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Família, Criança e
Adolescente
Arely Soares Carvalho Telles
Suely Cabral Quixabeira
T274p Telles, Arely Soares de Carvalho
Políticas sociais: família, criança e adolescente / Arely Soares de
Carvalho Telles, Suely Cabral Quixabeira.
134 p.: il.
Gabarito | 111
Referências | 127
Carta ao Aluno
Prezado(a) aluno(a),
Você está recebendo o material referente à disciplina Polí-
ticas Sociais - Família, Criança e Adolescente. O conteúdo está
organizado em sete capítulos.
Queremos convidá-lo à discussão sobre a política de aten-
dimento à criança e ao adolescente enquanto área de atuação do
assistente social. Faremos, inicialmente, uma contextualização
sobre a evolução histórica dos direitos da criança e do adoles-
cente desde o período Colonial à década de 1970 com a insti-
tuição do Código de Menores de 1979. Esse código tem como
fundamento jurídico e social a Doutrina da Situação Irregular,
que considera a criança e o adolescente como objetos de inter-
venção por parte do Estado nas situações de carentes, abandona-
dos, inadaptados e infratores.
Políticas Sociais - Família, Criança e Adolescente
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1
História social da
criança no Brasil: do
período Colonial à
década de 1970
Introdução
Caro estudante, neste capítulo, você fará uma contextuali-
zação histórica da emergência da questão da infância no Brasil
desde o período Colonial até a década de 1970. Abordaremos a
primeira política voltada para a criança, a Roda dos Expostos,
que acolhia as crianças abandonadas, as legislações primárias,
como a Constituinte de 1825, que se referia à criança negra.
Conheceremos a Doutrina da Situação Irregular, que norteava os
Códigos de Menores e que defendia a concepção de criança e
adolescente como menores em situação irregular nas condições
de carentes, abandonados, inadaptados e delinquentes. Para fina-
lizar o capítulo, você refletirá sobre a doutrina que considerava a
criança e o adolescente como objetos de intervenção por parte do
Estado e não como sujeitos de direitos.
Políticas Sociais - Família, Criança e Adolescente
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História social da criança no Brasil: do período Colonial à década de 1970
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Políticas Sociais - Família, Criança e Adolescente
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História social da criança no Brasil: do período Colonial à década de 1970
Saiba mais
O sítio <http://diviliv.blogspot.com/2007/10/lei-n-66971979-cdigo-de-
-menores.html> trata de pesquisas sobre direito da família. Nele, você
encontrará o Código de Menores de 1979 na íntegra. Acesse o sítio e
leia-o para melhor compreender a Doutrina da Situação Irregular - dou-
trina sociojurídica que norteou a lei.
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Políticas Sociais - Família, Criança e Adolescente
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História social da criança no Brasil: do período Colonial à década de 1970
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Atividades
1. A política social elementar adotada no Brasil, para atender às
questões envolvendo crianças, foi a roda dos expostos, criada
ainda no período Colonial. Aponte a gênese, o cunho, o público-
-alvo e a finalidade dessa política.
2. A legislação primária, ao tratar de assuntos envolvendo crianças,
foi a Constituinte de 1825. Os direitos conquistados nessa Cons-
tituinte são
a) direito da mãe (escrava) de ter um mês de resguardo e, no
decorrer de um ano após o parto, trabalhar com o filho ao
seu lado.
b) direito da mãe (escrava) de ter quatro meses de resguardo
e, no decorrer de um ano após o parto, trabalhar com o filho
ao seu lado.
c) garantia de uma indenização por parte do Estado aos pro-
prietários de escravos para libertar as crianças negras,
entretanto os pais continuavam sob o regime escravocrata.
d) abolição dos escravos, em 1888, extinguindo um sistema
que perdurou por mais de um século no Brasil.
