
Há muita Turmalina gemológica no Maine (Paris e Hebron), USA. Há mais de cor
verde azulada e vermelha. Os cristais rosa são raros. Em Auburn (Maine)
encontram-se Turmalinas lilazes e, também, azul profundo, verdes e zoneadas.
Na África, encontra-se Turmalina em varias cores e tons, ate rosa acastanhado.
A de cor verde escura e famosa porque com tratamento térmico clarea até o tom
verde-esmeralda. encontrada nos Pegmatitos em Klein Spitzkopje perto de Rossing
a leste de Swakopmund.
Os cristais verde-esmeralda são encontrados em. Usakos, SO da África.
Outras fontes são os cascalhos da floresta Somabula, na Rodésia e alto Lighona em
Moçambique que contém minerais gemológicos. Na Tanzânia, encontra-se Turmalina
verde e castanho que contem Crômío e Vanádio. No Kenya encontramos as
Turmalinas de cor vermelho escuro. Na ilha de Madagascar, há muito material de
boa qualidade. Os cristais são, na maioria, obtidos dos Pegmatitos em
Anjanabonoina e incluem todas as cores, o vermelho sendo o mais apreciado; os mais
raros são os incolores, Azul, cor-de-ametista, rosa amarelo, castanho e verde são as
cores encontradas nos depósitos de Madagascar.
O Brasil possui e produz Turmalinas de, praticamente, todas as cores,tons e tipos.
A maior parte dos cristais verdes estão no Brasil; temos até a variedade violeta ou
lilás avermelhado e cristais com vários tipos de zoneamento. Vários Estados
brasileiros produzem Turmalinas (Bahia, Espírito Santo, Ceara, Goiás, Paraíba, Rio
de Janeiro, Piauí, São Paulo). A produção maior de material gemolôgico vem de
Minas Gerais da região limitada pelo rio Jequitinhonha ao norte, rio Araçuaí ao
oeste, rio Mucurí ao Sudeste, e pelas montanhas Aimorés a leste. Pegmatitos ricos
em Turmalinas, frequentemente decompostos, são incontáveis. As principais jazidas
estão nas seguintes regiões: Salinas e rio Salinas (Porteiro, Boqueirão, Lagoa do
Alto) - Turmalinas rosa e verdes. Região de Araçuaí Utinga e rio Piauí (mina
Pirineus) - famosa pelas Turmalinas azuis e verdes. Região de Itamarandiba,
Malacacheta e Minas Novas, excelentes gemas verdes. Nordeste de Teófilo Otoni
em Marambaya e Ladinha, onde os garimpeiros encontram Turmalinas verdes, rosas
e melancias fabulosas. A famosa jazida Cruzeiro, perto de Conselheiro Pena,
conhecida por todo o mundo pelas Rubelitas de intensa cor de sangue-de-pombo. A
Turmalina preta (Afrisita) e um dos minerais satélites do Diamante.
Ocorre em quase todos os garimpos. Provavelmente somos o país maior produtor de
Turmalinas, mas não temos comprovação.

GEMAS SINTÉTICAS E IMITACÕES


Introdução - Métodos de síntese - Principais- gemas sintéticas - Gemas compostas
-Vidros e Plásticos.
INTRODUÇÃO
O termo sintético, no sentido amplo, refere-se a todas as substancias fabricadas
pelo homem. No caso específico da gemologia e necessário fazer se a distinção
entre os termos sintéticos, reconstituição, imitação e falsificação, pois, para o
gemôlogo eles não significam a mesma coisa. São gemas sintéticas aquelas obtidas
pela mão do homem e que tenham sem a mesma fórmula química, estrutura,
propriedades físicas e propriedades ópticas das gemas naturais que substituem, por
exemplo, a Esmeralda sintética tem a mesma composição química e propriedades
diagnósticas da Esmeralda verdadeira; a Cor, Brilho, Dureza, Clivagem, Fratura,
Densidade Relativa, índice de Refração, etc. .são iguais, ou aproximadamente,
iguais.
Gemas reconstituídas são aquelas que se obtêm artificialmente,a partir da fusão,
compressão, aglutinação de partículas menores da gema natural correspondente.
Hoje em dia, essa técnica esta restrita à poucas gemas, como por exemplo, no caso
das Turquesas.
IMITAÇÃO: São gemas artificiais que se assemelham as gemas naturais .que
tentam substituir, porém, sua composição, estrutura e propriedades são diferentes,
por exemplo, o Espinélio sintético azul claro pode passar por Água-Marinha; o azul
escuro por Safira.; o vidro verde por Turmalina ou Esmeralda, entretanto nem o
Espinélio e nem o vidro tem as composições e propriedades das pedras que imitam.
As imitações de gemas são gemas de baixo valor econômico que transmitem a falsa
aparência de gemas mais valiosas. Nesse sentido, mesmo uma gema natural, como a
Turmalina verde, é uma imitação, no caso, de tentar passá-la por uma Esmeralda
verdadeira.
FALSIFICAÇÕES: são imitações fraudulentas. Materiais de muito baixei valor são
apresentados como gemas, por exemplo, vidro.comum de garrafa, que lapidado,passa
a ser apresentado como gema. Entre os materiais sintetizados pelo homem,
encontram-se alguns que não têm equivalente natural, isso acontece com a Zircônia
cúbica, com a Fabulita e algumas outras cujos minerais não se conhecem. Nesse
caso, o Comitê Internacional de Terminologia Técnica propôs, para essas
substâncias termo homocriado.
MÉTODOS DE SINTESE: São dois os métodos de obtenção de gemas sintéticas:
um o partir de substâncias fundidas e outro de substâncias dissolvidas. Nos dois
casos trabalha-se com composições semelhantes ao da gema natural que se deseja
sintetizar.
O método das substâncias fundidas tem duas variantes sadas com bastante
frequência, um e o forno de Verneuil e o outro é o processo do “PULLING"
(puxamento) (método de Czochairski). No forno de Verneuil utiliza-se, para fundir o
material, uma chama de oxigênio. O material fundido vai sendo gotejado sobre uma
bola (pera,"boule), que tem na sua base uma placa já cristalizada (modelo) da
substância que se está sintetizando. A variante do "pulling" e aquele em que uma
semente do cristal é colocada em contato com a fusão, em um cadinho, e então é
levantado ao mesmo tempo que e irá do crescimento é produzido na parte inferior
até que se obtenha uma vareta comprida de substância sintetizada. 0 método da
cristalização, a partir de uma solução, realiza-se quando substância se cristaliza de
uma solução na qual o solvente pode ser de natureza diversa .As variantes mais
importantes são:
a) Hidrotermal, o solvente é água-alcalina; é uma solução aquosa.
b) "Melt-flux", o solvente é um solido fundido, geralmente, Molibdato de Lítio.

