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Resumo
É determinante, no contexto das organizações modernas avaliar o
impacto dos modelos de gestão e liderança sobre o equilíbrio
organizacional. É função da liderança: construir, disseminar e
envolver as pessoas com relação à missão, visão, valores e estratégia
de um negócio visando seu sucesso, desenvolvimento e
sustentabilidade. O alinhamento de toda a organização a esses
pressupostos básicos, depende do alinhamento pessoal, individual, de
cada um dos líderes, aos mesmos propósitos e ambições. Assim, o
processo de desenvolvimento individual; o grau de maturidade; o
autoconhecimento e o equilíbrio pessoal de cada líder, determinará
fortemente o equilíbrio e o sucesso organizacional. A visão sistêmica
de uma organização e seu ciclo de aprendizagem, estão fortemente
condicionados a visão sistêmica pessoal e ao ciclo de aprendizagem
individual, especialmente da liderança. Os métodos Balanced
Scorecard Pessoal e Balanced Scorecard Organizacional, que se
propõe ao desenvolvimento pessoal e organizacional respectivamente,
são portanto, “dois lados da mesma moeda: o equilíbrio sustentável -
pessoal e organizacional”.
Abstract
Is emphatic, in the modern organizations context, to evaluate the
impact of the management models and leadership concerning the
organizational balance.
That belongs to the leadership, to build, sow and to envolve people with
regard to mission, vision and strategy related to business looking at
success, development and its sustentability.
The alignment of all organization in those basic presuposed depend
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1. INTRODUÇÃO
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alcançados se tais objetivos e estratégias não estiverem claros e alinhados ao que cada
indivíduo acredita e espera realizar no âmbito da organização.
Se faz necessário considerar ainda, a relevância e o impacto do papel dos líderes nesse
processo, já que cabe, principalmente a eles, a construção de uma “ambição organizacional
compartilhada”.
Mas como empreender essa “missão” se o próprio líder não for transparente, ou seja,
pleno conhecedor de suas próprias motivações, expectativas e ambição pessoal?
E, mais ainda, se ao ignorar o possível desalinhamento entre sua ambição pessoal e a
ambição organizacional, exercer seu papel de gestor de forma a ocasionar conflitos e
dissonância na organização?
A competência de “educar”, que cabe hoje aos gestores, só poderá ser integralmente
desenvolvida se eles próprios investirem no autoconhecimento, autodesenvolvimento e
autogestão. De acordo com os conceitos de Stephen Covey (2006), em “Sete Hábitos das
Pessoas Muito Eficazes”, primeiro precisamos conquistar a “vitória interna” para depois
atingir a “vitória em público”.
Torna-se fundamental, portanto, analisar ferramentas de gestão que integrem todos
esses aspectos, considerando suas relações de causa e efeito. Modelos que abordem as
questões tangíveis e intangíveis, capazes de contribuir tanto para o desenvolvimento pessoal,
quanto para o desenvolvimento organizacional. Propostas que alinhem indivíduos e
organizações, propondo a transparência necessária ao equilíbrio sustentável entre esses “dois
lados da mesma moeda”.
2. METODOLOGIA
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3. DESENVOLVIMENTO
O BSC surgiu em 1990 como um novo modelo de medição de desempenho, como uma
ferramenta de tradução e mensuração estratégica.
O conceito do BSC é dinâmico e está sempre em evolução, acumulando aprendizado
decorrente da implantação em centenas de empresas no mundo e nas pesquisas que Norton e
Kaplan realizam em seu grupo de estudos, denominado Balanced Scorecard Collaborative
(www.bscol.com apud HERREIRO, 2005).
Inicialmente o BSC foi definido como um sistema de mensuração de desempenho
(1992 e 1993), posteriormente como sistema de gestão estratégica (2000) e desde 2004 como
um Modelo de Gestão Estratégica Integrada por integrar os avanços da gestão como, por
exemplo, a gestão do conhecimento. (HERREIRO, 2005).
Desde 1998, Peter Senge afirmava que muitos líderes têm visões pessoais que nunca
são traduzidas em visões compartilhadas, importantes para estimular a coesão na organização.
O que faltava então era uma ferramenta que possibilitasse esta tradução. (SENGE, 1998).
O BSC se baseia na Missão, Valores e Visão para medir o desempenho organizacional
sob quatro principais perspectivas: Financeira, Processos Internos, Clientes e Aprendizado e
Crescimento e estabelece entre elas uma correlação de causa e efeito.