3. Os Códigos de Menores não se dirigiam ao conjunto da popula-
ção infanto-juvenil, somente aos menores considerados em situ-
ação irregular. Para os Códigos de Menores, são considerados
em situação irregular os menores
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História social da criança no Brasil: do período Colonial à década de 1970
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2
Década de 1980: a
luta da sociedade
civil em prol dos
direitos da criança
e do adolescente
Introdução
Caro aluno, neste capítulo, você conhecerá a luta da socie-
dade civil para assegurar, na Constituição Federal de 1988, os
direitos da criança e do adolescente e romper definitivamente
com os Códigos de Menores. Verá quais os movimentos sociais
que tiveram destaque nessa luta, como: Movimento de Meninos
e Meninas de Rua (MMMR), Movimento de Defesa dos Direi-
tos da Criança e do Adolescente (MDDCA) e o Fórum Nacional
Permanente dos Direitos da Criança e do Adolescente (Fórum
DCA). Todos esses movimentos encamparam uma luta em prol
da população infanto-juvenil, no período de construção da Carta
Magna de 1988, os quais defendiam que a criança e o adoles-
cente eram prioridade absoluta e sujeitos de direitos.
Conheceremos, ainda, os tratados internacionais que garan-
tem os direitos humanos da criança e do adolescente: a Declara-
ção de Genebra, a Declaração Universal dos Direitos da Criança
e a Convenção sobre os Direitos da Criança. A Constituição
Políticas Sociais - Família, Criança e Adolescente
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Década de 1980: a luta da sociedade civil em prol dos direitos da criança e do adolescente
Saiba mais
Para você conhecer um pouco mais sobre o papel dos movimentos sociais
na defesa dos direitos da criança e do adolescente, a partir do trabalho
realizado pelo Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua,
assista ao documentário Ônibus 174, de José Padilha. O documentário
retrata a trajetória de Sandro do Nascimento, que sequestrou o ônibus
174, em 12 de junho de 2000, no Rio de Janeiro. Esse documentário
retrata a realidade de vida de Sandro que o levou para a vida do crime na
sua infância. Sandro é um dos sobreviventes da chacina dos meninos da
Igreja da Candelária, também no Rio, em 1993. O documentário também
traz um depoimento da assistente social do Movimento MNMMR que
acompanhava o grupo de meninos da chacina. Boas reflexões!
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Década de 1980: a luta da sociedade civil em prol dos direitos da criança e do adolescente
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Década de 1980: a luta da sociedade civil em prol dos direitos da criança e do adolescente
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Década de 1980: a luta da sociedade civil em prol dos direitos da criança e do adolescente
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Políticas Sociais - Família, Criança e Adolescente
Atividades
1. A década de 1980 é considerada como o divisor de águas em
prol da luta pelos direitos da criança e do adolescente. Três
movimentos liderados pela sociedade civil organizada tiveram
fundamental importância nessa luta. Aponte quais são esses
movimentos e o trabalho desenvolvido por cada um deles.
2. Sobre os movimentos sociais que se destacaram na defesa dos
direitos da população infanto-juvenil, na década de 1980, pode-
mos afirmar que
a) todos os movimentos foram constituídos por Organizações
Governamentais e Não-Governamentais (ONGs).
b) os movimentos tiveram uma participação imprescindível no
processo de consolidação da visão da criança e do adolescente
como menor carente e abandonado em situação irregular.
c) a finalidade dos movimentos sociais era lutar para efetivar a
Política Nacional de Bem-Estar do Menor e, assim, contribuir
efetivamente para a implantação das unidades da FEBEM.
d) os movimentos sociais lutaram para incorporar à Constitui-
ção Federal de 1988 os princípios defendidos pela Conven-
ção dos Direitos da Criança de 1989, baseados na Declara-
ção Universal dos Direitos da Criança de 1959.
3. A luta da sociedade civil em prol dos direitos da criança e do
adolescente no Brasil teve como base os tratados internacionais
de garantia de direitos para a população infanto-juvenil. Quais
são esses tratados?
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Década de 1980: a luta da sociedade civil em prol dos direitos da criança e do adolescente
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3
Estatuto da Criança
e do Adolescente:
uma lei específica
na área da infância
e da adolescência
Introdução
Caro aluno, neste capítulo, você conhecerá aspectos rele-
vantes do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que
introduz na sociedade brasileira uma nova concepção de criança
e de adolescente. Conforme preconiza o ECA, a criança e o ado-
lescente são cidadãos de direitos e prioridade absoluta. O ECA é
sustentado pelos princípios da Doutrina da Proteção Integral das
Nações Unidas, que rompem definitivamente com a Doutrina da
Situação Irregular norteadora dos Códigos de Menores.