c) Alta pressão e temperatura, o solvente é um metal como Ferro, Cobalto, Níquel


ou liga deles, ao qual se junta pó de grafita ou pó de Diamante. É exclusivo para
obtenção do Diamante sintético.

PRINCIPAIS GEMAS SINTÉTICAS


Diamante Gemológico Sintético
Em 1970 a General Electric tornou público a obtenção de vários Diamantes
gemológicos, incolores ou ligeiramente amarelos transparentes e sem defeitos
visíveis. Seu peso em bruto era ao redor de 1 (Um) quilate que, lapidados,deram
pedra de 0,40 quilates, estudos gemológicos mostraram que esse material era simi-
lar ao natural, com pequenas diferenças que foram notadas no espectro de absorção
e na fluorescência. O processo de obtenção do Diamante gemológico é similar ao
industrial, porém, o aparelho é adaptado para um período mais longo capaz de
manter as condições por espaço de várias semanas.

Coríndon sintético
Em 1877 os franceses Frenry e Fall descrevem uma experiência na qual aqueceram
uma solução de Oxido de Alumínio em óxido de Chumbo fundido, obtendo-depois de
20 dias cristais de Coríndons de pequeno tamanho e sem qualidade gemológica.
Quinze anos depois Auguste Verneull apresenta um trabalho na Academia de
Ciências Francesa sobre seu método de obtenção de Rubi sintético. Por este
método conseguem-se muitas variedades (cores) de Coríndons sintéticos que
chegam ao comércio com nomes incorretos (Damburita, Topázio,Ametista,
Alexandrita,etc.) já que não passam de Coríndons coloridos e como tal devem ser
chamados, não utilizando o nome de outra gema por mais que sua cor lembre a cor
daquela.
Depois, do êxito com a variedade vermelha Verneull obteve Safiras com o mesmo
método. A coloração azul foi conseguida com o Titânio.

Espinélio sintético
Foi obtido por acaso por um discípulo de Verneull. Sua fabricação é moderna (1930)
e obtém do mesmo modo que o Coríndon.
O Espinélio e fabricado em muitas cores com a finalidade de imitar a Kunzita, Água-
Marinha, Topázio, Alexandrita, Zircão, Esmeralda, etc. O Espinélio natural tem a
fórmula química (MgO.Al203), porém a sintética tem (Al203) em excesso
(Mg0.2,5Al203), o que faz a Densidade Relativa subir para 3,63 (natural 3,60) e o
índice de Refração também 1,73 (natural 1,72).
Esmeralda sintética.
Uma das primeiras tentativa bem sucedida foi conseguida pela firma I.G. Farben
industrie, da Alemanha. Seu nome comercial foi “Igmeralds".
As Esmeraldas modernas são obtidas no processo Melt ou no processo Hidrotermal.
A maior parte das Esmeraldas sintéticas comercializadas são fabricadas no
processo Melt consiste em colocar-se numa autoclave, capaz de suportar 5000C e
900 atmosfera de pressão, uma solução de Molibdato de Lítio com (Al 2,03),
(Be0,Si02 e Cr2 03). As Esmeraldas obtidas têm constantes baixas IR (1,560-
1,563),Dr (2,65).
A variante hidrotermal é semelhante ao método anterior,so que .o só que o solvente
e a água. O protesto é lento, levando quatro a cinco meses de duração mas pode
chegar, em alguns casos, até dez. As suas propriedades são IR (1,567 1,572) e Dr
(2,68-2,70).
Outras gemas obtidas sinteticamente são: Quartzo, Opala, Turquesa, Rutilo,
Fa bulita, YAG ,Zircônia cúbica, Alexandritas, Lápis-lazúli.

GEMAS COMPOSTAS
São aquelas pedras formadas por duas ou mais partes coladas ou "soldadas” Podem
ser duplas ou triplas. As duplas são formadas por duas partes coladas por um
cimento. São comuns as duplas de Granada Almandina, cuja parte superior é
Almandina. e a inferior é vidro. Outra dupla que imita o Diamante que tem a coroa
de Safira sintética e o pavilhão de Fabulita.
As triplas têm três partes coladas das quais a Intermediária é um vidro colorido. A
tripla chamada "Esmeralda-Soldada" é formada por duas peças de Quartzo com
inclusões e entre elas tem um vidro verde. A imitação de Safira astérica é uma
tripla- formada por um cabochão de Quartzo rosa com asterismo, juntando-se a sua
base uma lamina azul e um fundo prateado.