O BSC tem início com um trabalho de equipe da alta administração para traduzir a
estratégia de sua unidade de negócios em “Objetivos Estratégicos” específicos em cada uma
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Financeira
2.3.2.1 Financeira
“Para satisfazer nossos acionistas, que
objetivos financeiros devem ser atingido? ”
2.3.2.5 Objetivos Indicadores Metas Iniciativas
2.3.2.2
Clientes
Clientes 2.3.2.3 Processos
Processos
“Para atingir nossos objetivos Missão “Para satisfazer nossos clientes e
financeiros, que necessidades dos acionistas, em que processos internos
clientes devemos atender? ” Valores devemos ser excelentes? ”
Objetivos Indicadores Metas Iniciativas Visão Objetivos Indicadores Metas Iniciativas
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Cliente
Fidelizar os
clientes
Objetivos Indicadores Meta Iniciativa
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Um líder que não seja transparente, que não conheça as próprias motivações ou que
desconsidere a necessidade de alinhamento entre suas ambições pessoais e organizacionais,
poderá incorrer, de acordo com RAMPERSAD (2006), em comportamentos tão corriqueiros
em nossas organizações, como: agir sem objetivos claros, priorizar interesses pessoais, não
exercer sua função de coache ou mentor, ter agendas ocultas, ser arrogante, faltar com a
modéstia, ouvir pouco, preferir a comunicação indireta, ignorar os funcionários, não
incentivar, acentuar diferenças de posição e conflitos, ter atitudes bombásticas ou radicais, ser
impaciente, indigno de confiança, punir severamente qualquer erro ou equívoco, minimizar ou
suprimir a autoconfiança de seus colaboradores, entre outros tantos comportamentos
perniciosos à construção de uma ambiente de trabalho equilibrado e saudável.
James Hunter, conhecido consultor e palestrante sobre temas de liderança, diz: “os
líderes efetivos sabem que estão em contínua transformação por causa das escolhas que fazem
diariamente” (HUNTER, 2006, p. 71). Refere ainda que as organizações, hoje em dia, gastam
tempo e dinheiro desenvolvendo declarações de missão e que, por mais importante que seja a
parte conceitual, de nada vale se as pessoas não confiam na liderança.
Rampersad (2006) diz que a experiência mostra que as pessoas não trabalham com
devoção, nem desprendem energia em algo que não acreditam ou concordam. A clareza e a
uniformidade de valores e princípios pessoais e organizacionais são, portanto, essenciais para
o envolvimento ativo das pessoas, e isso diz respeito fundamentalmente ao próprio líder.
A prática de compartilhar uma ambição envolve habilidades que precisam ser
desenvolvidas, primeiro no âmbito individual (pessoal) para depois serem exercitadas no
âmbito coletivo (organizacional). Ou seja, sem o autoconhecimento, autogestão,
autodesenvolvimento, transparência e equilíbrio pessoal, dificilmente um líder conseguirá
exercer sua mais importante missão que é agregar e envolver pessoas em torno dos objetivos
organizacionais.
“A estratégia essencial da liderança é simples: sirva de modelo. Comprometa-se com
seu próprio domínio pessoal”. (SENGE, 2002. p.200)
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A Estratégia passa a ser tarefa de todos por meio da contribuição individual para sua
implementação. Nesta etapa é feita a promoção da consciência estratégica através de um
trabalho de comunicação claro e aberto. Também são feitos o alinhamento dos objetivos
pessoais, dos incentivos pessoais e o alinhamento do desenvolvimento de competências
vinculando-os às estratégia. O desafio é traduzir a estratégia em termos operacionais.
Herreiro (2005) estabelece como desafio para este princípio, a divulgação da estratégia
da diretoria às equipes, educando toda a equipe sobre os conceitos de negócio e estratégia
competitiva da organização. Definir scorecard individuais, a partir do scorecard
organizacional, e vinculá-los ao sistema de remuneração e recompensa.
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Pode-se perceber, então, que a proposta do BSC, seja na sua aplicação pessoal ou
organizacional, pretende traduzir a missão, valores e visão em estratégia, desdobrando-em
objetivos muito claros, que irão direcionar comportamentos e desempenhos rumo aos
resultados almejados.
Ao definir a missão, valores e visão, seja do indivíduo ou da organização, estabelece-
se a visão de futuro, a partir da qual será definida a estratégia de ação .
Ambas abordagens (pessoal e organizacional) implicarão na definição dos fatores
críticos de sucesso, ou seja, as competências necessárias para fazer frente ao desafio
assumido. As capacidades que deverão ser reconhecidas e desenvolvidas para implementar a
estratégia definida.
O BSC pretende oferecer, portanto, transparência às relações de causa e efeito entre os
comportamentos e desempenho adotados versus o atingimento dos objetivos (de curto e longo
prazo) e assim possibilitar a conseqüente concretização da missão/visão.
Para tal, são definidas metas claras que indicarão os resultados a serem perseguidos,
quantificando valores que expressem objetivamente o “alvo” a ser atingido, bem como os
prazos em que serão obtidos.
É conceito essencial do BSC, mensurar e acompanhar resultados, pois segundo Joseph
Juran (1992) aquilo que não se mede não se gerencia. Kaplan & Norton (2001) acreditam que
os indicadores servem para comunicar a estratégia com precisão, de forma a comprometer
todos os colaboradores com os resultados a serem alcançados. Isso pressupõe, portanto,
estabelecer indicadores de desempenho claros, ou seja, definir as medidas capazes de avaliar
consistentemente a performance e os padrões a serem atingidos.
