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ORIENTAÇÃO

NÚMERO: 035/2020
Digitally signed by Maria da Graça
Maria da Graça Gregório de Freitas
DN: c=PT, o=Direção-Geral da Saúde,
Gregório de Freitas cn=Maria da Graça Gregório de Freitas

DATA: 13/07/2020 Date: 2020.07.13 10:56:18 +01'00'

ASSUNTO: COVID-19
Populações em Situação de Maior Vulnerabilidade Social e Económica
PALAVRAS-CHAVE: Populações vulneráveis; Medidas de prevenção; COVID-19; SARS-CoV-2
PARA: Profissionais que Trabalham com Populações Vulneráveis
CONTACTOS: normas@dgs.min-saude.pt

A COVID-19 foi declarada pela Organização Mundial de Saúde como Pandemia, no dia 11 de
março de 2020. Neste seguimento, várias medidas têm sido adotadas para conter a expansão
da doença.

Durante uma Pandemia e considerando o perfil clínico e epidemiológico da infeção pelo novo
coronavírus (SARS-CoV-2), agente causador da COVID-19, é necessário uma particular atenção
para as pessoas mais vulneráveis da sociedade, que estão expostas a diversos riscos sociais,
nomeadamente:
− Pessoas com necessidades de saúde especiais;
− Pessoas cujo risco de vulnerabilidade aumenta com confinamento social;
− Pessoas migrantes e refugiadas;
− Pessoas em situação de sem-abrigo;
− Pessoas com comportamentos aditivos;
− Pessoas com carências socioeconomica.

A Pandemia COVID-19 tem tido impacto em áreas tão diversas, tais como a mobilidade, as
relações interpessoais, o trabalho e os rendimentos. Atendendo às circunstâncias de particular
vulnerabilidade de muitos dos cidadãos que integram estas populações, importa planear e
implementar medidas, transversais e integradas, que garantam uma resposta adequada,
atempada e articulada, a estas populações em matéria de Saúde Pública.

Esta orientação propõe a adoção de medidas e ações a implementar regional e localmente com
recurso à articulação local entre as Autoridades de Saúde, os Municípios, as Juntas de
Freguesias, o Conselho Local de Acão Social (CLAS) dos municípios, a Comissão Municipal de
Proteção Civil, a Comissão Municipal para a Deficiência, as Equipas locais dos Centros Distritais
do Instituto da Segurança Social, I.P., Administrações Regionais de Saúde/Divisões de
Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências, o Serviço de Intervenção nos
Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), o Alto Comissariado para as Migrações,

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o Gestor da estratégia Nacional para a Integração de Pessoas Sem Abrigo (ENIPSSA), entre
outros.

Assim, nos termos da alínea a) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 14/2012, de 26


de janeiro, a Direção-Geral da Saúde emite a seguinte Orientação:

Medidas Gerais a Implementar para as Populações Vulneráveis

De forma protegida e assegurando a dignidade humana, recomenda-se a implementação de


estratégias locais de apoio, para diminuir as necessidades de deslocação e suprir as
necessidades básicas das populações vulneráveis, tais como:

1. Envolver as pessoas na identificação das suas necessidades;

2. Envolver as organizações da sociedade civil que apoiam estas populações na identificação


de necessidades e implementação de soluções;

3. Na ausência de suporte familiar, carência económica e situação de sem-abrigo, respeitando


as indicações da Orientação n.º 010/2020 da DGS, garantir a prestação de serviços que
permitam a diminuição das deslocações desnecessárias e o cumprimento do
confinamento/isolamento, em segurança, quando determinado pela autoridade de saúde,
nomeadamente:
a. Distribuição de alimentação;
b. Distribuição de medicamentos;
c. Apoio para higienização pessoal;
d. Apoio domiciliário;
e. Apoio de saúde mental;
f. Disponibilidade de abrigos;
g. Outros, segundo as necessidades identificadas.

4. Para as pessoas em confinamento/isolamento, identificadas com risco de violência e


negligência física, psicológica e/ou económica garantir1:
a. Notificação obrigatória;
b. Acesso efetivo a serviços de apoio;
c. Abrigos e outros apoios sociais, em caso de necessidade.