VIDROS E PLÁSTICOS
São substâncias que se usam para a fabricação das pedras de imitação. Os vidros
são compostos de Sílica, Álcalis e óxidos de Chumbo, Básio,Tório, Aluminio, etc.
Os mais frequentes em gemologia são: o Flint (vidro de chumbo) e o Strass (com
muito Chumbo, 50%). Os plásticos tem composição variada, geralmente derivados
de baquelite ou poliestireno, que se empregam na imitação.
Alguns são transparentes, translúcidos ou opacos.Tem Densidade Relativa baixa
(1,05 a 1,18). Dureza também baixa e IR entre 1,50 e 1,63. Tocados com um estilete
quente nota-se o odor característico do plástico queimado.

GEMAS NÃO SILICÁTICAS


Coríndons Espinélios Crisoberilos.
CORÍNDONS
Coríndon e o nome mineralógico genérico dos Rubis e Safira. O termo variedade é
usado para gemas que tenham as mesmas composições químicas e estruturas
internas mas que diferem na cor. Assim, Rubis (vermelhos) e Safiras (azuis) são
variedades gemológicas do Coríndon; são gemas muito apreciadas e o preço de
alguns Rubis chega a ser superior, em alguns casos, ao dos Diamantes.

COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA O Coríndon é um Oxido de alumínio. Cristaliza no


sistema trigonal. 0 hábito cristalino no Rubi e prismático, com estriações diagonais
nas faces dos prismas e triangulares nas faces basais. Na Safira o hábito é
bipiramidal com estriação transversal a suas faces.

VARIEDADES Existem, na natureza, o Coríndon comum e o Coríndon nobre, ou


gemológico. As variedades gemológicas são:

RUBI - cor vermelha, devido ao crômio. A tonalidade pode variar do vermelho


pardo ao vermelho púrpuro.
SAFIRA - cor azul, devido ao ferro. Varia de azul claro, azul esverdeado a azul
intenso.
SAFIRAS FANTASIAS - são todas aquelas variedades de diversas cores me nos
vermelho ou azul. Podem ser: incolor, verde, amarelo, laranja, rosa, etc.Seus nomes
são dado antepondo o termo Safira a cor correspondente, Safira verde, Safira
amarela, etc. A variedade de cor alaranjada chama-se Padparadscha.
RUBI E SAFIRA ASTÉRICA – são gemas que apresentam o fenômeno luminoso de
asterismo.

I NCLUSOES
As inclusões podem ser sólidas, líquidas ou gasosas. Podem ser agulhas de Rutilo
que se cruzam a 60°, formando as "sedas" típicas nos Rubis da Birmânia cristais de
Zircão, octaedros de Espinélio, cristais arredondados de Coríndon transparente,
cristais de Granada, de Hematita, de Magnetita. As Inclusões líquidas ou gasosas
têm forma de impressões dactiloscópicas ou de asas de mosca. Apresentam também
estriações paralelas devida a geminação polissintética.
PROPRIEDADES FÍSICAS
Sua dureza e 9 na escala de Mohs. Em geral as Safiras são ligeiramente mais duras
do que os Rubis. Não tem clivagens e a fratura é conchoidal. Apesar de ser,
constituído por elementos químicos leves (alumínio e oxigênio) sua densidade
relativa é alta (4,0). Apresenta brilho vítreo, e transparente ou translúcido. É
uniaxial negativo, com os índices 1,762 e 1,770.
A intensidade de seu pleocroísmo varia com a intensidade da cor e local de origem.
JAZIMENTOS E ORIGEM
A origem do Rubi pode ser metamórfica e nesse caso associa-se às rochas calcarias,
entretanto, os melhores exemplares são encontrados em depósitos secundários em
canais fluviais. A origem de Rubis e Safiras pode ser também ígnea. Eles podem
apresentar-se juntos num mesmo jazimento, porem as Safiras é sempre mais
abundante do que os Rubis.
a) Rubi
Birmania
São as jazidas mais importantes e as que proporcionam os Rubis de melhor
qualidade.
Sião - são depósitos aluvionares onde os Rubis são acompanhados por Safiras. Sua
cor e mais escura que os da Birmânia, porém, com uma tonalidade marrom-
amarelada, o que os torna menos apreciados.
Sri-Lanka - são de cor mais pálida do que os anteriores.
Tanzânia - de origem magmático.

b) Safira
Birmânia - cor azul e grande transparência e, portanto alta qualidade.
Sião - são as jazidas mais importantes. São ligeiramente translúcidos e de azul
intenso.
Cachemira - de azul-marinho profundo.
Camboja - de azul claro, transparentes.
Austrália - cor azul quase preto com tonalidades esverdeadas.
Montana (USA) - com cor azul pálido.

c) Safiras fantasias Em geral, apresentam-se nos mesmos jazimentos que os


Coríndons azuis: Birmânia, Sião, Cachemira, Austrália.