Conheceremos, também, a Doutrina da Proteção Integral,
que fundamenta o Estatuto da Criança e do Adolescente, que
se destina, sem exceção alguma, a todas as crianças e os ado-
lescentes e que substitui a Doutrina da Situação Irregular que
sustentava os Códigos de Menores. Faremos uma comparação
Políticas Sociais - Família, Criança e Adolescente
Saiba mais
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Estatuto da Criança e do Adolescente: uma lei específica na área da infância e da adolescência
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Políticas Sociais - Família, Criança e Adolescente
Veja que essa afirmativa aponta quem são os responsáveis legais pela
garantia dos direitos da criança e do adolescente, cabe a todos igualmente a
responsabilidade de zelar pelos direitos, pois só assim a população infanto-
juvenil poderá ter assegurados na íntegra o espírito da Doutrina das Nações
Unidas norteadora da Lei n. 8.06. O 1º Artigo do ECA expõe que “esta Lei
dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente” (ECA, 1990, p. 11).
Para que a Doutrina da Proteção Integral seja realmente assegurada,
o ECA compreende uma série de garantias no Artigo 4º parágrafo único.
A garantia de prioridade compreende:
a) Primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
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Estatuto da Criança e do Adolescente: uma lei específica na área da infância e da adolescência
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Estatuto da Criança e do Adolescente: uma lei específica na área da infância e da adolescência
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Estatuto da Criança e do Adolescente: uma lei específica na área da infância e da adolescência
ESTATUTO DA CRIANÇA
CÓDIGOS DE MENORES
E DO ADOLESCENTE
DOUTRINA DA SITUAÇÃO
DOUTRINA DA
IRREGULAR
PROTEÇÃO INTEGRAL
Destinam-se apenas aos menores em Dirige-se a todas as crianças e a
situação irregular: carentes, abando- todos os adolescentes sem exceção
nados, inadaptados e infratores alguma.
Tratam do direito tutelar do menor,
Trata da Proteção Integral, isto é,
ou seja, os menores são objetos
da sobrevivência do desenvolvi-
de medidas judiciais quando se
mento e da integridade de todas as
encontram em situação irregular,
crianças e todos os adolescentes.
assim definidos legalmente.
O menor é visto como objeto de A criança e o adolescente são vis-
intervenção jurídico-social do tos como sujeitos de direitos exigí-
Estado. veis com base na lei.
É descentralizador e aberto à par-
São centralizadores e autoritários. ticipação da cidadania por meio de
conselhos paritários.
Instrumento de controle social das Desenvolvimento social voltado
crianças e dos adolescentes vítimas para o conjunto da população infanto-
da omissão da família, da socie- -juvenil do país, garantia de proteção
dade e do Estado em relação aos especial a esse segmento considerado
seus direitos. pessoal e socialmente vulnerável.
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Políticas Sociais - Família, Criança e Adolescente
ESTATUTO DA CRIANÇA
CÓDIGOS DE MENORES
E DO ADOLESCENTE
DOUTRINA DA SITUAÇÃO
DOUTRINA DA
IRREGULAR
PROTEÇÃO INTEGRAL
Políticas sociais básicas, políticas
Política nacional do bem-estar do assistenciais, serviços de proteção
menor, segurança pública, justiça e defesa das crianças e dos ado-
de menores. lescentes vitimizados e proteção
jurídico-social.
São omissos a respeito de crimes e
Pune o abuso de pátrio poder, das
infrações cometidos pela violação
autoridades e dos responsáveis
dos direitos da criança e do ado-
pela criança e pelo adolescente.
lescente.
Fonte: Socioeducação (2006, p. 20)
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Estatuto da Criança e do Adolescente: uma lei específica na área da infância e da adolescência
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Políticas Sociais - Família, Criança e Adolescente
Esse artigo do ECA atribui aos profissionais que lidam com a criança
e o adolescente a responsabilidade de noticiar os casos que envolvam não
somente a confirmação, mas a suspeita de violência praticada contra a
criança e o adolescente.