A partir do monitoramento do desempenho, considerando o ciclo do PDCA,
apresentado através da seta da figura 3, entram em foco as iniciativas de melhoria contínua da
organização. O PDCA é um método de gerenciamento de processos ou sistemas, sendo
considerado um caminho para se atingir as metas (CAMPOS, 1998). A utilização do PDCA é
uma forma de agregar valor ao produto ou serviço, através da execução dos quatro elementos
inerentes ao método – Planejar, Executar, Controlar e Agir e fazer assim, a retroalimentação
do processo de gestão do BSC.
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MISSÃO
BSC Pessoal (Liderança)
Por quê existimos
Visão; Missão; Valores e Estratégia
Implementação do BSCP
O BSC Organizacional
Gestão de competências
O
FocoResultados EstratEstratégicos
nos Resultados égicos
Acionistas
Acionistas Satisfeitos Clientes Encantados
Satisfeitos Processos
Processos Efetivos
Efetivos Pessoas
PessoasMotivadas e Preparadas
Motivadas e Preparadas
4. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
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pessoais. Se não tiverem sua própria visão, restará às pessoas “assinar embaixo” a visão do
outro. O resultado é a aceitação, nunca o comprometimento.” SENGE (1998, p. 239)
Indivíduos, através de seu envolvimento e comprometimento, são os principais
“guardiões” e concretizadores da estratégia de uma empresa. Profissionais que, se motivados,
irão agregar valor aos processos críticos e estratégicos e, conseqüentemente, afetarão os
resultados. São eles os responsáveis pela geração de valor que atenderá às expectativas dos
clientes e acionistas.
Assim, a estratégia passa a ser tarefa de todos por meio da contribuição individual. É
fundamental, portanto, vincular com clareza e consistência os objetivos, competências e
incentivos pessoais, aos organizacionais. Segundo Herreiro (2005) é necessário definir
scorecard individuais a partir do scorecard organizacional e vinculá-los ao sistema de
remuneração e recompensa. Tal providência, certamente contribuirá para maior sinergia entre
indivíduos e organização.
Ao criar sinergia, torna-se o todo maior que a soma de suas partes e estabelece o
alinhamento de todas as partes interessadas entre si e de cada parte com o todo. (NORTON &
RUSSEL, set-out. 2004).
E por quem começar esse processo, senão pela liderança organizacional? Afinal é ela a
responsável pela construção e disseminação da estratégia, definindo em conjunto com suas
equipes os objetivos, metas, indicadores e performance desejáveis.
O sucesso da organização depende dos líderes, que ao transmitir aos liderados os seus
“desejos”, irão gerar um clima favorável ou não às realizações, bem como ao processo de
mudança que necessariamente acompanha a evolução de um negócio.
São os líderes, em sua função de coaches e educadores, os personagens responsáveis
por fomentar nos demais o envolvimento e comprometimento com a estratégia. São eles,
portanto, os primeiros integrantes de uma organização que devem investir no próprio
“equilíbrio sustentável”. Deles e do seu próprio alinhamento aos objetivos organizacionais,
dependerá o sucesso da implantação da estratégia. Caso não estejam cônscios de sua missão
ou mesmo, não possuam efetiva aderência e sincero comprometimento com propósitos
organizacionais, fadarão ao fracasso mais esse projeto.
Norton e Russel (2004) revelam que nas melhores práticas, das organizações focadas
na estratégia, o efetivo comprometimento da alta liderança está sempre presente, além de uma
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5. REFERÊNCIAS
COVEY, Stephen - Sete Hábitos das Pessoas Muito Eficazes.17º ed. São Paulo: Nova
Cultural, 1989
HERREIRO, Emílio Filho. Balanced Scorecard e a Gestão Estratégica: uma abordagem
prática. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
HAMEL, G. e PRAHALAD, C.K. Competindo pelo Futuro. Rio de Janeiro: Campus, 1995.
HUNTER, James -,Como se tornar um líder servidor Rio de Janeiro Sextane, 2006,
KAPLAN, Robert S. / NORTON, David: The Balanced Scorecard – Measures that Drive
Performance. Harvard Business Review: Boston, 1992;
______ Putting the Balanced Scorecard to Work. Harvard Business Review: Boston, 1993.
______ Using the Balanced Scorecard as a Strategic Management System. Harvard Business
Review: Boston, 1996.
______ A Estratégia em Ação (Balanced Scorecard). 2. ed. Ed. Campus, Harvard Business
School Press, 1997.
______ A Organização Orientada para a Estratégia. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2001.
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Alfredo Cardoso – diretor de Normas e Habilitação das Operadoras da ANS
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WONG, Robert – O sucesso está no equilíbrio - 10º. Edição – Rio de Janeiro: Elsevier, 2005
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