ESPINÉLIOS

Os Espinélios são conhecidos hã muito tempo, principalmente a variedade vermelha,


porém foram sempre confundidos com o Rubi. Sua composição química é um Oxido
duplo de magnésio e alumínio (MgO-Al2 03) ; D=8; n=1,712 a 1,736; DR. 3,58-3,61;
cristaliza-se no sistema cúbico com habito octaedrico.
Os cristais geminados são frequentes entre os Espinélios. Quando o Espinélio e
puro ele mostra-se incolor, porém, a associação frequente de magnésio com ferro,
crômio, zinco promove o aparecimento de Espinélios nobres de várias cores:

ESPINÉLIO VERMELHO
A cor varia desde o vermelho claro ao escuro e vermelho violáceo. Essas cores se
devem ao crômio, e causam confusão com o Rubi, como por exemplo, o "Rubi"
Príncipe Negro da coroa inglesa que é um Espinélio.
ESPINÉLIO AZUL - Deve-se a presença do íon ferroso.
ESPINÉLIO VERDE - Causado pela presença de sais férricos e também por cobre.
GAHNITA- Espinélio cinza escuro a negro translúcido, com substituição do Mg pelo
Zn (zinco). A DR 4,01 e mais elevada do que outros Espinélios.
PICOTITA - Espinélio verde escuro com substituição do Mg por Cr (crômio).

As inclusões mais típicas do Espinélio são pequenos octaedros do próprio Espinélio.


As vezes esses octaedros são vazios (cristais negativos) ou preenchidos com
líquidos e gases. Os nomes Picotina (Picotita) e Rubicela (Espinélio vermelho)
também aparecem no comercio de pedras. Espinélios Sintéticos
Os Espinélios sintéticos estão no mercado de pedras já ha algum tempo e eles
simulam não só os Espinélios naturais mas também outros minerais,aparecendo com
os nomes de "Granada" sintética, "Turmalina" sintética, "Água-marinha " sintética,
etc. Esses nomes são incorretos eo seu uso só causa confusão no meio gemológico.
A proporção entre magnésio e alumínio das pedras sintéticas é sempre superior a
das naturais (Mg0.5Al203) isso causa o aumento nos valores de índice de refração e
densidade relativa para o material sintético respectivamente, 1,74 e 3,70. Outros
indícios que auxiliam a determinação do Espinélio sintético são inclusões (bolhas e
linhas de crescimento), birrefringência (vermelho claro e vermelho escuro) e a
qualidade das lapidações (sempre inferiores para o material sintético).

CRISOBERILOS
A utilização do Crisoberilo em joalheria não é muito antiga; conhecida desde muito
tempo, sempre foi confundida com o Peridoto. Sua composição, química é um Oxido
duplo de Berílio e Alumínio: Be0.Al203; D=81/2; n=1,744-I,755; DR.3,70-3,72.
Apesar de sua formula ser similar a dos Espinélios, sua estrutura é semelhante a
das Olivinas. Cristaliza-se no sistema ortorrômbico; raramente em cristais
tabulares, isolados estriados verticalmente.
Seu modo mais frequente de ocorrência é em geminados múltiplos, formados por
três cristais e com o contorno hexagonal.
Suas variedades são:
a) Crisoberilo propriamente dito, de cor amarelo-claro, amarelo esverdeado;
b) Crisoberilo Olho-de-gato (cimofana) de cor amarelo-esverdeado e apresentando
o efeito "olho de gato" bem definido, devido a presença de finos canais alinhados
paralelamente;
c) Alexandrita de cor verde-oliva ou verde-esmeralda na luz natural e vermelho-
violeta na luz artificial. A cor deve-se a presença do crômio. A mudança de cor
acontece porque a pedra absorve as radiações amarelas e azuis, deixando passar as
vermelhas e verdes. Como na luz natural predominam as verdes, nessa luz a
Alexandrita é verde; já na luz artificial (incandescente) predominam as vermelhas
e portanto aí ela adquiri esse tom.
As suas inclusões são bem características: tubos ou agulhas paralelas a base do
cristal, buracos com formas geométricas que podem conter, em alguns casos,
líquidos imiscíveis. O Crisoberilo tem clivagem paralela a face de prisma e tem
fratura calcóide. Sua transparência e variável de amostra para amostra; a cimofana
e opaca. Tem pleocroísmo regular, principalmente na Alexandrita.
Suas lapidações são, nas variedades transparentes em brilhante, esmeralda ou mis
ta; no olho-de-gato em cabochão. O Coríndon sintético (com Vanãdio) que imita a
Alexandrita apresenta também a mudança de cor, porém, em cores diferentes, da
natural.
Na sintética aparece a predominância de azul na luz natural e vermelha na luz
artificial.

d) Alexandrita sintética; Existem no comércio gemológico dois tipos de


Alexandritas sintéticas. Uma é a verdadeira Alexandrita sintética produzida nos
Estados Unidos por meio do método de Melt-Flux. Apresentam bom pleocroismo,
como a dos Urais, e suas propriedades físicas são: DR=3,73; n= 1,746-1,755.
Possuem as inclusões típicas das gemas de Melt-Flux: plumas e véus retorcidos.
Estão sendo bem aceitas no comercio pelo seu efeito de mudança de cor, embora, o
seu preço seja elevado. Outro tipo de "Alexandrita" sintética não tem nada em
comum com o Crisoberilo, trata-se de um Coríndon sintético colorido com Vanádio.
Deve-se ter cuidado com esse material, já que ele é muito frequente no comércio.