5. Disponibilizar materiais informativos nas línguas das populações, quando adequado, com
mensagens simples relativas à prevenção e procedimentos em caso de suspeita da COVID-

1
Lei n.º 129/2015, de 3 de setembro, estabelece o regime jurídico aplicável à prevenção da violência
doméstica, à proteção e à assistência das suas vítimas.

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19, mas também quanto às respostas disponíveis no âmbito de questões de saúde mas
também de outros direitos sociais atualmente disponíveis.

6. Deve ser, em especial, assegurada a informação relativa às medidas de prevenção e


controlo de infeção recomendadas pela Direção-Geral da Saúde, e de acordo com a
legislação vigente, nomeadamente:
a. Distanciamento;
b. Higienização das mãos;
c. Etiqueta respiratória;
d. Limpeza e desinfeção;
e. Utilização de máscara.

7. Assegurar a ampla divulgação da informação, devendo esta ser transmitida e


disponibilizanda através de múltiplas formas e canais, como:
a. Repetição;
b. Língua gestual;
c. Áudio-descrição;
d. Materiais online para pessoas que utilizam tecnologias de apoio;
e. Legendagem;
f. Linguagem simples;
g. Recurso a mediadores interculturais e de linhas de tradução, nomeadamente
através da Linha de Apoio ao Imigrante (808 257 257) do Alto-Comissariado para as
Migrações.

8. Identificar medidas de apoio dirigidas à manutenção da atividade laboral, sempre que


existir vínculo laboral.

Medidas a Implementar para as Populações Vulneráveis com Necessidades Específicas de


Saúde

No âmbito da Pandemia COVID 19, as pessoas com doença crónica nomeadamente, com DPOC,
asma, insuficiência cardíaca e doença cardiovascular, diabetes, doença renal crónica (em
hemodiálise), neoplasia maligna ativa, ou estados de imunossupressão, são consideradas
grupo de risco clínico. Todavia para além destas doenças crónicas, existem outras condições de
saúde que pela sua especificidade, necessitam de manter um plano de cuidados de saúde, no
atual contexto da pandemia, sob pena de a suspensão do mesmo agravar a condição clínica da
pessoa, nomeadamente as pessoas com doença mental e com deficiência, cujas
comorbilidades associadas e/ou grau de incapacidade, implicam a manutenção de terapias e

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tratamentos de reabilitação constantes, bem como a necessidade de cuidadores para
realização das suas atividades diárias.

1. Para estas pessoas é necessário assegurar a continuidade do plano de cuidados em saúde,


pelas equipas de saúde de proximidade, nomeadamente:
a. Administração de tratamentos injetáveis ou outra terapêutica;
b. Acesso a medicamentos;
c. Avaliação e monitorização do estado de saúde;
d. Cuidados de saúde mental;
e. Tratamentos de feridas/úlceras;
f. Tratamento de hemodiálise;
g. Terapia hormonal;
h. Tratamentos para reabilitação;
i. Procedimentos cirúrgicos e pós-cirúrgicos;
j. Quimioterapia;
k. Radioterapia;
l. Outros, segundo as necessidades clínicas identificadas.

2. Nas deslocações para fora do domicílio, os doentes imunossuprimidos, entre os quais


doentes em hemodiálise, doentes oncológicos sob quimioterapia ou radioterapia, doentes
com imunodeficiências, doentes sob terapêutica imunossupressora, entre outros, devem
usar máscara cirúrgica, nos termos da Orientação 19/2020 da DGS.

3. Os cuidadores destas pessoas devem seguir as recomendações da DGS, nomeadamente


no que diz respeito às Precauções Básicas de Controlo de Infeção e Limpeza de Superfícies.
Consultar: www.covid19.min-saude.pt.

Medidas Específicas a Implementar para as Populações Dependentes de Substâncias


Psicoativas

As pessoas dependentes de substâncias psicoativas, lícitas ou ilícitas, estão particularmente


vulneráveis à degradação das suas condições sociais durante a Pandemia COVID-19.

