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HISTÓRIA - 8º ANO - PET 3 - SEMANA 2

Unidade temática: Independência da América


Objeto de conhecimento:Independências na América espanhola.
- A revolução dos escravizados em São Domingo e seus múltiplos
significados e desdobramentos: o caso do Haiti.
Habilidade(s):(EF08HI05X),(EF08HI06),(EF08HI07) e (EF08HI08)
Tema: A independência de Cuba e do Haiti.

A independência de Cuba e do Haiti


Como já vimos na semana anterior, várias partes da chamada América espanhola se separou da
metrópole conquistando assim sua independência. Porém, diferente dos demais territórios que
conquistaram sua autonomia mais ou menos durante o mesmo período, Cuba foi um dos últimos territórios a
conquistar sua independência e o Haiti foi o segundo território da América a conseguirem sua liberdade.
Vamos agora ver sobre como se desenvolveu os processos de independências desses países.

Independência do Haiti

O Haiti foi a segunda nação da América a conseguir se independizar e foi motivo de preocupação
para o restante da América, pelas características de como esse processo se desenvolveu.
A ilha de São Domingos (atual Haiti) foi colonizada pelos franceses durante o século XVII. A
economia da ilha era baseada na produção de artigos tropicais, como café, algodão, índigo e,
especialmente, açúcar e rum e utilizavam mão de obra escrava.
No final do século XVIII, 85% da população era composta de negros, e os outros 15% eram brancos
ou mestiços. Os trabalhadores negros eram fortemente reprimidos pelo uso de violência. Como maneira de
resistir a esses abusos de diversas maneiras, incluindo fugas e a formação de quilombos.
Em 1791, L’Ouverture liderou um levante de escravos em fazendas açucareiras do norte da Ilha. Os
revoltosos reivindicavam melhores condições de trabalho e mais tempo para trabalharem no cultivo de
alimentos necessários à sobrevivência
Com a ascensão do governo jacobino ao governo francês, a abolição da escravidão em todos os
territórios franceses foi decretada. Essa medida foi fundamental para fortalecer o movimento de Toussaint
L’Ouverture fazendo com que os vários escravizados libertos apoiassem a chegada do revolucionário ao
poder.
L’Ouverture chega ao poder e se torna o governador-geral da ilha e governa de 1794 à 1802 e
govera não só a parte francesa da ilha, mas também a parte espanhola (atual República Dominicana). Além
de aumentar o tamanho de seu território, L’Ouverture tenta reorganizar a economia, mas a população de
brancos e mestiços ricos não apoiaram a iniciativa de que os ex-escravos trabalhassem para seus ex
senhores de forma remunerada.
Quando Napoleão Bonaparte chega ao poder em 1799 e anula a abolição da escravidão. Para fazer
cumprir seu novo decreto, Napoleão envia 25 mil soldados para a ilha de São Domingos, prende
L’Ouverture e o envia para cumprir sua pena na França. Apesar Toussaint L’Ouverture ter sido preso, os
rebeldes continuam a combater o exército francês que é expulso da ilha em 1804 pelo exército liderado por
Jean Jacques Dessalines.
Todo esse processo servia como uma espécie de lembrete para as demais nações americanas, já
que todas elas temias uma revolta de negros (escravos ou libertos), tal qual aconteceu no Haiti.