GEMAS S1LICATICAS: QUARTZO E SUAS VARIEDADES


INTRODUÇÃO - Variedades gemolóqicas do Quartzo - Opala.
1NTRODUCÃO: O mineral mais importante deste grupo é o Quartzo, que é
extremamente comum na crosta terrestre como constituinte de um numero muito
grande de rochas, dentre as quais podemos citar ígneas ácidas Granitos,
Granodioritos, Riolitos, etc.), sedimentares (Arenitos, Conglomerados) e
metamórficas, Quartzitos, Gnaisses, etc.).
O grupo do Quartzo e constituído dos seguintes minerais:
Quartzo - Trigonal (inclui todas as variedades gemolôgicas do Quartzo: Cristal de
Rocha, Ametista, Citrino, Calcedõnia, etc.).

Quartzo - Hexagonal.
Tridimita - Hexagonal.
Cristobalita - Isométrica (inclui a Opala).

Existem, ainda, duas formas de Tridimita (ortorrômbica, e Hexagonal), a


Cristobalita (tetragonal), a Coesita (monoclinica) e a Stishovita (tetragonal), todas
extremamente raras e sem o menor interesse gemolôgico.
Como regra geral, a Sílica e um testemunho da temperatura de formação da rocha
que a hospeda: abaixo de 573º C forma-se o Quartzo , entre 573ºC e 370°C
formam-se o Quartzo; entre 1470°C a Tridimita, e acima de 1470ºC a Cristobalita.
A Tridimita a Tridimita O formam-se abaixo de 870ºC em condições muito
especiais, enquanto que oa Cristobalita é também um mineral muito raro, formado
abaixo de 1470°C. O Quartzo possui importantes aplicações industriais devido as
suas, propriedades ópticas: as variedades absolutamente incolores e totalmente
isentas de fraturas internas são utilizadas na confecção de lentes bem como na
confecção de elementos controladores de frequência para rádios transmissores e
outros aparelhos eletrônicos utilizando a propriedade piezoeletrica do Quartzo;
quando submetido a tração ou compressão em determinadas direções dos cristais,
surgem cargas elétricas em algumas das faces, pelo contrario, o cristal for
submetido a um campo elétrico nessas faces, surgem esforços de tração ou de
compressão em certas direções. Como as fontes de Quartzo absolutamente hialino,
aproveitáveis para fins óticos ou eletrônicos, vêm escasseando em termos mundiais,
não sendo capazes de sustentar o crescimento da demanda, uma significativa parte
desta vem sendo suprida pelo Quartzo sintético.

VAR1EDADES GEMOLÔGICAS DO QUARTZO


Todas as variedades gemolôgicas referem-se ao Quartzo (Cristaliza-se no sistema
trigonal, sendo seu habito mais comum o prisma hexagonal terminado em dois
romboedros, que dão a falsa aparência de uma pirâmide, especialmente quando
ambos têm crescimento igual; o mais usual é um dos romboedros desenvolver-se
mais do que o outro . São muito usuais as variações em que os romboedros
predominam ou em que o prisma este completamente ausente, assemelhando-se a
uma bipirâmide. Más formações em que uma das faces do prisma ou do romboedro
são desproporcionalmente desenvolvidas são também frequentes.

As principais variedades são as seguintes;

A) CRISTALINAS
1. Cristal de Rocha: É o quartzo incolor; as gemas facetadas desta variedade valem
apenas o custo da lapidação, pois além de serem extraordinariamente vulgares, a
dispersão da luz e muito fraca, não provocando, portanto, práticamente nenhum
jogo de cores. O cristal de rocha, alem de suas aplicações ópticas e eletrônicas já
citadas anteriormente, tem aplicação gemolôgica real apenas na forma de
esculturas, entalhes e objetos similares. Muito interessantes, entretanto, são as
variedades com inclusões, das quais as mais notáveis são as de Rutilo (que podem
surgir também no Quartzo enfumaçado), na forma de longas agulhas de cor amarela
a vermelho-acastanhado. São, particularmente, apreciadas quando as agulhas de
rutilo partem dos vértices de placas hexagonais de Hematita também inclusas,
formando estrelas de seis pontas.
Outras inclusões interessantes são as de areia que se depositaram em uma ou mais
etapas do crescimento do cristal, formando o que se chama de "quartzo fantasma".
Pode-se citar, ainda, inclusões de Turmalina preta, de Turmalina verde, de Pirita, de
Actinolita, de Crisocola, de Cacoxenita, etc.
As ocorrências mais importantes de Cristal de Rocha no Brasil, situam-se em
Cristalina, Goiás; em inúmeros locais na província pegmatítica de Minas Gerais; na
região que vai de Jacobina até Juazeiro, na Bahia, e na província pegmatítica do
Nordeste; no Estado de São Paulo ocorre na Serra dos Cristais, próximo Jundiaí,
onde, a então Associação Brasileira de Gemologia realizou uma de suas primeiras
excursões (revista Gemologia, Volume 9, 1957).
O Quartzo Rutilado e encontrado na região de Diamantina, e na Chapada
Diamantina, Bahia. No mundo existem importantes ocorrências, espalhadas por
inúmeros paises dentre as quais poder-se-ia destacar: a Suíça, os Estados Unidos, o
Japão, Madagascar, Birmânia, etc.

2. QUARTZO LEITOSO: É a variedade branca translúcida, praticamente sem


interesse gemolôgico.