Considerando que muitas das fontes de rendimento estão limitadas, há que considerar problemas
relacionados, quer com as suas necessidades básicas (alimentação, habitação, higiene, cuidados
de saúde), quer com a dificuldade do acesso às substâncias aditivas de que dependem, o que pode
condicionar o incumprimento das determinações de confinamento/isolamento, em contexto de
privação clínica das substâncias psicoativas lícitas (nomeadamente dependência alcoólica) ou
ilícitas.

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A resposta a estas populações vulneráveis pode ocorrer nos vários níveis diferenciados de
cuidados, de acordo com uma rede de respostas definida, desde os Cuidados de Saúde Primários,
as Equipas Técnicas Especializadas na intervenção em comportamentos aditivos, as Unidades de
Alcoologia, os Cuidados de Saúde hospitalares, Departamentos / Serviços de Psiquiatria e Saúde
Mental e Estruturas de Especialidades ,Cuidados Hospitalares, quando aplicável, assim como em
articulação com as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) / Organizações Não
Governamentais (ONG) ao nível do Tratamento em Comunidade Terapêutica (CT) e no domínio da
Redução de Riscos e Minimização de Danos (RRMD), entre outros.

No atual contexto é necessário que as respostas sejam adequadas às necessidades específicas


agravadas destas populações, nomeadamente:

1. Garantir a atividade assistencial das Unidades de Intervenção Local dedicadas aos


Comportamentos Aditivos e às Dependências assim como das outras estruturas/entidades de
Cuidados de Saúde, quer da comunidade quer hospitalares, que acompanham e tratam
doentes dependentes de substâncias lícitas ou ilícitas, adequada às circunstâncias em
contexto da pandemia e de acordo com os seus planos de contingência.

2. Ao nível dos Cuidados de Saúde Primários, os profissionais de saúde podem identificar


problemas associados ao uso de substâncias psicoativas, nomeadamente em fases de
isolamento ou confinamento e articular com outras estruturas de resposta assistencial
existentes, em função da gravidade clínica.

3. A atividade assistencial das estruturas/entidades que tratam pessoas com comportamentos


aditivos e dependências e que asseguram a monitorização da situação clínica relacionada com
consumo de substâncias psicoativas, deverá ser assegurada preferencialmente por via
telefónica (ou por teleconsulta), ou presencialmente, se tal for estritamente necessário para o
procedimento clínico e terapêutico, cumprindo as recomendações da DGS, no que diz respeito
à separação de circuitos dos doentes com suspeita ou confirmação de COVID-19 face aos
restantes.

4. Assegurar a prescrição da medicação habitual, nomeadamente a de substituição opiácea,


sempre que possível através da prescrição eletrónica e, quando apropriado, através da
dispensa de medicação para períodos temporais mais alargados, do que o habitual, sob
controlo e monitorização clínica.

5. Sempre que possível, deverá ser também providenciada a medicação para períodos mais
alargados, para patologias concomitantes (tais como: Tuberculose e HIV/SIDA).

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6. Privilegiar o controlo e evicção das síndromes de abstinência, disponibilizando a ajuda dos
profissionais de saúde das Equipas Técnicas Especializadas na intervenção em
comportamentos aditivos, das Unidades de Alcoologia, dos Serviços Hospitalares de Saúde
Mental, no sentido de garantir a monitorização clínica destes doentes.

7. Os Serviços de Urgência devem intervir, sempre que necessário, nas crises de abstinência,
prestando particular atenção à síndrome de abstinência alcoólica.

8. As respostas no âmbito da Redução de Riscos e Minimização de Danos poderão implicar a


adequação dos seus critérios de admissão e monitorização clínica, nomeadamente em
programas de substituição opiácea de baixo limiar de exigência, de acordo com os planos de
contingência.

9. Assegurar, ainda, o aumento da assistência a pessoas dependentes de substâncias psicoativas


por parte das respostas de proximidade, nomeadamente as equipas de rua e outras respostas
no âmbito das Equipas de Redução de Riscos e Minimização de Danos, promovendo o acesso
a informação, alimentação e a cuidados de higiene e de saúde, em articulação com as
autarquias e Núcleos de Planeamento e Intervenção com pessoas em situação de Sem-Abrigo
(NIPSA).