A criança e o adolescente são especificados pelo ECA como
violadores de seus direitos “[...] nos casos em que os mesmos tenham se
comportado de maneira tal que acabem negando seus próprios direitos”
(UNICEF, 1998, p. 138). Os casos mais comuns estão relacionados ao uso
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Estatuto da Criança e do Adolescente: uma lei específica na área da infância e da adolescência
O ECA determina que todo cidadão tem o dever de zelar pelos direi-
tos das crianças e dos adolescentes, inclusive na perspectiva de prevenção
da violência praticada contra esse segmento, pois os direitos das crianças
e dos adolescentes são direitos humanos.
Portanto o ECA é a lei específica que regulamenta e assegura os direi-
tos da criança e do adolescente já garantidos na Constituição Federal de
1988. É norteado pela Doutrina da Proteção Integral que rompe definiti-
vamente com a Doutrina da Situação Irregular dos Códigos de Menores.
Considera a criança e o adolescente como sujeitos de direitos e prioridade
absoluta na formulação de políticas públicas. A família, a sociedade e o
Estado são os responsáveis legais pela garantia dos direitos da criança e do
adolescente assegurados pela Constituição Federal de 1988 e pelo ECA.
Esses direitos são soberanos e não podem ser violados ou ameaçados. No
entanto sabemos que, constantemente, esses direitos são violados. Assim
o ECA institui como abertura de defesa e proteção o dever de toda a socie-
dade em denunciar os casos de violação e ameaça desses direitos, como
forma de ressarcimento e prevenção de qualquer fato que constitua mau-
-trato contra a população infanto-juvenil.
Para que o ECA possa se traduzir em atendimento efetivo à criança
e ao adolescente, é necessário que um conjunto de atores assuma suas
responsabilidades com vistas à proteção e à defesa dos direitos da criança
e do adolescente. Por isso, no próximo capítulo, conheceremos os órgãos
que compõem o Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adoles-
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Políticas Sociais - Família, Criança e Adolescente
cente e qual o seu papel na defesa dos direitos garantidos pelo ECA e na
proteção da criança e do adolescente nos casos de ameaça e/ou violação
de seus direitos.
Atividades
1. O ECA regulamenta os direitos da criança e do adolescente asse-
gurados na Constituição Federal de 1988. Descreva a concepção
de criança e adolescente adotada pelo ECA.
2. O ECA provocou três revoluções que trouxeram mudanças signi-
ficativas para a seara da criança e do adolescente e extrapolou o
campo jurídico. Sobre as três revoluções, é incorreto afirmar que
a) as revoluções provocadas pelo ECA são mudança de conte-
údo, mudança de método e mudança de gestão.
b) o ECA, com a mudança de conteúdo, concebe a criança
e o adolescente como objeto de intervenção por parte do
Estado e da família.
c) o ECA, com a mudança de método, introduz as garantias
processuais para o adolescente autor de ato infracional.
d) o ECA, com a mudança de gestão, introduz um nova divi-
são do trabalho e atribui competências e responsabilidades
às três esferas de governo (União, Estado e Município) e
conta ainda com participação da sociedade civil organizada.
3. Com base no quadro comparativo entre os Códigos de Menores
e o Estatuto da Criança e do Adolescente, podemos afirmar que
a) o ECA é instrumento de controle social das crianças e dos
adolescentes vítimas da omissão da família, da sociedade e
do Estado em relação aos seus direitos.
b) os Códigos de Menores primavam pelo desenvolvimento
social voltado para a população infanto-juvenil do país e
garantiam proteção especial àqueles segmentos considera-
dos pessoal e socialmente vulneráveis.
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Estatuto da Criança e do Adolescente: uma lei específica na área da infância e da adolescência
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4
Sistema de Garantia
dos Direitos da Criança
e do Adolescente
Introdução
Caro aluno, neste capítulo, você conhecerá o Sistema de
Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente, instituído
para exigir o cumprimento dos direitos assegurados pelo ECA.