3. CITRINO: É a variedade amarela, transparente; e normalmente encontrada de


atÉ varias centenas de gramas, que podem ser lapidadas em pedras facetadas
grandes.
Citrino lapidado e normalmente, Indevidamente, denominado "Topázio do RG ", pois,
nem é Topázio, nem na maior parte dos casos proveio da Bahia. A ocorrência
brasileira mais famosa é a de Campo Belo, M.G.
4. ESFUMAÇADO (SMOKY QUARTZ) : É a variedade castanha, transparente, do
Quartzo; quando a cor e castanho avermelhado escuro, recebe o nome de "morion".
São extremamente comuns gemas limpas, facetadas, de grande tamanho, porém,
muito barata e que algumas vezes recebem o errôneo e horroroso nome de "Topázio
fume". O Quartzo enfumaçado pode conter inclusões de Rutilo. Entretanto das ma
is interessantes são inclusões bifásicas, muito grandes, visíveis a olho nu, muitas
vezes com a fase gasosa formando bolhas de vários milímetros de diâmetro.
Ocorrem em inúmeras localidades no Brasil: nas províncias pegmatíticas de Minas
Gerais e do Nordeste, na região central da Bahia, em Diamantina Minas Gerais, etc.
No mundo e também comum em inúmeros países.

5. AMETISTA: É sem dúvida, a variedade gemolôgica mais nobre do Quartzo


Caracteriza-se pela sua cor de violeta a púrpura, cuja origem, a exemplo do que
ocorre com a maioria das outras variedades do Quartzo, ainda não foi,
indiscutivelmente, comprovada. No passado atribula-se a Ametista, como um
amuleto, poderes especiais : dissipar o sono, revigorar a inteligência, ser um
antídoto contra veneno e, principalmente, reduzir os efeitos de uma bebedeira,
tanto que se supõe que o nome proveio do grego "amethustas", que significa "não-
bêbado".
A cor, normalmente, não e homogeneamente distribuída, podendo variar um mesmo
cristal de quase incolor a violeta intenso (as variações ocorrem na forma de
manchas, sem zoneamento). Em gemas lapidadas, as manchas são perfeitamente
visíveis quando as mesmas são mergulhadas em bromofórmio. A Ametista apresenta
uma notável mudança de cor quando aquecida entre 400ºC e 500ºC, passando de
violeta para amarelo-acastanhado claro a vermelho-acastanhado escuro; Ametistas
de localidades diferentes produzem tonalidades diferentes quando aquecidas;
quando a temperatura passa de 550ºC as pontas dos cristais começam a tornar-se
leitosas, até chegar a uma cor totalmente branca. A Ametista queimada é indevida e
amplamente comercializada sob os nomes do "Topázio Rio Grande" e "Topázio
Madeira". Os cristais de Ametista normalmente desenvolvem-se em geodos ou em a
veios, exibindo as faces do prisma muito curtas ou quase ausentes, predominando a
terminação romboedrica. Uma das poucas exceções e a da Ametista de Guerreiro,
México, que ocorre em grupos de longos cristais prismáticos, muito .apreciados
pelos colecionadores de minerais muito interessantes são inclusões de Cacoxenita
(Fosfato de Ferro fibrorradiado de cor dourada) em Ametistas da região do Rio
Grande do Sul.
No Brasil, a Ametista e encontrada com certa abundancia em geodos, na região
basáltica dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, eventualmente
também no Paraná e São. Paulo. Em jazidas do tipo veio em Ataléia e Itabira, Minas
Gerais, no Brejinho das Ametistas, Bahia, e em Santa Quitéria, Ceara.
Nos tempos antigos as melhores Ametistas provinham da Rússia. Atualmente são,
também produtores os Estados Unidos, Canadá, México, Índia, Madagascar, África
do Sul, Japão e Zimbábue.

6. QUARTZO ROSA : É encontrado em grandes massas translúcidas, normalmente


utilizadas na confecção de esculturas, cinzeiros, ovos, bichinhos e até mesmo de
fachadas de residências. O Quartzo rosa pode apresentar finíssimas inclusões de
Rutilo, orientadas paralelamente as direções cristalográficas das faces do prisma,
que provacam o fenômeno do diasterismo (exibe uma estrela de seis pontas quando
lapidada em cabochão ou em esfera, e observada contra a luz). No Brasil ocorre na
forma de grupos de cristais na Lavra da Ilha, próximo à ltinga (Minas Gerais), e,
também, na região de Linópolis (M.G.). Estas amostras alcançam valores expressivos
no comercio internacional como espécimes para coleção, pois o quartzo rosa
cristalizado e extremamente raro (a única ocorrência fora do Brasil situa-se no
estado de Maine, EUA porém, de qualidade muito inferior). O quartzo rosa massivo
é relativamente comum nas províncias pegmáticas de Minas Gerais e do Nordeste.

7. QUARTZO AZUL: Relativamente raro e de pequeno interesse gemolôgico.No


Brasil, a única ocorrência de que temos notícia é em amostras encontradas na Lavra
da ilha, no início da década de 60, onde grupos de cristais de quartzo azul estavam
associados ao Quartzo rosa.

8-QUARTZO OLHO-DE-GATO: Apresenta inclusões de finas fibras de asbestos


densamente dispostas paralelamente ao eixo principal do cristal. As gemas do Ceilão
e da índia possuem cor amarela, simulando o Crisoberilo Olho-de-Gato.; as da
Alemanha são mais esverdeadas, enquanto que as do Brasil são cinza-azuladas, de
muito pior qualidade.