10. A admissão de doentes dependentes em Comunidade Terapêutica ou outras estruturas


residenciais deverá incluir a realização do teste para SARS-CoV-2 e um período de isolamento
profilático, dos admitidos, por 14 dias, sob vigilância do aparecimento de sintomas sugestivos
de COVID-19.

11. As deslocações de doentes dependentes em Comunidade Terapêutica a outros serviços de


saúde, sociais ou outros, por um período inferior a 24 horas, devem ser realizadas em veiculo
próprio da instituição (salvo em situações de emergência), e sempre acompanhadas por um
técnico da instituição. Quer este quer o utente devem usar o equipamento de proteção
individual nos termos da Orientação 19/2020 da DGS. Nesses casos não será necessário
cumprir um novo período de isolamento profilático na reentrada do utente na Comunidade
Terapêutica.

12. As altas das instituições referidas no ponto anterior poderão, baseadas numa avaliação caso
a caso, ser proteladas para além do fim do projeto terapêutico, em função do risco social da
retoma da vida em comunidade por parte destas pessoas.

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Medidas Específicas a Implementar para a População Migrante, Refugiados e Populações
Portuguesas Ciganas em Exclusão Social

As preocupações atuais com a Pandemia COVID-19 impõem que seja assegurado o acesso ao SNS,
legitimando que os migrantes e os refugiados, independentemente do seu estatuto, estejam numa
situação documental legalizada ou não, e por razões de proteção da Saúde Pública:

1. Tenham acesso não discriminatório aos serviços de saúde e de apoio social, no âmbito da
COVID-19 (ver Informação 010/2020 da DGS).

2. Tenham acesso, sempre que se justificar, a mediadores culturais e a linhas de tradução,


nomeadamente a Linha de Apoio ao Migrante (LAM) 808 257 257 (rede fixa) e/ou 218 106 191
(rede móvel) do Alto-Comissariado para as Migrações.

3. Tenham acesso a informação sobre os sinais e sintomas da COVID-19, bem como as várias
respostas existentes em Portugal. Para o efeito estão disponíveis materiais informativos, com
mensagens simples relativas à prevenção e procedimentos em caso de suspeita da COVID-19,
em diversas línguas, no micro site COVID-19 da DGS2 e no site do ACM.

4. Beneficiem de parcerias com as comunidades de migrantes, com as associações de migrantes,


as associações de portugueses ciganos, bem como o Conselho Português para os Refugiados
(CPR) e a rede dos Centros Nacional de Apoio à Integração de Migrantes (CNAIM) e Centros
Locais de Apoio à Integração de Migrante (CLAIM) do Alto-Comissariado para as Migrações
(ACM) para monitorizar os riscos associados com a mobilidade e alojamento das pessoas.

Medidas a Adotar pelas Entidades Públicas e Organizações da Sociedade Civil que apoiam
Populações em Situação de Vulnerabilidade

1. As populações que vivem em locais coletivos ou sem abrigo, com dependência parcial ou total
de redes locais para subsistência e de assistência humanitária para satisfação de necessidades
básicas, beneficiam de uma avaliação individualizada do impacto da Pandemia COVID-19, e
das medidas de Saúde Pública.

2. Para o efeito, deve ser garantida a elaboração e e implementação dos Planos de Contingência,
a nível regional e local, para estas populações, com base nas normas e orientações da DGS.

3. Os centros de acolhimento :
a. Devem estar dotados de equipamento e serviços adequados ao alojamento;

2
https://covid19.min-saude.pt/materiais-de-divulgacao/

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b. Assegurar a alimentação;
c. Assegurar a promoção da higiene pessoal;
d. Assegurar os cuidados saúde aos seus utilizadores, em parceria com as estruturas
locais de saúde e outras estruturas de apoio social;
e. Assegurar a dignidade de tratamento dos utilizadores daquelas instalações;
f. Garantir a segurança dos utilizadores;
g. Garantir o reforço das medidas de higiene, desinfeção e limpeza, nos termos da
Orientação n.º 014/2020 da DGS;
h. Devem garantir, quando aplicável, o adequado tratamento de lixos e resíduos, nos
termos da Orientação n.º 012/2020 da DGS.
i. Garantir às pessoas em condição de sem-abrigo, o acesso a balneários e instalações
sanitárias públicas/municipais;
j. Garantir tradução linguística quando necessário.