O Sistema de Garantia compreende três grandes eixos: promo-
ção, defesa e controle social. É acionado sempre que os direitos
assegurados na Constituição Federal de 1988 e no ECA para o
conjunto da população infanto-juvenil forem ameaçados e/ou
violados. A partir da homologação do Estatuto da Criança e do
Adolescente, surgiu um novo tempo na área da infância e adoles-
cência. Foi retirada do juiz de menores a exclusividade do aten-
dimento de questões concernentes à população infanto-juvenil
e suas famílias. O ECA instituiu o Conselho Tutelar para zelar
pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente nos
casos de ameaça ou violação desses direitos. Abordaremos mais
detalhadamente sobre a finalidade, a importância, as atribuições
e as competências desse conselho.
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Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente
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Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente
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Políticas Sociais - Família, Criança e Adolescente
Saiba mais
<http://www.presidencia.gov.br/estrutura_presidencia/sedh/conselho/
conanda/>.
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Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente
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Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente
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Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente
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Políticas Sociais - Família, Criança e Adolescente
Atividades
1. O Sistema de Garantia é instituído como um mecanismo de exi-
gibilidade dos direitos assegurados pelo ECA e, para isso, está
compreendido em três grandes eixos: promoção, defesa e con-
trole social. Sobre os três eixos, marque V para as afirmativas
verdadeiras e F para as falsas.
( ) O eixo promoção é responsável por deliberar e controlar
as políticas sociais básicas sob a ótica da universalização
dos direitos fundamentais referentes à educação, à saúde, à
segurança pública, entre outros.
( ) O eixo promoção é responsável por deliberar e controlar as
políticas de seguridade social, especificamente a política de
assistência social que tem caráter não universal.
( ) O eixo promoção é composto pelos seguintes órgãos:
Secretaria de Segurança Pública, poder Judiciário, Defen-
soria Pública, Conselho Tutelar, Ministério Público, órgãos
da sociedade civil, centro de defesa, entidades sociais.
( ) O eixo controle social se constitui como espaço de partici-
pação da sociedade civil representada por fóruns (espaço
de mobilização e organização da sociedade em geral) e por
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Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente
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Políticas Sociais - Família, Criança e Adolescente
4. O Conselho Tutelar foi instituído pelo ECA para zelar pelo cum-
primento dos direitos da criança e do adolescente nos casos de
ameaça ou violação desses direitos. Sobre as características do
Conselho Tutelar, não podemos afirmar que é
a) um órgão permanente, uma vez que ele passou a integrar
definitivamente o conjunto das instituições brasileiras que
atuam com vistas ao cumprimento dos direitos garantidos
pelo ECA.
b) não jurisdicional, haja vista não estar integrado ao poder
Judiciário e sim ao Poder Público e exercer funções públi-
cas de caráter administrativo.
c) jurisdicional, uma vez que está ligado ao poder Judiciário
para o exercício de sua função pública.
d) autônomo, no sentido de desempenhar as atribuições que
lhe são confiadas pela lei.
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5
A política de
atendimento
da criança e do
adolescente e os
Conselhos de Direitos
Introdução
Caro aluno, neste capítulo, você estudará as linhas de ação
e as diretrizes da política de atendimento à criança e ao adoles-
cente, conforme preconiza o ECA. As ações devem ser desenvol-
vidas nas áreas das políticas sociais básicas, política de assistên-
cia social, políticas de proteção especial e políticas de garantias
de direitos. As diretrizes correspondem à municipalização da
política e à criação dos Conselhos de Direitos da Criança e do
Adolescente em todas as esferas de governo.
Conheceremos, ainda, o papel dos Conselhos de Direitos
da Criança e do Adolescente nas três esferas de governo: União,
Estado e município, órgãos responsáveis pela formulação, pela
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A política de atendimento da criança e do adolescente e os Conselhos de Direitos
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Políticas Sociais - Família, Criança e Adolescente
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A política de atendimento da criança e do adolescente e os Conselhos de Direitos
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Políticas Sociais - Família, Criança e Adolescente
Saiba mais
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A política de atendimento da criança e do adolescente e os Conselhos de Direitos
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Políticas Sociais - Família, Criança e Adolescente
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A política de atendimento da criança e do adolescente e os Conselhos de Direitos
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Políticas Sociais - Família, Criança e Adolescente
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A política de atendimento da criança e do adolescente e os Conselhos de Direitos
Atividades
1. Faça um texto dissertativo sobre a política de atendimento da
criança e do adolescente. Nele aborde a articulação de ações por
parte das três esferas de governo com a participação da socie-
dade civil organizada, as linhas de ação e as diretrizes básicas
dessa política, conforme especifica o Artigo 87 e 88 do ECA, e
a rede de proteção dos direitos da população infanto-juvenil que
compõe o Sistema de Garantias dos Direitos da Criança.