B) VARIEDADES CRIPTOCRISTALINAS

9-CALCEDÔNIA e ÁGATA: São constituídas de agregados de microcristais fi


brosas de Quartzo, envolvidos numa matriz de Sílica hidratada (Opala).
Normalmente formam-se nas paredes de geodos (podendo preenchê-los totalmente)
e de cavidades de veios, exibindo habito bitrioidal, mamelonar ou estalactítico. As
fibras são sempre perpendiculares às superfícies das concreções ou das bandas.
A Ánata e a Calcedônia com bandeamento visível, podendo exibir magníficos
desenhos com inúmeras cores. A_coloração da Ágata pode ser mudada por
tingimento, facilitado devido a sua porosidade (o numero 7 da revista Gemologia, de
1957, descreve as técnicas mais comuns de tingimento utilizados na época).
A Cornalina ou Carnelianita é uma calcedônia de coloração vermelha; Sárdio e uma
denominação pouco usual da Calcedônia amarela ou castanho-avermelhada; o
Sardônix é uma Ágata com bandas paralelas de cores vermelha e branca, enquanto
que o ônix tem bandas pretas e brancas (o Ônix preto utilizado em joalheria e,
normalmente, constituído de Calcedônia tingida). Tanto a Calcedônia e, a Ágata
como as variedades acima citadas foram utilizadas ha mais de um milênio na
confecção de pequenas esculturas e de camafeus.
Atualmente têm sido intensivamente utilizadas para a confecção de cinzeiros,
cumbucas, placas, etc.
A Cornalina tem sido lapidada em cabochões (entretanto, muito do material
encontrado no mercado sob esse nome constitui-se da Calcedônia tingida).
Existem,ainda, algumas variedades menos comuns, como a "Agata-Fogo", formada
pela deposição de finíssimas camadas de Óxido de Ferro sobre camadas botrioidais
de Calcedônia, exibindo uma bela iridescência quando cortadas em planos ou em
cabochão; a "blue lace agate", constituída de bandas azuis e brancas (sem
tingimento), etc.
A principal fonte de Ágatas e de Calcedônia são os geodos contidos em rochas
vulcânicas extrusivas, como os basaltos da região sul do Brasil. Esses geodos tem as
paredes constituídas de Ágata Calcedônia, podendo apresentar uma cavidade
central coberta de cristais de Quartzo ou de Ametista, ou então preenchida por
Quartzo cristalino, ou podem ser totalmente preenchidos por Ágata.

No Brasil, as principais ocorrências, situam-se nos estados do Rio Grande do Sul,


Santa Catarina, Paraná e São Paulo (especialmente nos dois Primeiros), existindo
tanto nas ,regiões produtoras como na cidade de São Paulo uma relativamente
intensa estrutura de industrialização. Ocorrem, também, em inúmeros outros
países: Estados Unidos, Uruguai Austrália, Índia, África do Sul, Alemanha, etc.

10. CRISOPÁSIO: É uma variedade de cor verde-maçã, devida a presença de


impurezas de Níquel. E utilizada na forma de cabochões, placas, camafeus, etc.
Atualmente, ma parcela do Crisoprásio existente no mercado é constituída de
Ágata tingida. As ocorrências principais situam-se na Índia e nos Estados Unidos.
No Brasil e encontrada na região de Niquelândia, Goiãs.

11. ÁGATA MUSGO: É a Ágata ou Calcedônia contendo inclusões dendríticas, que


podem ser verde, pretas ou castanho avermelhadas. As ocorrências principais
situam-se na índia, nos Estados Unidos e na Escócia; no Brasil ocorre eventualmente
nas regiões basálticas no sul, bem como em Poções, Bahia, onde a Calcedônia e de
cor verde acinzentado claro, quase transparente.

12. PRÁSIO, PLASMA e HELIOTRÓPIO: São variedades intermediarias entre a


Calcedônia e o Jaspe, constituídas de material microcristalino com uma grande
porcentagem de inclusões;
no Prásio, as inclusões são de Actinolita, que lhe conferem a cor verde;
no Plasma, as inclusões são de Clorita, tornando-o verde-escuro opaco.
Heliotropio ou "Pedra-de-Sangue" e um plasma com pontos vermelhos de Jaspe.

O mais importante dos 3 como gema e o Heliotrópio, que provem, principalmente,


da Índia.

13. Jaspe: É um Quartzo microcristalino intercrescido com quantidades


relativamente grandes (podendo chegar a ate 20%) de outros minerais,
normalmente Óxidos de Ferro. A cor mais comum é vermelho-acastanhado escuro,
podendo também ser amarelo, castanho, verde, azulado, cinza oupreto.
Normalmente apresenta nuvens, "spots" ou bandas de outras cores (estas bandas
são quase sempre paralelas e de espessura maior, do que as das Ágatas). A
densidade do Jaspe, devido as inclusões, é bem maior do que a do Quartzo, podendo
chegar a até D=2,91.
As ocorrências distribuem-se por inúmeros países: Rússia, Estados Unidos, Índia,
Alemanha, etc. No Brasil ocorre com certa frequência na forma de seixos rolados
em aluviões; no estado de São Paulo ocorre na forma de modelos castanhos,
amarelados ou avermelhados incrustados em rochas sedimentares (Itapetininqa,
Piracicaba, Laranjal Paulista, etc.). Em Corumbá; M.S., ocorre uma rocha denominada
"Jaspelito" constituída de camadas alternadas de Jaspe e de Hematita. A "Lidita"
e um Jaspe preto, rolado, utilizado pelos ourives para testar o traço de metais
("Pedra-de-toque"). O "Silex", o "Flint" e o "Chert" são também variedades do
Jaspe.