4. Deve, ainda, ser garantida a formação e treino, de acordo com a Orientação n.º 010/2020 da
DGS, de:
a. Cuidados básicos de higiene, nomeadamente para a lavagem regular das mãos;
b. Boas práticas de etiqueta respiratória;
c. Necessidade do distanciamento físico;
d. Utilização adequada de máscaras;
e. Evitar concentração de pessoas.

5. Sempre que se justificar, deve ser assegurado o acesso a refeições:


a. Preferencialmente em regime de “take away” para evitar aglomeração de pessoas;
b. Quando servidas em refeitórios, assegurar, sempre que possível, o distanciamento
de 2 metros entre as pessoas.

6. Promover a utilização de equipamento de proteção individual (EPI) com as características


adequadas ao tipo de intervenção para todos os profissionais das estruturas de apoio social e
profissionais de saúde, que quotidianamente tenham contacto próximo com estas populações
vulneráveis, tendo por referência a Orientação n.º 019/2020 da DGS.

7. Informar e incentivar a vigilância dos sintomas de infeção respiratória aguda sugestiva de


COVID-19, nos termos da Norma n.º 004/2020 da DGS, nomeadamente o aparecimento de
tosse, febre (temperatura ≥ 38.ºC) ou dispneia (falta de ar) / dificuldade respiratória.

8. Sempre que seja identificado uma caso confirmado de COVID-19 a residir em locais que não
cumpram as condições de habitabilidade e exequibilidade do isolamento e confinamento no
domicílio, indicados na Norma n.º 004/2020 da DGS, após comunicação do caso à Autoridade
de Saúde territorialmente competente, as equipas locais da Segurança Social, em articulação

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com a Autarquia, devem identificar infraestruturas locais alternativas para assegurar o
isolamento, a alimentação, higiene desta pessoa. A Administração Regional de Saúde, através
dos profissionais de saúde do Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES), deve assegurar o
seguimento clínico adequado.

Procedimentos a adotar com caso suspeito em Populações em Situação de Vulnerabilidade

1. Todas as pessoas que desenvolvam quadro respiratório agudo de tosse (persistente ou


agravamento de tosse habitual), ou febre (temperatura ≥ 38.0ºC), ou dispneia / dificuldade
respiratória, são considerados casos suspeitos de COVID-19 (Norma n.º 004/2020 da DGS).

2. Isolar de imediato o doente na área designada para o efeito.

3. Perante o caso suspeito, o profissional, voluntário ou cuidador, designado para o


acompanhamento do caso deve colocar, logo antes de iniciar a assistência, o Equipamento de
Proteção Individual adequado, segundo a Norma n.º 007/2020 da DGS.

4. Deverá ser dada uma máscara à pessoa com suspeita de COVID-19. A máscara deve ser
colocada pelo próprio doente, se a sua situação clínica o permitir, tendo previamente realizado
a higiene das mãos, de acordo a Norma n.º 007/2020 da DGS.

5. Contactar a direção técnica da organização, e ligar para a Linha SNS24 (808 24 24 24) ou para
as linhas telefónicas criadas especificamente para o efeito, pelas ARS, em Unidades de Saúde
Familiar (USF) ou Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP), divulgadas com
recurso aos parceiros regionais e locais, garantindo igualmente a notificação da Autoridade de
Saúde territorialmente competente.