2. As linhas da política de atendimento seguem as diretrizes bási-
cas que estão especificadas no Artigo 88 do ECA. Essas diretri-
zes estabelecem
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Políticas Sociais - Família, Criança e Adolescente
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A política de atendimento da criança e do adolescente e os Conselhos de Direitos
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6
Interfaces da
questão social na
área da criança e
do adolescente
Introdução
Discutiremos, neste capítulo, a violência doméstica e a
exploração sexual como uma das interfaces da questão social na
área da criança e do adolescente. Faremos uma discussão teórica
sobre o assunto e, posteriormente, apresentaremos os tipos de
violência. Discutiremos, ainda, a exploração do trabalho infantil,
um problema que ocupa cada vez mais espaço nas discussões e
nos estudos sobre a questão social brasileira.
Para você identificar as interfaces da questão social referen-
tes à violência doméstica, à exploração sexual contra a criança e
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Interfaces da questão social na área da criança e do adolescente
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Políticas Sociais - Família, Criança e Adolescente
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Interfaces da questão social na área da criança e do adolescente
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6.1.2 Negligência
A negligência, ao contrário dos maus-tratos físicos, é considerada
como uma violência de difícil constatação. O que dificulta diagnosticar
essa violência é a questão da inexistência de intencionalidade muitas
vezes alegada por pais e/ou responsáveis. O que mais contribui para esse
tipo de violência é a condição de miséria e pobreza em que se encontram
milhares de famílias brasileiras, cujo perfil, em grande maioria, retrata os
pais desempregados, sem condições de suster as necessidades básicas dos
filhos, e as famílias chefiadas por mulheres que precisam trabalhar fora
para garantir sua sobrevivência e dos seus filhos, deixando-os sem prote-
ção, à mercê da violência.
A negligência se manifesta por meio de comportamentos concernen-
tes às
Omissões dos pais ou de outros responsáveis (inclusive institucio-
nais) pela criança e pelo adolescente, quando deixam de prover as
necessidades básicas para o seu desenvolvimento físico, emocio-
nal e social. A negligência significa a omissão de cuidados básicos
como a privação de medicamentos; a falta de atendimento aos cui-
dados necessários com a saúde; o descuido com a higiene; a ausên-
cia de proteção contra as inclemências do meio como o frio e calor;
o não provimento de estímulos e de condições para a frequência à
escola (BRASIL, 2002b, p. 12).
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Interfaces da questão social na área da criança e do adolescente
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Políticas Sociais - Família, Criança e Adolescente
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Interfaces da questão social na área da criança e do adolescente
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Políticas Sociais - Família, Criança e Adolescente
pelos pais, sociedade e inclusive pelo Poder Público. Diante dessa realidade,
é preciso fazer valer realmente o que está assegurado no Art. 15 do ECA:
“A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade
como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos
de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas Leis”.
Tratar nossas crianças e nossos adolescentes como sujeitos é respei-
tar, sobretudo, sua condição peculiar de desenvolvimento e garantir que
eles tenham direito a um desenvolvimento sadio. Vimos até o momento
as formas mais acentuadas de violência doméstica praticadas contra a
criança e o adolescente. A seguir, analisaremos as características, os cri-
mes previstos e a base jurídica sobre a exploração sexual que envolve a
população infanto-juvenil no Brasil.