C) PSEUDOMORFOS E FÓSSEIS

14. OLHO-DE-TIGRE: É o resultado da transformação da "Crocidolita" (Asbestos


de coloração azul-acinzentada) em Quartzo. A estrutura fibrosa da Crocidolita
mantém; a silificação torna-a compacta e impurezas de Lionita conferem-lhe a
magnífica coloração amarela, dourada e castanha, Esta variedade provém, quase que
exclusivamente, da África do Sul; desconhecemos sua ocorrência no Brasil,

15. MADEIRA PETRIFICADA: E o resultado da silificação de troncos de arvores,


transformando-a em Calcedônia, Quartzo cristalino e/ou Jaspe, normalmente
combinados, exibindo, portanto, uma variação de cores muito atraente. 5 utilizada
na confecção de cinzeiros, placas ,e similares. No Brasil ocorre em regiões de
rochas sedimentares no estado de São. Paulo (Piracicaba, Laranjal Paulista, etc.).
São famosas as florestas petrificadas dos Estados Unidos.
16. CORAL SILIFICADO: Provam principalmente do estado da Flórida, EUA.

17. QUARTZITOS: São rochas metamórficas, constituídas essencialmente de


quartzo. De interesse ornamental existem o chamado "Quartzo-Aventurino", que é
verde devido a presença de finas lamelas de Mica Fuchsita, e o "Itacolomito" ou
"Pedra Mineira", que é um Quartzito facilmente destacável em placas (muitas vezes
flexíveis), podendo exibir formações dendríticas de óxidos de Manganês.
OPALA
Era considerada, ata há poucos anos atrás, uma Sílica amorfa hidratada;
demonstrou-se, entretanto, que se trata, na realidade, de um agregado
submicrocristalino de grãos de Cristobalita, contendo quantidades variáveis de
água; como esta proposição não foi ainda universalmente aceita, podemos considerar
este um assunto ainda controvertido. Outro problema bastante controvertido é a
origem do jogo de cores exibido pela Opala; esta iridescência aparece apenas sob
luz refletida e pode ser causada por interferência da luz, talvez em finíssimas
lamelas de índices de refração diferentes (causadas por diferentes conteúdos de
água); outra explicação seria a interferência da luz em camadas de moléculas
gigantes de Sílica, que se assemelhariam a microscópicas esferas e cujo diâmetro
determinaria a cor que seria refletida. As características físicas da Opala variam,
consideravelmente, devido ao sua variável contendo de água; a dureza vai de 5,5 a
5,5, o peso especifico de 1,93 a 2,20 (nas Opalas brancas e negras da ordem de
2,10, enquanto que nas Opalas de Fogo é da ordem de 2,0), e os índices de refração
de 1,44 a 1,4.
As variedades mais, comuns são a Hialina, que é transparente, incolor e não exibe
jorro de cor;

Opala de Fogo, de coloração laranja a laranja-avermelhada intensa, translucidas e


transparentes e normalmente sem exibir nenhum jogo de cor (apenas uma leve
opalescência esbranquiçada); a "Opala Preciosa", de cor branca, translúcida,
exibindo o magnífico jogo de cor (reflexões amarelas, verdes, avermelhadas, azuis e
violeta claro) sob luz refletida, mais amareladas ou amarelo-alaranjadas;

"Opala Negra" ou "Opala Negra Preciosa”: exibindo também magnífico jogo de


cores, porem, sobre uma matriz preta, ou cinza, azul ou verde-escuro;

"Opala de Água" que é uma' variedade incolor, transparente, exibindo reflexões


internas coloridas (alaranjadas vermelhas e azuladas). Existem, também, variedades
translúcidas de varias cores (amarelas, alaranjadas, acinzentadas), sem exibir jogo
de cor, como a Geiserita, e algumas vezes com inclusões dendríticas (Opalas-
Musgo).
Existem falsificações de Opala constituídas de finas laminas de Opala Preciosa,
coladas sobre uma base de Ônix ou de vidro preto; são os chamados "dublês". Já se
descobriram, também, imitações constituídas de fragmentos de Opala Preciosa
mergulhados em resina negra, simulando Opalas negras. A colocação de uma tinta
preta na face posterior do cabochão realça as cores por absorver a luz que chega e
essa face; evitando sua reflexão, que iria diluir as cores funcionando como luz
transmitida. A Opala e gema conhecida ha alguns milênios; entretanto, entre os
séculos XVII e XIV seu uso caiu em desgraça devido a crença de que seria
portadora de influencia maligna e potencial provocadora de tragédias para seus
proprietários. No inicio do século XX a rainha Vitoria, da Inglaterra, reabilitou a
Opala, passando a utiliza-la, provavelmente para facilitar a comercialização das
Opalas australianas, descobertas em 1874. As ocorrências mais tradicionais de
Opala situam-se na Hungria e na Tchecoslováquia locais de onde certamente
provieram as Opalas utilizadas pelos antigos romanos, e fontes quase que exclusivas
dessas gemas ate a descoberta, no final do século passado, das magníficas Opalas
australianas. Alem da Austrália, principal produtor mundial (e exclusivo produtor de
Opalas Negras), outras ocorrências de Opala Preciosa situam-se nos Estados
Unidos, na Polônia e uma muito importante no Brasil, em PedroII, Piauí, Opalas de
Fogo provém, principalmente, do México, onde também ocorrem Opalas D'Água.

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