Graça Freitas
Diretora-Geral da Saúde

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Bibliografia:

1. Direção Geral da Saúde. Norma nº 004/2020 de 23/03/2020: COVID-19. FASE DE MITIGAÇÃO – Abordagem
do Doente com Suspeita ou Infeção por SARS-CoV-2: https://www.dgs.pt/directrizes-da-dgs/normas-e-
circulares-normativas/norma-n-0042020-de-23032020-pdf.aspx
2. Direção Geral da Saúde. Norma nº 007/2020 de 29/03/2020. Prevenção e Controlo de Infeção por SARS-
CoV-2 (COVID-19): Equipamentos de Proteção Individual (EPI): https://www.dgs.pt/directrizes-da-
dgs/normas-e-circulares-normativas/norma-n-0072020-de-29032020-pdf.aspx
3. 2Direção Geral da Saúde. Orientação nº 010/2020 de 16/03/2020. Infeção por SARS-CoV-2 (COVID-19) -
Distanciamento Social e Isolamento: https://www.dgs.pt/directrizes-da-dgs/orientacoes-e-circulares-
informativas/orientacao-n-0102020-de-16032020-pdf.aspx
4. Direção Geral da Saúde. Orientação nº 014/2020 de 21/03/2020. Infeção por SARS-CoV-2 (COVID-19) –
Limpeza e desinfeção de superfícies em estabelecimentos de atendimento ao público ou similares:
https://www.dgs.pt/directrizes-da-dgs/orientacoes-e-circulares-informativas/orientacao-n-0142020-de-
21032020-pdf.aspx
5. Direção Geral da Saúde. Orientação nº 015/2020 de 23/03/2020 atualizada a 24/04/2020 (NOVO). COVID-
19: Diagnóstico Laboratorial – Diagnóstico laboratorial; produtos biológicos; SARS-CoV-2; COVID-19:
https://www.dgs.pt/directrizes-da-dgs/orientacoes-e-circulares-informativas/orientacao-n-0152020-de-
23032020-pdf.aspx
6. Direção Geral da Saúde. Orientação nº 019/2020 de 03/04/2020 (NOVO). COVID-19: FASE DE MITIGAÇÃO
– Utilização de Equipamentos de Proteção Individual por Pessoas Não-Profissionais de Saúde:
https://www.dgs.pt/directrizes-da-dgs/orientacoes-e-circulares-informativas/orientacao-n-0192020-de-
03042020-pdf.aspx
7. Direção Geral da Saúde. Violência Interpessoal - Abordagem, Diagnóstico e Intervenção nos Serviços de
Saúde: 2ª edição 2016: https://www.dgs.pt/accao-de-saude-para-criancas-e-jovens-em-risco/ficheiros-
externos/violencia_interpessoal-pdf.aspx
8. Lei n.º 129/2015 de 3 de setembro, Terceira alteração à Lei n.º 112/2009, de 16 de setembro, que
estabelece o regime jurídico aplicável à prevenção da violência doméstica, à proteção e à assistência
das suas vítimas. Diário da República, 1.ª série — N.º 172 — 3 de setembro de 2015.
https://dre.pt/application/file/a/70179245
9. Plano Nacional de Implementação do Pacto Global das Migrações (Resolução Conselho de Ministros n.º
141/2019 de 20 de agosto. Plano Estratégico para as Migrações 2015-2020:
https://dre.pt/application/conteudo/124044668
10. Plano Nacional para a Redução dos Comportamentos Aditivos e das Dependências 2013-2020: Serviço
de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (2013-2020):
http://www.sicad.pt/BK/Institucional/Coordenacao/Documents/Planos/SICAD_Plano_Nacional_Reducao_
CAD_2013-2020.pdf
11. Vilar, G. (coord.) (2013). Rede de Referenciação / Articulação no âmbito dos Comportamentos Aditivos e
das Dependências. Lisboa: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências
(SICAD).
http://www.sicad.pt/PT/Intervencao/RedeReferenciacao/Documents/Rede_de_Referenciacao_17_03_201
4.pdf
12. WHO. Addressing Human Rights as Key to the COVID-19 Response. 21 April 202:
0https://apps.who.int/iris/handle/10665/331811

Orientação nº 035/2020 de 13/07/2020 10/11

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13. WHO. COVID-19 and violence against women What the health sector/system can do. 7 April 2020:
https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/331699/WHO-SRH-20.04-eng.pdf

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