Independência de Cuba

Em 1492, Cristóvão Colombo chega até a ilha de Cuba, pensando se tratar de um pequeno território
no meio do oceano. Colombo batizou a ilha de Juana em homenagem ao primeiro herdeiro do rei espanhol.
A colonização de Cuba foi o primeiro território a ser colonizado na América.
A economia de Cuba era baseada em plantações de monoculturas de tabaco e açúcar. Inicialmente,
utilizava mão de obra indígena escrava, mas devido a extinção dos índios foi substituída pela mão de obra
escrava negra trazida da Costa da Africana. Assim, podemos observar que, a estrutura social em Cuba era
bem semelhante as estruturas socais dos demais territórios colonizados nas Américas do Sul e Central.
A partir do século XVIII com a elevação do preço de mercado do tabaco a metrópole monopolizou a
comercialização do produto. Isso animou os ânimos dos “vergueiros” (nome dado aos plantadores de
tabaco) que comandaram um movimento rebelde, conhecido como a Insurreição dos Vergueiros.
Um século depois, motivados pelos movimentos separatistas no resto da América espanhola
surgiram algumas rebeliões e movimentos em busca da autonomia da ilha. Apesar de receberem, em
alguns momentos, até ajuda de outros países, os rebeldes foram reprimidos pelos soldados da Coroa
Espanhola não conseguindo levar seus planos adiante. Durante esse período, a administração colonial
tentou conciliar, em vão, os interesses da metrópole e da elite colonial.
Um dos levantes mais lembrados foi o movimento em conhecido como “República em Armas”,
organizado pelo advogado Carlos Manuel de Céspedes. Mesmo tendo o apoio de países sul-americanos e a
simpatia dos Estados Unidos, A “Guerra de Dez anos” demonstrou que os espanhóis não estavam
dispostos a abrir mão de seu poder em Cuba.
Acabada essa década de combate, um período de tréguas se instalou na ilha, mas foi rompido por
um novo movimento separatista liderado por Antonio Maceo, Guillermón Moncada, Máximo Gomes e José
Marti. Após ocuparem uma grande faixa do litoral cubano e a formação de guerrilhas, os rebeldes foram
contidas através do isolamento das famílias camponesas em campos de concentração. Essa ação causou a
morte de milhares inocentes que não estavam envolvidos no conflito.
Devido as agitações dentro dos países, o Estados Unidos ficaram com medo de perder sua
influência exercida na economia açucareira e no comércio de Tabaco. Assim, passaram a apoiar a causa
separatista e enviar tropas para combater o exército espanhol. Sem condições de combater os exércitos
norte-americanos a Espanha assinou o Tratado de Paris em 1898 cedendo o controle de Cuba aos Estados
Unidos. Isso fez com que Cuba se tornasse independente, mas ainda sofria fortes influências norte-
americanas.

DICAS DE VÍDEO
Independência do Haiti: https://www.youtube.com/watch?v=UuiIv-aD4OA

Independência de Cuba: https://www.youtube.com/watch?v=f4IIdaT_QNw

ATIVIDADES
1). Faça uma análise destacando a singularidade do processo de independência do Haiti, em
relação ao processo de independência nas demais regiões do continente americano

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2) A Revolução Haitiana foi realizada pelos escravos explorados pelos franceses na colônia de São

Domingos. Um dos grandes nomes da Revolução Haitiana liderou tropas na luta contra os franceses, sendo
capturado e enviado para a França, local onde morreu vítima de má nutrição e tuberculose. Estamos

falando de:

a) ( ) Charles Leclerc

b) ( ) Maximilien de Robespierre

c) ( )Toussaint Louverture

d) ( ) Dutty Boukman

3) Sobre a Independência cubana responda:


a) Quais foram as motivações para o início da luta pela independência?

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b) Quem foram os líderes da Independência cubana?
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C) Por que Cuba conseguiu se independizar da Espanha, mas não se tornou totalmente independente?
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FONTES UTILIZADAS
GOUVÊA, Maria de Fátima Silva. “Revolução e independências: notas sobre o conceito e os processos
revolucionários na América espanhola” In: Estudos Históricos, vol. 10, n.20, 1997, pp. 275-293.

XAVIER-GUERRA, François: 'La modernidad absolutista' (pp.55-84) e 'La modernidad alternativa' (pp.85-
114) in Modernidad y Independencias. Ensayos sobre las revoluciones hispânicas.

XAVIER GUERRA, François. “Dois anos cruciales” In: Modernidad e Independencias. Ensayos sobre las
Revoluciones Hispánicas. México: Fondo de Cutlura Económica, 1993, pp. 115-175.

FILHO, Rubem Barboza. Tradição e artifício. Iberismo e barroco na formação brasileira. Belo Horizonte/Rio
de Janeiro: Editora UFMG/IUPERJ, 2000. Cap. VIII. Rupturas e independências (p.357-438).

MADER, Maria Elisa & PAMPLONA, Marco A. Revoluções de independências e nacionalismos nas
Américas. o caso da Nova Espanha. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2008. (capítulos selecionados).
PRADO, Maria Lígia. “Sonhos e desilusões nas independências hispano-americanas” In:
PRADO, Maria Lígia. América Latina no Século XIX: Tramas, Telas e Textos . São Paulo:
Edusp, 1999, p.53-73.

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