Saiba mais
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Interfaces da questão social na área da criança e do adolescente
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Políticas Sociais - Família, Criança e Adolescente
LEGISLAÇÕES ARTIGOS
Constituição Federal de 1988 227, caput, § 1º, 3º, IV, V e § 4º; Art. 228
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Interfaces da questão social na área da criança e do adolescente
LEGISLAÇÕES ARTIGOS
Estatuto da Criança e do Ado- Artigos 5º, 13, 18, 82 a 85, 149, 238 a
lescente 243, 250 e 255
Código Penal Artigos 213 a 229, 233 e 234
Lei dos Crimes Hediondos Artigos 1º e 6º
Lei da Tortura Artigos 1º e 4º
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Interfaces da questão social na área da criança e do adolescente
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Atividades
1. A violência física, no âmbito doméstico, traduz-se pelo uso da
força física pelos pais ou pelos responsáveis no relacionamento
com a criança ou o adolescente. Sobre a violência física, pode-
mos afirmar que
a) há séculos permeia nossa cultura, amparada incisivamente
pela força da religião, no que diz respeito à autoridade dos
pais para com os filhos.
b) é aceita como um ato educativo, que é estabelecido pelo
uso da força praticada pelos pais, com o intuito de proteger
a criança e o adolescente.
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Interfaces da questão social na área da criança e do adolescente
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Política Nacional
de Atendimento
da Criança e do
Adolescente
Introdução
Caro aluno, neste capítulo, você conhecerá aspectos intro-
dutórios do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo
(SINASE), voltado para implementar a política de atendimento
dos adolescentes em conflito com a lei. Conheceremos a respon-
sabilidade do Estado que foi atribuída pelo Estatuto da Criança
e do Adolescente no cumprimento das ações socioeducativas e o
que preconiza a lei sobre os direitos dos adolescentes autores de
atos infracionais.
Conheceremos, também, os aspectos introdutórios do Plano
Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças
e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária, que tem
como finalidade orientar a formulação de políticas públicas vol-
tadas para o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitá-
rios. O objetivo é garantir o direito assegurado pelo ECA de que
toda criança tem o direito de ser educada no seio de sua família
de origem e, quando necessário, em família substituta em um
ambiente comunitário. Para que esse direito seja efetivado, faz-se
Políticas Sociais - Família, Criança e Adolescente
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Política Nacional de Atendimento da Criança e do Adolescente
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gem e, quando necessário, em família substituta. Para que esse direito seja
realmente efetivado, faz-se necessário compreender a família enquanto uma
instituição que passa por profundas transformações ao longo da história e
sofre com as situações de vulnerabilidade social “premidas pelas necessida-
des de sobrevivência, pelas condições precárias de habitação, saúde e esco-
larização, pela exposição constante a ambientes de alta violência urbana”
[...] (BRASIL, 2006a, p. 32). Para garantir o direito à convivência familiar e
comunitária, o Plano se fundamenta nas seguintes diretrizes:
2 Centralidade da família nas políticas públicas;
2 Primazia da responsabilidade do Estado no fomento de polí-
ticas integradas de apoio à família;
2 Reconhecimento das competências da família na sua organi-
zação interna e na superação de suas dificuldades;
2 Respeito à diversidade étnico-cultural, à identidade e orien-
tação sexuais, à equidade de gênero e às particularidades das
condições físicas, sensoriais e mentais;
2 Fortalecimento da autonomia do adolescente e do jovem
adulto na elaboração do seu projeto de vida;
2 Garantia dos princípios de excepcionalidade e provisorie-
dade dos Programas de Famílias Acolhedoras e de Acolhi-
mento Institucional de crianças e de adolescentes;
2 Reordenamento dos programas de Acolhimento Institucional;
2 Adoção centrada no interesse da criança e do adolescente;
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Atividades
1. O SINASE é um guia voltado para a implementação das medi-
das socioeducativas que estão contempladas no Artigo 112 do
ECA e aplicadas aos adolescentes em conflito com a lei. Quais
são essas medidas?
2. Na busca por soluções que viabilizem o que está preconizado
pelo ECA e na construção de um sistema socioeducativo que
assegure aos adolescentes que infracionaram oportunidade de
desenvolvimento e de reconstrução de seu projeto de vida, é que
foi idealizado o Sistema Nacional de Atendimento Socioeduca-
tivo. Sobre o SINASE, marque V para as afirmativas verdadeiras
e F paras as falsas.
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Gabarito
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Gabarito
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Gabarito
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Gabarito
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Gabarito
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Gabarito
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Gabarito
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Gabarito
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Referências
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Referências
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Referências
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